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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES BARROS MELO CESBAM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS HAB. GERAL E COMÉRCIO EXTERIOR

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EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS

MARCELO MAIA RÊGO TOSCANO

Prof. Luiz Guimarães Ribeiro Neto

Olinda 2005

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EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS

Monografia de final de curso apresentada ao Centro de Estudos Superiores Barros Melo como requisito complementar para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas (Hab.

Geral e em Comércio Exterior).

ORIENTADOR: Prof. Luiz Guimarães Ribeiro Neto

Olinda 2005

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FORMAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS

MARCELO MAIA RÊGO TOSCANO

O CESBAM - Centro de Estudos Superiores Barros Melo não aprova nem desaprova as opiniões emitidas neste trabalho, que são da responsabilidade exclusiva do autor desta monografia.

ORIENTADOR: Prof. Luiz Guimarães Ribeiro Neto

Olinda 2005

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida e que sempre amarei. Minha mãe Maria Luisa Maia Rego e minhas vós Mirele Maia Rego e Marlene Bertilde Maia, que sempre me apoiaram desde o primeiro minuto da minha vida, agradeço por todo sacrifício delas, para que esse dia se tornasse uma realidade. A vocês serei grato todos os dias da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora Auxiliadora pela oportunidade de estar concluindo mais esta etapa da minha vida, ao meu treinador e grande amigo Felipe Rego Barros, a Ilmo.(a) Ivânia Barros Melo diretora desta instituição que acredita e investe no esporte, a meu orientador, professor e amigo Luiz Guimarães que com muita competência e carinho soube me conduzir aos meus objetivos e a minha namorada Alexandra Pessoa de Mello que sempre esteve ao meu lado com muita paciência, corrigindo minha monografia e apoiando em todas minhas atividades, e a todos que de certa forma contribuíram para realização deste importante acontecimento.

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“Podemos enganar a todos por algum tempo, a alguns por todo tempo mas, não a todos por todo o tempo”

Shopenhauer

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... ....1

1. EMPREENDEDORISMO...3

1.1. Motivos para empreender...5

1.2. Tipos de negócios...6

1.3. As oposições ao empreendedorismo...9

1.4. Empreendedor ...11

1.4.1 Perfil do empreendedor...13

2. EVOLUÇAO DO EMPREENDEDORISMO ... 15

2.1. A evolução empreendedorismo no mundo ... 15

2.2. Perfil do empreendedorismo no Brasil ... 19

3. CONTRIBUIÇÃO ACADÊMICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO... 23

3.1. Metodologia proposta para o ensino de empreendedorismo ... 24

3.2. É possível ensinar empreendedorismo?...26

3.3. É possível aprender empreendedorismo?...28

3.4. Evolução do empreendedrismo no ensino superior brasileiro...29

4. PESQUISA DE NIVELAMENTO DO ENSINO DO EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES DE NIVEL SUPERIOR DO RECIFE...31

4.1. Conclusão da Pesquisa...31

4.1.1. Dsiponibilidade do curso...32

4.1.2. Estímulo ao empreendedorismo...33

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4.1.3. Ações internas...34

4.1.4. Prioridades para as entidades de Ensino Superio...39

5. CONCLUSÃO...41

REFERÊNCIAS...43

ANEXO ...46

1.Modelo do questionario utilizado na pesquisa... ...46

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RESUMO

O empreendedorismo é um assunto que muito se discute atualmente em instituições de ensino superior, porém em sua maioria não estão preparadas para trabalharem os alunos e os transformarem empreendedores. Por esse motivo o trabalho tem como objetivos definir a história e perfil do empreendedor, estabelecer parâmetros de como estão preparadas às entidades de ensino superior do Recife em relação ao ensino do empreendedorismo, analisando por meio de pesquisas com os coordenadores dos cursos de administração e concluir em que grau de comprometimento as entidades estão com o ensino do tema.

Palavras-chave:

1. Empreendedorismo 2. Perfil empreendedor 3. Ensino superior

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INTRODUÇÃO

O empreendedorismo vem sendo muito difundido no Brasil nos últimos anos.

Estimulado pela criatividade ou pela necessidade o brasileiro empreende muitas vezes sem apoio de instituições de ensino ou governamentais, o que implica em um alto nível de mortalidade das novas empresas, que na maior parte das vezes não passam dos dois anos de vida.

Muito se discute sobre o empreendedorismo, serão demonstradas algumas definições para o tema, também o que parece ser empreendedorismo, mas não é, perfil dos empreendedores e a história do empreendedorismo.

Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo. Outras não têm tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para todas as pessoas que almejam implantar e gerir um pequeno negócio.

A formação empreendedora é o processo de construção de novos padrões de comportamento, a partir de descobertas interessantes sobre as potencialidades pessoais, contexto cultural, motivações e sonhos.

Vários ensinamentos são utilizados de forma rotineira por muitas empresas e inúmeros empreendedores. Mas a necessidade de capacitar um número cada vez maior de empreendedores justifica a importância e sua propagação de maneira a facilitar o acesso das informações necessárias aos empreendedores.

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Inicialmente analisa-se os conceitos e definições, posteriormente é colocado o surgimento do empreendedorismo e da atenção que muitos paises inclusive o Brasil tem dado ao tema. A parte central do trabalho é da ênfase a evolução do empreendedorismo nas entidades de ensino superior do Brasil. A última parte do trabalho é resultado de uma pesquisa de campo que pretende retratar como está o nível de ensino do empreendedorismo nas entidades de ensino de Administração de Empresas do Recife.

O real objetivo deste trabalho é expor fatores reais por meio de pesquisas junto aos coordenadores dos cursos de Administração do Recife. Os cursos de administração foram escolhidos por que existem vários comportamentos incomuns entre a administração e o empreendedorismo, além da administração ter um papel fundamental para o empreendedor, como ferramentas e processos que completam o perfil do profissional.

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1. EMPREENDEDORISMO

Inicialmente serão definidos alguns conceitos básicos do empreendedorismo, os principais motivadores para as pessoas empreenderem e quais os tipos de negócios que podem ser utilizados na área de abertura de um negócio próprio. O empreendedor geralmente é muito confundido com outras funções, e neste capítulo serão mostradas as diferenças existentes com outros profissionais e o empreendedor, além de definir o que é um empreendedor e seus principais atributos.

Muitas são as definições para o termo empreendedorismo, várias correntes, e diferentes visões entre estudiosos, porém é Fernando Dolabela (1999a) quem define em poucas palavras o que todos tentam explicar de maneira diferente, para Dolabela empreendedorismo é um fenômeno cultural, expressões hábitos, práticas e valores das pessoas. Neste sentido, seu objetivo de estudo não é a empresa, mas o indivíduo empreendedor, responsável pela criação do negócio, gestão e posicionamento no mercado.

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo (HISRICH, 2004). Antes de partir para definições mais utilizadas e aceitas é importante fazer uma análise histórica do desenvolvimento da teoria do empreendedorismo.

O empreendedorismo é ainda não é considerada uma ciência, embora seja uma das áreas onde mais se pesquisa e se publica. Isso quer dizer que ainda não existem paradigmas, padrões que possam nos garantir que, a partir de certas circunstâncias, haverá um empreendedor de sucesso. (DOLABELA, 1999)

Empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza criada por indivíduos que assumem os principais riscos em termos de patrimônio, tempo e/ou comprometimento com a carreira ou que provêem valor para algum produto ou serviço. O

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produto ou serviço pode ou não ser novo ou único, mas o valor deve de algum modo ser difundido pelo empreendedor ao saber receber e localizar as habilidades. (DEJANA, 1989)

“Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e esforços necessários, assumindo os riscos financeiros e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação

econômica e pessoal”. (HISRICH, 2004, p.29)

Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto dos hábitos práticas e valores das pessoas, ou seja, os empreendedores nascem por influência do meio que vivem.

