Aula 00
Conhecimentos Bancários p/ BANRISUL (Escriturário) Com Videoaulas - 2019
Professor: Vicente Camillo
Apresenta•‹o do Curso ... 2
Conteœdo e Estrutura do Curso ... 3
Metodologia ... 4
A Metodologia Funciona? ... 5
Cronograma e Avisos ... 6
Sistema Financeiro Nacional ... 8
Institui•›es Normativas ... 15
Conselho Monet‡rio Nacional ... 15
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) ... 21
Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar (CNPC) ... 22
Institui•›es Supervisoras ... 24
Banco Central do Brasil (Bacen) ... 24
Comit• de Pol’tica Monet‡ria (Copom) ... 32
Comiss‹o de Valores Mobili‡rios (CVM) ... 36
Conselho De Recursos Do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) ... 56
Superintend•ncia de Seguros Privados (Susep) ... 60
Superintend•ncia Nacional de Previd•ncia Complementar (Previc) ... 62
Quest›es Propostas ... 65
Gabaritos ... 74
Quest›es Comentadas ... 75
Considera•›es Finais ... 92
Anexo: Lei 4.595/64 Comentada ... 93
A PRESENTA‚ÌO DO C URSO
Estimado aluno (a), tudo bem?
Fico muito satisfeito em ministrar o presente curso de CONHECIMENTOS BANCçRIOS PARA O CARGO DE ESCRITURçRIO DO BANRISUL.
O curso est‡ sendo lan•ado com base no œltimo edital publicado pelo FDRH. Como a citada banca n‹o organiza mais concursos, nosso curso ser‡ baseado nas bancas tradicionais, como CESPE, FCC e FGV.
Bom, meu nome Ž Vicente Camillo, sou Economista formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com especializa•›es em Regula•‹o do Mercado de Capitais (Columbia Law School), Contabilidade e Auditoria (FIPECAFI/USP) e Carreiras Pœblicas (Anhanguera/Uniderp).
Atualmente trabalho na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios, cuja sede (meu local de trabalho) Ž no Rio de Janeiro/RJ. L‡ trabalho com a regula•‹o das companhias abertas, alŽm de representar a autarquia em f—runs nacionais e internacionais sobre governan•a corporativa e desenvolvimento.
Ministro aulas de Economia, Conhecimentos Banc‡rios, Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro e Direito Societ‡rio, em n’vel de gradua•‹o, em cursos livres preparat—rios para concursos pœblicos e certifica•›es. Sou professor do EstratŽgia Concursos desde 2013!
AlŽm do F—rum de Dœvidas dispon’vel na ‡rea restrita aos alunos matriculados no curso, voc• pode me encontrar nas minhas redes sociais (Instagram e Facebook), onde posto, rotineiramente, materiais, dicas, exerc’cios resolvidos e assuntos relacionados. ƒ s— acessar em https://www.instagram.com/profvicentecamillo/
https://www.facebook.com/profvicentecamillo
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C ONTEòDO E E STRUTURA DO C URSO
O presente curso Ž dividido em 08 aulas e aborda os seguintes t—picos
"Sistema Financeiro Nacional - estrutura e fun•›es. Autoridades Monet‡rias Ð estrutura e fun•›es.
Mercado Financeiro: mercado monet‡rio, mercado de crŽdito, mercado de capitais; mercado cambial, mercado de t’tulos pœblicos federais, mercado interbanc‡rio, sistema de liquida•‹o e cust—dia, taxas de juros do mercado financeiro
Pol’ticas Econ™micas: No•›es de pol’tica monet‡ria, pol’tica fiscal e pol’tica cambial.
Mercado de Capitais - estrutura e funcionamento, mercado de a•›es e de derivativos. Fundos de investimentos: Fundos de investimento em renda fixa, fundos de renda vari‡vel, fundos referenciados em d—lar, fundos de investimento orientados ˆ aposentadoria.
Regras prudenciais: risco de crŽdito, cambial, de mercado e de liquidez;
conceito de patrim™nio de refer•ncia, regras prudenciais definidas pelo CMN ˆs institui•›es financeiras.
No•›es de: falhas de servi•o, fatores de satisfa•‹o, governan•a corporativa,
estratŽgia de segmenta•‹o, diferencia•‹o e clientes private.
O curso tambŽm ir‡ tambŽm contemplar v’deo aulas para todos os t—picos. Caso voc• n‹o as tenha visualizado, Ž porque est‹o sendo gravadas e em processo de edi•‹o.
O aluno interessado na aprova•‹o neste certame necessita cumprir com dois objetivos: compreender a matŽria e saber resolver as quest›es. Nada adianta saber tudo sobre mercado de valores mobili‡rios, mas n‹o ter a pr‡tica (a manha) na resolu•‹o de quest›es. Afinal, o que importa Ž pontuar o m‡ximo poss’vel na prova!
Por isto que me comprometo na oferta destes dois pressupostos necess‡rios para sua aprova•‹o. A apresenta•‹o da teoria ser‡ feita de modo a facilitar a compreens‹o e memoriza•‹o da mesma. A resolu•‹o de quest›es permite colocar em pr‡tica o esfor•o da compreens‹o.
Assim, as aulas ter‹o a seguinte estrutura:
Teoria esquematizada e adequada ˆ linguagem da banca Quest›es resolvidas da banca organizadora
Videoaulas
F—rum de dœvidas e atendimento individualizado ao aluno
M ETODOLOGIA
Os assuntos ser‹o tratados ponto a ponto, com LINGUAGEM OBJETIVA, CLARA, ATUALIZADA e de FÁCIL ABSORÇÃO. Teremos, ainda, videoaulas da matŽria para que voc•̂ possa complementar o estudo. Tudo para facilitar o aprendizado.
