SISTEMA LÍMBICO
“Is emotion a magic product, or is it
a physiologic process which
depends on an anatomic
mechanism?”
J.W. Papez, 1937
A palavra
emoção
deriva
do latim movere, mover,
por em movimento.
É essencial compreender
que a emoção é um
movimento de dentro para
fora, um modo de
comunicar os mais
importantes estados e
necessidades internas.
EMOÇÃO:
experiência
subjetiva
acompanhada de
manifestações
fisiológicas
detectáveis.
Nesse seu livro, Darwin afirma
que
algumas
de
nossas
expressões de sentimentos são
resquícios
herdados
de
antepassados
primitivos
comuns
tanto
ao
homem
quanto
a
outros
animais.
Fig 2. Comparação das expressões humanas de sorriso e gargalhada com as manifestações de exibição dos
TEORIAS DA EMOÇÃO
•
TEORIA DE JAMES-LANGE (1884):
experimentamos a
emoção em resposta a alterações fisiológicas em nosso
organismo. O sentimento surge quando a expressão corporal
daquela resposta emocional chega à consciência.
“
Que tipo de emoção de medo restaria
se nem a sensação de batimentos
cardíacos acelerados, nem de
alteração na respiração, se nem o
tremor nos lábios, nem fraqueza nas
pernas, se nem a pele arrepiada nem
as alterações viscerais estivessem
presentes, me é impossível pensar…
Eu digo que, para nós, a emoção
dissociada de todas alterações no
organismo é inconcebível”.
TEORIAS DA EMOÇÃO
•
TEORIA DE JAMES-LANGE (1884):
experimentamos a
emoção em resposta a alterações fisiológicas em nosso
organismo. Ex.: Sentimo-nos tristes porque choramos.
• TEORIA DE CANNON-BARD (1927):
a
experiência
emocional pode ocorrer independentemente de uma expressão
emocional.
Estou com hipoglicemia e muita fome Estou nervoso. É meu primeiro encontro.. Estou com medo. Nunca viajei de avião..
Teoria Cognitiva de Schachter (1975)
Estímulo (cobra) Emoção particular é experimentada (medo) Respostas autonômicas contribuem para a intensidade da experi-ência emocional Estímulo (visão)Emoção experimentada afetará interpretações futuras do estímulo e a continuidade do alerta autonômico.
Contexto (perigo)
Descarga Autonômica Geral
feedback
Percepção/ Interpretação
Quantas
Emoções
Experimentamos?
felicidade tristeza expectativa afeto raiva nojo surpresa medo alegria alerta consideração aborrecimento tédio melancolia apreensão distração aflição repugnância espanto adoração êxtase vigilância fúriaFigura 15.2: Emoções Básicas. Nesse esquema
Quantas emoções diferentes
podem ser detectadas nas
Expressões Faciais Universais
de Emoção
raiva felicidade nojo
raiva tristeza felicidade medo
nojo surpresa desprezo constrangimento
Expressão Emocional
Inata ou Aprendida?
Guillaume Duchenne de Boulogne (1806-1875) foi o primeiro a utilizar a estimulação elétrica transcutânea de músculos da face, e documentou fotograficamente a expressão facial resultante para cada combinação muscular. Em suas fotografias históricas, ele sempre aparecia ao lado de seu sujeito
Estimulação Elétrica Transcutânea
– Faradização
(Duchenne de Boulogne, 1862)
Identificação de músculos,
como o orbicularis oculi, que
não
pode
ser
ativado
voluntariamente, mas apenas
“acionado
pelas
doces
Figura 15.5 – um modelo para expressões faciais emocionais através das culturas. As culturas estabelecem regras para a expressão facial. Assim, somos
Enquanto a
experiência
subjetiva da emoção
pode depender de
um córtex cerebral
intacto, o mesmo
não acontece com a
expressão de
comportamentos
emocionais
coordenados,
ficando esta última
função a cargo de
estruturas
Hipotálamo estimula a hipófise anterior para liberar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) na circulação e estimula também o sistema nervoso simpático
Os brônquios se abrem para permitir melhor oxigenação Coração bate mais rápido e contrai com mais força A glicose aumenta no sangue e o sistema digestório fica mais lento
Estimuladas pelo ACTH, as glândulas supra-renais liberam cortisol para ativar órgãos vitais; ocorre também aumento na secreção de adrenalina e noradrenalina pelo aumento da
atividade simpática Os vasos sanguíneos da superfície da pele se contraem, deixando a pele pálida e, se houver lesão, a coagulação fica mais rápida
SISTEMA LÍMBICO
•
Terminologia cunhada por Paul MacLean (1952);
Componentes do sistema
límbico:
• Giro do cíngulo
• Hipotálamo
• Amígdala
• Córtex pré-frontal orbital e medial
• Núcleo mediodorsal do tálamo
A EVOLUÇÃO DO SISTEMA
LÍMBICO
O cérebro trino de MacLean:
• Cérebro Primitivo
(cérebro
dos répteis, arquipálio);
• Cérebro Intermediário
(cérebro dos mamíferos
inferiores, paleopálio);
CÉREBRO PRIMITIVO
• É constituído principalmente pela porção alta
do tronco encefálico (substância reticular,
mesencéfalo e núcleos da base);
• Importante na procriação, predação, instinto
de território e no modo de vida em sociedade;
• Importante também na regulação visceral e
glandular e contém o aparato destinado a
manter o animal em vigília ou em estado de
sono;
RÉPTIL Estímulos ambientais Comportamento de sobrevivência Hipotálamo + Tronco encefálico
CÉREBRO INTERMEDIÁRIO
• Corresponde ao sistema límbico;
• É
responsável
pelo
comportamento
emocional;
RÉPTIL Estímulos ambientais Comportamento de sobrevivência Hipotálamo + Tronco encefálico
Estímulos sensoriais específicos
Estímulos
ambientais Sistema Límbico Comportamento de
sobrevivência
MAMÍFERO PRIMITIVO
EMOÇÕES: aumentou a eficiência dos mecanismos de sobrevivência
CÉREBRO RACIONAL
• Corresponde ao neocórtex;
RÉPTIL Estímulos ambientais Comportamento de sobrevivência Hipotálamo + Tronco encefálico
Estímulos sensoriais específicos
Estímulos
ambientais Sistema Límbico Comportamento de
sobrevivência
MAMÍFERO PRIMITIVO
EMOÇÕES: aumentou a eficiência dos mecanismos de sobrevivência
Medo ou prazer Comportamento de sobrevivência Estímulos ambientais PRIMATAS (humano)
RACIONALIZAÇÃO (Cultura) + emoções
Neocórtex Sistema Límbico
Medo ou prazer Livre arbítrio
“Embora haja uma relação
hierárquica e uma
interdepen-dência funcional, cada cérebro
apresenta certa autonomia
funcional e responde por
funções relativamente
específicas.”
