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O CRIME HEDIONDO: CONCEITO, PREVISÃO LEGAL, RESTRIÇÕES PROCESSUAIS, A EXECUÇÃO DA PENA

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Direito Izabela Hendrix – Belo Horizonte, vol. 21, nº 21, novembro de 2018 55

O CRIME HEDIONDO: CONCEITO, PREVISÃO LEGAL, RESTRIÇÕES PROCESSUAIS, A EXECUÇÃO

DA PENA

THE HEDIOUS CRIME: CONCEPT, LEGAL FORECAST, PROCEDURAL RESTRICTIONS, EXECUTION OF FEATHER

LEONARDO HENRIQUE DAVID CANTÃO TURCI DE LIMA

Resumo: O crime hediondo é tratado com extrema gravidade, por se tratar de crimes que em sua execução se mostram repulsivos e que provocam reação de grande indignação moral. Em razão deste fato, o crime hediondo recebe um tratamento diverso e mais rigoroso do que as demais infrações penais, é regulado pela Lei nº 8.072/90. A Constituição Federal de 1988, estabeleceu em seu artigo 5º, XLIII, que os crimes definidos como hediondos seriam insuscetíveis de fiança, graça ou anistia.

Palavras-chave: Crimes Hediondos. Criminalidade. Crimes graves. Progressão de regime.

Abstract: The heinous crime is treated with extreme gravity, because these are crimes that in their execution are repulsive and that provoke a reaction of great moral indignation. As a result of this fact, the heinous crime receives a different and more rigorous treatment than the other criminal offenses, it is regulated by Law nº 8.072 / 90. The Federal Constitution of 1988 established in Article 5, XLIII, that crimes defined as heinous would be insusceptible from bail, grace or amnesty.

Keywords: Heinous Crimes. Crime. Serious crimes. Regime progression

Introdução

O crime hediondo é tratado com extrema gravidade, por se tratar de crimes que em sua execução se mostram repulsivos e que provocam reação de grande indignação moral. Em razão deste fato, o crime hediondo recebe um tratamento diverso e mais rigoroso do que as demais infrações penais, é regulado pela Lei nº 8.072/90. A Constituição Federal de 1988, estabeleceu em seu artigo 5º, XLIII, que os crimes definidos como hediondos seriam insuscetíveis de fiança, graça ou anistia. O foco da Lei nº 8.072/90 é deixar em evidência os crimes considerados como os mais graves e repugnantes para sociedade e o tratamento rigoroso que os mesmos devem receber.

Os crimes enquadrados como hediondos são: Homicídio quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro,

leonardohdctl@gmail.com

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latrocínio, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com resultado de morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, genocídio e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Além disso, há os crimes que são, por lei, equiparados aos crimes hediondos o tráfico ilícito de entorpecentes, a tortura e o terrorismo. As penas dos crimes hediondos são cumpridas inicialmente em regime fechado, e a progressão de regime para pessoas condenadas nesse tipo de crime só pode ocorrer após o cumprimento de dois quintos da pena, em caso de réus primários, e de três quintos, em caso de reincidentes.

Os Crimes Hediondos: Conceito, Previsão Legal e Restrições Processuais Homicídio

O homicídio (art. 121 CP) como crime hediondo, está previsto no artigo 1º, inciso I da Lei nº 8.072/90, neste artigo diz que é considerado crime hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII do Código Penal).

Para entender melhor, vale lembrar que um grupo de extermínio corresponde a um conjunto de pessoas organizadas com o objetivo de matar outras pessoas, que atuam normalmente em locais em que a presença do Estado é mínima.

Quanto ao homicídio qualificado, as causas previstas no Código Penal são, mortes cometidas mediante pagamento ou promessa de recompensa, por motivo fútil, torpe, com emprego de veneno, fogo, explosivo, traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, um homicídio é qualificado se o assassino visou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.

Lesão Corporal

De acordo com a Lei nº 8.072/90, no artigo 1º, inciso IA, está previsto que a Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o CP) e lesão corporal (art. 129,

§ 3o CP) seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

Um detalhe importante que vale ser lembrado e que, para ser considerado hediondo, esse crime deverá ser efetuado quando o agente de segurança estiver no exercício de sua função ou em decorrência dela, e se tratando dos familiares, é necessário que tais crimes, para que obtenham essa qualificadora, ocorram em razão da condição da sua função.

