• Nenhum resultado encontrado

Solução numérica de equações diferenciais parciais implícitas de primeira ordem

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Solução numérica de equações diferenciais parciais implícitas de primeira ordem"

Copied!
134
0
0

Texto

(1)

Solução numérica de equações diferenciais

parciais implícitas de primeira ordem

(2)
(3)

Solução numérica de equações diferenciais parciais

implícitas de primeira ordem

Sergio Moisés Aquise Escobedo

Orientador: Prof. Dr. Antonio Castelo Filho Coorientador: Prof. Dr. Marcio Fuzeto Gameiro

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC-USP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências - Ciências de Computação e Matemática Computacional. VERSÃO REVISADA

USP – São Carlos Dezembro de 2014

(4)

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

EE74ss

Escobedo, Sergio Moisés Aquise

Solução numérica de equações diferenciais parciais implícitas de primeira ordem / Sergio Moisés Aquise Escobedo; orientador Antonio Castelo Filho; co-orientador Márcio Fuzeto Gameiro. -- São Carlos, 2014.

110 p.

Dissertação (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática

Computacional) -- Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Universidade de São Paulo, 2014.

(5)
(6)
(7)
(8)
(9)

Agradecimentos

A Deus pela vida, saúde e apoio incondicional.

A CAPES pelo apoio financeiro para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo e à Universidad Nacional de San Agustín de Arequipa pela oportunidade de fazer meus estudos de Mestrado.

Ao Dr. Valdemar Medina Hoyos e ao Dr. Jorge Luis Salas Arenas quem fizeram possível minha permissão de estudos.

Ao Dr. German Chavez Contreras reitor da Universidad Catótica San Pablo de Arequipa pelo apoio concedido.

Ao professor Antonio Castelo Filho, pela orientação, dedicação e vontade na realização deste trabalho e por todos os conhecimentos transmitidos.

Ao professor Márcio Fuzeto Gameiro pela coorientação e disposição para o desenvolvi-mento deste trabalho.

Aos professores do ICMC da Universidade de São Paulo, em especial ao professor Victor Hugo Jorge Perez pelo apoio e incentivo.

Aos membros da banca julgadora, pelas sugestões e correções.

A minha esposa Claudia e a minhas Filhas Jasmine, Natalia, Claudia e Valeria por seu esforço, coragem e amor ao ficar distanciados nestos dois anos.

(10)
(11)

Resumo

A

S equações diferencias parciais tem origem na modelagem do

pro-blemas nas ciências e engenharia, tais como a equação do calor, equação da onda, equação de Poisson, entre outras. Para muitas destas equações não é tão simples obter uma técnica analítica para achar sua solução e nestes casos é necessário uso de soluções aproximadas obtidas pelo computador. Existem técnicas tradicionais para solução numérica de uma grande classe de equações diferenciais, mas quando esta equação está na forma implícita, muitas destas técnicas já não podem ser aplicadas.

Frequentemente as equações diferenciais parciais de segunda ordem tem maior estudo que as equações de primeira ordem sendo uma das razões que os modelos envolvem derivadas de segunda ordem. No caso das equações diferenciais parciais de primeira ordem implícitas a não linearidade em al-guns casos não permite determinar uma solução de forma simples.

O trabalho desenvolvido faz uma revisão do método das características para estabelecer as condições necessárias e suficientes, que permitam en-contrar uma solução, ao mesmo tempo evidencia a complexidade de deter-minar uma solução clássica. Dentro das aplicações existentes relacionadas com as Equações Diferenciais Parciais Implícitas de Primeira Ordem, pode-mos mencionar aEquação cinemáticae aEquação de Hamilton-Jacobique

podem-se associar com o movimento de partículas. Para a solução de uma Equação Diferencial Implícita de Primeira Ordem o método das caracterís-ticas tem uma estrutura de solução que permite resolver a equação de forma analítica e numérica, desde que se verifique o Teorema de Cauchy.

O objetivo deste trabalho de mestrado é obter um método numérico para a solução de equações diferenciais parciais de primeira ordem implícitas. Nós propomos um método numérico do tipo previsor-corretor que resolve uma EDP de primeira ordem implícita, utilizando o sistema característico em conjunto com as condições de banda, para reduzir o erro global nas iterações.

(12)
(13)

Abstract

P

Artial differential equations arise in the modeling of problems in

sci-ence and engineering, such as the heat equation, wave equation, Pois-son equation, among others. For many of these equations it is not so simple to obtain an analytical technique to find a solution in these cases and it is necessary to use a computer to obtain approximate solutions. There are traditional techniques for numerical solution of a large class of differential equations, but when this equation is in implicit form, many of these techni-ques can no longer be applied.

Often partial differential equations of second order are more studied than first order equations the reason being that one of the models involve second-order derivatives. In the case of implicit partial differential equations of first order the non-linearity in some cases does not allow for a solution in simple from to be determined.

The work reviews the method of characteristics to establish the necessary and sufficient conditions that will find a solution at the same time demonstra-tes the complexity of determining classical solution. Within existing applica-tions related to Partial Differential Equaapplica-tions of First Order Implicit, we can mention the textit kinematic equation and textit equation Hamilton-Jacobi that can be associated with the movement of particles. For the solution of a differential equation First Implicit Order the method of characteristics has a solution framework that enables solve the equation analytically and numeri-cally, provided there is the Cauchy theorem.

The objective of this master thesis is to obtain a numerical method for the solution of partial differential equations first order implicit. We propose a numerical method of predictor-corrector type that resolves a EDP first im-plicate order, using the characteristic system in conjunction with the band conditions, to reduce the overall error in iterations.

(14)
(15)

Conteúdo

Resumo i

Abstract iii

Lista de Siglas xiii

1 Conceitos básicos 1

1.1 Equação Diferencial Parcial Implícita de Primeira Ordem . . . 3

1.2 Classificação das Equações Diferenciais Parciais de Primeira Ordem . . . 4

1.3 Solução de uma Equação Diferencial Parcial de Primeira Ordem . . . 6

1.4 Teoria sobre as curvas características . . . 7

1.5 Solução de EDPs Lineares usando o método das características . . . 8

1.6 Solução de EDPs Não Lineares pelo método das características . . . 22

2 Existência e unicidade da solução 33 2.1 Teorema De Cauchy . . . 34

2.2 Teorema de Cauchy generalizado . . . 35

3 Solução Numérica 39 3.1 Solução Numérica de Equações Diferenciais Ordinárias . . . 40

3.2 Passo adaptativo Método de Runge-Kutta-Fehlberg . . . 43

3.3 Métodos Lineares Multi-passo . . . 45

3.4 Método Previsor-Corretor de Adams-Bashforth- Moulton . . . 46

3.5 Método Previsor-corretor de Euler-Newton . . . 47

4 Resultados 49 4.1 Curvas características de EDPs de primeira ordem . . . 58

4.2 Solução numérica de EDPs lineares e quase-lineares de primeira ordem . . . 60

4.3 Solução numérica de EDPs implícitas de primeira ordem . . . 63

4.4 Equação de Burgers . . . 76

4.5 Equação de Hamilton Jacobi . . . 87

4.6 Algumas aplicações na Mecânica e Ótica . . . 90

5 Conclusões da Dissertação 95 5.1 Conclusões . . . 96

5.2 Trabalhos futuros . . . 97

(16)

A Solução de equações diferenciais sobre variedades 103

B Métodos numéricos para equações algébrico diferenciais 107

C Equivalência de Equações Diferenciais Parciais de Primeira Ordem e Problemas

Va-riacionais 109

(17)

