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MENSAGEM DE ABERTURA DO SÍNODO

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Academic year: 2022

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MENSAGEM DE ABERTURA DO SÍNODO

(Fase Diocesana, 17 de Outubro de 2021)

1. Estimados sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas das nossas Paróquias e Centros de Pastoral, irmãos e irmãs dos vários movimentos apostólicos, associações ou instituições eclesiais; homens e mulheres de boa vontade, a vós quero dirigir essa “mensagem de convite”

num momento especial da nossa Igreja Diocesana em comunhão com toda a Igreja Católica.

Ouvindo e acatando o apelo do Santo Padre, que preside a caridade e a comunhão que Cristo quis para a Sua Igreja, fazemos hoje abertura da 1ª fase do Sínodo, a etapa diocesana. Como indica a palavra “sínodo” queremos caminhar juntos, de mãos dadas, como filhos e filhas, irmãos e irmãs desta Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica que exprime também nesta Igreja diocesana de Viana. Refulgem as suas notas características, resplende o rosto da Esposa de Cristo, impregnam-se os nossos espíritos duma conhecida mas sempre misteriosa experiência, essa que nos faz sentir que somos nós o Corpo de Cristo e nos faz saborear a alegria incomparável, e ainda desconhecida do mundo secular, desse “que alegria é viverem os irmãos juntos”

(Sal 18,5).

2. Ao longo do nosso “caminhar juntos” queremos reflectir, pensar, partilhar e rezar juntos à volta do tema: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. «O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio». Este itinerário, que se insere no sulco da “actualização” da Igreja, proposta pelo Concílio Vaticano II, constitui um dom e uma tarefa: caminhando lado a lado e reflectindo em conjunto sobre o caminho percorrido, com o que for experimentando, a Igreja poderá aprender quais são os processos que a podem ajudar a viver a comunhão, a

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realizar a participação e a abrir-se para a missão. Com efeito, o nosso “caminhar juntos” é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como Povo de Deus peregrino e missionário (Documento preparatório, n.1).

Caros diocesanos e diocesanas! O sínodo, no seu todo, constitui um momento significativo de comunhão eclesial, de escuta, oração, diálogo e discernimento de todo o povo de Deus na nossa Diocese. Nele se torna visível o mistério da Igreja comunhão, uma vez que, unida a Cristo, a Igreja “é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano” (LG 1).

Constitui um acontecimento de graça no qual o Povo de Deus, que vive numa Igreja diocesana, é convocado e se reúne em nome de Cristo, sob a presidência do bispo, para discernir os desafios pastorais, procurar em conjunto os caminhos a percorrer na missão e cooperar activamente em tomar decisões oportunas na escuta do Espírito Santo.

3. A nossa caminhada sinodal começará, na sua fase inicial, nas nossas Paróquias e Instituições similares; porquanto a Paróquia é a “casa de Deus no meio das casas dos homens”; é o lugar de “acolhimento e de esperança, lugar de oração e espaço de celebração da festa”; é referência na cidade, nas nossas centralidades, nos nossos musseques através de sinais sensíveis e visíveis, como o sino, o canto e a forma de entender os dramas e alegrias humanas, as esperanças e as angústias dos milhares de homens e mulheres, jovens e velhos, adultos e crianças do nosso território diocesano.

As nossa Paróquias e os nossos Centros serão lugares privilegiados de vivência da sinodalidade; converter-se-ão em lugares onde “se aprende a viver como discípulo do Senhor no interior de uma rede de relações fraternas nas quais se experimenta a comunhão na diversidade das vocações, das gerações, dos carismas, dos ministérios e das competências, formando uma comunidade concreta que vive solidamente a sua

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cada um” (COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL, A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, n.º 83).

De mãos dadas, “nos coloquemos à escuta do Espírito Santo que, como o vento, «sopra onde quer; ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai» (Jo 3, 8), permanecendo abertos às surpresas para as quais certamente nos predisporá ao longo do caminho” (Documento preparatório, n. 2).

4. Caros Diocesanos e Diocesanas, para se alcançar os frutos desejados, neste “caminhar em conjunto” e lado a lado, é imprescindível saber “OUVIR” com a mente e com o coração, ter a ousadia e liberdade de “TOMAR A PALAVRA” com coragem para o bem da igreja e do homem nosso irmão.