O primeiro indício científico que relacionava o córtex
frontal com respostas emocionais surgiu por acaso; por volta
dos anos de 1850,
Phineas Gage,
um trabalhador das
estradas de ferro, sofreu um sério acidente com explosivos
que lhe extirpou a parte anterior de seu cérebro, incluindo o
lobo frontal; embora tenha mantido as capacidades básicas
que lhe permitiam levar uma vida razoavelmente bem,
Phineas Gage se tornou outra pessoa; antes do acidente era
tido como um homem sério, trabalhador, responsável e rígido
em suas convicções; após o acidente, ele se tornou infantil,
irresponsável e desatento com os
outros, incapaz de planejar e
executar ações simples, seus atos
pareciam ser inconstantes e
Síndrome de Klüver-Bucy
LESÃO BILATERAL DO LOBO TEMPORAL,
incluindo a remoção da amígdala, giro-parahipocampal e
hipocampo
- AGNOSIA VISUAL: incapacidade de reconhecer objetos
familiares.
- HIPERORALIDADE E PERVERSÃO DO APETITE:
levar à boca qualquer objeto, indiscriminadamente, e
ingerí-lo.
-
COMPORTAMENTO
SEXUAL
ALTERADO:
masturbação e hiperatividade sexual
- MUDANÇAS EMOCIONAIS: não tinham medo de
mais
nada,
mesmo
aos
predadores
naturais
e
AMÍGDALA discrimina estímulos associados ao medo e alerta o organismo; disparador do medo e ansiedade
LESÃO BILATERAL DA AMÍGDALA EM HUMANOS
MUDANÇAS EMOCIONAIS
- Ignora as expressões de medo e de ira nas outras pessoas
- Diminui a agressividade
- Não sente medo ou ansiedade
Esboços feitos por S.M. uma
paciente que sofre da doença de
Urbach-Wiethe
(que
ocasiona
calcificação
das
amígdalas)
quando
lhe
foi
pedido
que
desenhasse expressões faciais de
emoção.
Neste experimento, fotografias de faces representando graus crescentes de emoção (A) foram apresentadas a um indivíduo durante a medida (B) e o registro da imagem (C) do seu fluxo sanguíneo cerebral através de ressonância magnética funcional. Observou-se que a amígdala esquerda se apresenta mais ativa(C), e que sua atividade, medida pelo fluxo sanguíneo local, é proporcional ao grau de emoção veiculado pelo estímulo (B).
A amígdala recebe aferências de todo o neocórtex, do giro do cíngulo e do
hipocampo.
Mecanismo neural da aprendizagem afetiva
Via cortical e subcortical no
processamento emocional
• Via tálamo-amígdala:
é importante nas
situações
que
requerem
respostas
rápidas. A falha em responder ao perigo é
mais
custosa
do
que
responder
inapropriadamente ao início do estímulo;
The fMRI showing the neural switches between the
vmPFC and PAG associated with distal and proximal
threat (Mobbs and Kim, 2015).
distant
Proximal
Distal=vmPF
C
Cortéx pré-frontal ventromedial: está envolvido na associação
NOS DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE, A AMÍGDALA EXAGERA NA RESPOSTA DO MEDO A = amígdala A Resposta ao medo exagerada
Pânico, fobias, etc.
Agorafobia
Síndrome do pânico
Estresse pós-traumático
NOS DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE AMÍGDALA FOGE DO CONTROLE DO LOBO PRÉ-FRONTAL
-
Lobo pré-frontal
Amígdala
Em condições normais a amígdala avalia o grau de ameaça do estressor e organiza as respostas emocionais relacionadas com o medo
Normalmente o lobo pré-frontal tem ação freadora nas respostas da amígdala
Formas de agressão
Agressão predatória
Ataques dirigidos a membros de outras espécies com o propósito de obter alimento.
EXPRESSÃO VISCERAL pouco evidente EXPRESSÃO SOMÁTICA golpes rápidos e mortais precisamente dirigidos.
Agressão interespecífica ou afetiva
Ataques dirigidos a membros da própria espécie em contextos de competição por recursos.
EXPRESSÃO VISCERAL ativação simpática generalizada
EXPRESSÃO SOMÁTICA cheia de mensagens (abaixamento de orelha, vocalizações,
Estabelecimento de hierarquia Manutenção da hierarquia Dominante Submisso Lesão bilateral da amígdala do dominante Agressividade Rebaixamento na hierarquia social
PRAZER
Área tegmentar Ventral (PAG) N. acumbens Córtex pré-frontal DA DA
Locais onde o rato realiza auto-estimulaçao