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GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801)

EMPREGO DE Trichoderma spp. NO CONTROLE DE Sclerotinia sclerotiorum E NA PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO VEGETATIVO NAS CULTURAS DE GIRASSOL

E SOJA

Roni Fernandes Guareschi1, Adriano Perin2, Dirceu macagnan3, Alexandre Tramontini2, Paulo Roberto Gazolla2

RESUMO: O trabalho objetivou avaliar o efeito do Trichoderma spp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum em girassol e soja, bem como o seu potencial de indução de crescimento radicular e de

parte área das culturas. Foram conduzidos dois experimentos, sendo um com a cultura do girassol e outro com soja, ambos em delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos para os dois experimentos foram: solo esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.; solo não esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.; solo esterilizado com inoculação de

Trichoderma spp.; e solo não esterilizado com inoculação de Trichoderma spp. A inoculação de Trichoderma spp. foi via tratamentos de sementes (200 mL para 50 kg de sementes) e aplicação via

solo (1 L ha-1) aos 10 dias após a emergência. Foi avaliado a incidência de sintomas de mofo branco (causada pela fungo Sclerotinia sclerotiorum), e massa fresca e seca da parte aérea e de raízes aos 15, 30, 45 e 60 dias após a emergência. Não foi encontrada incidência de mofo branco nas culturas. Neste experimento, a aplicação de Trichoderma spp. promoveu maior crescimento de parte aérea e raízes da cultura do girassol e da soja.

Palavras-chave: Mofo branco, biocontrole, produção de biomassa.

USE OF Trichoderma spp. IN CONTROL OF THE Sclerotinia sclerotiorum AND GROWTH PROMOTION VEGETATIVE CULTURES OF SOYBEAN AND SUNFLOWER ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the effect of Trichoderma spp. in control of Sclerotinia sclerotiorum in sunflower and soybean, as well as its potential for induction of shoot and

root growth of the crops. Two trials were conducted, one with the culture of sunflower and another with soybean, both in a completely randomized design with 4 treatments and 4 replicates. The treatments for both trials were: sterilized soil without inoculation with Trichoderma spp.; non-sterilized soil without inoculation with Trichoderma spp.; non-sterilized soil inoculated with Trichoderma spp.; and non-sterilized soil inoculated with Trichoderma spp. The inoculation of Trichoderma spp. was done by seed treatment (200 mL to 50 kg of seeds) and applied via soil (1 L ha-1) at 10 days after emergence. We evaluated the incidence of white mold (caused by Sclerotinia sclerotiorum), and fresh mass and dry matter of shoots and roots at 15, 30, 45 and 60 days after emergence. There was no incidence of white mold in sunflower and soybean. In this experiment, the application of Trichoderma spp. promoted greater growth of shoots and roots of sunflower and soybean.

Keywords: White mold, biocontrol, biomass yield.

___________________________________________________________________________

1

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto de Agronomia, Departamento de Solos – UFRRJ – Depto de Solos, BR 465, Seropédica, Rio de Janeiro (RJ). CEP: 23851-970. *E-mail: roniguareschi@gmail.com. Autor para correspondência.

2.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Rio Verde. Rod. Sul Goiana, km 01, Zona Rural, Caixa Postal 66, Rio Verde (GO). CEP: 75901-970.

3

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília Campus Planaltina, Rod. DF 128, Km 21, Brasília (DF). CEP: 73380-900.

(2)

INTRODUÇÃO

O fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib de Bary) é considerado um dos patógenos fúngicos mais importantes no mundo e está distribuído em todas as regiões produtoras, sejam elas temperadas, subtropicais ou tropicais (LEITE et al., 2000), com pelo menos, 408 espécies de plantas hospedeiras (BOLAND & HALL, 1994).

