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Livro Eletrônico Aula 00 Conhecimentos Bancários p/ BANRISUL (Escriturário) Com Videoaulas

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Aula 00

Conhecimentos Bancários p/ BANRISUL (Escriturário) Com Videoaulas - 2019

Professor: Vicente Camillo

(2)

Apresenta•‹o do Curso ... 2

Conteœdo e Estrutura do Curso ... 3

Metodologia ... 4

A Metodologia Funciona? ... 5

Cronograma e Avisos ... 6

Sistema Financeiro Nacional ... 8

Institui•›es Normativas ... 15

Conselho Monet‡rio Nacional ... 15

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) ... 21

Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar (CNPC) ... 22

Institui•›es Supervisoras ... 24

Banco Central do Brasil (Bacen) ... 24

Comit• de Pol’tica Monet‡ria (Copom) ... 32

Comiss‹o de Valores Mobili‡rios (CVM) ... 36

Conselho De Recursos Do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) ... 56

Superintend•ncia de Seguros Privados (Susep) ... 60

Superintend•ncia Nacional de Previd•ncia Complementar (Previc) ... 62

Quest›es Propostas ... 65

Gabaritos ... 74

Quest›es Comentadas ... 75

Considera•›es Finais ... 92

Anexo: Lei 4.595/64 Comentada ... 93

(3)

A PRESENTA‚ÌO DO C URSO

Estimado aluno (a), tudo bem?

Fico muito satisfeito em ministrar o presente curso de CONHECIMENTOS BANCçRIOS PARA O CARGO DE ESCRITURçRIO DO BANRISUL.

O curso est‡ sendo lan•ado com base no œltimo edital publicado pelo FDRH. Como a citada banca n‹o organiza mais concursos, nosso curso ser‡ baseado nas bancas tradicionais, como CESPE, FCC e FGV.

Bom, meu nome Ž Vicente Camillo, sou Economista formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com especializa•›es em Regula•‹o do Mercado de Capitais (Columbia Law School), Contabilidade e Auditoria (FIPECAFI/USP) e Carreiras Pœblicas (Anhanguera/Uniderp).

Atualmente trabalho na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios, cuja sede (meu local de trabalho) Ž no Rio de Janeiro/RJ. L‡ trabalho com a regula•‹o das companhias abertas, alŽm de representar a autarquia em f—runs nacionais e internacionais sobre governan•a corporativa e desenvolvimento.

Ministro aulas de Economia, Conhecimentos Banc‡rios, Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro e Direito Societ‡rio, em n’vel de gradua•‹o, em cursos livres preparat—rios para concursos pœblicos e certifica•›es. Sou professor do EstratŽgia Concursos desde 2013!

AlŽm do F—rum de Dœvidas dispon’vel na ‡rea restrita aos alunos matriculados no curso, voc• pode me encontrar nas minhas redes sociais (Instagram e Facebook), onde posto, rotineiramente, materiais, dicas, exerc’cios resolvidos e assuntos relacionados. ƒ s— acessar em https://www.instagram.com/profvicentecamillo/

https://www.facebook.com/profvicentecamillo

.

(4)

C ONTEòDO E E STRUTURA DO C URSO

O presente curso Ž dividido em 08 aulas e aborda os seguintes t—picos

"Sistema Financeiro Nacional - estrutura e fun•›es. Autoridades Monet‡rias Ð estrutura e fun•›es.

Mercado Financeiro: mercado monet‡rio, mercado de crŽdito, mercado de capitais; mercado cambial, mercado de t’tulos pœblicos federais, mercado interbanc‡rio, sistema de liquida•‹o e cust—dia, taxas de juros do mercado financeiro

Pol’ticas Econ™micas: No•›es de pol’tica monet‡ria, pol’tica fiscal e pol’tica cambial.

Mercado de Capitais - estrutura e funcionamento, mercado de a•›es e de derivativos. Fundos de investimentos: Fundos de investimento em renda fixa, fundos de renda vari‡vel, fundos referenciados em d—lar, fundos de investimento orientados ˆ aposentadoria.

Regras prudenciais: risco de crŽdito, cambial, de mercado e de liquidez;

conceito de patrim™nio de refer•ncia, regras prudenciais definidas pelo CMN ˆs institui•›es financeiras.

No•›es de: falhas de servi•o, fatores de satisfa•‹o, governan•a corporativa,

estratŽgia de segmenta•‹o, diferencia•‹o e clientes private.

(5)

O curso tambŽm ir‡ tambŽm contemplar v’deo aulas para todos os t—picos. Caso voc• n‹o as tenha visualizado, Ž porque est‹o sendo gravadas e em processo de edi•‹o.

O aluno interessado na aprova•‹o neste certame necessita cumprir com dois objetivos: compreender a matŽria e saber resolver as quest›es. Nada adianta saber tudo sobre mercado de valores mobili‡rios, mas n‹o ter a pr‡tica (a manha) na resolu•‹o de quest›es. Afinal, o que importa Ž pontuar o m‡ximo poss’vel na prova!

Por isto que me comprometo na oferta destes dois pressupostos necess‡rios para sua aprova•‹o. A apresenta•‹o da teoria ser‡ feita de modo a facilitar a compreens‹o e memoriza•‹o da mesma. A resolu•‹o de quest›es permite colocar em pr‡tica o esfor•o da compreens‹o.

Assim, as aulas ter‹o a seguinte estrutura:

Teoria esquematizada e adequada ˆ linguagem da banca Quest›es resolvidas da banca organizadora

Videoaulas

F—rum de dœvidas e atendimento individualizado ao aluno

M ETODOLOGIA

Os assuntos ser‹o tratados ponto a ponto, com LINGUAGEM OBJETIVA, CLARA, ATUALIZADA e de FÁCIL ABSORÇÃO. Teremos, ainda, videoaulas da matŽria para que voc•̂ possa complementar o estudo. Tudo para facilitar o aprendizado.

A resolu•‹o de quest›es é uma das tŽcnicas mais eficazes para a absor•‹o do

conhecimento e uma importante ferramenta para sua prepara•‹o, pois alŽm

de aprender a parte te—rica, voc•̂ aprende a fazer a prova. Quanto mais

quest›es forem feitas, melhor tende a ser o ’ndice de acertos. O motivo é muito

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que o seu objetivo é aprender a resolver quest›es da forma como elas s‹o elaboradas e cobradas pelas bancas.

O foco no EstratŽgia Concursos s‹o os materiais em pdf. As aulas em v’deo visam COMPLEMENTAR o estudo e compreendem a PARTE TEÓRICA DOS PRINCIPAIS PONTOS DA DISCIPLINA. O objetivo é facilitar o aprendizado e a absor•‹o do conteœdo daqueles que ter‹o um primeiro contato com a disciplina.

Nosso estudo n‹o se limita apenas à apresenta•‹o das aulas ao longo do curso.

É natural surgirem dœvidas. Por isso, estarei sempre à disposi•‹o para responder aos seus questionamentos por meio do f—rum de dœvidas.

A M ETODOLOGIA F UNCIONA ?

Acreditamos que a nossa metodologia seja o ideal para o nosso objetivo: Fazer

voc•̂ acertar as quest›es de prova. Temos certeza que estamos no caminho certo

quando recebemos avalia•›es atravŽs do nosso sistema em rela•‹o aos cursos

ministrados, como as apresentadas abaixo:

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E, Ž claro, voc• pode tambŽm conferir os resultados dos nossos alunos no seguinte endere•o:

https://www.estrategiaconcursos.com.br/resultados

C RONOGRAMA E A VISOS

J‡ aproveito para te desejar bons estudos, persist•ncia e sucesso nessa caminhada.

Afinal, este Ž o lema do EstratŽgia Concursos:

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“O SEGREDO DO SUCESSO É A CONSTÂNCIA NO OBJETIVO”

Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e

prejudicam os professores que elaboram os cursos.

(9)

S ISTEMA F INANCEIRO N ACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) Ž nosso ponto de partida, pois reœne institui•›es, pœblicas e privadas, que permitem a realiza•‹o dos fluxos de renda entre os agentes superavit‡rios e os agentes deficit‡rios da economia.

Como assim?

Na economia h‡ dois tipos de pessoas: aquelas que poupam, consumindo menos do que ganham e aquelas que n‹o poupam, ou seja, gastam mais do que seus rendimentos.

