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Esquizofrenia e o uso de álcool e outras drogas: perfil epidemiológico

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Academic year: 2018

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Esquizofrenia e o uso de álcool e outras drogas: perfil

epidemiológico*

Schizophrenia and the use of alcohol and other drugs: epidemiological profile

Esquizofrenia y el uso de alcohol y otras drogas: perfil epidemiológico

Jássia Lopes Freitas da Silveira1, Roberto Lazzarini de Oliveira1, Bárbara Magalhães Viola1, Thaís Marques da

Silva1, Richardson Miranda Machado1

Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes esquizofrênicos e dependentes

de álcool e outras drogas usuários de um Centro de Atenção Psicossocial III do Centro-Oeste de Minas Gerais, Brasil, no

período julho de 1997 a julho de 2013. Configura-se como estudo epidemiológico descritivo, observacional e retrospectivo. A amostra foi composta por 1.618 pacientes e os principais resultados encontrados foram: prevalência do sexo masculino (60,4%) e da faixa etária de 21 a 30 anos (48,2%), abuso mais expressivo de álcool (35,6%) e de canabinóides (29,5%) e diagnóstico mais frequente de esquizofrenia paranoide (41,7%). Compreender os fatores associados a coexistência dessas duas patologias pode fornecer subsídios para a criação de estratégias intervencionistas que visem melhorar o prognóstico

desses pacientes.

Descritores: Esquizofrenia; Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Transtornos Relacionados ao Uso de Álcool; Abuso de Maconha; Transtornos Relacionados ao Uso de Cocaína.

This study aimed at characterizing the social demographic and clinical profile of patients with schizophrenia and alcohol

and other drugs addiction of a Center of Psychosocial Attention III of the Central-Western region of the State of Minas Gerais, Brazil, from July 1st, 1997 to July 1st, 2013. It is a descriptive, observational and retrospective epidemiological study. The

sample consisted of 1618 patients and the main results were: prevalence of male patients (60.4%) and the age range was 21 - 30 years old (48.2%), presented more expressive abuse of alcohol (35.6%) and cannabinoids (29.5%) and the most frequent diagnosis of paranoid schizophrenia (41.7%). Understanding the factors associated to the coexistence of both conditions can

provide a basis for the creation of interventional strategies to improve the prognosis of these patients.

Descriptors:Schizophrenia; Substance-Related Disorders; Alcohol-Related Disorders; Marijuana Abuse; Cocaine-Related Disorders.

El objetivo del estudio fue caracterizar el perfil sociodemográfico y clínico de los pacientes con esquizofrenia y dependientes de alcohol y otras drogas, usuarios de un Centro de Atención Psicosocial III, del Centro Oeste de Minas Gerais, Brasil, de julio de 1997 a julio de 2013. Estudio epidemiológico descriptivo, observacional y retrospectivo. La muestra fue de 1.618 pacientes y los principales resultados fueron: prevalencia del sexo masculino (60,4%) y de la faja de edad de 21 a 30 años (48,2%), abuso más expresivo de alcohol (35,6%) y de canabinoides (29,5%) y diagnóstico más frecuente de esquizofrenia paranoide (41,7%). Comprender los factores asociados a la coexistencia de estas dos patologías pude fornecer soportes para creación de estrategias de intervenciones con el fin de mejorar el pronóstico de estos pacientes.

Descriptores: Esquizofrenia; Trastornos Relacionados con Sustancias; Trastornos Relacionados con Alcohol; Abuso de Marihuana; Trastornos Relacionados con Cocaína.

*Artigo produzido a partir da disciplina optativa “Pesquisa em Saúde” do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de São João Del-Rei, Campus Centro-Oeste Dona Lindu.

1Universidade Federal de São João Del Rei. Divinópolis, MG, Brasil.

Autor correspondente: Richardson Miranda Machado

(2)

Introdução

A Esquizofrenia é um transtorno mental grave, estigmatizante e crônico, de origem multifatorial.

De acordo com a Classificação Internacional de

Doenças, 10ª edição(1), ela pode ser classificada

em nove diferentes tipos, sendo que todos eles apresentam como processo comum a desagregação da personalidade do indivíduo. Suas principais manifestações podem ocorrer através de vários sintomas, como delírios e alucinações, apatia, isolamento, perturbação da atenção, concentração e

memória, ansiedade e depressão(2).

