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Como pode alguém amar a quem dá causa ao mal e que é responsável por ele?
Afinal, não é do próprio coração do homem que procede toda sorte de pecados, conforme afirmado pelo próprio Cristo?
Então precisamos refletir adequadamente sobre esta realidade, porque não se pode negar que Deus ame de fato os pecadores, a ponto de nos ter dado o seu próprio Filho Unigênito para morrer em nosso lugar, para que pudéssemos ser perdoados e reconciliados com ele.
Ao mesmo tempo devemos considerar que Deus também odeia de fato o pecado e que estabelece os seus juízos contra ele.
O que o apóstolo Paulo diz em Romanos 7, pode nos ajudar para a compreensão deste aparente paradoxo, de alguém amar o pecador ao mesmo tempo que detesta o pecado que ele pratica.
Ali o apóstolo afirma que ao querer fazer o bem e rejeitar o mal, comprova que realmente ama a Deus e a sua lei, mas esta coisa chamada pecado, que é uma inclinação natural que existe em toda pessoa, em razão da queda original, é o que o levava por fim a não fazer o bem que queria, e a praticar o mal que rejeitava.
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Então conclui dizendo que se era esta a realidade, a saber, de agir contra a lei de Deus, apesar de amá-la, já não era ele quem o fazia, por escolha de sua vontade, mas o pecado residente que havia em seu interior.
A inclinação da nossa natureza decaída para e pelo pecado, é de tal ordem, que é superior à nossa própria vontade, de modo que com a mente temos prazer na lei de Deus, mas vemos em nossos membros a lei do pecado que opera nos levando a transgredir o bem que a lei exige.
Não há ninguém ou qualquer poder que possa nos livrar dessa condição, a não ser a lei do Espírito e da vida em nosso Senhor Jesus Cristo, que é o único que pode nos livrar da lei do pecado e da morte.
Deus então se compadece desta nossa condição miserável de termos o pecado habitando em nós, e mais do que se compadecer, ama a todos aqueles que se voltam para ele em busca de ajuda por meio da fé em Jesus Cristo.
O grande pecado então que decreta a nossa condenação é o da incredulidade. O da rejeição do socorro que nos está sendo oferecido gratuitamente por Deus.
Não se levantar contra o pecado, e pior ainda, tentar justificá-lo, é o que desperta a ira de Deus contra nós. Pois isto significa dar acolhida a um
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tão grande inimigo de Deus, e afeiçoar-se a este inimigo, dando assim mostras de que desprezamos a Deus e ao socorro que ele proveu para nós em Jesus Cristo.
Esta é a razão de Deus receber, perdoar e amar a qualquer pecador, de qualquer condição, que vier a ele com fé em ser recebido por causa de Cristo.
Ele não nos trata, em relação a nossos pecados, de forma policialesca, como um delegado ou juiz, pronto para nos condenar em razão das faltas que praticamos. Ele entende e conhece perfeitamente qual é a nossa condição natural de sermos escravos do pecado, e por isso proveu para nós um grande Libertador, que é o único que pode nos trazer à condição de sermos livrados das cadeias do pecado e do diabo.
Graças a Deus por seu grande amor, e por Jesus Cristo.
Agora, não se deve considerar, à luz desta verdade retrocitada, que a disciplina do evangelho seja uma contradição ao amor de Deus por pecadores, ao contrário, ela o confirma, pois quem ama corrige e disciplina, e é exatamente isto que Deus faz com todos aqueles a quem tem recebido como filhos.
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A própria exclusão do crente que vive na prática deliberada do pecado, da comunhão dos santos, visa levá-lo ao arrependimento.
Por isso o apóstolo Paulo manda considerar todos aqueles que são assim corrigidos, a serem amados como irmãos pelos que os corrigem, e não serem considerados como inimigos.
Mesmo quando Jesus diz em Mateus 18 que o excluído deve ser considerado gentio e publicano, isto não nos isenta do amor a eles, pois, devemos não somente amar os gentios e publicanos, como até mesmo os nossos inimigos, e orar para o bem deles.
A exclusão, enquanto não há o arrependimento, visa tão somente evitar o engano, a falsidade, a hipocrisia na congregação dos santos, pois em se admitindo a permanência do que vive em pecado e que não busca ser curado, significa admitir que é possível haver comunhão entre luz e trevas, e assim, tudo não passará de uma grande hipocrisia, contra Deus, que é a verdade e a vida.
Daí Jesus ter orado no sentido de que todos os crentes sejam santificados por Deus na verdade, conforme ela está revelada em Sua Palavra.
Bem-aventurados são aqueles que entendem e praticam estas coisas, a bem de suas próprias
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almas, e do progresso da obra do evangelho através da Igreja.
Que Deus aplique esta palavra aos nossos corações, em nome de Jesus, Amém.