Imagine qu‹o dif’cil (e desorganizado) seria o ÒencontroÓ entre estas pessoas. As que gastam mais do que a renda, seja para consumir ou investir, necessitam de recursos extras para cumprir com suas obriga•›es.

Os indiv’duos que poupam gostariam de aplicar seus recursos, obtendo remunera•‹o extra em alguma aplica•‹o financeira.

Para resolver este problema foi criado o SFN: reunir as institui•›es que realizam a intermedia•‹o entre agentes credores (superavit‡rios) e agentes devedores (deficit‡rios).

Como veremos adiante, estas institui•›es, alŽm de intermediar o fluxo de recursos entre poupadores e devedores, realizam diversas outras fun•›es, como a regula•‹o do pr—prio sistema, e o aux’lio para que a intermedia•‹o ocorra da forma mais eficiente poss’vel.

Esta Ž a fun•‹o principal.

Mas, como tudo na vida, h‡ outras fun•›es pelas quais o SFN existe.

H‡, inclusive, uma fun•‹o estabelecida pela pr—pria Constitui•‹o Federal de 1988 (CF/88).

No artigo 192, a CF/88 disp›e que o SFN Ž estruturado de forma a promover o

(10)

Nada mais natural. Afinal, o desenvolvimento equilibrado do Pa’s depende de eficiente intermedia•‹o financeira, efetuada pelas institui•›es que comp›em o SFN.

ƒ s— pensar no seguinte: as empresas interessadas em investir no Pa’s, promovendo emprego e crescimento econ™mico, n‹o disp›em de todo o capital necess‡rio para tanto. Desta maneira, necessitam recorrer ˆs institui•›es financeiras para captar recursos para seus investimentos. Quanto mais eficiente esse processo (intermedia•‹o financeira), mais barato pode custar estes recursos, incentivando mais investimentos, mais gera•‹o de empregos e assim por diante.

Desta forma, o SFN tambŽm atende ˆ fun•‹o de promover desenvolvimento equilibrado.

Outra fun•‹o importante Ž a fiscaliza•‹o do funcionamento do pr—prio sistema.

Afinal, nada adianta promover a intera•‹o entre poupadores e devedores e n‹o fiscalizar.

Desta maneira, o SFN serve tambŽm para fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional, atravŽs de institui•›es (que veremos adiante) que servem para isto.

Por fim, a œltima fun•‹o Ž a diversifica•‹o de riscos.

N‹o se assuste com o nome!

Diversificar riscos serve para reduzir riscos de calote no sistema financeiro.

Vamos citar um exemplo.

O professor precisa de recursos para adquirir uma empresa. O aluno, poupador e prudente, possui este recurso, mas considera o professor ÒcaloteiroÓ e, desta maneira, n‹o ir‡ emprestar recursos ao professor.

Estar’amos em uma situa•‹o complicada, pois os investimentos pretendidos pelo

professor podem apresentar bons resultados no futuro, contribuindo no

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Mas, se o aluno (assim como outras pessoas) decide depositar seus recursos em entidades do SFN (como um banco comercial, por exemplo), esta pode intermediar a capta•‹o de recursos e a concess‹o de financiamento para os investimentos do professor.

Naturalmente, caso o professor n‹o pague as parcelas do emprŽstimo (cumprindo a profecia de ÒcaloteiroÓ), o banco n‹o iria se ver em situa•‹o dif’cil, pois Ž uma grande institui•‹o.

Desta forma, houve diversifica•‹o de risco atravŽs do SFN. O aluno n‹o ir‡ ficar prejudicado, pois suas economias continuar‹o l‡ mesmo com o ÒcaloteÓ do professor. Os demais poupadores, assim como a institui•‹o financeira, tambŽm se sentir‹o na mesma situa•‹o confort‡vel, visto a diversifica•‹o de risco realizada.

Portanto, podemos resumir as fun•›es do SFN antes de continuar com a aula:

¥ Intermedia•‹o de recursos entre poupadores e devedores

¥ Promover o desenvolvimento equilibrado

¥ Fiscaliza•‹o das institui•›es participantes

¥ Diversifica•‹o de riscos.

Bom, j‡ conhecemos as fun•›es do SFN.

Mas, quais as institui•›es que dele fazem parte?

(12)

Esta Ž a divis‹o do SFN proposta pelo Banco Central e apresentada no s’tio eletr™nico da pr—pria entidade. Resumidamente, as entidades pertencentes ao SFN est‹o divididas entre —rg‹os normativos, entidades supervisoras e operadores:

ü îrg‹os Normativos Ð Constitu’dos por institui•›es que estabelecem as diretrizes e normativas gerais do SFN. A principal entidade Ž o Conselho Monet‡rio Nacional.

ü Entidades Supervisoras Ð Enquanto os —rg‹os normativos estabelecem as

diretrizes, as entidades supervisoras regulam e fiscalizam as atividades das

entidades que pretende regular. Podem, inclusive, aplicar multas e demais san•›es

ˆs entidades que n‹o atendem aos determinantes regulamentares.

(13)

ƒ importante frisar que mesmo que chamadas de ÒsupervisorasÓ, estas entidades tambŽm elaboram normas (regulamentam) nos mercados que supervisionam. Por exemplo: a CVM Ž entidade supervisora do ponto de vista do SFN, mas, por regulamentar o mercado de capitais, tambŽm pode ser entendida como entidade normativa em rela•‹o ao mercado de capitais.

O modo como s‹o classificadas depende do referencial (se do ponto de vista do SFN, ou do ponto de vista do mercado em que atuam), ou da vis‹o do autor.

ü Operadores Ð Todas as demais entidades que fazem parte do SFN e participam da intermedia•‹o financeira. Nesta aula, elas est‹o divididas em Institui•›es Financeiras Banc‡rias, Institui•›es Financeiras N‹o Banc‡rias e Institui•›es Financeiras Auxiliares.

Esta Ž a defini•‹o estabelecida pelo pr—prio Banco Central.

Vale a pena tambŽm apresentar outra forma Òamig‡velÓ de visualizarmos as mesmas institui•›es, adicionando mais categoriza•›es. Segue abaixo

1

:

1 Segundo Faccini, Leonardo Ð Mercado de Valores Mobili‡rios: teoria e quest›es Ð Rio de Janeiro:

(14)

ƒ evidente que todas as representa•›es acima citadas significam o mesmo

conceito. Diferem, apenas, na classifica•‹o das institui•›es. Desta forma, Ž

importante a apresenta•‹o de todas elas, para evitar alguma ÒsurpresaÓ em sua

(15)

Todas as institui•›es solicitadas pelo Edital ser‹o contempladas a partir de agora.

Iniciamos com o Conselho Monet‡rio Nacional.

(16)

I NSTITUI‚ÍES N ORMATIVAS

Como o pr—prio nome sugere, as institui•›es normativas s‹o as respons‡veis por estabelecer as normas gerais do SFN e de seus mercados. A institui•‹o normativa por excel•ncia Ž o CMN (normatiza os mercados de c‰mbio, capitais, crŽdito e monet‡rio). Ele Ž o cobrado pelo nosso edital; no entanto, o CNSP Ž tambŽm apresentado.

Antes de iniciarmos o estudo das institui•›es, fa•o uma importante ressalva: todo o conteœdo apresentado est‡ baseado nas Leis 4.595/64 (Lei do Sistema Financeiro Nacional) e 9.069/95 (Lei do Plano Real). Ocorre que a Lei 4.595/64 foi atualizada desde que publicada, mas muitas das suas atualiza•›es n‹o est‹o refletidas em seu texto legal.

Isto significa que as bancas, ao cobrarem a letra da lei, solicitam dispositivos que n‹o est‹o mais em vigor. Para lidar com este problema resolvi apresentar o conteœdo legal no decorrer da aula, exatamente como as Leis apresentam em seus textos legais. Ao final da aula est‡ apresentada a LEI 4.595 COMENTADA, anexo em que s‹o discutidas estas altera•›es normativas supervenientes e como funciona atualmente nosso Sistema Financeiro Nacional. Pe•o que n‹o perca isto de vista e estude das duas formas: pela aula (lei seca) e pelo anexo (SFN na pr‡tica).

Bom, vamos iniciar.

C ONSELHO M ONETçRIO N ACIONAL

O Conselho Monet‡rio Nacional (CMN) foi criado pela Lei 4.595 de 1964.