Lista de Figuras

1.1 PL Approximation to Manifolds and Its Application to Implicit ODEs:Imagens retiradas de Lectures in Applied Mathematics volume 26 Computational Solution

of Nonlinear Systems of Equations (Castelo e Tavares, 1990) . . . 2

1.2 Método da envoltória e curvas características . . . 3

1.3 Curvas características . . . 7

1.4 Curva característica parametrizada . . . 8

1.5 Relação da Curva característica com o plano tangente . . . 9

1.6 Relação entre a solução de uma EDP e seus curvas características . . . 10

1.7 Solução paramétrica . . . 11

1.8 Curva caraterística gerada pela curva característica inicial . . . 12

1.9 Soluçãou(x, y) =f(x0.5y) . . . 13

1.10 Ondas viajantes parabólicas . . . 14

1.11 Ondas viajantes delta Dirac . . . 14

1.12 Ondas viajantes descontinuas . . . 15

1.13 Ondas viajantes não diferenciáveis . . . 15

1.14 Solução da equação xux+yuy = cucom condição inicial u(x,1) = e−x 2 para c=1 . . . 17

1.15 Curvas características e singularidade . . . 17

1.16 Singularidade apresentada na solução da equaçãoxux +yuy = cucom condição inicialu(x,1) = e−x2 parac=1 . . . 18

1.17 Singularidade e Curvas características . . . 18

1.18 Curvas características da equaçãoux +yuy = 0, com condição inicialu(0, y) = e−y2 . . . 19

1.19 Solução da equaçãoux+yuy = 0, com condição inicialu(0, y) = e−y 2 . . . 20

1.20 Solução da equação2ux+uy =cu, comc= 0e condição inicialu(x,0) = cosx . 20 1.21 Solução da equação2ux+uy =cu, comc= 1e condição inicialu(x,0) = cosx . 21 1.22 Solução da equaçãoeyu x+uy =cu, comc= 0e condição inicialu(x,0) = cosx 21 1.23 Solução da equaçãoeyu x+uy =cu, comc= 1e condição inicialu(x,0) = cosx 22 1.24 Solução da equação uux+uy = 0com condição inicialu(x,0) =−x . . . 23

1.25 Solução da equaçãouux+uy = 0com condição inicialu(x,0) =x . . . 24

1.26 Visualização da soluçãou(x, y) =e−(x−0.5y)2 usando Marching tetrahedra . . . 28

1.27 Visualização da soluçãox2+y2 = (1u)2 usando Marching tetrahedra . . . 30

1.28 Visualização da soluçãou(x, y) =e2y+ (x1)e−y usando Marching tetrahedra . 32 3.1 Aproximações da derivada . . . 41

(18)

3.3 Passo adaptativo . . . 43

3.4 Método Previsor- Corretor . . . 47

4.1 Superfície paramétrica . . . 50

4.2 Curvas características . . . 51

4.3 Soluções usando sistemas de ODEs . . . 52

4.4 Curvas Características aproximadas pelo sistema Característico . . . 52

4.5 Curva solução inicial parametrizada e Curva característica parametrizada . . . 54

4.6 Geração da Superfície usando uma curva característica (solução inicial) . . . 55

4.7 Interface no Matlab para o Menu de opções . . . 57

4.8 Curvas características da equaçãoaux+uy = 0 . . . 58

4.9 Superfície solução da EDPxux+yu=cu,c=−1eu(x,1) =e−x 2 . . . 58

4.10 Curvas características da EDPxux+yu =cu,c=−1eu(x,1) =e−x 2 . . . 59

4.11 Superfície solução da EDPxux+yu=cu,c= 1eu(x,1) =exp(−x2) . . . 59

4.12 Curvas características da EDPxux+yu =cu,c= 1eu(x,1) =e−x 2 . . . 59

4.13 Solução Numérica da equaçãoyux+xuy = 4xy, comu(x,0) =cos(x), usando Runge-Kutta de quinta ordem . . . 61

4.14 Solução Numérica da equação eyu x +uy = u, com u(x,0) = cos(x), usando Runge-Kutta de quinta ordem . . . 61

4.15 Solução analítica da equaçãoeyu x+uy =u . . . 62

4.16 Solução Numérica de uux +uuy = −x −y, com u(x,0) = √ 1x2, usando Runge-Kutta de quinta ordem . . . 62

4.17 Solução numérica bilateral de uux +uuy = −x−y, com u(x,0) = √ 1x2, usando Runge-Kutta de quinta ordem . . . 62

4.18 Solução numérica da equação (ux1) 2 + (u x2) 2 = 1, com condição inicial x 12 + x22 = 1, u= 0, usando o Método de Euler . . . 64

4.19 Solução numérica da equaçãouux1 +ux2 = 0, com condição inicial u(x1,0) = −x1, usando o Método de Euler . . . 64

4.20 Solução numérica da EDPx1+x2+up1+up2 = 0, comx12+u2 = 1, usando o Método de Euler . . . 65

4.21 Solução numérica da EDPx1+x2+up1+up2 = 0, comx12+u2 = 1, usando o Método de Euler . . . 65

4.22 Solução numérica da equação (ux1) 2 + (u x2) 2 = 1, com condição inicial x 12 + x22 = 1, u= 0, usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 66

4.23 Solução numérica da EDPx1+x2+up1+up2 = 0, comx12+u2 = 1,usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 66

4.24 Solução numérica da EDPx1+x2+up1+up2 = 0, comx12+u2 = 1, usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 67

4.25 Solução numérica da EDP x2p1 +x1p2 −4x1x2 = 0, comu(x1,0) = cos(x1), usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 67

4.26 Curvas características com passo constante . . . 68

4.27 Solução numérica da equação (ux1) 2 + (u x2) 2 = 1, com x 12 +x22 = 1, u = 0, usando o Método de Adams-Bashforth-Moulton . . . 68

4.28 Solução numérica da EDPx1+x2+up1+up2 = 0, comx12+u2 = 1, usando o Método de Adams-Bashforth-Moulton . . . 69

4.29 Solução numérica da equaçãoF(x1, x2, u, p1, p2) =p12+p2+u= 0, com condi-ção inicialu(x1,0) =x1, usando o Método de Adams-Bashforth-Moulton . . . 69

(19)

condição inicialx1 +u = 1, usando o Método de Euler . . . 70

4.31 Solução numérica da equaçãoF(x1, x2, u, p1, p2) =p12+p2+u= 0, com condi-ção inicialu(x1,0) =x1, usando o Método de Euler . . . 70

4.32 Solução numérica da equaçãoF(x1, x2, u, p1, p2) =x1+x2+up1+up2 = 0, com condição inicial x12+u2 = 1, paraα(t) = (cos(t),0,sin(t)), t ∈ [0,3], usando o Método de Runge-Kutta de ordem 2 . . . 71

4.33 Solução numérica da equaçãoF(x1, x2, u, p1, p2) =x1+x2+up1+up2 = 0, com condição inicial x12+u2 = 1, paraα(t) = (cos(t),0,sin(t)), t ∈ [0,6], usando o Método de Runge-Kutta de ordem 2 . . . 71

4.34 Solução numérica da equação (ux1) 2 + (u x2) 2 = 1, com x 12 +x22 = 1, u = 0, usando o Método tipo Projeção de Euler-Newton . . . 73

4.35 Solução numérica da equaçãoux1ux2 = u, comu(0, x2) = x2 2, usando o Método tipo Projeção de Euler-Newton . . . 75

4.36 Solução numérica da equaçãoux+uy = 0, comu(x,0) = 1−x, usando o método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 77

4.37 Curvas características e solução analítica da equaçãoux+uy = 0, comu(x,0) = sin(πx) . . . 77

4.38 Comparação da Solução analítica e as curvas características da equaçãoux+uy = 0, comu(x,0) = sin(πx) . . . 78

4.39 Solução numérica da equação uy +u2ux = 0, com u(x,0) = 1−x, usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 79

4.40 Solução numérica da equação uy +u2ux = 0, com u(x,0) = 1−x, usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 79

4.41 Solução numérica da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = 1−x, usando Runge-Kutta de ordem 5 . . . 81

4.42 Solução numérica da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = 1−x, usando Runge-Kutta de ordem 5 . . . 81

4.43 Parametrização da solução numérica para a equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = 1x, usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 82

4.44 Solução analítica e Solução numérica da equaçãouy +uux = 0, sendo u(x,0) = sin(x2), usando o Método de Runge-Kutta de ordem 5 . . . 82

4.45 Comparação da Solução analítica com as curvas características da equação uy + uux = 0, sendou(x,0) = sin(x2) . . . 83

4.46 Solução numérica da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = sin(πx) . . . 83

4.47 Solução numérica da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = sin(πx) . . . 84

4.48 Parametrização da solução . . . 84

4.49 Comparação das curvas características e a solução analítica da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) = sin(πx) . . . 85

4.50 Vista superior das curvas características . . . 85

4.51 Onda viajante da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) =e−x 2 . . . 85

4.52 Curvas características e choques da equaçãouy+uux = 0, comu(x,0) =e−x 2 . . 86

4.53 Formação de choques . . . 86

4.54 Formação de choquesuy+uux = 0, sendou(x,0) = e−x 2 . . . 86

4.55 Frentes de onda e curvas características . . . 90

4.56 Frentes de onda e curvas características correspondentes à equação(ux)2+(uy)2 = 1,comx2 +y2 = 1, u= 0 . . . 90

4.57 Geodésica : Figura retirada de Classical Mechanics, R. Gouglas Gregory . . . 91

(20)