O patógeno Sclerotinia sclerotiorum é difícil de ser controlada em razão da agressividade, dispersão e a longa resistência dos escleródios no solo (HUANG, 1980). Existem, porém, mais de 30 espécies de fungos e de bactérias com efeitos antagônicos a Sclerotinia sclerotiorum, os quais parasitam escleródios e previnem sua formação, ou reduzem a germinação carpogênica e, com isso, acarretam uma redução do potencial de inóculo (MORETINI & MELO, 2007). Os sintomas característicos da doença são a necrose no caule, ou haste e murchamento seguido da seca das folhas, enquanto que os sinais são o crescimento de micélio cotonoso e branco na superfície dos tecidos lesionados e a presença de inúmeros escleródios pretos e de formato irregular (KIMATI et al., 1997).

Entre os fungos antagonistas a esse patógeno destacam-se aqueles pertencentes ao gênero Trichoderma. Espécies do gênero

Trichoderma têm sido consideradas por

muitos autores como promotoras de crescimento de plantas (HARMAN, 2000; HARMAN et al., 2004) e tem-se observado o potencial de isolados desse microrganismo na melhoria da germinação de sementes (HOWEL, 2007).

O gênero Trichoderma atua como agente de controle biológico, por meio de diferentes mecanismos. Dentre estes, se destaca o antagonismo, especialmente por

meio do parasitismo das hifas do patógeno, a competição por nutrientes e espaço e indiretamente por meio de modificações das condições ambientais e a promoção do crescimento das plantas (BENITEZ et al., 2004). O gênero Trichoderma possui uma distribuição bastante ampla ocorrendo no mundo inteiro, em quase todos os tipos de solos e outros habitats naturais, especialmente, naqueles que contém ou consistem de matéria orgânica (HOWELL, 2003). Por tratar-se de um micoparasita necrotrófico, apresenta grande eficácia no controle de inúmeros fungos fitopatogênicos (WIDYASTUTI et al., 2001).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do Trichoderma spp. no controle de

Sclerotinia sclerotiorum, sob o cultivo de

girassol e soja, bem como avaliar seu potencial de indução de crescimento radicular e de parte área dessas oleaginosas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação, de setembro a novembro de 2008, no município de Rio Verde, Sudoeste de Goiás. Para a instalação do experimento, utilizou-se a cultura da soja e girassol em vasos com capacidade de 3,5 e 7,5 kg de terra, respectivamente.

O solo utilizado foi retirado da Fazenda Montividiu Tiuba, localizada na rodovia GO 174, km 47, município de Montividiu, GO, no qual apresentava grande quantidade de inóculo de S. sclerotiorum. Foi feita a análise da fertilidade e textura do solo no Laboratório de Solos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano -

Campus Rio Verde-GO, seguindo

metodologia da EMBRAPA (1997), e os valores encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 - Análise química e física do solo por ocasião da implantação dos experimentos

Profundidade P MO pH K+ Ca++ Mg V Areia Silte Argila cm mg dm-³ g dm-³ água cmolc dm-³ % g kg-1

(3)

Foi adotado um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: 1) solo esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.; 2) solo não esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.; 3) solo esterilizado com inoculação de

Trichoderma spp.; 4) solo não esterilizado

com inoculação de Trichoderma spp. Os tratamentos foram aplicados em dois experimentos, um com a cultura do girassol e outro com soja.

A esterilização do solo foi feita por autoclavagem sob temperatura de 120 oC durante duas horas. Para assegurar a presença de inóculo de S. sclerotiorum nos vasos, foi adicionado quatro escleródios por vaso, os quais apresentaram 75 % de viabilidade. Para determinação da viabilidade dos escleródios, foi realizado um teste em condições controladas, onde os escleródios foram submetidos à assepsia (três minutos em álcool a 50 % e três minutos em hipoclorito de sódio a 1 %), e depois de enxaguados em água esterilizada, logo após foram incubados três escleródios por placa, contendo meio de BDA (batata-dextrose-ágar) com estreptomicina. Os escleródios permaneceram por um período de sete dias a 25 oC (12 horas luz/ 12 horas escuro), e ao final dos sete dias foi determinada a porcentagem de germinação miceliogênica dos escleródios (FERRAZ et al., 2003).