ƒ composto pelo Ministro da Fazenda (que Ž o Presidente do CMN), pelo Ministro

do Planejamento, Or•amento e Gest‹o (MPOG) e pelo Presidente do Banco

Central do Brasil.

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¥ Ministro da Fazenda Ð ƒ o Presidente do CMN

¥ Ministro do MPOG

¥ Presidente do BACEN

As reuni›es do CMN s‹o realizadas, ordinariamente, 1 vez por m•s. O Presidente do CMN pode convocar reuni›es extraordin‡rias quando lhe for conveniente.

As delibera•›es do CMN s‹o realizadas mediante resolu•›es, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urg•ncia e relevante interesse, ad referendum dos demais membros.

Mas o que seria esse tal de ad referendum?

Quando a matŽria Ž urgente e de interesse relevante (guarde esta hip—tese, pois apenas nela pode haver este tipo de delibera•‹o), o Presidente decide a matŽria e depois submete o assunto, na reuni‹o seguinte do Conselho, ao referendo dos demais membros (Ministro do MPOG e Presidente do BACEN). Ou seja, Ž necess‡rio que os demais membros ratifiquem a decis‹o tomada pelo Presidente do CMN.

O Conselho possui fun•‹o exclusivamente normativa, ou seja, atua na fixa•‹o e estabelecimento de diretrizes, regulamenta•‹o, regula•‹o e disciplina do SFN.

ƒ interessante recordar estas express›es grafadas acima, pois elas podem fazer diferen•a no momento da prova. Afinal, como o CMN n‹o possui atividade executiva, qualquer quest‹o que apresente, entre suas fun•›es, termos como ÒexecutarÓ, ÒfiscalizarÓ, ÒsupervisionarÓ, ÒefetuarÓ, ÒreceberÓ, ÒfazerÓ, entre outras afins, Ž suspeita.

Continuando, devemos compreender que a fun•‹o primeira do CMN Ž formular a

pol’tica da moeda e do crŽdito. Moeda e crŽdito s‹o as formas principais em que

os recursos s‹o transferidos entre os agentes superavit‡rios e deficit‡rios na

economia.

(18)

Ou seja, esta fun•‹o prim‡ria deve permitir que a pol’tica de moeda e crŽdito atenda ao progresso econ™mico e social do Pa’s, assim como seja administrada de maneira eficiente, a fim de manter a estabilidade do SFN e, em œltima an‡lise, do pr—prio Pa’s.

No entanto, formular a pol’tica de moeda e crŽdito Ž algo muito amplo e abstrato.

O CMN tambŽm atua de forma mais pr‡tica, atendendo a diversas fun•›es que objetivam a formula•‹o da pol’tica de moeda e crŽdito.

Vejamos as principais com os devidos coment‡rios. Ressalta-se que as fun•›es aqui citadas da mesma maneira que na Lei, pois Ž como geralmente a banca solicita na prova

¥ Regular o valor interno da moeda - Serve tanto para prevenir, como corrigir os surtos inflacion‡rios ou deflacion‡rios de origem interna ou externa, as depress›es econ™micas e outros desequil’brios oriundos de fen™menos conjunturais.

Ligada a esta fun•‹o, est‹o tambŽm as medidas adotadas pelo CMN para adaptar o volume dos meios de pagamento ˆs reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento. Neste sentido, a Lei que instituiu o Plano Real estabelece que cabe ao CMN estabelecer o conceito ampliado de moeda, alŽm de autorizar o Banco Central a exceder em atŽ 20% (vinte por cento) as emiss›es de reais autorizadas, em situa•›es extraordin‡rias.

¥ Regular o valor externo da moeda e o equil’brio no balan•o de pagamento

do Pa’s, tendo em vista a melhor utiliza•‹o dos recursos em moeda estrangeira Ð O

CMN pode editar diretrizes com o objetivo de regular o valor da moeda nacional

em rela•‹o ao valor das moedas internacionais, principalmente o d—lar. Nas

transa•›es que o Brasil estabelece como os demais pa’ses h‡ troca de moedas. Ou

seja, quando o Pa’s efetua vendas ao exterior, ele recebe l‡ fora provavelmente

em d—lares e necessita converter estes d—lares em reais. Neste tipo de transa•‹o se

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negativo, redu•‹o com tend•ncia de valoriza•‹o d amoeda. Na pr‡tica, o CMN normatiza os instrumentos e formas de administra•‹o das divisas externas, com o objetivo de manter o equil’brio no balan•o de pagamentos. TambŽm cabe ao CMN definir a forma como o Banco Central do Brasil administrar‡ as reservas internacionais.

¥ Estabelecer as metas de infla•‹o Ð As metas de infla•‹o e os respectivos intervalos de toler‰ncia s‹o estabelecidos anualmente pelo CMN e consistem na varia•‹o anual de ’ndice de pre•os de ampla divulga•‹o. Atualmente o ’ndice utilizado Ž o IPCA. Considera-se que a meta foi cumprida quando a varia•‹o acumulada da infla•‹o - medida pelo IPCA, relativa ao per’odo de janeiro a dezembro de cada ano calend‡rio - situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de toler‰ncia.

¥ Orientar a aplica•‹o dos recursos das institui•›es financeiras, quer pœblicas, quer privadas Ð Esta disposi•‹o significa que compete ao CMN estabelecer quais institui•›es financeiras podem exercer atividades nos segmentos dos mercados financeiros. Por exemplo, os bancos comerciais operam no mercado de crŽdito pois foram orientados pelo CMN a aplicar dos seus recursos neste sentido.

¥ Propiciar o aperfei•oamento das institui•›es e dos instrumentos financeiros, com vistas ˆ maior efici•ncia do sistema de pagamentos e de mobiliza•‹o de recursos Ð Trata-se de uma importante fun•‹o com vistas a melhorar a atividade principal do SFN: a intermedia•‹o financeira. Desta maneira, o CMN pode estabelecer diretrizes com o objetivo de trazer efici•ncia ˆ intermedia•‹o de recursos entre poupadores e devedores.

¥ Zelar pela liquidez e solv•ncia das institui•›es financeiras Ð As institui•›es financeiras, participantes do SFN, possuem importantes fun•›es na economia.

Imagine que os dep—sitos de todos os brasileiros sejam efetuados no Banco do Brasil.

O que acontece com a economia brasileira se o BB quebrar? Provavelmente algo

muito tr‡gico. Desta maneira, o CMN tem como fun•‹o criar diretrizes para zelar

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pela liquidez (necessidade de recursos para cumprimento de obriga•›es a curto prazo) e solv•ncia (garantia de cumprimento de todas as obriga•›es) das institui•›es financeiras participantes do SFN.

¥ Coordenar as pol’ticas monet‡ria, credit’cia, or•ament‡ria, fiscal e da d’vida pœblica, interna e externa Ð O Governo tem diversas fun•›es a cumprir. Dentre elas est‡ a pol’tica monet‡ria e credit’cia (oferta de moeda, liquidez e recursos para investimentos na economia) e a pol’tica fiscal (compreende os gastos do governo com consumo investimento, que s‹o evidenciados no or•amento pœblico). A fim de prevenir abusos e irregularidades no gerenciamento destas pol’ticas, sobretudo em rela•‹o ao crescimento da d’vida pœblica, interna e externa, o CMN coordena as diretrizes destas atividades. Do ponto de vista pr‡tico, talvez o melhor exemplo de cumprimento desta fun•‹o est‡ na defini•‹o dos membros do CMN: Ministro da Fazenda (respons‡vel pela pol’tica fiscal e d’vida pœblica), Presidente do Bacen (respons‡vel pela pol’tica monet‡ria) e Ministro do Planejamento (respons‡vel pelo or•amento).

¥ Autorizar as emiss›es de papel-moeda Ð Veremos adiante que as emiss›es de papel-moeda est‹o a cargo do Banco Central. No entanto, o CMN autoriza as emiss›es. A pr—pria Lei fornece um exemplo desta fun•‹o. Quando necess‡rio atender as exig•ncias das atividades produtivas e da circula•‹o da riqueza do Pa’s, o CMN pode autorizar o Banco Central emitir, anualmente, atŽ o limite de 10% dos meios de pagamento existentes atŽ 31 de dezembro do ano anterior, desde que autorizado pelo Poder Legislativo para tanto.