A resolu•‹o de quest›es é uma das tŽcnicas mais eficazes para a absor•‹o do
conhecimento e uma importante ferramenta para sua prepara•‹o, pois alŽm
de aprender a parte te—rica, voc•̂ aprende a fazer a prova. Quanto mais
quest›es forem feitas, melhor tende a ser o ’ndice de acertos. O motivo é muito
que o seu objetivo é aprender a resolver quest›es da forma como elas s‹o elaboradas e cobradas pelas bancas.
O foco no EstratŽgia Concursos s‹o os materiais em pdf. As aulas em v’deo visam COMPLEMENTAR o estudo e compreendem a PARTE TEÓRICA DOS PRINCIPAIS PONTOS DA DISCIPLINA. O objetivo é facilitar o aprendizado e a absor•‹o do conteœdo daqueles que ter‹o um primeiro contato com a disciplina.
Nosso estudo n‹o se limita apenas à apresenta•‹o das aulas ao longo do curso.
É natural surgirem dœvidas. Por isso, estarei sempre à disposi•‹o para responder aos seus questionamentos por meio do f—rum de dœvidas.
A M ETODOLOGIA F UNCIONA ?
Acreditamos que a nossa metodologia seja o ideal para o nosso objetivo: Fazer
voc•̂ acertar as quest›es de prova. Temos certeza que estamos no caminho certo
quando recebemos avalia•›es atravŽs do nosso sistema em rela•‹o aos cursos
ministrados, como as apresentadas abaixo:
E, Ž claro, voc• pode tambŽm conferir os resultados dos nossos alunos no seguinte endere•o:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/resultadosC RONOGRAMA E A VISOS
J‡ aproveito para te desejar bons estudos, persist•ncia e sucesso nessa caminhada.
Afinal, este Ž o lema do EstratŽgia Concursos:
“O SEGREDO DO SUCESSO É A CONSTÂNCIA NO OBJETIVO”
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e
prejudicam os professores que elaboram os cursos.
S ISTEMA F INANCEIRO N ACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) Ž nosso ponto de partida, pois reœne institui•›es, pœblicas e privadas, que permitem a realiza•‹o dos fluxos de renda entre os agentes superavit‡rios e os agentes deficit‡rios da economia.
Como assim?
Na economia h‡ dois tipos de pessoas: aquelas que poupam, consumindo menos do que ganham e aquelas que n‹o poupam, ou seja, gastam mais do que seus rendimentos.
Imagine qu‹o dif’cil (e desorganizado) seria o ÒencontroÓ entre estas pessoas. As que gastam mais do que a renda, seja para consumir ou investir, necessitam de recursos extras para cumprir com suas obriga•›es.
Os indiv’duos que poupam gostariam de aplicar seus recursos, obtendo remunera•‹o extra em alguma aplica•‹o financeira.
Para resolver este problema foi criado o SFN: reunir as institui•›es que realizam a intermedia•‹o entre agentes credores (superavit‡rios) e agentes devedores (deficit‡rios).
Como veremos adiante, estas institui•›es, alŽm de intermediar o fluxo de recursos entre poupadores e devedores, realizam diversas outras fun•›es, como a regula•‹o do pr—prio sistema, e o aux’lio para que a intermedia•‹o ocorra da forma mais eficiente poss’vel.
Esta Ž a fun•‹o principal.
Mas, como tudo na vida, h‡ outras fun•›es pelas quais o SFN existe.
H‡, inclusive, uma fun•‹o estabelecida pela pr—pria Constitui•‹o Federal de 1988 (CF/88).
No artigo 192, a CF/88 disp›e que o SFN Ž estruturado de forma a promover o
Nada mais natural. Afinal, o desenvolvimento equilibrado do Pa’s depende de eficiente intermedia•‹o financeira, efetuada pelas institui•›es que comp›em o SFN.
ƒ s— pensar no seguinte: as empresas interessadas em investir no Pa’s, promovendo emprego e crescimento econ™mico, n‹o disp›em de todo o capital necess‡rio para tanto. Desta maneira, necessitam recorrer ˆs institui•›es financeiras para captar recursos para seus investimentos. Quanto mais eficiente esse processo (intermedia•‹o financeira), mais barato pode custar estes recursos, incentivando mais investimentos, mais gera•‹o de empregos e assim por diante.
Desta forma, o SFN tambŽm atende ˆ fun•‹o de promover desenvolvimento equilibrado.
Outra fun•‹o importante Ž a fiscaliza•‹o do funcionamento do pr—prio sistema.
Afinal, nada adianta promover a intera•‹o entre poupadores e devedores e n‹o fiscalizar.
Desta maneira, o SFN serve tambŽm para fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional, atravŽs de institui•›es (que veremos adiante) que servem para isto.
Por fim, a œltima fun•‹o Ž a diversifica•‹o de riscos.
N‹o se assuste com o nome!
Diversificar riscos serve para reduzir riscos de calote no sistema financeiro.
Vamos citar um exemplo.
O professor precisa de recursos para adquirir uma empresa. O aluno, poupador e prudente, possui este recurso, mas considera o professor ÒcaloteiroÓ e, desta maneira, n‹o ir‡ emprestar recursos ao professor.
Estar’amos em uma situa•‹o complicada, pois os investimentos pretendidos pelo
professor podem apresentar bons resultados no futuro, contribuindo no
Mas, se o aluno (assim como outras pessoas) decide depositar seus recursos em entidades do SFN (como um banco comercial, por exemplo), esta pode intermediar a capta•‹o de recursos e a concess‹o de financiamento para os investimentos do professor.
Naturalmente, caso o professor n‹o pague as parcelas do emprŽstimo (cumprindo a profecia de ÒcaloteiroÓ), o banco n‹o iria se ver em situa•‹o dif’cil, pois Ž uma grande institui•‹o.
Desta forma, houve diversifica•‹o de risco atravŽs do SFN. O aluno n‹o ir‡ ficar prejudicado, pois suas economias continuar‹o l‡ mesmo com o ÒcaloteÓ do professor. Os demais poupadores, assim como a institui•‹o financeira, tambŽm se sentir‹o na mesma situa•‹o confort‡vel, visto a diversifica•‹o de risco realizada.
