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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA - INC CURSO DE BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA SAMIELY ARCANJO SEBASTIÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA - INC CURSO DE BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA

SAMIELY ARCANJO SEBASTIÃO

A REVITALIZAÇÃO DA LINGUA KOKAMA NA COMUNIDADE SANTA MARIA DA COLÔNIA, MUNICIPIO DE SÃO PAULO DE OLIVENÇA - AM

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SAMIELY ARCANJO SEBASTIÃO

A REVITALIZAÇÃO DA LINGUA KOKAMA NA COMUNIDADE SANTA MARIA DA COLÔNIA, MUNICIPIO DE SÃO PAULO DE OLIVENÇA - AM

Monografia apresentado no Curso de Bacharelado em Antropologia do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federa l do A ma zonas, como requisito final para a obtenção do título de graduação em Bacharelado e m Antropologia.

Orientador: Prof.º Dr. José Maria Trajano Vieira

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Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Sebastião, Samiely Arcanjo

S443r A revitalizaç ão da língua Kokama na Comuidade Santa Maria da Colônia, municipio de São Paulo de Olivença - AM / Samiely Arcanjo Sebastião . 2020

63 f.: il. color; 31 cm.

Orientador: José Maria Trajano Vieira

TCC de Graduação (Antropologia) - Universidade Federal do Amazonas.

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Poder Executivo

Ministério da Educação

Universidade Federal do Amazonas Instituto de Natureza e Cultura

Curso de Bacharelado e m Antropologia

Benjamin Constant, AM, 18 de Dezembro de 2020. ATA DE SUSTENTAÇÃO PÚBLICA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) DO CURSO DE BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA

Aos 18 dias do mês de Dezembro de dois mil e vinte, às 9:00 h via plataforma google meet iniciou-se a sustentação pública do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “A Revitalização da Língua Kokama na Comunidade Santa Maria da Colônia no Município de São Paulo de Olivença - AM”, defendido pela discente SAMIELY ARCANJO SEBASTIÃO que teve como orientador o Prof. Dr. José Maria Trajano Vieira (UFAM - Presidente). Além do orientador estava presente à Banca Avaliadora a Profª. Drª. Maria Angelita da Silva (UFAM - Membro) e a Prof.ª Dr.ª Altaci Corrêa Rubim (Unb - me mbro). Após a arguição da discente e as observações dos membros da banca, ficou definido que a monografia desenvolvida pela aluna em questão foi considerada aprovada. Com conceito final 9,5 (nove e meio)

Observações: ( X ) deve a discente realizar as correções indicadas pela banca para posterior entrega da versão final do seu TCC junto à Coordenação do Curso de Antropologia.

Assinaturas da Banca Avaliadora e da discente:

____________________________________________________ Prof. Dr. José Maria Trajano Vieira (UFAM - orientador)

__________________ ________________

Profª. Drª. Maria Angelita da Silva (UFAM – me mbro

____________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Altaci Corrêa Rubim (UnB – me mbro)

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SAMIELY ARCANJO SEBASTIÃO

A REVITALIZAÇÃO DA LINGUA KOKAMA NA COMUNIDADE SANTA MARIA DA COLÔNIA, MUNICIPIO DE SÃO PAULO DE OLIVENÇA - AM

Monografia apresentado no Curso de bacharelado em Antropologia do Instituto de Natureza e Cu ltura da Universidade Federal do A mazonas sob orientação da Prof.º Dr. José Maria Tra jano Vie ira co mo requisito final para a obtenção do título de graduação em Antropologia.

Aprovado em: 18/12/2020 Conceito: 9,5

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof.º Dr. José Maria Trajano Vieira – Orientador

Universidade Federal do Amazonas

_________________________________________ Profª. Drª. Maria Angelita da Silva (membro)

Universidade Federal do Amazonas

_________________________________________ Profª. Drª. Altaci Corrêa Rubim (membro)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado, ouvindo minhas orações, por ser minha fortaleza nas minhas dificuldades, por me proporcionar o que estou vivenciando na minha vida.

A minha família, aos meus pais, Delcimar dos Santos Sebastião e Mariodina Arcanjo Sebastião, meus irmãos, Samara, Sabrina e Marrony, as minhas avós, Jardelina dos Santos Sebastião, Analia Sebastião (in memoriam), Alendina Arcanjo Pereira e ao meu avô Mario Pereira (in memoriam). Meus tios e tias principalmente Cristóvão Pereira Neto e Rosicley Pereira Sebastião pelas palavras de conforto, primos e primas, por todo incentivo e apoio durante a construção desse trabalho e durante a minha vida acadêmica, por toda oração feita a Deus para que Ele me desse a sua proteção sempre. Também ao meu esposo Manoel Lozano Silva pela paciência e apoio durante essa trajetória. O meu muito obrigado e minha eterna gratidão.

