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Dactylopius opuntiae: IMPACTOS CAUSADOS E MÉTODOS ALTERNATIVOS UTILIZADOS EM Opuntia ficus-indica NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ-PB

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Dactylopius opuntiae: IMPACTOS CAUSADOS E MÉTODOS ALTERNATIVOS UTILIZADOS EM Opuntia ficus-indica NO

MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ-PB

Cimara Diniz da SILVA¹; Nívia Maria Rodrigues dos SANTOS1; Priscíla Vieira da COSTA1; Marcela Tarciana Cunha Silva MARTINS2;

1. Alunos do Curso de Licenciatura em Biologia da UVA/UNAVIDA. cim.diniz@ig.com.br 2. Orientador. Biólogo. Professor de Biologia da UVA/UNAVIDA. marcela.tarciana@yahoo.com.br

RESUMO: A palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill.) é uma Cactaceae exótica originaria do México, que está presente em todos os continentes. Esta planta apresenta diversas finalidades, destacando-se pela utilização na alimentação animal, humana, comercialização, além da produção de energia, função medicinal, elaboração e composição de cosméticos. O objetivo deste trabalho foi identificar os impactos causados pela cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae Cockerell, 1896) à palma forrageira, bem como os métodos adotados pelos produtores para combater e prevenir à infestação desta praga. O trabalho foi realizado no município de Santo André, Microrregião do Cariri Oriental da Paraíba, na qual foram realizadas visitas a 25 pequenos produtores que cultivam a palma forrageira para alimentação animal, humana e para comercialização.

Através de um questionário foram abordados temas como: área plantada, fonte de renda, doenças que acometem a palma forrageira, tratamento empregado ao combate relacionado à cultura e conhecimento sobre palmas resistentes a cochonilha-do-carmim. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007. Os produtores de Santo André-PB utilizam a palma forrageira para alimentação animal, humana e comercialização e, apesar da disseminação lenta, a cochonilha-do-carmim causou aos proprietários rurais perdas econômicas e redução do recurso forrageiro da região. Conclui-se que, a cochonilha-do-carmim apesar de ter a disseminação lentacausou 100% de morte do palmal, causando grandes perdas econômicas e redução do recurso forrageiro da região. Nessa perspectiva, ressalta-se que os produtos alternativos como gás, óleo, sabão em pó, e detergente são eficazes no combate a cochonilha-do-carmim, além de não ocasionar nenhum efeito fitotóxico sobre a palma. O uso de sabão em pó e de detergentes biodegradáveis não ocasiona impacto ambiental e não oferecem riscos aos aplicadores.

Palavras-Chave: Cactaceae. Forrageira nativa. Cochonilha-do-carmim.

ABSTRACT: The cactus pear (Opuntia ficus-indica (L.) Mill.) Is an exotic cactus originally from Mexico, which is present on all continents. This plant has several purposes, highlighting the use in animal feed, human, marketing, energy production, medical function, design and composition of cosmetics. The objective of this study was to identify the impacts of cochineal carmine (Dactylopius opuntiae) the cactus, and the methods adopted by the producers to combat and prevent the infestation of cochineal carmine. The work was conducted in the municipality of Santo André, Microregion Cariri East of Paraíba, in which visits were made to 25 small farmers who cultivate cactus feed, marketing and human. Through a questionnaire were addressed topics such as: acreage, income, diseases of the cactus, treatment used to combat-related culture and knowledge about palms resistant cochineal carmine. For data analysis program was used Microsoft Office Excel 2007. Producers of St.

Andrew PB-use cactus feed, marketing and human. Despite the slow spread, cochineal carmine caused economic losses to farmers and reducing the forage resource in the region. From this perspective, it is noteworthy that the cochineal carmine-despite slow the spread caused landowners to huge economic losses and reduced forage resource in the region. From interviews conducted in the municipality of Santo André-PB composing the Eastern cariri Paraibano, there was a great use of cactus pear. Having the need to exterminate the pest and also publicize and guide municipal officials the importance of eradicating this pest.

Keywords: Cactaceae. Cochineal Carmine. Native forage.

