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EFEITO DA OMISSÃO DE MICRONUTRIENTES NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO COMUM EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 1

EFEITO DA OMISSÃO DE MICRONUTRIENTES NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO COMUM EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

Edilson Marques Junior

1

, Jorge Tadeu Fim Rosas

1

, Matheus Ricardo da Rocha

1

, Marcelo Soares Altoé

1

, Kaique dos Santos Alves

1

, José Augusto

Teixeira do Amaral

1

1Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias, Alto Universitário, Guararema, 29.500-000,Alegre-ES, Brasil, edilsonmarquesjr@hotmail.com, jorgetadeufimrosas@hotmail.com, matheus.ricardo@hotmail.com, marceloaltoe63@gmail.com,

jata53@yahoo.com.br.

Resumo – O manejo nutricional nos sistemas de produção consiste em um fator decisivo no rendimento das culturas e a diagnose visual consiste em uma importante ferramenta nesse processo. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo caracterizar visualmente a deficiência de diferentes micronutrientes no feijoeiro em solução nutritiva. Plantas de feijão foram cultivadas em sete soluções nutritivas diferentes em vasos de um litro, sob aeração constante, sendo uma solução completa com todos nutrientes essenciais e as demais omissas em um dos micronutrientes B, Fe, Cu, Mo, Mn e Zn.

Observou-se que todas as plantas expressaram sintomas característicos da deficiência dos micronutrientes omissos descritas na literatura, com exceção do zinco, que as plantas não expressaram sintomas e do manganês, cujo os sintomas observados foram diferentes dos descritos para feijão. As deficiências que mais influenciaram no desenvolvimento das plantas de feijão foram de boro e Ferro, reduzindo significativamente o desenvolvimento dessas plantas.

Palavras-chave: Diagnóstico, sintomas, deficiência nutricional.

Área do Conhecimento: Engenharia Agronômica Introdução

O diagnóstico do estado nutricional das plantas dentro dos sistemas de produção consiste em um dos principais fatores no manejo nutricional das culturas, visto que o conhecimento do equilíbrio nutricional das plantas permite avaliar o potencial de rendimento do sistema (SERRA et al., 2010). A baixa fertilidade dos solos tropicais brasileiros representa um dos fatores que mais explicam a baixa produção de diversas culturas no Brasil, como o feijão. Desta forma, quando o substrato não dispõe da quantidade de nutrientes exigidos para o pleno desenvolvimento da planta, seu metabolismo começa a ser alterado, desencadeando uma desordem nutricional nos tecidos foliares, caracterizando os sintomas (LEAL & PRADO, 2008).

Apesar de requeridos em menores quantidades, os micronutrientes são extremamente importantes no desenvolvimento de plantas cultivadas, visto que o déficit de um micronutriente pode causar a deficiência de um macronutriente em função do desarranjo metabólico (EMBRAPA, 1996). Vários fatores podem contribuir para a maior deficiência dos micronutrientes em plantas cultivadas, como intensidade de remoção em função das colheitas, baixa fertilidade natural de alguns solos e maior adoção de técnicas como calagem e adubação fosfatada, o que tem acarretado a deficiência de vários micronutrientes em diversas culturas, sendo que no Brasil as deficiências mais comumente encontradas de micronutrientes são de boro e zinco (BATAGLIA; RAIJ, 1989; LANA et al., 2008).

Plantas cultivadas em solos deficientes em micronutrientes podem ser afetadas em até 20 a 30% do seu potencial produtivo (MALAVOLTA, 1986).

Baixas concentrações de micronutrientes nos tecidos das plantas refletem em suas principais funções no metabolismo, de constituintes de grupos prostéticos em metaloproteínas e atuação como cofator enzimático, sendo responsáveis pela ativação de diversas enzimas (KIRKBY & RÖMHELD, 2007).

Alguns estudos têm demonstrado significativas respostas do feijoeiro a aplicações de alguns micronutrientes, como cobre, zinco, boro, molibdênio e manganês (SORATTO et al., 2005; LANA et al.,

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 2 2008), atingindo aumentos na produtividade de até 702 kg.ha-1 com a aplicação de Zn (JUNQUEIRA NETTO et al., 1993).

