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Aspetos contabilísticos e fiscais das entidades do setor não lucrativo

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Aspetos contabilísticos e fiscais das entidades do setor não lucrativo

Tipologia do trabalho: Comunicação

Área Temática: I) Setor Público e Setor Não Lucrativo Resumo:

As Entidades do Setor Não Lucrativo (ESNL) são compostas por grupos de pessoas que se reúnem com o objetivo de tornarem uma sociedade mais humanitária e igual para todos, com melhor educação e cultura, com o intuito de melhorarem o meio em que vivem. Devido à disseminação e peso que estas entidades representam na economia, foram reforçadas as obrigações de prestação de informação fidedigna sobre a gestão dos recursos que são confiados pelos stakeholders. O SNC-ESNL, aplica-se às entidades privadas sem fins lucrativos, que prosseguem atividades de caráter social e que não podem distribuir pelos seus membros qualquer ganho económico ou financeiro. A nível fiscal, as ESNL estão sujeitas a variados impostos, beneficiando também de algumas isenções. As entidades da economia social têm obrigações e deveres contabilísticos e fiscais para cumprir, mas ao mesmo tempo também são detentoras de incentivos fiscais.

Palavras Chave: Entidades do setor não lucrativo; Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor não Lucrativo; Contabilidade; Fiscalidade

Liliana Ivone da Silva Pereira Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

lsilva@ipca.pt

Maria de Lurdes Ribeiro da Silva (autor de contacto) Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

lsilva@ipca.pt

Cristiana Vendeiro Lopes

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

cristianalopes@live.com.pt

Nota: Não se pretende a sua apresentação com discussant.

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Aspetos contabilísticos e fiscais das entidades do setor não lucrativo

Tipologia do trabalho: Comunicação

Resumo:

As Entidades do Setor Não Lucrativo (ESNL) são compostas por grupos de pessoas que se

reúnem com o objetivo de tornarem uma sociedade mais humanitária e igual para todos, com

melhor educação e cultura, com o intuito de melhorarem o meio em que vivem. Devido à

disseminação e peso que estas entidades representam na economia, foram reforçadas as

obrigações de prestação de informação fidedigna sobre a gestão dos recursos que são confiados

pelos stakeholders. O SNC-ESNL, aplica-se às entidades privadas sem fins lucrativos, que

prosseguem atividades de caráter social e que não podem distribuir pelos seus membros

qualquer ganho económico ou financeiro. A nível fiscal, as ESNL estão sujeitas a variados

impostos, beneficiando também de algumas isenções. As entidades da economia social têm

obrigações e deveres contabilísticos e fiscais para cumprir, mas ao mesmo tempo também são

detentoras de incentivos fiscais.

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Aspetos contabilísticos e fiscais das entidades do setor não lucrativo

Introdução:

As entidades do terceiro setor existem em todo o mundo, sendo o seu crescimento notório. No atual contexto socioeconómico, verifica-se uma crescente importância deste Setor Não Lucrativo (SNL) através do aumento de entidades e do crescente peso e dimensão que desempenham na economia (Santos et al., 2015).

O terceiro setor abrange um vasto conjunto de entidades privadas, com personalidade jurídica, criadas com o intuito de satisfazer as privações dos seus membros e produzindo bens ou serviços, sem finalidade lucrativa. São exemplos de entidades que integram o terceiro setor: as Entidades Sem Fins Lucrativos (ESFL), as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), as cooperativas, as fundações, as mutualidades, as misericórdias, entre muitas outras.

Estas entidades sociais diferenciam-se pela sua eficácia de atuação, substituindo os outros setores, com uma solução criativa e económica de problemas sociais. Não tendo como finalidade o lucro, não ficam expostas às diferentes forças de mercado, assim como, pertencendo ao setor publico, não se encontram sujeitas às mesmas normas governamentais (Magalhães, 2012; Rocha, 2013). Devido à crescente expansão das ESNL sentiu-se a necessidade de reforçar as exigências de transparência no que respeita às suas atividades e aos recursos que estas utilizam (Jesus & Costa, 2012).

Este trabalho tem como objetivo a análise às entidades do terceiro setor, nomeadamente, no

âmbito contabilístico e fiscal. Assim, o mesmo está dividido e três pontos, sendo o primeiro

dedicado à contextualização destas entidades na economia, o segundo o seu enquadramento no

âmbito contabilístico, nomeadamente, na norma Contabilística e de Relato Financeiro para

Entidades do Setor Não Lucrativo (NCRF-ESNL) e, por fim, uma breve abordagem aos

principais aspetos fiscais destas entidades. O trabalho termina com as principais conclusões.

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1. As entidades do setor não lucrativo

A nível mundial, podemos verificar que a cada segundo que passa surgem inesperadamente factos perturbadores e que inquietam os cidadãos, podendo estar relacionados com fatores de natureza ambiental, política, económica e social. Estes acontecimentos interferem na vida das comunidades, das organizações e dos cidadãos (Antão et al., 2012), fazendo surgir organizações que devido à problemática de uma exclusão social crescente, num contexto de falência dos mecanismos estatais, desenvolvem atividades económicas que não tem como princípio base o lucro, mas englobam atividades produtivas que criam postos de trabalho e ao mesmo tempo contribuem para o combate ao desemprego, geram rendimentos e satisfazem necessidades.

Além disso, promovem a coesão social, a luta contra a pobreza, a exclusão social, a igualdade de oportunidades, valorizam a multiplicidade cultural e ambiental, sendo que tudo isto deve ser baseado numa boa gestão e eficiência (Santos, 2010).

Estas ESNL recorrem a meios materiais, financeiros e humanos para conseguirem desenvolver as suas atividades. No que diz respeito aos recursos materiais e financeiros, estes são compostos por apoios de entidades externas, particularmente os financiadores e os doadores, estando quase sempre dependentes destes apoios. Os recursos humanos são constituídos por colaboradores que podem ser remunerados ou não remunerados, sendo estes últimos designados por voluntários (Andrade & Franco, 2007).

