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ORIDES FONTELA TODA PALAVRA É CRUELDADE

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Academic year: 2022

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ORIDES FONTELA

TODA PALAVRA É CRUELDADE

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ORIDES FONTELA

TODA PALAVRA É CRUELDADE

DEPOIMENTOS ENTREVISTAS RESENHAS

(ORG.) NATHAN MATOS

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© Editora Moinhos, 2019.

© Herdeiros de Orides Fontela, 2019.

Edição:

Camila Araujo & Nathan Matos

Assistente Editorial:

Sérgio Ricardo

Revisão, Diagramação e Projeto Gráfico:

LiteraturaBr Editorial

Capa:

Nathan Matos

Organização:

Nathan Matos Magalhães

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

F682o Fontela, Orides

Orides Fontela – toda palavra é crueldade / Orides Fontela ; organizado por Nathan Matos.

Belo Horizonte, MG : Moinhos, 2019.

152 p.

ISBN: 978-85-45557-65-4

1. Literatura brasileira. 2. Orides Fontela. 3. Poesia. 4. Filosofia. 5. Entrevista.

6. Depoimento. I. Título.

2019-95

CDD 869.8992

CDU 821.134.3(81)

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura brasileira 869.8992 2. Literatura brasileira 821.134.3(81)

Todos os direitos desta edição reservados à Editora Moinhos editoramoinhos.com.br | contato@editoramoinhos.com.br

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

A POSSIBILIDADE DO IMPOSSÍVEL EM ORIDES FONTELA 13

DEPOIMENTOS

NAS TRILHAS DO TREVO 21

POÉTICA: UMA – DESPRETENSIOSA – MINIPOÉTICA 29 SOBRE POESIA E FILOSFIA – UM DEPOIMENTO 35

ENTREVISTAS

ENTREVISTA DO MÊS 43

UMA CONVERSA COM ORIDES FONTELA 55

ORIDES FONTELA COMBATE DESPEJO COM SUA POESIA 91 ORIDES FONTELA RESISTE À SOFISTICAÇÃO DA POESIA 95 POETA PEREGRINA ADOTOU A CIDADE COMO SUA 103 POESIA AMADURECIDA À BEIRA DO ABISMO 107

O AVESSO DO VERSO 111

RESENHAS

A MOÇA VAI MORRER, MAS A VIDA É BELA 127

EM QUESTÃO, A NOSA IDENTIDADE 129

ENTRE O LÍRICO E O SOCIAL 131

MÍSTICA E POESIA 133

NAS RIMAS DA PERPLEXIDADE 135

NASCE UM FILÓSOFO 137

RACIOCÍNIOS ENTRE A VIDA E A MORTE 139

VERSOS E RIMAS DE LUZ E SOMBRAS 141

TODAS AS CORES DA NOITE 143

PROSA

ALMIRANTADO 147

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para Orides Fontela

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FALA

Tudoserá difícil de dizer:

a palavra real nunca é suave.

Tudo será duro:

luz impiedosa excessiva vivência

consciência demais do ser.

Tudo será

capaz de ferir. Será.

agressivamente real.

Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos e nem no amor: o ser é excessivamente lúcido e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade)

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APRESENTAÇÃO

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A possibilidade do impossível em Orides Fontela por Nathan Matos Magalhães

“Só existe o impossível”

Orides Fontela

Orides de Lourdes Teixeira Fontela – nascida em São João da Boa Vista, em 1940, e falecida em Campos do Jordão, em 1998 –, conhecida como Orides Fontela, é lembrada, às vezes, mais pela sua inquietante vida pessoal e sua personali- dade complexa do que por sua poesia. Reclusa e impetuosa, era considerada uma pessoa de difícil convivência, incapaz de manter relações sociais duradouras. Foi amiga de nomes co- nhecidos da crítica brasileira atual, como Antonio Candido, Augusto Massi e Marilena Chauí, os quais a ajudaram durante um longo percurso da vida, mas com quem a poeta manteve laços, por vezes, turbulentos.

Davi Arrigucci Jr., nascido também em São João da Boa Vista, além de ter se tornado amigo da poeta, foi quem a descobriu.