A semeadura e adubação foram realizadas em 24/09/2008. As sementes de girassol (Híbrido Guará) e soja (M-SOY 8008) foram tratadas com Cruizer® (thiamethoxam), na dosagem de 105 gramas de ingrediente ativo (g.i.a.) para 100 kg de sementes. Posteriormente, a essa aplicação, as sementes de soja foram inoculadas com

Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079).

Foram distribuídas 10 sementes por vaso. Utilizou-se uma adubação por vaso equivalente a 300 kg ha-1 do adubo 02:20:18 (N:P:K) para ambas as culturas. Aos sete dias após a emergência (DAE), foi realizado o desbaste, deixando quatro plantas por vaso. Aos 20 DAE, foi realizado uma adubação nitrogenada de cobertura na cultura do

girassol com 60 kg ha de nitrogênio (N), utilizando ureia como fonte fertilizante.

O inóculo de Trichoderma spp. utilizado foi proveniente do produto comercial StimuControl TS®, o qual apresenta concentração de 4,9 x 109 unidades formadoras de colônia/mL do produto. Seguindo a recomendação do fabricante, foi realizada a inoculação de Trichoderma spp. via tratamento de sementes (200 mL do produto comercial para 50 kg de sementes) e duas aplicações foliares, ambas na dose de 1 L ha-1 de do produto comercial, realizadas aos 10 e aos 40 DAE.

As avaliações constaram da incidência de sintomas de mofo branco a cada 15 dias, realizada por meio da porcentagem de plantas com sintomas em relação ao total de plantas sem sintomas. Para a detecção dos sintomas nas culturas, foram avaliados o terço médio das plantas, e a haste principal, pecíolos, folhas, vagens e aquênios, além da observação da presença de lesões encharcadas nos órgãos afetados, de coloração parda e consistência mole, com micélio branco de aspecto cotonoso, cobrindo porções dos tecidos.

Foi determinada também a massa fresca e seca da parte aérea e de raízes aos 15, 30, 45 e 60 DAE. Essas avaliações constaram da colheita, separação da parte aérea e raízes, lavagem em água corrente e após esses procedimentos tais partes foram pesadas para determinação da produção de massa fresca e em seguida, colocadas em estufa de ventilação forçada de ar a 65 °C, por 72 horas, e posteriormente a parte aérea e as raízes foram pesadas para determinação da massa seca.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5 % de probabilidade, utilizando o programa estatístico SAEG versão 9.1 (SAEG, 2007). Para uma melhor interpretação os resultados e discussões foram divididos em duas partes, onde será apresentada separadamente cada cultura.

(4)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi encontrada incidência de sintomas de mofo branco em nenhuma das épocas de avaliação do experimento tanto na cultura do girassol como da soja.

Atribui-se esses resultados as elevadas temperaturas (acima de 28 ºC) ocorridas durante a condução do experimento. Leite et al. (2000) destaca que a temperatura ótima para o desenvolvimento do micélio situa-se entre 18 ºC e 25 ºC. Aliado ao fator anterior, o tempo de execução do experimento (60 dias) pode não ter sido suficiente para que houvesse a infecção das plantas e a

manifestação de sintomas do mofo branco, já que esta doença apresenta seus sintomas mais marcantes no final do ciclo das culturas. a) Cultura do girassol (híbrido Guará)

Observou-se que aos 15 DAE, os tratamentos 2 e 4 foram estatisticamente iguais e obtiveram as maiores produções de massa fresca (MF) e massa seca (MS) do girassol (Tabela 2). Já os tratamentos 1 e 3 embora serem similares, apresentaram menor produção de MF e MS.