Terceiro setor ou SNL são designações que normalmente são utilizadas quando nos queremos

referir a este tipo de organizações, no entanto, para além destas, existe um amplo número de

denominações que podem ser empregues, e que são utilizadas não só em Portugal, mas também

mundialmente (Andrade & Franco, 2007). Designações como organizações não-

governamentais sem fins lucrativos; organizações da sociedade civil; organizações

filantrópicas; entidades não-governamentais; ESNL; setor sem fins lucrativos; setor

cooperativo; associativismo; e voluntariado são as mais comuns (Francisco, 2005). De um

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modo mais amplo, a economia que abrange este setor pode ser referenciada como economia social, economia comunitária, economia de interesse geral, e economia solidária (Muehombo, 2013), descrevendo-se, genericamente, como entidades que aplicam um amplo conjunto de experiências em volta de novas formas de iniciativa e solidariedade (Filho, 2002). Partilhando esta ideia, Muehombo (2013) define economia social como um conjunto de empresas privadas, organizadas, com autonomia de decisão e liberdade de adesão, concebidas com o intuito de colmatar as necessidades dos seus membros através do mercado, produzem bens e serviços assegurando o seu financiamento e onde a tomada de decisão não está intimamente ligada ao capital ou a quotizações.

Apesar de condicionados a estas divergências de conceitos e à falta de uma única definição universal, temos de cair na realidade e fazer com que não se negue a criação e o desenvolvimento destas organizações, uma vez que as ESNL são uma realidade em crescente difusão na sociedade atual (Muehombo, 2013). É através da iniciativa dos cidadãos e do espírito empreendedor que as ESNL resultam para eliminar as necessidades que as organizações empresariais ou o Estado não conseguem satisfazer por motivos de ordem ideológica, religiosa, altruísta e caritativa (Francisco, 2012).

Segundo Santos (2010), estas organizações desenvolvem, pelo menos, um dos seguintes

objetivos sociais: assistência social; cultura; defesa e conservação do património artístico,

cultural e histórico; serviços gratuitos de educação e saúde; serviços de segurança alimentar e

nutricionismo; defesa, preservação e conservação do meio ambiente; promoção do

voluntariado, do desenvolvimento económico e social e de combate à pobreza; promoção de

direitos estabelecidos; construção de novos direitos e assessoria jurídica; promoção da ética, da

cidadania, da democracia e dos direitos humanos; esteja relacionado com estudos e pesquisas,

desenvolvimento de tecnologias, produção e divulgação de informações.

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As ESFL são representadas por um vastíssimo grupo de entidades, das quais as mais representativas em Portugal são:

Associações - organizações constituídas por um conjunto de pessoas que se juntam para prosseguir determinado fim onde os associados não se encontram obrigados a direitos e obrigações recíprocas, mas, segundo as regras estabelecidas por eles, de modo a poderem partilhar as vantagens da cooperação e o conjunto de objetivos e de vontades apresentadas pelos diversos membros (Carvalho, 2007).

Fundações – O elemento fulcral destas entidades é o património afeto a um fim, em que se deve assegurar que este é suficiente para a sua prossecução. As fundações assentam num objetivo a concretizar, instituído pelo fundador (Rocha, 2013).

Cooperativas – são entidades, pessoas coletivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variável, que através da cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais daqueles (Lei n.º 51/96, de 7 de setembro).

Associações Mutualistas – são constituídas por um número ilimitado de associados, capital indeterminado e duração indefinida que, essencialmente através da quotização dos seus associados, praticam, no interesse destes e das suas famílias, fins de auxílio recíproco (DL n.º 72/90, de 3 de março).

IPSS - são pessoas coletivas, sem finalidade lucrativa, constituídas exclusivamente por

iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral

de justiça e solidariedade, contribuindo para a efetivação dos direitos sociais dos

cidadãos, desde que não sejam administradas pelo Estado ou por outro organismo

público, regendo a sua implementação pelos princípios orientadores da Economia Social

(DL nº 119/83, de 25 de fevereiro).

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2. A Contabilidade no contexto das Entidades Sem Fins Lucrativos

Serão descritos neste ponto, de uma forma resumida, os principais aspetos contabilísticos relacionados com as entidades que compõem o SNL.

2.1- Enquadramento

O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), publicado pelo DL n.º 158/2009, de 13 de julho surgiu com o objetivo de homologação das normas internacionais de contabilidade em Portugal, adotadas pela União Europeia (UE), nos termos do regulamento n.º 1606/2002, de 19 de julho, tendo revogado o Plano Oficial de Contabilidade e legislação complementar.

O DL 36-A/2011, de 9 de março surgiu pela necessidade de uma disposição sólida no que respeita a aspetos concetuais, critérios de reconhecimento e mensuração, respondendo às exigências de relato financeiro. Esta normativa veio criar de regras contabilísticas próprias e adequadas a entidades que prossigam, a título principal, atividades sem fins lucrativos e que não possam distribuir pelos seus membros qualquer ganho económico ou financeiro direto, assegurando uma correta prestação de contas aos utilizadores da informação (Marcelo, 2012;

Trindade, 2013),

Com sucessivas alterações aos DL 36-A/2011, de 9 de março, surge no ano de 2015 o DL n.º 98/2015, de 2 de junho, que passou a incorporar no SNC a NCRF-ESNL.

2.2 – Instrumentos que compõem o SNC-ESNL

O Sistema estabelecido pelo SNC-ESNL é composto pelos seguintes instrumentos:

2.2.1 Bases para apresentação das Demonstrações Financeiras

As Bases para apresentação das Demonstrações Financeiras apresentam como função a regulação dos requisitos que permitem assegurar a comparabilidade, quer com as Demonstrações Financeiras de períodos anteriores da mesma entidade, quer com as de outras entidades (Antão et al., 2012; Tavares et al., 2014).

As Demonstrações Financeiras são uma representação estruturada da posição e desempenho

financeiro de uma entidade. Um conjunto completo de Demonstrações Financeiras inclui um

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Balanço (ativos; passivos; Fundos patrimoniais), uma Demonstração dos Resultados (rendimentos e ganhos), uma Demonstração dos Fluxos de Caixa, uma Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais e um Anexo. Uma vez que o objetivo destas é apresentar apropriadamente a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa, exige-se que haja uma representação fidedigna dos efeitos das transações, outros acontecimentos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento estabelecidos na NCRF- ESNL (Antão et al., 2012; Araújo et al., 2012; Tavares et al., 2014).

No contexto que se afigura, de modo a que os objetivos sejam atingidos, torna-se imprescindível respeitar os pressupostos de continuidade; regime do acréscimo ou da periodização económica;

consistência de apresentação; materialidade e agregação; compensação; informação comparativa.

2.2.2 Código de contas

A alteração no código de contas decorrente da Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho, reflete-se numa estruturação do código de contas específico para as ESF, coincidente com o código de contas do regime geral do SNC, contando apenas com a introdução de algumas contas dirigidas especificamente às ESFL, assim como de um quadro síntese e notas de enquadramento às contas publicadas.

