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Acordam, em conferência, os Juízes que constituem a Secção Criminal do Tribunal da Relação de Évora.

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Tribunal da Relação de Évora Processo nº 2/09.1PAETZ.E1 Relator: PROENÇA DA COSTA Sessão: 10 Abril 2012

Votação: UNANIMIDADE

Meio Processual: RECURSO PENAL Decisão: REMETIDO AO STJ

RECURSO PARA O SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

MEDIDA DA PENA

Sumário

Estando em causa o recurso de acórdão final proferido por tribunal colectivo versando apenas a medida das penas parcelares e da pena única, é suficiente para que o Supremo Tribunal de Justiça cobre competência para conhecer de todas as penas de cuja medida se recorreu, que a pena conjunta seja superior a 5 anos de prisão.

Texto Integral

Acordam, em conferência, os Juízes que constituem a Secção Criminal do Tribunal da Relação de Évora.

No processo comum com intervenção do tribunal colectivo, com o n.º2/09.1 PAETZ, do Tribunal Judicial de Estremoz, foi o arguido LF submetido a julgamento, vindo-se, a final, Decidir:

1 - Absolver o arguido LF da prática de:

um crime de extorsão, na forma consumada e continuada, previsto e punido pelo artigo 223°, nº 1, com referência ao artigo 30, nº 2, ambos do Código Penal (PCC 2/09.1PAETZ);

- Um crime de furto qualificado, previsto e punido pelo art. 204º n.º1 alínea f)

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do Código Penal (P. 12/10.6PAETZ);

- Um crime de ofensa à integridade física qualificada, previsto e punido pelos arts. 143º n.º 1, 145º n.º1 alínea. a) e n.º 2, conjugado com o art. 132º n.º 2 alínea c), todos do Código Penal (P. 12/10.6PAETZ);

- Um crime de roubo, p. e p. pelo art. 210, nº 1 e nº 2, al. b), conjugado com o art. 204º nº. 1 alínea f), ambos do Código Penal (P. 12/10.6PAETZ);

- Um crime de furto qualificado, previsto e punido pelo artigo 204, n°1. alínea f) do Código Penal (P. 31/10.2GBETZ) .

2 - Condenar o arguido LF pela prática de:

- um crime de ameaça agravada, na forma consumada, previsto pelo artigo 153.°, nº 1, com referência ao artigo 155.°, nº1, alinea a), ambos do Código Penal, na pena de um ano de prisão (PCC 2/09.1PAETZ);

- um crime de roubo, na forma consumada, previsto pelo artigo 210°, n . ° 1 do Código Penal, na pena de um ano e seis meses de prisão (PCC

2/09.1PAETZ);

- cada um dos três crimes de coacção, na forma tentada, previstos pelo artigo 154°, nº 1, com referência aos artigos 22 e 23, todos do Código Penal, nas penas' parcelares de nove meses de prisão (PCC 2/09.1PAETZ);

- um crime de coacção, na forma consumada, previsto pelo artigo 154°, n.º 1 do Código Penal, na pena de um ano e seis meses de prisão (PCC

2/09.1PAETZ) ;

- um crime de roubo, previsto pelo artigo 210,°, n.º 1 do Código Penal, na pena de um ano e seis meses de prisão (P. 93/09.5PAETZ);

- um crime de roubo, previsto pelo art. 210º n.º1 do Código Penal, na pena de dois anos de prisão (P. 66/09.8PAETZ) ;

3 - Em cúmulo jurídico, fixar a pena única em seis anos e oito meses de prisão.

Inconformado com o assim decidido, traz o aqui arguido o presente

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recurso, onde formula as seguintes conclusões:

A) O acórdão recorrido violou os princípios da adequação e proporcionalidade das penas, ao aplicar ao arguido, em cúmulo jurídico, uma pena de 6 anos e oito meses de prisão, quando a pena parcelar mais elevada é de 2 anos.

B) Violado se mostra o artigo 77º do Código Penal, sobretudo porque o

acórdão recorrido fixou uma pena muito acima do ponto médio entre o limite mínimo e o limite máximo, sem ter em devida consideração o conjunto dos factos atinente à personalidade e à culpa do arguido.

C) O facto de o arguido estar inserido familiar e profissionalmente,

conjuntamente com o facto de não terem resultado quaisquer lesões para os ofendidos, bem como atendendo ao valor diminuto dos bens subtraídos, deveria ter merecido um maior relevo na medida da pena por parte do Tribunal a quo.

D) Pelo que se reportam também como violados os artigos 40º e 71º do Código Penal.

E) Por último, a pena resultante do cúmulo jurídico deverá,

consequentemente, ser reformada e substituída por uma outra que se aproxime do limite mínimo.

