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O QUE OS OLHOS NÃO VEEM, O CORAÇÃO SENTE 1

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Academic year: 2021

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O QUE OS OLHOS NÃO VEEM, O CORAÇÃO SENTE

1

Amanda Santos da Costa SILVA

2

David Werson da Cunha CÂMARA

3

Giomara Rodrigues DAMASCENO

4

Ingrid Jéssica Barbosa DA SILVA

5

Maria Akemi YAMAKAWA

6

Patrícia Lais de Souza GONÇALVES

7

Paulo César Pedroza MARQUES

8

Anaelson Leandro de SOUSA

9

Universidade do Estado da Bahia, Juazeiro, BA

RESUMO

O curta-metragem “O que os olhos não veem, o coração sente” (ficção, 2013, 8 minutos) foi produzido na disciplina Comunicação Cinematográfica, do curso de Comunicação Social/Jornalismo em Multimeios, da Universidade do Estado da Bahia, campus de Juazeiro/BA. O filme delineia a experiência de quatro personagens que estão na universidade durante a noite. A cada um deles sucedem situações inesperadas que provocam desconforto, medo e desconfiança do que estaria por trás dessas ocorrências.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação Cinematográfica; Cinema; ficção.

1. INTRODUÇÃO

O cinema é um dos mais importantes meios de comunicação audiovisuais. Desde o final do século XIX até hoje, continua sendo indispensável como forma de entretenimento.

1

Trabalho submetido ao XVI Prêmio Expocom 2014, na Categoria Cinema e Audiovisual, modalidade de Vídeo de ficção (avulso).

2

Aluna líder do grupo e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail: amanda.sdcs@gmail.com

3

Coautor e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

dvdwerson@gmail.com

4

Coautora e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

ingridjbarbosa@gmail.com

5

Coautora e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

giomaradamasceno@gmail.com

6

Coautora e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

mariaakemi@gmail.com

7

Coautora e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

laizpaty@gmail.com

8

Coautor e estudante do 8º período do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Multimeios, e-mail:

paulo.pedroza@hotmail.com

9

Orientador do trabalho: Ms. Anaelson. Leandro de Sousa, Professor do Curso de Comunicação Social –

Habilitação em Multimeios, e-mail: anlsouza@uneb.br

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Rodrigues define o cinema como “imagens fotográficas em movimento, projetadas em uma tela a uma determinada velocidade, criando a impressão de movimento” (p.13, 2010). Essa definição deixa claro que se trata da projeção de uma ilusão que ao ganhar textura se comporta como instrumento de reprodução de uma determinada realidade.

Neste trabalho, o recorte estabelecido é a categoria filme de ficção, muito embora o cinema tenha se originado e permanecido com características documentais, nos interessa abordar a linha ficcional. Para Aumont o cinema não é o filme, mas é um modo de apreensão e de visão da realidade, comparável, por exemplo, à imaginação. “O cinema é virtual e indefinido, como a percepção, como o estar no mundo: já o filme é uma obra finita, mostra as coisas fixando-as e interpretando-as” (p.31, 2004).

Analisando a vertente ficcional do cinema, Aumont (2009) afirma que qualquer filme é um filme de ficção e que este se apresenta duplamente irreal. Primeiro pelo que representa (a ficção), e segundo pelo modo como representa (imagens de objetos e atores (p.100).

O filme de ficção apresenta algumas peculiaridades que não conseguimos visualizar ou dar conta no momento de sua fruição. Aumont explica melhor essa característica do filme ficcional ao confirmar que

...qualquer filme em movimento deve dar a impressão de um desenvolvimento organizado e de um surgimento que só deve ao acaso, de forma que o expectador se encontra diante de uma posição paradoxal: pode prever e não prever a continuação, quer conhecer e não quer conhecê-la (p.125, 2009).

A produção de um filme deve obedecer ao ritual de interação que leva o expectador a revelar uma verdade ou uma solução através de certo número de etapas obrigatórias, de decisões necessárias (Aumont, p. 125, 2009). Essas etapas são definidas na fase de edição do filme, conforme a forma que foi concebida originariamente desde a composição do argumento até a fase de finalização. Fazer um filme não é uma tarefa simples, exige a formação de equipe que seja preparada para pensar a obra.

Diante das afirmações acima, apresentamos o objetivo principal deste trabalho, que foi a

elaboração de um filme de ficção. No decorrer do ano letivo de 2013, estudantes do curso de

Comunicação Social/Jornalismo em Multimeios, UNEB, Juazeiro/BA, cursaram o

componente curricular optativo Comunicação Cinematográfica. A atividade final da disciplina

foi a produção um curta-metragem de ficção, contemplando uma ou mais escolas do cinema

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estudadas no semestre. Os critérios para produção foram: utilização de diferentes enquadramentos, recortes variados, duração de cinco minutos ou mais (seguindo os padrões de um curta, com duração de até 15 minutos) e os produtos poderiam ser feitos com qualquer equipamento tecnológico que pudesse gravar as imagens.