A esquizofrenia se enquadra como uma das principais causas de incapacitação entre jovens e

adultos, afetando aproximadamente 1% da população

mundial(3). No Brasil, entre agosto de 2012 e agosto de

2013, o número de internações devido à esquizofrenia

chegou a 93.364, com 364 óbitos(4).

Dentre os fatores causais envolvidos sabe-se

que a genética e as influências ambientais têm papel

importante, sendo que o abuso de drogas é considerado um dos possíveis fatores precipitantes do distúrbio(5).

Também é válido ressaltar que inúmeros estudos demonstraram a importância desse transtorno como

uma causa para a procura pelas drogas(6).Portanto, o

uso crônico de álcool, maconha, dentre outros tóxicos,

pode ser tanto um fator desencadeante, como uma

consequência de quadros psíquicos(7).

Estima-se que aproximadamente 3,5% dos

dependentes de álcool e outras drogas possuem esse

transtorno como diagnóstico psiquiátrico adicional(7).

Pesquisas apontam que as chances de um indivíduo ser portador de esquizofrenia e usar substâncias de abuso são 4,6 vezes maiores que no restante da população(8).

O uso abusivo dessas drogas pode antecipar

o início da esquizofrenia, exacerbar os sintomas psicóticos, reduzir a adesão ao tratamento e aumentar os déficits cognitivos, a frequência de recaídas, o

risco de suicídio e o de contrair doenças

infecto-contagiosas, além de intensificar o comportamento

violento(9). Sendo assim, pode-se concluir que o abuso

dessas substâncias é um fator agravante no que se

refere ao prognóstico dos pacientes esquizofrênicos, configurando um desafio no tratamento desta

doença(8).

Dentre as substâncias mais utilizadas por

esses indivíduos, o álcool merece destaque(10). A

ocorrência concomitante de transtornos por uso de

álcool e esquizofrenia é um indicador de pior evolução

da doença. São desencadeadas consequências

importantes e adversas no seu curso, como maior risco de desemprego, diminuição da escolaridade,

exacerbação de sintomas psiquiátricos(11), além da

diminuição da capacidade de julgamento, negligência

com relação ao uso dos medicamentos e reinternações frequentes(12).

Vale ressaltar que pacientes esquizofrênicos e

dependentes de álcool são frequentemente tabagistas,

sendo maior a prevalência nessas pessoas quando

comparada com a da população geral(13). Além

disso, eles são menos propensos a parar de fumar e possuem um maior risco de morbidade e mortalidade relacionadas ao tabaco. Um estudo observou que 88% deles eram fumantes diários e fumavam em média

15 cigarros por dia e 69% utilizavam outras drogas,

incluindo cocaína (32%) e maconha ocasionalmente (47%)(14).

A partir da década de 1990 surgiram pesquisas mostrando que portadores de esquizofrenia, também,

são mais propensos a usarem maconha do que a

população em geral(15). Tais estudos apontaram que

essa é a droga que, na maioria das vezes, está associada

a exacerbações da doença e dos episódios psicóticos

agudos(10), antecipação do início dos sintomas em 2 a

4 anos nos indivíduos predispostos, além de provocar efeitos nocivos nos resultados e no curso clínico da doença(16).

Embora, em longo prazo, a maconha possa ter efeitos graves em alguns usuários, foi evidenciado que apenas uma minoria desses indivíduos desenvolvia

(3)

à droga, predisposição genética, fatores de risco ambientais e a idade de primeiro uso da erva(15).

O consumo de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, é frequente entre os portadores de esquizofrenia. Entretanto, a associação dessas duas comorbidades e os efeitos negativos que uma apresenta sobre a outra, comumente são negligenciados pela

equipe que oferece assistência para esse indivíduo. O

paciente, muitas vezes, recebe tratamento para aquela patologia mais evidente, o que o priva de ser tratado de maneira integral e efetiva.

Essa combinação também pode levar o doente à autodestruição, além de causar alterações comportamentais e aumentar a morbimortalidade. Tal situação representa um grave problema de saúde

pública, principalmente devido à dificuldade de

acesso aos serviços de saúde e de muitas vezes não haver tratamento adequado ou por esses indivíduos

apresentarem resistência ao tratamento, o que pode

aumentar os riscos para o paciente(7).