Esta citação define a real representação do empreendedorismo na economia mundial nos tempos atuais, “O empreendedorismo é uma revolução silenciosa que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX”. (TIMMONS apud DOLABELA, 1999 p.28).

Os pequenos empreendimentos gerados são de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e social dos países, pela sua capacidade de geração de emprego, renda, divisas, atuação em desequilíbrios regionais, ocupação de nichos de mercado, flexibilidade de atuação, função de complementaridade as atividades das grandes empresas, adaptabilidade às necessidades para operacionalização regional, democratização dos lucros do capital, predisposição natural para inovações, agente atuante de mudanças na criação de produtos e serviços locais, descentralização industrial, capacitação de mão de obra, ativação da economia. Possibilitam a estabilidade e continuidade do desenvolvimento da nação principalmente em momentos de crise e revigoramento das empresas genuinamente nacionais.

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1.1. Motivos para empreender

Existem dois motivos para uma pessoa começar um empreendimento, a descoberta de uma nova oportunidade, e/ou por necessidade. Estes dois fatores são às principais motivações para um indivíduo iniciar um empreendimento. (FARREL, 1993)

A diferença entre os dois motivos é que, na oportunidade o motivo é a percepção de um novo produto, serviço ou abertura de um novo mercado, ou nicho de mercado ainda pouco explorado. E por necessidade o empreendedor não tem alternativa razoável de ocupação e renda.

A pesquisa da GEM – Global Entrepreneurship Monitor - coordenada pelas universidades Babson College (americana) e London Business School (britânica), além do centro de estudos Kauffman Center - analisa o grau de empreendedorismo em 31 países. Em 2003, a taxa de criação de novas empresas por necessidade era de 43% no Brasil, contra 57%

de oportunidade. Um ano depois, a pesquisa mostra um pequeno aumento no motivo necessidade: hoje, 46% dos empresários montaram negócios por necessidade, enquanto 54%

deles em busca de novos mercados e nichos de atuação. (GEM, 2004)

É importante destacar que a falta de emprego ou de qualificação são os fatores que influenciam o empreendedorismo por necessidade, pois estes têm como única saída à criatividade e a inovação para garantir o seu sustento.

1.2.Tipos de negócios

O empreendedorismo atualmente pode ser utilizado em diversas áreas, dentro do próprio negócio, sendo ele uma inovação ou um produto que já existe no mercado, ou dentro de uma organização, onde o empregado pode ser um empreendedor.

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Quando uma pessoa decide abrir um negócio próprio, ela pode optar por quatro formas de empreender. A primeira é o negocio próprio que exige do empreendedor análise e conhecimento do mercado, estudo de viabilidade do empreendimento, cálculo e pesquisa para compra de equipamentos e utensílios, definir a estrutura organizacional da empresa, bem como o plano de operações e o plano de marketing, ou seja, o empreendedor que abre uma nova empresa tem que se preocupar com todos os detalhes da organização, do desenvolvimento do plano de negócio até como funcionará uma provável expansão das atividades de sua empresa. .(PEREIRA, 1995)

Uma outra maneira de ter o seu próprio negócio, porém assumindo menos riscos é a franquia. De acordo Associação Brasileira de Franquias, a franquia é um modelo de negócios que visa estabelecer uma estratégia para distribuição e comercialização de produtos ou serviços.

Existem duas pessoas que envolvem a comercialização da franquia: um é o franqueador, o dono da marca, é ele que orienta aos empreendedores que adquirem seu produto, pois já tem a experiência necessária no mercado e auxilia nas tomadas de decisão.

Este, porém enfrenta mais riscos perante o mercado, pois é a sua marca que está em jogo, e caso uma franquia não tenha um desempenho esperado pode afetar as demais empresas do grupo, repercutindo negativamente. A pessoa que adquire uma franquia é chamada de franqueado, o franqueado é a pessoa que compra a franquia e tem oportunidade de ingressar em um negócio com maior chance de sucesso do que as pessoas que começam um empreendimento do nada, pois o franqueador disponibiliza diversos tipos de vantagens, por exemplo: um produto ou serviço com mercado já estabelecido e imagem favorável, uma fórmula ou design patenteado, um sistema de administração financeira para controle de receitas, economias de escala em propaganda e compras, serviços oferecidos pela sede, um conceito empresarial testado, tudo isso minimiza o risco do empreendedor, fazendo com que

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uma franquia seja uma boa opção para pessoas que querem abrir seu próprio negócio, mas não sabem por onde começar. O primeiro caso de franquia é o da Mc Donald´s em 1954, nos Estados Unidos, e hoje a Mc Donald´s é o maior franqueador do mundo. (HISRISH, 2004)

Neste segundo caso a pessoa que adquire uma franquia para se tornar um empreendedor necessita acrescentar características novas a sua aquisição, é necessário mudar o ambiente de atuação em que a franquia irá atuar, modificar hábitos de consumo do público local, mudanças na administração financeira ou inovar no atendimento. Os empreendedores têm que ter esta visão da franquia, tem colocar no negócio o seu perfil, a sua criatividade empreendedora.

A terceira forma de empreender está relacionada à abertura de um negócio próprio é o licenciamento, definido como acordo entre duas partes no qual uma delas tem o direito de propriedade sobre alguma informação, processo ou tecnologia protegida por uma patente, marca registrada ou direito autoral. O acordo, especificado em um contrato, exige que o licenciado pague um royalty ou alguma outra soma especificada ao detentor dos direitos de propriedade (licenciador), em troca da permissão para copiar a patente, a marca registrada ou o direito autoral. (DEJANA, 1989)

É um empreendimento muito interessante e utilizado em todo o mundo, as empresas geralmente vinculam personagens de filmes ou desenho animado aos seus produtos. A Walt Disney Co., é uma das maiores empresas de licenciamento do mundo, a empresa tem nos Estados Unidos cerca de 600 licenciados ativos, licenciando por exemplo a empresas de brinquedos reproduzirem em bonecos os seus personagens de filmes infantis. O licenciamento é uma excelente ferramenta de marketing. Com a assessoria de um advogado, os empreendedores podem descobrir que as oportunidades de licenciamento constituem uma forma de minimizar riscos, expandir um negócio ou complementar uma linha de produtos já existentes.(HISRISH, 2004)

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A última forma de empreender e não menos importante é o intra-empreendedorismo, que consiste no empregado de uma empresa que aplica ações empreendedoras dentro da organização.O intra-empreendedorismo é o empreendedorismo dentro de uma estrutura empresarial já existente, ou seja, as organizações já existentes têm os recursos financeiros, as habilidades gerenciais, o sistema de marketing e a distribuição para comercializar as inovações com sucesso. Contudo, as empresas em alguns casos não detectam as oportunidades criadas ou desenvolvidas por seus funcionários, pois estão com os objetivos no lucro em curto prazo, ou tem uma estrutura muito burocrática, inibem muitas vezes a criatividade dos seus funcionários. (FILION, 1999)

Algumas empresas começaram a notar que seus funcionários criativos estavam pedindo demissão para abrir seus próprios negócios. Estes negócios muitas vezes são no mesmo ramo de atuação da antiga empresa em que o funcionário trabalhava, ele usa o know- how que adquiriu com tempo de trabalho e usa em favor de seu próprio negócio. (FILION, 1999)

Foi então que algumas corporações começaram a reconhecer esses fatores e decidiram investir na criatividade e inovação para estabelecer um espírito-empreendedor em suas organizações. No tempo da hiper-competitividade, as empresas começaram a investir em novos produtos e inovações nos serviços, idealizados por seus funcionários e também no desenvolvimento do espírito intra-empreendedor na estrutura da empresa. E existem empresas que investem em novos empreendimentos, também chamados de empreendimento corporativo, que se refere à criação de um novo negócio dentro da organização já existente.