Portanto, podemos resumir as fun•›es do SFN antes de continuar com a aula:
¥ Intermedia•‹o de recursos entre poupadores e devedores
¥ Promover o desenvolvimento equilibrado
¥ Fiscaliza•‹o das institui•›es participantes
¥ Diversifica•‹o de riscos.
Bom, j‡ conhecemos as fun•›es do SFN.
Mas, quais as institui•›es que dele fazem parte?
Esta Ž a divis‹o do SFN proposta pelo Banco Central e apresentada no s’tio eletr™nico da pr—pria entidade. Resumidamente, as entidades pertencentes ao SFN est‹o divididas entre —rg‹os normativos, entidades supervisoras e operadores:
ü îrg‹os Normativos Ð Constitu’dos por institui•›es que estabelecem as diretrizes e normativas gerais do SFN. A principal entidade Ž o Conselho Monet‡rio Nacional.
ü Entidades Supervisoras Ð Enquanto os —rg‹os normativos estabelecem as
diretrizes, as entidades supervisoras regulam e fiscalizam as atividades das
entidades que pretende regular. Podem, inclusive, aplicar multas e demais san•›es
ˆs entidades que n‹o atendem aos determinantes regulamentares.
ƒ importante frisar que mesmo que chamadas de ÒsupervisorasÓ, estas entidades tambŽm elaboram normas (regulamentam) nos mercados que supervisionam. Por exemplo: a CVM Ž entidade supervisora do ponto de vista do SFN, mas, por regulamentar o mercado de capitais, tambŽm pode ser entendida como entidade normativa em rela•‹o ao mercado de capitais.
O modo como s‹o classificadas depende do referencial (se do ponto de vista do SFN, ou do ponto de vista do mercado em que atuam), ou da vis‹o do autor.
ü Operadores Ð Todas as demais entidades que fazem parte do SFN e participam da intermedia•‹o financeira. Nesta aula, elas est‹o divididas em Institui•›es Financeiras Banc‡rias, Institui•›es Financeiras N‹o Banc‡rias e Institui•›es Financeiras Auxiliares.
Esta Ž a defini•‹o estabelecida pelo pr—prio Banco Central.
Vale a pena tambŽm apresentar outra forma Òamig‡velÓ de visualizarmos as mesmas institui•›es, adicionando mais categoriza•›es. Segue abaixo
1:
1 Segundo Faccini, Leonardo Ð Mercado de Valores Mobili‡rios: teoria e quest›es Ð Rio de Janeiro:
ƒ evidente que todas as representa•›es acima citadas significam o mesmo
conceito. Diferem, apenas, na classifica•‹o das institui•›es. Desta forma, Ž
importante a apresenta•‹o de todas elas, para evitar alguma ÒsurpresaÓ em sua
Todas as institui•›es solicitadas pelo Edital ser‹o contempladas a partir de agora.
Iniciamos com o Conselho Monet‡rio Nacional.
I NSTITUI‚ÍES N ORMATIVAS
Como o pr—prio nome sugere, as institui•›es normativas s‹o as respons‡veis por estabelecer as normas gerais do SFN e de seus mercados. A institui•‹o normativa por excel•ncia Ž o CMN (normatiza os mercados de c‰mbio, capitais, crŽdito e monet‡rio). Ele Ž o cobrado pelo nosso edital; no entanto, o CNSP Ž tambŽm apresentado.
Antes de iniciarmos o estudo das institui•›es, fa•o uma importante ressalva: todo o conteœdo apresentado est‡ baseado nas Leis 4.595/64 (Lei do Sistema Financeiro Nacional) e 9.069/95 (Lei do Plano Real). Ocorre que a Lei 4.595/64 foi atualizada desde que publicada, mas muitas das suas atualiza•›es n‹o est‹o refletidas em seu texto legal.
Isto significa que as bancas, ao cobrarem a letra da lei, solicitam dispositivos que n‹o est‹o mais em vigor. Para lidar com este problema resolvi apresentar o conteœdo legal no decorrer da aula, exatamente como as Leis apresentam em seus textos legais. Ao final da aula est‡ apresentada a LEI 4.595 COMENTADA, anexo em que s‹o discutidas estas altera•›es normativas supervenientes e como funciona atualmente nosso Sistema Financeiro Nacional. Pe•o que n‹o perca isto de vista e estude das duas formas: pela aula (lei seca) e pelo anexo (SFN na pr‡tica).
Bom, vamos iniciar.
C ONSELHO M ONETçRIO N ACIONAL
O Conselho Monet‡rio Nacional (CMN) foi criado pela Lei 4.595 de 1964.
ƒ composto pelo Ministro da Fazenda (que Ž o Presidente do CMN), pelo Ministro
do Planejamento, Or•amento e Gest‹o (MPOG) e pelo Presidente do Banco
Central do Brasil.
¥ Ministro da Fazenda Ð ƒ o Presidente do CMN
¥ Ministro do MPOG
¥ Presidente do BACEN
As reuni›es do CMN s‹o realizadas, ordinariamente, 1 vez por m•s. O Presidente do CMN pode convocar reuni›es extraordin‡rias quando lhe for conveniente.
As delibera•›es do CMN s‹o realizadas mediante resolu•›es, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urg•ncia e relevante interesse, ad referendum dos demais membros.
Mas o que seria esse tal de ad referendum?
Quando a matŽria Ž urgente e de interesse relevante (guarde esta hip—tese, pois apenas nela pode haver este tipo de delibera•‹o), o Presidente decide a matŽria e depois submete o assunto, na reuni‹o seguinte do Conselho, ao referendo dos demais membros (Ministro do MPOG e Presidente do BACEN). Ou seja, Ž necess‡rio que os demais membros ratifiquem a decis‹o tomada pelo Presidente do CMN.