Ofertar um tratamento de caráter

multidisciplinar, incluindo a assistência médica

propriamente dita, psicoterapia e cuidados de enfermagem, pode ser uma forma de minimizar as

possíveis consequências negativas provenientes

da presença concomitante desses dois transtornos e promover um tratamento centrado no paciente. Nesse sentido, a enfermagem possibilita um elo entre

o paciente, outros profissionais e as instituições de

saúde. Além disso, são esses cuidadores quem estão mais presentes no contato diário com esses indivíduos,

compartilhando as dificuldades, sintomas, queixas, comportamentos com os demais profissionais da

equipe de saúde.

Sabe-se que o número de estudos são

insuficientes para concluir o funcionamento da

dinâmica doença-abuso de drogas(11). Dessa forma,

estudos epidemiológicos são necessários para ampliar conhecimento acerca das consequências negativas e das causas da alta prevalência do uso de álcool entre

portadores de esquizofrenia, bem como de outras drogas.

Entender os fatores que influenciam a coexistência dessas condições pode melhorar o prognóstico dos doentes ao subsidiar a criação de

estratégias intervencionistas para o tratamento dos mesmos. Para isso, o presente estudo tem como

objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes esquizofrênicos e dependentes

de álcool e outras drogas de um centro de atenção psicossocial.

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico

descritivo, transversal, observacional e retrospectivo. Objetiva, assim, descrever as características de um determinado evento e estabelecer relações entre variáveis que caracterizam o grupo estudado em um período de tempo pré-estabelecido, sem que haja

interferência no evento analisado. Os dados utilizados

se referem a períodos passados(17)

.

A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção

Psicossocial III do município de Divinópolis-MG. Esse

serviço funciona diariamente, durante 24 horas, e é

referência para portadores de transtornos mentais

severos e/ou persistentes e usuários de drogas,

oferecendo assistência para toda a população do

município e para outras cinco cidades circunvizinhas,

abrangendo uma população de aproximadamente 300 mil habitantes. Atualmente, ele oferece três modalidades de assistência: (1) atendimento de

reabilitação, no qual presta atendimento de regime intensivo e atividades variadas por uma equipe

multiprofissional; (2) atendimento de urgência e emergência para pacientes psiquiátricos em crise

encaminhados pela rede de saúde ou que comparecem ao serviço por demanda espontânea; (3) atendimento ambulatorial.

A coleta de dados foi realizada através da con-sulta aos prontuários do Serviço de Arquivo Médico e Estatístico do Centro de Atenção Psicossocial. Com base nas informações foi construído um banco de

(4)

paciente para o tratamento no Centro de Atenção

Psi-cossocial, diagnóstico do uso de substância psicoativa e do tipo de esquizofrenia (segundo a Classificação In

-ternacional de Doenças(1)), tipo de tratamento, tempo

de tratamento e tipo de alta.

A população deste estudo foi composta por todos os pacientes portadores de esquizofrenia de-pendentes químicos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial no período de 1 de julho de 1997 (data de inauguração do serviço) a 1 de julho de 2013 (data da coleta dos dados), perfazendo 16 anos e totalizan-do 1.618 pacientes. Foram critérios de inclusão atotalizan-do-

ado-tados: 1) diagnóstico de esquizofrenia e dependên -cia química; 2) prontuário com dados completos; 3)

permanência no Centro de Atenção Psicossocial III

superior a 24 horas; 4) acompanhamento desde a

ad-missão até a alta, transferência ou óbito. Para análise

dos resultados utilizou-se de estatísticas descritivas, sendo utilizado o Statistical Package for Social Scien-ces versão 11.5.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal de São João del Rei (Parecer nº. 339.939/13).

Resultados

As tabelas 1 e 2 apresentam os resultados obti-dos na pesquisa.

Um total de 14.161 pacientes foi atendido no Centro de Atenção Psicossocial III entre 01 de julho de 1997 e 01 de julho de 2013. Desses, 1.618 (11,4%)

receberam diagnóstico de esquizofrenia e uso de

álcool e outras drogas, sendo 978 (60,4%) homens e a minoria, mulheres (39,6%).

