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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA NORMAL SUPERIOR

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA NORMAL SUPERIOR – ENS

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

FELIPE VICTOR DE AZEREDO PESSANHA

A LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL: Mercadorização da educação e a Privatização da escola pública, seus processos e contradições na

sociedade de direitos.

MANAUS

2018

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA NORMAL SUPERIOR – ENS

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

FELIPE VICTOR DE AZEREDO PESSANHA

A LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL: Mercadorização da educação e a Privatização da escola pública, seus processos e contradições na

sociedade de direitos.

MANAUS – AM 2018

Trabalho de Pesquisa e Prática Pedagógica II – TCC, ministrada pela professora Celia Aparecida Bettiol, na turma do 9º Período de Pedagogia - 2º semestre (PN14_M01),

Orientador: Prof. Dr. Emerson Sandro

Silva Saraiva.

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Ficha Catalográfica

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade do Estado do Amazonas.

P475LÓ PESSANHA, FELIPE VICTOR DE AZEREDO A LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO DA ESCOLA

PÚBLICA NO BRASIL : Mercadorização da educação e a Privatização da escola pública, seus processos e

contradições na sociedade de direitos. / FELIPE VICTOR DE AZEREDO PESSANHA. Manaus : [s.n], 2018.

49 f.: il.; 30 cm.

TCC - Graduação em Pedagogia - Licenciatura - Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, 2018.

Inclui bibliografia

Orientador: Prof.º Dr.º Emerson Sandro Silva Saraiva

1. privatização. 2. escola pública. 3. mercadorização da educação. 4. sociedade de direitos . 5. precarização da educação. I. Prof.º Dr.º Emerson Sandro Silva Saraiva (Orient.). II. Universidade do Estado do Amazonas. III.

A LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA NO BRASIL

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AGRADECIMENTOS

À Deus que esteve do meu lado e possibilitou ter a força necessária para chegar até aqui;

Ao meu pai Jorge Lucio de Azeredo Pessanha e minha mãe Maria Enilvamar Victor, meus primeiros professores e maiores inspiradores;

À minha namorada Catharine, por todo seu apoio e dedicação;

Ao professor Emerson Saraiva, orientador deste trabalho, pelos seus conhecimentos, sua atenção e por acreditar que tudo isso seria possível.

Muito Obrigado!

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar os processos de privatização da educação e sua influência na precarização do ensino e suas discrepâncias com uma educação democrática. A privatização da escola tem se mostrado com diversas facetas, através de serviços, como o treinamento de professores, a construção do currículo das escolas públicas sendo feito por empresas do ramo educacional. Portanto, foram observados os movimentos de mercadorização da educação que ocorreram a partir da redemocratização na década de 1990. Foram realizados diálogos entre Marx (1867), Libâneo (2013), Libâneo e Freitas (2018), Klees (2008), Klees (2002), Gentilli (1998), Vieira (1998), Chaves (2006) onde foram buscadas diversas características do sistema capitalista e suas influências na privatização das escolas e dados que mostram que o mercado educacional gera muito capital. Os resultados, mostram os diversos dados sobre os tipos de privatização na educação e sua influência na precarização do ensino.

Palavras-chave. Privatização da escola pública. Mercadorização da educação.

Sociedade de direitos. Precarização da educação.

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ABSTRACT

This study aims to analyze the processes of privatization of education and its influence on the precariousness of teaching and its discrepancies with a democratic education. The privatization of the school has shown itself with several facets, through services, such as teacher training, construction of public school curriculum being done by educational companies. Thus, the movements of commodification of education that occurred after redemocratization in the 1990s were observed. Dialogues between Marx (1867), Libane (2013), Libane and Freitas (2018), Klees (2008), Klees (2002) ), Gentilli (1998), Vieira (1998), Chaves (2006), where several characteristics of the capitalist system and their influence on the privatization of schools and data are shown that show that the educational market generates a lot of capital. The results show the different data about the types of privatization in education and their influence on the precariousness of education.

Key words. Privatization of public school. Merchandiseization of education. Society of

rights. Precariousness of education.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 CAPÍTULO 1- Privatização, suas características no Brasil e no mundo 7

3 CAPÍTULO 2- Os grandes grupos educacionais no Brasil: sua relação com a mercadorização da educação, precarização do ensino e suas divergências com o

direito à educação. 21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37

REFERÊNCIAS 39

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10 1 INTRODUÇÃO

A sociedade dos consumidores como estabelece Bauman (2008), se traduz na discussão da lógica da privatização da escola pública no Brasil e os elementos da mercadorização da educação e consequentemente da privatização da escola pública de modo que pareça uma forma moderna de consumo e atendimento as necessidades sociais, mas que se apresentam imersos em contradições na dita sociedade de direitos.

O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 diz que: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".

Pode-se notar que a lógica neoliberal prega exatamente o contrário da Constituição Federal de 1988, onde a educação é dever do Estado. Essa afirmação, demonstra que as políticas neoliberais adotam o lucro e a concentração de capital como o principal objetivo.

No Brasil ainda temos poucos projetos de privatização que já vem sendo executados tratando da educação como uma mercadoria.

A inserção da lógica neoliberal, do privado no âmbito do setor público pode representar a subordinação deste ao setor privado. Essas relações são protagonismos instáveis e revelam “as interpenetrações, os hibridismos e as ambivalências”

(AFONSO,2010, p. 1.137) dos modos de regulamentação social que ocorrem em nível nacional, internacional e transnacional. A ideia de que com a inserção da lógica de mercado na Educação, tem ocorrido uma internalização entre a comunidade escolar, de que tudo o que envolve a educação pública pode ser convertido em bens e produtos comercializáveis (MÉSZÁROS, 2009).

Segundo Gentili (1996, p.38): A política neoliberal introduziu-se por meio do

discurso de democratização da educação perante a polêmica de crise gerencial,

justificada pela falta de eficiência, eficácia, efetividade e de produtividade na gestão

educacional. As políticas neoliberais, aliadas ao Banco Mundial, justificam a má qualidade

da educação nos países periféricos e em desenvolvimento como o Brasil.

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11 Este estudo justifica-se pelo crescimento das perdas de direitos sociais em andamento nos últimos anos a partir do processo de redemocratização da sociedade brasileira com base na reforma do Estado dos anos de 1990.

Neste sentido é fundamental compreender a lógica da privatização da educação pública em curso no Brasil, seus processos e consequências para que os professores e a sociedade brasileira tenham acesso a discussão crítica sobre o tema e possam exercer seu poder de voz que se apresenta fragmentado por conta da incompreensão das relações econômicas, políticas e sociais em curso no Brasil.

O estudo poderá contribuir com a discussão crítica da educação brasileira, os processos de privatização e mercadorização da educação, daí a possível relevância do tema para despertar diálogos na sociedade local e nacional.