Tabela 2 - Produção de massa fresca (MF) e seca (MS) de parte aérea (g/planta) da cultura do girassol dos 15 aos 60 DAE

MF MS MF MS MF MS MF MS

Tratamentos ----(15 DAE)--- ---(30 DAE)--- ---(45 DAE)--- ---(60 DAE)----

1 5,64 b* 0,54 b 26,30 c 3,27 b 68,5 b 13,07 b 76,89 b 14,07 b

2 11,91 a 0,98 a 43,41 a 4,35 a 88,25 a 16,09 a 99,02 a 20,27 a

3 6,22 b 0,63 b 34,95 b 3,90 a 87,63 a 15,78 a 98,22 a 19,02 a

4 10,85 a 0,90 a 36,43 b 4,38 a 89,72 a 16,37 a 99,70 a 20,75 a

C.V (%) 9,26 14,72 7,66 6,46 6,75 5,14 7,01 7,25

* Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Não houve diferença na utilização do

Trichoderma quando compara com solo não

esterelizado, e isso é devido à complexa interação da microbiota do solo gerando grande número de produtos que promovem melhores condições de crescimento e desenvolvimento das plantas. Ademais, ao comparar os tratamentos 2 e 4, percebe-se que a utilização do Trichoderma não promoveu melhoria no acumulo de MS da parte aérea do girassol. Os resultados mostram a importância da microbiota do solo no desenvolvimento das plantas de girassol, pois ao comparar o tratamento 2 com o tratamento 1, onde a diferença entre os mesmos é a esterilização do solo, pode-se observar 52,61 % a mais de produção de MF do tratamento 2 (solo não esterilizado) em relação ao tratamento 1 (solo esterilizado).

Os microrganismos são responsáveis por diversas transformações químicas envolvidas no processo de ciclagem de nutrientes às plantas. A produção agrícola pode ser influenciada pelos microrganismos de diferentes maneiras, sendo uma delas a promoção do crescimento de plantas (SOTTERO, 2003). A fertilidade do solo está estreitamente relacionada com a biomassa microbiana do solo, desta forma quanto melhor for a atividade microbiana do solo, melhor será o desenvolvimento das plantas (SCHOLLES & VARGAS, 2000).

O Trichoderma spp. aplicado junto às sementes em solo esterilizado (tratamento 3) mostrou comportamento semelhante ao tratamento 1 (solo não esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.) na avaliação de MF e MS realizada aos 15 DAE

(5)

(Tabela 2). Desta forma, pode-se inferir que nos primeiros 15 dias, o fungo não estimulou o crescimento das plantas.

Esse resultado pode ter ocorrido devido ao pequeno tempo de permanência do

Trichoderma spp. no solo, ou a dose aplicada

via semente foi insuficiente para promover um rápido crescimento de parte aérea. Esses resultados estão de acordo com Harman (2000) onde menciona que a promoção do crescimento de plantas depende da concentração, idade de inóculo, bem como das condições edafoclimáticas e fisiológicas, sendo que em condições ótimas, o efeito do

Trichoderma spp. pode ser menor.

Aos 30 DAE, a produção de MF do tratamento 2 foi superior aos demais, enquanto que o tratamento 3 e 4 foram similares e superiores ao tratamento 1. Já a produção de MS obtida aos 30, 45 e 60 DAE nos tratamentos 2, 3 e 4 foram estatisticamente iguais e superiores ao tratamento 1 (Tabela 2).

De acordo com estes resultados, observa-se que a aplicação de Trichoderma spp. em solo esterilizado (tratamento 3) promoveu acúmulo de MS semelhante ao tratamento 2 (Solo não esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.), demonstrando desta forma a importância deste fungo para o desenvolvimento do girassol. Esses resultados estão de acordo com Kleifeld e Chet (1992), ao afirmarem

que respostas à aplicação de Trichoderma spp. podem ser caracterizadas por aumentos significativos na área foliar e na MS das plantas. Melo (1998) ressalta que a promoção de crescimento de plantas por fungos pode envolver produção de hormônios vegetais, síntese de vitaminas, absorção e translocação de minerais, e controle de patógenos.