Foram encontrados 780 indivíduos, 48,2% da amostra total, que possuíam entre 21 e 30 anos, sendo

esta faixa etária a que apresentou maior ocorrência

de esquizofrenia e uso de álcool e drogas. Desses, a maior parte são homens (71,0%), enquanto as

mulheres tiveram frequência de 29%. Em ambos os sexos foi menos comum a idade de 41 anos ou mais. Porém, nas pacientes do sexo feminino a ocorrência

predominante aconteceu entre 31 e 40 anos e, nos homens, foi de 21 a 30 anos.

Quanto à procedência dos pacientes, 665 (41,1%) foram encaminhados ao serviço pela própria família, 456 (28,2%) provenientes de ordem judicial

por recusarem tratamento e 364 (22,4%) referencia-dos através do Pronto Socorro Municipal. A minoria foi referenciada via Equipes de Saúde da Família (8,2%). Dos pacientes procedentes do encaminhamento pela

própria família, merecem destaque as mulheres, re -presentando 64,4% desses doentes. Entre os homens foi mais comum o encaminhamento feito através do

fórum, via ordem judicial, e mais raro via equipe de

saúde. Entre as mulheres, o encaminhamento através da equipe de saúde da família foi o menos comum.

Dentre as drogas mais consumidas, o álcool foi

a mais prevalente, sendo utilizada por 576 (35,6%) pacientes, seguida dos canabinóides e dos derivados do tabaco, representando 29,5% (478) e 13,5% (219), respectivamente. Dos usuários de álcool, 50,3% são

mulheres e, a menor parte é composta por homens (49,7%). Achados importantes foram referentes ao

maior consumo de canabinóides pelos pacientes do sexo masculino e ao fato de que o uso de solventes

voláteis foi raro, o mesmo ocorrendo entre as mulheres.

Dos 1.618 pacientes, 675 (41,7%) são

portadores de esquizofrenia paranoide, seguidos dos

portadores do subtipo simples (345; 21,3%). Depressão pós-esquizofrênica, esquizofrenia indiferenciada, catatônica e hebefrênica representaram a menor parcela da amostra com 58 pacientes (3,5%). Em ambos os sexos a esquizofrenia paranoide foi a mais frequente, e a depressão pós-esquizofrênica foi a menos comum, também em ambos os sexos.

Em relação ao tipo de tratamento, no primei-ro atendimento no serviço de saúde mental, 1128

(69,7%) foram encaminhados para receber assistên

-cia em regime intensivo (permanên-cia dia) e, dentre esses, os indivíduos do sexo masculino prevaleceram.

(5)

Um total de 877 (54,2%) pacientes foram

assistidos por um período de 31 a 60 dias, sendo 58,5%

homens. Entre as mulheres o tempo de tratamento de 31 a 60 dias também foi o mais comum.

Os tipos de alta foram obtidos através do último registro de atendimento de cada paciente.

Foram encontradas com maior frequência as altas

médicas (46,6%), e a minoria dos indivíduos recebeu

alta devido à transferência para outra clínica (1,0%). Os resultados por sexo foram bem divergentes, já que a maior parte dos homens finalizou seu tratamento

devido ao abandono ou evasão, enquanto nas

mulheres a maior ocorrência foi observada nas altas

fornecidas pelos médicos assistentes.

Tabela 1 -Caracterização sociodemográfica, da procedência e do uso de álcool e outras drogas pelos pacientes

esquizofrênicos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial entre os anos de 1997-2013

Variáveis Homens Mulheres Total

n (%) n (%) n (%)

Sexo 978 (60,4) 640 (39,6) 1.618 (100,0)

Idade (anos)

10 – 20 112 (53,8) 96 (46,2) 208 (12,9)

21 – 30 554 (71,0) 226 (29,0) 780 (48,2)

31 – 40 219 (47,9) 238 (52,1) 457 (28,2)

≥ 41 93 (53,8) 80 (46,2) 173 (10,7)

Procedência

Família 237 (35,6) 428 (64,4) 665 (41,1)

Equipes de Saúde da Família 70 (52,6) 63 (47,4) 133 (8,2)

Pronto Socorro Municipal 293 (80,5) 71 (19,5) 364 (22,5)

Fórum (Ordem Judicial) 378 (82,9) 78 (17,1) 456 (28,2) Diagnóstico de uso de drogas