Nestes termos, e nos melhores de Direito que V. Exas. doutamente suprirão, deverá a douta decisão sob recurso ser revogada e substituída por uma outra que reduza substancialmente a pena de prisão aplicada e que se coadune com a pretensão exposta.

Respondeu ao recurso o Exmo. Procurador da República, Dizendo:

1. O arguido LF foi condenado nos presentes autos na prática, em concurso real, em autoria material de:

- um crime de ameaça agravada, na forma consumada, p. e p. pelos arts. 153º, nº 1 e 155º, nº 1, al. a), do Cód. Penal, punido com uma pena de um (1) ano de prisão;

- um crime de roubo, na forma consumada, p. e p. pelo artº 210º, nº 1, do Cód.

Penal, punido com uma pena de um (1) ano e seis (6) meses de prisão;

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- três crimes de coacção, na forma tentada, p. e p. pelos arts. 154º, nº 1, punidos, cada um deles, com uma pena de nove (9) meses de prisão;

- um crime de coacção, na forma consumada, p. e p. pelos arts. 154º, nº 1, punido, com uma pena de um (1) ano e seis (6) meses de prisão;

- um crime de roubo, na forma consumada, p. e p. pelo artº 210º, nº 1, do Cód.

Penal, punido com uma pena de um (1) ano e seis (6) meses de prisão; e

- um outro crime de roubo, na forma consumada, p. e p. pelo artº 210º, nº 1, do Cód. Penal, punido com uma pena de dois (2) anos de prisão, incriminações e penas que o arguido não impugna. Assim,

2. Segundo as regras da punição do concurso de crimes estipulados no artº 77º, do Cód. penal, o limite mínimo da pena aplicável ao arguido deverá ser de dois (2) anos e o limite máximo nove (9) anos e nove (9) meses de prisão.

3. Ponderando os factos na sua globalidade importa desde logo considerar que o arguido LF incorreu na prática de 8 crimes, contra a liberdade pessoal e a propriedade, agiu sempre com intenso dolo – com dolo directo - com o

propósito de obter vantagens económicas mesmo sabendo que afectava a liberdade pessoal das vítimas, utilizando a violência ou a ameaça da sua

prática com vista à obtenção dos seus propósitos, levando-as a temer pela sua vida e integridade física.

4. Acresce que o arguido escolheu sempre como vítimas pessoas já idosas que, por força dessa condição, tinham dificuldades em resistir-lhe, donde ter de se concluir por um elevado grau de culpa.

5. Por outro lado, constata-se, que o arguido, possui registados, para além dos antecedentes indicados no Acórdão recorrido, os seguintes antecedentes criminais:

a) Por Acórdão de 2.10.97, proferido no Processo Comum Colectivo nº 79/97, foi o arguido condenado pela prática no dia 17.03.97 de crime de receptação, na pena um ano de prisão;

b) Por sentença de 21.10.97, proferido no Processo Comum Singular nº 94/97, foi o arguido condenado pela prática, no dia 21.01.97 de crime de furto, na

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pena três meses de prisão;

c) Por sentença de 29.09.98, proferido no Processo Comum Singular nº 38/98, foi o arguido condenado pela prática, no dia 01.06.96, de crime de violação de proibições, na pena dois meses de prisão;

d) Por Acórdão de 15.10.98, proferido no Processo Comum Colectivo nº 73/98, foi o arguido condenado pela prática, no dia 01.06.96, de crime de roubo, na pena dois anos de prisão;

e) Por sentença de 27.10.98, proferido no Processo Comum Singular nº 46/98, foi o arguido condenado pela prática, no dia 29.05.96, de crime de furto, na pena quatro meses de prisão;

f) Por Acórdão de 10.12.98, proferido no Processo Comum Colectivo nº 74/98, foi o arguido condenado pela prática, no dia 02.07.98, de crime de roubo, na pena de dezoito meses de prisão; e,

g) Por sentença de 08.04.97, proferido no Processo Comum Singular nº 171/96, foi o arguido condenado pela prática, no dia 29.06.96, de crime de ofensa à integridade física, na pena quatro meses de prisão.

6. O arguido revela que não consegue estar afastado da criminalidade, em especial do cometimento de crimes contra o património, ainda que para tanto tenha de recorrer ao uso da violência ou à ameaça do seu exercício contra as vítimas, perturbando-as e contribuindo para o crescimento da insegurança no seio da comunidade em que estão inseridas, especialmente em localidades de pequena dimensão em que os acontecimentos desta natureza são conhecidos da generalidade das pessoas.

7. São prementes as exigências de prevenção quer de prevenção geral quer especial.

8. Acresce que o arguido apenas trabalha esporadicamente e assume-se como dependente de heroína, circunstâncias que também contribuem para o seu afastamento do comum dos cidadãos.