Aos meus amigos, que também, tiveram a suas contribuições e parceria, durante toda a caminhada acadêmica, ao Roger Felipe da Costa, Jaqueline, Iramara, Sara Oliveira, Josineya de Lima, Simone Pereira, e aos demais colegas de sala de aula, de curso e da instituição, que não foram citados, mas que fazem parte dessa história.

Aos meus amigos, Macleide Sebastião Arcanjo, Crisicley Sebastião pereira, Cristiny Sebastião Pereira, Jessica, Eliane Lozano Silva, Cleidiane Lozano Silva, Francisca Lozano Silva, Margareth Mafra, Dileia, Olga e aos demais que foram de fund amental importância para o desenvolvimento deste trabalho e por todo incentivo, e apoio emocional. Agradeço!

As lideranças da comunidade pelas entrevistas e apoio total durante esse trabalho, aos entrevistados seu Aldo Arcanjo, Cristóvão Delmiro Coelho, Norton Panduro de Morais e outros meu muito obrigado!

Aos meus professores de curso, Widney Pereira Lima, Ana Maria Campos, Vanuza Mesquita, Benedito do Espirito Santo Pena maciel, Gilse Elisa Rodrigues, e em especial ao meu orientador Prof. Dr. Jose Maria Trajano Vieira e aos que compuseram a banca e, por compartilharem os seus conhecimentos e empenho para a formação dessa graduação, ao meu orientador, pela paciência durante as orientações e suas contribuições e parceria durante doto o curso, e à todos aos meus professores que aqui não foram citados, mas que fazem parte da minha trajetória acadêmica. E por fim a UFAM/INC, por meio do curso de Bacharelado em Antropologia, pela oportunidade de vivenciar este momento impar na minha formação acadêmica.

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RESUMO

O presente trabalho, aborda em seu conteúdo, a revitalização da Língua Kokama no Município de São Paulo de Olivença na comunidade Santa Maria da Colônia, onde o povo Kokama vem se organizando de várias maneiras inclusive na “revitalização” a fim de mostrar a sua cultura que há muito tempo foi deixada de lado, pelo medo e intimidação das outras etnias e não indígenas, pois como sabemos ambas as tribos indígenas sofreram muito com as ameaças dos colonizadores. A “língua” e a “cultura” de um povo são de suma importância e serve como base para ambas se juntarem e mostrarem seu “fortalecimento” em meio à sociedade. No entanto a comunidade Santa Maria da Colônia no município de São Paulo de Olivença – AM segue com objetivo através de historias revitaliza a língua e a cultura do povo Kokama.

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RESUMEN

El presente trabajo aborda, en su contenido, la revitalización de la lengua Kokama en el Municipio de São Paulo de Olivença en la Comunidad Santa Maria de la Colonia, donde el pueblo Kokama se ha organizado de diversas formas, incluso en la “revitalización” para mostra su cultura se dejó demasiado tiempo, por el miedo y la intimidación de las demás entnias y no indigenas, porque como sabemos ambas tribus indigenas sufrieron mucho la amenazas de los colonzadores. El “indioma” y la “cultura” de un pueblo son de suma importancia y sirven de base para que ambos se unan y muestren su “fortalecimento” en medio de la sociedad. Sin embargo, la Comunidad Santa Maria da Colonia en el Municipio de São Paulo de Olivença – Am sigue apuntando a través de historias revitalizadoras y del lenguaje y la cultura del pueblo Kokama.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTAS DE SIGLAS

ACIK – Associação das Comunidades Indígenas Kokama

EMIKPEPA – Escola Municipal Indígena Kokama Professor Edson Pereira Arcanjo FUNAI – Fundação Nacional do Índio

OIT – Organização Internacional do Trabalho PNE – Plano Nacional de Educação

REJICARS - Rede de Jovens Indígenas Comunidades do Alto Rio Solimões

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Sumário

INTRODUÇÃO... 1

CAPITULO I... 1

1 BREVE HISTORICO DA COMUNIDADE SANTA MARIA DA COLONIA ... 1

CAPITULO II ... 1

2.1 DEFINIÇAO DA LÍNGUA KOKAMA. ... 1

2.2 CONTEXTO HISTORICO A IRMANDADE SANTA CRUZ ... 1

2. 3 OS KOKAMAS SÃO OU NÃO SÃO INDIGENAS? ... 1

CAPITULO III... Erro! Indicador não definido. 3 A ESCOLA COMO SURPOTE PARA REVITALIZAÇAO DA LINGUA E DA CULTURA KOKAMA... 1

3. 1 DEFINIÇAO DA LÍNGUA DENTRO DA ESCOLA E TRABALHOS REALIZADOS NA PRATICA. ... 1

3. 1. 1 cartilhas na Língua kokama. ... 1

3. 1. 2 Praticas de aulas para comunidade interessada e a Mostra Literária, Arte e Agricultura.... 1

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 1

REFERÊNCIAS...30

APÊNDICE ...32

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objetivo abordar a atuação dos trabalhos das lideranças, moradores e dos profissionais da área da educação da comunidade Santa Maria da Colônia, no trabalho de revitalização da Língua kokama, trabalho este iniciado no ano de 2010 com iniciativa de seu Jonas Arcanjo Muçambito e do jovem Gracildo Moapes que era o responsável pelo projeto.