Desta fun•‹o do CMN derivam outras, como:

(i) Estabelecer condi•›es para que o Banco Central da Repœblica do Brasil emita moeda-papel;

(ii) Aprovar os or•amentos monet‡rios, preparados pelo Banco Central da

0

(21)

(iii) Determinar as caracter’sticas gerais das cŽdulas e das moedas

Todas elas s‹o referentes ˆ autoriza•‹o concedida ao Banco Central para a emiss‹o de papel-moeda.

¥ Fixar as diretrizes e normas da pol’tica cambial Ð Como j‡ mencionado, cabe ao CMN regular o valor da moeda. Uma das maneiras de se fazer isto Ž atravŽs da fixa•‹o de diretrizes e normas que a pol’tica cambial deve seguir.

¥ Disciplinar o crŽdito em todas as suas modalidades e as opera•›es credit’cias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e presta•›es de quaisquer garantias por parte das institui•›es financeiras Ð Certas institui•›es financeiras realizam opera•›es de crŽdito, ou seja, emprestam recursos aos indiv’duos que solicitarem. Ao CMN cabe regular e disciplinar as maneiras que estas atividades ser‹o feitas.

¥ Regular a constitui•‹o, funcionamento e fiscaliza•‹o dos que exercerem atividades subordinadas ao SFN, bem como a aplica•‹o das penalidades previstas Ð Basicamente, cabe ao CMN regular e disciplinar a atua•‹o de todas as institui•›es pertencentes ao SFN.

¥ Limitar, sempre que necess‡rio, as taxas de juros, descontos comiss›es e qualquer outra forma de remunera•‹o de opera•›es e servi•os banc‡rios ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da Repœblica do Brasil Ð O CMN, sempre que entender necess‡rio, pode limitar as taxas de juros, bem como outras remunera•›es usufru’das pela presta•‹o de servi•os banc‡rios e financeiros.

Esta fun•‹o j‡ foi utilizada em demasia no per’odo que o Brasil apresentou alta infla•‹o.

¥ Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos

pœblicos (atualmente chamadas de sociedades corretoras de t’tulos e valores

mobili‡rios) Ð As Bolsas de Valores e as Sociedades Corretores de T’tulos e Valores

(22)

Mobili‡rios s‹o entidades participantes do SFN (veremos adiante suas caracter’sticas), que seguem diretrizes gerais estabelecidas pelo CMN.

¥ Expedir normas gerais de contabilidade e estat’stica a serem observadas pelas institui•›es financeiras Ð Normas cont‡beis e de estat’stica s‹o fundamentais para o exerc’cio das atividades do SFN. Desta maneira, cabe ao CMN expedi-las.

C ONSELHO N ACIONAL DE S EGUROS P RIVADOS (CNSP)

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) formula as diretrizes e normas para o setor do Sistema Financeiro Nacional respons‡vel pelos seguros privados.

Mas, o que s‹o seguros privados?

S‹o contratos firmados entre uma sociedade seguradora e um interessado em se proteger contra eventuais riscos e conting•ncias predeterminados.

S‹o seguros privados os seguros de coisas, pessoas, bens, responsabilidades, obriga•›es, direitos e garantias, ou seja, n‹o Ž s— o seguro de coisas (carro, por ex.), mas tambŽm seguro de vida etc.

As principais fun•›es do CNSP s‹o as seguintes:

¥ Fixar as diretrizes e normas da pol’tica de seguros privados;

¥ Regular a constitui•‹o, organiza•‹o, funcionamento e fiscaliza•‹o dos que exercerem atividades de seguros privados, bem como a aplica•‹o das penalidades previstas;

¥ Estipular ’ndices e demais condi•›es tŽcnicas sobre tarifas, investimentos e outras rela•›es patrimoniais a serem observadas pelas Sociedades Seguradoras;

¥ Fixar as caracter’sticas gerais dos contratos de seguros;

¥ Fixar normas gerais de contabilidade e estat’stica a serem observadas pelas

(23)

¥ Estabelecer as diretrizes gerais das opera•›es de resseguro (as quais veremos adiante);

¥ Disciplinar as opera•›es de cosseguro (quando o valor assegurado Ž muito grande Ð imagine o valor que uma seguradora deveria pagar para um shopping que pegasse fogo por completo Ð Ž comum duas seguradoras prestarem juntas o servi•o de seguro);

¥ Disciplinar a corretagem de seguros e a profiss‹o de corretor;

¥ Regular o exerc’cio do poder disciplinar das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros, inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;

¥ Disciplinar a administra•‹o das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem e a fixa•‹o de emolumentos, comiss›es e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades, quando for o caso.

ƒ interessante fazer uma compara•‹o entre o CNSP e o CMN.

Vimos que este fixa as diretrizes e normas para as institui•›es financeiras, bolsas, bancos de c‰mbio, outros intermedi‡rios financeiros e administradores de recursos de terceiros.

O CNSP faz algo parecido, s— que aplicado ao mercado de seguros privados.

C ONSELHO N ACIONAL DE P REVIDæNCIA C OMPLEMENTAR (CNPC)

O Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar exerce a fun•‹o de —rg‹o regulador do regime de previd•ncia complementar operado pelas entidades fechadas de previd•ncia complementar.

Ele Ž o CMN deste importante setor, cujas entidades operadoras s‹o os fundos de

pens‹o (entidades fechadas de previd•ncia complementar).

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Atualmente o CNPC Ž um —rg‹o dentro da estrutura do MinistŽrio da Fazenda, pois este incorporou o MinistŽrio da Previd•ncia Social, ao qual o —rg‹o estava ligado anteriormente. E, deste modo, o Ministro da Fazenda Ž atualmente o Presidente do CNPC.

O Conselho Nacional de Previd•ncia Complementar contar‡ com 8 (oito) integrantes, com direito a voto e mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondu•‹o, sendo:

I. 5 (cinco) representantes do poder pœblico; e II. 3 (tr•s) indicados, respectivamente:

a) pelas entidades fechadas de previd•ncia complementar;

b) pelos patrocinadores e instituidores; e c) pelos participantes e assistidos.

Em fun•‹o das modifica•›es que est‹o sendo realizadas neste —rg‹o,

considera•›es adicionais ser‹o atualizadas neste t—pico quando oficialmente

publicadas.

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I NSTITUI‚ÍES S UPERVISORAS

A seguir, seguem as institui•›es supervisoras e correlatas mais importantes: BACEN, COPOM, CVM, CRSFN, COAF e SUSEP.

B ANCO C ENTRAL DO B RASIL (B ACEN )

Na tabela com as institui•›es pertencentes ao SFN, o Banco Central do Brasil (Bacen) figura como entidade supervisora, segue as diretrizes do Conselho Monet‡rio Nacional e supervisiona as entidades financeiras captadoras (ou n‹o) de dep—sitos ˆ vista, bancos de c‰mbio e demais institui•›es financeiras intermedi‡rias.

Evidentemente, Ž bastante coisa!

Antes de detalhar suas fun•›es, podemos resumi-las para facilitar a memoriza•‹o:

i. Emiss‹o de Moeda e execu•‹o dos servi•os de meio circulante.

ii. Formula•‹o, execu•‹o, e acompanhamento das pol’ticas cambial, monet‡ria e credit’cia.

iii. Formula•‹o, execu•‹o e acompanhamento da pol’tica de rela•›es financeiras com o exterior.

iv. Recebimento de dep—sitos compuls—rios e volunt‡rios dos bancos comerciais e concess‹o de crŽdito a eles.

v. Deposit‡rio das reservas internacionais do Pa’s.

¥ EMISSOR DE MOEDA

Esta Ž a primeira e, talvez, mais conhecida fun•‹o do Bacen.

O Banco Central detŽm o monop—lio das emiss›es de papel-moeda e moeda

met‡lica. O CMN estabelece os limite e diretrizes para a emiss‹o, mas quem emite

os ÒReaisÓ Ž o Banco Central.

(26)

A moeda Ž algo necess‡rio e sua import‰ncia, intuitiva. Todas as transa•›es econ™micas realizadas no Pa’s s‹o liquidadas em moeda. Quando compramos ou vendemos bens e servi•os, utilizamos moeda para pagar/receber estes bens.