9. Também não admitiu a prática de qualquer dos factos nem revelou algum arrependimento por palavras e muito menos por actos, seja em audiência de julgamento seja perante as vítimas dos seus procedimentos.

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10. Tudo ponderado, afigura-se ajustada, adequada e proporcional a condenação do arguido na pena única de seis (6) anos e oito (8) meses de prisão aplicada ao arguido.

11.Pelo que o Acórdão recorrido está conforme às disposições legais em vigor e deve ser mantido nos seus precisos termos.

Nesta conformidade, negando provimento ao recurso e mantendo a decisão recorrida V: Exs. afirmarão a JUSTIÇA!

Nesta instância, a Exma. Sra. Procuradora Geral Adjunta veio a emitir douto parecer no sentido de a competência para conhecer do presente recurso dever ser deferido ao S.T.J. e não a este Tribunal da Relação.

Colhidos os vistos legais, cumpre apreciar e decidir.

Em sede de decisão recorrida mostram-se assentes os seguintes factos:

PCC 2/09.1PAETZ

1 - Entre as 00:00 horas do dia 1 de Janeiro de 2007 e as 10:00 horas do dia 7 de Janeiro de 2009, por diversas vezes e em datas não apuradas efectuou chamadas do seu telemóvel com o n.º 965 ---- para o telemóvel de JP, com o n°

965 ---, exigindo ao ofendido que lhe entregasse determinadas quantias em dinheiro.

2 Por várias vezes e em datas não apuradas, mas dentro do período temporal acima referido, o ofendido JP entregou quantias entre os € 200.00 e os € 400.00 ao arguido, no valor total aproximado de € 4.000.00.

3 - No dia 13 de Fevereiro de 2009, pelas 14:30 horas, junto ao Bar das

Piscinas Municipais de Estremoz, o arguido abordou o ofendido Pardal e disse- lhe que "tinham de fazer contas" e que "o degolava respectivo gesto com a mão enquanto fazia.

4 - No dia 16 de Fevereiro de 2009, pelas 10:30 horas, junto ao Largo Dragões de Olivença, em Estremoz, o arguido abordou novamente o ofendido Pardal e, enquanto exibia um canivete, disse-lhe que não se importava de ir preso e que lhe fazia a folha caso este não falasse com o ofendido JP e o convencesse a

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entregar-lhe a quantia de € 560,00 para proceder ao pagamento de umas custas judiciais. Como o ofendido lhe disse que não tinha nada a ver com a situação, o arguido exigiu-lhe € 20.00, quantia que este acabou por entregar ao arguido.

5 - No dia 19 de Fevereiro de 2009, pelas 12:00 horas, na Rua Serpa Pinto, em Estremoz, o arguido dirigiu-se ao ofendido Pardal, agarrou-o pelo ombro

esquerdo e, em seguida, empurrou-o, dizendo-lhe que tinha de pedir o

dinheiro ao JP senão "estava fodido" e para estar, nesse mesmo dia, às 14:00 horas, na Rua Serpa Pinto, junto ao "Reguengo Bar", em Estremoz, para lhe dar uma resposta, caso contrário "ainda seria pior".

6 - No dia 19 de Fevereiro de 2009, pelas 14:00 horas, na Rua Serpa Pinto, em Estremoz, o arguido dirigiu-se ao ofendido Pardal e perguntou-lhe se já tinha falado com o JP. Como o ofendido Pardal respondeu que não havia falado com o JP, o arguido disse-lhe que no dia seguinte estaria novamente à sua espera, à mesma hora, e, se não arranjasse o dinheiro. "estava fodido "

7 - No dia 1 de Abril de 2009, pelas 10: 00 horas, junto ao Lar de Santo André, em Estremoz, o arguido, que se fazia acompanhar de um indivíduo cuja

identidade se desconhece, agarrou o ofendido Pardal pelo casaco e disse-lhe

"dá-me já o número de telemóvel do outro e vai mas é tirar a queixa que apresentaste na Polícia, senão• algum dia ainda te mato, e olha que eu não tenho medo do Polícia".

8 - No dia 20 de Maio de 2010, em sede de inquirição complementar, o ofendido Pardal declarou que não continua a desejar procedimento criminal contra o arguido.

9 Com as condutas descritas o ofendido Pardal sentiu medo e inquietação, temendo pela sua integridade física e pela sua vida.

10 - Ao proferir as expressões acima referidas, no dia 13 de Fevereiro de 2009, o arguido pretendeu e conseguiu criar no destinatário dessas expressões um fundado receio que aquele viesse a concretizar tais intentos, levando o

ofendido Pardal a temer pela sua integridade física e até pela própria vida.

11 - Ao utilizar a expressão acima referida, no dia 16 de Fevereiro de 2009, o arguido agiu com o propósito, não conseguido, de compelir o ofendido Pardal a falar com o ofendido JP e a convencê-lo a entregar a quantia de € 560.00 ao

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arguido, assim procurando limitar a sua liberdade de determinação pessoal, o que representou.