Tendo como início do projeto de revitalização da Língua Kokama, as primeiras aulas da língua materna na Escola Municipal Indígena Kokama Professor Edson Pereira Arcanjo, ministrada pelo professor Norton Panduro de Morais, com as turmas inicias do Ensino Fundamental. Após, iniciar as aulas foi criado a primeira cartilha que é de fundamental importância no aprendizado dos alunos e, outras pessoas que se interessam em apre nder a língua materna.

A cartilha Kokama, tem colaboração da rede de Jovens Indígenas Comunicadores do Alto Solimões – REJICARS, núcleo Santa Maria da Colônia. Juntamente com os moradores mais velhos da comunidade que conhecem a língua que aprenderam com seus pais e avos que ali viveram sendo que ainda vivos estão os senhores Felisberto Maurício e Anizio Moraes.

Como um dado inicial, temos que a Língua Kokama pertence à grande família das línguas tupi- guarani. Muitas palavras do português foram emprestadas da língua tupi, sobre tudo nome de animais, peixe e plantas. A língua Kokama se distingue da maioria das línguas indígenas por ter a fala do homem (ñapitsara) e a fala da mulher (waina).

Segundo os Povos Indígenas no Brasil (2006):

As prime iras re ferências aos Koka ma, fora m fornecidas por e xp loradores e missionários nos séculos XVI e XVII, loca lizado no Peru. No iníc io do século XVI, os Kokama que vivia m nessa região mante m contanto com Juan de Salinas o prime iro europeu a alcançá-los. E fo i no in ício do século XX que a população Koka ma que habitava na Ama zônia Pe ruana pró ximo a cidade de Caba llocha, começa a se movimentar e a faze r migração ru mo ao Alto Solimões no Brasil.

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e então logo passou a se chamar Colônia São Sebastião, por causa de várias famílias ter esse sobrenome e por causa do padroeiro São Sebastião.

A população aumentou e, logo foi construída a Escola Estadual João Rebelo Corrêa e a unidade básica de saúde; as igrejas evangélicas; a iluminação elétrica e a estrada que liga a comunidade ao centro da cidade. Após muito tempo, com a revitalização do movimento indígena Kokama a comunidade passou a se chamar Santa Maria da Colônia.

Em 2007 foi criada a Escola Municipal Professor Edson Pereira Arcanjo, mas somente em 2010, passou a se chamar Escola Municipal Indígena Kokama Professor Edson Pereira Arcanjo, onde também começou a funcionar o projeto Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) conhecido como “Jovens Indígenas Comunicadores Alto Solimões”, que funcionava em dois turnos matutinos e vespertino com total de 211 alunos sendo todos indígenas.

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AS VIVÊNCIAS NO TRABALHO DE CAMPO E AS METODOLOGIAS

Apresentamos agora as vivências, assistidas e participativas durante os dias em que foi realizado o trabalho de campo na Comunidade Santa Maria da Colônia. Abordamos as realidades vivenciadas pelo locutor e pelos interlocutores em um diálogo formal e informal que foi registrado por mim em caderno de campo, e gravado no celular, o qual serviu também para o registro fotográfico.

Os indígenas Kokama falam que foram atacados pelos brancos, que queriam tomar seus territórios, muitos também relatam que foram escravizados e proibidos de falarem sua própria língua, foi a partir daí, que a língua foi ficando praticamente esquecida ou ocultada entre os Kokama.

Os métodos usados nesta pesquisa, foram as entrevistas informais em forma de conversas, que aconteceram nas casas dos entrevistados, sobre a temática do meu projeto. Mas também, usei citações de autores, que me ajudaram a refletir sobre o assunto. ECKERT afirma que:

O método etnográfico aponta para uma ética de interação, de intervenção. Gua rdadas as divergências teórico-analíticas, trata-se de toda uma geração de antropólogos ingleses americanos e franceses que priorizou o ponto de vista do “outro” (o “nativo”) compreendido a partir do processo interativo em campo no encontro intersubjetivo entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados (ECKERT, 1993, p. 21).

A pesquisa teve caráter qualitativo, onde os Kokama me ajudaram a compreender os fenômenos dos quais participo enquanto indígena kokama que sou em termos das narrativas de origem do povo e da sua razão de existir. Como afirma HAGUETTE:

Os métodos quantitativos supõem uma população de objeto de observação comparável entre si e os métodos qualitativos enfatiza m as especific idades de um fenômeno e m termo de suas origens e de sua razão de ser. (p. 63)

Portanto, fica evidente a predominância da perspectiva qua litativa como opção metodológica na presente pesquisa.

