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PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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Academic year: 2022

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PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Pau-Brasil em São Paulo:

um exemplo de cidadania e amor à vida.

MÓDULO 2

PRODUÇÃO DE SEMENTES DE PAU-BRASIL.

COORDENADOR Prof. Dr. Sérgio Valiengo Valeri DEPARTAMENTO: Produção Vegetal

BOLSISTAS: Ebson Silva

COLABORADORES: Paulo de Paula Lopes Lemos; Carlos Eduardo Junqueira Ferreira de Lima

COAUTORES E EX-BOLSISTAS: Ariadne Felício Lopo de Sá; Phelippe Sant Anna Honório Ferreira

2 0 1

7

BIOLOGIA REPRODUTIVA

Sistema sexual: planta monóica apresentando flor com ambos os sexos, hermafrodita (CARVALHO, 2003), sendo que a maturação dos órgãos sexuais da mesma planta não ocorre ao mesmo tempo, o que favorece a polinização cruzada entre diferentes árvores, evitando a autofecundação.

Vetores de polinização: principalmente abelhas e insetos pequenos (CARVALHO, 2003).

Processo reprodutivo: inicia-se a partir dos três anos de idade, na região Nordeste e no estado de São Paulo, a partir dos quatro anos, em árvores plantadas (CARVALHO, 2003).

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FENOLOGIA:

A fenologia das plantas é influenciada por fatores climáticos, em especial a precipitação (MORELLATO, 1991), umidade relativa do ar (ALENCAR et al., 1979), oscilação de temperatura (MANTOVANI e MARTINS, 1988), temperatura em si (ALENCAR et al., 1979; BARROS e CALDAS, 1972; RIZZO et al., 1971; PIMENTEL et al., 1977; DUTRA, 1987), luminosidade (AGUIAR, 2001) e hormonais segundo Alvim (1966 apud MAGALHÃES e ALENCAR, 1979).

Floração: Segundo Aguiar (2001), a ocorrência da fenofase floração das três variantes morfológicos se dá em dois períodos: um no início e outro no final do ano.

Floração Principal: na fase de transição da estação seca-fria para chuvosa- quente (setembro/outubro), essa floração é marcada por alta produtividade.

Floração Secundária: final da estação chuvosa-quente (fevereiro/março).

Frutificação: Ocorre também em dois períodos, após a floração principal e secundária (AGUIAR, 2001).

Frutificação Principal: a maturação dos frutos acontece em plena estação chuvosa (novembro/dezembro), quando a umidade do solo e a temperatura são elevadas, condições consideradas ideais para que ocorra germinação natural das sementes.

Frutificação secundária: ocorre durante a estação seca (abril/maio), quando as condições ambientais já não são tão favoráveis para a germinação.

Os períodos apresentados acima sugerem que o pau-brasil floresce e frutifica melhor (floração e frutificação principal) quando a umidade relativa do ar é baixa e a luminosidade e temperatura são altas.

Mudança foliar:

Queda parcial de folhas: acontece durante a estação seca, cuja umidade relativa do ar e temperatura são baixas (julho/agosto), este, geralmente, é o período de maior estresse hídrico para a planta (RIZZO et al., 1971; PIMENTEL et al., 1977; DUTRA, 1987).

Produção de folhas novas: ocorre de setembro a abril, sendo que o brotamento se inicia pouco antes da floração principal (AGUIAR, 2001).

Dispersão: autocórica (CARVALHO, 2003).

SEMENTES

Semente do pau-brasil é achatada, elíptica, castanha, lisa de 1 a 1,5 cm de diâmetro por 0,3cm de espessura, de 2 a 4 por fruto (vagem). A semente é muito semelhante à da sibipiruna, sendo esta porem mais claras.

O número de sementes por quilo pode chegar a 3600 unidades (LORENZI, 2000). As sementes germinam 5 dias após o plantio, no entanto, caso deseje acelerar a germinação, deve fazer a imersão das sementes em água fria por 24 horas (CARVALHO, 2003).

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Longevidade, Armazenamento e Germinação: A germinação é epígea (CARVALHO, 2003) e, logo após a colheita, as sementes podem atingir até 95% de germinação segundo Fontes (1979 apud AGUIAR, BARBOSA, 1985), mas, infelizmente, o poder germinativo com o tempo começa a diminuir até ficar nulo, em um período de aproximado de 6 meses. Barbedo et al. (2002), porém, afirma que o período de viabilidade das sementes é menor ainda: menos de três meses, quando armazenadas sob condições normais de ambiente. E dependendo das condições ambientais a capacidade germinativa pode ser completamente perdida logo nos primeiros 15 dias, como no caso de sementes coletadas com ocorrência de chuva nas 24 anteriores a colheita (HELLMANN et al., 2006).

Atualmente, vários pesquisadores têm trabalhado no desenvolvimento de novas metodologias de armazenamento de sementes, que possam aumentar o tempo de viabilidade destas, tornar mais viável o cultivo da espécie e possibilitar a conservação do germoplasma.