A inovação, criação de algo novo e de valor, a criatividade, flexibilidade, proatividade, iniciativa e aceitação de risco são elementos essenciais, tanto no desenvolvimento de um novo negócio, como para o sucesso de toda uma organização.

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1.3. As oposições ao empreendedorismo

O tema é constantemente discutido e definido em publicações, artigos, livros, textos, uma amplo apreço de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais diversas áreas e mídias, umas confiáveis, e outras, nem tanto. Existem muitas definições e tópicos sobre o assunto: empreendedorismo em empresas familiares, empreendedorismo social, empreendedorismo corporativo, empreendedorismo étnico, empreendedorismo de start-up, e assim por diante. (FARREL, 1993)

Com a popularização do assunto muitos estudos foram feitos em cima do tema, mas às vezes fica difícil definir “empreendedorismo”. Neste caso vamos tentar definir as pessoas que desenvolvem o empreendedorismo, pois muitas vezes são confundidas. Iremos destacar três tipos de questionamentos que levem esses personagens ou situações a serem comparadas com empreendedorismo ou empreendedores:

Empresários: Existem muitas definições as quais colocam empresários e empreendedores como sinônimos, quando, na verdade, o empreendedor é mais do que um empresário. Qualquer cidadão que abre um negócio é, a rigor, um empresário. Um empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em ousadia, determinação, criatividade, relacionamentos, realizações, auto-confiança, flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características não pode ser considerado um empreendedor. Quem abre mais uma padaria ou posto de gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho, pode ser um empresário, mas dificilmente o consideraria um empreendedor. (SILVA, 2005)

Franquia: Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia, acredita-se que a mesma representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria

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afastar o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das características que o empreendedor mais preza: a liberdade. Com maior ou menor grau, todas as franquias oferecem como benefício àquilo que o empreendedor enxerga como restrição:

Identidade visual, padronização de metodologia e processos, cadastro único de fornecedores, políticas de preços uniformes, infra-estrutura centralizada, marca e imagem, além de outros elementos que, no conjunto, trazem a segurança de um modelo de negócios já testado e, provavelmente, com riscos bastante reduzidos. Um empreendedor pode até colocar a experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente vê uma franquia como seu objetivo final. (HISRISH, 2004)

Como já citado antes, o franqueador tem que utilizar ferramentas empreendedoras para gestão do seu negócio. Algumas características empreendedoras inseridas vão modificar os hábitos de consumo, afetar concorrentes, alterar métodos financeiros inserir novos produtos ou serviços, é o que se espera de um empreendedor.

Herança: Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só.

Este fato já pode aumentar as chances devermos sucessores empreendedores à frente de negócios de sucesso criados por mais gerações anteriores. Empreendedores formam (ou melhor, ‘forjam’) empreendedores para dar continuidade a seus negócios, mesmo que estes não sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número que se dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à frente do processo de criação e desenvolvimento da organização que assumiu. (SILVA, 2005)

Além desses existem vários outros tipos de personalidades ou situações que não completam os pilares bases do empreendedorismo. Esses tipos de personalidades têm

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características diferentes dos empreendedores gerais. Mais adiante será traçado do perfil do empreendedor.

1.4. Empreendedor

Acredita-se hoje que o empreendedor seja “o motor da economia” uma agente de mudanças. Foi constatado que existiam vários fatores incomuns nas pessoas de sucesso nos negócios, porém nem todas características encontradas em uma pessoa nos Estados Unidos eram iguais as características das pessoas no Brasil, por exemplo.

A pesquisa acadêmica sobre empreendedorismo é relativamente recente e esta ligada a grande importância que a pequena e micro empresa exerce no quadro econômico. O economista austríaco Schumpeter associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades de negócios. (SCHUMPETER apud DOLABELA, O segredo de Luísa, 1999 p.28). Podem-se citar três correntes básicas da visão do empreendedorismo mundial:

O empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões (FILION apud DOLABELA, 1999 p.29). O empreendedor é aquele que conclui as suas idéias e as transformam em realizações financeiras, tornando possivel o aumento das resoluções de problemas do cotidiano com a criação de novos produtos ou serviços.

O autor Fernando Dolabela, além de concordar com com a afirmação acima acrescenta que os empreendedores são o ponto de partida dos pesquisadores para o estudo das condições que levam o empreendedor ao sucesso. A partir das experiências vividas pelos empreendedores de sucesso, é possível traçar o perfil e o comportamento dessas pessoas, para

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repassar os conhecimentos destas características aos iniciantes ou interessados nesta área.

(DOLABELA, 1999 p.55)

Esta outra definição deve-se ser citada devido a sua importância, onde, o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e matérias. (JOSEPH SHUMPETER apud DRUCKER, 1998 p.36)

O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.

São os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade. O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. (DEJANA, 1989)

O empreendedor é alguém que toma a iniciativa de uma maneira nova ou para reorganizar recursos de maneira a gerar uma organização, relativamente, independente, cujo sucesso é incerto. (SHAMPERO apud DORNELAS, 2000 p. 26)

1.4.1. Perfil do empreendedor

Em qualquer definição de empreendedorismo, encontra-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor (DOLABELA, 1999 p.37):

• Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.

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• Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive.

• Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.

Existem varias características similares entre os empreendedores de sucesso, muitas destas são desenvolvidas desde cedo, ou seja, na infância ou na adolescência, pois é quando os valores e costumes das pessoas estão sendo desenvolvidos, temos um conjunto de qualidades empreendedoras descritas abaixo (DORNELAS, 2001):

Know How

• O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencie.

• Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo e necessidade de realização.

• Tem perseverança e tenacidade.

• O fracasso é considerado em resultado como outro qualquer. O empreendedor aprende com resultados negativos, com os próprios erros.

• Tem grande energia. É trabalhador incansável. Ele é capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e saber concentrar os seus esforços para alcançar resultados.

• Sabe fixar metas e alcança-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a capacidade de ocupar um espaço não ocupado por outro no mercado, descobrir ninchos.

• Tem forte intuição. Como no esporte o que não importa não é o que se sabe, mas o que se faz.

• Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz.

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• Cria situações para obter um feedback sobre o seu comportamento e sabe utilizar tais informações para seu aprimoramento.

As características acima são uma intercessão de vários perfis descritos por diversos autores bibliográficos, todos demonstram nessas características o perfil incomum dos empreendedores. Exemplo de como uma pessoa pode se tornar um empreendedor: o individuo que cria uma empresa, qualquer que seja ela. Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, seja na forma de fazer propaganda de seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores.

Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais.

Podemos ter diferentes modelos de empreendedores, cada região, cidade ou pais tem sua própria economia, suas leis e seus costumes que influenciam nas características do empreendedor. Os empreendedores atuam de acordo com as necessidades e visões de oportunidades em sua sociedade, buscando sempre inovações e resoluções de problemas, para o bem estar da sociedade.

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2. EVOLUÇAO DO EMPREENDEDORISMO

A prática do empreendedorismo é comum desde o início da humanidade, pois para sobreviver o homem utilizou toda sua criatividade, perseverança e sua capacidade de inovar e assumir riscos, para manter-se vivo. Neste capítulo vamos traçar o perfil mundial e Brasileiro do empreendedorismo, desde os primeiros empreendimentos registrados até os grandes casos de sucessos da atualidade.

