Diodo de Junção - 2
Cap. 3 Sedra/Smith Cap. 1 Boylestad
Cap. 3 Malvino MODELOS DE
DIODOS
Notas de Aula SEL 313
Circuitos Eletrônicos 1
1o. Sem/2016
Prof. Manoel
Diodo Real : Modelo e Análise
Figura 1.20 -Característica típica de diodos de junção.
Região Direta Região
Reversa
Região Zener
O diodo real apresenta uma característica (v - i) tal como indicado a seguir com três regiões distintas: Direta, Reversa e Zener
Is : Corrente de Saturação Vz : Tensão Zener
Diodo real : silício - germânio
Figura 1.21 -Curvas características de diodos de Silício e de Germânio
faixa de tensões dezenas ou centenas de Volts
faixa de tensões
< 1V
Para o caso dos diodos de Silício e de Germânio a curva de Tensão x
Corrente é vista ao lado.
No Germânio uma tensão superior a 0,3V vence a barreira
de potencial e coloca o diodo em condução.
Para o Silício esta tensão deve ser superior a 0,7 V.
As tensões e correntes reversas são também bastantes diversas
para os dois materiais.
Região Direta
Nesta região como visto, ocorre uma condução consistente de corrente que pode ser expressa por:
T 1
D
V n
v D IS e
i
(1.1)
sendo : Is - corrente de saturação que é dependente da temperatura;
- varia de 10-12 A a 10-15A;
- dobra a cada ΔT = 5oC;
- tem valor diretamente proporcional à área de junção;
VT – Tensão Térmica que vale 25mV (25,2 mV)
1 < n < 2 – constante que depende do material e da estrutura física.
vD – Tensão direta sob o diodo
Região Direta
T D
V n
v D IS e
i
(1.2)
S T D
D I
V i n
v ln
(1.3)
1 1 2
2
1 1 2
2
log 3
, 2
ln
I V I
n v
v
I V I
n v
v
T D
D
T D
D
(1.4)
(1.5)
( ±57,5 mV /década_I se n=1)
Em caso de iD >> IS aproxima-se a equação(1.1) como :
ou então :
Se ( 0 < vD< 0,5V ) tem-se corrente desprezível no diodo e se vD > 0,7V a corrente é elevada (significativa). Considerando-se 2 situações de condução I1 e I2, tem-se:
Região Direta
- As expressões (1.4) e (1.5) serão úteis na solução de circuitos com diodos.
- Com (1.5) observa-se que uma variação de 10x na corrente de um diodo provoca uma variação de 60 mV ou 120 mV (n=1 ou n=2) em vD.
- Ainda com (1.5) verifica-se que a característica (vD x iD) do diodo se transforma em uma reta com inclinação de 2,3 nVT a cada década de corrente.
- O limiar de condução ocorre para vD entre 0,6V e 0,8V no silício. De forma geral será ADOTADO vD= 0.7V. No caso do germânio este valor fica entre 0,2V ou 0,3V.
Dependência da Temperatura
Figura 1.22 -Dependência da temperatura dos diodos.
Toda a característica ( tensão x corrente ) do diodo na Região Ativa tem forte dependência com a temperatura, pois IS depende da temperatura. Em geral a tensão de condução do diodo vD decresce 2 mV para cada aumento de 1oC.
Ocorrendo uma variação de 1oC implicará em uma variação de -2 mV na tensão de condução dos diodos de silício.
Dependência da temperatura
Figura 1.23 -Exemplo típico da dependência da temperatura.
Temperatura ambiente Temperatura
de ebulição
Exemplo variação das características
de um diodo em função da temperatura.
Região Reversa
Se ( vD < 0 ) na equação exponencial de corrente em (1.1), resulta que:
D IS
i
(1.6)
ou seja, não há corrente significativa no diodo.
Esta corrente é também função da tensão reversa e da temperatura, de modo que ela dobra a cada aumento de 10ºC.
Região de Ruptura Reversa
Se a tensão reversa for excessiva ocorrerá uma ruptura de condução que pode danificar o diodo se não houver limitação de corrente. Este valor VZKé típico para cada diodo e é chamada Tensão Zener.