2.2.3 Modelos de Demonstrações Financeiras

Em 2015, decorrente das alterações publicadas no DL 98/2015, de 2 de junho, a informação a ser apresentada no Balanço e na Demonstração dos Resultados pode ser, excecionalmente, apresentados itens adicionais para facilitar a compreensão da posição financeira. Define-se ainda que sempre que não existam quantias a apresentar, as linhas correspondentes do Balanço devem ser eliminadas.

Ainda no que se refere ao Balanço, uma entidade deve apresentar como classificações separadas

os ativos correntes e não correntes e os passivos correntes e não correntes. Os itens a apresentar

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na Demonstração dos Resultados deverão basear-se numa classificação que atenda à natureza ou função de uma transação e não à frequência. No que respeita às notas do Anexo, estas devem ser apresentadas de uma forma sistemática, sendo que cada item constante no Balanço ou na Demonstração dos Resultados que tenha merecido uma nota no Anexo, deve ter uma referência cruzada.

2.2.4 NCRF-ESNL

A NCRF-ESNL foi publicada pelo Aviso n.º 6726-B/2011, de 14 de março, alterada pelo DL 98/2015, de 2 de junho, sendo homologada pelo Aviso n.º 8259/2015, de 29 de julho.

Apresenta-se com uma estrutura muito semelhante à da Norma Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE), podendo-se até considerar como uma transposição desta com as devidas adaptações às ESFL (Magalhães, 2012; Antão et al., 2012;

Santos et al., 2015).

Dada a extensão das matérias contempladas na norma, iremos apenas abordar as matérias que sofreram alterações mais recentes.

Assim, foi alterada a aplicação das alterações das políticas contabilísticas, as quais passam a

ser aplicadas retrospetivamente. Foram ainda incluídos os capítulos 19 (Acontecimentos após

data de Balanço) e 20 (Agricultura); foi, igualmente, incluído um parágrafo referindo que as

propriedades de investimentos são reconhecidas como ativo fixo tangível; os ativos intangíveis,

ainda que com vida útil indefinida, são amortizados num período máximo de 10 anos. Ao nível

dos custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção

ou produção de um ativo que se qualifica, é obrigatório que estes custos sejam imediatamente

considerados como parte do custo do ativo que se qualifica. No âmbito dos instrumentos

financeiros, passa a considerar-se os investimentos em subsidiárias, associadas e

empreendimentos conjuntos. Neste âmbito, foi ainda acrescentada a forma de mensuração das

perdas por imparidade em ativos financeiros, assim como a proibição de reversão de perdas por

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imparidades em instrumentos de capital próprio de uma outra entidade que não sejam negociados publicamente.

2.2.5 Normas Interpretativas

Em 2015, foi publicado o Aviso n.º 8258/2015, de 29 de julho, com a homologação das normas interpretativas, contudo, a informação publicada não tem aplicação para as ESFL.

2.3 - Entidades dispensadas do SNC-ESNL: Opção pelo regime de caixa

Atendendo à diversidade de entidades que compõe o SNL, entendeu o legislador, conforme descreve no art. 10º n.º 1 do DL n.º 36-A/2011, de 9 de março, substituído pelo art. 10º n.º 2 do DL n.º 98/2015, de 2 de junho, dispensar da aplicação da normalização contabilística as ESFL quando as suas vendas e outros rendimentos não excedam, em nenhum dos dois exercícios anteriores, € 150.000,00, sendo que no período de início de atividade, o limite referido reporta- se ao valor anualizado do total dos rendimentos estimados.

No caso do limite referenciado ser atingido, cessa a dispensa da aplicação da normalização contabilística, ficando a entidade obrigada a partir do exercício seguinte, inclusive, a aplicar a normalização contabilística para as ESFL. Contudo, esta norma não se aplica nos casos em que as entidades integrem o perímetro de consolidação de uma entidade que apresente DF consolidadas ou estejam obrigadas à apresentação de qualquer das DF referidas nos decretos supramencionados.

Ainda com base nos princípios acima mencionados, as ESNL que estejam enquadradas no âmbito dos pressupostos que induzem à dispensa supramencionada do SNC-ESNL, ficam obrigadas, no caso de aceitação da dispensa, à prestação de contas em regime de caixa (art. 10º n.º 4 do DL n.º 98/2015, de 2 de junho).

Resumidamente, este regime foi estabelecido com o intuito de dispensar as ESFL de pequena

dimensão de um conjunto de obrigações, todavia, a decisão final da opção pelo SNC-ESNL ou

pelo regime de caixa cabe às ESFL.

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A aplicação deste regime impõe na prestação de contas a divulgação da informação respeitante aos pagamentos e recebimentos, ao património fixo e aos direitos e compromissos futuros. Esta informação é obtida através dos mapas financeiros, aprovados na Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, aditado pelo Anexo 17 da Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho.

De notar que esta Portaria prescreve os modelos de mapas financeiros, no entanto, não contempla quaisquer disposições acerca dos critérios de reconhecimento e mensuração dos respetivos itens, situação que poderá prejudicar a qualidade e comparabilidade destes mapas, uma vez que é suscetível de diferentes interpretações (Araújo et al., 2012).

Para melhor entendermos este regime, iremos de seguida analisar os modelos de mapas financeiros que fazem parte da prestação de contas em regime de caixa.

2.4 - Prestação de contas

As necessidades e exigências em se querer mais e melhor informação sobre as ESFL podem ser supridas mediante um processo de prestação de contas, através do qual as entidades disponibilizam informação fidedigna sobre a gestão dos fundos que lhe são confiados, bem como sobre os resultados obtidos no decorrer da atividade a todos os seus interessados. Assim, o ato de prestar contas, para além da divulgação de informação consiste em reconhecer e assumir com responsabilidade e transparência os impactos das políticas, decisões, ações, produtos e desempenho a ele associados (Araújo et al., 2012).

Uma prestação de contas completa inclui, pelo menos, um plano de atividades; um orçamento;

um relatório de atividades; um conjunto de DF (um Balanço, uma Demonstração dos Resultados, uma Demonstração dos Fluxos de Caixa, um Anexo e, por opção ou por exigência, uma Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais); uma certificação legal das contas, se aplicável; e um parecer do órgão de fiscalização, quando exista.