O ponto de partida é a identificação do estágio de maturidade fisiológica das sementes, uma vez que o momento ideal para a colheita são condições essenciais para a conservação da viabilidade durante o armazenamento (BARBEDO e CICERO, 2000).

Uma característica interessante é a ortodoxia das sementes de pau-brasil, isto é, as sementes são capazes de tolerar a dessecação e, provavelmente, até dependam desse processo para redirecionar seu caminho metabólico em direção à germinação;

(BARBEDO et al.,2002). Consequentemente suportam a secagem, e germinam mesmo quando o teor de água é reduzido a 7,6% a 7,9%, comportamento correspondente as sementes ortodoxas (ROBERTS, 1973). Assim, as sementes podem ser submetidas ao procedimento de secagem, o que aliás é aconselhável, pois este amplia a longevidade das sementes, ao reduzir a velocidade das reações metabólicas e dificultar a ação de microorganismos e insetos prejudiciais à sua conservação (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000; VILLELA e PERES, 2004), mas a secagem não deve reduzir o teor de água a valores inferiores a 9%, por diminuir , consideravelmente, a capacidade de produzir plântulas normais, apesar de não causar prejuízo a capacidade germinativa (BARBEDO et al., 2002). O teor de água, também, não deve superar o valor de 12,7%, caso vise o posterior congelamento das sementes (HELLMANN et al., 2006).

Recentemente, foi descoberto que as taxas de germinação das sementes de C.

echinata está associada à diminuição dos níveis de glicose e frutose em relação aos níveis de sucrose, sendo as variações nos carboidratos solúveis reduzida, quando as sementes são armazenadas em baixa temperatura (GARCIA et al., 2006).

Estudos desenvolvidos por Hellmann et al. (2006) sobre a tolerância ao congelamento das sementes de pau-brasil influenciada pelo teor de água inicial sugere que o armazenamento de sementes de pau-brasil deve ser feito em temperatura de -18 ºC, em embalagem permeável, contanto que apresentem elevada qualidade inicial e teor de água próximo a 10%. As sementes armazenadas por 24 meses de acordo com essa metodologia mantiveram os valores de germinação iniciais e produziram 67% de plântulas normais (HELLMANN et al., 2006).

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COLETA DE SEMENTES

Sementes coletadas após deiscência, normalmente, apresentam baixa qualidade devido às condições ambientais que foram sujeitas (BORGES et al., 2005), além do que se a coleta de sementes é feita após o período de maturidade fisiológica pode resultar em aceleração da deterioração das sementes. Por outro lado, se a coleta ocorrer antes do período de maturação, o resultado será sementes imaturas e de baixo vigor (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

Assim, a identificação e caracterização do estágio de maturação antes da deiscência dos frutos é de extrema importância para que possa obter sementes de alto vigor (BORGES et al., 2005), lembrando que o fator de maior influência no vigor e viabilidade das mudas é, exatamente, a maturidade fisiológica das sementes na coleta (ŚLIWIŃSKA, 2000).

Teor de água das sementes, características dos frutos como: tamanho, aspectos dos espinhos e cor podem ser usadas para indicar a maturidade fisiológica, antes da deiscência (BORGES et al., 2005).

Fase DAF Características dos frutos

Características das sementes

Teor de água das sementes II 32-48 Verde pálido, espinhos

verdes e flexíveis

Verde pálido, SHINING e com alta flexibilidade

60-80%

II 50-60 Verde escuro para castanho-esverdeado,

espinhos WOODY castanho-esverdeado

Verde-escuro para castanho-esverdeado,

castanho ou SPOTS púrpuro e com baixa

flexibilidade

40-50%

III 65- deiscência

Castanho-esverdeado para castanho, castanho para SPOTS púrpuro, espinhos WOODY castanho-escuro

Castanho-esverdeado para castanho, castanho ou púrpuro SPOT, nenhuma

flexibilidade

30-40%

Fase I: histodiferenciação ou embriogênese (não consta dados na tabela); Fase II: desenvolvimento e aumento da massa seca; Fase III: fase final de maturação. (BORGES et al., 2005)

Na tabela acima podemos observar que o mesmo padrão de mudança é observado nos frutos e sementes. O teor de água das sementes tende a diminuir, gradualmente, do começo ao fim do processo de maturação. E o tamanho das vagens é máximo na fase final de maturação.

Portanto, a maturidade fisiológica de sementes de Paubrasilia echinata ocorre, geralmente, cerca de 60-65 dias após floração, imediatamente, antes da deiscência, quando as sementes apresentam 30-40% de água. Este pequeno período é ideal para a obtenção de sementes de alta qualidade fisiológica (BORGES et al., 2005), que afetará mais tarde a germinabilidade e estocagem destas (BARBEDO et al.; 2002).

Entretanto, é importante atentarmos para o fato de que a maturidade fisiológica é, consideravelmente, afetada por fatores ambientais, principalmente, pela temperatura e disponibilidade de água (BORGES et al., 2005). Redução de chuvas ou de irrigação e temperaturas menores diminuem o tempo de maturação das sementes, aumenta a qualidade, contudo causa redução no peso destas (ELLIS et al., 2000; BORGES et al., 2005). O que, aliás, pode explicar os resultados obtidos por Aguiar e Barbosa (1985) cujas sementes de mesma espécie (P. echinata) apresentavam valores diferentes de viabilidade, quando provenientes de localidades geográficas e ecológicas distintas, deste modo sujeitas a temperatura e disponibilidade de água diferentes.