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www.revistascire.com.br INTRODUÇÃO

A palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill), cactaceae exótica originária do México, está presente em todos os continentes (HOFFAMANN, 1995). Esta planta apresenta diversas finalidades, destacando-se a utilização na alimentação animal e humana, produção de energia, função medicinal, elaboração e composição de cosméticos (SÁENZ HERNANDEZ, 2001). Desempenha importante papel econômico e social, nas regiões áridas e semiáridas do mundo (FAO, 2005).

No semiárido brasileiro a palma é uma importante ferramenta na sustentabilidade da pecuária regional. A diversificação de uso desta planta, relacionada principalmente aos cosméticos e produtos medicinais, representa uma opção de renda para os habitantes das regiões áridas e semiáridas (OLIVEIRA et al., 2010). A agroindustrialização da palma forrageira resulta em diversas preparações, produtos e derivados, permitindo o uso diversificado das raquetes jovens e dos frutos, fato que resulta em agregação de valor à produção, com efeitos positivos na geração de postos de trabalho e renda (CHIACCHIO, 2006). De acordo com Barbera (2001), mundialmente, a palma forrageira é usada na alimentação humana, arraçoamento animal, como fonte de energia, na medicina, na indústria de cosméticos, na proteção e conservação do solo, dentre outros usos nobres, a exemplo da fabricação de adesivos, colas, fibras para artesanato, papel, corantes, mucilagem, antitranspirante e ornamentação.

Há cerca de sete anos a palma forrageira, variedade gigante, vem sendo comprometida pela Dactylopius opuntiae Cockerell que tem se tornado uma praga importante em diversos municípios, principalmente nas microrregiões geográficas (LOPES, 2005). A disseminação e proliferação desta praga têm causado impactos irreversíveis, provocando consequências socioeconômicas gravíssimas em comunidades agrícolas onde a atividade leiteira é extremamente dependente do cultivo da palma, como fonte de suplementação alimentar para os rebanhos durante os períodos de estiagem (LOPES, 2007).

O inseto é de origem mexicana, com ciclo de vida de 90 dias, variando de acordo com a temperatura, a cochonilha apresenta metamorfose completa, facilmente disseminada principalmente pelo vento, é conhecida por sua agressividade, debilitando as plantas até a morte, apresentando caráter drástico e inviabilizando a pecuária da região (CHIACCHIO, 2008). No processo de alimentação, as cochonilhas sugam as raquetes da palma inoculando

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www.revistascire.com.br toxinas, o que resulta no enfraquecimento das plantas, provocando o amarelecimento e a queda dos cladódios. Em ataques mais severos, quando não é adotada medida de controle, podem ocorrer à morte da planta e a destruição do palmal (CAVALCANTI et al., 2001).

Segundo Almeida et al. (2011) a cochonilha-do-carmim, também é conhecida por sua agressividade, debilitando as plantas até a morte, assumindo caráter de praga altamente drástica e inviabilizador praticamente a pecuária bovina, caprina e ovina. O avanço biológico e estabelecimento da cochonilha-do-carmim na cultura palma forrageira são explorados por diferentes tipos de produtores, causando sérios riscos a economia local, pois a palma também é utilizada como fonte de alimentação humana e como moeda de troca nas épocas de estiagem, onde o preço duplica ou até triplica.

A presente pesquisa objetivou identificar os impactos causados pela cochonilha-do- carmim (Dactylopius opuntiae Cockerell,1896) à palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill), cultivada no município de Santo André-PB e identificar os métodos utilizados pelos produtores para combater e prevenir a infestação da cochonilha-do-carmim na palma forrageira da região.

METODOLOGIA

A pesquisa realizada foi do tipo descritiva e exploratória, com abordagem quali- quantitativa. De acordo com Teixeira (2007), uma pesquisa qualitativa a sociedade pode ser vista sobre diversos aspectos: motivação, aspiração, atitudes, crenças e valores, tudo isso voltado para uma linguagem acessível utilizada no dia-a-dia. Já Santos (2009), afirma que as técnicas quantitativas buscam analisar o comportamento das variáveis individualmente ou na sua relação de associação ou dependência com outras variáveis (quando há casualidade).