O Conselho possui fun•‹o exclusivamente normativa, ou seja, atua na fixa•‹o e estabelecimento de diretrizes, regulamenta•‹o, regula•‹o e disciplina do SFN.
ƒ interessante recordar estas express›es grafadas acima, pois elas podem fazer diferen•a no momento da prova. Afinal, como o CMN n‹o possui atividade executiva, qualquer quest‹o que apresente, entre suas fun•›es, termos como ÒexecutarÓ, ÒfiscalizarÓ, ÒsupervisionarÓ, ÒefetuarÓ, ÒreceberÓ, ÒfazerÓ, entre outras afins, Ž suspeita.
Continuando, devemos compreender que a fun•‹o primeira do CMN Ž formular a
pol’tica da moeda e do crŽdito. Moeda e crŽdito s‹o as formas principais em que
os recursos s‹o transferidos entre os agentes superavit‡rios e deficit‡rios na
economia.
Ou seja, esta fun•‹o prim‡ria deve permitir que a pol’tica de moeda e crŽdito atenda ao progresso econ™mico e social do Pa’s, assim como seja administrada de maneira eficiente, a fim de manter a estabilidade do SFN e, em œltima an‡lise, do pr—prio Pa’s.
No entanto, formular a pol’tica de moeda e crŽdito Ž algo muito amplo e abstrato.
O CMN tambŽm atua de forma mais pr‡tica, atendendo a diversas fun•›es que objetivam a formula•‹o da pol’tica de moeda e crŽdito.
Vejamos as principais com os devidos coment‡rios. Ressalta-se que as fun•›es aqui citadas da mesma maneira que na Lei, pois Ž como geralmente a banca solicita na prova
¥ Regular o valor interno da moeda - Serve tanto para prevenir, como corrigir os surtos inflacion‡rios ou deflacion‡rios de origem interna ou externa, as depress›es econ™micas e outros desequil’brios oriundos de fen™menos conjunturais.
Ligada a esta fun•‹o, est‹o tambŽm as medidas adotadas pelo CMN para adaptar o volume dos meios de pagamento ˆs reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento. Neste sentido, a Lei que instituiu o Plano Real estabelece que cabe ao CMN estabelecer o conceito ampliado de moeda, alŽm de autorizar o Banco Central a exceder em atŽ 20% (vinte por cento) as emiss›es de reais autorizadas, em situa•›es extraordin‡rias.
¥ Regular o valor externo da moeda e o equil’brio no balan•o de pagamento
do Pa’s, tendo em vista a melhor utiliza•‹o dos recursos em moeda estrangeira Ð O
CMN pode editar diretrizes com o objetivo de regular o valor da moeda nacional
em rela•‹o ao valor das moedas internacionais, principalmente o d—lar. Nas
transa•›es que o Brasil estabelece como os demais pa’ses h‡ troca de moedas. Ou
seja, quando o Pa’s efetua vendas ao exterior, ele recebe l‡ fora provavelmente
em d—lares e necessita converter estes d—lares em reais. Neste tipo de transa•‹o se
negativo, redu•‹o com tend•ncia de valoriza•‹o d amoeda. Na pr‡tica, o CMN normatiza os instrumentos e formas de administra•‹o das divisas externas, com o objetivo de manter o equil’brio no balan•o de pagamentos. TambŽm cabe ao CMN definir a forma como o Banco Central do Brasil administrar‡ as reservas internacionais.
¥ Estabelecer as metas de infla•‹o Ð As metas de infla•‹o e os respectivos intervalos de toler‰ncia s‹o estabelecidos anualmente pelo CMN e consistem na varia•‹o anual de ’ndice de pre•os de ampla divulga•‹o. Atualmente o ’ndice utilizado Ž o IPCA. Considera-se que a meta foi cumprida quando a varia•‹o acumulada da infla•‹o - medida pelo IPCA, relativa ao per’odo de janeiro a dezembro de cada ano calend‡rio - situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de toler‰ncia.
¥ Orientar a aplica•‹o dos recursos das institui•›es financeiras, quer pœblicas, quer privadas Ð Esta disposi•‹o significa que compete ao CMN estabelecer quais institui•›es financeiras podem exercer atividades nos segmentos dos mercados financeiros. Por exemplo, os bancos comerciais operam no mercado de crŽdito pois foram orientados pelo CMN a aplicar dos seus recursos neste sentido.
¥ Propiciar o aperfei•oamento das institui•›es e dos instrumentos financeiros, com vistas ˆ maior efici•ncia do sistema de pagamentos e de mobiliza•‹o de recursos Ð Trata-se de uma importante fun•‹o com vistas a melhorar a atividade principal do SFN: a intermedia•‹o financeira. Desta maneira, o CMN pode estabelecer diretrizes com o objetivo de trazer efici•ncia ˆ intermedia•‹o de recursos entre poupadores e devedores.
¥ Zelar pela liquidez e solv•ncia das institui•›es financeiras Ð As institui•›es financeiras, participantes do SFN, possuem importantes fun•›es na economia.
Imagine que os dep—sitos de todos os brasileiros sejam efetuados no Banco do Brasil.
O que acontece com a economia brasileira se o BB quebrar? Provavelmente algo
muito tr‡gico. Desta maneira, o CMN tem como fun•‹o criar diretrizes para zelar
pela liquidez (necessidade de recursos para cumprimento de obriga•›es a curto prazo) e solv•ncia (garantia de cumprimento de todas as obriga•›es) das institui•›es financeiras participantes do SFN.