12 - O arguido sabia que os € 20.00 não lhe pertenciam e que agia contra a vontade do seu legítimo proprietário, o ofendido Pardal, mais sabendo que apenas pela intimidação lhe seria possível obter a sua posse, o que logrou usar para obter tal fim.

13 - Ao proferir as expressões referidas, no dia 19 de Fevereiro de 2009, o arguido agiu com o propósito, não conseguido, de compelir o ofendido Pardal a falar com o ofendido JP e a convencê-lo a entregar a quantia mencionada ao arguido, assim procurando limitar a sua liberdade de determinação pessoal, o que representou.

14 - Ao utilizar a expressão acima referida, no dia 1 de Abril de 2009, o arguido agiu com o propósito, conseguido, de evitar que o ofendido Pardal depusesse com isenção sobre os factos em Inquérito, assim procurando limitar a sua liberdade de determinação pessoal, o que representou.

15 O arguido sabia que as suas condutas eram proibidas e punidas por lei penal, e tinha capacidade e liberdade para se determinar de acordo com esse conhecimento.

*

P. 93/09.5PAETZ

16 - No dia 28 de Junho de 2009, pelas 00:30 horas, na Rua 5 de Outubro, em Estremoz, JJ foi abordado pelo arguido, o qual, num gesto repentino e brusco, rasgou-lhe o bolso da camisa e daí lhe retirou a' carteira, contendo

documentos, um cartão multibanco e cerca de € 50,00 em notas e moedas.

Após retirar o dinheiro do interior da carteira, o arguido deitou a mesma para o chão e colocou-se, imediatamente, em fuga, fazendo seu, o dinheiro referido.

17 O arguido sabia que aquele dinheiro não lhe pertencia e que agia contra a vontade do seu legítimo proprietário, mais sabendo que apenas pelo uso da violência e intimidação lhe seria possível obter a sua posse, o que logrou usar para obter tal fim.

18 - O arguido sabia que a sua conduta era proibida e punida por lei penal, e tinha capacidade e liberdade para se determinar de acordo com esse

conhecimento.

(9)

*

P. 66/09.8PAETZ

19 - No dia 6 de Maio de 2009, pelas 22:40 horas, o ofendido M caminhava na Avenida Marques Crespo, em Estremoz, quando o arguido LF se aproximou de si e, de forma intimidatória, lhe disse "dá-me aí dez euros", ao que o ofendido respondeu que não tinha.

20 - Em acto contínuo, o falecido RC, que permanecia no interior do veículo automóvel de matrícula ----QE, a pouca distância, disse-lhe "Vá Marcelino arranja aí dez euros".

21 Enquanto decorria esta abordagem, o ofendido continuou sempre a

caminhar e o arguido LF a persegui-lo, pelo que o ofendido sentiu receio pela sua integridade física e, por isso, dirigiu-se para o prédio onde reside a sua irmã, sito no n.º 4 da referida Avenida e tocou à respectiva campainha.

22 - Nesse momento, o arguido LF agarrou o ofendido M pela camisa, a qual se rasgou com a força exercida pelo arguido sobre o ofendido, e retirou a carteira que o ofendido tinha no bolso da sua camisa.

23 - Já com a carteira do ofendido na mão, o arguido LF retirou do seu interior

€ 400,00 em dinheiro, arremessou a carteira para o chão, entrou no veículo conduzido pelo arguido RC e puseram-se em fuga na posse dos € 400,00 (quatrocentos euros).

24 - Na sequência dos factos descritos, o ofendido M sentiu medo.

25 - O arguido e o falecido RC actuaram em conluio e em conjugação de esforços, de forma premeditada e valendo-se da sua superioridade numérica, com o propósito de intimidar o ofendido, de modo a apropriarem-se do

dinheiro que este trazia consigo, o que conseguiram, bem sabendo que o mesmo não lhes pertencia e que actuavam contra a vontade do ofendido.

26 Sabiam que apenas pelo uso da violência e intimidação lhes seria possível obter o referido dinheiro, o que lograram usar para obter tal fim.

27 - Sabia o arguido que a sua conduta era proibida e punida por lei penal, e tinha capacidade e liberdade para se determinar de acordo com esse

conhecimento.

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*

P. 12/10.6PAETZ

28. No dia 8 de Janeiro de 2010, pelas 19:30 horas, a ofendida ML, de 86 anos de idade, entrou na sua residência, sita na Rua Serpa...., em Estremoz, deixou a sua mala de mão junto às escadas e foi à cozinha colocar as compras que trazia.