Para a compreensão da lógica da privatização em andamento na escola pública no brasil, seu processo de mercadorização da educação e a privatização da mesma, ante a sociedade de direitos é fundamental um caminho metodológico orientado no campo da dialética.

A dialética enquanto base serve para discutir a organização e debater sobre o processo de compreensão da realidade fundamentando na matéria, na realidade e na prática social. (MARX, 1845)

No materialismo dialético entende-se o critério da prática em sentido muito amplo e variado. É toda a atividade material, orientada a transformar a natureza e a vida social. Os meios de produção ao serem privatizados se deram pela força motriz do capitalismo, diante deste aspecto a sociedade tonar-se produtora de consumo de suas necessidades ou da ideia de suas necessidades. (MARX, 1867)

Assim, o capitalismo definindo-o de modo mais complexo e o relacionando à capacidade do homem e da mulher em usá-lo para alcançar seus objetivos, assinalando que o trabalho é fundamental para a existência humana, quesito essencial para que o ser humano seja capaz de se libertar, de se tornar sujeito ou se emancipar. (MARX, 1867)

A discussão se deu a partir da observação da realidade e dos movimentos de mercadorização da educação ocorridos a partir da redemocratização brasileira nos anos de 1990. Para discussão foi necessária pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo e explicativo, para ampliar os diálogos e perceber as contradições existentes no contexto, portanto na realidade social.

Os instrumentos da pesquisa fora os artigos científicos publicados no Scielo sobre

privatização da escola pública. Utilizando bases de pesquisa da Biblioteca Digital

(12)

12 Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Foram selecionados artigos do ano de 1867 a 2018.

Foram realizados diálogos com Marx (1867), Libâneo (2013), Libâneo e Freitas (2018), Klees (2008), Klees (2002), Gentilli (1998), Vieira (1998), Chaves (2006), que possibilitaram a observação dos estudos que tratam os diversos tipos de privatização nas escolas públicas, mostrando as mudanças que aconteceram no tempo nas maneiras de privatização, que passaram a ocorrer através de serviços que empresas realizam através de treinamentos de professores, construção de currículo e outras atividades que nos mostraram a lógica no sistema capitalista.

O estudo se desenvolveu no ponto de vista de esclarecer ideias, analisar os impactos e verificar as influências que a mercadorização e a lógica da privatização tem gerado sobre a educação e a escola pública brasileira.

O trabalho decorre em dois capítulos.

No primeiro capitulo discute-se sobre a privatização, sua definição e o que ela pode acarretar na sociedade contemporânea de positivo e de negativo. Abordando sobre a privatização e as suas influências na educação no Brasil e no mundo. Falaremos também do lucro, que é essencial no sistema capitalista e seu antagonismo com a educação pública de qualidade e democrática, que vai se mostrando insustentável pelo fato de fazer com que a cobrança de valores, afaste os mais pobres das escolas mais qualificadas, que possuem melhores resultados.

Portanto, pode-se afirmar que na sociedade capitalista existe a necessidade de se manter as diferenças de classes, pois a educação é uma forma de se aumentar a compreensão das camadas mais pobres.

Foram observadas também, as políticas neoliberais para a educação que foram sugeridas pelo Banco Mundial e suas experimentações que passavam o serviço educacional para as mãos da iniciativa privada, passando a cobrar por serviços que eram gratuitos.

Após o Consenso de Washington, além da cobrança por mensalidades das escolas, tornou-se notória a desigualdade aumentada em consequência das medidas neoliberais. E mesmo após se constatar as falhas que se tornaram evidentes, o Banco Mundial ainda tentou se reinventar para manter-se na ampliação da sua governança mundial.

Podemos verificar alguns dos planos elaborados para a educação pelo Banco

Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional, que passa a instituir políticas de

descentralização do poder do Estado sobre a educação, privatizações e passagem para a

(13)

13 iniciativa privada, pagamento por serviços públicos que influenciaram negativamente na qualidade e nas ofertas desses serviços educacionais.

Através dos diversos documentos e autores, a mercadorização da educação, faz- se notória. Aferindo o processo para passar a educação das mãos do serviço público para o privado e a classificação da educação como mercadoria, dos alunos como clientes e do perigo para as camadas mais pobres que não terão a possibilidade de ter acesso aos melhores serviços educacionais, por não ter um poder aquisitivo que proporcione uma educação de qualidade.

Trata-se também acerca dos reformadores empresariais da educação que tem o intuito de melhorá-la. Movimento emergido nos Estados Unidos da América, em 1983, com um documento que apresentava um quadro de caos para o futuro da educação.

É abordado também sobre o neotecnicismo e sua divisão em responsabilização, meritocracia e privatização, suas três categorias e sua contribuição para precarização do trabalho docente, além de seu enfraquecimento.

São abordados também o uso dos sistemas educacionais, como os sistemas utilizados pelo Instituto Ayrton Senna (IAS) e sua participação na política educacional como um todo, exercendo a influência, desde o currículo até a gestão do sistema educacional como um todo. Também pode-se visualizar a influência que a privatização exerce na educação brasileira com as diversas políticas propostas por órgãos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

No segundo capitulo apresenta-se a contradição existente entre os grandes grupos educacionais, o direito à educação e sua relação com a precarização do ensino.

É importante entender os processos para formar a opinião e compreender as relações existentes entre os assuntos em questão. Como ocorre a tentativa de influenciar e conseguir mudar o pensamento da população em relação aos serviços públicos, através de bombardeios na opinião pública exaltando, a ineficiência do Estado e aumentando a qualidade do setor privado.

O trabalho em questão busca o aumento lucrativo desses grupos empresariais, mediante a distribuição dos seus produtos e a precarização do ensino, através da desqualificação dos professores e a falta de treinamento.

Também são mostradas, as políticas do Banco Mundial para educação e suas diretrizes que ora, aponta para o ensino fundamental e ora, aponta para o ensino médio, sem evidenciar o ensino superior, o qual o Banco sempre se mostrou contrariado.

Para realizar essa expansão, somente através da privatização. Fala-se também sobre a

implantação dessa lógica no Brasil. No início da década de 1990, como tem se mantido

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14 ao longo desses anos até os dias atuais, dos programas que permitiram um maior número de brasileiros a ingressar no ensino superior e os números que mostram que o ensino superior privado teve um aumento maior que o ensino superior público. Essa expansão foi possível com ajuda do governo federal, com os programas de financiamento estudantil.

Do mesmo modo sobre o fato das Instituições de Ensino Superior privadas, não trabalharem com pesquisa e extensão que são primordiais para o desenvolvimento de diversas técnicas. As faculdades privadas buscam apenas a formação e não o desenvolvimento de pesquisas.