F10 - Uso de álcool 286 (49,7) 290 (50,3) 576 (35,6)

F11 - Uso de opiáceos 6 (54,5) 5 (45,5) 11 (0,7)

F12 - Uso de canabinóides 361 (75,5) 117 (24,5) 478 (29,5) F13 - Uso de sedativos e hipnóticos 3(12,0) 22 (88,0) 25 (1,5)

F14 - Uso da cocaína/crack 93 (60,8) 60 (39,2) 153 (9,5)

F15 - Uso de outros estimulantes 4 (30,8) 9 (69,2) 13 (0,8)

F16 - Uso de alucinógenos 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (0,4)

F17 - Uso de fumo 121 (55,3) 98 (44,7) 219 (13,5)

F18 - Uso de solventes voláteis 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (0,2)

(6)

Discussão

Sabe-se que a esquizofrenia acomete

principalmente os homens, o que pode ser explicado,

em parte, pela precocidade do surgimento dos sintomas: o pico de início dos sintomas ocorre entre

15 e 25 anos de idade nos homens e entre 25 e 35 anos

nas mulheres(18). Os resultados obtidos neste estudo

encontram-se concordantes com a literatura, tanto no que diz respeito ao maior uso e abuso do álcool e

outras drogas pelo sexo masculino(8), quanto no que se

refere à epidemiologia da esquizofrenia.

Na população geral, estudos apontam que os principais iniciadores e os usuários que consomem mais álcool e outras drogas são os adolescentes mais

velhos e os jovens adultos. O uso de drogas geralmente se inicia antes dos 18 anos, se torna abusivo, na maioria das vezes, entre os 19 e 23 anos e tende a

diminuir próximo aos 30 anos de idade. Segundo o Relatório Brasileiro sobre Drogas, publicado em 2009, a faixa etária de 18 a 24 anos foi a que apresentou as maiores taxas de dependência química, seguida da de 25 a 34 anos, sendo esses dados válidos para ambos os sexos(19).

Os portadores de esquizofrenia também estão

expostos a todas as alterações biológicas, sociais e psicológicas características da fase de transição da adolescência para a vida adulta. Dessa forma, muitas

vezes eles recorrem às drogas como uma forma de fuga das condições sociais as quais estão submetidos nessa

Tabela 2 - Caracterização do tratamento clínico e diagnóstico do tipo de esquizofrenia dos pacientes usuários de ál

-cool e outras drogas atendidos no Centro de Atenção Psicossocial do município em estudo entre os anos de 1997-2013

Variáveis Homens Mulheres Total

n (%) n (%) n (%)

Diagnóstico de Esquizofrenia

F20.0 - Esquizofrenia paranoide 468 (69,3) 207 (30,7) 675 (41,7)

F20.1 - Esquizofrenia hebefrênica 11 (61,1) 7 (38,9) 18 (1,1)

F20.2 - Esquizofrenia catatônica 8 (53,3) 7 (46,7) 15 (0,9)

F20.3 - Esquizofrenia indiferenciada 11 (50,0) 11 (50,0) 22 (1,4)

F20.4 - Depressão pós-esquizofrênica 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (0,2)

F20.5 - Esquizofrenia residual 102 (47,9) 111 (52,1) 213 (13,2)

F20.6 - Esquizofrenia simples 170 (49,3) 175 (50,7) 345 (21,3)

F20.8 - Outras esquizofrenias 145 (71,4) 58 (28,6) 203 (12,5)

F20.9 - Esquizofrenia não especificada 62 (50,0) 62 (50,0) 124 (7,7) Tipo de tratamento

Ambulatorial 192 (39,2) 298 (60,8) 490 (30,3)

Permanência dia 786 (69,7) 342 (30,3) 1128 (69,7) Tempo de tratamento (dias)

1 a 30 261 (58,4) 186 (41,6) 447 (27,6)

31 a 60 513 (58,5) 364 (41,5) 877 (54,2)

> 60 204 (69,4) 90 (30,6) 294 (18,2)

Tipo de alta do Centro de Atenção Psicossocial

Alta médica 307 (40,7) 447 (59,3) 754 (46,6)

Alta a pedido 270 (98,9) 3 (1,1) 273 (16,9)

Alta por abandono/evasão 395 (68,7) 180 (31,3) 575 (35,5)

(7)

fase e visando minimizar os sintomas característicos da doença e os efeitos adversos provenientes das medicações(11). Tal fato pode justificar o motivo desse

pacientes estarem 4,6 vezes mais propensos a utilizar substâncias de abuso do que a população em geral(8).