O plano de atividades é um documento estruturante que em conjunto com o orçamento permite

alcançar visibilidade e garantir um acompanhamento das atividades a desenvolver ao longo do

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novo exercício económico. Um orçamento bem elaborado e que esteja em harmonização com o plano de atividades (criado com base em pressupostos e projeções financeiras) assume-se como uma importante ferramenta de gestão (Araújo et al., 2012). Segundo os mesmos autores, o relatório de atividades tem como função principal discriminar os objetivos atingidos, o grau de realização das atividades e os recursos utilizados.

As Demonstrações Financeiras completam o processo do relato financeiro e destinam-se a satisfazer as necessidades da maioria dos utilizadores, proporcionando informação acerca da posição financeira, das variações desta e dos resultados das operações (Araújo et al., 2012).

Já no caso das entidades dispensadas e que não optem pela aplicação da normalização contabilística para as ESNL, estas terão de apresentar as contas em regime de caixa e por conseguinte, divulgar a informação através dos mapas de pagamentos e recebimentos, de património fixo e de direitos e compromissos futuros (Antão et al., 2012).

3 – Aspetos fiscais das ESNL

As ESFL, apesar de não prosseguirem atividades que visem o lucro, ou pelo menos não o fazerem a título principal, são entidades sujeitas a diversos impostos, acabando, no entanto, por beneficiar, em alguns casos, de um tratamento fiscal mais favorável, assente em benefícios fiscais, o que reconhece as suas funções de utilidade pública e interesse geral. Não existe, no ordenamento jurídico português, um regime fiscal que concentre toda a informação dos benefícios e isenções aplicáveis a este setor, encontrando-se o enquadramento fiscal destas entidades disperso pelos vários códigos fiscais e alguma legislação avulsa (Antão et al., 2012).

3.1 – Impostos sobre o Rendimento

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) incide sobre o rendimento da

generalidade das pessoas coletivas, independentemente do seu fim lucrativo ou não, desde que

enquadradas na definição de sujeito passivo, conforme resulta dos artigos 1.º e 2.º do Código

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do IRC (CIRC). O legislador faz, no entanto, uma importante distinção: por um lado, as sociedades comerciais, que exercem a título principal uma atividade económica e têm uma finalidade lucrativa, que são tributadas sobre o lucro obtido no período de tributação (art. 3.º, n.º 1, al. a) do CIRC); por outro, as entidades que não exercem a título principal uma atividade económica, que não têm ânimo de lucro, onde se inserem as ESFL, que são tributadas sobre o rendimento global que resulta da soma algébrica dos rendimentos líquidos das cárias categorias consideradas para efeitos de IRS (art. 3.º, n.º 1, al. b) do CIRC). A tributação, no entanto, acontecerá apenas para as entidades que não gozem de isenção, estando reconhecidas, no artigo 10.º do CIRC algumas isenções de que podem beneficiar as ESFL. Assim, por força do art. 10º n.º 1, al. a) e b) do CIRC, são sujeitos passivos isentos de IRC as pessoas coletivas de utilidade pública administrativa, as IPSS e pessoas coletivas legalmente equiparadas, cuja isenção é automática. Com base na al. c) do mesmo artigo estão isentas de IRC as pessoas coletivas de mera utilidade pública que prossigam fins científicos, culturais, de caridade, assistência, beneficência, solidariedade social e defesa do meio ambiente. Neste último caso, a isenção é condicionada, carecendo de reconhecimento prévio por parte da Autoridade Tributária, a requerimento dos interessados, mediante despacho publicado no Diário da República, que define a respetiva amplitude, de harmonia com os fins prosseguidos e as atividades desenvolvidas para a sua realização, conforme refere o art. 10º n.º 2

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. Estas isenções não abrangem, no entanto, os rendimentos empresariais derivados do exercício de atividades económicas realizadas fora do âmbito dos fins estatutários assim como os rendimentos de títulos ao portador (n.º 3 do art. 10.º do CIRC). De salientar que, no caso das ESFL a quem a isenção é reconhecida automaticamente, terão que ser elas a determinar se existem ou não estes rendimentos obtidos em atividades económicas realizadas fora dos fins estatutários, os quais não estão abrangidos pela isenção. No caso das ESFL cuja isenção tem que ser requerida, o

1 Para além disso, estas isenções do artigo 10.º, n.º 1 do CIRC, estão dependentes do cumprimento dos requisitos estabelecidos nas alíneas do nº 3 do art. 10º do CIRC.

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despacho que definirá o âmbito da isenção acabará por definir quais os rendimentos que ficam isentos e os que, por decorrerem de atividades fora dos fins estatutários, não gozam do benefício.

Para além disso, no artigo 11.º do CIRC encontramos uma outra isenção, objetiva, que incide sobre rendimentos de atividades culturais, recreativas e desportivas obtidos por associações legalmente constituídas para o exercício dessas atividades. Também esta isenção é condicionada à verificação dos requisitos do art. 11.º, n.º 2 e não abrange os rendimentos decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial ou agrícola, ainda que exercida a título acessório, designadamente rendimentos de publicidade, de imóveis, de aplicações financeiras e de jogo do bingo.

Figura 1 - Esquema das isenções existentes para ESNL

Fonte: Santos et al. (2015, p. 98)

Acrescente-se que o EBF, pelo seu art. 54.º isenta de tributação em IRC os rendimentos brutos

considerados sujeitos a tributação, obtidos pelas entidades enquadradas no art. 11º do CIRC

desde que não excedam o montante de € 7.500,00. Adicionalmente, no âmbito da determinação

do rendimento global, consideram-se rendimentos isentos os incrementos patrimoniais obtidos

a título gratuito, destinados à realização de fins estatutários, como por exemplo doações de que

sejam beneficiárias (art. 54.º n.º 4 do CIRC) e consideram-se como rendimento não sujeito a

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IRC as quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos, bem como os subsídios destinados a financiar a realização de fins estatutários (art. 54.º n.º 3 do CIRC).

Nos termos do art. 15.º, n.º 1, al. b) do CIRC, a matéria coletável destes sujeitos passivos obtém- se através da dedução ao rendimento global e incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito dos gastos comuns imputáveis ao rendimento sujeito a imposto e dele não isento e ainda dos benefícios fiscais existentes. No âmbito da determinação do rendimento global serão tidos em consideração os rendimentos líquidos das diversas categorias (B, E, F e G)

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previstas nos termos do IRS, incluindo os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito

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. Assim, o apuramento do resultado tributável dos rendimentos da categoria B que inclui, entre outros, os rendimentos empresariais e profissionais de atividades comerciais, industriais ou agrícolas, os rendimentos derivados de prestações de serviços de caráter científico, artístico e técnico e ainda, os provenientes de propriedade intelectual, importa considerar os gastos em que se incorreu para a sua obtenção, sendo o seu cálculo, de acordo com as regras da contabilidade.