Da mesma forma que é importante mencionar os objetivos de redução de custos por parte das universidades em que desejam receber cada vez mais alunos, porém não se preocupam com a qualidade do ensino. Podemos exemplificar a contratação de professores com titulações mais baixas, para pagar salários menores, mostrando o lucro como sendo mais relevante que o próprio ensino. São expressos os dados que falam de quanto os grandes grupos da educação faturam e que seus rendimentos chegam perto dos lucros das maiores empresas brasileiras. Também são exibidos estudos que demonstram a privatização na América Latina e como tem ocorrido ao longo dos anos.

Nas considerações fiais apresentamos os seguintes resultados sobre a privatização

da educação e seus efeitos na busca de uma educação de qualidade que atinja a todos

da forma mais democrática possível. Apresentamos os diversos pensamentos que

contribuem na percepção dos danos que as políticas neoliberais podem causar,

principalmente, para os mais pobres.

(15)

15 2 Capítulo 1 - Privatização, suas características no Brasil e no mundo;

Bobbio (1998), no dicionário de política, expressa que a economicização e a socialização do Estado terminam na privatização da sua administração. “Como escreve J.

Hirsch, é possível verificar uma certa apropriação de funções públicas por parte de determinados setores industriais, que se revela também como possibilidade de unificação de alguns níveis organizacionais da burocracia de Estado e da grande indústria privada e se resolve com a tradução dos conflitos entre os diversos setores econômicos da administração.” Aparecendo assim o interesse do setor privado nas atividades realizadas pelo setor público e também no atendimento para as grandes empresas.

Para Mello (2015), a privatização na Administração Pública é entendida como a substituição ou passagem de uma esfera eminentemente pública para uma essencialmente privada, sendo esse entendimento comum em diversos sentidos. Essa substituição ou passagem poderá acontecer sendo apenas através da transferência de determinados bens, assunção de outras funções ou a substituição de mecanismos de direito público pelos mecanismos privados.

“A privatização do público é uma falsa consciência de desnecessidade do público”

(OLIVEIRA, 1999, p. 68). A privatização de empresas estatais é uma forma mais aparente que trata da privatização do público sem a publicização do privado. Se privatiza a parte do Estado que gera lucro e não se socializam os lucros do privado.

Tedesco (1991) mostra a hipótese de que com o aumento das privatizações,

poderemos notar, o aumento significativo de matrículas na rede pública de ensino,

principalmente, no nível pré-escolar, o qual está relacionado ao considerável aumento das

matrículas nas últimas décadas. Segundo estatísticas da UNESCO, no período de 1975 à

1986 houve uma diminuição do setor privado pré-escolar de de 44% para 26%, havendo

assim um aumento do setor público, incorporando as camadas mais pobres, que são

excluídos de uma educação de qualidade. Portanto existe um aumento significativo na

responsabilidade do setor público de educar essas pessoas. Também entendemos que o

Estado é o setor importante para cumprir a necessidade de educação da população mais

pobre.

(16)

16 De acordo com Tedesco (1991) o ensino público estará atingindo características mais massivas, chegando a maiorias das pessoas que fazem parte das camadas mais pobres e o setor privado vai adotar características mais elitistas, atendendo a menos pessoas, comparando com o ensino público.

A privatização do setor escolar, permite uma apropriação privada do bem público, dando continuidade à concentração de capital nas grandes empresas do ramo da educação, sem gerar de fato melhorias na escola pública. Para WOOD (2001 p.12) no sistema capitalista, o lucro é muito importante e todo serviço, para ser realizado necessita de fins lucrativos. Então é um sistema em que o lucro e a competição pelo lucro são fundamentais. Dessa competição são gerados diversos argumentos, que falam de que a concorrência pode gerar uma qualidade melhor nos serviços, como o livre mercado.

Porém, no caso da educação, esse argumento pode ser perigoso, pois podem haver fraudes quando falamos em educação. Fraudes como por exemplo, escolas forjarem ou trapacearem nos resultados para obter números melhores e sabemos que ao ter números melhores, poderão ser cobrados preços maiores o atingirão maiores lucros.

O capitalismo é um sistema em que bens e serviços, inclusive as necessidades mais básicas da vida, são produzidas para fins de troca lucrativa; em que até a capacidade humana de trabalho é uma mercadoria à venda no mercado; e em que, como todos os agentes econômicos dependem do mercado, os requisitos da competição e da maximização de lucro são as regras fundamentais da vida. WOOD (2001 p.12)

A sociedade capitalista, por ser contraditória prevê os meios de assegurar as diferenças de classe e os privilégios educacionais destinados à elite (MÉSZÁROS,2009).

Além de ter a maximização dos lucros como uma das regras fundamentais, o capitalismo também mantém os privilégios educacionais as elites, contribuindo para a manutenção das diferenças entre as classes e perpetuação no poder. Através da educação é possível realizar as mudanças necessárias para poder aumentar o nível de consciência das grandes massas.

Klees, relata as políticas neoliberais do Banco Mundial para a educação como um

“grande experimento” (2008, p. 312), envolvendo “[…] pagamento por serviços públicos, a

privatização das demais atividades educacionais e uma conexão direta entre

gerenciamento e financiamento da educação por rendimentos mensuráveis”. Com isso, a

política torna-se preocupante, ao passar a educação para a iniciativa privada, que têm o

lucro como principal interesse.

(17)

17 Essa política comumente chamada de “Consenso de Washington” “[…] foi atrativa pela simples ideia de que a globalização teria o poder de livrar nações da pobreza”

(Rodrik, 2011, p. 164-165). Porém, foi observado justamente ao contrário. Já em meados da década de 1990, o Consenso de Washington era considerado falho, não apenas pela oposição ideológica gerada, mas sim pelo aumento nas desigualdades e pobreza no mundo que foram consequência das duas décadas das políticas neoliberais (ILO, 2004;

Klees, 2008; Rodrik, 2011; Wade, 2004). Após essas duas décadas, em que o Estado passou alguns papéis para a iniciativa privada, houve também a demanda de recursos do Estado para o setor privado realizar tarefas que anteriormente eram realizadas pelo próprio Estado.

Apesar do fracasso observado pelas teorias neoliberais, o Banco Mundial permanece defendendo a ampliação do seu papel de governança global e a expansão do papel do setor privado no desenvolvimento mundial. Para Harrison, fica claro que o Banco Mundial se propõe a lidar com os fracassos do neoliberalismo, reinventando mais avançadas rodadas de intervenção neoliberal (Peck, 2010). Provavelmente com influências dos grandes grupos empresariais, inclusive os da educação, esses planos de manter o papel dos setores privados no desenvolvimento mundial são continuados, mesmo que os resultados tenham sido negativos para a construção de uma sociedade mais justa para todos.

Nos países mais pobres, esses projetos políticos neoliberais foram levados adiante por meio das Políticas de Ajuste Estrutural (Structural Adjustment Policies –SAPs) do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (Samoff, 1994). No entanto, esse re- pertório de políticas como a descentralização, privatização, pagamento por serviços públicos, financiamento comunitário, teve consequências devastadoras, não só na qualidade e oferta desses sistemas de educação, mas nas sociedades mais amplas das quais eles faziam parte (Bonal, 2002; Ilon, 1994; Klees, 2008).