¥ Coordenar as pol’ticas monet‡ria, credit’cia, or•ament‡ria, fiscal e da d’vida pœblica, interna e externa Ð O Governo tem diversas fun•›es a cumprir. Dentre elas est‡ a pol’tica monet‡ria e credit’cia (oferta de moeda, liquidez e recursos para investimentos na economia) e a pol’tica fiscal (compreende os gastos do governo com consumo investimento, que s‹o evidenciados no or•amento pœblico). A fim de prevenir abusos e irregularidades no gerenciamento destas pol’ticas, sobretudo em rela•‹o ao crescimento da d’vida pœblica, interna e externa, o CMN coordena as diretrizes destas atividades. Do ponto de vista pr‡tico, talvez o melhor exemplo de cumprimento desta fun•‹o est‡ na defini•‹o dos membros do CMN: Ministro da Fazenda (respons‡vel pela pol’tica fiscal e d’vida pœblica), Presidente do Bacen (respons‡vel pela pol’tica monet‡ria) e Ministro do Planejamento (respons‡vel pelo or•amento).
¥ Autorizar as emiss›es de papel-moeda Ð Veremos adiante que as emiss›es de papel-moeda est‹o a cargo do Banco Central. No entanto, o CMN autoriza as emiss›es. A pr—pria Lei fornece um exemplo desta fun•‹o. Quando necess‡rio atender as exig•ncias das atividades produtivas e da circula•‹o da riqueza do Pa’s, o CMN pode autorizar o Banco Central emitir, anualmente, atŽ o limite de 10% dos meios de pagamento existentes atŽ 31 de dezembro do ano anterior, desde que autorizado pelo Poder Legislativo para tanto.
Desta fun•‹o do CMN derivam outras, como:
(i) Estabelecer condi•›es para que o Banco Central da Repœblica do Brasil emita moeda-papel;
(ii) Aprovar os or•amentos monet‡rios, preparados pelo Banco Central da
0(iii) Determinar as caracter’sticas gerais das cŽdulas e das moedas
Todas elas s‹o referentes ˆ autoriza•‹o concedida ao Banco Central para a emiss‹o de papel-moeda.
¥ Fixar as diretrizes e normas da pol’tica cambial Ð Como j‡ mencionado, cabe ao CMN regular o valor da moeda. Uma das maneiras de se fazer isto Ž atravŽs da fixa•‹o de diretrizes e normas que a pol’tica cambial deve seguir.
¥ Disciplinar o crŽdito em todas as suas modalidades e as opera•›es credit’cias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e presta•›es de quaisquer garantias por parte das institui•›es financeiras Ð Certas institui•›es financeiras realizam opera•›es de crŽdito, ou seja, emprestam recursos aos indiv’duos que solicitarem. Ao CMN cabe regular e disciplinar as maneiras que estas atividades ser‹o feitas.
¥ Regular a constitui•‹o, funcionamento e fiscaliza•‹o dos que exercerem atividades subordinadas ao SFN, bem como a aplica•‹o das penalidades previstas Ð Basicamente, cabe ao CMN regular e disciplinar a atua•‹o de todas as institui•›es pertencentes ao SFN.
¥ Limitar, sempre que necess‡rio, as taxas de juros, descontos comiss›es e qualquer outra forma de remunera•‹o de opera•›es e servi•os banc‡rios ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da Repœblica do Brasil Ð O CMN, sempre que entender necess‡rio, pode limitar as taxas de juros, bem como outras remunera•›es usufru’das pela presta•‹o de servi•os banc‡rios e financeiros.
Esta fun•‹o j‡ foi utilizada em demasia no per’odo que o Brasil apresentou alta infla•‹o.
¥ Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos
pœblicos (atualmente chamadas de sociedades corretoras de t’tulos e valores
mobili‡rios) Ð As Bolsas de Valores e as Sociedades Corretores de T’tulos e Valores
Mobili‡rios s‹o entidades participantes do SFN (veremos adiante suas caracter’sticas), que seguem diretrizes gerais estabelecidas pelo CMN.
¥ Expedir normas gerais de contabilidade e estat’stica a serem observadas pelas institui•›es financeiras Ð Normas cont‡beis e de estat’stica s‹o fundamentais para o exerc’cio das atividades do SFN. Desta maneira, cabe ao CMN expedi-las.
C ONSELHO N ACIONAL DE S EGUROS P RIVADOS (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) formula as diretrizes e normas para o setor do Sistema Financeiro Nacional respons‡vel pelos seguros privados.
Mas, o que s‹o seguros privados?
S‹o contratos firmados entre uma sociedade seguradora e um interessado em se proteger contra eventuais riscos e conting•ncias predeterminados.
S‹o seguros privados os seguros de coisas, pessoas, bens, responsabilidades, obriga•›es, direitos e garantias, ou seja, n‹o Ž s— o seguro de coisas (carro, por ex.), mas tambŽm seguro de vida etc.
As principais fun•›es do CNSP s‹o as seguintes:
¥ Fixar as diretrizes e normas da pol’tica de seguros privados;
¥ Regular a constitui•‹o, organiza•‹o, funcionamento e fiscaliza•‹o dos que exercerem atividades de seguros privados, bem como a aplica•‹o das penalidades previstas;
¥ Estipular ’ndices e demais condi•›es tŽcnicas sobre tarifas, investimentos e outras rela•›es patrimoniais a serem observadas pelas Sociedades Seguradoras;
¥ Fixar as caracter’sticas gerais dos contratos de seguros;
¥ Fixar normas gerais de contabilidade e estat’stica a serem observadas pelas
¥ Estabelecer as diretrizes gerais das opera•›es de resseguro (as quais veremos adiante);
¥ Disciplinar as opera•›es de cosseguro (quando o valor assegurado Ž muito grande Ð imagine o valor que uma seguradora deveria pagar para um shopping que pegasse fogo por completo Ð Ž comum duas seguradoras prestarem juntas o servi•o de seguro);
¥ Disciplinar a corretagem de seguros e a profiss‹o de corretor;
¥ Regular o exerc’cio do poder disciplinar das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros, inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;
¥ Disciplinar a administra•‹o das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem e a fixa•‹o de emolumentos, comiss›es e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades, quando for o caso.
ƒ interessante fazer uma compara•‹o entre o CNSP e o CMN.