No caso da categoria E, rendimentos de capitais, incluem-se aqui os rendimentos derivados de direitos ou situações jurídicas, juros, dividendos, entre outros. Na generalidade, estes rendimentos são tributados a taxas liberatórias, não estando assim prevista qualquer dedução.

Quanto à categoria F, aos rendimentos prediais

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obtidos poderão ser abatidas as despesas que, nos termos do art. 41.º do CIRS, constituem dedução específica daquela categoria. No que se refere aos incrementos patrimoniais da categoria G, serão relevantes as mais-valias, determinadas de acordo com os artigos 43.º e seguintes do CIRS.

Assim, a primeira fase do processo de apuramento de IRC passa pela determinação do rendimento global sujeito a imposto, sendo necessário identificar os gastos específicos de cada

2 As categorias A e H (rendimentos do trabalho dependente e pensões), face à sua natureza não contribuem para o rendimento global das entidades que não exercem a título principal atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.

3 Considera-se como valor de aquisição o seu valor de mercado, não podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de determinação do valor tributável previstas no Código do Imposto do Selo (CIS), conforme art. 21º n.º 2 do CIRC.

4 Consideram-se as rendas pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, que respeitem a prédios rústicos, urbanos e mistos.

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categoria, que serão considerados na determinação do respetivo rendimento líquido.

Relativamente aos restantes gastos das ESFL, temos que: se estiverem apenas relacionados com rendimentos isentos ou não sujeitos, não serão considerados na medida em que os rendimentos associados não são objeto de tributação

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; se estiverem apenas relacionados com a obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos, são deduzidos na totalidade ao rendimento global; caso estejamos perante gastos comuns, ou seja, ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos, bem como à de rendimentos não sujeitos ou isentos, deduz-se ao rendimento global a parte dos gastos comuns que for imputável aos rendimentos sujeitos e não isentos (art. 54.º do CIRC). Esta imputação dos gastos comuns faz-se, nos termos do n.º 2 deste artigo, através da repartição proporcional desses gastos ao total dos rendimentos brutos sujeitos e não isentos e dos rendimentos não sujeitos ou isentos, ou de acordo com outro critério considerado mais adequado aceite pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

Havendo matéria coletável, sobre esta incide a taxa de 21%, nos termos do art. 87.º, n.º 5 do CIRC, coincidindo, atualmente, com a taxa geral de IRC que se aplica também às sociedades comerciais e outras pessoas coletivas. Durante vários anos, as ESFL beneficiaram de taxa de tributação mais reduzida que as sociedades comerciais. Hoje, essa distinção de taxas não existe e pode mesmo acontecer de as ESFL poderem sofrer uma tributação mais elevada, quanto à taxa, do que algumas sociedades comerciais, na medida em que algumas entidades comerciais

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beneficiam de um mecanismo de redução de taxa para 17% para uma matéria coletável até € 15.000,00, estando o remanescente sujeito à taxa de 21%.

Já no que se refere a tributações autónomas, as ESFL estão também sujeitas ao pagamento de tributações autónomas, mesmo que apenas tenham rendimentos isentos ou não sujeitos a IRC.

5 Em princípio, se o rendimento é afastado de tributação (isentos e não sujeitos), os custos também são, exceto no caso do n.º 7 do art. 53.º do CIRC segundo o qual ao rendimento global são dedutíveis, até à respetiva concorrência, os gastos comprovadamente relacionados com a realização dos fins de natureza social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional prosseguidos por essas pessoas coletivas ou entidades, desde que não exista qualquer interesse direto ou indireto dos membros de órgãos estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das atividades económicas por elas prosseguidas.

6 Apenas as Pequenas e Médias Empresas (PME).

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Assim, conforme as especificidades enumeradas nas várias alíneas e números do art. 88.º do CIRC, as ESFL podem estar sujeitas às seguintes tributações autónomas

7

: as despesas não documentadas, à taxa de 70% (n.º 2); despesas de representação, à taxa de 10% (n.º 7);

importâncias pagas a não residentes submetidos a um regime fiscal mais favorável, à taxa de 55% (n.º 8); encargos relativos a ajudas de custos e compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, à taxa de 5% (n.º 9).

As entidades do terceiro setor, mesmo estando abrangidas pelas isenções, enquanto sujeitos passivos de IRC têm também o dever de cumprir algumas obrigações declarativas, conforme descrito no art. 117º, n.º 1 do CIRC. Desde logo estão sujeitas à obrigação de declarar o início de atividade, de comunicar alterações e de declarar a cessão de atividade, nos termos dos artigos 117.º, n.º 1, al. a), 118.º e 119.º do CIRC. No que respeita à apresentação da declaração periódica de rendimentos (mod. 22), as ESFL estão atualmente obrigadas à sua apresentação, nos termos e prazos normais, ainda que sejam sujeitos passivos totalmente isentos ou com rendimentos não sujeitos a IRC, conforme decorre dos artigos 117.º, n.º 1, al. b) e 120.º. No caso de existirem rendimentos isentos, assim como quando exista rendimento global a calcular, estas entidades têm que preencher o Anexo D da declaração anual. Da mesma forma, as ESFL estão obrigadas a apresentar a declaração anual de informação contabilística e fiscal (IES), nos termos do art.

121.º do CIRC.

No que respeita ao pagamento de IRC, de salientar que as ESFL não têm que realizar pagamento por conta nem pagamento especial por conta uma vez que não exercem a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola (art. 104.º e 106.º do CIRC).

Finalmente, no âmbito do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), as ESFL, enquanto pagadoras de rendimentos sujeitos a retenção na fonte, estão obrigadas a efetuar as respetivas retenções e a comunica-las, nos termos gerais do CIRS.

7 As taxas de tributação autónoma previstas no artigo 88.º são elevadas em 10% nos casos em que os sujeitos passivos apresentem prejuízo fiscal no período a que respeitem quaisquer dos factos tributários.

(18)

18

3.2 - Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

O IVA é considerado um imposto sobre o consumo, que tem como objetivo onerar os consumidores finais, sendo que a sua base tributária corresponde ao valor acrescentado nas diversas fases do circuito económico devido ao facto de os diversos agentes económicos repercutirem na fase seguinte o imposto sobre as suas transações, deduzindo o imposto que suportaram na fase imediatamente anterior, caraterizando assim este imposto num imposto neutro (Antão et al., 2012).