4.59 Energia Potencial e espaço de fase : Figura retirada de Mathematical Methods of

Classical Mechanics, V. I. Arnold . . . 93

4.60 Curvas fase e campo de vetores gradiente da funçãof(x, y) =xe−x2 −y2 . . . 93

4.61 Solução da equaçãout+ 12ux2 = 0,comu(x,0) =−x2 . . . 94

A.1 Esfera . . . 103

A.2 Vetores tangente de curvas sobre uma esfera . . . 104

A.3 Espaço Tangente e Método previsor corretor . . . 104

A.4 Solução dasEquações do movimento sobre uma esfera . . . 105

(21)

Lista de Tabelas

4.1 Tabela de comparação do erro pelo número de iterações, ao resolver a equação

(ux1)

2 + (u

x2)

2 = 1, com x

12 +x22 = 1, u = 0, Método de projeção de

Euler-Newton . . . 72 4.2 Tabela de comparação do erro pelo número de iterações, ao resolver a equação

(ux1)

2+ (u

x2)

2 = 1, comx

12+x22 = 1, u= 0, Método de projeção R.K.4-Newton 72

4.3 Erro cometido ao resolver a equação(ux1)

2+ (u

x2)

2 = 1, comx

12+x22 = 1, u= 0 73

4.4 Erro cometido ao resolver a equação(ux1)

2+ (u

x2)

2 = 1, comx

12+x22 = 1, u= 0 73

4.5 Tabela de comparação do erro pelo número de iterações, ao resolver a equação

ux1ux2 =u, comu(0, x2) = x2

2, Método de projeção de Euler-Newton . . . 74

4.6 Tabela de comparação do erro pelo número de iterações, ao resolver a equação

ux1ux2 =u, comu(0, x2) = x2

2, Método de projeção R.K.4-Newton . . . 74

4.7 Erro cometido ao resolver a equaçãoux1ux2 =u, comu(0, x2) =x2

2 . . . 75

4.8 Erro cometido ao resolver a equaçãoux1ux2 =u, comu(0, x2) =x2

2 . . . 75

(22)
(23)

Lista de Siglas

EDP - Equação Diferencial Parcial

EDO - Equação Diferencial Ordinaria

EAD - Equação Algébrico Diferencial

EDPs - Equações Diferenciais Parciais

EDOs - Equações Diferenciais Ordinarias

EADs - Equações Algébrico Diferenciais

PVI - Problema de Valor Inicial

(24)
(25)

1

Conceitos básicos

Em geral, referenciar uma equação diferencial parcial faz imaginar algum modelo físico que seja descrito por esta equação e ao mesmo tempo pensa-se em procurar algum método que possa determinar sua solução. Ao longo do tempo muitas pessoas resolveram casos particulares com o objetivo de estabelecer soluções analíticas e numéricas sujeitas a diferentes condições. Além disso, diversos estudos na área concluem que pensar numa solução geral para todos os casos ainda não é factível, mas para um caso específico pode-se obter uma “solução geral” .

Habitualmente se prova a existência de uma solução para depois obter métodos de solução analíticos ou numéricos. Podemos mencionar alguns dos métodos analíticos mais conhecidos que resolvem equações diferenciais parciais de primeira ordem (Faro, 2013), tais como, o método das características de Cauchy, método da projeção e método da envoltória (Figura 1.2(a)).

Com respeito aos Métodos Numéricos que resolvem equações diferenciais, podemos mencio-nar que as equações diferenciais parciais de segunda ordem, são as mais estudadas pela maior im-portância devido a seus diversas aplicações na Física. Foi Lagrange quem estudou os aspectos teó-ricos acerca das equações diferenciais parciais de primeira ordem na formaF(x, y, u, ux, uy) = 0,

entre os anos1772e1779. Ideias geométricas foram desenvolvidas por Gaspar Monge entre1770

e1784associando a cada equação, um cone em cada ponto do espaço sendo as soluções superfícies

tangentes a estes cones.

Desde o séculoXIXcom o uso dos computadores, tem sido feitos trabalhos com bastante rigor no cálculo computacional para determinar soluções numéricas e representações gráficas (figura 1.1). Citando alguns trabalhos temos:

(26)

Figura 1.1:PL Approximation to Manifolds and Its Application to Implicit ODEs:Imagens

retiradas de Lectures in Applied Mathematics volume 26 Computational Solution of Nonlinear Systems of Equations (Castelo e Tavares, 1990)

A. Castelo & S. De Freitas & G.Tavares (Castelo e Tavares, 1990), descrevem um algoritmo resolver uma equação diferencial implícita da formaF(x, y, y′) = 0, utilizando técnicas de

desin-gularização associando uma superfície à equação.

E.Hairer (Hairer, 2000), descreve um método numérico para resolver equações diferenciais sobre variedades denominado Método da projeção simétrica.

M.C. Bertin: Pimentel, B.M. ; and Pompeia, P.J (Bertin e Pompeia, 2007), em seu trabalho, descrevem a analogia que existe entre a teoria das Equações Diferenciais Ordinárias EDOs a teoria das equações diferenciais parciais EDPs e o cálculo variacional mediante a equação de Hamilton-Jacobi esta analogia permite estabelecer uma interpretação geométrica.

A. Castelo & G.Tavares (Castelo e Tavares, 2010) descrevem num relatório técnico um mé-todo para resolver equações diferenciais implícitas com singularidades,baseado em mémé-todos de continuação, para equações da formaF(X, Y, Y′

(X), ..., Y(k)(X)) = 0.

A importância da solução das EDPs se encontram na modelação de fenômenos da ciência e tecnologia que descrevem sua evolução ao longo do tempo, dai que é preciso determinar sua solução, por exemplo a equação do transporte ut +ux = 0 é um modelo unidimensional que

permite compreender equações da mecânica dos fluidos multidimensional como as equações de Euler e Navier-Stokes, a equação do transporte linear tem importância por que algumas equações de ordem dois que modelam fenômenos como propagação de ondas recaem sobre a equação do transporte linear.

(27)

1.1 Equação Diferencial Parcial Implícita de Primeira

Or-dem

Uma equação diferencial parcial de primeira ordem em duas variáveis denota-se por

F(x, y, u, ux, uy) = 0 (1.1)

tal que F C2(Ω),onde R2 ×R×R2 domínio aberto, tal que é aplicável o teorema da

função implícita com respeito auxouuy.

Denotando porp=ux,q =uypara simplificar a notação, obtemos alternativamente

F(x, y, u, p, q) = 0 (1.2)

onde a função uesta definida comou : V R, V R2 aberto, e o conjunto∗ é projeção de

ΩsobreR3 dada por(x, y, u). Assim, pode-se imaginar em∗que o gráfico deué o conjunto de

pontos que tem em cada ponto o vetor normal(p, q,1)como na Figura 1.2(b). Esta interpretação

propõe o seguinte: por cada vetor tangente a uma curva inicial dada e seu vetor normal à superfície, podemos gerar soluções características da funçãou.

(a) Envoltorias (b) Curvas características

Figura 1.2:Método da envoltória e curvas características

Com o objetivo de estabelecer o teorema de Cauchy generalizado usaremos também a seguinte notação

F(x1, x2, u, ux1, ux2) = 0 (1.3)

a sua vez, denotando porp1 =ux1,p2 =ux2 obtemos

F(x1, x2, u, p1, p2) = 0 (1.4)

(28)

4 ORDEM

1.2 Classificação das Equações Diferenciais Parciais de

Primeira Ordem

Dada uma equação diferencial parcial de primeira ordem em duas variáveis

F(x, y, u, ux, uy) = 0

segundo a forma da equação pode-se classificar nos seguintes tipos :

Equação Diferencial Parcial Linear: Uma EDP de primeira ordem será denominada linear, se pode expressar-se na forma

R1(x, y)ux+R2(x, y)uy =T(x, y, u)

ou em forma equivalente

F(x, y, u, ux, uy) = R1(x, y)ux+R2(x, y)uy−T(x, y, u) = 0

Equação Diferencial Parcial Quase-linear: Uma EDP de primeira ordem será deno-minada quase-linear se pode expressar-se como

R1(x, y, u)ux+R2(x, y, u)uy =T(x, y, u)

ou em forma equivalente

F(x, y, u, ux, uy) =R1(x, y, u)ux+R2(x, y, u)uy−T(x, y, u) = 0

Equação Diferencial Parcial Não-linear: Se uma EDP de primeira ordem não é linear, nem quase-linear, a equação denomina-se não linear.