Ao ler o jornal de sua terra natal, O Município, deparou-se com o poema “Elegia I”, de Orides Fontela, e se encantou. Em via- gem à sua cidade, correu em busca da poeta para lhe falar da poesia enigmática que havia percebido no poema. Arrigucci, desde o início, incitou-a a ir cursar Filosofia na USP, e foi o responsável por ajudá-la com a seleção dos poemas que estariam em seu primeiro livro, Transposição, de 1969.1

É interessante informar ao leitor que chega a Orides Fontela por este livro quais foram as obras publicadas por ela e como elas surgiram: Transposição (1969); Helianto (1973); Alba (1983); Rosácea (1986) e Teia (1996).

1 Esse livro, a princípio, seria intitulado Rosácea, mas por sugestão de Arrigucci, ganhou o título de Transposição.

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O primeiro livro contou com apoio do Instituto de Cultura Hispânica da USP, enquanto Helianto fora publicado pela Li- vraria e Editora Duas Cidades. Já Alba e Rosácea saíram pela editora Roswitha Kempf. E Teia pela Geração Editorial. Os quatro primeiros livros chegaram a ser impressos em um único volume, em 1988, sob o nome de Trevo, pela Editora e Livraria Duas Cidades, que fez parte da coleção Claro Enigma, organi- zada por Augusto Massi. Duas outras publicações ocorreram na França, ambas com tradução de Emmanuel Jaffelin e Már- cio de Lima Dantas, são elas: a coletânea Trèfle (1998) – com prefácio do professor Michel Maffesoli –, seguida de Rosace (2000). Em 2006, pela primeira vez, seus cinco livros estão reunidos em um único volume pelas editoras Cosac Naify e 7Letras, sob o título de Poesia Completa [1969-1996], que fez parte da Coleção Às de Colete, organizada por Carlito Azeve- do. Depois de quase dez anos, quando se acreditava que toda a produção poética de Orides Fontela já fosse conhecida, eis que o professor e jornalista Gustavo de Castro decide realizar uma pesquisa de campo, com o intuito de encontrar textos ainda inéditos. O resultado dessa investigação veio à tona ao final de 2015, com um livro-reportagem intitulado O enigma Orides, publicado pela editora Hedra, responsável por lançar também uma nova edição de toda a poesia da autora com os poemas inéditos encontrados, com oganização de Luis Dolhnikoff.

Ainda que tenha publicado Transposição e Helianto nos anos de 1969 e 1973 respectivamente, é somente após o ano de 1983, quando Alba vem a público, que sua obra começa a repercutir fora do seu círculo pessoal. Daí em diante, Orides começa a ganhar certo reconhecimento da mídia, assim como da crítica especializada. Isso ocorre porque Alba conseguiu angariar, neste mesmo ano, o Jabuti, o que vai justificar o in- teresse de maneira geral do público e da crítica em sua produ-

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ção. Atualmente, sua poesia tem estado sob o olhar crítico de acadêmicos e pesquisadoras. Além disso, alguns livros em que se analisa a obra oridiana já foram publicados e alguns eventos e saraus já foram organizados com o intuito de divulgar sua obra cada vez mais.

A maneira como Orides se percebia no mundo não contri- buía, talvez, para a divulgação de sua própria obra, pois jornais e revistas mostravam interesse em entrevistá-la para saber mais sobre sua vida, pela sua maneira de ser, do que sobre a sua produção poética. Ela estava sempre a se autoproclamar uma pessoa sem condições e que nunca teria vez na sociedade. Seu temperamento também, talvez, fora o que acabou por afastar quase todos que a conheciam. Apenas Gerda, moça que mo- rava na Casa do Estudante e que viria a dividir apartamento com a poeta, continuou durante muito tempo ao seu lado.2

Gustavo de Castro, em O enigma Orides (2015), na tentativa de criar uma imagem da poeta, chegou a traçar um perfil físico por meio do olhar de Gerda:

Era magra, ombros altos e um pouco largos, cintura baixa e nenhum quadril; calçava sandálias franciscanas de couro gastas, vestia uma bermuda colorida estampada com caras de palhaços, blusa branca, mochila, cabelos curtos e ócu- los imensos. O rosto era quadrado, o nariz meio adunco, os olhos miúdos, as orelhas grandes, a boca larga, com o lábio inferior pronunciado, o maxilar levemente aberto, a tez abatida. Notou que a moça parecia tosca: mãos largas, andava sem elegância, não pedia licença, e as orelhas não eram furadas. Os olhos pareciam afetados pela miopia, ora ficavam contraídos e sorridentes, ora pareciam frios e opa- cos, então tristes e caídos. [...] Gerda hesitou e temeu pela convivência, mas decidiu confiar no seu vozeirão: se preci-