Seria muito estranho se fosse de outra maneira. Imagine que este curso fosse vendido mediante a entrega de alimentos ao EstratŽgia Concursos. Os alunos interessados a aprova•‹o do Concurso trariam alimentos atŽ a sede do EstratŽgia, que forneceria as aulas. Seria algo extremamente custoso e ineficiente.

No entanto, o excesso de moeda tambŽm Ž algo prejudicial. Quantidade de moeda superior ˆ necessidade dos indiv’duos geralmente provoca infla•‹o.

Vamos a um exemplo.

No Brasil existe apenas 1 produto a venda (pipoca), vendido pelo pr—prio governo.

Os habitantes do Pa’s, tendo ao todo R$ 1.000,00, compram 1 mil unidades de pipoca ao pre•o de R$ 1,00.

Portanto, 1mil unidades de pipoca s‹o vendidas por m•s.

Agora, o Brasil eleva a quantidade de moeda em 100%, ou seja, h‡ dispon’veis R$

2 mil em circula•‹o.

Mas, a quantidade de pipoca produzida permanece a mesma. Afinal, demora certo tempo para mais milho ser produzido, mais panelas fabricadas e assim por diante.

O que acontece com o pre•o da pipoca?

Bom, as mesmas 1 mil unidades de pipoca passam a ser vendidas por R$ 2,00. Toda a moeda na economia s— pode comprar pipoca, pois este Ž o œnico produto vendido. Evidentemente ninguŽm ir‡ ÒrasgarÓ dinheiro.

Portanto, mais moeda na economia provocou aumento no pre•o da pipoca.

O exemplo Ž simples, mas serve para demonstrar o efeito do aumento da

(27)

Mais moeda = pre•os mais altos = mais infla•‹o.

AlŽm da emiss‹o de moeda propriamente dita, o Bacen pode controlar a quantidade de moeda em circula•‹o na economia de outras formas, efetuando, assim, a pol’tica monet‡ria.

Abaixo, seguem as maneiras poss’veis:

i. Emiss‹o de moeda Ð Exemplo j‡ citado, mas que est‡ repetido devido a sua import‰ncia. De acordo com os limites autorizados pelo CMN, o Bacen emite papel- moeda e moeda met‡lica.

ii. Executar os Servi•os de Meio Circulante Ð Substituir as moedas com defeito, ou rasgadas, ou atŽ mesmo que desaparecem de circula•‹o. Desta maneira, o Bacen atende ˆ demanda por moeda.

iii. Exercer o controle do crŽdito sob todas as suas formas Ð Ao controlar o crŽdito em circula•‹o na economia, o Bacen controla a quantidade de moeda.

iv. Receber os recolhimentos compuls—rios e os dep—sitos volunt‡rios ˆ vista das institui•›es financeiras Ð Os Bancos Comercias que recebem dep—sitos ˆ vista podem criar dinheiro. Quando depositamos certa quantia em nossa conta corrente permanecemos com o saldo pronto para ser sacado.

No entanto, o Banco utiliza estes valores para realizar suas opera•›es financeiras.

Ele pode emprestar a outros correntistas ou aplicar o dinheiro de diversas outras formas. Deste modo, o saldo que aparece em nossa conta corrente Ž apenas virtual. Ele n‹o est‡ l‡ fisicamente, pois foi alocado em outras aplica•›es.

Estas opera•›es, ao elevar a quantidade de moeda em circula•‹o, promovem

tambŽm aumento de pre•os e da infla•‹o. Nesta perspectiva, o Banco Central

recolhe compulsoriamente certo percentual dos dep—sitos ˆ vista e a prazo

alocado nos Bancos Comerciais. Esta opera•‹o, conhecida popularmente

como Òcompuls—rioÓ permite ao Bacen controlar a quantidade de moeda em

circula•‹o na economia

(28)

Da mesma maneira, o Bacen pode recolher os dep—sitos volunt‡rios dos Bancos Comerciais, ou seja, servir de ÒBanco dos BancosÓ.

v. Efetuar, como instrumento de pol’tica monet‡ria, opera•›es de compra e venda de t’tulos pœblicos federais Ð O Governo Federal pode apresentar dŽficit em suas opera•›es financeiras. Simplesmente, se tiver mais despesas que receitas em determinado per’odo, o Governo est‡ com a conta Òno negativoÓ.

Mas, existem algumas formas de financiar este dŽficit. Umas delas Ž a emiss‹o de t’tulos pœblicos. O Governo, atravŽs da Secretaria do Tesouro Nacional, vende estes t’tulos ao setor privado, que compra os papeis na expectativa de auferir rendimentos.

O Banco Central pode realizar opera•›es de compra e venda destes t’tulos junto ao setor privado.

Aten•‹o! O Banco Central n‹o pode comprar t’tulos diretamente do Governo Federal. Isto Ž proibido pela CF/88. O que ele faz Ž comprar os t’tulos que est‹o em posse do setor privado, a fim de realizar pol’tica monet‡ria.

ƒ simples. Comprando os t’tulos do setor privado, o BACEN paga em dinheiro e eleva a quantidade de moeda em circula•‹o na economia. Do mesmo modo, caso queira vender t’tulos ao setor privado, este paga com dinheiro. Como resultado, menos dinheiro permanece em circula•‹o na economia.

Resumindo:

VENDA DE TêTULO AO SETOR PRIVADO è DIMINUI A CIRCULA‚ÌO DE MOEDA COMPRA DE TêTULOS DO SETOR PROVADO è AUMENTA A CIRCULA‚ÌO DE MOEDA.

Desta maneira, caso o Banco Central pretenda realizar uma pol’tica monet‡ria

expansionista (aumentar a quantidade de moeda na economia) ele compra t’tulos

do setor privado. Do contr‡rio, caso queira praticar pol’tica monet‡ria

(29)

Este tipo de opera•‹o Ž chamado de opera•‹o de mercado aberto (open market) e ser‡ vista com maiores detalhes na Aula que tratar do tema mercado monet‡rio.

¥ BANCO DOS BANCOS

J‡ foi mencionada umas das opera•›es em que o BACEN serve como banco dos bancos. Ao receber dep—sitos volunt‡rios das institui•›es financeiras, cumpre esta fun•‹o.

Mas, h‡ algumas outras que se enquadram neste quesito.

Basicamente, o BACEN funciona como banco dos bancos quando presta servi•os eminentemente financeiros aos Bancos Comerciais. Quando um banco comercial precisa de financiamento e o BACEN concede, ele age como banco dos bancos.

Do mesmo modo, como j‡ citado, quando os bancos comerciais procuram um ÒrepousoÓ para seus recursos, o Banco Central atende e os deposita em seus cofres.

Esta fun•‹o j‡ foi detalhada. Vamos compreender como o Banco Central concede emprŽstimos aos Bancos Comerciais.

O Banco Central realiza opera•›es de redesconto e emprŽstimos ˆs institui•›es financeiras banc‡rias. Bom, vamos por partes.

Primeiramente, cabe definir o que s‹o institui•›es financeiras bancarias. S‹o aquelas que exercem as atividades de Bancos Comerciais, ou seja, que recebem dep—sitos ˆ vista. Desta maneira, um Banco de Investimentos, mesmo que fa•a parte do SFN, n‹o pode receber do Banco Central emprŽstimos e redescontos, tendo em vista que n‹o recebem dep—sitos ˆ vista (mais adiante este tema ser‡

tratado com mais detalhes).

Os redescontos s‹o crŽditos concedidos pelo Banco Central ˆs institui•›es

financeiras banc‡rias que sofram de problemas de liquidez no curto prazo, ou seja,

que apresentam dŽbitos mais elevados que crŽditos e n‹o tenham como cumprir

com suas obriga•›es no curto prazo. Um bom exemplo Ž o Banco Comercial que

n‹o consegue cumprir com os saques di‡rios de seus correntistas.

(30)

Nesta hip—tese, o Banco Central concede recursos a estas institui•›es, que garantem a opera•‹o depositando t’tulos pœblicos federais nos cofres do Bacen. A opera•‹o Ž chamada de redesconto pois este Ž o nome da taxa de juros cobrada, o redesconto.

Nestes casos o BACEN funciona como emprestador de œltima inst‰ncia. Isto Ž, como os bancos n‹o conseguem tomar emprŽstimos no mercado com outras institui•›es financeiras, pois est‹o geralmente em situa•‹o de dificuldade, eles recorrem ao BACEN.