2.1. Perfil do empreendedorismo no Mundo

Um primeiro exemplo para a de definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Pólo, pois foi ele quem colocou em prática a idéia de navegar explorando uma rota comercial da Europa para o Oriente. O que tornou Marco Pólo um empreendedor, foi o ato de assinar um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, Marco Pólo assumia o papel de empreendedor, um aventureiro que assumia os riscos das viagens que eram muitos, atuava ativamente na atividade, correndo todos os riscos físicos e emocionais (DORNELAS, 2001).

Mas, empreendedorismo não foi descoberto há tão pouco tempo, se for analisado no ponto de vista acima de Dornelas (1999). Nestes casos onde é citado o exemplo de Marco Pólo não desenvolvia o empreendedorismo consciente, ou seja, as pessoas que inovavam eram sim empreendedoras, porém sem noção dos seus atos, o que é correto afirmar que os homens das cavernas foram os pioneiros do empreendedorismo, pois eles empreendiam por necessidade, para sobreviver, eles procuravam novos mercados (eram nômades), eram

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persistentes (para sobreviver), eram inovadores (criavam armas e descobriam o fogo), planejavam (ataques a grandes animais) e analisavam as oportunidades (sabiam se havia perigo ou não assumir determinados riscos, por exemplo sair das cavernas a noite). Esse exemplo mostra que em todos os tempos o ser humano foi empreendedor, porém às vezes inconsciente e outras conscientemente.

Na idade média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. O empreendedor nesta época não assumia grandes riscos, pois ele apenas gerenciava os projetos muitas vezes financiados pelo governo dos paises.

No século XVII, os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realiza algum tipo de serviço ou fornecer produtos. Nesta época, o governo ficava com uma boa parte do lucro dos empreendedores, muitas vezes os preços sobre os produtos ou serviços eram prefixados, os lucros eram divididos entre o empreendedor e o governo, mas os prejuízos ficavam todos para o empreendedor. Richar Cantillon importante escritor e economista do século XVII foi ele que desenvolveu uma das primeiras teorias do empreendedor e é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo. Foi ele que identificou o empreendedor como aquele que assumia riscos, mesmo sendo fazendeiros, comerciantes ou artesãos, que assumiam riscos, diferente daqueles que fornecia só o capital. (DORNELAS, 2001)

Em 1800 o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao inicio da industrialização que ocorria no mundo. Um exemplo foi o caso das pesquisas referentes à eletricidade e química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxilio de investidores que financiaram o experimento. (FERREIRA, 1997)

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No final do século XIX e inicio do século XX, os empreendedores foram freqüentemente confundidos com os gerentes ou administradores, (o que ocorre até os dias atuais), com o crescimento da industrialização no mundo, avanço da tecnologia, recursos aplicados, aplicados, a preocupação com a produção em massa, a qualidade dos produtos, gestão de pessoas e principalmente a busca pelo lucro, fez com que as empresas investissem em administradores para manter a vitalidade das grandes indústrias e empresas, por esses motivos muitas vezes os empreendedores eram confundidos como administradores ou simples gerentes. Mas nesta mesma época, muitos estudiosos começaram a estudar o fato de pessoas que surgiram de pequenas empresas de fundo de quintal para conquistar o mundo, pessoas que transformaram empresas já desenvolvidas, em potencias mundiais de vendas e produção, inovando e desenvolvendo formas de disseminar suas idéias, se tornando uma pessoa que marca a história de uma cidade, pais ou até do mundo. (FERREIRA, 1997)

Foi no século XX que se descobriu à importância do empreendedorismo para todas as civilizações, das construções das pirâmides do Egito a descoberta dos raios lasers.A partir do século XX o empreendorismo foi despertando o interesse de muitos estudiosos, pois o sucesso de pessoas que nada sabiam de administrar negócios e acabavam muito ricas, despertou o interesse de estudiosos para saber o motivo do sucesso destas pessoas.

A partir do momento em que os pesquisadores começaram a correlacionar atitudes, características e pontos incomuns começou-se a criar conceitos e definições baseados em estudos e pesquisas, que davam credibilidade ao processo do empreendedorismo.

Mas só na década de 90 que a iniciativa privada e as iniciativas de governo dos paises começaram a ver que o progresso econômico estava relacionado com o empreendedorismo e o surgimento de pequenos negócios.

O crescimento do empreendedorismo na década de 1990 pode ser observado através das ações desenvolvidas ao tema. Um estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM,

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1999) mostra alguns exemplos nesse sentido: No final de 1998 o Reino unido publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, o qual enfatizava a necessidade de se desenvolver uma serie de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na região.

A Alemanha tem implantado um número crescente de programas que destinam recursos financeiros e apoio na criação de novas empresas. Para se ter uma idéia, na década de 1990, aproximadamente duzentos centros de inovação foram estabelecidos, provendo espaço e outros para empresas start-up (iniciantes).

Em 1995, o decênio do empreendedorismo foi lançado na Finlândia. Coordenado pelo Ministério de Comércio e Indústria, o objetivo era dar suporte às iniciativas de criação de novas empresas, com ações em três grandes áreas: criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como fonte de geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas.

Em Israel, como resposta ao desafio de assimilar um número crescente de imigrantes, uma gama de iniciativas tem sido implementada por meio do Programa de Incubadoras Tecnológicas, com o qual mais de quinhentos negócios já se estabeleceram nas 26 incubadoras do projeto.

Na França, há iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras com sede nas universidades estão sendo criadas.

No Brasil as atividades de incentivos financeiros e programas de desenvolvimento ao micro e pequenos empresários apoiados pelo Governo Federal, e destinando recursos financeiros, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.

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É possível observar que o interesse pelo empreendedorismo tem grande importância para as iniciativas privadas e governamentais, pois todos consideram o empreendedorismo como grande movimento propulsor da economia.

2.2. Perfil do empreendedorismo no Brasil

O empreendedorismo no Brasil tem início com os colonizadores portugueses, em 1500. Ao descobrirem o Brasil os portugueses analisavam o que podia ser explorado, ou seja, quais oportunidades aquelas terras proporcionariam a Portugal, encontraram no Pau-Brasil a primeira forma de empreender, depois vieram à cana de açúcar, os minérios e o café.

(MARCOVITH, 2003)

A partir do momento em que o Brasil deixa de ser colônia, existe uma preocupação da iniciativa privada em desenvolver novas tendências para atender mercados ainda inexploráveis daquela época.

Não eram fáceis os caminhos para os antigos empreendedores brasileiros. Os empreendedores tinham que se adequar às estruturas e tecnologias da época, ruas de terra, cavalos e charretes como meio de transporte, trens roceiros, tecnologia pouco avançada e o crédito escasso e o quase inalcançável apoio aos seus esforços.

De acordo uma pesquisa feita por Jacques Marcovith (2003), que retrata a saga do desenvolvimento do Brasil, onde ele encontra os pioneiros do empreendedorismo no país, considerando apenas o êxito econômico alcançado, mas também características e singularidades de cada empreendedor.

Em 1880 é que começa a ser descobertos grandes feitos econômicos que mudaram a sociedade brasileira, é deste ponto que deu inicio as pesquisas do escritor Jacques Marcovitch,

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e nas pesquisas biográfica de cada um deles que se chegou às características incomuns entre eles, são elas: Flexibilidade para mudar estratégias, extraordinária disposição ao trabalho, engajamento em variadas iniciativas, presença marcante em projetos sociais ou de cunho filantrópico e uma singular habilidade para tratar com as incertezas.