Pode-se inferir com base no tratamento 2 (Solo não esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.), que a área onde foi coletado o solo para o desenvolvimento do experimento confere grande diversidade e estabilidade da microbiota edáfica, já que esse tratamento confere os maiores valores de MF e MS mesmo na ausência de aplicação de

Trichoderma spp. Entretanto, quando este

solo passa por esterilização (tratamento 1), o mesmo perde sua capacidade de estimular o crescimento vegetativo. A superioridade do tratamento 2 em relação ao tratamento 1, pode ser explicada pela ação dos microrganismos do solo que são os principais agentes da ciclagem de nutrientes, e através de associações simbióticas que promovem maior eficiência na aquisição de água e nutrientes às plantas.

A promoção de crescimento radicular da cultura do girassol apresentou diferenças significativas (p < 0,05) entre os tratamentos em ambas as épocas de avaliação (Tabela 3).

Tabela 3 - Produção de massa fresca (MF) e seca (MS) de raízes (g/planta) da cultura do girassol dos 15 aos 60 DAE

MF MS MF MS MF MS MF MS

Tratamentos ----(15 DAE)--- ---(30 DAE)--- ---(45 DAE)--- ---(60 DAE)----

1 1,35 c* 0,41 b 11,31 b 5,82 b 19,06 b 9,09 b 20,88 b 13,02 b

2 3,68 a 1,44 a 14,68 b 7,10 b 19,14 b 9,47 b 21,00 b 13,22 b

3 2,29 bc 0,84 ab 27,77 a 11,97 a 25,02 a 14,55 a 24,02 a 16,78 a

4 2,98 ab 1,13 a 19,18 b 10,56 a 24,50 a 14,05 a 23,88 a 16,92 a

C.V (%) 17,40 10,01 19,76 9,47 10,48 9,32 11,15 10,02

* Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Aos 15 DAE, as maiores produções de MS de raiz foram obtidas nos tratamentos 2 e

4, e os menores valores no tratamento 1 (Tabela 3). Observa-se, a partir dos 30 DAE,

(6)

o destaque do tratamento 3 na produção de MF e MS de raiz de girassol (híbrido Guará), promovendo um crescimento radicular semelhante ao tratamento 4, demonstrando a capacidade de promoção radicular pelo

Trichoderma spp. Outros trabalhos também

mostram a capacidade de Trichoderma spp. em promover o crescimento de raízes em diferentes culturas (KLEIFELD & CHET, 1992; HARMAN, 2000).

Os tratamentos 3 e 4 (com aplicação de Trichoderma spp.) apresentaram, em média, valores de 22,40% e 23,04% superiores na MS de raízes, respectivamente, quando comparados ao tratamento 1, na avaliação realizada aos 60 DAE. Comportamento similar foi obtido por Resende et al. (2005), ao constatarem que o emprego de um isolado de Trichoderma

harzianum em plantas de milho conferiu

maior acúmulo de MS radicular.

A capacidade de promoção de crescimento radicular do Trichoderma spp. à cultura do girassol obtida nesse trabalho, pode proporcionar vantagens, pois esta

oleaginosa apresenta ampla adaptação a diversos ambientes, podendo tolerar temperaturas baixas e períodos de estresse hídrico, em função principalmente do seu sistema radicular profundo e altamente ramificado (EMBRAPA SOJA, 2005). Desta forma, o aumento do volume de raízes proporcionado pelo Trichoderma spp, torna-se uma grande vantagem para resistir a um possível estresse hídrico, já que na região de cerrado, onde o girassol é cultivado em safrinha, é grande a probabilidade de ser submetido a estresse hídrico, e a possibilidade da cultura apresentar maior volume de raízes, faz com que o estresse seja atenuado.

b) Cultura da soja (variedade M-SOY 8008)

A aplicação de Trichoderma spp. na cultura da soja, conferiu respostas significativas na 4 épocas de avaliações para a produção de MF e MS (Tabela 4).