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REFERÊNCIAS

AGUIAR, F. F. A. Fenologia do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) em Moji-Guaçu, SP. Ecossistema, Espírito Santo do Pinhal, SP, v.26, n.1, p. 107-112, jan./jul. 2001.

AGUIAR, F. F. A.; BARBOSA, J. M. Estudo de conservação e longevidade de sementes de pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.). Ecossistema, Espírito Santo do Pinhal, SP, v.10, p. 144-150, out. 1985.

ALENCAR, J. C.; ALEMIDA, R. A.; FERNANDES, N. P. Fenologia de espécies florestais em florestas tropicais úmidas em terra firme da Amazônia Central. Acta Amazônica, Manaus, AM, v.9, n.1, p.163-198, 1979.

BARBEDO, C. J.; BILIA, D. A. C.; FIGUEIREDO-RIBEIRO, R. C. L. Tolerância à dessecação e armazenamento de sementes de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil).

Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, SP, v.25, n.4, p.431-439, dez. 2002.

BARROS, M. A. G.; CALDAS, L. S. Acompanhamento de eventos fenológicos apresentados por cinco gêneros nativos de cerrado. Brasil Florestal, Brasília, DF, 10(42):7-4, 1972.

BORGES, I. F.; NETO, J. D. G.; BILIA, D. A. C.; RIBEIRO, R. C. L. F. R.; BARBEDO, C.

J. Maturation of Seeds of Caesalpinia echinata Lam.(Brazilwood),an Endangered Leguminous Tree from the Brazilian Atlantic Forest. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, PR, Brazil, vol. 48, n. 6, p. 851- 861, nov. 2005.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: Ciência, tecnologia e produção. 4ed.

Jaboticabal, SP: Funep, 2000.

CARVALHO, P. E. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informações Tecnológicas; Colombo, Embrapa Florestas, 2003. p.719-725.

(6)

DUTRA, R. C. Fenologia de dez espécies arbóreas nativas do cerrado de Brasília, DF.

Brasil Florestal, Brasília, DF, v.62, p.23-41.out./nov./dez.1987.

ELLIS, R. H.; SINNIAH, U. R; JOHN, P. Irrigation and seed quality development in rapid- cycling brassica. In: Black, M; Bradford, K. J; Vázquez-Ramos, J.(Eds.). Seed biology:

advances and applications. Wallingford: CABI Publishing, 2000. p. 113-121.

GARCIA, I. S.; SOUZA, A.; BARBEDO, C. J.; DIETRICH, S. M. C.; FIGUEIREDO- RIBEIRO, R. C. L. Changes in soluble carbohydrates during storage of Caesalpinia echinata lam. (brazilwood) seeds, an endangered leguminous tree from the brazilian atlantic forest. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, SP , v.66, n.2B, p.29-41, May.

2006.

HELLMANN, M. E; MELLO, J. I.O; FIGUEIREDO-RIBEIRO, R.C.L; BARBEDO, C. J.

Tolerância ao congelamento de sementes de pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) influenciada pelo teor de água inicial. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, SP, v.29, n.1, p.93-101, jan.-mar. 2006.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivos de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3 ed. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 2000. p.145.

MAGALHÃES, L. M. S.; ALENCAR, J. C. Fenologia do pau-rosa (Aniba duckei Kostemans) Lauraceae, em floresta primária na Amazônia Central. Acta Amazônica, Manaus, AM, v.2 p. 227-232. 1979.

MORELLATO, L. P. Estudo da fenologia de árvores, arbustos e lianas de uma floresta semidecídua do sudeste do Brasil, Campinas, SP. Tese de Doutorado, IBUEC, Campinas. 176p, 1991.

PIMENTEL, M. F.; CHRISTIFIDES, D; PEREIRA, J. F. S. Recursos hídricos no cerrado In:

SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO. n.4, 1977, Belo Horizonte, BH. Anais...São Paulo, SP: Ed. Itatiaia EDUSP. 1977. p.121-159.

RIZZO, J. A.; CENTENO, A. J.; LOUSA, J. S.; FILGUEIRAS, T. S. Levantamentos de dados de áreas de cerrado e da floresta caducifólia tropical do planalto centro-oeste. In:

SIMPÓSIO SOBRE CERRADO, n.3, 1971, São Paulo, SP. Anais... São Paulo, SP:

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ROBERTS, E. H. Predicting the storage life of seeds. Seed Science and Technology, Bassersdorf, Switzerland, v.1, p.499-514. 1973.

ŚLIWIŃSKA, E. Analysis of the cell cycle in sugarbeet seed during development, maturation and germination. In: Black, M; Bradford, K. J; Vázquez-Ramos, J. (Eds.).

Seed biology: advances and applications. Wallingford: CABI Publishing. 2000. p. 133- 139

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