Entre vários empresário-empreendedores da época, podemos citar os principais revolucionários daquele tempo: 1880 Francisco de Paula Ramos Azevedo destaca-se como o grande pioneiro da construção civil em São Paulo; 1885 Júlio Mesquita, conhecido, sobretudo, como jornalista, é uma dos fundadores de “O Estado de São Paulo” jornal que circula até os dias atuais; 1889 Silva prado foi o pioneiro na abertura das fronteiras agrícolas de São Paulo e empreendedor do comércio; 1889 Roberto Simonsen tornou-se o símbolo do empresário esclarecido. Foi uns dos pioneiros da construção civil; 1900 Francisco Matarazzo, o conde, surgiu em São Paulo como a imagem do industrial moderno; 1917 Jorge Luís Gustavo Street, no início do século XX, a contribuiu para a abertura do diálogo com sindicatos operários; 1939 Leon Feffer foi o pioneiro na fabricação de papel a partir do eucalipto, árvore aclimatada no Brasil; Nami Jafet despontou no inicio do século, como o atacadista e precursor da nossa industria têxtil. (MARCOVITCH, 2004)

Jacques Marcovith conceitua os antigos empreendedores brasileiros como identificadores de soluções e resultados como instrumentos para viabilização de idéias que melhorassem a vida coletiva. Assim agiram os homens que ajudaram a forjar o sonho brasileiro de desenvolvimento. (MARCOVITCH, 2004)

A partir do século XX, as iniciativas privadas e governamentais começam a ver o empreendedorismo como aliado para combater o desemprego e gerar oportunidades para as economias dos países. (DORNELAS, 2001)

O Brasil teve grandes avanços nesta década, pois foi no ano de 90 que duas das principais entidades para o desenvolvimento do empreendedorismo foram criadas, o SEBRAE

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(Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequena Empresas) e SOFITEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwere), esses agentes de incentivo ao empreendedorismo são ainda hoje de fundamental importância para o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. (DORNELAS, 2001)

O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos pelos pequenos empresários brasileiros, ele tem como algumas de suas funções prestarem consultorias a futuros empresários, também consultorias para resolver pequenos problemas por empresas já estabelecidas, ministrar cursos, palestras, treinamentos a empreendedores, e também contribuir para o desenvolvimento econômico do país, além de outros serviços que fazem do SEBRAE o maior disseminador do empreendedorismo do Brasil.

O SOFITEX é uma entidade criada com intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, foi por meio de varias ações que proporcionavam a disseminação do empreendedorismo no meio da informática.

Por este motivo o curso de Computação/Informática, foram os pioneiros no ensino do empreendedorismo no Brasil, pois foram nos cursos de informáticas/computação que as primeiras incubadoras de empresas e as universidades tiveram início, além dos planos de negócio, que eram exigência no desenvolvimento das empresas que faziam parte das incubadoras.

De 1990 para os tempos atuais, o empreendedorismo no Brasil obteve grandes avanços para desenvolver um dos maiores programas de ensino do empreendedorismo do mundo, as ações que são desenvolvidas em todo país começam a apontar essa direção.

Seguem alguns exemplos (DORNELAS, 2001):

• O enorme crescimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da AMPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias

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Avançadas) mostram que em 2000 existiam mais 135 incubadoras de empresas, sem considerar as incubadoras das empresas de internet, totalizando mais 1.100 empresas incubadas, e que geram mais de 5.200 empregos diretos.

• O grande crescimento de cursos e programas em escolas, universidades e entidades de ensino técnico que absorveram o empreendedorismo em suas grades curriculares, contribuindo assim para o desenvolvimento de novos empreendedores brasileiros.

• A capacitação do empreendedor, como nos programas EMPRETEC, do Governo Federal, dirigido a capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.

De acordo relatório executivo de 2000 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2000) o Brasil aparece como país que possui a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total da população:1 em cada 8 adultos. Nos Estados Unidos esta relação é de 1 em cada 10; na Austrália 1 em cada 12; na Alemanha 1 em cada 25; no Reino Unido 1 em cada 33; na Suécia 1 em cada 50 e na Irlanda e no Japão 1 em cada 100. (GEM, 2000)

O Brasil lidera o ranking de 31 países quando o assunto é criação de empresas com o objetivo de sobrevivência e sustento familiar, isso mostra que apesar de ocorrer de forma tão desorganizada, o empreendedorismo no Brasil exerce papel fundamental na economia, merecendo o tema o estudo mais aprofundado.

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3. CONTRIBUIÇÃO ACADÊMICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO

A preocupação com a formação empreendedora é tema prioritário em todas as universidades importantes do mundo, inclusive no Brasil. Um grande número de educadores reconhece que o atual sistema de ensino enfatiza a aquisição do conhecimento e não se preocupa com o desenvolvimento de habilidades específicas para o uso produtivo desse conhecimento. As metodologias tradicionais de ensino, portanto, não enfocam o desenvolvimento da cultura empreendedora.

A formação empreendedora exige uma nova prática pedagógica. Evita-se intencionalmente a palavra ensino, porque ainda não existe resposta científica sobre a possibilidade de se ensinar alguém a ser empreendedor. Sabe-se, contudo, que é possível aprender a ser empreendedor. As disciplinas de formação empreendedora devem ser elaboradas a partir do desafio de se introduzir novos conteúdos e novos processos didáticos que superem obstáculos à inovação. Além do mais, as disciplinas devem ter vínculos com o mercado, com a sociedade e com os empreendedores. As experiências acadêmicas devem ser ricas e memoráveis para os alunos na construção do conhecimento para o futuro exercício profissional, com ética e responsabilidade social. (DRUCKER, 1998)

3.1.Metodologia proposta para o ensino de empreendedorismo

A educação na área do empreendedorismo cresce rapidamente em faculdades e universidades nos Estados Unidos e na Europa. Muitas dessas universidades oferecem pelo

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menos um curso de graduação ou pós-graduação, e algumas têm uma pequena ou grande concentração na área. (FARREL, 1993)

Embora os cursos de empreendedorismo variem de acordo com a universidade, há muitas coisas em comum, em especial nos cursos iniciais neste campo na área de estudo.

Esses cursos tende a refletir objetivos globais para um curso na área de empreendedorismo.

Também tendem a concentrar-se na identificação e avaliação de habilidades; compreensão da tomada de decisão de empreender do processo econômico em uma base doméstica.

Citaremos alguns objetivos em comum dos cursos de empreendedorismo (HISRISH, 2004):

• Compreender o papel de empresas novas e menores na economia.

• Compreender os pontos fracos e fortes relativos a diferentes tipos de empresas.

• Avaliar as habilidades empreendedoras do próprio aluno.

• Saber como administra e desenvolver um novo empreendimento.

• Compreender o papel do empreendedorismo em organizações já existentes

• Compreender os aspectos da criação e da apresentação de um plano de negócios.

Esses objetivos formam a base de qualquer abordagem modular para um curso de graduação ou pós-graduação em empreendedorismo. Essa abordagem ajuda a garantir que as áreas mais importantes do campo sejam cobertas nos cursos oferecidos, seja em trimestre, semestre, em um curso ou em uma série de cursos.

O maior desafio na elaboração da proposta metodológica para a disciplina foi representado pela necessidade da proposição de soluções para as questões fundamentais citadas, em síntese: (DRUCKER, 1998)

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• É possível alguém se tornar empreendedor, ou ele é fruto de genes favoráveis?

• É possível ensinar o empreendedorismo?

• Como ensinar empreendedorismo?

Um dos objetivos centrais da disciplina empreendedorismo é despertar o aluno para a área de empreendedorismo, motivando-o a criar a sua empresa ou a gerar o próprio emprego.

Isto não significa que a metodologia pretenda que o aluno abra o próprio negócio logo após a disciplina. (FERREIRA, 1997)

Na verdade, este seria um resultado surpreendente. O que se pretende é que o aluno possa incorporar ao seu potencial a opção de geração do auto-emprego e que persiga tal objetivo durante a sua evolução profissional. Quando ele ou ela irá abrir o seu próprio negócio será uma questão pessoal, de amadurecimento, aprendizagem, desenvolvimento da sua visão, percepção e capacidade de aproveitamento de uma oportunidade.