De acordo com o artigo 129 do Código Penal, lesão corporal consiste em ofender a

integridade corporal ou a saúde de outrem, ocasionando, portanto, danos ao corpo da

vítima, se resultar em morte a pena pode chegar a doze anos de prisão, porém

somente serão considerados crimes hediondos as duas espécies mais graves de lesão

corporal: aquela de natureza gravíssima e a seguida de morte contra agentes de

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segurança e seus familiares. Quanto a lesão corporal dolosa de natureza gravíssima está disposta no artigo 129, parágrafo segundo do código penal e dentre as suas possibilidades, podemos mencionar aquelas que resultam em incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável, aborto.

Estes crimes uma vez considerados hediondos, tais crimes serão sem a conseção de anistia, graça, indulto e fiança. A pena será cumprida inicialmente em regime fechado e as regras quanto a progressão de regime, prisão temporária dentre outros institutos, serão diferenciados. Lesão corporal contra agentes de segurança pública e seus familiares foram inseridas na lei de crimes hediondos somente em 2015, com a promulgação da Lei nº 13.142/15.

Roubo

A Lei nº 8.072/90, sofreu em seu artigo 1º., inciso II, alterações e ampliações pela Lei 13.964/19, que antes considerava como crime hediondo o “latrocínio”, também conhecido como roubo qualificado pela morte (artigo 157, § 3º., II, CP), a Lei nº 8.072/90, passa então a considerar que não é mais somente o roubo qualificado pela morte que é considerado como crime hediondo.

Foi integrado a este rol as seguintes figuras, roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (artigo 157, §2º., inciso V, CP), conhecido como uma das modalidades do chamado sequestro relâmpago. O roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (artigo 157, §2º. A, inciso I, CP) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (artigo 157, §2º. B, CP).

Esta última figura foi acrescida ao Código Penal também pela própria Lei 13.964/19.

Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (artigo 157, §3º., I e II, CP).

Como já dito anteriormente foi mantida sua qualificação como crime hediondo, e acrescentado também o roubo qualificado pelo resultado lesão grave. É interessante observar que quando a lei se refere a lesões graves, alude às lesões graves em sentido amplo (artigo 129, §§ 1º. e 2º.), abrangendo as lesões graves em sentido estrito e também as denominadas lesões gravíssimas. Vale lembrar que para os casos ocorridos antes do início de vigência da chamada lei, somente será considerado hediondo o latrocínio ou roubo qualificado pela morte.

Extorsão

Em seu artigo 1º., incisos III e IV a Lei nº 8.072/90, prevê que em determinadas situações o crime de extorsão (artigo 158, CP) pode configurar crime hediondo. A extorsão é caracterizada como um ato de retirar algo de outrem, obtendo para si ou outrem, determinada vantagem econômica, ou fazer, deixar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa mediante emprego de violência ou grave ameaça.

Aqui reforço que a extorsão é sim um crime hediondo, mas somente nas duas

espécies mais graves, que são, extorsão qualificada pela morte (artigo 158, § 2º, CP)

e a extorsão mediante sequestro (artigo 159 caput e §1º a 3º, CP). No caso da

extorsão qualificada por morte, basicamente se a ação do agente resultar em morte,

haverá uma pena mais gravosa e automaticamente o crime será qualificado como

hediondo. Em tocante a extorsão mediante sequestro, que segundo o já mencionado

caput do artigo 159 do Código Penal é aquele ato em que resulte no sequestro de

pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como

condição ou preço do resgate.

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Além da ação típica prevista no caput, a lei 8.072 também menciona ser hediondo as qualificadoras presentes nos parágrafos 1º a 3º da art. 159. Os parágrafos do art.

159 menciona as seguintes situações, se o sequestro durar mais de que 24 horas; se o sequestrado é menor de 18 e maior de 60 anos; se o crime é cometido por bando ou quadrilha; se do fato resulta lesão corporal de natureza grave; se resultar em morte.