As ESNL encontram-se obrigadas ao cumprimento das disposições estabelecidas no Código do IVA (CIVA). Contudo, verificamos que grande parte das atividades desenvolvidas por estas entidades da economia social beneficiam de isenção, embora sejam isenções incompletas, ou seja, não há liquidação de IVA mas também não têm direito a deduzir o IVA suportado a montante.

As ESFL na qualidade de consumidoras não têm direito a qualquer isenção, no entanto, de acordo com o descrito no art. 9º do CIVA, enquanto prestadoras de serviços são contempladas com isenções objetivas, relativamente a certos serviços prestados, tais como:

Serviços ligados à segurança e assistência sociais efetuadas pelo sistema de segurança social, incluindo as IPSS (n.º 6);

Creches, jardins-de-infância, estabelecimentos para crianças e jovens deficientes, centros de reabilitação de inválidos, lares de idosos, centros de dia e centros de convívio, colónias de férias, albergues de juventude ou outros equipamentos sociais pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a IPSS (n.º 7);

Serviços efetuados por organismos sem finalidade lucrativa que explorem instalações

destinadas à prática de atividades artísticas, desportivas, recreativas e de educação física

(n.º 8);

(19)

19

Locações de livros e outras publicações, partituras musicais, discos, bandas magnéticas e outros suportes de cultura, desde que efetuadas por organismos sem finalidade lucrativa (n.º 12);

Visitas, guiadas ou não, a bibliotecas, arquivos, museus, galerias de arte, castelos, palácios, monumentos, parques, perímetros florestais, jardins botânicos, zoológicos e semelhantes, pertencentes ao Estado ou organismos sem finalidade lucrativa (n.º 13);

Congressos, colóquios, conferências, seminários, cursos e manifestações análogas de natureza científica, cultural, educativa ou técnica, efetuados por pessoas coletivas de direito público e organismos sem finalidade lucrativa (n.º 14);

As prestações de serviços efetuadas no interesse coletivo dos seus associados por organismos sem finalidade lucrativa, desde que esses organismos prossigam objetivos de natureza política, sindical, religiosa, humanitária, filantrópica, recreativa, desportiva, cultural, cívica ou de representação de interesses económicos e a única contraprestação seja uma quota fixada nos termos dos estatutos (n.º 19);

Manifestações ocasionais destinadas à angariação de fundos (n.º 20).

Grande parte destas isenções apenas se aplicam às atividades descritas mas quando realizadas

por organismos sem finalidade lucrativa, considerando-se como tais os que cumpram

cumulativamente os requisitos do artigo 10.º do CIVA, ou seja: em caso algum distribuam

lucros e os seus corpos gerentes não tenham, por si ou interposta pessoa, algum interesse direto

ou indireto nos resultados da exploração; disponham de escrituração que abranja todas as suas

atividades e a ponham à disposição dos serviços fiscais, designadamente para comprovação do

referido na alínea anterior; pratiquem preços homologados pelas autoridades públicas ou, para

as operações não suscetíveis de homologação, preços inferiores aos exigidos para análogas

operações pelas empresas comerciais sujeitas de imposto; não entrem em concorrência direta

com sujeitos passivos do imposto. Importa notar que o conceito de organismos sem finalidade

(20)

20

lucrativa é próprio do IVA, ao contrário das IPSS e pessoas de utilidade pública que se regem por estatutos e regulamentos próprios (Antão et al., 2012; Ribeiro & Santos, 2013). A qualificação de organismo sem finalidade lucrativa deve ser efetuada à luz da finalidade por ele prosseguida, a saber, o organismo em causa não deve ter como objetivo gerar lucros a favor dos membros, contrariamente à finalidade de uma empresa comercial. Ou seja, além dos requisitos decorrentes de determinação nacional previstos no art. 10.º do CIVA para efeitos de aplicação da isenção, um organismo não tem fins lucrativos quando atua no interesse público num setor social, cultural, religioso e desportivo ou num setor análogo, isto é, sem o fito de gerar lucros, ou qualquer outro tipo de interesse direto ou indireto nos resultados obtidos pela exploração daquela atividade, ainda que procure gerar excedentes que depois afeta à execução das suas prestações (contrariamente às empresas comerciais cujo fim é obter lucros a fim de os distribuir pelos seus membros). Refere al. d) do art. 10.º do CIVA, que os organismos sem finalidade lucrativa estão condicionados à observância, entre outras condições, de não estarem em concorrência direta com sujeitos passivos de imposto. Assim, importa que a atividade desenvolvida não se insira no âmbito do mercado concorrencial, submetida à lógica do mercado e da livre concorrência. Neste âmbito, não deve, nomeadamente, servir a mesma zona geográfica, o mesmo mercado e coletividade, ficando, por consequência, excluída a concorrência direta com outras empresas comerciais sujeitas a IVA, que desenvolvam a mesma atividade.

Note-se que hoje, no âmbito do chamado marketing social, muitas ESFL procuram outras atividades complementares como forma de obtenção de novas receitas. Tratando-se de manifestações ocasionais, que possam ser consideradas no âmbito da isenção do art. 9.º, n.º 20 do CIVA

8

, os rendimentos obtidos nessas atividades ocasionais gozarão de isenção de IVA. No

8 Nos termos do Despacho Normativo 118/85, para efeitos da isenção do n.º 20 do artigo 9.º do CIVA, é fixado em 8 o número anual de manifestações ocasionais promovidas por entidades cujas atividades habituais se encontram isentas nos termos dos n.os 2), 6), 7), 8), 9), 10), 12), 13), 14) e 19) do referido artigo; a isenção referida incidirá não só sobre o direito de acesso às manifestações e aos espetáculos realizados, mas também sobre o conjunto das receitas recebidas pelas entidades beneficiárias relativamente às diversas operações efetuadas nessa ocasião, como, por exemplo, bufete, bar, aluguer de stands, venda de

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21

entanto, se se tratar de atividades empresariais (comerciais, industriais, prestações de serviços) não abrangidas por qualquer das isenções do artigo 9.º do CIVA, praticadas de forma habitual e reiterada, estarão sujeitas a IVA nos termos normais, fazendo com que as ESFL possam, nestes casos, ser sujeitos passivos mistos.

Assim, as ESFL, quando conjugam atividades isentas de IVA, que não conferem direito à dedução, e atividades sujeitas e que, como tal, permitem a dedução do IVA suportado, assumem-se como sujeitos passivos mistos, tendo que se reger, no que respeita ao direito à dedução do IVA suportado na compra de bens e serviços de utilização mista, pela disciplina do artigo 23.º do CIVA, adotando um dos m´+métodos de dedução parcial: pro rata ou afetação real.

