1 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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4-PROPRIEDADES DOS METAIS
DEFORMADOS PLASTICAMENTE
A capacidade de um material se deformar plasticamente está relacionado com a habilidade das discordâncias se
2
7. Discordâncias e
Mecanismos de Aumento de
Resistência
- Conceitos básicos: características das
discordâncias, sistemas de escorregamento
- Aumento da resistência por diminuição do
tamanho de grão
- Aumento da resistência por solução sólida
- Encruamento, recuperação, recristalização
e crescimento de grão
3 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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PROPRIEDADES DOS METAIS
DEFORMADOS PLASTICAMENTE
A capacidade de um material se deformar plasticamente está relacionado com a habilidade das discordâncias se
4 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Os materiais podem ser solicitados por tensões
de compressão, tração ou de cisalhamento.
Como a maioria dos metais são menos
resistentes ao cisalhamento que à tração e
compressão e como estes últimos podem
ser decompostos em componentes de
cisalhamento, pode-se dizer que os metais
se deformam pelo cisalhamento plástico ou
pelo escorregamento de um plano cristalino
em relação ao outro.
O escorregamento de planos atômicos envolve o
5 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DISCORDÂNCIAS E
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Em uma escala microscópica a deformação plástica é o
resultado do movimento dos átomos devido à tensão aplicada. Durante este processo ligações são
quebradas e outras refeitas.
Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente
envolve o escorregamento de planos atômicos, o
movimento de discordâncias e a formação de maclas
Então, a formação e movimento das discordâncias
têm papel fundamental para o aumento da resistência mecânica em muitos materiais.
A resistência Mecânica pode ser aumentada restringindo-se o movimento das discordâncias
6 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
E A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Discordâncias em cunha movem-se devido à aplicação de uma tensão de cisalhamento perpendicular à linha dediscordância
O movimento das discordâncias pode parar na superfície do material, no contorno de grão ou num precipitado ou
outro defeito
A deformação plástica corresponde à deformação permanente que resulta principalmente do movimento de discordâncias (em cunha ou em hélice)
7 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
Plano de escorregamento Direção de escorregamento Uma distância interatômica8 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
EM CUNHA E EM HÉLICE
vem9 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DENSIDADES DE DISCORDÂNCIAS
TÍPICAS
Materiais solidificados lentamente = 103 discord./mm2
Materiais deformados= 109 -1010 discord./mm2
Materiais deformados e tratados termicamente= 105 -106 discord./mm2
10 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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DISCORDÂNCIAS IMPORTANTES PARA
CARACTERÍSTICAS DAS
AS PROP. MECÂNICAS
Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da energia é retida internamente, o restante é dissipado na forma de calor.
A maior parte desta energia armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias
A presença de discordâncias promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões sofrem tensões compressivas e outras tensões de tração.
11 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS
ATRAÇÃO
REPULSÃO
12 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS EM
MONOCRISTAIS
Durante a deformação plástica o número de discordâncias aumenta drasticamente As discordâncias movem-se mais facilmente nos planos de maior densidade atômica(chamados planos de
escorregamento). Neste caso,
a energia necessária para mover uma discordância é mínima
Então, o número de planos
nos quais pode ocorrer o
escorregamento depende da estrutura cristalina
13 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM
MATERIAIS POLICRISTALINOS
A direção de escorregamento varia de
grão para grão
LINHAS DE ESCORREGAMENTO
14 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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Planos e direções de deslizamento
das discordâncias
Sistemas de delizamento:
conjunto de planos edireções de maior densidade atômica
CFC
: {111}<110> (mínimo 12 sistemas)
CCC
: {110}<111> (mínimo 12 sistemas)
HC
: apresenta poucos sistemas de
deslizamento (3 ou 6) por isso os metais
que cristalizam nesta estrutura são
frágeis
PARA ALGUNS MATERIAIS COM ESTRUTURAS CCC E HC O ESCORREGAMENTO DE ALGUNS PLANOS SÓ SE TORNAM
15 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
CFC: {111}<110>
(mínimo 12 sistemas de
escorregamento)
Planos: {111}= 416 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
Maclas
Discordâncias não é o único defeito
cristalino responsável pela
deformação plástica, maclas
também contribuem.
Deformação em materiais cfc, como
o cobre, é comum ocorrer por
maclação
17 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
Mecanismos de aumento de
resistência dos metais
1.
Aumento da resistência por adição de
elemento de liga (formação de solução sólida
ou precipitação de fases)
2.
Aumento da resistência por redução do
tamanho de grão
3.
Aumento da resistência por encruamento
4.
Aumento da resistência por tratamento térmico
(transformação de fase):
será visto
posteriormente
18 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
1- Aumento da resistência por
adição de elemento de liga
Os átomos de soluto podem causar
tanto tração (átomos menores)
como compressão (átomos maiores)
na rede cristalina
Os átomos de soluto se alojam na
rede próximo às discordâncias de
forma a minimizar a energia total do
sistema
19 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
1- Aumento da resistência por adição
de elemento de liga
EX:
INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS EM
SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS
Quando um átomo de uma impureza esta presente,
o movimento da discordância fica restringido, ou seja,
deve-se fornecer energia adicional para que continue
havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas
de metais são sempre mais resistentes que seus
metais puros constituintes
20 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
2- Aumento da resistência por
diminuição do tamanho de grão
ex: DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM MATERIAIS
POLICRISTALINOS
O contorno de grão
interfere no movimento
das discordâncias
Devido as diferentes
orientações cristalinas
presentes, resultantes
do grande número de
grãos,
as direções de
escorregamento das
discordâncias variam
de grão para grão
21 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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Aumento da resistência por
diminuição do tamanho de grão
O contorno de grão funciona como
um barreira para a continuação do
movimento das discordâncias devido
as diferentes orientações presentes
e também devido às inúmeras
descontinuidades presentes no
contorno de grão.