Alguns diodos são fabricados para serem usados somente na condição reversa e sob a tensão de ruptura Zener.
Análise de circuitos com diodos
Figura 1.24 -Exemplo de circuito com diodo.
Estudo da operação de circuitos com diodos.
Considere o circuito da figura 1.24 a seguir
Admitindo-se o diodo de silício e tal VDD >> 0,5V, obtém-se:
T D nV v S D I e i
e aplicando-se a Lei de Kirchoff no circuito chega se a:
D DD
D
D D DD
i R V
v
R v i V
ou ,
(1.7)
(1.8)
(1.9)
Análise de circuitos com diodos
Figura 1.25 -Exemplo de solução gráfica.
Considerando-se ISS, n e VTT conhecidos o problema se resume a duas equações e duas incógnitas : vDD e iDD.
O fato é que resulta numa equação não-linear e transcenden- tal que só tem solução gráfica ou iterativa.
Solução Gráfica : com as equações (1.7) e (1.8) obtém-se o gráfi- co simultâneo e a solução é intersecção dos gráficos.
Curva do diodo Eq. (1.7) Ponto de Operação
Reta de carga Eq. (1.8) Inclinação
Análise de circuitos com diodos
Solução Iterativa : Avalia-se iterativamente os valores de iD e vD com das expressões anteriores. A partir de (1.7) e (1.9) tem-se:
D nV
v S
DD R I e v
V T
D
Equação Transcendental !!! (1.10)
Se VDD >> 0,5V usa-se a aproximação (1.7), caso contrário usa-se (1.1). Com (1.1) tem-se:
S T D
D I
V i n
v 1 ln
ou com (1.7), simplesmente :
S T D
D I
V i n
v ln
(1.11-a)
(1.11-b)
No processo iterativo, avalia-se iD com (1.8) a partir de um valor qualquer de vD;
- Com o valor de iD obtém-se vD com (1.11);
- Refina-se então o valor de iD usando-se este novo valor de vD na expressão (1.8).;
... Repete-se este procedimento até obter a precisão desejada em iD e vD.seja alcançada.
Análise de circuitos com diodos
Análise de circuitos com diodos
Exemplo 03 : Considere na figura 1.24 , VDD = 10V, R = 1000, IS= 5 10-15 A e n = 1. Obtenha vD e iD.
Chute Inicial vD = 1,5V !!!!
Iteração 1
Iteração 2
Iteração3 Solução
Sugestão : Refazer com VDD = 1,5V
Recalcular sem aproximação (usando (1.1))
Qual o erro relativo se usássemos vD=0,7V e apenas Eq. (1.8)
V
I V i
n v
R A v i V
S D T
D
D DD
D
704041 ,
10 0 . 5
0085 .
ln 0 025 , 0 . 1 ln
0085 .
1000 0 5 , 1 10
15
V v
A i
D D
706279 ,
0 ...
...
009396 .
0 ...
...
V v
A i
D D
706273 ,
0 ...
...
009294 .
0 ...
...
Modelo Simplificado 1
Figura 1.26 -Linearização da característica do diodo.
Modelos simplificados são úteis em análises rápidas (sem a necessidade de uso da equação característica exponencial do diodo).
Simplificações são obtidas com linearização do diodo, tal como a seguir.
Segmento A
Segmento B Inclinação
Característica exponencial
Modelo simplificado 1
Este primeiro modelo usa aproximação da característica por dois segmentos de reta A e B e o modelo pode ser descrito por:
0 0
0
0
D D D
D D D
D D
D
V r v
V i v
V v
i
(1.12)
sendo que rD determina a inclinação do trecho B da figura 1.26.
- A escolha da inclinação não é única.
- O trecho B deve ser coerente com nível de corrente em operação no diodo.
- O valor de tensão VD0 é obtido da intersecção do segmento B com o eixo de tensões.
Modelo simplificado 1
Figura 1.27 -Modelo aproximado 1.