Quanto à procedência dos pacientes,

verificou-se que grande parte da amostra foi encaminhada ao

serviço pelas próprias famílias, enquanto a minoria

foi referenciada via Equipes de Saúde da Família.

Tais achados refletem o quanto a atenção primária deixa a desejar no que diz respeito ao cuidado desses pacientes em específico.

Vários fatores podem justificar o fato dos

portadores de esquizofrenia e que fazem uso de

drogas enfrentarem dificuldades para receber um cuidado eficaz através das Equipes de Saúde da Família, dentre eles: dificuldades de comunicação,

comprometimento cognitivo resultante do transtorno, despreparo da equipe para o manejo desses pacientes,

falta de recursos e profissionais, ausência de medidas

preventivas para evitar o uso abusivo de álcool e

outras drogas, a pequena área do território nacional

que é assistida por essas equipes, a grande demanda da clientela pela qual cada uma se responsabiliza e a falta de integração entre os vários serviços e entre os

níveis de atenção à saúde. Como consequência, esse

grupo está sujeito a ser encaminhado a serviços mais

especializados pela própria família que também se vê desamparada nesse processo(20-21). Nesse sentido,

analisando a distribuição por sexos, encontrou-se que

a maioria dos homens foi encaminhada ao serviço via

fórum, reforçando a ideia de que os homens são mais

resistentes ao tratamento.

Em relação ao diagnóstico do tipo de esquizofrenia, verificou-se que a paranoide foi a mais prevalente em ambos os sexos. Tal achado já era

esperado pelo fato de esse subtipo ser o mais comum em muitas partes do mundo. Os principais sintomas são delírios relativamente estáveis geralmente associados a alucinações e perturbações da percepção. Alterações do afeto, volição e discurso e sintomas catatônicos

podem estar presentes, mas não dominam o quadro (1).

Aqui, cabe levantar a hipótese de que o quadro clínico típico, juntamente com a sua prevalência, podem explicar o fato de quase metade da amostra ter sido diagnosticada como portadora do subtipo

paranoide, existindo uma possível relação entre os

sintomas e a busca pelas drogas. Entretanto, faltam

na literatura estudos que tratem da prevalência dos

subtipos de esquizofrenia para permitir realizar tal associação.

Ainda sobre o diagnóstico do tipo de

esquizofrenia, outro resultado obtido merece atenção. O subtipo simples é um transtorno incomum e de

difícil diagnóstico, porém aparece como a segunda mais prevalente neste estudo. É caracterizado por um

desenvolvimento insidioso e progressivo de conduta

estranha, dificuldade para seguir as exigências da

sociedade e um comprometimento do desempenho total. Os delírios e as alucinações não são frequentes,

sendo este um subtipo menos psicótico(1). Diante desse

achado, cabe refletir se são os sintomas psicóticos

característicos desse transtorno o principal motivo para o abuso de drogas ou se é o comprometimento

social que aparece como consequência desse distúrbio.

Nesta pesquisa, constatou-se que o álcool, dentre várias substâncias, foi a mais consumida. Em segundo lugar estão os canabinoides, seguidos do tabaco. Esses resultados estão em concordância parcial com outras pesquisas, pois nessas, as drogas mais

utilizadas por pacientes esquizofrênicos são também

o álcool e a maconha, mas em terceiro lugar aparece

a cocaína(10). Contudo, outros estudos revelaram que

pacientes esquizofrênicos e dependentes de álcool são frequentemente tabagistas e, inclusive, parece existir

certa associação genética entre esses fatores(13).

Considerando a análise por sexo, o uso de canabinóides prevaleceu entre os homens e o

consumo de álcool foi ligeiramente maior entre as mulheres. Tais resultados aparecem como surpresa, visto que a literatura aponta que o álcool é a principal droga consumida pelos homens e eles a utilizam,

independente da faixa etária, mais do que as

(8)

Existem várias possíveis causas que justifi

-quem o abuso de bebidas alcoólicas por pacientes es

-quizofrênicos, sendo que, dentre os principais deter -minantes, pode-se citar a busca por integração social, prazer e lazer, além do auto-tratamento dos sintomas

depressivos e psicóticos positivos. Apesar disso, uso

de álcool por esses pacientes pode ser impactante, causando sintomas de ansiedade e distúrbios do sono, o que resulta em aumento das prescrições de benzo-diazepínicos, ampliando o risco do desenvolvimento

de abuso e dependência desses fármacos(11).