Exemplo1.1 As seguintes equações representam casos particulares das definições estabelecidas

ux+ (xy3)uy =xu2 ou F(x, y, u, ux, uy) = ux+ (xy3)uy−xu2 = 0 Equação linear

2yux+uuy =ux2 ou F(x, y, u, ux, uy) = 2yux+uuy−ux2 = 0 Equação quase-linear

(29)

Analogamente, no caso geral, dada uma equação diferencial parcial de primeira ordem den

variáveis

F(x1, x2, ..., xn, u, ux1, ux2, ..., uxn) = 0 (1.5)

denotando por x = (x1, x2, ..., xn), de acordo com a forma da equação (1.5) podemos definir as

Equações Diferencias Lineares e Quase-lineares como segue:

Equação Linear

n

X

i=1

Ri(x)uxi =T(x, u)

Equação Quase-linear

n

X

i=1

Ri(x, u)uxi =T(x, u)

Se a equação (1.5) não for linear nem quase-linear,a equação denomina-se não-linear. De forma equivalente, ao considerar a notação p = (p1, p2, ..., pn), ondepi = uxi comi = 1,2, ..., n, uma

equação linear estaria definida por

F(x, u, p) =

n

X

i=1

Ri(x)pi−T(x, u) = 0

e uma equação quase-linear estaria definida por

F(x, u, p) =

n

X

i=1

(30)

1.3 Solução de uma Equação Diferencial Parcial de

Pri-meira Ordem

Definição1.1 Uma funçãoφ :V Rdefinida num abertoV R2é uma solução da equação

(1.1) se verifica:

(

φC2(V)

F(x, y, φ(x, y), φx(x, y), φy(x, y)) = 0 ∀(x, y)∈V

(1.6)

os tipos de solução analítica podem-se classificar como: Solução geral, Solução completa, Solução particular e Solução envoltória (Espindola, 2014). A continuação damos um exemplo que explique a diferença entre estes tipos de solução.

Exemplo1.2 A EDP de primeira ordem linearyux−xuy = 0, tem como solução geral a função

u =φ(x2+y2)notemos que uma solução geral depende de uma função arbitraria, desta solução

podemos estabelecer uma solução completa

x2+y2+ (ua)2 = 1

as soluções completas dependem de constantes arbitrárias, como uma solução particular é indepen-dente de constantes o funções arbitrárias se damos um valor à constante aobtemos uma solução particular

x2+y2 + (u3)2 = 1

uma solução envoltória envolve outras soluções que satisfazem a EDP original, podem-se obter impondo uma condição à solução completa obtida, por exemplo a x2 +y2 = 1 é uma solução

envoltória pois obtêm-se da solução completa da formaϕ(x, y, a)impondo que∂ϕ/∂a= 0assim

2(ua) = 0.

(31)

1.4 Teoria sobre as curvas características

Dada uma EDP de primeira ordem implícita

F(x, y, u, ux, uy) = 0,

denotando por, u = f(x, y), é possível estabelecer intuitivamente a seguinte ideia geométrica,

se tivermos inicialmente uma curva integral, o gráfico dela é uma curva contida no gráfico da superfície, poderíamos imaginar a possibilidade de parametrizar essa curva e para cada valor do parâmetro, determinar outras curvas integrais cujos gráficos também estarão contidos na superfí-cie. Se todas estas curvas integrais fossem parametrizáveis, obteríamos uma solução paramétrica, usando uma “curva inicial” (Figura1.3). Estabeleceremos agora o método das características, que permite determinar curvas integrais as quais denominaremos logo como “curvas características”.

curva característica inicial

curvas características geradas

Figura 1.3:Curvas características

Estabeleceremos agora a definição de curva característica.

Definição1.2 Se uma equação diferencial parcial esta determinada implicitamente por:

F(x, y, u, ux, uy) = 0.

Sendou=f(x, y), e supondo que a curvaσ :I R R5é definida parametricamente por

σ(t) = (X(t), Y(t), U(t), P(t), Q(t))onde x = X(t), y = Y(t), U(t) = u(X(t), Y(t)), sendo

p = ux, q = uy temos que p(X(t), Y(t)) = P(t), q(X(t), Y(t)) = Q(t), esta curva σ assim

definida, está contida na superfície solução, ou seja, verifica que F(σ(t)) = 0. A projeção dos

pontos de σ(t)sobre R3 dada por (X(t), Y(t), U(t)), com vetor normalN = (P(t), Q(t),1),

(32)

� = , , −�

� = � �,

� , � , �

Figura 1.4: Curva característica parametrizada

1.5 Solução de EDPs Lineares usando o método das

ca-racterísticas

Se consideramos uma EDP linear de primeira ordem

R1(x, y)ux+R2(x, y)uy =T(x, y, u) (1.7)

para poder estabelecer um método de solução desta equação, temos que as funções R1, R2, T

precisam de algumas condições, pois se, por exemplo, R1 ≡ 0, e R2 ≡ 0, não existiria uma

equação em derivadas parciais.

Para dar uma ideia de como estabelecer ditas condições para as funçõesR1, R2, T,

considera-remos o caso particular

R1(x, y)ux+R2(x, y)uy =T(x, y) (1.8)

ou equivalentementeF(x, y, u, ux, uy) = R1(x, y)ux+R2(x, y)uy −T(x, y) = 0.

A equação (1.8) pode ser descrita como

(R1(x, y), R2(x, y), T(x, y))·(ux(x, y), uy(x, y),−1) = 0

daqui supondo que a funçãoué suave, o vetor normal à superfície num ponto(x, y, u(x, y)), deno-tado porN(x, y) = (ux(x, y), uy(x, y),−1), é ortogonal ao vetor(R1(x, y), R2(x, y), T(x, y)), em

cada ponto(x, y)do domínio da função u. Seu : V R, V R2 aberto, temos queR1, R2, T

(33)

para cada curva, que passe por este ponto, o vetor tangente à curva nesse ponto, deve estar con-tido no plano tangente à superfície como na Figura 1.5(a), sempre que a curva esteja contida na interseção da vizinhança e a superfície.

��, ��, �

� = � �, � = �� , � , −�

(a) Plano tangente à superficieu=f(x, y)

�′

� = � �, � = , , −�

� = � , � , �

(b) Plano tangente à Curva característica inicial

Figura 1.5:Relação da Curva característica com o plano tangente

se consideramos que sobre a superfície solução, descrita como na definição de curva característica (Definição 1.2), acha-se a curva paramétrica

(X(t), Y(t), U(t)) (1.9)

ondeU(t) =u(X(t), Y(t)), sendoα :J R3, J Reα(t) = (X(t), Y(t), U(t)), como na

Fi-gura1.5(b)é possível encontrar uma solução local (Ireneo, 1995;Rhee e Amundson, 1986) estabe-lecendo o seguinte, notamos queα′(t)deve estar contido no plano tangente determinado pelo vetor

normalN = (P(t), Q(t),1), assimα′(t) =k(R

1(X(t), Y(t)), R2(X(t), Y(t)), T(X(t), Y(t))).