2 CASTRO, Gustavo de. O enigma Orides. São Paulo: Hedra, 2015, p. 40.

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sasse, falaria mais alto; aceitou-a no quarto.3

Foi essa a ideia oferecida sobre a poeta de São João da Boa Vista, que chegara apenas com uma mala, uma mochila cheia de livros e roupas surradas até a Casa do Estudante. Mesmo tendo atuado como professora, a autora de Alba vivia em uma situação complicada, sempre dependendo da ajuda de amigos, sem conseguir pagar o aluguel ou até mesmo sem ter o que comer. Por isso, costumava dizer que era “a poeta mais pobre do Brasil”,4 que tinha apenas a sua poesia para viver e que, tão pobre quanto ela, só outro poeta havia existido, Cruz e Souza.

Donizete Galvão, que era seu amigo, no artigo intitulado Orides Fontela: o maior bem possível é a sua poesia, chegou a definir brevemente a personalidade da amiga, evidenciando a sua poesia como seu único bem de valor:

Filha única, solitária, sem filhos ou parentes próximos, sem móveis ou objetos acumulados, a única e principal referên- cia de Orides era a sua poesia. Embora tenha sido desleixada até mesmo com sua saúde, era zelosa com sua poesia. Tinha consciência do seu valor como poeta. Interessava-se pela di- vulgação e a edição de suas obras.5

A própria poeta chegou a dizer mais de uma vez que ela só existia por causa da poesia, que não saberia fazer outra coisa se não estivesse sempre a criar, fosse pela inspiração, fosse pelo trabalho árduo sobre o verso.

A poesia de Orides se destaca para muitos pela maneira como ela usa a palavra e como constitui sua poética. Orides

3 CASTRO, Gustavo de. O enigma Orides. São Paulo: Hedra, 2015, p. 39.

4 FONTELA, Orides. “Poesia, sexto, destino: Orides Fontela”. Entrevista concedida a Augusto Massi, Flávio Quintiliano e José Maria Cançado In:

Leia Livros, SP, 23 jan. 1989.

5 GALVÃO, Donizete. Texto disponível em: <http://www.tanto.com.br/

orides-donizete.htm>. Não há especificações de data.

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realiza a busca pela essência da linguagem, a palavra poética para ela é tudo, no sentido em que representa por seus poemas a própria existência das coisas e dos seres. A sua poesia é mais meditativa e raciocinante.6

A palavra oridiana se constitui, especialmente, pela recor- rência de elementos que surgem e ressurgem em sua poesia de vários modos. Por meio de imagens, movimentos e símbolos, ela constrói a sua própria contextura poética de maneira que é possível identificar uma preocupação essencial com a estrutura e a organização dos seus livros de poesia. Em suas entrevistas, ela está sempre a comentar que o passo mais difícil para ela é o momento em que tem de montar o livro, ou seja, as conexões entre seus livros e a organicidade deles não é por acaso.

Esses símbolos ou imagens que vão permeando a obra ori- diana, muitas vezes, se desdobram na representação do espe- lho, do voo do pássaro, da presença da rosa. Além disso, o uso do silêncio, do círculo e da repetição fazem com que sua poesia se relacione diretamente com a Filosofia, o que abre um leque de possibilidades para os diálogos com outras obras e áreas afins, configurando, desse modo, seu projeto poético.

Diante deste brevíssimo resumo sobre Orides e sua poesia, acredito que os textos aqui recolhidos são de suma importância.

E isso só foi possível porque, durante alguns anos, com ajuda de amigos, pude conhecer todos os textos que estão neste livro.

A recolha de seus depoimentos, que tratam particularmente sobre sua relação com a poesia, e a relação com a filosofia;

de suas entrevistas, em que fica nítido a sua preocupação de como seria vista no futuro, ao mesmo tempo em que ficamos a saber mais sobre os seus processos criativos, suas influências;

e de suas resenhas, publicadas em alguns jornais, onde se vê

6 RIAUDEL, MICHEL. Le Conte et la ville: études de littérature portugais et brésilienne. Paris, Presses de La Sorbonne Nouvelle, p. 147.