Tabela 4 - Produção de massa fresca (MF) e seca (MS) de parte aérea (g/planta) da cultura da soja dos 15 aos 60 DAE

MF MS MF MS MF MS MF MS

Tratamentos ----(15 DAE)---- ---(30 DAE)--- ---(45 DAE)--- ---(60 DAE)----

1 7,45 b* 0,91 c 24,64 b 4,04 b 52,33 b 10,87 b 68,45 b 29,32 b

2 8,13 b 1,83 b 36,18 ab 7,00 a 68,47 ab 13,31 ab 92,06 a 42,87 a

3 8,57 b 1,83 b 34,32 ab 6,49 a 69,55 a 15,29 a 100,25 a 45,98 a

4 11,35 a 2,03 a 43,93 a 6,80 a 73,32 a 13,97 ab 99,78 a 46,28 a

C.V (%) 13,44 3,95 15,82 10,87 11,74 12,32 10,43 8,32

* Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

O tratamento 3 (solo esterilizado com inoculação de Trichoderma spp.) conferiu, em todas as avaliações, valores significativamente similares ao tratamento 2 (solo não esterilizado sem inoculação de

Trichoderma spp.) (Tabela 4). Segundo

Altomare et al. (1999), as espécies de

Trichoderma estão entre os microrganismos

mais comumente estudados como agentes de

biocontrole que apresentam, também, atividade de promoção de crescimento.

Quanto ao crescimento radicular da soja (Tabela 5), nota-se que nas primeiras avaliações (15 e 30 DAE), o tratamento 3 (solo esterilizado com inoculação de

Trichoderma spp.) não diferiu do tratamento

2 (solo não esterilizado sem inoculação de

Trichoderma spp.). Já nas demais épocas (45

(7)

proporcionou aumento de 23,70% e 44,90% na MS de raízes, quando comparado ao tratamento 1 (solo esterilizado sem inoculação de Trichoderma spp.), respectivamente. Esses resultados são semelhantes aos obtidos por Harman (2000)

que encontrou maior crescimento de raízes de soja tratadas com Trichoderma spp. Da mesma forma, Fortes et al. (2007) observou aumento da porcentagem de enraizamento das microestacas de eucalyptus sp. quando submetidas a aplicação de Trichoderma spp. Tabela 5 - Produção de massa fresca (MF) e seca (MS) de raízes (g/planta) da cultura da soja

dos 15 aos 60 DAE

MF MS MF MS MF MS MF MS

Tratamentos ----(15 DAE)--- ---(30 DAE)--- ---(45 DAE)--- ---(60 DAE)----

1 8,36 b* 2,63 c 26,35 b 13,28 b 44,99 c 18,89 c 62,15 c 31,48 c 2 9,27 b 4,77 ab 35,66 a 20,56 a 64,80 b 32,15 b 85,42 b 43,59 b 3 9,35 b 4,29 b 36,26 a 19,09 a 84,13 a 44,48 a 100,03 a 57,13 a 4 10,85 a 5,43 a 36,51 a 20,96 a 87,75 a 46,43 a 105,23 a 58,54 a C.V (%) 6,90 7,76 7,52 9,06 3,83 3,89 8,09 9,59

* Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

CONCLUSÕES

Não foram evidenciados sintomas de

Sclerotinia sclerotiorum em girassol e soja,

dificultando, com isso a avaliação da ação do

Trichoderma spp. no controle biológico da

doença.

Nas condições do experimento, a aplicação de Trichoderma spp. promoveu crescimento de parte aérea e raízes de girassol e soja.

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Referências

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