No relatório do Banco Mundial sobre as estratégias para a educação, Estratégia

para o setor educacional de 1999, passa a legitimar a adoção de um papel maior para o

setor privado, expondo uma série de justificativas com o intuito de diminuir a pobreza. No

relatório, ele expõe que um setor privado maior estenderia oportunidades educacionais

para estudantes mais pobres, financiamento privado expandiria o número de vagas

disponíveis especialmente nos níveis secundário e terciário, os recursos públicos ficariam

então liberados para os mais pobres; famílias passariam a ter escolhas além do setor

público, o setor privado seria mais eficiente do que o setor público, enquanto a qualidade

seria mantida a um custo unitário mais baixo, o setor privado aumentaria o potencial de

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18 inovação (World Bank, 1999, p. 28-29), o que não acontece na prática. Existem diversos defensores de uma diminuição do Estado, mas nos países desenvolvidos, o Estado está sempre presente. Esses argumentos aparecem também para a privatização das empresas estatais, que o Estado não deve se preocupar com as empresas e sim com a população e essas empresas desviam o foco do Estado.

Para manter remando na mesma direção, o Banco Mundial procurou como solução a ideia de parcerias, em particular as PPP’s, previstas no relatório. Argumentando que “o trabalho de fortalecer a educação é muito grande para que qualquer instituição o faça sozinha” (World Bank, 1999, p. 18), na prática essas parcerias eram um meio de amenizar o estrago feito por formas anteriores de privatização e ao mesmo tempo não as deixando para trás. Essas parcerias permitiam múltiplos enquadramentos, interesses e objetivos a serem realizados e permitiam que o Banco Mundial continuasse sua estratégia de privatização da educação (Newman, 2001, p. 107).

Esse relatório se compatibilizou com as estratégias das economias desenvolvidas e dos grupos educacionais para o fortalecimento e a expansão desse setor, que surgiu dos serviços da educação que traz o setor privado para a administração da educação com o argumento de que são mais eficientes que o setor público. Além de abrir o setor da educação as regras de mercados globais, e a promoção do comércio na educação como base para a construção e entrega no acesso e na qualidade de educação. (Robertson;

Bonal; Dale, 2002).

Klees (2002), argumenta que, apesar da promessa da promoção de uma

“Educação de qualidade para todos”, um exame mais detalhado revelou que o relatório está cheio de “suposições não estudadas, fatos questionáveis e ideologia substituindo informação”. Uma suposição central feita por essa rede de políticas é a de que “a educação é um bem de consumo e o estudante é o principal consumidor por intermédio de seus pais” (World Bank, 2001, p. 1). Wood (1991) também fala sobre esse objetivo do sistema capitalista em produzir, gerar lucros e se expandir, do mesmo jeito que está ocorrendo na educação:

Na verdade, a produção de bens e serviços está subordinada à produção do capital e do lucro capitalista. O objetivo básico do sistema capitalista, em outras palavras, é a produção e a auto expansão do capital. WOOD, (2001 p.12)

Por mais que exista uma proposta de uma educação de qualidade para todos, é

possível imaginar que tornando a educação como um bem de consumo, suas, ela para ter

uma qualidade maior será cobrado um preço maior.

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19 Mesmo após a crise de 2008, e na década de 1990 quando foi observado que o resultado foi diferente do esperado nos países em desenvolvimento, o Banco Mundial continua a insistir nas privatizações da educação. A privatização que é sugerida pelo Banco Mundial foi sendo modificada, mas permanece por considerar a educação como mercadoria e ela precisa ser considerada mais do que um direito humano, ou simplesmente um sistema pelo qual o conhecimento oficial é transmitido e adquirido. A educação é mais do que um bem público, é um espaço altamente disputado, de condição pública e potencialmente emancipatória, importante para o nosso futuro, mas, cujo próprio poder de decisão acerca desses valores é questionável.

“Corporate reformers” é como são chamados os reformadores empresariais da educação nos Estados Unidos, um termo que foi criado pela pesquisadora americana Diane Ravitch (2011b).Ele representa um acordo de políticos, mídia, empresários, empresas educacionais, institutos e fundações privadas e pesquisadores alinhados com a ideia de que o modo de organizar a iniciativa privada e uma proposta mais adequada para

“consertar” a educação americana, do que as propostas feitas pelos educadores profissionais.

Este movimento tem seu início a partir dos anos de 1980, com a publicação do relatório A Nation at Risk (National Commission on Excellence in Education,1983), que já apresentava um quadro de caos para o futuro da educação norte-americana. Para diversos autores, foi uma crise fabricada em que tiveram vários dados manipulados e houve um grande desperdício de dinheiro.

Por esse motivo, podemos ver de onde vem a influência no Brasil para o pensamento disseminado de que tudo, seja serviço ou qualquer órgão que seja público não tem qualidade e que tudo oriundo da iniciativa privada seja bom. Nos E.U.A. foram implantados alguns projetos para deixar a iniciativa privada tomando conta da educação e não produziu os efeitos esperados e está sendo caracterizada como uma década perdida para a educação americana (Guisbond, Nell & Schaeffer, 2012).

O Neotecnicismo se estrutura em torno de três grandes categorias:

responsabilização, meritocracia e privatização. No centro, está a ideia do controle dos processos, para garantir certos resultados definidos como padrão medidos em testes padronizados Freitas (1992; 1995).

Um sistema de responsabilização envolve os testes para os estudantes, divulgação

pública do desempenho da escola e recompensas e sanções (Kane & Staiger, 2002). A

divulgação pública do desempenho da escola é uma exposição pública que implicará em

recompensas ou sanções públicas para escola.

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20 A meritocracia vai além da responsabilização. A meritocracia é a base das propostas políticas liberais, em que existe a igualdade de oportunidades, porém, não existe a igualdade de resultados. Para ela, a partir das oportunidades, o que fará a diferença entre as pessoas será o esforço pessoal, o mérito de cada um. Porém, não é dada tal importância para a igualdade de condições no ponto de partida. No caso escolar, a diferença social é transformada em diferença de performance, e o que se discute é se a escola foi capaz de corrigir essas distorções ou não, deixando de lado o principal fator, que é a desigualdade social, que é a base para a desigualdade nos resultados.

Os efeitos causados pela meritocracia, quando são aplicados na escola e para os professores são mais prejudiciais e questionáveis. Ele penaliza os professores por considerar a motivação para o trabalho docente, se restringe apenas em ganhar mais dinheiro e descarta o trabalho do professor para o desenvolvimento do aluno. Eles também expõem os professores a reprovações ou aprovações públicas, o que pode desmoralizar o trabalho docente. (Ravitch, 2012; Gates, 2012; Darling-Hammond, 2012).