Desde o início das aulas, o grupo formado por sete integrantes – Amanda Santos, David Werson, Giomara Damasceno, Ingrid Guimarães, Maria Akemi, Patrícia Laís e Paulo César – contemplavam da mesma ideia de produzir algo na Universidade e que viesse a traçar características da escola expressionista, como também impressionista. Não demorou muito para a ideia central ser formada: tratar do medo em que sentimos ao ficar no campus à noite.

Baseia-se na reflexão sobre o nosso comportamento diante de situações inesperadas.

2. OBJETIVO

O objetivo do exercício experimental foi a produção de um curta-metragem com duração mínima de cinco minutos, seguindo as orientações do professor, como última atividade realizada na disciplina optativa para que pudéssemos nos debruçar sobre as escolas cinematográficas com mais atenção.

3. JUSTIFICATIVA

A justificativa aplicada para tal exercício reflete nas atividades anteriores, das quais pudemos conhecer escolas cinematográficas, novas interpretações dos planos e enquadramentos, contextualização e escolha temática. Por mais que a disciplina tenha sido curta para tamanho apanhado, pudemos analisar técnica e texto, que nos serviu para a produção do roteiro que veio a dar origem ao curta.

A escolha do filme de ficção foi dada pelo orientador, pois consiste na simulação de ocasiões inusitadas, “criando na mente do leitor uma sensação simultânea de familiaridade e de estranhamento” (FERNANDES, 2006, p. 32 apud. ALVÃO, 2009, p. 389 e 390). É uma forma de rompimento com o tradicional, mas provoca algo impactante ao espectador. E foi essa percepção de ficção que utilizamos na atividade: construir um enredo de não-ficção, mas que, de alguma forma venha trazer admiração ao público.

Outro ponto a ser alavancado foi a metodologia desenvolvida para as filmagens: a

possibilidade de gravar com câmeras compactas ou câmeras profissionais e semiprofissionais

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proporcionou a possibilidade de produtos relevantes sem estar presos a imagens de “cinema”.

A criatividade era fundamental para que adequássemos o conteúdo estudado com a possibilidade de criação de um curta.

4. MÉTODOS E TÉCNICAS APLICADAS

4.1 Pré-Produção

A partir das orientações do professor Anaelson Leandro, elaboramos um roteiro para o curta com a intenção de criar algo simples, mas atrativo para o restante dos alunos matriculados na disciplina. Desde o início nos identificamos com a Escola Expressionista e com a possibilidade de “brincar” com a nossa instituição, a UNEB; misturamos situações que poderiam ser corriqueiras com o viés do suspense. Na produção do roteiro já pontuamos em grupo as funções de cada integrante, porém um envolvia-se no trabalho do outro, o que contribuiu bastante para construir algo que agradasse aos sete envolvidos com afeição.

Como foi imposto pelo professor, incluímos diferentes planos, enquadramentos e ainda filmamos com luz artificial do ambiente noturno (na maior parte das cenas), mas deu o toque final para o curta-metragem. Em uma única cena, variamos cada ponto de filmagem para enriquecer a imagem sem acréscimo de objetos ou efeitos que poderiam ser inseridos na edição. Do roteiro às filmagens, sempre analisávamos como as cenas poderiam ser elaboradas, adequando-se ao espaço da Universidade e a pouca luz presente em quase todas as locações.

Foi algo bastante difícil lidar com a questão da luz, porém, com paciência e observação pudemos realizar essa atividade do qual nos divertimos tanto em fazê-la.

Por sugestão da equipe, modificamos algumas das cenas para adequar a filmagem com a presença de cada personagem e com o tempo curto de gravação. Contamos com imprevistos que acarretaram numa filmagem de, aproximadamente, quatro noites na Universidade; era preciso ter o tempo adequado para filmar e editar, mas com dedicação tudo foi feito a tempo e com boas expectativas.

4.2 Produção

Para as gravações foram utilizadas duas câmeras Canon EOS 60D, uma com a lente de

18-55mm e a outra com 18-200mm, esta última pertencente à UNEB. Não tivemos nenhum

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tipo de mecanismo, como microfone ou iluminação própria. Contamos com poucos objetos, apenas para situar que todos os personagens são estudantes, usamos: livros, duas mochilas, uma bolsa e um celular com fone.

Nossas pequenas interferências estavam associadas à presença dos integrantes, pois em alguns dos dias que marcavam para gravar não havia aula. A utilização de salas para gravações internas também foram complicadas, já que não havia, em dias exatos, alguém que disponibilizasse a sala para nós.

A construção dos diálogos foi algo mais natural, ao passo que íamos filmando, as pessoas que estavam em cena improvisavam as falas de acordo com o que estava no roteiro.

Não nos detemos nas falas, não sendo menos importante; preocupávamos mais nas expressões e locações que davam todo o sentido do curta-metragem.

Na obra “A linguagem secreta do cinema”, de Carrière (1995), o fator maior das imagens do que da fala na seguinte perspectiva: “[...] os cineastas perceberam que a memória de imagens pode, às vezes, ser mais forte e duradoura do que a de palavras e frases” (p. 21).