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a crítica Orides, sempre mordaz e irônica, tudo isso irá con- tribuir para que, talvez, um pouco mais à frente, possamos reconhecer que Orides Fontela sempre foi a impossibilidade do possível e uma das maiores poetas que esse Brasil já teve.

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DEPOIMENTOS

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NAS TRILHAS DO TREVO

“Fui, como ervas, e não me arrancaram.”

Álvaro de Campos

Pré-História: A primeira influência literária? Foi meu pai, analfabeto e tudo. Só que, a cada noite, me contava um “caso”, uma história de fadas. O enredo desses contos era basicamente o mesmo, mas as peripécias eram sempre recriadas. Lembro de um em que o herói, saindo dos tempos atuais, chegava num reino mítico e... instalava a eletricidade! Tudo incrível. Parecia que meu pai ainda habitava a Idade Média e sonhava inventar o moto-contínuo. Por tal lógica, eu deveria estar procurando a quadratura do círculo: só que estou procurando a “circulação do quadrado”. Mas não sou muito diferente de meu pai.

...Minha mãe? Bem, ela me alfabetizou, na marra – bê-a-bá e puxão de orelha. E, na cartilha, achei os primeiros poemas escritos, um tal de “já no horizonte” e o hino nacional. Tam- bém devo mencionar, como pré-história, a Rádio Nacional e os poemas caipiras? Bem, como pré-história, chega: foi a Idade da Pedra, mesmo!

Folclore: por folclore englobo o tempo das primeiras quadri- nhas ingênuas, do Grupo Escolar, dos poeminhas no jornal infantil e até – pasme! – de um poema recitado no púlpito (era para Nossa Senhora). Mas, sendo tudo isso besteira, resolvo dar um salto e tocar na minha fase, digamos, pré-literária.

Ginásio: entrei no dito (e foi muita sorte), fiz meus pri- meiros sonetos, aprendi métrica com meu saudoso professor Francisco Pascoal e com Gonçalves Dias (“A Tempestade”).

Li, naquela época, Manuel Bandeira e Alphonsus Guimarães, (todos os menores, etc. Bem ou mal, adquiri a aura de poeta

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municipal e para o gosto local eu era ótima. Desde os 16 anos tive poemas publicados nos jornais da cidade (principalmente, ou exclusivamente, “O Município”). Tudo muito local, dia da árvore, das mães, natal. Se ficasse nisso, nisso estaria até hoje, e tudo bem. Como mudei, e atingi, senão a grande literatura, pelo menos algo de nível, digamos, estadual, algo que os pau- listanos aceitassem? Esse é o primeiro problema real, e é meio misterioso até para mim...

A formação: anos estranhos, dos 16 aos 25, mais ou me- nos. Li e descobri Drummond, a principal influência de mi- nha vida. Descobri também Pessoa (apresentado por minha prima), Cabral, Alfonsus Filho e até Cassiano Ricardo, um emérito diluidor, mas por isso mesmo: excelente para ensinar truques técnicos. E descobri a dita prima, Ana Maria Lopes Salomão. E já havia um grupo – duas poetas que se liam entre si. E ingênuas tentativas de concursos (tentei duas vezes, com

“Jardins Suspensos” e “Coreografia”, aos 17 e 21 anos). E, em prosa, descobri o mundo: Guimarães Rosa.

Quem me ajudou na época, além da prima, foi o senhor Oliveira Neto (que me emprestava os livros da melhor biblio- teca de São João da Boa Vista, creio), a Sociedade de Cultura Artística, da qual eu era sócia e recitava nas festas. E havia a Senhora Madalena de Oliveira, que me emprestava o Suple- mento Literário do Estado de São Paulo. Eu não tinha um tostão, nem mesmo para jornal! Pô, como “paideia”, isso era para lá de irrisório. Mas havia a louvável “hybris” da juven- tude, que faz com que – impunemente – nos consideremos gênios ou seja lá o que for isso. E havia a escrita selvagem, sem críticas nem peias, andando sozinha eu lá sabia pra onde.

Não sei nem agora e, sendo confessadamente uma inspirada, dependo do subconsciente e jamais respondi a uma pergunta crucial: quem é que escreve? Eu assumo, retrabalho (quando

Referências

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