Sendo u suave, existirá uma curva paramétrica β(s) = (X(s), Y(s), U(s)) que passa pelo ponto de tangência da curva α(t), como nas Figuras 1.6(a), 1.6(b) o vetor tangente β′(s)

cor-respondente ao ponto de tangencia, também deve estar contido no plano tangente, logo β′(s) =

m(R1(X(s), Y(s)), R2(X(s), Y(s)), T(X(s), Y(s))), assim em particular a curvaβ(s) deve

sa-tisfazer o sistema

  

 

dX

ds =R1(X(s), Y(s)) dY

ds =R2(X(s), Y(s)) dU

ds =T(X(s), Y(s))

(1.10)

As equações

(

dX

ds =R1(X(s), Y(s)) dY

ds =R2(X(s), Y(s))

(34)

podem-se resolver no planoxy, estas equações determinam uma família de curvas (X(s), Y(s))

comx=X(s), y =Y(s), as curvas obtidas denominam-se “curvas características base”

A equação

dU

ds =T(X(s), Y(s)) (1.12)

pode ser resolvida substituindo as soluções das equações (1.11), para obter a curva(X(s), Y(s), U(s))

que é uma “curva característica”, como na Figura 1.6(a), por outro lado, se por cada ponto da curva parametrizada (1.9) passa uma curva caraterística, a família dessas características pode-se escrever

como

Γ(s, t) = (X(s, t), Y(s, t), U(s, t)) (1.13)

Considerandox = X(s, t), y = Y(s, t), u = U(s, t), a curva inicial corresponde ao valor de

s = 0, sempre que, Γ(0, t) = (X(0, t), Y(0, t), U(0, t)) = α(t), assim (1.13) representa a para-metrização da superfície que contém a curva paramétrica (1.9), sendoX(0, t) =X(t), Y(0, t) =

Y(t),U(0, t) =U(t)

� = � �, � � , � � � � = � � , � � , � � �′ �� �� , �� �� �

(a) Curva característica inicial

� , � � � = � � , � � , � � �� � ,��� � � �� �� , �� �� �′ �′ � ��, ��, � ��, � , −� � � , � �

(b) Curvas características

Figura 1.6:Relação entre a solução de uma EDP e seus curvas características

No sistema (1.10) ao impor as condições iniciaisX(0, t0) = x0, Y(0, t0) = y0, U(0, t0) = u0,

o problema fica descrito como

     dX

ds =R1(X(s), Y(s)) X(0) =x0

dY

ds =R2(X(s), Y(s)) Y(0) =y0

dU

ds =T(X(s), Y(s), U(s)) U(0) =u0

(1.14)

poderíamos obter uma solução particularU =u(X(s, t), Y(s, t))como na Figura 1.7 que contém a curva solução inicial (1.9), no entanto pode acontecer que o sistema de equações tenha infinitas soluções ou não tenha solução, porém para que as curvasβ(s)eα(t)sejam transversais devemos

(35)

J = ∂(X,Y(s,t)) =

Xs Ys

Xt Yt

6

= 0

� �, , � �, , � �, = � , � , �

� �, , � �, , � �,

�� �� ,���� ��

� ,��� �

Figura 1.7:Solução paramétrica

Portanto, para encontrar a solução de uma EDP linear de primeira ordem poderíamos resolver um sistema de EDOs não linear de primeira ordem, supondo que as funçõesR1, R2, T da equação

(1.8), sejam definidas emΩ∗ R2, tal queV ∗sendou:V R,V R2aberto, também

i)R1, R2, T ∈C1(Ω∗)

ii)|R1(x, y)|+|R2(x, y)|>0para(x, y)∈V

assim pelo teorema de Picard o sistema (1.14) tem solução única. Uma ideia geométrica para determinar a solução numérica da curvaβ(s), usando o método da projeção, que será desenvolvido

no Capítulo 3, é dada pelo gráfico da Figura 1.8 Por outro lado, dado um sistema de equações

x′ =g(t, x), x(t

0) = x0

é possível garantir a existência e unicidade da solução numa vizinhança det0 sempre que a função

(36)

�′

� �

�′

� ��

� �

��, �, �� = � �, � �, � � � ��

Figura 1.8:Curva caraterística gerada pela curva característica inicial

A Equação do Transporte

Resolveremos agora um caso particular EDPs lineares de primeira ordem, denominada a equa-ção do transporte a qual esta dada por

aux+uy = 0

u(x,0) = f(x)

ondeaé un número real constante que satisfaz a condição inicial.

Ao parametrizar a curva inicial, a curva ficaria definida por(X(t), Y(t), U(t)) = (t,0, f(t))e

as equações características estariam dadas por

  

 

dX

ds =a

dY

ds = 1

dU

ds = 0

(1.15)

cuja solução está dada por

  

 

X(s) = as+c1

Y(s) = s+c2

U(s) = c3

assim

  

 

t=X(0, t) = X(0) =c1

0 =Y(0, t) =Y(0) =c2

(37)

daqui

  

 

X(s, t) =as+t Y(s, t) =s U(s, t) =f(t)

e comox=X(s, t), y =Y(s, t), obtemos quet=xay, portantou(x, y) = f(xay)

Num caso particular em quea= 0.5, e para a funçãof(x) =exp(x2)obtemos a gráfica das

Figuras 1.9(a), 1.9(b)

(a) Linhas características (b) Linhas características base

Figura 1.9:Soluçãou(x, y) = f(x0.5y)

Podemos notar que a forma da onda não muda para os diferentes valores quandoyaumenta, e

como a solução tem a formau(x, y) =f(xay)ao mudar a forma da funçãof(x)o efeito seria

o mesmo, a sua vez dependendo do valor da constante os deslocamentos serão para a direita se

a >0e à esquerda sea <0

É importante ressaltar o efeito da onda viajante, para cada curva característicat = xay o valor da função u é constante, porém todos os dados iniciais transmitem-se ao longo das curvas características base e propagam-se ao longo destas curvas provocando o efeito viajante na solução da equação, vejamos alguns exemplos donde mudaremos só a condição inicialu(x,0) =f(x)

Exemplo1.3 Para a função

f(x) =

(

0 ,|x|>1

1x2 ,|x| ≤1

u(x,0) =f(x)

(38)

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características vista desde o eixo y

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características vista desde o eixo x

Figura 1.10:Ondas viajantes parabólicas

Exemplo1.4 Ao considerar a função delta de Dirac, que definida em forma aproximada estaria

dada porδn(x) = √nπexp(−n2x2)

u(x,0) =δn(x)

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características vista desde o eixo y

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características vista desde o eixo x

Figura 1.11: Ondas viajantes delta Dirac

podemos notar a propagação de uma perturbação Figuras 1.11(a), 1.11(b)

Exemplo1.5 A propagação de descontinuidades pode-se representar, considerando a função de

HeavisideH(x)definida por

H(x) =

(

1 , x >0

0 , x0

(39)

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características vista desde o eixo y

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características vista desde o eixo x

Figura 1.12:Ondas viajantes descontinuas

a propagação da descontinuidade mostra-se nas Figuras 1.12(a), 1.12(b)

Exemplo1.6 Para mostrar a propagação de não diferenciabilidade, consideraremos a função

de-finida por

f(x) =

(

0 ,|x|>1

1− |x| ,|x| ≤1

u(x,0) =f(x)

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características vista desde o eixo y

-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características vista desde o eixo x

Figura 1.13:Ondas viajantes não diferenciáveis

notar a propagação da onda viajante nas Figuras 1.13(a), 1.13(b).

(40)

Exemplo1.7 Dada a equação

xux+yuy =−u

sendo uma equação linear da forma

R1(x, y)ux+R2(x, y)uy =T(x, y, u)

temos que

y′(x) = dy

dx =

dY ds dX ds

= R2

R1

assim nosso casoy′(x) = y

x cuja solução permite obter as curvas característicasy =kx

Exemplo1.8 Dada a equação

xux+yuy =cu

u(x,1) = f(x)

xR, y >0, c=constante

Resolvendo o sistema

  

 

dX

ds =X , X(0) =t

dY

ds =Y , Y(0) = 1

dU

ds =cU , U(0) =f(t)

(1.16)

obtemos

  

 

X(s, t) = tes

Y(s, t) = es

U(s, t) =f(t)ecs

(1.17)

assimu(x, y) = f(xy)yc, no entanto a solução obtida não é definida emy= 0, como podemos

(41)

(a) Singularidade vista desde o eixo y (b) Singularidade vista desde o eixo x

Figura 1.14: Solução da equaçãoxux+yuy =cucom condição inicialu(x,1) =e−x

2

para

c=1

(a) Curvas características base

-6 -4 -2 0 2 4 6 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas Características vista desde o eixo x

Figura 1.15:Curvas características e singularidade

Na solução obtida notamos também que seus valores tendem ao infinito quando(x, y)tende a (0,0), tomando a forma indeterminada 00, e que não está definida ao longo da retay = 0, porem

nestes pontos a função tem uma singularidade como podemos notar nas Figuras 1.16(a), 1.16(b), e as Figuras 1.17(a),1.17(b).

