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Figuras de Linguagem

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Academic year: 2021

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Figuras de Linguagem

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Aprender a reconhecer as figuras de linguagem é importante para melhor compreendermos os textos literários e termos contato com a beleza da construção da linguagem, além de lidarmos com os significados simbólicos das palavras e dos textos do nosso dia a dia.

Algumas figuras são mais comuns do que imaginamos, as utilizamos em nosso cotidiano, fazem parte da nossa comunicação e das nossas relações, até mesmo compõem nossa personalidade. São ferramentas, recursos da linguagem de que dispomos para darmos maior expressividade às nossas mensagens.

CONCEITO

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Metáfora

É a palavra ou expressão que produz sentidos figurados por meio de comparações insólitas e implícitas, ou seja, estranhas e que necessitam ser interpretadas, dependem do contexto.

Esta figura trabalha com a riqueza de sentidos, pois têm mais que uma interpretação.

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina..

(Construção, Chico Buarque/Tom Jobim)

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Sinestesia

É a mistura ou troca das funções dos sentidos humanos, ou seja, é quando atribuímos o valor de um sentido básico humano a outro. Os sentidos são: tato, olfato, gustação, audição, visão e intuição.

É muito utilizada por escritores, principalmente, poetas. No dia a dia, esta figura é muito comum, porém sem que haja consciência de seu uso por parte dos falantes.

Exemplos:

A. Meu olhar toca seu coração com toda a força.

B. Sua pele é tão doce.

C. Sinto tua alma beijar minha morte.

Oh! ontem no baile com ela valsando Senti as delícias dos anjos do céu!

Na dança ligeira qual silfo voando Caiu-lhe do rosto seu cândido véu!

- Que noite e que baile! - Seu hálito virgem Queimava-me as faces no louco valsar,

As falas sentidas que os olhos falavam Não posso, não quero, não devo contar!

Casimiro de Abreu, Segredos

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Ironia

É quando invertemos o sentido conscientemente, ou seja, falamos ou escrevemos uma mensagem querendo dizer outra coisa, afirmamos o contrário do que pensamos. A dubiedade aqui é pensada, o duplo sentido é voluntário e consciente e tende à provocação.

Existe a ironia simples, manjada, ou a requintada, perspicaz.

Fragmento de Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Abane a cabeça leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já o não obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas, se o não fez antes e só agora, fio que torne a pegar do livro e que o abra na mesma página, sem crer por isso na veracidade do autor. Todavia, não há nada mais exacto. Foi assim mesmo que Capitu falou, com tais palavras e maneiras. Falou do primeiro filho, como se fosse a primeira boneca.

Quanto ao meu espanto, se também foi grande, veio de mistura com uma sensação esquisita.

Percorreu-me um fluido. Aquela ameaça de um primeiro filho, o primeiro filho de Capitu, o casamento dela com outro, portanto, a separação absoluta, a perda, a aniquilação, tudo isso produzia um tal efeito, que não achei palavra nem gesto; fiquei estúpido. Capitu sorria;

eu via o primeiro filho brincando no chão...

(Capítulo XLV/Abane a cabeça, leitor)

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Antítese

Quando há oposição de sentido entre as palavras ou ideias.

Ex.1:

A. Uma menina me ensinou quase tudo que eu sei, era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei. (Renato Russo)

B. Ando devagar

Porque já tive pressa E levo esse sorriso

Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza

De que muito pouco sei Ou nada sei

Almir Sater, Tocando em Frente

Ex.2: A Jesus Cristo Nosso Senhor, Gregório de Matos Guerra

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade me despido,

Porque quanto mais tenho delinqüido Vós tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada Gloria tal, e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.

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Paradoxo

Trata-se do emprego de ideias que se contradizem, é o oposto do que alguém pensa ser a verdade, logo é uma verdade aparente. Estabelece uma contradição.

Ex.1:

A. Sou um menino velho.

B. Pensar é o bem que causa mais mal aos homens.

Ex.2: Excerto do soneto de Luís de Camões.

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

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Ambiguidade

Exemplos:

João deixou as pessoas felizes. (ele fez a pessoas felizes ou deixou as pessoas que estavam felizes?)

Trata-se de uma mensagem que possui duplo sentido em nível sintático, ou seja, que

possui um equívoco sintático que não nos permite definir o sentido real da frase.

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Hipérbole Eufemismo

É quando exageramos

propositalmente afim de tornar mais intensa e expressiva a ideia.

Ex: Estou morrendo de sede.

Ela chorou um oceano ao término do namoro.

Tudo passou como um furacão na minha vida.

É a palavra que suaviza informações, mensagens, notícias desagradáveis, temerosas.

Ex: Enfim, agora ele descansa em paz. (morte)

Ela escondeu a verdade de mim.

(mentira)

Personificação (prosopopeia)

Trata-se de uma personificação, pois é a palavra que atribui características humanas a seres inanimados ou não humanos.

Ex:

O céu está com uma cara boa hoje.

O meu cachorrinho sente toda a minha tristeza.

Só a minha cama me entende.

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Metonímia

É quando uma palavra representa um todo ou uma parte, ou seja, quando uma palavra substitui outra por uma proximidade lógica de sentidos.

Ex: Li todo o Machado de Assis nas férias. (o nome do autor substitui a palavra obra )

O salão recebeu com carinho a aniversariante. ( salão substitui a palavra convidados )

Exemplos mais comuns:

Achocolatado em pó: nescau .

Lâmina de barbear: gilette

Esponja de lavar: Bom-bril

Goma de mascar: chiclete

Macarrão instantâneo: miojo

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Aliteração Assonância

É a repetição de sons consonantais idênticos ou semelhantes no início das palavras de uma frase ou verso.

Ex:

Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

SOUZA, Cruz. Violões que choram O rato roeu a roupa do rei de Roma.

É a repetição do som de vogais de uma frase ou verso, especialmente quando sílabas tônicas.

Ex:

Ó formas alvas, brancas, formas claras. (Cruz e Sousa)

O meu mundão no teu coração é perdição.

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Questão 96)

ENEM 2012

(17)

Questão 107)

ENEM 2012

(18)

Questão 134)

ENEM 2013

(19)

Questão 131)

ENEM 2013

(20)

Questão 120)

ENEM 2014

(21)

Questão 127)

ENEM 2014

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A novidade veio dar à praia na qualidade rara de sereia

metade um busto de uma deusa maia metade um grande rabo de baleia a novidade era o máximo

do paradoxo estendido na areia

alguns a desejar seus beijos de deusa outros a desejar seu rabo pra ceia oh, mundo tão desigual

tudo tão desigual

de um lado este carnaval do outro a fome total

e a novidade que seria um sonho milagre risonho da sereia

virava um pesadelo tão medonho ali naquela praia, ali na areia

a novidade era a guerra

entre o feliz poeta e o esfomeado estraçalhando uma sereia bonita

despedaçando o sonho pra cada lado”

(Gilberto Gil, A Novidade)

Assinale a alternativa que ilustra a figura de linguagem destacada no texto:

a) “A novidade veio dar à praia/na qualidade rara de sereia”

b) “A novidade que seria um sonho/o milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho”

c) “A novidade era a guerra/entre o feliz poeta e o esfomeado”

d) “Metade o busto de uma deusa maia/metade um grande rabo de baleia”

e) “A novidade era o máximo/do

paradoxo estendido na areia”

Referências

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