Enquanto a ofendida estava na cozinha, individuo não identificado conseguiu entrar na residência da ofendida pela porta de entrada, subiu as escadas e subtraiu € 300,00 em dinheiro.

29. Nesse momento, a ofendida saiu da cozinha e, ao ver o indivíduo, começou a gritar, pelo que o indivíduo foi na sua direcção.

30. Em acto contínuo, ao ver que a ofendida tinha colocada no pulso uma pulseira em ouro, o indivíduo agarrou na pulseira, puxando-a com força, o que fez com que a pulseira se soltasse do pulso da ofendida.

31. Em seguida, o indivíduo fugiu do local na posse dos € 300,00 em dinheiro e da pulseira em ouro, avaliada em € 900,00, que fez seus.

32. Na sequência dos factos descritos, a ofendida ML sentiu medo e dores fortes no pulso.

33. O dinheiro e a pulseira descritos eram propriedade da ofendida.

Quanto à determinação da sanção:

34 - O arguido foi condenado anteriormente, em penas de multa, sete vezes, pela prática do crime de condução ilegal p. e p. pelo art. 3° do D.L. 2/98, de 3-1.

35 - O arguido trabalha ocasionalmente, como servente de pedreiro, auferindo por semana, cerca de 150 €.

36 Vive com uma companheira que beneficia do rendimento social de inserção, no montante mensal de 280 € e com o filho de ambos de 9 anos.

37 - A casa onde habitam pertencia à mãe do arguido, não pagando qualquer renda.

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38 - Tem como habilitações literárias o 6° ano de escolaridade.

39 - O arguido assume-se como dependente de heroína que afirma ter deixado de consumir, há cerca de quatro anos.

*

Factos não provados:

No PCC 2/09.1PAETZ:

Não se provou que:

a) No período referido em 1), o arguido perseguiu JP na rua e lhe disse que lhe batia caso ele não lhe entregasse as quantias referidas em 2).

b) Na situação descri ta em 4), o arguido estivesse sempre com o canivete apontado para o ofendido Pardal.

c) Com a conduta descrita JP sentiu medo e inquietação, temendo pela sua integridade física e pela sua vida.

d) Ao perseguir e exigir ao ofendido JP a entrega das quantias referidas, o arguido agiu com o propósito de produzir receio, medo e inquietação ao

ofendido e de assim o determinar à entrega das quantias exigidas, no total de cerca de € 4.000,00 (quatro mil euros), vantagem patrimonial que quis e sabia não lhe ser devida.

*

No P. 66/09.8PAETZ:

Não se provou que:

a) Na situação descrita em 6, o ofendido M sentiu dores.

*

No P. 12/10.6PAETZ:

Não se provou que:

a) O dinheiro referido em 1) estivesse no interior da mala da ofendida.

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b) O indivíduo referido em 2), tivesse mexido na mala da ofendida.

c) O indivíduo referido em 2) tivesse agarrado a ofendida pelo casaco e torcido um dos braços, com vista a intimidá-la e a calá-la.

d) Na sequência dos factos descritos em 5), a ofendida ML sentiu dores fortes no braço.

e) O arguido sabia que não tinha permissão para entrar na residência da

ofendida, ainda assim quis introduzir-se na casa da ofendida, o que conseguiu.

f) O arguido sabia que o dinheiro que retirou da mala da ofendida não lhe pertencia e que ao subtraí-lo, fazendo-o seu, estava a agir contra a vontade da proprietária do mesmo, ainda assim quis actuar da forma descrita, o que conseguiu.

g) O arguido sabia que com o comportamento descrito em 2, ofendia o corpo e a saúde da ofendida ML, não obstante quis magoá-la, o que conseguiu.

h) O arguido actuou, valendo-se da sua juventude, força e robustez física, com o propósito de intimidar a ofendida, de modo a apropriar-se da pulseira que ela trazia consigo, o que conseguiu, bem sabendo que a mesma não lhe pertencia e que actuava contra a vontade da ofendida.

i) O arguido sabia que apenas pelo uso da violência e intimidação lhe seria possível obter o referido bem, o que logrou usar para obter tal fim.

j) O arguido sabia que a ofendida era uma pessoa idosa e fisicamente fraca e debilitada.

1) O arguido sabia que a sua conduta era proibida e punida por lei penal, e tinha capacidade e liberdade para se determinar de acordo com esse

conhecimento.