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CAPITULO I

1 BREVE HISTORICO DA COMUNIDADE SANTA MARIA DA COLONIA

Figur a 1 – Co munidade de Santa Maria da Co lônia, local da pesquisa. Fonte: Google Maps (2020)

Como sabemos as línguas indígenas foram descobertas há muito tempo pelos colonizadores que viajavam por toda parte do mundo e, logo após, a descoberta das línguas indígenas muitas coisas mudaram e as línguas foram se modificando:

Segundo Pacheco (2010, p. 71):

No iníc io da colonização da região brasileira que corresponde aos literários do sudeste e do nordeste (século XVI), os portugueses procuraram conhecer a língua falada pelos povos indígenas que habitavam essa região litorânea com a finalidade de catequizá-los, do miná-los e colonizar seus territórios” (Pacheco, 2010, p. 71).

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As primeiras referências aos Kokama foram fornecidas por exploradores e missionários nos séculos XVI e XVII, localizado no Peru. No início do século XVI, os kokama que viviam nessa região mantêm contanto com Juan de Salinas o primeiro europeu a alcançá- los. E foi no início do século XX que a população Kokama que habitava na Amazônia Peruana próximo a cidade de Caballocha, começa a se movimentar e a fazer migração rumo ao Alto Solimões no Brasil. (https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kokama).

Atualmente, vários autores mencionam a etnia kokama e a sua história, mas também a luta para reconquistar seus direitos e reconhecimento e, principalmente a revitalização de sua linguagem, através dos membros mais idosos da etnia, tais como a dissertação de Roseane Guimarães Cabral Costa, em cujo tema: “territorialidade e condições de vida dos indígenas Kokama da comunidade nova esperança de Manaus/AM”, Guimarães afirma que:

Os pesquisadores de diferentes universidades, entidades indigenistas, técnicos de Secretarias de Educação, entre outros, que começara m a se dedicar ao estudo sobre a temática indígena, paralela mente, contribuem co m a organização do movimento indígena, de marcando assim, a quarta fase da História da Educação Indígena. (Guimarães, 2014, p.152)

Segundo Oliveira (2006, p.53), o ― movimento indígena se encarregou de dar ao índio o auto respeito que faltava e o fez a partir da ação de lideranças e organizações indígenas, apoiadas por diversas entidades, que vêm assumindo ao longo das décadas um protagonismo sociopolítico típico dessa tomada de consciência que caracteriza a luta social e evidencia a resistência coletiva como expressividade dos movimentos sociais.

O autor afirma que, os movimentos criados pelas lideranças ganham mais destaque pois, juntos conseguem facilitar o trabalho de luta pelo respeito dentro da sociedade em que ambos convivem, pois na realidade principalmente para os indígenas da etnia kokama está difícil vivenciar por causa da discriminação até mesmo pelos próprios parentes de outra etnia por não falar a língua materna.

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Foi assim que foram criadas as pequenas aldeias dos povos Kokama, e umas delas foi à comunidade Santa Maria da Colônia, não se sabe exatamente a data da sua fundação, mas o que se sabe é que, antes a mesma era conhecida como comunidade do Pau-Alto, devido às árvores muito altas que ali existiam, sendo que com o passar do tempo foram chegando outras pessoas e então logo passou a se chamar Colônia São Sebastião, por causa de várias famílias terem esse sobrenome e por causa do padroeiro São Sebastião.

A população aumentou e, logo foi construída a Escola Estadual João Rebelo Corrêa e a unidade básica de saúde; as igrejas evangélicas ; a iluminação elétrica e a estrada que liga a comunidade ao centro da cidade. Após muito tempo, com a revitalização do movimento indígena Kokama a comunidade passou a se chamar Santa Maria da Colônia.

Em 2007 foi criada a Escola Municipal, que em 2010, passou a se chamar Escola Municipal Indígena Professor Edson Pereira Arcanjo, onde também começou a funcionar o projeto do UNICEF – conhecido como “Jovens Indígenas Comunicadores Alto Solimões”, que funcionava em dois turnos: matutino e vespertino, com um total de 211 alunos, sendo todos indígenas.

A Comunidade Santa Maria da Colônia, pertence ao Município de São Paulo de Olivença – AM, está localizada a margem direita do Rio Solimões, a cerca de 975 km de Manaus e foi formada por um pequeno povoado, por mais ou menos dez famílias, num total de vinte pessoas kokama, vindas do Peru, que se assentaram neste local.

No início da formação da comunidade, os moradores eram pessoas simples, humildes e a subsistência era conseguida por meio do trabalho na borracha, madeira, agricultura e pesca. Aquele tempo era difícil os Kokama verem e pegarem em dinheiro, pois o que eles faziam era trocar produto por produto para adquirir a alimentação necessária. O que está presente na memória dos moradores mais velhos, e que era a referência da Comunidade Santa Maria da Colônia, são as árvores grandes e altas, que ficavam na frente do povoado, na beira do rio, que tinham por nome samaumeira e capinurizeiros, conhecidas por “paus altos”.

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Assim, os tempos foram se passando e o povoado foi aumentando de tamanho, até que chegaram os Padres Jesuítas para colonizar os moradores, foi quando por intermédio do Padre Frei Lourenço e Dom Adalberto Marzi, tomaram a iniciativa e a decisão de construir a Igreja Católica com o apoio e ajuda dos moradores da época.