Apropriamo-nos deste fato para compor um curta mais dedicado ao campo visual do que na construção de diálogos, como já foi citado acima.

Quanto aos planos, procuramos evidenciar espaço e elementos que direcionariam as cenas. Os enquadramentos variaram em uma mesma cena para evidenciar os signos que traria a nossa finalidade de suspense, sem acréscimo de “efeitos especiais” (imagens inseridas, luzes artificiais e sons que não sejam ambientes).

A possibilidade de estar com câmeras profissionais nos permitiu produzir boas cenas.

Com elas, utilizamos o recurso de focar imagens para dinamizar as imagens; também foi usado o zoom e na própria câmera colocamos a divisão das cenas: àquelas que seriam preto-e- branco e as cenas em cor.

4.3 Pós-Produção

Na pós-produção optamos por fazer um trabalho mais simples, sem grandes artifícios

tecnológicos. As imagens gravadas em preto-e-branco, além das coloridas, foram produzidas

durante as gravações (ferramenta das câmeras); este era o nosso primeiro recurso. Os demais

elementos presentes da edição, feita pelo membro da equipe David Werson, foram norteadas

pela sutileza dos detalhes. “A utilização da montagem pode ser “invisível” [...]. Os cortes dos

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planos não tem outro objetivo que o de analisar o acontecimento segundo a lógica matemática ou dramática da cena” (BAZIN, 1991, p. 67).

Os principais recursos utilizados foram: Transição inicial de “abertura em Íris”, troca rápida de ângulos (o que proporcionava o dinamismo prático dos recortes) e efeitos de esmaecimento para referência à memória da última personagem. A inserção de áudios para sonoplastia das cenas contou como apoio para os sons que ficaram ruins e/ou de baixa qualidade durante das gravações. E, por fim, foi utilizado uma trilha sonora de suspense original para o curta, marcando momentos mais conflitantes para os nossos personagens.

Nas concepções de André Bazin, norteadas pelo autor Andrew (1945), coloca-se que,

Decisões de montagem são apenas decisões relativas ao status do evento filmado e sua significação. [...] A teoria clássica do cinema conferiu à montagem a capacidade de interpretar eventos do mesmo modo que a estilização pode interpretar objetos. Malraux, Pudovkin e Eisenstein dizem todos explicitamente que sem a montagem o cinema não é uma arte (p. 128).

Sabendo disso, exploramos apenas o necessário da edição, como já foi descrito, para moldar o nosso curta-metragem. Recortes e efeitos na imagem, por exemplo, foram fundamentais para compor a nossa proposta de filme de ficção que trouxesse no seu enredo a contextualização metafórica do medo dos personagens. A imaginação do público vislumbra o provocar intencional do desconforto, da tensão, do próprio medo do espaço e desconhecido.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em consideração todo o percurso feito durante a disciplina, a equipe absorveu o conteúdo de maneira mais espontânea, dada a dinâmica de produção do curta- metragem. A metodologia aplicada em sala de aula foi fundamental para servir como alicerce para pesquisas e na construção das atividades.

Com a produção do curta, desde o roteiro até o produto, conseguimos compreender a dificuldade e a precisão em enxergar possibilidades de criação. O conhecimento da área cinematográfica dentro da comunicação é bastante extenso; os traços com o curso estão inseridos na observação da sociedade e como a informação irá interferir ou não da realidade e senso crítico do público-alvo.

Elaborar “O que os olhos não veem, o coração sente” contribuiu para vermos e

repassarmos nossa análise de que com pouco recurso e uma boa ideia na cabeça é possível

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repassar uma mensagem. Mostramos também que o espaço que vivenciamos é rico em temáticas, mas trouxemos o suspense e humor como algo mais simplório para divertir e atrair a turma durante as exibições em conjunto.

REFERÊNCIAS

ANDREW, James Dudley. 1945- As principais teorias do cinema: uma introdução/ J.

Dudley Andrew; tradução, Teresa Ottoni. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar; Ed., 2002.

AUMONT, Jacques. A Teoria dos Teóricos. In: As Teorias dos Cineastas. Campinas, SP:

Papirus, 2004, p. 31

AUMONT, J. et all. A estética do filme. Trad. Marina Appenzeller. 7ª edição. Papirus, Campinas, 2009.

BAZIN, André. O cinema – Ensaios. Tradução: Eloísa de Araújo Ribeiro; Introdução: Ismail Xavier. Editora Brasiliense, ed., 1991.

CARRIÈRE, Jean-Claude, 1931- A linguagem secreta do cinema/ Jean-Claude Carrière;

tradução Fernando Albagli, Benjamin Albagli – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

PINHEIRO, Arnaldo Mont’Alvão Jr. As definições de ficção científica da crítica brasileira Contemporânea. Revista ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 38 (3): 381-393, set.-dez.

2009. Disponível em: http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/38/EL_V38N3_.pdf.

Acesso em: 30 de abril de 2014.

RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. Lamparina Editora, Rio de Janeiro, 2010.

Referências

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