Há empreendedores que deliberadamente procuram empregos na sua área de interesse visando à formação de uma bagagem (em termos de conhecimento técnicos, mercadológicos, de relações) para a abertura posterior do próprio negócio. Os critérios de avaliação da disciplina pressupõem uma temporalidade que extrapola o ciclo escolar. O que esta avaliação irá buscar será quanto o direcionamento profissional do ex-aluno terá sido influenciado pela disciplina. Não há receitas nem limites de idade para a abertura do próprio negócio. (ROSA, 2005)

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3.2. É possível ensinar empreendedorismo?

Esta é uma polêmica que esta longe de acabar, existem duas correntes diferentes sobre a possibilidade de ensinar a qualquer indivíduo a se empreendedor. Até pouco tempo atrás o empreendedorismo era visto como algo inato, ou seja, algumas pessoas já nasciam com esse dom e eram predestinadas a fazer negócios de sucesso, e algumas pessoas ainda pensam assim, que existem pessoas que nunca irão poder ser empreendedores, acreditam que empreendedorismo é um dom. Por outro lado, a maioria dos pesquisadores, autores e especialistas acham que é sim possível uma pessoa aprender a empreender, a ter novas visões do ambiente a sua volta. E neste tópico iremos colocar as duas visões de maneira que fique caracterizada a possibilidade do ensino do empreendedorismo. (DRUCKER, 1998)

De acordo Silva (2005), o empreendedorismo é um modismo, ele acredita que as faculdade e universidades procuram de formas incessantes por novidades, ou seja, aquilo que mais vende que mais impressiona. Em se tratando de empreendedorismo, a abertura de novos negócios, independência financeira e ser seu próprio patrão, é à vontade de milhares de pessoas que estão propensas a estudar o assunto em busca de um sonho. Mas às vezes esse sonho pode acabar mais como uma frustração do que em satisfação.

De acordo com Filion (1999), não se pode ensinar empreendedorismo como se ensinam outras matérias. Para esse autor é preciso concentrar-se mais no desenvolvimento do

“conceito de si” (auto-conhecimento) e na aquisição de know-how do que na simples transmissão de conhecimento. Salienta ele, que não se deve esperar que, ao final dos cursos de empreendedorismo, os alunos estejam prontos para montar seu próprio negócio e sim que possuam o instrumental para se auto-desenvolver como futuros empreendedores.

Por outro lado, como já foi dito, a maioria dos especialistas no assunto acreditam que é possível aprender a empreender. A capacitação de candidatos a empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil. O empreendedorismo ainda é muito novo no

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campo acadêmico, a implementação de cursos voltados para o assunto justifica-se pela crescente conscientização e tomada de posição por parte das universidades no sentido de proporcionar aos estudantes competências que possibilitem não só a sua inserção no mercado do trabalho, mas também sua sobrevivência e empregabilidade em uma sociedade altamente competitiva. (ROSA, 2005)

O principal objetivo do ensino do empreendedorismo é orientar a formação de empreendedores no mundo moderno por ser fundamental prepara pessoas pró-ativas que aprendam a agir por conta própria, com criatividade, espírito de liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar seu espaço no mercado. (DOLABELA, 1999a)

Espera-se que o sistema de ensino enfatize a aquisição de conhecimento, dando pouco enfoque no desenvolvimento de habilidades específicas para o uso prático desses conhecimentos. A metodologia instrucional atualmente dominante não enfoca o desenvolvimento da cultura empreendedora e pouco se valoriza a ambigüidade e o exercício da prática de definir problemas e projetar soluções.

Sem dúvida, o estudo do empreendedorismo pode, e muito auxiliar os alunos do curso de administração, pois a característica de um empreendedor é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento profissional de qualquer administrador, sendo ele uma pessoa que já nasceu com características empreendedoras ou não.

A disciplina do empreendedorismo servirá no mínimo como uma atividade desafiadora para o aparecimento, desenvolvimento e talvez a criação de habilidades especiais, para que o aluno possa conhecer sua real vocação, ter o domínio de si próprio, saber qual perfil profissional o estudante está propício, sem que gere algum tipo de trauma ou decepção. O que pode inibir futuramente suas características empreendedoras.

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3.3. É possível aprender empreendedorismo?

Sim. Tudo indica que o empreendedor é fruto de uma cultura. Por outro lado, se existem dúvidas sobre a possibilidade de se ensinar alguém a ser empreendedor, sabe-se que é possível que alguém aprenda a sê-lo em determinadas circunstâncias que sejam favoráveis ao auto-aprendizado. Objetivo do ensino é contaminar o aluno, para que ele se torne predisposto a abrir o seu próprio negócio em algum momento de usa vida e não imediatamente após deixar a universidade. (DOLABELA, 2001)

Filion (apud DUTRA et al, 2001), argumenta:

Para saber se o empreendedorismo pode ser ensinado, devemos adaptar a abordagem pedagógica à lógica de cada disciplina ou campo de estudo. A meu ver, não se pode ensinar empreendedorismo com se ensinam outras matérias. Mas o empreendedorismo se aprende. É possível conceber programas e cursos como sistemas de aprendizado adaptados à lógica desse campo de estudo. A abordagem aqui deve levar o aluno a definir e estruturar contextos e compreender várias etapas de sua evolução. Estes desafios pedagógicos interessantes”.

Nossos universitários têm muito talento e idéias geniais. O que falta é uma base sólida, ainda durante os cursos, para que se sintam seguros de poder tocar uma empresa ou gerencia- la. Eles contam, muitas vezes apenas com o acolhimento de entidades extra-classe.

Desta forma é correto afirmar que qualquer pessoa pode aprender a características empreendedoras, porém é necessário o conhecimento e a prática dessas características que terão que se tornar hábitos freqüentes dos candidatos a empreendedores.

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3.4. Evolução do empreendedorismo no ensino superior no Brasil

Como já foi dito antes, a pratica do empreendedorismo nas universidades e faculdades brasileiras, deram início em meados dos anos 90, nos cursos de ciência da computação/informática, os empresários deste ramo de atividade tinham interesse neste ramo, pois pretendiam levar as empresas de software do país para o mercado externo. Daí surgiu o SOFTEX juntamente com o SEBRAE que prestava consultoria aos pequenos e micro empresários.

Passado-se dez anos, e o Brasil entra neste milênio com um marco ao empreendedorismo nacional, de acordo a Pesquisa do GEM 2004, Estima-se que o Brasil comporte um contingente de 15 milhões de empreendedores, um dos maiores entre os países pesquisados, perdendo apenas para os EUA, em 2004. Desses empreendedores, em torno de 35% estão à frente de negócios em estágio nascente, ou seja, com menos de 3 meses de vida, e aproximadamente 65% administram negócios com tempo de vida entre 3 e 42 meses.(GEM, 2004)

O empreendedor brasileiro, componente da TEA (Tendência Parabólica Ajustada), tem baixa qualificação acadêmica. Apenas 14% dos empreendedores no Brasil têm formação superior (completa ou incompleta), percentual inferior ao do grupo de países de baixa renda per capita (23%). De nota a fragilidade do sistema educacional brasileiro e, por conseqüência, as altas taxas de empreendedorismo por necessidade.Ao se analisar os dados, se correlacionando-os com a motivação para empreender, fica evidente que, quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade. (GEM, 2004)

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A comparação, quando feita com os países de alta renda per capita, mostra uma diferença ainda mais gritante no perfil do empreendedor: 58% dos empreendedores daqueles países possuem formação superior. Frise-se, ainda, que no Brasil aproximadamente 30% dos empreendedores identificados não passaram sequer cinco anos pelos bancos escolares, estando longe, portanto, de completar o ensino fundamental. (GEM, 2004)

Gráfico 1: Perfil educacional dos empreendedores

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60% Passaram de

5 a 11 anos na escola Estudaram m ais de 11 anos

Não passaram nem 5 anos estudando

Fonte: Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2004)

As instituições de ensino atentas ao crescimento do interesse pelo tema, vêm cada vez mais se adaptando as práticas do empreendedorismo, ações recentes desenvolvidas reúne diversas faculdades e universidades a abrir novos cursos e implantar cadeiras sobre o assunto em seus cursos de graduação e pós-graduação.