O município de Santo André, local da pesquisa, situa-se na microrregião do Cariri oriental, sendo localizado na mesorregião da Borborema, na Paraíba, o qual possui uma população de 2.638 habitantes em uma área de 225 Km² (IBGE, 2010). Os dados foram coletados em 8 áreas rurais circunvizinhas no total 31, denominadas Lagoa de Baixo, Lagoa de Cima, Lagoa do Meio, Ilha Grande, Casa Nova, Pinhões, Badalo, Malhada do Umbuzeiro no interior do município de Santo André - PB. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário estruturado com perguntas objetivas e subjetivas, sobre o conhecimento dos produtores rurais a respeito dos impactos causados pela cochonilha-do-

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www.revistascire.com.br Carmim em palmas forrageiras, sendo aplicado a 25 pequenos produtores rurais, o que corresponde a 5% do total de 200 produtores. Para isto, foram realizadas visitas às propriedades que cultivam a palma forrageira, como fonte de alimentação animal, humana e para comercialização. Os dados foram analisados através dos questionários e os resultados, em porcentagem, representados por gráficos, utilizando para esta finalidade o programa computacional Microsoft Excel (2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Gráfico 1, verifica-se que a 30% dos entrevistados plantam entre um e três hectares da palma forrageira em suas propriedades, entretanto a maioria (50%) mencionou que o plantio foi suspenso por medo de perda da produção e pela doença da cochonilha-do-carmim. Uma pequena parte (7%) plantou de 10 a 15 há e isso está relacionado com a proporção de gado que os proprietários rurais possuem.

Gráfico 1. Área plantada de palma forrageira, pelos produtores de oito áreas rurais, no município de Santo André-PB.

Fonte: Autores, 2012

No Nordeste do Brasil são cultivadas duas espécies de palma forrageira conhecida como Opuntia fícus-indica (L.) Mill e Nopalea cochenilifera (L.) Salm. Dyck. A espécie O.

fícus-indica é também conhecida como palma-graúda, palma-da-índia, palma-sem-espinho e cactos burbank (FARIAS et al., 2005). De acordo com a EMBRAPA (2002), a produção

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www.revistascire.com.br obtida em um hectare de palma adensada, sistema no qual se utiliza os espaçamentos entre fileiras e raquetes de 1,0m x 0,25m, é de aproximadamente 300 toneladas a cada dois anos.

Isto permite alimentar, conforme Farias et al. (2000), no período de seca, 30 vacas durante 180 dias com um consumo médio diário de 50 kg de palma por vaca.

Tem-se observado nos últimos anos um grande declínio em relação ao plantio da palma forrageira não só na Paraíba, mas também nos estados do Ceará e Pernambuco. Isso tem ocorrido devido ao ataque de pragas e doenças e a dificuldade de combatê-las. No município de Santo André a cochonilha-do-carmim (Figuras 1 B e 1 C) vem destruindo o palmal (Figuras 1 D e 1 E), causando serias consequências econômicas a pecuária da região, e grandes perdas aos produtores rurais, tais como morte total do palmal e dos animais, pois não há nenhuma alternativa de alimentação para estes rebanhos visto que a seca assola o Nordeste, em grande escala na Paraíba.

Figura 1. Plantio da palma forrageira atacado pela cochonilha-do-carmim, de oito áreas rurais, no município de Santo André-PB. A – Plantio; B e C – Raquetes de palma atacadas e D e E – Destruição do plantio pela cochonilha-do-carmim.

Fonte: Priscila Vieira – 2012.

A palma forrageira nos Estados de Pernambuco, Ceará e Alagoas vem sofrendo intenso ataque da cochonilha-do-carmim (D. opuntiae) traduzido pela agressividade e pela

E

B C

D A

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www.revistascire.com.br explosão populacional desse inseto praga, debilitando as plantas até a morte, causando elevados danos, assumindo assim caráter de praga altamente drástica (CHIACCHIO, 2008).

Conforme Lopes, (2005) a palma forrageira, variedade gigante vem sendo comprometida pela D. opuntiae que tem se tornado uma praga importante em diversos municípios, principalmente nas microrregiões geográficas do Cariri Ocidental, Serra do Teixeira e Piancó.