*

No P. 31/10.2GBETZ:

a) No dia 7 de Maio de 2010, pelas 12: 30 horas, o ofendido JC encontrava-se na sua residência, sita na Rua...., na localidade dos Arcos, área da comarca de

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Estremoz, e enquanto o ofendido estava a almoçar, o arguido conseguiu entrar na residência do ofendido pela porta de entrada e subtraiu do interior da

carteira do ofendido, a qual se encontrava em cima de uma mesa, seis notas de € 20.00 (vinte euros), duas notas de € 50.00 (cinquenta euros) e uma nota de € 5.00 (cinco euros), no montante total de € 225.00 (duzentos e vinte e cinco euros) .

b) Após retirar o dinheiro do interior da carteira. O arguido fugiu do local na posse da referida quantia, que fez sua.

c) O dinheiro era propriedade do ofendido.

d) O arguido sabia que não tinha permissão para entrar na residência do

ofendido, ainda assim quis introduzir-se na casa do ofendido, o que conseguiu.

e) O arguido sabia que o dinheiro que retirou da carteira do ofendido não lhe pertencia e que ao subtraí-lo, fazendo-o seu, estava a agir contra a vontade do proprietário do mesmo.

f) Ainda assim quis actuar da forma descrita, o que conseguiu.

g) O arguido sabia que a sua conduta era proibida e punida por lei penal, e tinha capacidade e liberdade para se determinar de acordo com esse

conhecimento.

Como consabido, são as conclusões extraídas pelo recorrente da sua motivação que define o objecto do recurso e bem assim os poderes de cognição do tribunal.

Ora, atentas as conclusões formuladas pelo recorrente, vemos que este circunscreve o seu recurso ao reexame da matéria de direito e dentro dela á questão atinente á pena e sua medida.

Será, pois, com este âmbito de conhecimento que iremos passar a analisar o presente recurso.

Porém, a Sra. Procuradora junto deste tribunal vem suscitar uma questão prévia que se prende em saber qual o tribunal competente para conhecer dos presentes autos de recurso, se este tribunal da Relação, ou antes o Supremo Tribunal de Justiça.

(14)

Na óptica daquela Magistrada a competência no caso vertente mostra-se deferida ao S.T.J., dado se estar perante uma questão recursiva restrita ao aspecto jurídico da causa- a pena e sua medida-, o tratar-se de uma decisão de um tribunal colectivo e a pena fixada, embora em cúmulo jurídico, ser superior a 5 anos de prisão.

Razões suficientes para, em seu entender, ser de atribuir a competência ao S.T.J. para conhecer do presente recurso, devendo este tribunal da Relação declarar-se incompetente e determinar a remessa dos presentes autos àquele tribunal para conhecimento do recurso.

Face á questão colocada pela Sra. Procuradora, iniciaremos o conhecimento do recurso pela análise e decisão sobre a competência deste tribunal da Relação para o presente recurso.

Conforme se dispõe no art.432.º, n-º1, al.c), do Cód. Proc. Pen., recorre-se para o Supremo Tribunal de Justiça de acórdãos finais proferidos pelo tribunal do júri ou pelo tribunal colectivo que apliquem pena de prisão superior a 5 anos, visando exclusivamente o reexame da matéria de direito.

Numa leitura da norma em questão, tudo parece apontar no sentido de a competência para o conhecimento dos presentes autos de recurso dever ser deferida ao S.T.J. e não a este tribunal da Relação.

Pois, do inciso normativo citado importa concluir que a competência em tais situações seja deferida ao nosso mais alto tribunal, quando se verifiquem em concreto os requisitos para tal. O saber: se esteja perante decisão de tribunal colectivo, a hipótese que ora nos importa analisar, que a decisão aplique pena de prisão superior a 5 anos e o recurso se encontre restrito á questão de direito.

Ora, no caso em apreço mostram-se verificados os enunciados requisitos e, daí, o ser de deferir a competência ao S.T.J. para proceder ao conhecimento do recurso em apreço.

Porém, dá nota a Sra. Procuradora que não tem sido pacífico o entendimento do nosso mais alto tribunal da leitura que se deixou expressa da norma vazada no art.432.º, n1, al.c), do Cód. Proc. Pen.

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Vem entendendo o S.T.J. que a norma em apreço deve ser lida de forma restritiva, de forma a nela se integrarem somente os casos em que as penas parcelares sejam superiores a cinco anos de prisão e bem assim, por

arrastamento, o cúmulo jurídico que se venha a obter em resultado de tais penas parcelares, caso contrário, o recurso deve ser remetido ao tribunal da Relação, por ser o competente para o efeito.

Pelo que no recurso para o S.T.J. só se podem vir a discutir quer as penas parcelares, quer a pena única, de medida superior a 5anos de prisão, mas já não as fixadas em medida inferior aos 5 anos de prisão; e sempre restrita a sua apreciação ao reexame da matéria de direito.