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4. PESQUISA DE NÍVELAMENTO DO ENSINO DO EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE

Esta pesquisa foi feita do período de 10/05/2005 a 20/06/2005, com os coordenadores do curso de administração de empresas com turmas já formadas, das entidades de ensino superior do Recife. Ao todo foram entregues 10 questionários, apenas a Universidade Salgado de Oliveira não foi avaliada por não ter sido possível entrevistar o responsável pelo curso.

A pesquisa tem como objetivo identificar o nível de comprometimento das instituições de ensino e desenvolvimento do empreendedorismo. A análise tem como fatores básicos saber se as faculdades incentivam de alguma maneira os alunos a prática do empreendedorismo, sendo por meio de palestras, workshops, incubadoras, empresa Jr.

Também vamos abordar como as instituições qualificam os seus professores, bem como se existe a matéria de empreendedorismo na grade curricular dos cursos de administração.

4.1.Conclusão da pesquisa

As faculdades e universidades estão buscando desenvolver os seus graduandos com novas formas de incentivar e construir um diferencial para o curso de administração. O tema em questão representa o cotidiano dos acadêmicos que estão acostumados a tratar dos assuntos relacionados à gestão.

Desta maneira a pesquisa avaliou os cursos de administração que já tenham turmas formadas, abaixo estão os principais pontos abordados na pesquisa respondida pelos

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coordenadores dos cursos. Os mesmos foram escolhidos por apresentarem a responsabilidade de desenvolver um ambiente próprio ao ensino do empreendedorismo.

4.1.1. Disponibilidade do Curso

A pesquisa revela que 80% das faculdades tem em sua grade curricular a disciplina de empreendedorismo, com uma carga horária entre 50 a 100 horas durante o curso. Apenas 10%

das instituições têm uma carga horária superior a 100 horas no curso, os outros 10% não tem a disciplina em sua grade curricular.

As faculdades também foram questionadas se em outras disciplinas o assunto é abordado, em 60% das respostas os alunos são apresentados superficialmente ao tema em outras matérias. Neste aspecto existe em sua grande maioria, uma preocupação das instituições de ensino de apresentar aos alunos o tema seja de forma conceitual ou prática.

Partindo da necessidade de competências empreendedoras para que os alunos estejam mais preparados para se inserirem no mundo do trabalho, e de que essas competências podem ser desenvolvidas em ambiente propício, cabe a universidade e faculdade mais esse papel, o da disseminação da cultura empreendedora.

4.1.2. Estímulo ao Empreendedorismo.

O estímulo da cultura empreendedora em entidades de ensino pode ser apresentada de diversas formas: Palestras com especialistas no assunto, workshops, estimulo a desenvolver trabalhos, artigos e pesquisas junto a órgãos competentes são bons exemplos de

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incentivadores da cultura do empreendedorismo. Porém é aconselhável uma parceria com algumas empresas competentes no assunto, como o Sebrae, a Endeavor, IEL, FIEPE e outras empresas que tem ou são especialistas no assunto de abertura de micro ou pequenas empresas.

De acordo com a pesquisa, entre os entrevistados 20% não utilizam nenhum tipo de parceria com entidades especialistas no assunto empreendedorismo. Em contra partida 80% já desenvolvem trabalhos junto com pelo menos uma instituição especializada, sendo ministrando palestras, workshops, debates ou atividades envolvendo o tema empreendedorismo. As empresas que já desenvolvem trabalhos em conjunto com as entidades de ensino como parceiras são o Sebrae, o IEL e a FIEPE e as principais atividades são palestras, workshops e debates.

É interessante estabelecer parceria com estas instituições, pois elas sempre estão trazendo novas informações sobre o assunto, estimulando o espírito empreendedor, prestando consultorias muitas vezes gratuitas aos candidatos a empreendedores, tem conhecimento de diversos mercados, o que auxilia na hora de uma tomada de decisão. Esses fatores teóricos, e o poder de agregar aos alunos o conhecimento na prática são interessantes para a formação profissional de quase todas as áreas de atuação dos administradores.

As faculdades ou universidades podem estimular o conhecimento do aluno sobre o assunto na prática, pois o contato com a simulação da realidade o aprendizado torna-se mais proveitoso. Os estímulos mais comuns são jogos virtuais que refletem a realidade e os problemas das empresas, a Empresa Jr. que com auxílio de professores os alunos controlam diversas ações da empresa e Incubadora um espaço para aqueles alunos que se interessam em desenvolver seus empreendimentos com o suporte oferecido pela incubadora, o que oferece menos investimento e custos consequentemente.

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4.1.3. Ações internas

Para que as instituições de ensino estimulem os seus alunos a práticas empreendedoras, e isto deve começar dentro da sala de aula e seguir com programas de que possibilite o aluno a colocar em prática os conceitos aprendidos na sala de aula. Para isso sugere-se colocar como prática pedagógica o aprender fazendo, explorar conceitos mais amplos, relacionando-os com problemas a partir de uma visão multidisciplinar; saber ler e interpretar o ambiente em sua volta, o que significará maior aprendizado com base na experiência real.

Desta forma, a pesquisa aborda as ferramentas que são utilizadas nas entidades para proporcionar a prática real do empreendedorismo. Abaixo citaremos e explicaremos as ferramentas que colaboram com a aprendizagem do empreendedorismo:

Abaixo segue uma definição extraída do site da Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (FEJESP), que é o conceito mais difundido e aceito pelas Empresas Juniores brasileiras:

Empresa Júnior é uma associação civil, sem fins lucrativos, constituída exclusivamente por alunos de graduação de estabelecimentos de ensino superior, e que presta serviços e desenvolve projetos para empresas, entidades e sociedade em geral, nas suas áreas de atuação, sob a supervisão de professores e profissionais especializados. (FEJESP, 2001 pg.1).

Ainda segundo a FEJESP:

A Empresa Júnior tem a natureza de uma empresa real, com Diretoria Executiva, Conselho de Administração, estatuto e regimentos próprios, com uma gestão autônoma em relação à Direção da Faculdade, Centro Acadêmico ou qualquer outra entidade acadêmica. . (FEJESP, 2001 pg.1)

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A Empresa Junior tem como objetivo real, desenvolver a visão dos estudantes para o mundo real dos negócios. É na Empresa Jr. que os alunos começam a ter contato com clientes, com projetos, prazos e responsabilidade. Todos estes aspectos são proporcionados para o aluno desenvolver suas habilidades tanto empreendedoras como empresariais.

A maioria das micro e pequenas empresas, do início de sua trajetória até a consolidação no mercado, enfrentam diversas dificuldades relacionadas à falta de capital, desconhecimento do mercado e inexperiência do empreendedor para administrar o negócio.

Muitas dessas empresas, antes mesmo de completar o primeiro ano de vida, transformam-se em sonhos fracassados.