Vimos que este fixa as diretrizes e normas para as institui•›es financeiras, bolsas, bancos de c‰mbio, outros intermedi‡rios financeiros e administradores de recursos de terceiros.
O CNSP faz algo parecido, s— que aplicado ao mercado de seguros privados.
C ONSELHO N ACIONAL DE P REVIDæNCIA C OMPLEMENTAR (CNPC)
O Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar exerce a fun•‹o de —rg‹o regulador do regime de previd•ncia complementar operado pelas entidades fechadas de previd•ncia complementar.
Ele Ž o CMN deste importante setor, cujas entidades operadoras s‹o os fundos de
pens‹o (entidades fechadas de previd•ncia complementar).
Atualmente o CNPC Ž um —rg‹o dentro da estrutura do MinistŽrio da Fazenda, pois este incorporou o MinistŽrio da Previd•ncia Social, ao qual o —rg‹o estava ligado anteriormente. E, deste modo, o Ministro da Fazenda Ž atualmente o Presidente do CNPC.
O Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar contar‡ com 8 (oito) integrantes, com direito a voto e mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondu•‹o, sendo:
I. 5 (cinco) representantes do poder pœblico; e II. 3 (tr•s) indicados, respectivamente:
a) pelas entidades fechadas de previd•ncia complementar;
b) pelos patrocinadores e instituidores; e c) pelos participantes e assistidos.
Em fun•‹o das modifica•›es que est‹o sendo realizadas neste —rg‹o,
considera•›es adicionais ser‹o atualizadas neste t—pico quando oficialmente
publicadas.
I NSTITUI‚ÍES S UPERVISORAS
A seguir, seguem as institui•›es supervisoras e correlatas mais importantes: BACEN, COPOM, CVM, CRSFN, COAF e SUSEP.
B ANCO C ENTRAL DO B RASIL (B ACEN )
Na tabela com as institui•›es pertencentes ao SFN, o Banco Central do Brasil (Bacen) figura como entidade supervisora, segue as diretrizes do Conselho Monet‡rio Nacional e supervisiona as entidades financeiras captadoras (ou n‹o) de dep—sitos ˆ vista, bancos de c‰mbio e demais institui•›es financeiras intermedi‡rias.
Evidentemente, Ž bastante coisa!
Antes de detalhar suas fun•›es, podemos resumi-las para facilitar a memoriza•‹o:
i. Emiss‹o de Moeda e execu•‹o dos servi•os de meio circulante.
ii. Formula•‹o, execu•‹o, e acompanhamento das pol’ticas cambial, monet‡ria e credit’cia.
iii. Formula•‹o, execu•‹o e acompanhamento da pol’tica de rela•›es financeiras com o exterior.
iv. Recebimento de dep—sitos compuls—rios e volunt‡rios dos bancos comerciais e concess‹o de crŽdito a eles.
v. Deposit‡rio das reservas internacionais do Pa’s.
¥ EMISSOR DE MOEDA
Esta Ž a primeira e, talvez, mais conhecida fun•‹o do Bacen.
O Banco Central detŽm o monop—lio das emiss›es de papel-moeda e moeda
met‡lica. O CMN estabelece os limite e diretrizes para a emiss‹o, mas quem emite
os ÒReaisÓ Ž o Banco Central.
A moeda Ž algo necess‡rio e sua import‰ncia, intuitiva. Todas as transa•›es econ™micas realizadas no Pa’s s‹o liquidadas em moeda. Quando compramos ou vendemos bens e servi•os, utilizamos moeda para pagar/receber estes bens.
Seria muito estranho se fosse de outra maneira. Imagine que este curso fosse vendido mediante a entrega de alimentos ao EstratŽgia Concursos. Os alunos interessados a aprova•‹o do Concurso trariam alimentos atŽ a sede do EstratŽgia, que forneceria as aulas. Seria algo extremamente custoso e ineficiente.
No entanto, o excesso de moeda tambŽm Ž algo prejudicial. Quantidade de moeda superior ˆ necessidade dos indiv’duos geralmente provoca infla•‹o.
Vamos a um exemplo.
No Brasil existe apenas 1 produto a venda (pipoca), vendido pelo pr—prio governo.
Os habitantes do Pa’s, tendo ao todo R$ 1.000,00, compram 1 mil unidades de pipoca ao pre•o de R$ 1,00.
Portanto, 1mil unidades de pipoca s‹o vendidas por m•s.
Agora, o Brasil eleva a quantidade de moeda em 100%, ou seja, h‡ dispon’veis R$
2 mil em circula•‹o.
Mas, a quantidade de pipoca produzida permanece a mesma. Afinal, demora certo tempo para mais milho ser produzido, mais panelas fabricadas e assim por diante.
O que acontece com o pre•o da pipoca?
Bom, as mesmas 1 mil unidades de pipoca passam a ser vendidas por R$ 2,00. Toda a moeda na economia s— pode comprar pipoca, pois este Ž o œnico produto vendido. Evidentemente ninguŽm ir‡ ÒrasgarÓ dinheiro.
Portanto, mais moeda na economia provocou aumento no pre•o da pipoca.
O exemplo Ž simples, mas serve para demonstrar o efeito do aumento da
Mais moeda = pre•os mais altos = mais infla•‹o.
AlŽm da emiss‹o de moeda propriamente dita, o Bacen pode controlar a quantidade de moeda em circula•‹o na economia de outras formas, efetuando, assim, a pol’tica monet‡ria.
Abaixo, seguem as maneiras poss’veis:
i. Emiss‹o de moeda Ð Exemplo j‡ citado, mas que est‡ repetido devido a sua import‰ncia. De acordo com os limites autorizados pelo CMN, o Bacen emite papel- moeda e moeda met‡lica.
ii. Executar os Servi•os de Meio Circulante Ð Substituir as moedas com defeito, ou rasgadas, ou atŽ mesmo que desaparecem de circula•‹o. Desta maneira, o Bacen atende ˆ demanda por moeda.
iii. Exercer o controle do crŽdito sob todas as suas formas Ð Ao controlar o crŽdito em circula•‹o na economia, o Bacen controla a quantidade de moeda.
iv. Receber os recolhimentos compuls—rios e os dep—sitos volunt‡rios ˆ vista das institui•›es financeiras Ð Os Bancos Comercias que recebem dep—sitos ˆ vista podem criar dinheiro. Quando depositamos certa quantia em nossa conta corrente permanecemos com o saldo pronto para ser sacado.