Alguns estudos apontam que pacientes portadores de esquizofrenia são mais propensos a usar maconha do que a população em geral. A

utilização continuada de cannabis está associada

com prognóstico ruim em pacientes com doença psicótica existente(15). Já foi descrito que seu uso por

indivíduos saudáveis que iniciaram o uso de maconha

aproximadamente aos 18 anos apresentavam o dobro

do risco potencial de desenvolver esse transtorno

psicótico nos 15 anos subsequentes. Além disso, foi

observada uma relação dose-resposta em que usuários pesados dessa substância estavam seis vezes mais predispostos do que os não-usuários de receberem

um diagnóstico de esquizofrenia posteriormente(15).

Em relação ao tabagismo, pesquisas mostram

que a prevalência entre as pessoas com esquizofrenia é de 58-90%. Apesar de desconhecidas as causas exa

-tas, uma variedade de fatores, como a gratificação por

bom comportamento nas instituições fechadas de tra-tamento, o tédio, a diminuição dos efeitos secundários

dos sintomas psicóticos negativos e a automedicação

parecem estar envolvidos. Outro aspecto interessan-te é que esses pacieninteressan-tes interessan-tendem a ser fumaninteressan-tes mais pesados do que os fumantes na população em geral, o

que reflete em maior morbidade e mortalidade. Ape

-sar destes riscos aumentados, as taxas de abandono do tabagismo entre esses doentes continuam baixas,

especialmente entre os pacientes tratados com

antip-sicóticos de primeira geração(8).

Considerando o tipo de tratamento, em ambos

os sexos, o presente estudo mostrou uma maior

ocorrência de tratamento em serviços de

permanência-dia, quando comparados aos pacientes atendidos em regime de atenção ambulatorial. Porém, observou-se

frequência relativa maior entre os homens. Tal achado reforça, mais uma vez, a resistência e recusa desses

ao tratamento, visto que esse tipo de tratamento é melhor supervisionado e aumenta as chances de uma melhor adesão.

Os serviços de permanência-dia oferecem

cuidados em saúde mental que são menos restritivos que uma internação, entretanto, mais intensos do que o atendimento ambulatorial, funcionando como

uma transição entre os dois(22). Essa modalidade

de tratamento tem como um de seus principais

objetivos, a reabilitação psicossocial através de

Oficinas Terapêuticas, sendo que cada uma possui

um terapeuta responsável pelas atividades e técnicas

que conduzem a um processo de convivência entre

os pacientes, mediando o processo de reinserção

social(23). Através dessa metodologia, as chances de

internação permanente são menores e há menor

taxa de desemprego, além de constituir opção de extrema importância para os pacientes resistentes ao

tratamento e os que necessitam de cuidados de longa duração(22).

Apesar das vantagens do tratamento no modo

de permanência-dia, alguns estudos não identifica

-ram diferença significativa no acompanhamento de

indivíduos tratados ambulatorialmente e em regime

de permanência-dia, sendo, portanto, a assistência

ambulatorial mais vantajosa por apresentar menores

custos(22). Entretanto, é comum entre esses

pacien-tes, o não comparecimento às consultas durante o tratamento ambulatorial, sendo isso, provavelmente,

associado a variáveis demográficas, quadro clínico e

outros fatores(24).

(9)

re-lacionados ao abuso de álcool foi de 27,11 dias. O

pe-ríodo de tratamento dos pacientes esquizofrênicos em abuso de álcool ou outras drogas é influenciado por

diversos fatores, dentre eles a cronicidade do quadro,

exigindo assim um período maior de tratamento(25).