Estupro

O estupro (artigo 213, caput e §§ 1º e 2º, do CP) de longe é considerado o crime que mais provoca reação de grande indignação moral, também é considerado um dos crimes mais violentos, este crime não está de fora da Lei nº 8.072/90, que em seu inciso V, prevê o estupro como crime hediondo.

Vale destacar aqui que o Superior Tribunal de Justiça definiu, em julgamento de recurso repetitivo, que estupro e atentado violento ao pudor constituem crimes hediondos mesmo sem causarem lesão corporal grave ou morte da vítima. Ou seja os condenados por estupro em qualquer circunstância estão obrigados a cumprir a pena da forma mais severa.

Na Lei nº 8.072/90, em seu inciso VI, prevê estupro de vulnerável (artigo 217-A, caput e §§ 1o , 2o , 3o e 4o ) como crime hediondo também, este artigo foi incluso no Código Penal pela Lei 12.015/2009, a ideia dele sucede da ausência de discernimento para a prática do ato sexual ou até mesmo da incapacidade de resistência, o que consagra a necessidade de proteção especial e retribuição penal mais gravosa.

Então o estupro e o estupro de vulnerável, mesmo em sua forma simples, são crimes hediondos expressamente declarados. Epidemia com resultado morte A Lei nº 8.072/90, em seu inciso VII, versa sobre a epidemia com resultado morte (artigo 267,

§ 1o ).

É interessante comentar que o crime de epidemia foi tipificado nos vários ordenamentos jurídicos mundiais após a Primeira Guerra Mundial, o crime consiste em causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. O § 1.º do art. 267 qualifica o delito se da conduta resultar morte, hipótese que em que o crime passa a ser hediondo, sofrendo o agente todas as consequências previstas no art. 2.º da Lei 8.072/90.

Para melhor entender, aqui irei esgotar a definição de algumas palavras usadas para definir o crime, como por exemplo pandemia que é o surto de uma doença transitória que ataca simultaneamente número indeterminado de indivíduos em certa localidade, propagação que é a difusão, disseminação de algo, germes patogênicos que são todos os elementos capazes de produzir moléstias infecciosas, pouco importando que já estejam biologicamente identificados.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais

De acordo com o inciso VII-B, da Lei nº 8.072/90, o crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.

273, caput e § 1º, §1º-A, § 1º-B, do CP), configura crime hediondo.

Este inciso foi incluído pela Lei nº 9.695, de 1998, sendo que esta foi editada para

corrigir falhas na Lei Nº 9677/98, a Lei Nº 9677 de 02 de julho de 1998 foi

publicada para se combater práticas de falsificar, corromper, adulterar ou alterar o

produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

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Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável

O favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (artigo 218-B, caput, e §§ 1º e 2º), também entra na Lei nº 8.072/90 como crime hediondo.

Assim como o crime de estupro, o favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, tanto consumado quanto tentado, em qualquer de suas figuras simples, qualificada pela finalidade de obtenção de vantagem econômica e equiparadas é crime hediondo.

Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum

A Lei nº 8.072/90 em seu artigo 1º., inciso IX, inclui o furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A), este também foi incluído como crime hediondo pela lei nº 13.964, de 2019. A ideia de inserir no art. 155 novas circunstâncias qualificadoras, estabelecidas nos §§ 4º-A e 7º.

É a de freia a multiplicação de condutas nas quais criminosos, normalmente em grupos, utilizam artefatos explosivos para romper os cofres de caixas eletrônicos, instalados em bancos ou em estabelecimentos comerciais e subtrair as cédulas neles depositadas.

Além de causar prejuízos em virtude não só dos valores subtraídos, mas também dos danos materiais causados nos estabelecimentos e muitas vezes até em imóveis vizinhos, esta espécie de conduta é particularmente grave em razão da exposição da vida e da integridade física das pessoas a perigo.

O crime de genocídio

O crime de genocídio, previsto nos artigos. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, também foi incluído como crime hediondo pela lei nº 13.964, de 2019, a Lei nº 8.072/90.