Se para uma curva inicial verifica-se a condiçãoy = 16= 0perto dela não existiria dificuldade

em gerar as outras curvas características sempre que c > 0e que a função f(yx)não gere

singu-laridade, no caso que c < 0 vimos o que acontece, no entanto mesmo sendoc > 0poderíamos obter infinitas soluções se para uma curva característica e a curva inicial seus vetores tangentes são paralelos, isto éJ = ∂(X,Y(s,t)) = 0

Nas equações lineares podemos identificar a forma da equação

(42)

(a) Singularidade vista desde o eixo y (b) Singularidade vista desde o eixo x

Figura 1.16:Singularidade apresentada na solução da equaçãoxux+yuy =cucom condição

inicialu(x,1) =e−x2

parac=1

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -5 0 5 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características vista desde o eixo y

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

0 1 2 3 4 -5 0 5 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas Características vista desde o eixo x

Figura 1.17:Singularidade e Curvas características

como um produto interior

(R1, R2)·(ux, uy) =T(x, y, u)

daqui

▽u·v =T(x, y, u)

assim podemos interpretar geometricamente a forma da equação, como a derivada direcional deu, que determina a razão de troca ao longo do vetorv = (R1, R2), porémT determina como é a razão

(43)

Exemplo1.9 Dada a equação

ux+yuy = 0

u(0, y) = f(y)

Como a equação é linear tem-se

( dX

ds = 1 X(0) =x0

dY

ds =Y Y(0) =y0

podemos concluir então que

dy dx = dY ds dX ds

=Y(s) = y

e devido ao fato que a solução deve passar pelo ponto(x0, y0), as curvas características estão dadas

por y = y0ex−x0, logo usando a condição inicial u(0, y) = f(y), obtemos finalmente a solução

u(x, y) = f(ye−x), podemos ver o gráfico da solução na Figura 1.18(a), para o caso particular de

f(y) =exp(y2)

No caso que resolvamos o sistema característico ao longo da curva inicial, temos que

     dX

ds = 1 X(0) = 0

dY

ds =Y Y(0) =t

dU

ds = 0 U(0) =f(t)

obtendo X(s) = s, que é equivalente a X(s, t) = s, e Y(s, t) = tes. Por outro lado como dU

ds = 0, temos que U(s) = f(t) ou equivalentemente U(s, t) = f(t), das soluções obtidas

nas primeiras equações obtemos t = Y(s, t)e−X(s,t), daqui U(s, t) = f(Y(s, t)e−X(s,t)), sendo

U(s, t) = u(X(s, t), Y(s, t))concluímos queu(x, y) = f(ye−x). Os gráficos das curvas

caracte-rísticas ao longo da curva inicial estão dados nas Figuras 1.18(b), 1.19(a), 1.19(b)

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -600 -400 -200 0 200 400 600 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

(a) Curva característica e Curva inicial

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -600 -400 -200 0 200 400 600 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

(b) Curvas características

Figura 1.18:Curvas características da equaçãoux+yuy = 0, com condição inicial

(44)

(a) Superficie solução -5 0 5 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas cararterísticas solução

Figura 1.19:Solução da equaçãoux+yuy = 0, com condição inicialu(0, y) =e−y

2

Exemplo1.10 Dada a equação

2ux+uy =cu

u(x,0) = f(x)

Para a equação acima, as projeções das curvas características são dadas pory= k2xno caso em

quec= 0as curvas características mantêm sua forma ao incrementar os valores deyassim só se

desloca progressivamente Figura 1.20(a) mas no caso quec = 1os valores da função aumentam

conforme aumentam os valores a funçãoucomo podemos ver na Figura 1.21(a)

-10 -5 0 5 10 15 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1 -0.5 0 0.5 1 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características e Curva inicial

-6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 eixo x e ix o y

(b) Projeção das características

Figura 1.20:Solução da equação2ux+uy =cu, comc= 0e condição inicialu(x,0) = cosx

Exemplo1.11 Dada a equação

eyu

x+uy =cu

(45)

-10 -5 0 5 10 15 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -30 -20 -10 0 10 20 30 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características e Curva inicial

-6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 eixo x e ix o y

(b) Projeção das curvas características

Figura 1.21:Solução da equação2ux+uy =cu, comc= 1e condição inicialu(x,0) = cosx

Para a equação acima as projeções das curvas características são dadas pory= lnx+kno caso em que c = 0 as curvas características mantêm sua forma ao incrementar os valores de y, assim só se desloca progressivamente como mostra a Figura 1.22(a). Mas no caso que c = 1, a onda viajante incrementa seu alturaconforme incrementem-se os valores da funçãou como podemos ver na Figura 1.23(a)

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -10 1 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características e Curva inicial

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 eixo x e ix o y

(b) Projeção das curvas características

Figura 1.22:Solução da equaçãoeyu

(46)

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -30 -20 -10 0 10 20 30 eixo x eixo y e ix o z

(a) Curvas características e Curva inicial

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 eixo x e ix o y

(b) Projeção das curvas características

Figura 1.23:Solução da equaçãoeyu

x+uy =cu, comc= 1e condição inicialu(x,0) = cosx

1.6 Solução de EDPs Não Lineares pelo método das

ca-racterísticas

Um caso especial de equações não lineares são as equações quase-lineares que tem a forma

R1(x, y, u)ux+R2(x, y, u)uy =T(x, y, u)

para a solução das EDPs quase-lineares é possível usar o método das características impondo condições similares as equações lineares, podemos obter sua solução mediante um sistema dado por      dX

ds =R1

dY

ds =R2

dU

ds =T

Exemplo1.12 Seja a equação

uux+uy = 0

u(x,0) = f(x)

Sendof diferenciável, ao parametrizar a curva inicial por

x=t, y= 0, u=f(t)

(47)

     dX

ds =U X(0) =t

dY

ds = 1 Y(0) = 0

dU

ds = 0 U(0) =f(t)

daquiu=constante, então

U(s, t) = U(0, t) = f(t)

por outro lado sendo dX

ds =U =f(t)obtemos

X(s, t) = sf(t) +t

a sua vez como dY

ds = 1, obtemos queY(s, t) = s, e portanto

u=f(xyu).

Logo, considerando o caso particularu(x,0) = f(x) = x , e substituindo na solução

en-contrada temosu =(xyu)obtemosu= yx1, finalmente o gráfico desta solução é dado pela

Figura 1.24(a), 1.24(b)

(a) Solução parau(x,0) =−x

-6 -4 -2 0 2 4 6 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 -10 0 10 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características parau(x,0) =−x

Figura 1.24: Solução da equação uux+uy = 0com condição inicialu(x,0) =−x

Notamos que as curvas características giram em torno do origem, e que o movimento da onda não esta definido emy= 1.

No caso particular onde u(x,0) = f(x) = x, ao substituir na solução encontrada, temos u = xyu, logo u = y+1x , notamos que o movimento da onda não está definido em y = 1,

assim ao considerar o caso particular, ondey >1temos que o movimento de onda está definido,

(48)

(a) Solução parau(x,0) =x -6 -4 -2 0 2 4 6 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 -15 -10 -5 0 5 10 15 eixo x eixo y e ix o z

(b) Curvas características parau(x,0) =x

Figura 1.25:Solução da equaçãouux+uy = 0com condição inicialu(x,0) = x

Uma EDP quase-linear de primeira ordem pode ser expressa como segue

(R1, R2, T)·(ux, uy,−1) = 0

Dependendo do tipo de representação que se utilize para descrever a superfície propomos duas diferentes interpretações:

No caso que a representação seja explícita u = f(x, y)e sendo quep = ux, q = uy, o vetor

N = (p, q,1) representará o vetor normal à superfície, também poderíamos associar o campo

vetorialG: ΩR3, ondeΩR3 definido por

G(x, y, z) = (R1(x, y, u), R2(x, y, u), T(x, y, u))

que verificaN ·G = 0, indicando que o campo vetorialGé perpendicular ao vetor normal de u

em cada ponto.