22 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
ESCOAMENTO E
DISCORDÂNCIAS
A tensão necessária para
mover a discordância e gerar a deformação plástica está
relacionada não só com a energia para mover e criar discordâncias, mas também para dissociá-las dos átomos de soluto.
23 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
Qual das duas ligas com teores iguais
de soluto apresentará o maior limite
de escoamento?
Al-Cu
Al-Si
24 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
Dependência da tensão de
escoamento com o tamanho de grão
EQUAÇÃO DE HALL-PETCH
esc=
o+ K
e(d)
-1/2
o e Ke são constantes
o= tensão de atrito oposta ao movimentodas discordâncias
Ke= constante relacionada com o
empilhamento das discordâncias
d= tamanho de grão
Essa equação não é válida para grãos muito
grosseiros ou muito pequenos
25 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
Dependência do limite de
escoamento com o tamanho
de grão
26 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
3- ENCRUAMENTO OU
ENDURECIMENTO PELA
DEFORMAÇÃO À FRIO
É o fenômeno no qual um material endurece
devido à deformação plástica (realizado pelo
trabalho à frio)
Esse endurecimento dá-se devido ao
aumento de discordâncias e imperfeições
promovidas pela deformação, que impedem
o escorregamento dos planos atômicos
A medida que se aumenta o encruamento maior é
a força necessária para produzir uma maior
deformação
O encruamento pode ser removido por tratamento
27 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
GRAU DE DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA EM TERMOS DE
TRABALHO À FRIO (TF)
%TF= A
inicial-A
finalx100
A
inicial28 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
S
VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS EM FUNÇÃO DO
ENCRUAMENTO
O encruamento aumenta a resistência mecânica O encruamento aumenta o limite de escoamento O encruamento diminui a ductilidade29 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
ENCRUAMENTO E
MICROESTRUTURA
Antes da
deformação
Depois da
deformação
30 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
RECRISTALIZAÇÃO
(Processo de Recozimento para
Recristalização)
Se os metais deformados
plasticamente forem submetidos ao
um aquecimento controlado, este
aquecimento fará com que haja um
rearranjo dos cristais deformados
plasticamente, diminuindo a dureza
dos mesmos
31 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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MECANISMO QUE OCORRE NO
AQUECIMENTO DE UM MATERIAL
ENCRUADO
ESTÁGIOS:
Recuperação
Recristalização
Crescimento de grão
32 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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MECANISMO QUE OCORRE NO
AQUECIMENTO DE UM MATERIAL
ENCRUADO
33 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
RECUPERAÇÃO
Há um alívio das tensões internas
armazenadas durante a deformação
devido ao movimento das discordâncias
resultante da difusão atômica
Nesta etapa há uma redução do número de
discordâncias e um rearranjo das mesmas
Propriedades físicas como condutividade
térmica e elétrica voltam ao seu estado
original (correspondente ao material
não-deformado)
34 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
RECRISTALIZAÇÃO
Depois da recuperação, os grãos ainda
estão tensionados
Na recristalização os grão se tornam
novamente equiaxiais (dimensões iguais
em todas as direções)
O número de discordâncias reduz mais
ainda
As propriedades mecânicas voltam ao seu
estado original
35 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
RECRISTALIZAÇÃO
Pode-se refinar o grão
de uma liga monofásica
mediante deformação
plástica e recristalização
Forma-se um novo
conjunto de grãos que
são equiaxiais
36 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
CRESCIMENTO DE GRÃO
Depois da recristalização se o
material permanecer por mais
tempo em temperaturas elevadas o
grão continuará à crescer
Em geral, quanto maior o tamanho
de grão mais mole é o material e
menor é sua resistência
37 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
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Crescimento de grão por
difusão
Pode-se refinar o grão de uma liga monofásica mediante deformação plástica e recristalização
38 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R
S
Dependência do tamanho de grão
39 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
A temperatura de recristalização é
dependente do tempo
A temperatura de recristalização
está entre 1/3 e ½ da temperatura
de fusão
40 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
Chumbo
- 4C
Estanho - 4C
Zinco
10C
Alumínio de alta pureza
80C
Cobre de alta pureza
120C
Latão 60-40
475C
Níquel
370C
Ferro
450C
41 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DEFORMAÇÃO À QUENTE E
DEFORMAÇÃO À FRIO
Deformação à quente:
quando a
deformação ou trabalho mecânico é
realizado acima da temperatura de
recristalização do material
Deformação à frio:
quando a
deformação ou trabalho mecânico é
realizado abaixo da temperatura de
recristalização do material
42 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S
DEFORMAÇÃO À QUENTE
VANTAGENS Permite o emprego de menor esforço mecânico para a mesma deformação (necessita-se então de máquinas de menor capacidade se comparado com o trabalho a frio).
Promove o refinamento da estrutura do material, melhorando a tenacidade
Elimina porosidades
Deforma profundamente devido a recristalização
DESVANTAGENS:
Exige ferramental de boa resistência ao calor, o que implica em custo
O material sofre maior oxidação, formando casca de óxidos
43 E le a n i M a ri a da C o s ta -P G E T E MA /P U C R S