Também os métodos de cálculo que são aplicados, cálculo para identificar os melhores e os piores professores que são inconsistentes não só ao longo do tempo, como sob várias opções de modelos de análise (Corcoran, 2010; Braun, Chudowsky, & Koenig, 2010;

Baker, 2010; Schochet & Chiang, 2010). E por último, Hout & Ellio, (2011); Davier, (2011); Marshet al (2011) mostram em seus estudos que a meritocracia não gera impactos para a melhoria da performance dos alunos e pode causar consequências e resultados ruins para a educação.

É possível notar o sucesso e o aumento das políticas neoliberais dentro do processo da economia capitalista. O neoliberalismo vem tratar a educação escolar, principalmente a educação pública, aspirando a concretização de suas estratégias pretendendo a promoção de mudanças nos sistemas educacionais dos países em desenvolvimento, e que seu fim deve ser a formação escolar visando à formação imediata para o trabalho juntamente com o mercado. Esse tipo de educação não tem compromisso com a formação de alunos com senso crítico, que questionem, apenas com a formação de alunos que estejam prontos para o mercado de trabalho.

Desse modo, nesse cenário recente, as políticas educacionais brasileiras, como estimulado pelas potências econômicas e seus princípios, instituições como o Banco Mundial que interveem nos aspectos da organização, curriculares e pedagógicos das escolas influenciando numa formação mais empobrecida na escola pública.

Portanto, as pessoas das camadas mais pobres da sociedade são restringidas a

essas escolas que tiveram propositalmente a sua qualidade diminuída, que são

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21 responsáveis por restringir a possibilidade de desenvolvimento dos alunos e interesses específicos de preparação e adaptação ao mundo do trabalho.

De acordo com os diversos documentos técnicos elaborados que continham as orientações do Banco Mundial, é exposto um discurso democrático e que respeita as pessoas relacionando a educação com a redução da pobreza, orientando aos governos para que assegurem o acesso das camadas mais pobres à educação para garantir o desenvolvimento humano. Porém, o discurso democrático, que visa a redução da pobreza contém uma grande dose de uma visão economicista e mercadológica e que apresenta um currículo imediatista para o emprego em um mundo que as exigências ao trabalhador estão cada vez mais globalizadas.

Na escola em que ocorre o conhecimento e a aprendizagem dão lugar a uma escola mais prática, funcional e que tem pressa para suprir o mercado de trabalho que necessita de pessoas que possam tocar o poder econômico que não para. Também sendo importante que esses estudantes não sejam questionadores, apenas que supram a demanda que o poder econômico tem para produzir.

Nessa escola imediatista, em que funciona sendo controlada por mecanismos de avaliação que ignoram fatores como as condições de trabalho e de formação dos professores, as condições adequadas de ensino e aprendizagem, além de fazer com que os filhos das famílias mais pobres tenham acesso à uma escola que não incentiva que essas crianças tenham o acesso a apropriação de conhecimentos científicos, artísticos, filosóficos, estéticos etc., que são considerados essenciais para o desenvolvimento humano.

Sampaio, Santos e Mesquita (2002) discorrem sobre a década de 1980, em que diversos países, não só os E.U.A., mas também os países europeus passaram a seguir as orientações do Consenso de Washington, o que refletiu nas suas políticas educacionais. Essas políticas educacionais seguiam as estratégias em que o Estado deixaria de financiar a educação e passaria a avaliar e controlar os sistemas de avaliação, as escolas públicas seriam privatizadas, seriam aplicados critérios qualitativos para a avaliação de alunos, docentes e as instituições, formação dos alunos para atender crescente demanda empresarial de formação profissional e técnica, oferta de formação rápida e à distância, predominantemente por escolas privadas. Essas ideias do Consenso de Washington, passaram a ser implantadas no Brasil no início dos anos 1990 no governo Fernando Collor e tiveram continuidade nos 2 mandatos de Fernando Henrique Cardoso.

Desta forma, a educação, na concepção neoliberal, é subordinada ao capital e se

posiciona a serviço do desempenho no mercado para potencializar o crescimento

(22)

22 econômico, por meio da formação para ação competitiva no mercado de trabalho (GENTILLI, 1998).

Nessas perspectivas a escola assume o papel de prestar serviço ao capitalismo globalizado e dos seus interesses e de moldar o trabalhador para obter o resultado desejado nas funções do mercado de trabalho, que vem sofrendo diversas transformações tecnológicas ao longo do tempo e para suprir a expectativa da lucratividade alta.

No Brasil os avanços das lutas por direitos sociais começaram a acontecer no momento após o término da ditadura militar (1964-1985), no mesmo período em que entrava em crise o modelo fordista/keynesiano (cf. Antunes, 1999; Santos, 1990). No lugar do modelo fordista/keynesiano, o sistema capitalista apresentou um conjunto de estratégias para retomar o aumento das taxas de lucro, reduzindo direitos, com graves consequências para a construção da democracia e da efetivação dos direitos sociais. No Brasil, o processo de redemocratização foi recente, enquanto em todo mundo o mercado assume um maior protagonismo novamente retomando princípios como individualismo, a competitividade, a produtividade, a avaliação com foco no produto. Essa lógica ocasionou prejuízo para a construção de valores democráticos, como a participação, a coletivização de decisões e do conhecimento como um direito o que faz com que alguns tenham mais condições e direitos que os outros, permeando uma sociedade que não é igualitária.

Os dois países viveram um processo de democratização recente, enquanto por todo o mundo o mercado novamente assume um maior protagonismo, retomando princípios da sua lógica própria, como o individualismo, a competitividade, a produtividade, a avaliação com foco no produto. Isso ocorreu em detrimento da construção de valores democráticos, como a aprendizagem da participação, da coletivização das decisões e do conhecimento como um direito.

Nos contextos atuais de crise em que o capitalismo vem tentando se manter e se superar, as fronteiras entre o público e o privado tem sido modificadas, tendo redefinido o papel do Estado quanto as políticas sociais. O neoliberalismo, a globalização, a reestruturação produtiva e a terceira via são as estratégias do capitalismo para se superar em meio aos cenários mundiais de crise e se manter um sistema forte e que se sustente.