A palma forrageira é considerada, pelos produtores, como a principal fonte de alimento para os rebanhos, apontado assim por 95% dos entrevistados (Gráfico 2). Diante da atual situação da palma forrageira, para os pecuaristas, a utilização da mesma é bastante usada pela bovinocultura com 3.500 mil animais, caprinocultura (9.500 mil animais), ovinocultura (3.500 mil animais) e vacas ordenhadas (550 animais), com o total de 17.050 mil animais (IBGE 2010). Esta também se destaca como importante fonte de renda citado por 4% dos produtores (Gráfico 2). Lima (2002) verificou que vacas leiteiras mestiças produziam 15 kg de leite/dia e alimentadas com dietas, aproximadamente, 50% de palma gigante, tiveram as exigências de águas supridas pela dieta e praticamente não bebiam água.

Apesar da pouca aceitabilidade da palma como alimentação humana (1%) (Gráfico 2), é comum encontrar trabalhos que informem o teor nutritivo desta forrageira. De acordo com Chiacchio et al. (2006), na alimentação humana, geralmente, são usados em preparações culinárias os brotos da palma ou raquetes jovens (cladódios), denominados de verdura e os frutos, ao natural ou processados. Devido ao baixo teor de matéria seca da palma forrageira, dietas formuladas com grandes proporções desse alimento, normalmente, possuem alta umidade, o que pode ser favorável em regiões onde a água se torna escassa em determinadas estações (MAGALHÃES, 2002), além de ser uma excelente fonte de energia, rica em carboidratos não fibrosos 61,79% (WANDERLEY et al., 2002) e nutrientes digestivos totais 62% (MELO et al., 2003).

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www.revistascire.com.br Gráfico 2. Importância da palma forrageira para os agricultores em oito áreas

rurais, no município de Santo André-PB.

Fonte: Autores, 2012

Quanto à percepção em relação às doenças e pragas que acometem a palma forrageira, percebe-se que a maioria (90% dos produtores) afirma que a cochonilha-do-carmim é a principal doença que acomete a palma forrageira, enquanto que 9% dizem conhecer outras doenças causadas por fungos ou bactérias e 1% mencionou conhecer outras doenças que atacam a palma (Gráfico 3).

Gráfico 3. Doenças que acometem a palma forrageira, conforme os agricultores em oito áreas rurais, no município de Santo André-PB.

Fonte: Autores, 2012

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www.revistascire.com.br A cochonilha-do-carmim (D. opuntiae) destaca-se como a principal doença que ataca o palmal, com seu efeito devastador. Atualmente, vem causando vários danos, sendo responsável por grandes prejuízos na pecuária nordestina. Mais de 100 mil hectares da cultura nos estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará têm sido afetados por ela. Em face da presente situação, entre os métodos de controle preconizados se encontra o uso do detergente neutro (LOPES et al., 2007). A cochonilha-do-carmim é uma das diversas espécies do gênero Dactylopius que produzem o corante carmim. Essas espécies são criadas em cactáceas e podem se transformar em pragas se a cultura não for conduzida tecnicamente, ou se forem disseminadas livremente nas plantas cultivadas (WARUBY et al., 2005). Ataques desta cochonilha em palma cultivada foram observados nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (SANTOS et al., 2006).

Há 11 anos, a cochonilha mexicana foi introduzida ilegalmente em Pernambuco, iniciando um processo de expansão pelo interior do Estado e Cariri Paraibano. O que era para ser uma alternativa econômica para pequenos produtores rurais se transformou numa praga que vem devastando as plantações de palma forrageira (BRASÍLIA, 2009).

No processo de alimentação, as cochonilhas sugam as raquetes da palma inoculando toxinas, o que resulta no enfraquecimento das plantas, provocando o amarelecimento e a queda dos cladódios. Em ataques mais severos, quando não é adotada medida de controle, podem ocorrer à morte da planta e a destruição do palmal (CAVALCANTI et al., 2001).

As perdas de produção alcançam até 100%, praticamente inviabilizando a pecuária bovina, caprina e ovina, com sérios prejuízos para o agronegócio pecuário, onde essas cactaceas são eficientes suportes alimentares para as suas cadeias produtivas (CHIACCHIO, 2008).