Na conclusão da construção da igreja, por uma tomada de decisão dos moradores da época que eram adeptos de São Sebastião deram o nome de Igreja São Sebastião e, passou ser o Santo São Sebastião padroeiro da comunidade. A partir de então, o nome do local de moradia dos moradores deixou de ser chamado somente de Colônia e passou a ser chamado de Colônia São Sebastião. Desde então, os moradores passaram a frequentar a Igreja Católica professando suas fés a Deus e a São Sebastião e, os moradores que eram devotos do padroeiro da comunidade passaram a fazer festas em homenagem a São Sebastião.

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CAPITULO II

O capitulo dois nos relembra alguns motivos que levaram a Língua Kokama a ser esquecida durante alguns tempos no decorrer da sua trajetória.

2.1 DEFINIÇAO DA LÍNGUA KOKAMA.

A língua kokama pertence à família linguística tupiguarani e descente do tronco tupi. Conforme nos Relata Pacheco (2010, p. 71), a língua kokama ainda é reconhecida pelos línguistas, depois de muito tempo foi redescoberta, pois como sabemos o contexto histórico não é muito diferente das outras etnias, sendo os Kokama moradores das beiras de rios e igarapés, sofreram bastante quando os brancos começaram a atacá-los os tornando escravos de mão-deobra barata. Nesse processo, muitos conseguiram fugir para dentro das matas, porém outros ficaram e lutaram para se auto defenderem, mas, com o tempo foram pegos e se tornaram escravos.

Também sabemos que desde então os indígenas sofrem grandes ameaças, como afirma Vieira:

Uma das características dos povos em processo de etnogênese nas terras baixas da América do Sul seria a sua capacidade de resistir à violência imposta ao longo de quase 500 anos de contato interétnico: prime ira mente patrocinada pelos governos coloniais e, num segundo mo mento pelos Estados nacionais. Tal panorama étnico começou a mudar co m a pressão do movimento indígena organizado. (vie ira , 2016, p. 26)

Conforme nos relata Freire (2004), “os povos indígenas da Amazônia passaram por um processo de transformação sociolingüística que culminou no desaparecimento da grande parte das línguas faladas por esses povos e no apagamento de sua identidade étnico-linguistica”.

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De acordo com Rodrigues (1993 e 2006):

no século XVI havia m cerca de 1.200 línguas indígenas no território que hoje corresponde ao Brasil. Atualmente estima -se haver 180 línguas indígenas faladas no país, o que corresponde a um numero bastante inferio r de povos indígenas, visto que mu itos deles perderam suas línguas indígenas tradicionais, após séculos ou décadas de Constant contato com os não-indios e suas instituições (perto de 30 povos indígenas não falam ma is suas línguas tradicionais). (Rodrigues, p. 60)

No decorrer do tempo os indígenas Kokama buscaram melhorar e aprimorar a sua linguagem e fortalecer da sua cultura, organizando vários eventos e recorrendo aos direitos a eles concedidos, sobretudo pela Constituição Federal do Brasil de 1988. As conquistas dos Kokama vêm se dando por meio de suas lutas, no decorrer de vários anos.

Almeida e Rubim (2012), nos relatam que:

Os Koka ma estão em processo de tornar ao cotidiano a sua língua e seus rituais. Sua língua foi considerada por muitos linguistas como u ma “língua desaparecida”. A língua Ko ka ma no Brasil estava tão somente na me mória dos ma is velhos. Foi registrada por alguns estudiosos e com a ajuda de pesquisadores conseguiu ser transformada em materia l didático que está sendo utilizado no processo de recolocar na vida cotidiana a língua Koka ma.

2.2 CONTEXTO HISTORICO A IRMANDADE SANTA CRUZ

Os Kokamas tiveram contato com os missionários Jesuitas, onde os mesmo os ajudaram a se deslocar do Peru e Colômbia rio a baixo até chegarem no Brasil sendo que tiveram contantos com outras tribos indígenas omaguas e ticunas que vivem no rio Solimões, e foi descendo o rio abaixo que chegaram até o município de são Paulo de Olivença e criaram varias comunidades como São Francisco, Monte Santo, Nova Betânia, Nova Jordânia, São Joaquim, Bom Jesus III, Santa Rita do Well, Boa Esperança, Curupati e Pau Alto como era conhecida a comunidade Santa Maria da Colônia.