Finalmente, saliente-se que, apesar da impossibilidade de deduzir o imposto suportado na aquisição de bens e serviços, quando sejam totalmente isentos de IVA, algumas ESFL têm gozado da possibilidade de obter o reembolso do IVA suportado nalgumas despesas. Tem sido possível para as IPSS, por força do DL n.º 20/90, de 13 de janeiro, a sua recuperação através da restituição de um montante equivalente a 50% do IVA ou 100%, nos casos de operações em curso em 31 de dezembro de 2010, bem como às que no âmbito de programas, medidas, projetos e ações objeto de cofinanciamento público com suporte no Quadro de Referência Estratégico Nacional, no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central ou nas receitas provenientes dos jogos sociais, estejam naquela data a decorrer, já contratualizadas ou com decisão de aprovação da candidatura.

O Orçamento de Estado para 2017 (Lei 42/2016, de 28 de dezembro), no seu art. 239.º, contempla, novamente, a possibilidade de às IPSS ser restituída parte do IVA gasto em serviços de construção, manutenção e conservação de imóveis; ativos fixos tangíveis, à exceção de

programas, lembranças, receitas publicitárias, etc. ; deverão as entidades referidas participar previamente tal facto à repartição de finanças da área da sede, indicando, nomeadamente, o local, a data e o género de manifestação a realizar.

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22

viaturas e respetivas reparações; e na aquisição de géneros alimentares, bebidas ou serviços de alimentação.

No que respeita às obrigações em sede de IVA, saliente-se que, tal como referido no âmbito do CIRC, as ESFL estão obrigadas a apresentar declaração de início de atividade, de alterações e de cessação de atividade (art. 29.º, 31.º, 32.º e 33.º do CIVA). Quando à obrigação de entrega da declaração periódica do IVA, esta apenas se verifica caso não sejam sujeitos passivos totalmente isentos (art. 29.º, n.º 1, al. c) e n.º 3, al. a) do CIVA). Quanto à emissão de faturas, se forem sujeitos passivos totalmente isentos pelo art. 9.º do CIVA, as ESFL estão dispensadas da obrigação de emissão de fatura (art. 29.º, n.º 1, al. b) e n.º 3, al. a) do CIVA). No entanto, se forem sujeitos passivos mistos, ficam obrigados à emissão de faturas.

3.3 – Outros impostos

Para as ESNL podem, ainda, identificar-se isenções em sede de tributação do património, nomeadamente ao nível do Imposto Municipal de Imóveis (IMI), do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto do Selo (IS), como também no âmbito do Imposto sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC).

O IMI incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios rústicos ou urbanos, situados em território nacional, constituindo receita dos municípios onde os mesmos se localizam. Segundo o art. 8.º do Código do IMI (CIMI) é sujeito passivo deste imposto o proprietário

9

do prédio em 31 de dezembro do ano a que o imposto respeita. Ao abrigo do art. 44.º do Estatuto do Benefícios Fiscais (EBF), um conjunto alargado de ESNL estão abrangidas por isenção neste imposto, para prédios ou partes de prédios que se destinem diretamente à realização dos seus fins estatutários, salvo no que respeita às Misericórdias, caso em que a isenção abrange todos os prédios

10

. Contudo, a isenção cessa logo que deixem de se verificar os pressupostos que

9 Nos casos de usufruto ou de direito de superfície é sujeito passivo de imposto o usufrutuário ou o superficiário.

10 As isenções são reconhecidas pelo chefe do serviço de finanças da área da situação do prédio, após apresentação de requerimento devidamente documentado, no prazo de 60 dias contados da verificação do facto determinante da isenção (n.º 8 do art. 44.º do EBF).

(23)

23

determinaram a respetiva isenção (n.º 10 do art. 44.º do EBF), devendo as ESFL comunicar tal facto à Autoridade Tributária (AT) nos termos do art. 13.º do CIMI.

O IMT, segundo o disposto nos art.

os

1.º e 2.º do Código do IMT (CIMT), incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade sobre bens imóveis situados em território nacional e figuras parcelares desse direito, sendo devido por pessoas singulares ou coletivas a quem se transmitam os bens. À semelhança do IMI, este imposto também contempla isenções para as diversas ESNL no art. 6.º do CIMT, quanto aos bens destinados diretamente à realização dos seus fins estatutários

11

.

No que respeita ao IS, este incide sobre todos os atos, contratos, documentos, títulos, papéis e outros factos previstos na Tabela Geral do Código do IS (CIS), incluindo as transmissões gratuitas de bens. No que concerne a isenções em IS, o art. 6.º do CIS prevê uma isenção subjetiva para as IPSS e entidades legalmente equiparadas, quando este imposto constitua seu encargo

12

.

No âmbito da tributação sobre veículos, o ISV é um imposto que incide sobre a primeira matriculação de um veículo em Portugal e é pago uma única vez. Nos termos do art. 52.º do Código do ISV (CISV), as IPSS estão isentas deste imposto na aquisição de viaturas de transporte de passageiros com lotação de nove lugares, incluindo o condutor, em estado novo, desde que se destine ao transporte em atividades de interesse público e que se mostrem adequados à sua natureza e finalidades, desde que, em qualquer caso, possuam um nível de emissão de CO2 até 180 g/km

13

.

11 Este tipo de isenção é de reconhecimento automático, competindo a sua verificação e declaração ao serviço de finanças onde for apresentada a declaração mod. 1 de IMT, antes do ato ou do contrato que originou a transmissão (art. 10.º, n.º 8, al. a) do CIMT). Tais isenções ficam sem efeito quando os imóveis forem vendidos ou lhes for dado outro destino sem autorização prévia do Ministro das Finanças. Esta autorização só será de conceder quando se verificar a impossibilidade ou se reconhecer a inconveniência de aos bens ser dado o primitivo destino e o novo destino desses bens ou dos adquiridos com o produto da sua venda justificar igualmente a isenção (n.º 1 e 2 do art. 11.º do CIMT).

12 Esta isenção é automática em função da sua qualidade, não dependendo de qualquer pedido ou autorização.

13 O reconhecimento desta isenção depende de pedido dirigido à AT, devendo as viaturas objeto de isenção ostentar dizeres identificadores da entidade beneficiária, inscritos nas partes laterais e posterior, em dimensão não inferior à da matrícula.