Para o neoliberalismo e a social democracia, conhecida como terceira via

(Giddens, 2001), o Estado é o culpado pela crise e o mercado deve ser o parâmetro de

qualidade, alterando o papel do Estado no sentido de racionalizar os recursos e diminuir o

poder das instituições. Na visão do mercado, as instituições públicas podem sofrer

pressões e demandas da população e improdutivas. De qualquer forma, tanto o

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23 neoliberalismo, quanto a Terceira Via querem tirar as decisões das instituições públicas, passando essas decisões para a mão da sociedade, passando a responsabilidade pela execução e direção das políticas sociais para a sociedade. Essa visão pode trazer implicações sérias para o projeto democrático enfraquecendo as instituições públicas. O neoliberalismo por acreditar na democracia como responsável pelas demandas sociais que seriam responsáveis pela distribuição de renda através das políticas públicas que acarretaria o defict fiscal. A Terceira Via, que acredita nas mesmas origens da crise do Estado que o neoliberalismo, e tem nos princípios gerenciais como a lógica de uma sociedade civil empreendedora para executar as tarefas do Estado como a sua proposta (Peroni, 2013). Para Rhodes (1996), essas duas teorias que tem como propostas a transferência para a sociedade da direção e da execução das politicas sociais, podem ser definidas como uma privatização

Laval (2004) nos apresenta diversas formas de mercantilização na educação, como destinar a escola a fornecer mão-de-obra adaptada para as necessidades da economia, deixar as empresas interferirem de maneira mais direta na pedagogia, nos conteúdos escolares, estruturas curriculares e diplomas que pretendem estabelecer a lógica do mercado nas escolas. Ele observa ainda que a escola acaba por estar em dois movimentos. Um, em que a escola é um mercado, publicidade e venda de produtos e a escola como produtora de mercadorias específicas, como suporte e conteúdos de ensino.

É verificado que, para o mercado, é importante interferir na política educacional, mais até que privatizar escolas. É possível observar essa interferência nas parcerias dos Institutos Ayrton Senna e Unibanco com escolas do ensino fundamental e médio, em que o conteúdo educacional é monitorado e existem metas que são estabelecidas pelos institutos, o que Laval diz ser "mercadorias específicas" (Peroni, 2016).

É compartilhada a opinião sobre o fato de que o processo de mercantilização

também acontece quando os setores privados têm o poder de definir o conteúdo referente

à educação. Os processos de privatização da educação pública trazem consequências

para o processo de democratização da educação, tornando a educação cada vez mais

democrática, atingindo às famílias de todas as classes sociais. Conforme Vieira (1998),

nos faz concordar quando fala que “não existe estágio democrático, mas há processo

democrático mas há processo democrático pelo qual a vontade da maioria ou a vontade

geral vai assegurando o controle sobre os interesses da administração pública" Ele

também afirma que “quanto mais coletiva a decisão, mais democrática ela é Qualquer

conceito de democracia, e há vários deles, importa em grau crescente de coletivização de

decisões" (Vieira, 1998, p. 12). Porém com o processo de privatização da educação, a

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24 coletivização das decisões foi sendo cada vez mais subsumida como parte do processo democrático.

Sobre o capital, Wood (2014) aborda sobre o papel importantíssimo do Estado, justamente neste período do capitalismo em que ocorre a financeirização e globalização

"O capital global ainda (na verdade, mais do que nunca) exige uma ordem política, social e legal rigidamente regulada e previsível" (p. 11). A autora argumenta que:

O capitalismo precisa de estabilidade e previsibilidade nas suas organizações sociais. O Estado nação ofereceu isso por meio de uma elaborada estrutura legal e institucional, apoiada pela força coercitiva, para sustentar as relações de propriedades do capitalismo, seu complexo aparelho contratual e suas intrincadas transações financeiras. (Wood, 2014, p. 26)

Para o capitalismo, a existência do Estado facilita a permanência deste sistema, justamente pela estabilidade que o Estado pode proporcionar. Por mais que os liberais possam pregar contra o Estado, é bom ter o Estado para contribuir com a estabilidade econômica. Para alguns autores, há a concordância de que o estado nacional está em declínio, porém Wood acredita que o (2014, p. 18) "Estado é hoje mais essencial do que nunca para o capital mesmo – ou especialmente – em sua forma global. A forma política da globalização não é um estado global, mas um sistema global de Estados múltiplos. A autora explica ainda a causa do Estado ser tão importante para o processo de acumulação de capital no período de financeirização do capital o poder económico do capital não pode existir sem o apoio da força extra econômica; e a força extra econômica é hoje, tal como antes, oferecida primariamente pelo Estado" (Wood, 2014, p. 18).

Dessa forma, é de grande valia evidenciar as diversas características brasileiras na

análise das redefinições do papel do Estado, que esteve na maior parte de sua história,

ligado aos interesses privados (cf. Pires, 2015; Vieira, 1998). Na década de 1980, após o

fim da ditadura militar, justamente no período pós-ditadura foi que ocorreram os avanços

das lutas pelos direitos sociais, em que entraram em debate os processos de

democratização da educação, participação, coletivização das decisões e também os

direitos sociais que foram materializados em políticas. Porém, ao mesmo tempo, os

processos de neoliberalismo, reestruturação produtiva e financeirização possibilitavam a

redefinição do papel do Estado com as políticas sociais, com o intuito de crise fiscal e

redução de custos que trariam consequências graves para a construção da democracia e

da efetivação dos direitos sociais materializados em políticas públicas, substituindo o que

tem se chamado de "naturalização do possível" (cf. Peroni, 2003, 2013). É importante dar

destaque aos avanços que ocorreram na educação, que essas mudanças são inegáveis

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25 na universalização do acesso à educação e sua ampliação, inclusão de alunos com necessidades especiais, maior participação na vida escolar, porém não foram dadas as condições com a mesma intensidade das mudanças, que foram realizadas com os

“recursos possíveis” e grande parte das vezes, em detrimento de salários e condições de trabalho dos profissionais da educação.

Com as mudanças que ocorreram no modelo educacional capitalista e após o período de redemocratização, foram alcançados diversos avanços no processo educacional, como a ampliação da garantia do acesso à educação pública no ensino fundamental e médio que contribui para a democratização do ensino, sem privilégios. No entanto, pode ser observado também, que cada vez mais a presença do privado mercantil nas decisões da educação pública. O Estado permanece como o grande responsável pelo acesso e até mesmo tem a responsabilidade de ampliar a oferta de vagas públicas, porém, o “conteúdo” pedagógico e de gestão da escola tem se tornado cada vez mais que introduzem a lógica mercantil. A justificativa para a adoção dessa lógica é que essa ação colabora para a qualidade da escola pública e se encaixam num mercado que não existia e a escola pública deixa de atuar, para que a lógica mercantil atue e consiga os seus lucros. Do lado positivo, podemos observar o aumento da oferta para as camadas da sociedade que historicamente não tiveram acesso ao ensino, ampliação que ocorreu na escola pública. Porém houve a privatização, no período do ensino obrigatório, foi o chamado "conteúdo da educação". ". A privatização ocorre através de parcerias (cf.

Adrião & Peroni, 2010) ou venda de sistemas privados (cf. Adrião et al., 2009). As parcerias envolvem os processos de privatização da escola pública, através da execução e da direção que definem o conteúdo da educação e executam a sua proposta por meio da formação, avaliação, da monitoração, da premiação e de aplicação de sanções que permitem um controlo de que o seu produto será executado. Avaliação e premiação que são táticas capitalistas que podem contribuir para uma individualização, seja de professores e de alunos.