Este trabalho teve como objetivo avaliar visulamente os sintomas da deficiência de diferentes miconutrientes no feijoeiro comum cultivado em solução nutritiva.

Metodologia

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas, do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo. Inicialmente as sementes de feijão foram semeadas em bandeja plástica, contendo areia lavada em peneira para a germinação. As mudas permaneceram por duas semanas em casa de vegetação até atingir dois pares de folhas definitivas.

Posteriormente as plantas foram transplantadas e cultivadas por 40 dias em solução nutritiva. Foram montadas sete soluções nutritivas que constituíram os tratamentos, sendo: T1 – solução nutritiva completa (testemunha); T2 ao T7, soluções omissas em B, Fe, Cu, Mo, Mn, Zn, respectivamente. Os vasos foram envoltos por papel alumínio afim de evitar a entrada de luz e a proliferação de algas na solução e tampadas com isopor, contendo dois furos, sendo um para suporte da muda e outro para o sistema de aeração da solução. A aeração da solução foi feita constantemente e o volume ajustado diariamente, através da adição de água. As soluções nutritivas foram preparadas a partir de soluções estoque, descritas na tabela 1.

Tabela 1: Soluções-estoque utilizadas no preparo da solução nutritiva.

Sal Concentração Nome da solução

Ca(NO2)2.4H2O M A

KNO3 M B

MgSO4.7H2O M C

K.H2PO4 M D

FeSO4.7H2O/EDTA M J

CuSO4.5H2O M K

H3BO3 M L

MoO3 M M

MnCl2.4H2O M N

ZnSO4 M O

Fonte: Johnson et al. (1957) adaptado.

Para que a solução nutritiva ficasse deficiente no nutriente em teste, adicionou-se em cada vaso apenas soluções correspondentes aos demais nutrientes, afim de submeter a planta ao déficit nutricional. As quantidades pipetadas de cada solução estão descritas na tabela abaixo:

Tabela 2: Quantidades volumétricas de solução estoque que foram pipetadas para constituição dos tratamentos de deficiência e controle.

Soluções nutritivas

Quantidades pipetadas da solução estoque (ml)

A B C D J K L M N O

Completa 5 5 2 1 2 1 1 1 1 1

- Cu 5 5 2 1 2 -- 1 1 1 1

- B 5 5 2 1 2 1 -- 1 1 1

- Mo 5 5 2 1 2 1 1 -- 1 1

- Mn 5 5 2 1 2 1 1 1 -- 1

- Zn 5 5 2 1 2 1 1 1 1 --

- Fe 5 5 2 1 -- 1 1 1 1 1

Fonte: Johnson et al. (1957) adaptado.

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 3 Resultados

Observou-se que as plantas de feijão cultivadas em solução nutritiva deficiente em micronutrientes apresentaram desenvolvimento reduzido em relação a cultivada na solução completa, assim como expressaram os sintomas características da deficiência de cada micronutriente omisso na solução, com exceção do zinco, no qual a planta não expressou sintomas de deficiência e do manganês, em que os sintomas observados foram diferentes do descrito na literatura. Na figura 1 é possível observar visualmente os sintomas expressos aos 40 dias de cultivo das plantas.

Figura 1: Plantas de feijão cultivadas em solução nutritiva deficiente em molibdênio (A), cobre (B), boro (C), manganês (D), ferro (E) e em solução nutritiva completa (F).

Discussão

A deficiência dos micronutrientes na solução nutritiva afetou diretamente o desenvolvimento das plantas de feijão, visto que mesmo sendo exigidos em menores quantidades para o pleno desenvolvimento das plantas, os micronutrientes são essenciais para a adequada reprodução e crescimento destas, bem como desempenham importante papel na resistência à pragas e doenças (KIRKBY & RÖMHELD, 2007).