(24)

24

No que diz respeito ao IUC, segundo o art. 2.º do Código do IUC (CIUC), a sua incidência recai sobre diversos veículos matriculados ou registados em Portugal, sendo os sujeitos passivos deste imposto os proprietários do veículo. As IPSS encontram-se isentas deste imposto, pelo facto de serem reconhecidas como pessoas coletivas de utilidade pública (art.5.º n.º 2 al. b) do CIUC)

14

.

3.4 - Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)

Para além das isenções fiscais consagradas na legislação, existem ainda no sistema fiscal português outros mecanismos fiscais, através dos quais o Estado difunde e incita a atividade exercida pelas ESFL, destacando-se a figura do mecenato (Antão et al., 2012).

No que diz respeito ao enquadramento jurídico-tributário dos donativos concedidos, o mesmo está contemplado no EBF, no qual se enquadra mecenato como consistindo essencialmente em donativos (em dinheiro ou em espécie) concedidos sem contrapartidas, que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial às entidades públicas ou privadas, cuja atividade consista predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional.

De acordo com o estabelecido no EBF, existem diversos tipos de mecenato, sendo a sua atribuição em função da entidade beneficiária ou da finalidade do donativo. No que concerne aos montantes a declarar fiscalmente na esfera do mecenas, estes são em função da natureza, qualidade e objetivos prosseguidos pelas entidades beneficiárias.

Com base no disposto no art. 64.º do EBF, sublinhe-se que em sede de IVA não estão sujeitas a imposto as transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas a título gratuito, pelas entidades a quem sejam concedidos donativos abrangidos pelo regime fiscal do mecenato, em benefício direto das pessoas singulares ou coletivas que os atribuam, quando o correspondente valor não ultrapassar, no seu conjunto, 5% do montante do donativo recebido. Caso contrário,

14 A isenção é reconhecida mediante despacho do Diretor Geral dos Impostos, sobre requerimento dos interessados devidamente documentado.

(25)

25

se se verificar que o conjunto das operações efetuadas a título gratuito pelo beneficiário do donativo ultrapassam os 5% do valor do donativo recebido, a entidade é obrigada a liquidar IVA, não sendo, no entanto, obrigatória a sua repercussão.

As ESFL beneficiárias de donativos estão obrigadas ao cumprimento de algumas obrigações acessórias estabelecidas no art. 66.º do EBF, nomeadamente:

Emitir documento comprovativo dos montantes recebidos dos mecenas, com a indicação do seu enquadramento, bem como a menção de que o donativo é atribuído sem contrapartidas;

Possuir registo atualizado das entidades mecenas, do qual constem, nomeadamente, o nome, o NIF, bem como a data e o valor de cada donativo que lhes tenha sido atribuído;

e

Entregar à Autoridade Tributária, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, a declaração modelo 25, referente aos donativos recebidos no ano anterior.

Ainda a este respeito, refira-se uma medida anti abuso na exigência de meio de pagamento por cheque ou transferência bancária para os donativos concedidos em dinheiro de valor superior a

€ 200,00, para que seja permitida a identificação do mecenas.

Ainda no âmbito dos benefícios fiscais, saliente-se que as ESFL podem beneficiar da de

consignação de 0,5% do valor do imposto de IRS, atribuída pelos contribuintes, que abrange

IPSS ou as pessoas coletivas de utilidade pública que prossigam fins de beneficência, de

assistência ou humanitários, pessoas coletivas religiosas e mais recentemente instituições

culturais com estatuto de utilidade pública (artigos 78.º-F e 152.º do CIRS, o artigo 32.º da Lei

n.º 16/2001, de 22 de junho e o artigo 14.º da Lei n.º 35/98, de 18 de julho). Cada vez mais

instituições fazem campanhas publicitárias no sentido de captar a atenção dos contribuintes e

poderem, dessa forma, obter o maior volume de imposto consignado.

(26)

26

Conclusão

As ESNL têm um papel cada vez mais importante no meio económico-social, criando bases de apoio, produzindo bens e prestando serviços nas mais diversas áreas sociais. Estas entidades são aquelas que desenvolvem uma atividade sem fins lucrativos, são privadas e organizadas, não têm como objetivo principal uma atividade comercial, respondem a objetivos de interesse público, nomeadamente de âmbito social. Além disso, estas entidades utilizam, não só, os recursos de mercado e financiamentos públicos, mas também os recursos não monetários que derivam da sociedade civil (Rocha, 2013). As ESFL têm vindo a desempenhar um papel importante na economia, o que induz a que cada vez mais se reforcem as exigências de transparência relativamente às atividades e recursos utilizados.

Neste estudo procurámos analisar as particularidades das ESNL na sociedade e nos âmbitos contabilístico e fiscal. Assim, propusemo-nos analisar o modo como as ESNL prestam contas da sua atividade decorrentes das obrigações contabilísticas e fiscais impostas pelos normativos em vigor.

A NCRF-ESNL apresenta-se como o instrumento que apoia a gestão das ESFL, a qual está elaborada tendo em conta as particularidades deste setor, porém em termos gerais, não difere muito da contabilidade aplicada aos outros setores, nomeadamente através da NCRF-PE.

Ressalve-se, no entanto, que grande parte das ESNL estão abrangidas pela contabilização pelo regime de caixa, no qual se enquadram as entidades com um volume de vendas e outros rendimentos que não excedam, em nenhum dos dois exercícios anteriores, € 150.000,00.

No âmbito fiscal, as diversas matérias se encontram-se repartidas pelos vários códigos dos

impostos e legislação avulsa, não existindo assim um regime fiscal que concentre toda a

informação de tributação, benefícios e isenções aplicáveis a este setor (Antão et al., 2012). De

facto, as ESFL são sujeitas a diversos impostos, podendo obter isenções ou tratamento

específico relativamente a cada imposto. Neste âmbito, saliente-se como mais visíveis as

(27)

27

isenções contempladas no EBF, no CIRC e no CIVA. O principal problema no que respeita ao enquadramento fiscal destas entidades poderá prender-se com a conjugação, a par das atividades de natureza social, de beneficência e humanitárias, que permitem o reconhecimento de benefícios fiscais, designadamente isenções, de outras atividades, de natureza empresarial e lucrativa, cada vez mais frequentes nas ESFL com vista à obtenção de receitas, e que as tornam sujeitos passivos “mistos”. Embora não tão salientes, existem ainda diversas isenções em outros impostos, nomeadamente IS, IMI, IMT e ISV.

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(28)

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