No entanto, o Banco utiliza estes valores para realizar suas opera•›es financeiras.
Ele pode emprestar a outros correntistas ou aplicar o dinheiro de diversas outras formas. Deste modo, o saldo que aparece em nossa conta corrente Ž apenas virtual. Ele n‹o est‡ l‡ fisicamente, pois foi alocado em outras aplica•›es.
Estas opera•›es, ao elevar a quantidade de moeda em circula•‹o, promovem
tambŽm aumento de pre•os e da infla•‹o. Nesta perspectiva, o Banco Central
recolhe compulsoriamente certo percentual dos dep—sitos ˆ vista e a prazo
alocado nos Bancos Comerciais. Esta opera•‹o, conhecida popularmente
como Òcompuls—rioÓ permite ao Bacen controlar a quantidade de moeda em
circula•‹o na economia
Da mesma maneira, o Bacen pode recolher os dep—sitos volunt‡rios dos Bancos Comerciais, ou seja, servir de ÒBanco dos BancosÓ.
v. Efetuar, como instrumento de pol’tica monet‡ria, opera•›es de compra e venda de t’tulos pœblicos federais Ð O Governo Federal pode apresentar dŽficit em suas opera•›es financeiras. Simplesmente, se tiver mais despesas que receitas em determinado per’odo, o Governo est‡ com a conta Òno negativoÓ.
Mas, existem algumas formas de financiar este dŽficit. Umas delas Ž a emiss‹o de t’tulos pœblicos. O Governo, atravŽs da Secretaria do Tesouro Nacional, vende estes t’tulos ao setor privado, que compra os papeis na expectativa de auferir rendimentos.
O Banco Central pode realizar opera•›es de compra e venda destes t’tulos junto ao setor privado.
Aten•‹o! O Banco Central n‹o pode comprar t’tulos diretamente do Governo Federal. Isto Ž proibido pela CF/88. O que ele faz Ž comprar os t’tulos que est‹o em posse do setor privado, a fim de realizar pol’tica monet‡ria.
ƒ simples. Comprando os t’tulos do setor privado, o BACEN paga em dinheiro e eleva a quantidade de moeda em circula•‹o na economia. Do mesmo modo, caso queira vender t’tulos ao setor privado, este paga com dinheiro. Como resultado, menos dinheiro permanece em circula•‹o na economia.
Resumindo:
VENDA DE TêTULO AO SETOR PRIVADO è DIMINUI A CIRCULA‚ÌO DE MOEDA COMPRA DE TêTULOS DO SETOR PROVADO è AUMENTA A CIRCULA‚ÌO DE MOEDA.
Desta maneira, caso o Banco Central pretenda realizar uma pol’tica monet‡ria
expansionista (aumentar a quantidade de moeda na economia) ele compra t’tulos
do setor privado. Do contr‡rio, caso queira praticar pol’tica monet‡ria
Este tipo de opera•‹o Ž chamado de opera•‹o de mercado aberto (open market) e ser‡ vista com maiores detalhes na Aula que tratar do tema mercado monet‡rio.
¥ BANCO DOS BANCOS
J‡ foi mencionada umas das opera•›es em que o BACEN serve como banco dos bancos. Ao receber dep—sitos volunt‡rios das institui•›es financeiras, cumpre esta fun•‹o.
Mas, h‡ algumas outras que se enquadram neste quesito.
Basicamente, o BACEN funciona como banco dos bancos quando presta servi•os eminentemente financeiros aos Bancos Comerciais. Quando um banco comercial precisa de financiamento e o BACEN concede, ele age como banco dos bancos.
Do mesmo modo, como j‡ citado, quando os bancos comerciais procuram um ÒrepousoÓ para seus recursos, o Banco Central atende e os deposita em seus cofres.
Esta fun•‹o j‡ foi detalhada. Vamos compreender como o Banco Central concede emprŽstimos aos Bancos Comerciais.
O Banco Central realiza opera•›es de redesconto e emprŽstimos ˆs institui•›es financeiras banc‡rias. Bom, vamos por partes.
Primeiramente, cabe definir o que s‹o institui•›es financeiras bancarias. S‹o aquelas que exercem as atividades de Bancos Comerciais, ou seja, que recebem dep—sitos ˆ vista. Desta maneira, um Banco de Investimentos, mesmo que fa•a parte do SFN, n‹o pode receber do Banco Central emprŽstimos e redescontos, tendo em vista que n‹o recebem dep—sitos ˆ vista (mais adiante este tema ser‡
tratado com mais detalhes).
Os redescontos s‹o crŽditos concedidos pelo Banco Central ˆs institui•›es
financeiras banc‡rias que sofram de problemas de liquidez no curto prazo, ou seja,
que apresentam dŽbitos mais elevados que crŽditos e n‹o tenham como cumprir
com suas obriga•›es no curto prazo. Um bom exemplo Ž o Banco Comercial que
n‹o consegue cumprir com os saques di‡rios de seus correntistas.
Nesta hip—tese, o Banco Central concede recursos a estas institui•›es, que garantem a opera•‹o depositando t’tulos pœblicos federais nos cofres do Bacen. A opera•‹o Ž chamada de redesconto pois este Ž o nome da taxa de juros cobrada, o redesconto.
Nestes casos o BACEN funciona como emprestador de œltima inst‰ncia. Isto Ž, como os bancos n‹o conseguem tomar emprŽstimos no mercado com outras institui•›es financeiras, pois est‹o geralmente em situa•‹o de dificuldade, eles recorrem ao BACEN.