Isso mesmo se vê referido no acórdão de 21-09-2011,proferido no Proc. n.º 7406/04.4TDPRT.P1.S1, da 5.ª Secção, onde se mencionou que «por isso, no caso de ser aplicada mais do que uma pena de prisão, verificando-se,

relativamente a uma delas (ou mais do que uma), o pressuposto de recorribilidade para o Supremo, a competência do Supremo só deve ser afirmada se o recurso tiver por objecto, justamente, questões de direito relativas aos crimes por que essa ou essas penas (de medida concreta de prisão superior a 5 anos) foram aplicadas. Daí que, se na decisão final do

tribunal de júri ou do tribunal colectivo forem aplicadas penas de prisão iguais ou inferiores a 5 anos e penas de prisão superiores a 5 anos, mas o objecto do recurso se referir – ou, também, se referir – a questões de direito relativas aos crimes por que foram aplicadas as penas de prisão iguais ou inferiores a 5 anos, a competência para conhecer do recurso caiba à relação.»

Para se vir a concluir que «(…) seria um contra-senso, na perspectiva da reforma introduzida, visando a restrição do recurso para o Supremo Tribunal, que o legislador, ao falar de pena aplicada em concreto, pretendesse referir-se tão-somente à pena a cumprir ou à pena única, num caso de concurso de

infracções, levando o STJ a conhecer de todos os crimes que formam esse concurso, mesmo que tais crimes correspondessem àquela noção que normalmente se designa de criminalidade bagatelar ou a que tivesse sido aplicada uma pena de gravidade não superior a determinado limite, a que, em geral, se associa a pequena e média criminalidade.»[1]

Este tem sido o entendimento defendido pelo nosso mais alto tribunal em vários arestos, recentemente publicados.[2]

No aresto n.º69/09, já mencionado, vemos que nele se contém voto de vencido,

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o qual aponta no sentido de ser a competência em tais situações deferida ao nosso mais alto tribunal, desfiando um conjunto de razões, às quais somos sensíveis, em termos de a elas anuir e que aqui se dão por reproduzidas.

Entendendo que o que assume importância na visão actual, para efeito de recorribilidade, é a pena aplicada que o arguido tem efectivamente de cumprir, isto é, a pena única e não as penas parcelares acidentalmente aplicadas.

E tanto assim é, (…) que o legislador tomou posição idêntica quanto à

competência funcional do tribunal colectivo (art.º 14.º, n.º 2, al. b, do CPP), pois que se cingiu à pena única e não às penas parcelares, como de resto já era jurisprudência pacífica, embora, naturalmente, como nessa fase ainda não há condenação, se reporte à pena aplicável.

Seria uma incongruência, portanto, que o legislador em matéria de competência tivesse dois critérios díspares: para a do tribunal colectivo, valeria a pena única que se irá formar; para o recurso, as penas parcelares e não a pena única já formada.

O nosso mais alto tribunal tem firmado o entendimento, de valorar só a pena, ou penas, parcelar (es) e não a pena conjunta para definir a sua competência, estribando-se no disposto no art.º400.º, n-º1,do C.P.P., suas alíneas e)e f), na redacção que lhes foi conferida pala lei n.º59/98, de 25 de Agosto.

De facto, dessas duas alíneas constava um segmento normativo do seguinte teor”…mesmo em caso de concurso de infracções…”.

Era entendimento que esse segmento normativo queria dizer uma só coisa, a saber, que mesmo em caso de concurso de infracções, essa circunstância seria irrelevante para a determinação da competência do tribunal.

Valendo, somente o critério da pena parcelar aplicada, sendo dessa forma de desprezar o critério da pena única, a não ser que fosse questionada a feitura do cúmulo jurídico e a pena única alcançada.

Nesta situação, e só nela, se poderia deitar mão da pena única para que se viesse a determinar a competência do tribunal.[3]

Porém, nem sempre foi este o entendimento do nosso mais alto tribunal sobre

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este tema, antes um bem distinto deste, e dos muitos arestos nesse sentido, destacamos o seguinte:

“ … a expressão “mesmo em caso de concurso de infracções”, a que se refere a al. f) do n.º1 do artigo 400.ºdo C.P.P., deve ser entendido como significando que no caso da prática pelo arguido de várias infracções, ainda que cada uma delas não exceda a pena abstracta de 8 anos , se o cúmulo jurídico

correspondente exceder também a pena de prisão de 8 anos, o recurso é admissível.[4]

Se se entendia esta tomada de posição do S.T.J. face á redacção dada às citadas alíneas do art.400.º, seu n.º 1, do C.P.P., já se não entende a

manutenção do mesmo entendimento face á alteração de redacção das ditas alíneas, no seguimento da lei n.º48/2007, de 29 de Agosto.

Após tal, a redacção das ditas alíneas é diferente da anterior redacção, tendo- se suprimido o segmento do normativo- o sintagma- que aludia ao concurso de infracções.

O que quer significar, como refere Simas Santos, que em caso de cúmulo jurídico, será a pena única a atendível na determinação da competência do SUPREMO em caso de recurso como o vertido nestes autos.[5]

Porém, se bem lermos o art.432.º al.c), do C.P.P., vemos que a lei não fala em pena parcelar ou pena única, antes e tão só em pena de prisão superior a 5 anos.