Pesquisas apontam que aproximadamente

60% dos portadores de esquizofrenia não aderem completamente ao tratamento. Tal fato pode estar

re-lacionado tanto ao próprio processo da doença que, por apresentar um caráter crônico, exige tratamento prolongado e profilático (não curativo) e que muitas vezes não garante uma resposta satisfatória, quanto a

fatores ligados diretamente ao paciente, como os

efei-tos adversos da medicação, dificuldade para lembrar --se de tomar o medicamento e desconhecimento em

relação à própria doença. A não adesão ainda está as -sociada ao aumento das chances de recaídas e de

re--hospitalização, pior prognóstico e maiores gastos(3).

Analisando os dados encontrados nessa pes-quisa em relação ao tipo de alta do Centro de Atenção Psicossocial, observa-se que, apesar de um número

expressivo de indivíduos terem abandonado o serviço,

a grande maioria recebeu alta médica. Esses resulta-dos podem, contrário ao que foi dito anteriormente,

refletir melhor adesão ao tratamento, contestando

também os achados da literatura.

Entretanto, analisando os sexos separadamen

-te, verificou-se que as altas por abandono/evasão

predominaram entre os homens, o que contribui, no-vamente, com a ideia de oposição ao tratamento por

parte desse sexo, mesmo apesar do cuidado, instituído pelo serviço de referência durante o período de per

-manência, visando melhorar os sintomas provocados

pela doença, embora não, necessariamente, garanta uma melhora da qualidade de vida. Deve-se destacar que as variáveis aqui analisadas não permitem avaliar se uma adesão em longo prazo se faz presente nos pa-cientes assistidos pelo Centro de Atenção Psicossocial.

Conclusão

O presente trabalho evidencia, em consonân-cia com a literatura, a grande relevânconsonân-cia do estudo da associação entre o uso de álcool e outras drogas e a esquizofrenia. Assim como na grande maioria dos es-tudos, evidenciou-se que a população mais acometida é a de homens jovens, sendo mais comum a esquizo-frenia do tipo paranoide e que as drogas mais ampla-mente usadas por esta população é o álcool e os

cana-binóides. Vale ressaltar, que na análise entre os sexos ficou evidente a grande resistência dos homens em

buscar e aderir ao tratamento.

A importância de tais evidências se dá não ape

-nas no âmbito epidemiológico, mas principalmente,

no que se refere à atuação dos serviços de saúde na prevenção e tratamento dos distúrbios citados. Como já ressaltado, a concomitância da esquizofrenia com o

abuso de substâncias psicoativas é extremamente pre -judicial para o paciente, sua família e a comunidade,

uma vez que reduz a adesão ao tratamento, influencia negativamente na atuação dos fármacos antipsicóti

-cos e piora os sintomas, o que agrava o prognóstico e

eleva a morbimortalidade. Sendo assim, é primordial que os serviços de atenção à saúde mental tenham uma postura vigilante em relação aos pacientes

esqui-zofrênicos, no sentido de evitar seu acesso às drogas e

de tratar aqueles que já possuem transtornos, como o alcoolismo e a drogadição.

(10)

vez que, quando adequadamente estruturados, esses serviços tendem a manter o paciente sob tratamento voluntariamente. Isso faz com que, naturalmente, o vínculo com a equipe seja mais estreito do que quando comparado a outro serviço ambulatorial ou hospitalar. Além disso, ações de educação em saúde visando à prevenção e cessação do tabagismo, podem ser efetivas.

Como o abuso de drogas ilícitas pode ser um fator predisponente para o surgimento dos sintomas

psicóticos, seria de grande valia a sua prevenção na

população geral como forma prevenir ou amenizar o quadro de esquizofrenia. Nessa perspectiva, tem-se que as unidades de atenção primária à saúde seriam importantes nas ações de prevenção ao uso e abuso de drogas, além do encaminhamento dos pacientes sob maior risco. Entretanto, sabe-se que essa esfera da atenção é responsável pela minoria dos referenciamentos.

Colaborações

Silveira JLF, Oliveira RL, Silva TM e Viola BM contribuíram para a concepção e elaboração do projeto, coleta e análise de dados, redação do artigo

e aprovação final da versão a ser publicada. Machado

RM participou da concepção e elaboração do projeto,

análise de dados, redação do artigo e aprovação final

da versão a ser publicada.

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Tabela 1 -  Caracterização sociodemográfica, da procedência e do uso de álcool e outras drogas pelos pacientes  esquizofrênicos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial entre os anos de 1997- 2013

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