Bom, estes conceitos s‹o mais do que suficientes para a compreens‹o da fun•‹o de Banco dos Bancos exercida pelo BACEN, e s‹o resumidos como:

i. Receber dep—sitos volunt‡rios

ii. Conceder emprŽstimos e redescontos

¥ BANCO DO GOVERNO

O Banco Central Ž o respons‡vel pelo dep—sito das reservas internacionais que o Pa’s possui.

Nas transa•›es econ™micas que o Brasil efetua com outras na•›es, o Pa’s pode apresentar saldos positivos, ou negativos.

Por exemplo, nas transa•›es feitas com a Argentina, o Brasil pode exportar R$ 1 mil e importar R$ 10 mil. Neste cen‡rio apresenta um dŽficit de R$ 9 mil.

Mas, pode tambŽm apresentar super‡vits. Neste caso, o Brasil recebe mais recursos do que precisa para pagar suas opera•›es com o resto do mundo e, portanto, acumula reservas internacionais.

O que fazer com estas reservas? Ora, depositar no Bacen!

A Lei 4.595/64 define que o Bacen deve ser o deposit‡rio das reservas oficiais de

ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque (DES).

(31)

ƒ exatamente o que acabamos de explicar. As reservas se dividem em 3 maneiras:

moeda estrangeira (comumente em d—lar dos Estados Unidos) ouro e DES.

Os Direitos Especiais de Saque nada mais s‹o que uma moeda criada pelo Fundo Monet‡rio Internacional (FMI), que serve para ser trocada entre os Bancos Centrais dos pa’ses.

Neste t—pico, ainda Ž necess‡rio fazer um alerta.

As transa•›es entre o Banco Central e o Governo Federal s‹o limitadas e devem seguir diversos regulamentos.

Em suma, precisamos saber que:

i.O Banco Central n‹o pode conceder emprŽstimos e financiamentos ao Governo Central. Isto j‡ foi explicado quando citamos a proibi•‹o do Banco Central em comprar t’tulos emitidos pelo Tesouro Nacional.

ii.As disponibilidades de caixa do Governo Federal ser‹o depositadas no Banco Central. Ou seja, os valores em caixa que pertencem ˆ Uni‹o, reservados para cumprir com suas obriga•›es ou para simples reserva, devem ser depositados no BACEN.

¥ SUPERVISÌO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Vimos que o BACEN Ž parte das Institui•›es Supervisoras do SFN.

Evidentemente, deve supervisionar alguŽm, ou algo. As institui•›es sob supervis‹o do BACEN s‹o:

i. Institui•›es que captam dep—sitos ˆ vista. Os Bancos Comerciais s‹o o melhor exemplo.

ii. Institui•›es financeiras que n‹o captam dep—sitos ˆ vista. Os Bancos de Investimento servem de exemplo: eles atuam captando dep—sitos a prazo e aplicando-os em t’tulos das mais diversas espŽcies.

iii. Bancos de C‰mbio

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iv. Outras entidades financeiras que intermediam recursos.

O Bacen exerce a atividade de supervis‹o de diversas maneiras. ƒ necess‡rio compreender as seguintes:

¥ Exercer a fiscaliza•‹o das institui•›es financeiras e aplicar as penalidades previstas

¥ Conceder autoriza•‹o ˆs institui•›es financeiras, a fim de que possam:

a) funcionar no Pa’s;

b) instalar ou transferir suas sedes, ou depend•ncias, inclusive no exterior;

c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;

d) praticar opera•›es de c‰mbio, crŽdito real e venda habitual de t’tulos da d’vida pœblica federal, estadual ou municipal, a•›es, deb•ntures, letras hipotec‡rias e outros t’tulos de crŽdito ou mobili‡rios;

e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;

f) alterar seus estatutos;

g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acion‡rio.

¥ Determinar que as matrizes das institui•›es financeiras registrem os cadastros das firmas que operam com suas ag•ncias h‡ mais de um ano

¥ Autorizar institui•›es financeiras estrangeiras a operar no Brasil. Esta autoriza•‹o Ž valida apenas mediante Decreto do Poder Executivo. Desta forma, conclui-se que, para uma institui•‹o financeira estrangeira funcionar, faz-se necess‡ria AUTORIZA‚AO DO BACEN E DECRETO DO PODER EXECUTIVO.

¥ Estabelecer condi•›es para a posse e para o exerc’cio de quaisquer cargos

de administra•‹o de institui•›es financeiras privadas, assim como para o exerc’cio

de quaisquer fun•›es em —rg‹os consultivos, fiscais e semelhantes.

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¥ Regular a execu•‹o dos servi•os de compensa•‹o de cheques e outros papŽis

¥ Exercer permanente vigil‰ncia nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em rela•‹o ˆs modalidades ou processos operacionais que utilizem

Todas as fun•›es acima s‹o autoexplicativas e, como j‡ sabemos, cabem ao Bacen.

Bom, finalizamos as fun•›es exercidas pelo BACEN.

Para auxiliar, que tal um esquema para memorizar o t—pico?

C OMITæ DE P OLêTICA M ONETçRIA (C OPOM )

O Conselho de Pol’tica Monet‡ria (COPOM) foi institu’do em 20 de junho de 1996, com o objetivo de implementar a pol’tica monet‡ria, definir a meta da Taxa Selic e analisar o Relat—rio de Infla•‹o.

As fun•›es do COPOM est‹o quase que diariamente na m’dia comum e especializada.

•Emissão de Moeda

•Execução dos serviços de meio circulante

Emissor de Moeda

•Redesconto

•Cofre dos bancos comerciais

Banco dos Bancos

•Depositário das reservas internacionais

•Depositário do caixa do Governo Federal

Banco do Governo

•Autorização e fiscalização das instituições financeiras, que recebem depósitos a vista ou nao, assim como bancos de câmbio e

demais instituições intermediárias

Supervisão

•Formulação, execução, e acompanhamento das políticas cambial, monetária e creditícia

Outras

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Afinal, todos j‡ nos deparamos com a legenda Selic. Mas, afinal, qual o seu significado.

A SELIC Ž a taxa de juros mŽdia apurada diariamente pelo Sistema Especial de Liquida•‹o e Cust—dia (Selic). Portanto, antes de saber seu significado, j‡ sabemos que a taxa tem este nome devido ao sistema em que Ž apurado. Ok?

A taxa SELIC Ž determinada nas opera•›es de financiamento, lastreadas por t’tulos pœblicos federais, realizadas diariamente no mercado.

Vamos entender por meio de um exemplo.

Os Bancos Comerciais emprestam recursos a outros Bancos Comerciais diariamente, pois todos eles devem fechar o dia com entradas e sa’das de recursos equilibradas. Isto Ž, caso, por exemplo, o Banco do Brasil (BB) encerre o dia com retiradas maiores que dep—sitos, ele precisa captar recursos no mercado para equilibrar o saldo destas opera•›es.

Ent‹o, o BB recorre a outros Bancos Comerciais, que emprestam estes recursos, cobrando, evidentemente, uma taxa de juros para realizar esta opera•‹o.

Digamos que a taxa de juros mŽdia cobrada neste tipo de opera•‹o Ž igual a 20%

a.a. Ou seja, a Taxa Selic Ž de 20% a.a.

O COPOM entende que esta taxa Ž muito alta e, em suas reuni›es, estabelece que o objetivo da Taxa Selic Ž de 10% a.a.

O Banco Central, cumprindo sua fun•‹o de respons‡vel pela pol’tica monet‡ria, come•a a conceder crŽdito aos bancos no mercado com esta taxa de juros (10%

a.a.). Pela lei da oferta e da procura, esta taxa inferior ocasiona maior demanda por recursos conferidos pelo BACEN, ao invŽs dos recursos concedidos pelos Bancos Comerciais.

O que acontece com a Taxa Selic?

(35)

Os Bancos Comerciais, interessados nestes financiamentos, passam a reduzir a taxa de juros cobrada em suas opera•›es. Como a Taxa SELIC Ž uma mŽdia estabelecida nas opera•›es de mercado, ela passa a ter o valor reduzido, atŽ a meta definida pelo COPOM.

Portanto, a defini•‹o da Taxa Selic pelo COPOM influ•ncia em seu valor real, que Ž determinado pelo mercado.