Em função da aproximação estabelecida, o diodo pode ser visto como um diodo ideal (fig. 1.12) em série com uma bateria de valor VD00 e em série com uma resistência de valor rD.
Incl
.
Análise de circuitos com diodos
Figura 1.28 -Exemplo 03 com modelo 1.
Exemplo 04 – Usando o modelo simplificado, analise o circuito do exemplo 03 sabendo-se que rDD=6,0 e VD0=0,68V.
A r
R
V i V
D D DD
D
009264 ,
0
6 1000
68 , 0 1
0
Solução : Do exemplo 03 VDDD = 10V R = 1000
(1.13)
V i r V
vD D D D 7356 ,
0
) 009264 .
0 ( 6 68 , 0
0
Modelo simplificado 2
Figura 1.29 -Modelo simplificado tipo Queda de Tensão Constante..
Este modelo também é conhecido como Modelo Queda de Tensão Constante.
Ele é útil para análises ainda mais rápidas e iniciais desprezando-se a resistência rD. Assim o modelo do diodo fica sendo :
A 009300 ,
1000 0 7 , 0
0 10
R
V iD VDD D
Considerando-se o exemplo 03, a corrente iD com o modelo acima fica sendo:
Exemplos e exercícios propostos
- Exercício 03 : Para o circuito a seguir considere VDDD= 5V e R = 10k. O diodo apresenta vD =0,7V com uma corrente de 1mA e ainda uma queda de tensão de 0,1V/década de corrente.
(a)- Calcule VDD e IDD pelo método iterativo;
(b)- Calcule VD e IDD com modelo 1 sendo VD00=0,65 e rd=20;
(c)- Calcule VD e ID com modelo 2 sendo VDD=0,7V
Figura 1.30 -Circuito exercício 03.
Exemplos e exercícios propostos
- Exercício 04 : Um diodo possui VD00=0,65V e rd = 20 (vide Fig. 1.26-Aula2 ou Fig. 3.20-Sedra-pg. 152). Outro diodo com dopagem semelhante possui área de junção 100x maior. Qual o novo valor esperado para VD00 e rd deste outro diodo ?
- Exercício 05 : Projete o circuito a seguir considerando diodos de VD00=0,7V com 1mA e que V = 0,1V/década de corrente, tal que V0=2,4V.
Figura 1.31 -Circuito exercício 05.
Exemplos e exercícios propostos
- Exercício 06 : Obter V e I dos circuitos a seguir com diodo segundo o modelo tensão constante.
Figura 1.32 -Circuito exercício 06.
Solução do Exercício 03
Solução item (a) : Modelo Real
Pelos dados, o diodo apresenta 0,7V quando conduz 1mA, portanto este ponto pertence à curva característica do diodo dada pela equação (1.2) ou pela curva da Fig, 1.25.
Sabendo-se o valor de “n” obtém-se então o valor de “IS”, que é obtido pela informação de que o diodo apresenta a característica de
0,1V/década ID, ou seja:
739 ,
1
025 ,
0 3
, 10 2
log 3
, 2
log 3
, 2 )
( 1
, 0
1 1 2
2
n
I n V I
n
I V I
n v
v V
V
T
D D T
D D
Solução do Exercício 03
A partir da Eq. (1.2) chega-se ao valor de “IS” deste diodo:
OBS: Se fosse usado “n = 1”, IS seria 6,91 10-16 A. Este valor só seria usado se não houvesse informações que possibilitem a obtenção de “n”
A 10
0184 ,
1 001
, 0
10 025
, 0 . 739 , 71 , 0
S S
nV v S
D
I e I
e I
i
TD
Anotações
Bibliografia
Conteúdo:
SEDRA Pgs. 120 a 125 Pgs. 148 a 155 MALVINO Pgs. 59 a 74 BOYLESTAD Pgs. 7 a 12
Pgs. 14 a 20 Exercícios:
SEDRA Exs. 1 a 11 pgs.:200-202 (11) BOYLESTAD Exs. 1 a 21 pgs.:87 – 90 (4) MALVINO Exs. 3.1 a 3.26 pgs. 83 – 85 (3)