O Estado da Paraíba chegou a produzir 148.599 milhões de litro de leite por ano, chegando a um crescimento de mais de 500% na produção dos últimos anos, mas a quantidade não é suficiente para garantir o abastecimento interno. Todavia, a cochonilha-do- carmim afetou a palma e consequentemente a produção do leite de gado, impedindo que as metas fossem atingidas (VITRINE DO CARIRI, 2008).

No que se refere ao conhecimento dos produtores entrevistados, no combate à cochonilha-do-carmim, verificamos que 99% dos proprietários utilizam produtos caseiros como gás, óleo, sabão em pó e detergente neutro, para combater o ataque da praga. Enquanto que apenas 1% faz uso de produtos inseticidas (Gráfico 4). Brito et al. (2008), verificaram que

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www.revistascire.com.br os produtos alternativos como o detergente neutro e sabão em pó combateram eficazmente a cochonilha-do-carmim, com uma eficiência acima de 80%. Porém segundo os proprietários rurais é preciso podar todo o palmal caso esteja muito fechado, bem como disponibilizar tempo para pulverizar as palmas contaminadas e inspecionar todos os dias com o intuito de exterminar a praga e pulverizar onde não há extermínio do inseto.

Gráfico 4. Tratamento empregado pelos agricultores, no combate á cochonilha-do-carmim, em oito áreas rurais, no município de Santo André-PB.

Fonte: Autores, 2012

A aplicação dos produtos alternativos não ocasiona mortalidade de larvas de Cycloneda sanguínea e Baccha sp. (Sirphidae). Já os pesticidas, são ofensivos eliminando larvas e adultos desses inimigos naturais. O uso do sabão em pó e detergentes biodegradáveis tem a vantagem de não causar impactos ambientais e de não oferecer riscos para os aplicadores e animais, que podem se alimentarem da palma sem terem problemas de toxicidade (BRITO et al., 2008).

Os produtores ao ser questionado quanto ao conhecimento da palma resistente a cochonilha-do-carmim, conforme Gráfico 5, 55% responderam que conhecem. No entanto eles não têm acesso a essa espécie de palma para ser plantada em suas terras. Porém, 25% dos entrevistados afirmaram que não conheciam esse tipo de palma e apenas 20% dos produtores alegaram ter ouvido falar.

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www.revistascire.com.br Gráfico 5. Conhecimento sobre a palma resistente á cochonilha-do-carmim

conforme os agricultores em oito áreas rurais, no município de Santo André-PB.

De acordo com Lara (1991) a melhor alternativa de cultivo para a palma em regiões atacadas por esse inseto é o plantio de palmas resistentes. Essa alternativa destaca-se como estratégia ideal de controle de pragas, pois sua utilização reduz a população do inseto a níveis toleráveis, tem efeito cumulativo e persistente, não é poluente, não acarreta ônus ao sistema de produção e não exige conhecimentos específicos dos agricultores para sua utilização.

Vasconcelos (2004) relata que os clones mais resistentes são: miúda, orelha de elefante e algerian. Além das características de produtividade e resistência a pragas e doenças, é necessário que a variedade seja palatável, devido a sua utilização na alimentação animal.

CONCLUSÃO

A explosão populacional da cochonilha-do-carmim causou 100% de morte de todo palmal, ocasionando sérias consequências para a atividade pecuária no município de Santo André-PB, visto que a palma é a principal alternativa para alimentação dos rebanhos, bem como perda econômica para os proprietários rurais que tiveram que interromper o plantio da palma forrageira.

Os produtos utilizados pelos proprietários rurais, para combater a infestação da cochonilha, a exemplo do gás, óleo, sabão em pó e detergente neutro são eficientes no

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www.revistascire.com.br controle da praga, porém é fundamental realizar inspeções diárias nas lavouras para monitorar a presença ou ausência da praga, bem como realizar poda e queima das raquetes infestadas.

Os produtos utilizados pelos proprietários rurais, para combater a infestação da cochonilha tem a vantagem de não ocasionar grandes impactos ambientais e não oferecem riscos para aplicadores e animais.

Há necessidade de divulgação e orientação pelas autoridades municipais e lideranças rurais na importância da erradicação da praga.

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