Desta forma que fique gravado: o COPOM estabelece a meta da Taxa Selic; o valor real Ž determinado nas opera•›es de mercado, nas quais o Bacen intervŽm.

Bom, agora que j‡ sabemos o que Ž a Taxa Selic, podemos prosseguir com o que nos interessa: composi•‹o e fun•›es do COPOM.

O COPOM Ž composto pelo Presidente mais os Diretores do Banco Central do Brasil.

As reuni›es ordin‡rias do COPOM s‹o realizadas a cada 45 dias, somando, portanto, 8 reuni›es ordin‡rias por ano. O Presidente do Banco Central pode convocar reuni›es extraordin‡rias, desde que, presentes, no m’nimo, o Presidente (ou seu substituto) e metade do nœmero de Diretores.

As delibera•›es s‹o feitas por maioria simples dos votos, cabendo ao Presidente o voto de qualidade. Ou seja, caso aconte•a empate, o Presidente pode desempatar a vota•‹o.

A defini•‹o da Taxa Selic, e seu eventual viŽs, s‹o feitas nas reuni›es do COPOM, mediante vota•‹o.

J‡ explicamos a Taxa Selic. Mas, o que seria seu viŽs?

O viŽs Ž a tend•ncia da Taxa Selic. Ou seja, qual provavelmente ser‡ a defini•‹o da Taxa Selic na pr—xima reuni‹o. Esta sinaliza•‹o Ž importante, pois passa ˆ economia qual o objetivo de pol’tica monet‡ria pretendido pelo Banco Central.

Um viŽs de alta para a Taxa Selic significa que o COPOM entende que a meta da

Taxa Selic deve aumentar no futuro pr—ximo, assim como as demais taxas de juros

(36)

cobradas nas opera•›es financiamento. Provavelmente o Banco Central entende necess‡ria a pr‡tica de pol’tica monet‡ria mais r’gida, que encare•a o custo do dinheiro (atravŽs da eleva•‹o da taxa de juros), reduzindo o valor das opera•›es de financiamento.

A l—gica Ž simples. A taxa de juros representa o custo dos emprŽstimos. A capta•‹o de financiamentos deve ser amortizada com o acrŽscimo de juros. Quanto mais alta esta taxa, mais caro o financiamento e, consequentemente, menos atrativo aos tomadores.

E a redu•‹o de financiamentos resulta em efeitos recessivos na economia. E estes efeitos recessivos geram varia•›es no comportamento da infla•‹o.

Como foi citado acima, cabe ao COPOM analisar o Relat—rio de Infla•‹o. Caso entenda que a infla•‹o segue acima da meta, ou do intervalo da meta, pode apertar ainda mais a pol’tica monet‡ria atravŽs do aumento da meta (ou eleva•‹o do viŽs) da Taxa Selic. Novamente, taxa Selic mais elevada resulta em retra•‹o de emprŽstimos e efeitos recessivos na economia, conduzindo a infla•‹o ao centro da meta, ou dentro do intervalo permitido.

E qual seria, atualmente, a meta de infla•‹o?

Resposta: 4,5% a.a., podendo variar em 2% para cima e 2% para baixo. Portanto a infla•‹o pode se situar no intervalor 2,5% - 6,5% a.a.

Destaca-se que, a partir de 201, o intervalo da meta de infla•‹o ser‡ de 1,5%. Ou seja, a partir do exerc’cio de 2017 a infla•‹o poder‡ se situar no intervalor 3% - 6%

a.a.

Como vimos no t—pico destinado ao CMN, a meta de infla•‹o Ž definida pelo

Conselho Monet‡rio Nacional. Cumpre ao Banco Central, atravŽs do COPOM,

executar as pol’ticas necess‡rias para cumprimento da meta fixada.

(37)

Caso a meta n‹o seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgar‡

publicamente as raz›es do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de Estado da Fazenda, contendo:

i. Descri•‹o detalhada das causas do descumprimento;

ii. Provid•ncias para assegurar o retorno da infla•‹o aos limites estabelecidos;

e

iii. O prazo no qual se espera que as provid•ncias produzam efeito.

Pelo visto, descumprir a meta de infla•‹o Ž coisa sŽria.

Desta maneira, Ž poss’vel compreender a relev‰ncia na determina•‹o da Taxa Selic e na atua•‹o do COPOM.

Portanto, vamos resumir as fun•›es e composi•‹o do COPOM:

¥ Composto pelo Presidente e demais Diretores do Banco Central do Brasil

¥ 8 reuni›es ordin‡rias por ano (Reuni‹o a cada 45 dias)

¥ Implementar a pol’tica monet‡ria, definir a meta da Taxa Selic e analisar o Relat—rio de Infla•‹o.

C OMISSÌO DE V ALORES M OBILIçRIOS (CVM)

A Comiss‹o de Valores Mobili‡rios Ž a institui•‹o supervisora do mercado de valores mobili‡rios. Como j‡ citado em diversos momentos, possui fun•‹o normativa, supervisora, fiscalizadora e sancionat—ria. Todas elas ser‹o exploradas no decorrer deste t—pico.

Antes de iniciarmos, um aviso importante: o assunto ÒCVMÓ ser‡ praticamente

esgotado nesta aula. N‹o obstante, em outros t—picos tambŽm s‹o apresentadas

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fun•›es da CVM com mais detalhes. Por exemplo, nesta aula apresentaremos, dentre outras compet•ncias, a administra•‹o dos registros previstos da Lei 6.385/76 pela CVM, mas o detalhamento dos registros em si, apenas na aula espec’fica.

Continuando, o esquema os t—picos abaixo elencam o mandato legal da CVM, alinhados da mesma forma que a Autarquia faz em suas apresenta•›es institucionais

2

:

ü Desenvolvimento do mercado

Estimular a forma•‹o de poupan•a e a sua aplica•‹o em valores mobili‡rios;

promover a expans‹o e o funcionamento eficiente e regular do mercado de a•›es; e estimular as aplica•›es permanentes em a•›es do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art.

4¼, incisos I e II).

ü Efici•ncia e funcionamento do mercado

Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balc‹o;

assegurar a observ‰ncia de pr‡ticas comerciais equitativas no mercado de valores mobili‡rios; e assegurar a observ‰ncia, no mercado, das condi•›es de utiliza•‹o de crŽdito fixadas pelo Conselho Monet‡rio Nacional (Lei 6.385/76, art. 4¼, incisos III, VII e VIII).

ü Prote•‹o dos investidores

Proteger os titulares de valores mobili‡rios e os investidores do mercado contra

emiss›es irregulares de valores mobili‡rios; atos ilegais de administradores e

acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de

carteira de valores mobili‡rios; e o uso de informa•‹o relevante n‹o divulgada no

mercado de valores mobili‡rios. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou

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manipula•‹o destinadas a criar condi•›es artificiais de demanda, oferta ou pre•o dos valores mobili‡rios negociados no mercado (Lei 6.385/76, art. 4¼, incisos IV e V).

ü Acesso ˆ informa•‹o adequada

Assegurar o acesso do pœblico a informa•›es sobre os valores mobili‡rios negociados e as companhias que os tenham emitido, regulamentando a Lei e administrando o sistema de registro de emissores, de distribui•‹o e de agentes regulados (Lei 6.385/76, art. 4¼, inciso VI, e art. 8¼, incisos I e II).

ü Fiscaliza•‹o e puni•‹o

Fiscalizar permanentemente as atividades e os servi•os do mercado de valores mobili‡rios, bem como a veicula•‹o de informa•›es relativas ao mercado, ˆs pessoas que dele participam e aos valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da pr—pria CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art. 8¼, incisos III e V, e art. 11).

ƒ muito importante notar que o mandato legal da CVM se trata dos objetivos que a Autarquia e o CMN possuem conjuntamente no exerc’cio de suas compet•ncias.

Guarde isto, pois, como j‡ vimos, trata-se das imposi•›es legais que norteiam todo o trabalho da CVM (e do seu, caso aprovado)!

C

ONSTITUI‚ÌO E

O

RGANIZA‚ÌO

A CVM Ž uma entidade aut‡rquica em regime especial, vinculada ao MinistŽrio da Fazenda, com personalidade jur’dica e patrim™nio pr—prios, dotada de autoridade administrativa independente, aus•ncia de subordina•‹o hier‡rquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e or•ament‡ria.