O boro foi o micronutriente que mais afetou o desenvolvimento das plantas de feijão no presente estudo, posto que apesar das folhas mais velhas continuarem visualmente sadias, as folhas mais jovens começaram a apresentar uma tonalidade mais escura e retorcidas, iniciando um processo de

A B C

D E

Fonte: Autores.

F

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 4 necrose. Em estágio mais avançado, a deficiência levou a morte do meristema apical das plantas (Figura 1D) e consequentemente paralisando seu crescimento. Sintomas semelhantes foram descritos por Salvador et al., (1999), em goiabeira. Segundo os autores, os sintomas iniciais apareceram nas folhas mais jovens, culminando em menor largura e clorose interneval nas folhas, evoluindo para retorcimento e queda das folhas jovens, e em estagio mais avançado de deficiência, ocorreu a morte dos pontos vegetativos e secamento dos ramos de forma descendente. O aparecimento dos sintomas de boro comumente em folhas jovens é justificado pela imobilidade desse nutriente nos tecidos, o que faz necessário seu suprimento constante em todo o período vegetativo da planta (Malavolta et al., 1997).

Os demais tratatamentos também demonstraram o efeito da omissão dos micronutrientes no desenvolvimento das plantas. A falta de Fe causou intenso amarelecimento interneval nas folhas de feijão e as nervuras ficaram com cor verde intensa. O sintoma da deficiência do ferro está relacionado a necessidade deste nutriente na rota de metabólica de síntese de cloroplastos, o que caracteriza a clorose das folhas (Figura 1E) em função de sua deficiência. A redução da fotossíntese, leva ao menor desenvolvimento da planta. Sintomas semelhantes ao observado no presentes trabalho foram descritos por Nogueira et al. (1982) em feijão-de-corda.

Já a deficiência de molibdênio levou a perda de tonalidade e ao necrosamento das folhas mais velhas, resultado diferente do encontraddo por Nogueira et al. (1982) onde a omissão do molibdênio não influenciou no desenvolvimento do feijão-de-corda. Resultado semelhante ao encontrado pelos autores supracitados, foi encontrado para zinco que não demonstrou sintomas de deficiência nas plantas de feijão. A não manifestação dos sintomas de deficiência de zinco pode estar relacionado ao fato de que as reservas desse nutriente na semente foi suficiente para o desenvolvimento da planta ou adiar a manifestação do sintoma (TIFFIN, 1972).

O sintoma observado pela dificiência de manganês no presente trabalho, foi diferente dos sintomas descritos na literatura, visto que aqui os sintomas observados foram um início de amarelecimento das folhas do terço médio da planta, enquanto que Rosolem e Marubayashi (1994) descrevem os sintomas da deficiência de manganês em feijão como clorose interverval, permanecendo as nervuras e áreas adjacentes de cor verde intenso. A não manifestação por completo desse sintoma pode estar relacionada ao tempo, que não permitiu que o sintoma de necrose internerval evoluísse. Para o micronutriente cobre as sintomas foram mais semelhantes aos descritos na literatura onde as plantas apresentam as bordas das folhas enrugadas e de coloração verde intensa (Figura 1B) (ROSOLEM &

MARUBAYASHI, 1994)

Conclusão

Os micronutrientes, mesmo que requeridos em baixas concentrações, são vitais ao desenvolvimento das plantas de feijão. As deficiências que mais afetaram o desenvolvimento do feijão foram de boro e ferro. A deficiência de um micronutriente, mesmo que seja individual afeta desenvolvimento da planta.

Referências

BATAGLIA, O. C.; RAIJ, B. V. Eficiência de extratores de micronutrientes na análise do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 13, n. 2, p. 205-212, 1989.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. Informações técnicas para o cultivo de feijão. Brasília: Embrapa-SPI, 1996. 32p.

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 5 LANA, R.M.Q.; PEREIRA, R.P.; LANA, A.M.Q.; FARIA, M.V. de. Utilização de micronutrientes na cultura do feijoeiro cultivado no sistema plantio direto. Bioscience Journal, v. 24, n. 4, p. 58-63, 2008.

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199-23O.

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