Ora, o elemento literal do preceito não deixa margem para dúvidas.

Querer ver aí a menção a pena parcelar e não a pena única superior a 5 anos de prisão para que seja permitido o acesso ao S.T.J., em casos como o dos autos, é fazer uma leitura restrita do preceito que o mesmo não consente, sob pena de se estar a restringir de forma abusiva o acesso ao nosso mais alto tribunal, desvirtuando-se o que se dispõe no art.32.º, n1, da C.R.P.

Este o entendimento que atravessa o voto de vencido constante do aresto do nosso mais alto tribunal, com o n.º7406/04, já citado, e que passamos a transcrever: “

A não cognição de tais penas, na medida em que denegasse um único grau de

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recurso, colidiria mesmo com a garantia de defesa estabelecida a partir da quarta revisão constitucional - Lei Constitucional n.º 1/97, de 20 de Setembro - com a introdução na parte final do n.º 1 do artigo 32.º da expressão “incluindo o recurso”. Ficou então claramente integrado nas garantias de defesa o direito ao recurso, dando-se corpo ao direito a uma protecção judicial efectiva, com o sentido de que o direito de defesa pressupõe, entre o mais, o acesso a um duplo grau de jurisdição.”

Para concluir: “…. a nosso ver, será preferível incluir na competência do S T J a sindicância das penas mais leves de prisão, sabido que a pena aplicada (no sentido de pena que o condenado vai ter que cumprir), é superior a 5 anos, do que retirar ao S T J a competência para apreciar as penas aplicadas pela

prática de crimes, por mais graves que sejam, só pelo facto de com eles estar em concurso um crime menor, a que foi aplicada uma pena de menos de 5 anos, e cuja medida evidentemente também se contesta (vg. dois homicídios com as parcelares de 15 e 18 anos, e um crime de utilização de arma proibida com a parcelar de dois anos de prisão, tudo a conjugar-se numa pena única de 20 anos de prisão).

Entendemos pois que a al. c) do nº 1 do art. 432º do C P P deve se interpretada no sentido de que é suficiente para que o S T J cobre

competência para conhecer de todas as penas de cuja medida se recorreu, que a pena conjunta seja superior a 5 anos de prisão.»

A leitura restrita do preceito em causa levada a cabo pelo nosso mais alto tribunal, apelidada de redução teleológica, tem merecido a opinião contrária de alguns Professores de direito, onde se contam F. Dias e Nuno Brandão[6].

Na óptica destes Professores, esta visão da questão redunda em nada mais nem nada menos do que no acolhimento de uma interpretação analógica do preceito, interpretação, aliás, proibida por lei.

Pelo que, e sempre tendo em conta os argumentos esgrimidos no voto de vencido acima aludido, a que se adita o mais aqui referido, somos a entender que no caso vertente a competência para o conhecimento do presente recurso deve ser deferida ao S.T.J. e não a este Tribunal da Relação.

Por fim, importa referir que se não entende a razão pela qual os presentes autos foram enviados a este tribunal. Tudo, por, como dos autos resulta, o aqui recorrente ter dirigido o seu recurso ao S.T.J.

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Ora, atenta essa expressão de vontade e a matéria versada no recurso e o disposto no art.º432.º, n.º2, do Cód. Proc. Pen., nunca o recurso deveria ser enviado a este tribunal da Relação, antes enviado ao S.T.J.

Porém, como consabido o despacho que admite o recurso não vincula este tribunal, face ao estatuído no art- 414.º, n.º3, do C.P.P.

Termos são, em que Acordam em ordenar a remessa dos autos ao S.T.J., por ser o competente para conhecer do presente recurso.

Sem tributação.

(elaborado e revisto pelo subscritor).

Évora, 10 de Abril de 2012

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(José Proença da Costa)

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(Sénio Alves)

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[1] No mesmo sentido, veja-se o ac. S.t.j. de 3-11.2011, no processo n.69/09.2PAGDM P1SD1.

[2] Ver ac., de 23.11.2011, no processo n.º56/06.2RLSBL.L1S1 e o ac., de 15.12.2011, no processo n.º318/03.6TDPRT.P1S1.

[3] Ver, entre outros, o ac. S.t.j., de 22.05.2oo3, na C.J(s.t.j.), ano IX, tomo 2, págs.190.

[4] Cfr. Ac. s.t.j., de 25.02.2002, no processo n.º220/02.

[5] Cfr. revisão do processo penal: os recursos, in Que Futuro para o Direito Processual Penal, pags.189 a 195.

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[6] Cfr. R.P.C.C., ano 20, n.º4, págs.629 a 642.

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