Nos termos do Decreto-Lei n. 200/67, a autarquia Ž definida como o servi•o

aut™nomo, criado por lei, com personalidade jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios

para executar atividades t’picas da Administra•‹o Pœblica, que requeiram, para

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seu melhor funcionamento, gest‹o administrativa e financeira descentralizada (art.

5¼, I).

Ou seja, a autarquia exerce suas atividades, consideradas como t’picas da administra•‹o pœblica, de maneira descentralizada, com personalidade jur’dica pr—pria (CNPJ pr—prio), o que a titula como capaz de exercer direitos e suportar deveres com autonomia financeira, administrativa e patrimonial.

Na li•‹o de Hely Lopes Meirelles, "A autarquia n‹o age por delega•‹o, age por direito pr—prio e com autoridade pœblica, na medida do jus imperii que lhe foi outorgado pela lei que a criou. Como pessoa jur’dica de Direito Pœblico interno, a autarquia traz ’nsita, para a consecu•‹o de seus fins, uma parcela do poder estatal que lhe deu vida. Sendo um ente aut™nomo, n‹o h‡ subordina•‹o hier‡rquica da autarquia para com a entidade estatal a que pertence, porque, se isto ocorresse, anularia seu car‡ter aut‡rquico. H‡ mera vincula•‹o ˆ entidade matriz que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso no poder de corre•‹o final’stica do servi•o aut‡rquico."

3

No entanto, a CVM n‹o Ž apenas uma autarquia, mas uma autarquia em regime especial. Isto quer dizer que a lei (mais precisamente a Lei 6.385/76) confere ˆ CVM mais privilŽgios, com o objetivo de conferir a ela maior autonomia na consecu•‹o do seu mandato legal e compet•ncias.

N‹o cabe aqui afirmar quais compet•ncias caracterizam a CVM como autarquia e quais a caracteriza como autarquia especial. Todas vistas no decorrer desta aula atendem ˆ sua caracteriza•‹o como autarquia especial, como preceitua a Lei citada.

Continuando, a CVM Ž administrada por um Presidente e quatro Diretores,

nomeados pelo Presidente da Repœblica, depois de aprovados pelo Senado

(41)

Federal, dentre pessoas de ilibada reputa•‹o e reconhecida compet•ncia em matŽria de mercado de capitais. Os seguintes dispostos s‹o a eles aplic‡veis:

ü Mandato de 5 anos, vedada a recondu•‹o ao mesmo cargo. Isso significa, por exemplo, que um Diretor pode ser nomeado Diretor Presidente, mas um Diretor n‹o pode ser reconduzido como Diretor ap—s o final do seu mandato.

ü A cada ano Ž renovado 1/5 dos membros da Diretoria Colegiada. O significado desta disposi•‹o Ž simples: a cada ano Ž encerrado o mandato de um Diretor.

Outra consequ•ncia Ž derivada desta norma: se um dos Diretores encerrar seu mandato antes dos 5 anos previstos, seu substituto ir‡ exercer o cargo atŽ o tŽrmino do mandato do Diretor ÒoriginalÓ. Por exemplo, se o Diretor A foi nomeado, mas renunciar ao mandato no final de primeiro ano, seu substituto, o Diretor B, ter‡ 4 anos de mandato, e n‹o 5.

ü Os Diretores somente perder‹o o mandato em virtude de (i) renœncia, (ii) de condena•‹o judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar e/ou de (iii) inobserv‰ncia, dos deveres e das proibi•›es inerentes ao cargo. Esta Ž uma das mais importantes disposi•›es em rela•‹o ˆ autonomia operacional da CVM, tendo em vista que os Diretores possuem mandato fixo, n‹o podendo ser retirados do cargo por conveni•ncia pol’tica, por exemplo.

ü Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo administrativo disciplinar, que ser‡ conduzido por comiss‹o especial, competindo ao Presidente da Repœblica determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento. Como o Presidente da Repœblica nomeia, ele tambŽm pode proferir o julgamento do processo administrativo disciplinar que pode resultar na perda do mandato dos Diretores.

ü No caso de renœncia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comiss‹o

de Valores Mobili‡rios, assumir‡ o Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa

ordem, atŽ nova nomea•‹o, sem preju’zo de suas atribui•›es. A presente

disposi•‹o aplica-se apenas ao Diretor Presidente, lembrando que a nova

nomea•‹o segue os mesmos tramites da prevista para a nomea•‹o de

(42)

Diretores (indica•‹o pelo Presidente da Repœblica, sabatina pelo Senado Federal e nomea•‹o pelo Presidente da Repœblica).

ü No caso de renœncia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-‡ ˆ nova nomea•‹o pela forma disposta, para completar o mandato do substitu’do. Como j‡ citado, o novo nomeado completa o mandato do anterior.

Os Diretores mais o Diretor Presidente formam um —rg‹o da CVM: o Colegiado (ou Diretoria Colegiada, se preferir). Este —rg‹o Ž muito importante, pois compete a ele fixar a pol’tica geral da CVM e expedir os atos normativos e exercer outras atribui•›es legais e complementares de compet•ncia da CVM. Em resumo, Ž o Colegiado que administra a CVM.

C

OMPETæNCIAS

A Lei 6.385/76 elenca diversas compet•ncias da CVM atravŽs de diferentes prismas e considera•›es. Algumas caracterizam-se como poder-dever (as quais a Autarquia deve praticar), outras s‹o discricion‡rias, a depender da conveni•ncia e oportunidade da situa•‹o; algumas possuem como destinat‡rios todo o mercado de capitais, enquanto outras s‹o destinadas a participantes espec’ficos do mercado.

Em fun•‹o desta gama de compet•ncias, elas seguem abaixo ordenadas de acordo com a classifica•‹o proposta com a finalidade de facilitar o entendimento da matŽria.

Gerais e N‹o Discricion‡rias

Neste item est‹o inclusas as compet•ncias n‹o discricion‡rias (poder-dever) que possuem todo o mercado de capitais como destinat‡rio, com os coment‡rios necess‡rios:

ü Regulamentar, com observ‰ncia da pol’tica definida pelo Conselho Monet‡rio

Nacional, as matŽrias expressamente previstas na Lei 6.385/76 (Lei que disciplina

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aula e em aulas posteriores) e na Lei 6.404/76 (a Lei das Sociedades An™nimas, cujos termos relevantes ser‹o vistos na aula de Companhias Abertas);

ü Administrar os registros institu’dos pela Lei 6.404/76. A rigor, a CVM possui 3 espŽcies de registros: (i) registro dos emissores, como as companhias abertas e os fundos de investimento; (ii) registro da emiss‹o dos valores mobili‡rios, quando distribu’dos publicamente (a regra geral Ž exigir emiss‹o de distribui•‹o pœblica; as distribui•›es privadas s‹o dispensadas de registro); e (iii) registro de pessoas e institui•›es para operarem no mercado de valores mobili‡rios, em geral prestando servi•os no sistema de negocia•‹o, distribui•‹o e custodia de valores mobili‡rios (como as entidades administradoras de mercados, SCTVMs, SDTVMs, deposit‡rios centrais etc.)

ü Fiscalizar permanentemente as atividades e os servi•os do mercado de valores mobili‡rios, bem como a veicula•‹o de informa•›es relativas ao mercado, ˆs pessoas que dele participem, e aos valores nele negociados. Basicamente, esta Ž fun•‹o fiscalizat—ria da CVM e compreende a fiscaliza•‹o das seguintes pessoas/atividades:

o a emiss‹o e distribui•‹o de valores mobili‡rios no mercado;

o a negocia•‹o e intermedia•‹o no mercado de valores mobili‡rios;

o a negocia•‹o e intermedia•‹o no mercado de derivativos;

o a organiza•‹o, o funcionamento e as opera•›es das Bolsas de Valores;

o a organiza•‹o, o funcionamento e as opera•›es das Bolsas de Mercadorias e Futuros;

o a administra•‹o de carteiras e a cust—dia de valores mobili‡rios;

o a auditoria das companhias abertas; e

o os servi•os de consultor e analista de valores mobili‡rios.

ü Propor ao Conselho Monet‡rio Nacional a eventual fixa•‹o de limites m‡ximos

de pre•o, comiss›es, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas

pelos intermedi‡rios do mercado; e

Referências

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