O financiamento ocorre em parte, por meio do governo federal ou da renúncia de receitas, em que as empresas acabam não pagando o imposto, cujo esse montante é doado para os institutos de educação. Também é muito importante destacar que não existe formas de controle público efetivo sobre onde são gastos os recursos de renúncias de receitas, gerando uma certa dúvida sobre se a aplicação dos recursos está sendo de maneira correta e se pode haver alguma irregularidade.

Para os Institutos educacionais, é entendido que não precisa apenas ter grandes

normas da política e da educação e que é necessário influencias para efetivar as

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26 mudanças na sala de aula. O Instituto Ayrton Senna (IAS) passou a promover programas complementares em períodos inversos ao das aulas e posteriormente apenas em classes de aceleração, mas passando a influenciar como um todo na política educacional. Essa influência partia desde o currículo até à gestão do sistema educacional e da escola. Foi percebido pelo Instituto que para realizar mudanças fundamentais, precisaria atuar, não somente em questões focalizadas, mas educação como um todo. Atualmente, o Instituto planeja, monitoriza e avalia os sistemas púbicos por meio da Rede Vencer.

O IAS relaciona a aprendizagem à gestão das escolas, entende que a escola deve ter uma gestão gerencial, que é monitorada rigidamente e com atividades que são padrão com aulas prontas e uma rotina que já foi planejada. Também são definidos que o foco deve ser na matemática e na língua materna, que são as atividades que são avaliadas nas provas nacionais, para conseguir uma boa avaliação para a escola. Entende que a aprendizagem é um produto e que pode ser medido pelos resultados das avaliações e das metas pré-estabelecidas (cf. Adrião & Peroni, 2010), que poderá encarecer ou baratear esse “produto” chamado educação.

Também é importante destacar novamente que, no ensino fundamental e médio a oferta foi expandida pela escola pública, tendo a privatização ocorrido mais no conteúdo da educação. Porém outras etapas da educação básica como a educação infantil ou nas modalidades de educação de jovens e adultos (EJA) e educação profissional, a realidade é outra. Eles vivem um processo em que o poder público transfere a execução da oferta educacional para o setor privado com ou sem fins lucrativos para baratear ou racionalizar os recursos. Por exemplo, nas creches e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), setores que precisam de uma atenção especial, considerados mais frágeis, em muitos casos são contratados professores sem formação, já que os professores concursados e estatutários adquiriram direitos lentamente e a transferência de responsabilidade (terceirização) é feita com profissionais com menor formação, mais baratos, em algumas vezes voluntários, o que pode ser considerado como um processo que torna precário o trabalho docente.

Susin (2009), em seu estudo, demonstra que nem sempre são adequados os espaços

nas creches comunitárias os processos democráticos no interior da escola, que foram

uma conquista da escola pública, nas instituições contratadas não estão presentes

normalmente. Na admissão dos estudantes, não existem critérios transparentes e nem

sempre o ensino é gratuito. Normalmente essas instituições são destinadas para alunos

muito pobres, e mesmo com uma mensalidade baixa, esse valor compromete o

orçamento dessas famílias, o que pode ser considerado questionável quando olhamos

(27)

27 pelo lado do direito à educação, num Brasil em que se luta pela gratuidade da educação pública.

Na EJA, é possível observai ainda que em muitos casos, os professores são contratados em outro turno com uma bolsa, eles acabam recebendo menos do que o seu salário, o que também podemos entender como uma maneira de precarização, ao trabalhar mais e a sua remuneração não acompanhar o seu trabalho. Receber menos para uma carga de trabalho maior. (cf. Brasil, 2012; Comerlato & Moraes, 2013).

Na educação profissional, o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), tem a na execução a participação de instituições privadas. "O PRONATEC poderá ainda ser executado com a participação de entidades privadas sem fins lucrativos, devidamente habilitadas, mediante a celebração de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere" (Brasil, 2011b, art. 8). Podemos questionar a concessão de trabalho que foi proposta pelo governo federal, de abrir mão de uma proposta de formação profissional transferindo recursos também para instituições privadas. O número de instituições da rede pública de educação profissional aumentou em um ritmo menor que o necessário e em paralelo foi feita a ampliação via parcerias, através do PRONATEC (cf. Brasil, 2011b; Rodrigues & Santos, 2013). Também é possível verificar que a racionalização de recursos é uma das justificativas para transferir as responsabilidades do setor público para o setor privado. E que em alguns processos, diminui os custos para as populações mais pobres com as creches, a educação de jovens e adultos, a educação profissional, mas cria uma contradição ao contratar assessorias e parcerias e as compras de produtos privados que oneram em muito o orçamento do governo federal (cf. Bittencourt & Oliveira, 2013), fazendo com que o governo mostre para quem está trabalhando.

Mesmo sendo muitos os editais, formas de terceirização e compra dos mais diversos

"produtos", desde a formação, gestão, aprendizagem, existem também as influencias

exercidas pelos empresários na direção das políticas educativas e venda de produtos

educacionais pela Movimento Todos pela Educação (TPE). O Movimento TPE atua

influenciando a política educacional do país, avaliando, monitorando resultados e

realizando pressões diretas ao poder legislativa e executivo para que sem cumpra o seu

programa educacional. Existem também, empresários vinculados ao Movimento TPE que

atuam na venda de tecnologias educacionais, através de um Guia de Tecnologias

certificado pelo governo federal, algo que é extremamente condenável, pois como que

alguém poderia participar de um movimento que tem o “interesse” de melhorar a

educação e após realizar pressões nos governantes vende a sua mercadoria para o

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28 governo. A partir dessas atitudes, podemos perceber, infelizmente, o individualismo nessa lógica mercantil, em que, pelo lucro, um interesse individual está acima do interesse de todos. Por essas atitudes que a nossa educação poderia estar em mais altos patamares.

O Guia de Tecnologias, é parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) que prevê uma gama de ações de assistência técnica e/ou financeiras, podendo ser solicitadas pelos municípios em quatro dimensões: gestão educacional; formação de professores e de profissionais de serviço e apoio escolar; práticas pedagógicas e avaliação; infraestrutura física e recursos pedagógicos (cf. Bernardi, Uczak, & Rossi, 2015; Brasil, 2011a). Esse Guia de Tecnologia pode ser visto como algo parecido como desperdício. Pensando pelo seguinte lado neoliberal, em que a lógica acredita que o Estado deve cortar os gastos, mas o Estado acaba gastando com essa assistência de empresas educacionais. Portanto, é necessário que se assuma um papel que defenda os interesses da maioria da população, para o Estado não gastar recursos com um serviço que pode ser realizado com trabalhos dentro do Ministério da Educação com os seus especialistas, ou dentro das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, no sentido de economizar recursos e realizar um trabalho que irá de encontro com o interesse da população em uma educação de qualidade sem a influência de empresários do ramo educacionais que visam apenas uma lucro maior.