A incubação de empresas existe exatamente para que idéias inovadoras e promissoras não sejam desperdiçadas. Ou seja, com a ajuda de uma incubadora de empresas o empresário e/ou empreendedor pode desenvolver suas potencialidades e fazer sua empresa crescer. Nesse ambiente, ele desfruta de instalações físicas, suporte técnico-gerencial, além de ter a oportunidade de partilhar experiências com os demais incubados e formar uma rede de relacionamentos.

A incubação de empresas pode ser física, em que os empreendimentos ficam instalados nos módulos dentro da incubadora, ou à distância, processo em que o negócio recebe todo o suporte da incubadora, mas não utiliza seu espaço físico. As empresas incubadas podem desfrutar de diversos benefícios entre eles (HISRICH, 2004):

1. Espaço físico individualizado para a instalação de escritórios e laboratórios de cada empresa selecionada;

2. Espaço físico para uso compartilhado, tais como sala de reunião, auditório, área para demonstração dos produtos, processos e serviços das empresas incubadas, secretaria;

Recursos humanos e serviços especializados para auxiliar as empresas residentes, tais

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como gestão empresarial, gestão da inovação tecnológica, comercialização de produtos e serviços no mercado nacional e internacional, assessoria contábil, jurídica e de marketing;

3. Capacitação por meio de cursos e treinamentos de empresários e empreendedores em aspectos como gestão empresarial, gestão da inovação tecnológica, engenharia de produção e propriedade intelectual.

As Feiras do Empreendedor são eventos que a faculdade ou universidade desenvolve juntamente com os alunos, onde são organizados stands de empresas que tem interesse de mostrar seus produtos ou serviços, buscar parcerias ou até atrair novos negócios.

Na Feira também é muito comum ter palestras, work shops, e debates sobre diversos temas do empreendedorismo, o que atrai um bom público, fazendo com que os expositores possam divulgar suas empresas.

O Desafio Sebrae é um jogo de empresas voltado para estudantes de todo Brasil que estejam cursando o ensino superior e oferecer prêmios como computadores e uma viagem para conhecer centros empreendedores na Itália. O jogo utiliza um software exclusivo e a competição tem como objetivo repassar os conhecimentos da área de negócios para todos participantes, independentemente do curso de graduação que estejam fazendo.

Para a pesquisa estas ferramentas foram escolhidas, pois elas fazem com que o aluno tenha que resolver problemas que futuramente terão que resolver, são formas de testar o conhecimento teórico, junto com sua capacidade de administrar e empreender. E é por isso que as faculdades têm que desenvolver estas ferramentas como mais uma opção do desenvolvimento do empreendedorismo e do desenvolvimento profissional do estudante.

De acordo com a pesquisa 40% das entidades de ensino do Recife não tem incubadoras na faculdade nem nenhuma parceria com empresas deste tipo. E 30% das

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faculdades e universidades têm projetos para ter sua própria incubadora. Apenas 30% das instituições possuem incubadoras, porém 33,33% estão desativadas por não ter nenhuma empresa incubada. A conclusão é que apenas 20% das faculdades do Recife possuem incubadoras, é relativamente baixo o empenho das entidades de ensino no incentivo a formação prática do desenvolvimento de abertura de negócios próprios, ou seja, existe uma preocupação de passar o conhecimento teórico, porém o prático é pouco explorado. As faculdades e universidades estão mais preocupadas em formar gerentes do que donos de empresas.

As incubadoras são um grande auxílio para os alunos que querem desenvolver seus próprios negócios e não tem capital para estruturar uma empresa, esta opção que algumas instituições de ensino oferecem é de grande valia para o desenvolvimento de empreendedores e empreendimentos.

Apesar das faculdades e universidades do Recife precisam melhorar no desenvolvimento das incubadoras, não podemos falar o mesmo da existência das Empresas Jr., pois 90% das entidades possuem Empresas Jr., e só 10% não possuem esta estrutura.

Porém, a quantidade de trabalhos prestados por essas empresas poderia ter números mais expressivos.

Em relação aos trabalhos prestados pelas Empresas Jr. a quantidade de trabalhos desenvolvidos pelas empresas é regular, é que 22% das empresas já realizam mais de 20 trabalhos por semestre, 22% realiza entre 10 a 20 trabalhos por semestre, porém mais da metade 66% realizam menos de 10 trabalhos (algumas, por exemplo, realizam um ou dois trabalhos por semestre) estes números podem ser maior, basta um pouco mais de esclarecimento da importância que a Empresa Jr. tem tanto para a instituição (como um diferencial) como para o aluno que aprende a lhe dar com situações reais.

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A quantidade de alunos que participam das Empresas Jr. está relacionada diretamente com a quantidade de projetos desenvolvidos, é que em sua maioria quanto maior a quantidade de projetos maior o nível de participação dos estudantes, porém em alguns casos existem divergências, exemplo: uma empresa que tem mais de 20 trabalhos tem de 10 a 15 alunos e outra que faz menos de 10 tem mais de 15 alunos, porém não foi analisado o tipo de trabalhos desenvolvido, o que pode ser que influencie. A pesquisa revela que 22% das empresas possuem mais de 15 alunos envolvidos em projetos, 11,11% trabalham com 10 a 15 alunos, a grande maioria, 44,44% trabalha com 5 a 10 alunos, e 22,22% trabalha com menos de 5 alunos.

Em relação à organização e participação a Feira do Empreendedor, apenas 30%

desenvolvem este tipo de ação dentro da instituição e 70% não aderem a esse tipo de ação. O Desafio Sebrae sé incentivado por 40% das instituições de ensino, e a maioria das instituições não valorizam este evento importante para o desenvolvimento empreendedor dos alunos, 60%

não incentivam o Desafio Sebrae, que é a maneira mais simples de se conviver com a prática empresarial e é a que gera menos custos para as entidades de ensino, basta ter um laboratório de informática e incentivar os alunos a participarem.

As faculdade e universidades devem se preocupar mais com essas ações internas, pois são elas que preparam os alunos para uma realidade muitas vezes diferentes dos conceitos aprendidos na sala de aula. É necessário envolver os alunos em atividades que eles trabalhem os aspectos da emoção, crenças, valores, tomada de decisão, gerenciamento, pois esses fatores influenciam o processo de aprendizado.

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Prioridades para as Entidades de Ensino Superior

Esta parte da pesquisa mostra como o Coordenador do Curso de Administração, tem o empreendedorismo em que grau de prioridade de ensino. As questões da pesquisa exploram a qualidade do ensino do empreendedorismo, se existe algum envolvimento dos professores com o tema e quais ações que o coordenador e a instituição tem para o ano de 2005 em relação ao ensino do empreendedorismo.

Na avaliação geral do curso de administração, os coordenadores classificaram a prioridade do ensino do empreendedorismo de suas faculdades e universidades em RUIM, MÉDIA, BOA E ÓTIMA. Com 60%, a maioria dos coordenadores dos cursos de administração do Recife classificaram com média a prioridade dada ao ensino do empreendedorismo na sua entidade de ensino. E apenas 10% acham que sua entidade tem um nível de prioridade ótima. E os que acham que seu nível de prioridade é bom, teve 30% no total, nenhum coordenador classificou sua faculdade ou universidade como ruim.

Em questão ao envolvimento do corpo docente do curso de administração, perguntamos se já houve algum tipo de abordagem do tema empreendedorismo para os professores, e 90% dos entrevistados responderam que sim, somente 10% não abordaram o tema com o corpo decente.

Perguntamos também as como foram feitas as abordagens do tema para os professores, e 44,44% dos coordenadores responderam que treinamentos externos oferecidos pela faculdade foram às maneiras de capacitar os professores sobre o assunto, e 44,44 responderam que os professores tiveram a oportunidade de assistirem palestras de profissionais terceirizados, e apenas 10,10% tiveram palestras e debateram o assunto com um mestre da própria escola.

Referências

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