O genocídio se classifica como crime doloso, pode ser praticado na forma tentada, de dano ou material, pode ser praticado por uma única pessoa, pode ser praticado por qualquer pessoa, pode se consumar no momento da ação ou omissão delituosa, e como sabemos hediondo e de dupla subjetividade passiva, eis que exige necessariamente mais de um objeto jurídico.

Mesmo que uma única pessoa seja atingida, é necessário que a intenção seja exterminar determinado grupo, portanto, mais de uma vida estará sendo visada.

O crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido

Também foi incluído como crime hediondo pela lei nº 13.964, de 2019, o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Este é um dos casos em que veremos que a intenção era punir com mais rigor a conduta tipificada no caput.

Com efeito, as referências dos parlamentares que advogavam a aprovação do projeto

eram todas à crescente violência ligada à posse e ao porte de armamentos por

criminosos, que normalmente fazem uso de artefatos com grande poder de fogo, não

raro maior do que os de que dispõem as forças policiais, razão pela qual o maior

rigor na punição seria um esforço a ser somado no combate a prática.

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O crime de comércio ilegal de armas de fogo

O crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, também foi incluído como crime hediondo pela lei nº 13.964, de 2019.

O crime de comércio ilegal de armas de fogo configura um crime próprio, de mera conduta e de perigo abstrato. Comete esse crime o comerciante que vende arma para conhecido sem expedir qualquer documento e sem aguardar a autorização de compra.

1.13 O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição Na Lei 10.826/03, o art. 18 tipifica o tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição.

Consiste a infração em importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente. Foi incluído como crime hediondo pela lei nº 13.964, de 2019, também é um dos casos em que veremos que a intenção era punir com mais rigor a conduta tipificada no caput.

O crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado

Passa também a prever como crime hediondo, a Lei 13.964/19, o crime de organização criminosa, quando direcionada está à prática de crimes hediondos ou equiparados. Este inciso II, do artigo 1º, § 2º, da Lei do Crime Organizado, foi incluído pela própria Lei 13.260/16. Um dos chamados crimes equiparados a hediondos é o Terrorismo, tratado na Lei 13.260/16. E no seu caso específico há que considerar uma situação diferenciada, eis que existe previsão especial de um crime de organização terrorista no artigo 3º., da Lei Antiterror. Este crime tem a pena mínima de 8 anos de reclusão

Conclusões

Como já dito anteriormente os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança. Lembrando também que O artigo 2º, § 1º da Lei Federal nº 8.072/90 diz que a pena por crime previsto como sendo hediondo será cumprida inicialmente em regime fechado. Recentemente, a Lei nº 8.072/1990, foi objeto de mais uma modificação em seu texto normativo de maior severidade penal. Trata-se da Lei nº 11.464/2007, que alterou todo o texto do art. 2º, da Lei nº 8.072/1990 para a permitir a progressão de regime prisional. Com a alteração promovida pela nova lei, o texto do § 1º, do art. 2º, da Lei nº 8.072/1990, tem agora a seguinte redação: “a pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado”.

Os crimes previstos no caput do artigo, obviamente, são os considerados hediondos,

referidos ou selecionados no art. 1º, da lei de crimes hediondos, além da prática de

tortura, do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e do terrorismo. Pelo novo

texto legal, o condenado por crime hediondo continua obrigado a iniciar o

cumprimento de sua pena em regime fechado. Mas, não está mais condenado a

permanecer neste regime mais rigoroso até alcançar o livramento condicional ou a

extinção da pena. Então a progressão de regime ficou da seguinte forma, condenado

por crime hediondo precisa, cumprir parte de sua pena em regime inicialmente

fechado, para alcançar o direito à progressão. No caso de ser primário, exige a lei o

cumprimento de dois quintos da pena. No caso de reincidente, o tempo de

cumprimento da pena para a progressão é de três quintos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 8.072 de 25 de julho de 1990. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm BRASIL. Lei 13.964 de 24 de dezembro de 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- 2022/2019/Lei/L13964.htm#art5 BRASIL. Lei 10.836 de 22 de dezembro de 2003.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm BRASIL. Lei

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crimes-hediondos>. Acesso em: 17 set. 2020.

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