A atuação do Estado neste processo de relação entre o público e o privado, podemos verificar que, na grande maioria dos casos, o Estado continua financiando os programas, apesar da execução ser privada. Também existem os casos em que o poder público continua a ser o executor, além de financiar. Mas a direção e o controle passam para instituições privadas, como nos casos que ocorrem no Brasil como o Instituto Ayrton Senna e o Instituto Unibanco.

As instituições públicas, sendo democráticas, devem ser o espaço de correlação de forças e o produto final deve ser definido por todos e não a priori. É importante que tentemos resgatar as instituições públicas como espaços democráticos, com interesses coletivos e com parâmetros de justiça social, realizando assim a democracia na educação, onde tantos não possuem esse direito. Resgatar esse poder das instituições públicas nos permitirá evitar os diversos erros ocorridos na construção de uma educação que tem o intuito de ser cada vez mais democrática, tendo o poder de atingir a todos de forma plena e sem haver os casos de privilégios para um ou para outro.

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29 3 Capítulo 2 - Os grandes grupos educacionais no Brasil: sua relação com a Mercadorização da educação, precarização do ensino e suas divergências com o direito à educação.

Desde o início da década de 1990 até os dias atuais, é notório o aumento das políticas neoliberais na educação. Segundo Libâneo e Freitas (2018) o poder econômico para se expandir, se infiltra em nichos em que é possível obter lucro e passam a querer explorar por serviços, ofertados gratuitamente pelo Estado.

Desse modo, para estes homens de negócios do capital, os serviços públicos nos setores de Educação e Saúde podem ser ofertados por empresários, pois os mecanismos de mercado potencializam seus resultados e os colocam nos circuitos das práticas competitivas e mercantis. (LIBÂNEO E FREITAS, 2018)

É possível observar na legislação brasileira, que são abertos diversos caminhos que possibilitam a expansão do setor privado e a diminuição do setor público. Na Lei Nº 10.260, de 12 de Julho de 2001 que trata do FIES (Fundo de Financiamento do Estudante de Ensino Superior) o setor público financia o setor privado, ao invés de investir na tentativa de tornar o Ensino Superior Público gratuito mais democrático possível, fazendo com que todos tenham acesso a ele. De acordo com o Art. 1º da lei do FIES, conforme mencionada acima:

Art. 1º É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Educação, destinado à concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério, de acordo com regulamentação própria.

Já no Art. 4º o governo financia 100% dos encargos educacionais, conforme as restrições existentes nas leis, é um grande estimulo para que as Instituições de Ensino Superior privadas continuem a aumentar no Brasil.

Art. 4º São passíveis de financiamento pelo Fies até 100% (cem por cento) dos encargos educacionais cobrados dos estudantes no âmbito do Fundo pelas instituições de ensino devidamente cadastradas para esse fim pelo Ministério da Educação, em contraprestação aos cursos referidos no art.

1o em que estejam regularmente matriculados, vedada a cobrança de qualquer valor ou taxa adicional e observado o disposto no art. 4o-B.

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30 Além da lei que regula o FIES, em 2005 na lei que regulamentam o PROUNI (Programa Universidade para Todos), também é possível observar o Governo Federal, através do Ministério da Educação contribuindo para a expansão do Ensino Superior privado.

Art. 1o Fica instituído, sob a gestão do Ministério da Educação, o Programa Universidade para Todos - PROUNI, destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos.

Outro caso na qual a expansão do setor privado fica clara é a lei regulamentadora do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), onde no Art. 8º é permitida a distribuição dos recursos do FUNDEB para as instituições privadas, em que o poder público não alcançar.

Art. 8o A distribuição de recursos que compõem os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, dar-se-á, entre o governo estadual e os de seus Municípios, na proporção do número de alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica pública presencial, na forma do Anexo desta Lei.

§ 1o Será admitido, para efeito da distribuição dos recursos previstos no inciso II do caput do art. 60 do ADCT, em relação às instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o poder público, o cômputo das matrículas efetivadas:

I - na educação infantil oferecida em creches para crianças de até 3 (três) anos;

II - na educação do campo oferecida em instituições credenciadas que tenham como proposta pedagógica a formação por alternância, observado o disposto em regulamento.

Na lei aprovada mais recente, pelo governo Michel Temer (2016-2018), são ainda realizadas aberturas para a terceirização através da liberação para firmar convênios com instituições de educação à distância.

ART. 4º §11 Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediante as seguintes formas de comprovação:

São abertas cada vez mais as brechas para o setor privado na educação brasileira,

o que é preocupante pelo fato da precarização do trabalho docente, da precarização do

ensino e que o direito a educação não chegue a todos.

(31)

31

ART.6º§11 - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36;

Porém, o poder econômico se depara com uma dificuldade: Como passar a cobrar por um serviço que é oferecido gratuitamente e como convencer as pessoas de pagar por um serviço que é oferecido gratuitamente? Mas para eles, isso não é o problema. Através da mídia, eles conseguem implantar aos poucos para as pessoas que o ensino público é de má qualidade e que o Estado não tem condições de manter os gastos e que precisa cortar cada vez mais os gastos.

E para sustentar este preceito neoliberal, de forma sistemática, a imprensa internacional e nacional passou a veicular e divulgar indicadores estatísticos da Educação apontando a má qualidade do ensino fotografada nos indicadores obtidos nos testes e exames, o insucesso da formação escolar de adolescentes e jovens para o mercado de trabalho, o contingenciamento das despesas públicas do Estado para o pagamento de professores, e a redução de recursos financeiros para a Educação brasileira. Esta mesma imprensa passou a divulgar, também, as vantagens e potencialidades dos grupos empresariais educacionais para expandir os negócios rentáveis, além de maior flexibilidade nos contratos, parcerias e relações de trabalho.” (LIBÂNEO E FREITAS, 2018)

A maneira desses grupos atuarem no Brasil é por meio de tratados, acordos, subscrição a convenções internacionais, convênios, programas, projetos, parcerias privadas, planos, consultorias, assistência técnica, fundações, empréstimos financeiros, condicionalidades inscritas e cruzadas nos acordos e protocolos, subscrição aos documentos decorrentes de conferências para expandir negócios empresariais lucrativos na Educação para dessa forma aumentar a circulação dos seus produtos, aumentar o número de consumidores e expandir seus lucros.

A partir da década de 1990, em que começam a ser introduzidas as reformas

educacionais neoliberais que passaram a destacar a correspondência entre a

competência dos professores e a qualidade do ensino. Porém, as finalidades educativas

das reformas e seus tipos de currículos difundidos, acabam por desqualificar e

desprofissionalizar os professores, o que traz diversas consequências para a educação

pública de uma maneira geral. Portanto, é extremamente relevante que se produzam

analises que possam colaborar e aprofundar a compreensão do processo e que ajude no

Referências

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