Por outro lado se a superfície determina-se implicitamente pela equação S(x, y, z) = 0, seu vetor normal dado porN = (Sx, Sy, Sz)deve verificar

(R1, R2, T)·(Sx, Sy, Sz) = 0

Para uma curva inicial parametrizada(X(t), Y(t), U(t)), com vetor tangente(X′(t), Y(t), U(t)),

deverá existir um campo vetorialG = (G1, G2, G3)que contenha os vetores tangentes da curva

inicial, tal que o vetor tangente seja perpendicular ao vetor normal da superfície

Analisaremos agora o caso de uma EDP implícita de primeira ordem no caso geral. Para isso consideraremos uma equação diferencial parcial implícita de duas variáveis

(49)

onde p = ux, q = uy, cuja superfície solução contém uma curva característica inicial dada por

(X(t), Y(t), U(t)), sendoU(t) = u(X(t), Y(t))com vetores normais N = (P(t), Q(t),1)tal

quep=P(t), q=Q(t), temos que os vetores

(p, q,1) e (Fp, Fq, pFp+qFq)

são perpendiculares, mais ainda utilizando a definição de curva característica (Jonh, 1982;Rhee e Amundson, 1986;Debnath, 2012) é possível estabelecer o seguinte

     dX

dt =Fp

dY

dt =Fq

dU

dt =pFp +qFq

(1.18)

também derivando parcialmente a equação (1.1) em relação a suas variáveis obtemos

∂F ∂x ∂x ∂x+ ∂F ∂y ∂y ∂x + ∂F ∂u ∂u ∂x+ ∂F ∂p ∂p ∂x+ ∂F ∂q ∂q

∂x = 0

Fx+Fup+Fp

∂p

∂x +Fq

∂q

∂x = 0 (1.19)

∂F ∂y ∂x ∂y + ∂F ∂y ∂y ∂y + ∂F ∂u ∂u ∂y + ∂F ∂p ∂p ∂y + ∂F ∂q ∂q

∂y = 0

Fy+Fuq+Fp

∂p

∂y +Fq

∂q

∂y = 0 (1.20)

das equações (1.19) e (1.20) obtemos

Fp∂p∂x+Fq∂x∂q =−Fx−Fup

Fp∂y∂p+Fq∂y∂q =−Fy−Fuq

por outro lado usando a regra da cadeia

     dP dt = ∂p ∂X ∂X ∂t + ∂p ∂Y ∂Y ∂t = ∂p

∂xFp +

∂p ∂yFq

dQ dt = ∂q ∂X ∂X ∂t + ∂q ∂Y ∂Y ∂t = ∂q

∂xFp+

∂q ∂yFq

(1.21)

assim devido ao teorema de Schwartz

∂q

∂x =

∂ ∂x(

∂u

∂y) =

∂ ∂y(

∂u

∂x) =

(50)

da equação (1.21) deduzimos que

(

dP

dt =−Fx−pFu

dQ

dt =−Fy−qFu

(1.22)

portanto obtemos o sistema

               dX

dt =Fp

dY

dt =Fq

dU

dt =pFp+qFq

dP

dt =−Fx−pFu

dQ

dt =−Fy−qFu

(1.23)

este sistema obtido será denominado “sistema característico”.

Por outro lado, se para a EDP temos uma curva inicial a qual esta dada em forma paramétrica por(X(t), Y(t), U(t), P(t), Q(t)), esta curva deve verificar a equação diferencial e usando a regra da cadeia podemos estabelecer o seguinte

i) F(X(t), Y(t), U(t), P(t), Q(t)) = 0

ii) dUdt =P(t)X′(t) +Q(t)Y′(t) (1.24)

assim para achar uma curva característica usando uma curva inicial estaria descrito por

               dX

ds =Fp X(0) =X(t)

dY

ds =Fq Y(0) =Y(t)

dU

ds =pFp+qFq U(0) =U(t)

dP

ds =−Fx−pFu P(0) =P(t)

dQ

ds =−Fy−qFu Q(0) =Q(t)

(1.25)

ondeX(0, t) = X(t), Y(0, t) = Y(t), U(0, t) = U(t), P(0, t) = P(t), Q(0, t) = Q(t)verificam as condições (1.24 )

(51)

Exemplo1.13 Seja a equação

aux+uy = 0

u(x,0) =f(x)

F(x, y, u, ux, uy) =aux+uy = 0

comop=ux, q=uy a equação descreve-se como

F(x, y, u, ux, uy) =ap+q= 0

logo                dX

ds =a

dY

ds = 1

dU

ds =ap+q

dP

ds = 0

dQ

ds = 0

(1.26)

parametrizando a curva inicial temos(t,0, f(t)), logo

     dX

ds =a X(0) =t

dY

ds = 1 Y(0) = 0

dU

ds =aP +Q U(0) = f(t)

(1.27)

neste caso particular poderíamos integrar diretamente pois P(s, t) = P(s) constante,

Q(s, t) = Q(s) constantee mais ainda sendo dUds = 0 pela forma da equação concluímos que

U(s, t) = U(s)constante

Pelas condições(i),(ii)obtemos

aP(t) +Q(t) = 0

f′

(t) =P(t)·1 +Q(t)·0

assimP(t) =f′(t), Q(t) = af′(t)

               dX

ds =a X(0) =t

dY

ds = 1 Y(0) = 0

dU

ds =aP +Q U(0) =f(t)

dP

ds = 0 P(0) =f

(t)

dQ

ds = 0 Q(0) =−af

(t)

(1.28)

(52)

• X(s, t) = as+t

• Y(s, t) = s

• U(s, t) =f(t)

Portanto, sendo U(s, t) = f(X(s, t) aY(s, t)) e como U(s, t) = u(X(s, t), Y(s, t))), a solução éu(x, y) =f(xay). Para o caso particular em quea= 0.5ef(x) = e−x2

temos que

0.5ux+uy = 0

u(x,0) = e−x2

tem soluçãou(x, y) =e−(x−0.5y)2

Podemos visualizar a solução descrita nas Figuras 1.26(a), 1.26(b)

(a) Interface Marching tetrahedra (b) u(x, y) =e−(x−0.5y)2

Figura 1.26: Visualização da soluçãou(x, y) = e−(x−0.5y)2

usando Marching tetrahedra

Exemplo1.14 Seja a equação

(ux)2+ (uy)2 = 1

x2+y2 = 1, u= 0

F(x, y, u, ux, uy) = (ux)2+ (uy)2−1 = 0

comop=ux, q=uy a equação descreve-se como

(53)

logo                dX

ds = 2p

dY

ds = 2q

dU

ds = 2p2+ 2q2 dP

ds = 0

dQ

ds = 0

(1.29)

parametrizando a curva inicial temos (X(t), Y(t), U(t)) = (cos(t),sin(t),0) na projeção do

es-paçoR3, logo

     dX

ds = 2P X(0) = cos(t)

dY

ds = 2Q Y(0) = sin(t)

dU

ds = 2P2+ 2Q2 U(0) = 0

(1.30)

Pelas condições(i),(ii)obtemos

P(t)2+Q(t)2 = 1

0 =P(t)·sin(t) +Q(t)·cos(t)

obtemos duas possibilidades na solução do sistema não linear

a) P(t) = cos(t), Q(t) = sin(t)

b) P(t) =cos(t), Q(t) = sin(t)

tomando a possibilidade(a)

               dX

ds = 2P X(0) = cos(t)

dY

ds = 2Q Y(0) = sin(t)

dU

ds = 2P

2+ 2Q2 U(0) = 0

dP

ds = 0 P(0) = cos(t)

dQ

ds = 0 Q(0) = sin(t)

(1.31)

daqui

• X(s, t) = (2s+ 1) cos(t)

• Y(s, t) = (2s+ 1) sin(t)

(54)

X(s, t)2+Y(s, t)2 = (U(s, t) + 1)2

Portanto, a solução é x2 +y2 = (u+ 1)2. Analogamente para a possibilidade (b)a solução

estaria dada porx2+y2 = (1u)2

Podemos visualizar a solução descrita nas Figuras 1.27(a), 1.27(b)

(a) Interface Marching tetrahedra (b) x2+y2= (1−u)2

Figura 1.27:Visualização da soluçãox2+y2 = (1u)2usando Marching tetrahedra

Exemplo1.15 Seja a equação

(ux)2+uy +u= 0

u(x,0) =x

F(x, y, u, ux, uy) = (ux)2+uy+u= 0

comop=ux, q=uy a equação descreve-se como

F(x, y, u, ux, uy) =p2+q+u= 0

logo

       

      

dX

ds = 2p

dY

ds = 1

dU

ds = 2p

2+q

dP

ds =−p

dQ

ds =−q

(1.32)

(55)

     dX

ds = 2P X(0) =t

dY

ds = 1 Y(0) = 0

dU

ds = 2P

2+Q U(0) =t

(1.33)

Pelas condições(i),(ii)obtemos

P(t)2+Q(t) +U(t) = 0

1 =P(t)·1 +Q(t)·0

obtemos

P(t) = 1

Q(t) = (1 +t)

               dX

ds = 2P X(0) =t

dY

ds = 1 Y(0) = 0

dU

ds = 2P

2+Q U(0) =t

dP

ds =−P P(0) = 1

dQ

ds =−Q Q(0) =−(1 +t)

(1.34)

daqui

• P(s, t) = e−s

• Q(s, t) = (1 +t)e−s

• X(s, t) = 2se−s+t+ 2

• Y(s, t) =s

• U(s, t) = e−2s+ (1 +t)e−s

Portanto, a solução éu(x, y) = e2y + (x1)e−y.