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De acordo com Almeida, Rubim e Dos Santos:

Fundada em 1972 pelo missionário, irmão Francisco da cruz. Sua missão era evangeliza r os indígenas e ribeirinhos, formando comunidades ou nas comunidades já e xistentes. De acordo com a permisao dos cacique ou respresentante legal do povo, plantavam u ma c ruz de madeira co m 7m de co mprimnto e formava a junta diretiva composta pelos seguintes menbros: diretor, presidente, secretario, tesoureiro, vice presidente, vice secretario, vice tesoureiro, fiscal e porta voz então estes menbros que linderavam a co munidade. Sendo suas maneira de pregação é através da santa bíblia, e seu vestuário padrão é masculino calça e camisa branca manga longa , o horário da pregaço e semal, a noite a dominical manha e noite”. Prudencio dos Santos Mauricio, 38, co munidade Monte Santo. (2013, p. 3)

Sendo a irmandade da santa cruz uma religião rígida, cumpria com seus ensinamentos e doutrinas levando assim o crescimento da comunidade e interação com outras comunidades vizinhas através das festas realizadas pelas lideranças dos membros da igreja. E esses eventos são levados até hoje pelos mesmos com muita responsabilidade, respeito e muita Fe pelos devotos da santa cruz.

Assim como nos descreve Vieira:

Nas comunidades kokama adeptas da Irmandade da Santa Cruz as festas em come moração ao aniversário de implantação da cruz constituem u m dos eventos ma is importantes do calendário relig ioso. Essa forma de religiosidade koka ma ma is do que expressar valores e dogmas cristãos, não mais orientados por valores da ancestralidade indígena, por critérios de “civilidade” e pro ximidade aos signos da modernidade, parece manter certa continuidade com a tradição tupi-guarani. (Vie ira , 2016, p.64)

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Como sabemos, os indígenas aceitaram outras religiões além da irmandade santa cruz uma delas que também influenciou bastantes as tribos indígenas, foi a Igreja católica que levou os mesmos que deixaram de seguir suas tradições, seguindo assim as tradições dos padres católicos.

Relata Vieira que:

Os missionários, me mb ros da Igreja católica, fora m impondo aos índios a aceitação de uma nova religião, pro ibindo a prática de rituais ind ígenas e das línguas nativas, obrigando- os a falar a língua portuguesa ou espanhola. A co mpetição de re lig iões, católica, protestante ou mista, emerg iu como um fator novo de segmentação dos Koka ma . (Vieira, 2016, p. 68.)

2. 3 OS KOKAMAS SÃO OU NÃO SÃO INDIGENAS?

Umas das perguntas que muitos se fazem: os kokamas são ou não são indígenas? No entanto como sabemos os Kokama, sofrem bastante discriminação por não falarem a língua tradicional, onde isso complica a busca e luta pelo reconhecimento dos mesmos, assim como afirmou o Srº ALDO ARCANJO MUÇAMBITO (2019) um dos meus entrevistados: “quando começamos o projeto de revitalização e o de reconhecimento, até a FUNAI (Fundaçao Nacional do Índio) não quis nos atender como indígenas Koka ma, pois eles falaram que nós éramos uma etnia inventada.” Sic Aldo Arcanjo (2019).

A língua é elemento significativo para o reconhecimento dos grupos étnicos, Barth

“Considera grupo étnico como uma forma de organização social, por meio da qual expressa

uma identidade diferencial nas relações com outros grupos e com a sociedade mais ampla” (Barth, apud, Poutignat, 1998, p. 141).

Como sabemos, a etnia kokama “sumiu” durante muito tempo e agora começou a ressurgir, eles estão se reagrupando para buscar o seu reconhecimento e demarcação de suas terras. Identidade instrumental, mas que reforça a tradição, a ontologia.

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A Convenção 169 da OIT e m seu artigo 1º garante o d ire ito de autoconsciência da identidade indígena a qualquer pessoa: “a consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério fundamental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da presente Convenção. (Magalhães, 2005, p. 43).

Como os Kokama passaram muito tempo sem se auto-declararem indígenas, os anos foram se passado e seus costumes, rituais e linguagem foram se perdendo e sendo esquecidos pelos seus membros. Quando tiveram a oportunidade de se mostrarem a sociedade, para tentarem serem reconhecidos pela mesma, já não conseguiam mostrar a sua cultura tradicional, pois grande parte dos Kokama atuais já são mestiços, fruto s das misturas com indígenas de outras etnias e com não indígenas.

Baseado na premissa de Cunha, sobre a utilização da etnicidade em sociedades multiétnicas, “um mesmo grupo pode usar identidades diferentes” (Cunha, 2009: p. 231), podese dizer que, no caso dos Kokama, uma parte deste povo assumiu uma identidade em termosgenéricos de “indígena” e/ou “Kokama”.

No entanto, assim como muitas outras etnias buscam seu auto reconhecimento, os Kokama também procuram seu reconhecimento em meio a sociedade mais ampla, levando a criação de associações, onde um pequeno grupo busca através de documentações nas entidades competentes na esfera Municipal, Estatual e Federal, bem como na promoção de eventos dentro da comunidade onde estas associações estão inseridas. Como a firma Vieira:

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CAPITULO III

3 A ESCOLA COMO SURPOTE PARA REVITALIZAÇAO DA LINGUA E DA CULTURA KOKAMA

Neste capítulo, mostraremos que a língua kokama, representa um importante sinal diacrítico no processo de fortalecimento da identidade étnica do povo Kokama e identificaremos os processos educacionais elaborados para revitalização da língua materna na comunidade Santa Maria da Colônia.