Bom, estes conceitos s‹o mais do que suficientes para a compreens‹o da fun•‹o de Banco dos Bancos exercida pelo BACEN, e s‹o resumidos como:
i. Receber dep—sitos volunt‡rios
ii. Conceder emprŽstimos e redescontos
¥ BANCO DO GOVERNO
O Banco Central Ž o respons‡vel pelo dep—sito das reservas internacionais que o Pa’s possui.
Nas transa•›es econ™micas que o Brasil efetua com outras na•›es, o Pa’s pode apresentar saldos positivos, ou negativos.
Por exemplo, nas transa•›es feitas com a Argentina, o Brasil pode exportar R$ 1 mil e importar R$ 10 mil. Neste cen‡rio apresenta um dŽficit de R$ 9 mil.
Mas, pode tambŽm apresentar super‡vits. Neste caso, o Brasil recebe mais recursos do que precisa para pagar suas opera•›es com o resto do mundo e, portanto, acumula reservas internacionais.
O que fazer com estas reservas? Ora, depositar no Bacen!
A Lei 4.595/64 define que o Bacen deve ser o deposit‡rio das reservas oficiais de
ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque (DES).
ƒ exatamente o que acabamos de explicar. As reservas se dividem em 3 maneiras:
moeda estrangeira (comumente em d—lar dos Estados Unidos) ouro e DES.
Os Direitos Especiais de Saque nada mais s‹o que uma moeda criada pelo Fundo Monet‡rio Internacional (FMI), que serve para ser trocada entre os Bancos Centrais dos pa’ses.
Neste t—pico, ainda Ž necess‡rio fazer um alerta.
As transa•›es entre o Banco Central e o Governo Federal s‹o limitadas e devem seguir diversos regulamentos.
Em suma, precisamos saber que:
i.O Banco Central n‹o pode conceder emprŽstimos e financiamentos ao Governo Central. Isto j‡ foi explicado quando citamos a proibi•‹o do Banco Central em comprar t’tulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
ii.As disponibilidades de caixa do Governo Federal ser‹o depositadas no Banco Central. Ou seja, os valores em caixa que pertencem ˆ Uni‹o, reservados para cumprir com suas obriga•›es ou para simples reserva, devem ser depositados no BACEN.
¥ SUPERVISÌO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Vimos que o BACEN Ž parte das Institui•›es Supervisoras do SFN.
Evidentemente, deve supervisionar alguŽm, ou algo. As institui•›es sob supervis‹o do BACEN s‹o:
i. Institui•›es que captam dep—sitos ˆ vista. Os Bancos Comerciais s‹o o melhor exemplo.
ii. Institui•›es financeiras que n‹o captam dep—sitos ˆ vista. Os Bancos de Investimento servem de exemplo: eles atuam captando dep—sitos a prazo e aplicando-os em t’tulos das mais diversas espŽcies.
iii. Bancos de C‰mbio
iv. Outras entidades financeiras que intermediam recursos.
O Bacen exerce a atividade de supervis‹o de diversas maneiras. ƒ necess‡rio compreender as seguintes:
¥ Exercer a fiscaliza•‹o das institui•›es financeiras e aplicar as penalidades previstas
¥ Conceder autoriza•‹o ˆs institui•›es financeiras, a fim de que possam:
a) funcionar no Pa’s;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou depend•ncias, inclusive no exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d) praticar opera•›es de c‰mbio, crŽdito real e venda habitual de t’tulos da d’vida pœblica federal, estadual ou municipal, a•›es, deb•ntures, letras hipotec‡rias e outros t’tulos de crŽdito ou mobili‡rios;
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f) alterar seus estatutos;
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acion‡rio.
¥ Determinar que as matrizes das institui•›es financeiras registrem os cadastros das firmas que operam com suas ag•ncias h‡ mais de um ano
¥ Autorizar institui•›es financeiras estrangeiras a operar no Brasil. Esta autoriza•‹o Ž valida apenas mediante Decreto do Poder Executivo. Desta forma, conclui-se que, para uma institui•‹o financeira estrangeira funcionar, faz-se necess‡ria AUTORIZA‚AO DO BACEN E DECRETO DO PODER EXECUTIVO.
¥ Estabelecer condi•›es para a posse e para o exerc’cio de quaisquer cargos
de administra•‹o de institui•›es financeiras privadas, assim como para o exerc’cio
de quaisquer fun•›es em —rg‹os consultivos, fiscais e semelhantes.
¥ Regular a execu•‹o dos servi•os de compensa•‹o de cheques e outros papŽis
¥ Exercer permanente vigil‰ncia nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em rela•‹o ˆs modalidades ou processos operacionais que utilizem
Todas as fun•›es acima s‹o autoexplicativas e, como j‡ sabemos, cabem ao Bacen.
Bom, finalizamos as fun•›es exercidas pelo BACEN.
Para auxiliar, que tal um esquema para memorizar o t—pico?
C OMITæ DE P OLêTICA M ONETçRIA (C OPOM )
O Conselho de Pol’tica Monet‡ria (COPOM) foi institu’do em 20 de junho de 1996, com o objetivo de implementar a pol’tica monet‡ria, definir a meta da Taxa Selic e analisar o Relat—rio de Infla•‹o.
As fun•›es do COPOM est‹o quase que diariamente na m’dia comum e especializada.
•Emissão de Moeda
•Execução dos serviços de meio circulante
Emissor de Moeda
•Redesconto
•Cofre dos bancos comerciais
Banco dos Bancos
•Depositário das reservas internacionais
•Depositário do caixa do Governo Federal
Banco do Governo
•Autorização e fiscalização das instituições financeiras, que recebem depósitos a vista ou nao, assim como bancos de câmbio e
demais instituições intermediárias
Supervisão
•Formulação, execução, e acompanhamento das políticas cambial, monetária e creditícia