(56)

(a) Interface Marching tetrahedra (b) u(x, y) =e2y+ (x1)e−y

(57)

2

Existência e unicidade da solução

Enunciaremos neste capítulo o teorema de Cauchy que estabelece as condições para garantir a existência e unicidade da solução de uma EDP implícita de primeira ordem.

Para estabelecer o Teorema generalizado usaremos a notação determinada como na equação (1.4), assim uma equação diferencial parcial implícita em duas variáveis é dada por

F(x1, x2, u, p1, p2) = 0

ondep1 =ux1, p2 =ux2, cuja superfície solução contém uma curva característica inicial dada por

(X1(t), X2(t), U(t)), sendoU(t) =u(X1(t), X2(t)), com vetores normaisN = (P1(t), P2(t),−1)

tal quep1 =P1(t), p2 =P2(t), os vetores

(p1, p2,−1) e (Fp1, Fp2, p1Fp1 +p2Fp2)

são perpendiculares, e o sistema característico está dado por

       

      

dX1

dt =Fp1

dX2

dt =Fp2

dU

dt =p1Fp1 +p2Fp2

dP1

dt =−Fx1 −p1Fu

dP2

dt =−Fx2 −p2Fu

(2.1)

(58)

Para determinar as soluções de um sistema característico, assumimos que

U(s, t) = u(X(s, t), Y(s, t))

assim conseguimos encontrar a solução, no entanto isso só é possível se verifica-se o teorema da função inversa.

Teorema da Função Inversa2.1 Assumindo queG:M RnRné uma função de classe C1e queJG(x0)6= 0ondeJ(G(x0))é o Jacobiano deGno pontox0. Então existe um conjunto

abertoV M comx0 ∈V e um abertoW ⊂Rn, comG(x0)∈W tal que

G:V W

é bijetora, e a função inversa

G−1 :W V

é de classeC1.

2.1 Teorema De Cauchy

Teorema2.2 Dada a equação diferencial implícita

F(x1, x2, u, ux1, ux2) = 0

ondeF C2(Ω), R2×R×R2 e|Fp1|+|Fp2| >0, sejamX10(t), X20(t)eU0(t)definidas

emI Rcom segunda derivada continua emI. SeP0

1(t), P20(t)tem primeira derivada continua

emI e satisfazem as seguintes condições

(i) Condições de banda

(

dU0

dt (t) = dX0

1

dt P

0 1(t) +

dX0 2

dt P

0 2(t)

F(X0

1(t), X20(t), U0(t), P10(t), P20(t)) = 0

(ii) Condições de transversalidade

det

" dX0

1

dt

dX0 2

dt

Fp1(X 0

1(t), X20(t), U0(t), P10(t), P20(t)) Fp2(X 0

1(t), X20, U0(t), P10(t), P20(t))

#

6

= 0

então existe uma única funçãoφdefinida porφ:V R,V R2 que verifica

          

F(x1, x2, φ(x1, x2), φx1(x1, x2), φx2(x1, x2)) = 0,∀(x1, x2)∈V

φ(X0

1(t), X20(t)) =U0(t)

φx1(X 0

1(t), X20(t)) =P10(t)

φx2(X 0

1(t), X20(t)) =P20(t)

(59)

Demostração: A prova deste teorema pode-se encontrar em (Ireneo, 1995).

2.2 Teorema de Cauchy generalizado

Uma Equação diferencial parcial implícita de primeira ordem emnvariáveis, comn3pode ser denotada como

F(x1, ..., xn, u, ux1, ..., uxn) = 0 (2.2)

ou equivalentemente

F(x1, ..., xn, u, p1, ..., pn) = 0 (2.3)

onde os pi denotam as derivadas parciaispi = ∂x∂ui, para simplificar a notação podemos denotar

x = (x1, x2, ..., xn)e∇u = (ux1, ux2, ..., uxn)ou equivalentemente p = (p1, p2, ..., pn), assim a

equação descreve-se como

F(x, u,u) = 0 (2.4)

ondeF C2 verifica

F : ΩRn×R×RnR

k∇pFk ≡ k(Fp1, ..., Fpn)k>0

num abertoΩ, comΩR2n+1, supondo queu:GRnRé solução de (2.4).

Analogamente ao teorema anterior, consideramos no espaço(n-1)- dimensional como dado

inicial, umasuperfície inicialdada em forma paramétrica por

xi =Xi(t1, ..., tn−1)

u=U(t1, ..., tn−1)

assim o sistema de equações diferenciais característico é generalizado como:

  

 

dxi ds =Fpi du

ds =

Pn

i=1piFpi pi

ds =−Fxi−piFu

(2.5)

derivando a equação (2.3) obtemos

dF

ds =

n

X

i=1

Fxi

dxi

ds +Fu

du

ds +

n

X

i=1

Fpi

dpi

(60)

logo para achar a solução paramétrica temos as condições iniciais

xi(t1, ..., tn−1,0) = Xi(t1, ..., tn−1)

u(t1, ..., tn−1,0) = U(t1, ..., tn−1)

(2.6)

para achar asncondições restantes temos que

pi(t1, ..., tn−1,0) = Pi(t1, ..., tn−1)

as condições iniciais (2.6) devem verificar a equação diferencial implícita (2.3) isto é

F(X1, ..., Xn, U, P1, ..., Pn) = 0

além disso

∂U ∂ti

=

n

X

j=1

Pj

∂Xj

∂ti

i= 1, ...n1

para simplificar a notação denotaremosx= (x1, x2, ..., xn)e∇u = (ux1, ux2, ..., uxn)ou

equiva-lentementep= (p1, p2, ..., pn)

Teorema2.3 SejaF tal queF C2(Ω)com R2n+1 verifica as hipóteses descritas,

consi-derando o problema de valor inicial

(

F(x, u,u) = 0

u(α(t)) =φ(t) tU (2.7)

temos que sendo

α :U Rn−1 R e φ :U R

funções com duas derivadas contínuas, tais queα(t0) = x0, φ(t0) =u0, p0 os dados iniciais tais

que,

1. F(x0, u0, p0) = 0

2. p0α

t(t0) =∇tφ(t0)

3. det(αt(t0)),∇pF(x0, u0, p0))6= 0

Então existeG, vizinhança dex0 emRne

u:GR

tal que

(

F(x, u(x),u(x) = 0 para x G

Imagem

Figura 1.6: Relação entre a solução de uma EDP e seus curvas características
Figura 1.8: Curva caraterística gerada pela curva característica inicial
Figura 1.13: Ondas viajantes não diferenciáveis notar a propagação da onda viajante nas Figuras 1.13(a), 1.13(b).
Figura 1.15: Curvas características e singularidade
+7

Referências

Documentos relacionados

6.1 Limitac¸o˜ es No desenvolvimento das metodologias para tratamento dos requisitos para uso do FPO em tempo real abordados na Dissertac¸a˜ o, algumas dificuldades foram encontradas:

Para que haja uma proteção solar adequada, é necessário saber quando lançar mão de filtro solar e de acessórios atra- vés do índice de radiação ultravioleta (IUV), sendo

Quando o corta-relvas não consegue encontrar a estação de carga após um determinado período de procura irregular, ele também começa a procurar os fios de guia e, após mais

As empresas descontarão dos integrantes da categoria profissional, para fazer frente às despesas da campanha salarial 2015, o valor correspondente a um dia de

As organizações passaram, com o tempo, a entender a questão da qualidade na sua essência mais ampla, empregando-a não apenas como parâmetro, mas como norteador dos

ADRIANO CARIBÉ. RESOLUÇÃO: PROFESSORA MARIA ANTÔNIA C. GOUVEIA Questão 01. Maria deve criar uma senha de 4 dígitos para sua conta bancária. Contudo, supersticiosa, Maria não

Deste modo, podemos indicar o número de espécies que é assinalada em cada um dos quartis ou decis, como uma medida sumarizadora e discriminante, bem como altamente informativa com

Embora as leis sejam claras e objetivas com relação ao atendimento dos alunos com deficiência, a realidade vivida e enfrentada pelos profissionais que atuam