A sinodalidade a que somos chamados a viver inclui o refletir juntos sobre quem faz parte do que chamamos de "nossa Igreja"; escutar os jovens, as mulheres, os consagrados, as nossas “mamãs zungueiras”, os descartados, os excluídos e também os que não são da nossa igreja e pessoas que não rezam; considerar se um estilo autêntico de comunicação é promovido na comunidade, sem duplicidade; avaliar como a oração e a liturgia guiam o "caminhar juntos"; refletir sobre como a paróquia, o centro de pastoral ou movimento apostólico apoiam os membros engajados em um serviço;

repensar lugares e modos de diálogo na diocese, com comunidades e movimentos apostólicos, com instituições, com os não-crentes. E, por fim, inclui o questionar-se como é exercida a autoridade na Igreja diocesana, como as decisões são tomadas, que instrumentos são promovidos para a transparência e a responsabilidade, qual é a formação dos que têm posições de responsabilidade.

5. NESTA FASE, a nível das paróquias e centros de pastoral, quero contar com a dinamização daqueles que, no nosso dia a dia, comigo – vosso bispo e pai - vão também suportando “o cansaço do dia e o seu calor” (cf. Mt 20,12): os párocos e os seus vigários paroquiais, bem como os religiosos e religiosas, os

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catequistas chefes das comunidades e os coordenadores de movimentos apostólicos e diversas associações.

Caros sacerdotes e religiosas e religiosos! Conto convosco na

“animação de auscultação”. Sede pastores no meio dos vossos irmãos, vossos fiéis, caminhando com eles, como bem o disse o Santo Padre: “nós pastores caminhamos com o povo: as vezes caminhamos à frente, indicando o caminho, indicando a via;

outras vezes caminhamos no meio com o povo de Deus, para fortalecê-lo na unidade; outras vezes caminhamos atrás, para que ninguém fique para trás, mas, principalmente, para seguir o faro que o Povo de Deus tem para encontrar novas estradas.”

(Discurso aos fiéis de Roma, 18 de Setembro de 2021).

6. Finalmente, para o êxito do sínodo, peço que durante o período de sua realização seja rezada sempre a “oração pelo Sínodo” nas nossas celebrações e reuniões, e que o Espírito Santo seja continuamente invocado. Nunca devemos esquecer que a Igreja não é uma organização meramente humana e que o seu principal agente é o Espírito Santo. Por isso, além de ouvir, organizar, preparar, executar, é preciso rezar muito, pedindo que o Espírito Santo ilumine, oriente, anime e faça dar frutos ao caminho sinodal. O Espírito Santo é o principal agente do sínodo diocesano e nós somos os seus colaboradores.

A oração adoptada para o sínodo “Adsumus Sancte Spiritus”- que deverá ser rezada sempre durante os encontros e as Assembleias Litúrgicas (missa, laúdes e vésperas) - é dirigida ao Espírito Santo, “alma da Igreja”. Ele dá vida e vigor às criaturas e “renova a face da terra”. A Ele recorremos para suplicar a graça da renovação da nossa Igreja católica.

Pedimos que nos ajude a renovar-nos na vida cristã, no dinamismo das virtudes que sintetizam a vida cristã: a fé, a esperança e a caridade. Ao Espírito Santo nós pedimos a conversão pessoal e comunitária, mediante a renovada fidelidade a Jesus Cristo e a sua Igreja.

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Caros diocesanos e diocesanas. Para que a nossa caminhada sinodal chegue ao “bom e feliz porto”, seja-nos propícia a comunhão da Igreja do céu: assistam-nos os santos padroeiros das nossas paróquias e centros de pastoral e das nossas famílias religiosas; assistam-nos os Anjos e todos os santos e em especial São José. Maternal e poderosa nos seja a assistência de Nossa Senhora da Muxima, que invocamos de coração. Que Cristo presida a nossa caminhada sinodal. E tudo seja para a glória de Deus, da Santíssima Trindade, cuja bênção ousamos dar a todos vós, em “Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Viana, aos 17 de Outubro de 2021, + Emílio Sumbelelo,

Bispo da Diocese de Viana

Referências

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