Sendo de fundamental importância a língua materna dentro da comunidade, pois ela é uma das características que muitos dizem que definem um povo ou etnia. Também existem várias outras formas de diferenciar um povo do outro, mas os costumes e culturas de uma etnia são muito importantes. O Estado tem o dever de garantir, apoiar, valorizar e proteger as manifestações culturais dos povos indígenas.

A Constituição Federal, Art. 231, diz que:

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários s obre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo a união demarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. (BRASIL, 1988)

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Então a partir daí, os direitos indígenas de falar as suas próprias línguas, ficou reconhecido pela Constituição Federal, afinal cada povo tem seu jeito próprio de se organizar através dos costumes, línguas, crenças e tradições que são diferentes entre uns dos outros. Como os Tikuna, que vivem diferente do Macuxi, Yanomami, Kokama e demais povos indígenas. E cada um, tem que ser respeitado em todos os sentidos, incluindo o aceso as políticas públicas de saúde e educação e elas têm que se adequar a esta diversidade étnica.

A Constituição Federal afirma que, a educação é um direito público, sendo de responsabilidade do Estado a sua oferta gratuita. A constituição Federal em seu Artigo 210, §2º:

Assegura aos povos indígenas a utilizar de sua língua maternas e processos próprios de aprendizagem. Isto garante aos povos indígenas o direito a uma educação escolar diferenciada, especifica intercultural e bilíngue. (BRASIL, 1988).

A educação escola indígena devera colaborar para a recuperação das memórias históricas dos povos indígenas, a reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas e ciências. Além disso, a escola indígena deverá possibilitar o acesso ás informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedade indígenas e não indígenas.

A lei 10.172/2001, dispõem sobre o Plano Nacional de Educação – PNE, dedica um capítulo, com 21 objetivo e metas, a educação escolar indígena, vejamos alguns pontos interessantes: considera que a educação escolar é melhorar atendida através de professores indígenas, e reconhecer a necessidade de uma formação inicial e continua dos professores indígenas.

Determinar que os sistemas de ensino implementam a profissionalização e o reconhecimento público do magistério indígena, com a criação da categoria de professores indígenas e careira especifica, com concurso de provas e titulo adequando ás particularidades linguística e culturais das sociedades indígenas, garantindo a esses professores os mesmos direitos atribuídos aos demais do mesmo sistema de ensino, com níveis de remuneração correspondente ao seu nível de qualificação profissional.

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As formações, dos indígenas em educação é um aspecto central para pensar a revitalização da língua, portanto o levantamento de informações sobre estes educadores é de relevância significativa.

3. 1 DEFINIÇAO DA LÍNGUA DENTRO DA ESCOLA E TRABALHOS REALIZADOS NA PRATICA.

3. 1. 1 cartilhas na Língua kokama.

O resgate da Língua Kokama, teve contribuição dos líderes locais e demais colaboradores comunitários. E, através disso que foi criado o primeiro trabalho pedagógico da Escola Municipal Indígenas Kokama Professor Edson Pereira Arcanjo - EMIKPEPA, a elaboração e apresentação da cartilha, com várias saudações, nomes de animais e peixes, membros do corpo, nomes de fruta e legumes e outras palavra que são falada na língua materna. Assim como as músicas cantadas, são bastante utilizadas como método de ensino.

Existem outros métodos, um deles foi criado recentemente por uma pesquisadora de linguística que teve como parte da tese de doutorado: “O reordenamento político e cultural do povo Kokama: A reconquista da língua e do território além das fronteiras entre o Brasil e o Peru”, criou o primeiro aplicativo para celular que ensina a falar a língua materna, isso foi mais uma ajuda para os professores que ali dão aula dentro da comunidade.

3. 1. 2 Praticas de aulas para comunidade interessada e a Mostra Literária, Arte e Agricultura.

As práticas que foram e ainda são bastante usadas como o fortalecimento da língua kokama, foram dentro das salas de aulas com os alunos das fases inicias do pré escola e do ensino fundamental, cartazes, figuras e uma cartilha de suporte para os alunos estudarem em casa, sendo assim levando o conhecimento a sua família.

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A primeira mostra literária, que teve início em 2012, partiu da iniciativa da professora Sornely Maria Tourinho de Souza, para angariar fundos e conhecimento para os próprios professores, alunos e comunitários. Uma das primeiras amostras literárias na direção da professora Sornely teve com finalidade a idéia de expandir os conhecimentos dos comunitários voltados para a própria cultura, dentro da própria comunidade.

A Mostra Literária despertou a curiosidade de outros comunitários e da sociedade em geral, por ter sido veiculada por meio das redes sociais e via internet o que o povo Kokama está trabalhando dentro da escola, juntamente com a comunidade alguns pontos para seu fortalecimento. Ainda também na mesma mostra tinha comidas típicas e frutas que muitos índios Kokama comem dentro da comunidade, tais como o peixe assado, tacate de banana e macaxeira, a pupunha, o caldo de peixe, o ingá e outros.

Os artesanatos também, eram bastantes observados durante a mostra como os tipitis, paneiros, peneiras, abanos vassouras, e muitos outros todos trabalhados com matérias primas da região local.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Parte do povo Kokama, no momento atual, vem expressando sua língua materna por meio dos falantes aprendizes, com a ajuda dos professores indígenas e de alguns idosos que ainda lembram como se fala a língua. Por ser uma língua que ficou muito tempo oculta, mas na memória de algumas pessoas mais velhas, poucas pessoas falam e usam frases na língua kokama para se comunicar. Observei nas narrativas dos próprios Koka ma, que apenas os ancestrais kokama se comunicavam na língua materna.

Na comunidade Santa Maria da Colônia ainda existem falantes nativos, que estão ajudando a escola no processo de fortalecimento da língua materna, mas, enquanto se observa que os moradores da comunidade vêm conquistando o fortalecimento da sua identidade étnica, os mesmos vêm enfrentando dificuldades em falar na língua kokama.

A primeira mostra literária, despertar a curiosidade dos jovens comunitários e, dessa forma, conseguiu mostrar para a sociedade em geral, que uma escola indígena ainda trabalha pela questão interna, mas também envolve a comunidade quanto ao domínio da própria cultura.

Ainda também se pode contar com a FUNAI, que tem a tarefa de articular e integrar o conjunto das ações estatais de defesa dos direitos indígenas, com vistas a promover o paradigma participativo e superar definitivamente seu papel tutelar, o órgão indigenista oficial têm realizado esforços para atualizar suas práticas e modos de funcionamento.

Este estudo antropológico sobre a língua kokama, demonstrou que esse grupo indígena está passando por transformações na estrutura da sua língua, onde buscam fortalecer o uso dessa língua com os aprendizes para fortalecer sua cultura e conquistar o reconhecimento étnico e territorial por parte do Estado e de outros povos indígenas e dos não- indígenas.

Sabe-se que o movimento indígena envolve todos os setores da comunidade, nesse sentido, usei as histórias contadas pelos moradores da comunidade para fortalecer me u trabalho e na tentativa de ajudá- los a conquistar o que eles querem, pois, sei que eles precisam de ajuda, nessas lutas que eles estão enfrentando, que é a luta pelo seu reconhecimento étnico, territorial e de direitos.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Constituição Federal de 1988.

COSTA, Roseane Guimarães Cabral et al. Territorialidade e condições de vida dos indígenas Cocama da comunidade Nova Esperança de Manaus -AM. 2014.

DA CUNHA, Manuela Carneiro. Cultura com as pas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de; RUBIM, Altaci Corrêa. Kokama: a reconquista da língua e as novas fronteiras políticas. 2012.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de; RUBIM, Altaci Corrêa; SANTOS, Glademir Sales de. Nova Cartografia social da Amazônia: Movimento Kokama e m São Paulo de Olivença, AM. Manaus: UEA Edições, 2013.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Identidade, etnia e estrutura social. Livraria Pioneira Editora, 2006.

ECKERT, Cornelia. Questões em torno do uso de relatos e narrativas biográficas na experiência etnográfica. Revista Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, p. 94-97, 1993.

FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel: a história das línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: Eduerj, 2004.

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia. Petrópolis, Vozes 1999.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Convenção nº: 169 sobre povos indígenas e tribais e Resolução referente à ação da OIT. 2011.. – Brasília: OIT, 2011.

PACHECO. Frantomé B. A linguística e o estudo das línguas indígenas . Universidade Federal do Amazonas, PPGAS-Manaus: EDUA, 2010.

POUTIGNAT, Philip. Teorias da etnicidade. São Paulo: Unesp, 1997.

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Kokama. Instituto Socioambiental. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kokama?printable=yes. Acesso em: 10 de agosto de 2020.

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Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino Conselho Estadual de Educação; resolução nº 11/2001/CEE/AM

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APÊNDICE

Figur a 6 - Catalog ação das terr as Indígenas Kokama. Fonte: Nova Cartografi a Social da Amaz ôni a (2013).

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Figur a 7 - Srº Felisberto Mauricio, um dos anciões falante da Língua Kokama. Fonte: Nova Car togr afia Social da Amaz ônia (2013).

Figur a 8 - Srº Anizio Morais, um dos anciões Fal ante da Língua Kok ama. Fonte: Nova Car togr afia Social da Amaz ôni a (2013).

Figur a 9 - Srº Aldo Arc anjo, atual preside nte da ACIK um dos meus entre vistados. Fonte: Samiely Arc anjo (2019).

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Figur a 11 - Pr ofessor e seus alunos na escola EMIKPEA. Fonte : Pr ofº Delcimar dos Santos (2019)

Figur a 12 - Outr a tur ma de alunos da mes ma escola. Fonte : Delcimar dos Santos (2019)

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Referências

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