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A Ótica empreendedora do enfermeiro: Capacitação e atuação de profissionais no transporte aeromédico

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ISSN: 2238-1945

Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 39

A Ótica empreendedora do enfermeiro: Capacitação e atuação de profissionais no transporte aeromédico

COSTA, Nayara Mendes, MELLO, Renata Zotin Ramos, OLIVEIRA, Tayane Cristina de Melo, PARREIRAS, Mayara Morais, SILVA, Roberta Rúgio da, SILVA, Karla Rona da

RESUMO:

O Atendimento Pré-hospitalar surgiu como uma forma de se prestar um atendimento rápido a vitima, visando diminuir as sequelas e os riscos. Com a crescente demanda relacionada a esse tipo de atendimento, a escassez literária, e alguns fatores aplicados à própria profissão, entende-se ser relevante a realização deste estudo. O Objetivo deste trabalho foi descrever os achados literários sobre o papel do Enfermeiro no transporte aeromédico e compreender como isso pode se tornar algo inovador e empreendedor ao futuro deste profissional. Foi realizada uma revisão de literatura, nos meses de Abril e Maio de 2013, que se desenvolveu por meio de materiais já elaborados, como artigos científicos localizados nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Também foram utilizados artigos científicos disponíveis no Google acadêmico. Com base nos trabalhos analisados percebemos que o papel do Enfermeiro é indispensável no atendimento pré-hospitalar, por ser ele quem planeja, organiza, prepara os materiais necessários e avalia as condições do paciente desde o início da assistência até a chegada ao serviço hospitalar. Também são fundamentais as habilidades de liderança, comunicação, trabalho em equipe, além de utilizar a educação permanente para capacitar os profissionais. Assim, entendemos que para atuar nesse tipo de serviço o Enfermeiro deve ser bem qualificado. No contexto do empreendedorismo e inovação, o Enfermeiro pode se destacar como profissional visionário com criação de cursos específicos para a capacitação de novos profissionais que desejam trabalhar neste ramo.

Palavras chave: Transporte Aeromédico, Enfermagem e Empreendedorismo ABSTRACT

Introduction: Pre hospital Care has emerged as a way to provide fast service to victims in order to reduce the consequences and risks. The increasing demand related to this kind of assistance, scarce literature, and some factors applied to the profession itself makes this study relevant. Objective: Describe the literature findings about Nurse’s

Acadêmicas de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

 Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde. Especialista em Urgência e Atendimento pré-hospitalar Móvel. Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E mail para correspondência: karlarona@bol.com.br

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 40 performance in aero medical transport and understand how it can become something innovative and entrepreneurial to the future of this professional. Methods: A literature review was conducted in the months of April and May 2013 using materials already developed, as scientific articles found in the following databases: Scientific Electronic Library Online (SciELO) and the Latin - American and Caribbean Health Sciences (LILACS). Scientific articles available on Google scholar were used as well. Results and Discussion: Based on the studies analyzed, we understand that Nurse’s assistance is essential in pre hospital care, because the Nurse make plans, organizes, prepares the necessary materials and evaluates the patient's condition since the beginning of care until arrival at the hospital service. Skills like leadership, communication, teamwork, and use continuing education to train professionals are fundamental as well.

Conclusion: We understand that to act in this kind of service the nurse must be well qualified. In the context of entrepreneurship and innovation, the nurse can be a visionary professional, creating specific courses for the training new professionals who wish to work on this field.

Keywords: Aero medical Transport, Nursing and Entrepreneurship INTRODUÇÃO:

O desenvolvimento tecnológico aliado á globalização e a hegemonia do capitalismo no mundo impactaram os serviços de saúde em todo o planeta. O espaço econômico e institucional que envolve o setor saúde tem passado por profundas transformações no Brasil, seguindo, tardiamente, a tendência dos países desenvolvidos (GADELHA, 2003).

Nesse contexto, tornou-se necessário o desenvolvimento de idéias inovadoras e criativas, geradas por profissionais empreendedores, que buscam caminhos ainda não percorridos, que procuram produtos e processos realmente novos, oportunidades de mercado, e desejam criar tecnologias, inventar ou reinventar mercados (FELDMAN, RHUTES, CUNHA, 2008).

Inserido no mundo globalizado e exigente de idéias novas, está o Enfermeiro, que se destaca com sua habilidade de gestão. Segundo Brondani (2011), as funções gerenciais estão inclusas na rotina do Enfermeiro, bem como as atividades assistenciais, pois ambas estão interligadas.

Dutra (2004) afirma que para ser um bom gestor é preciso que o Enfermeiro estabeleça um plano de atuação envolvendo a sua equipe, visando o trabalho interdisciplinar, o mesmo promove a interdisciplinaridade, podendo desempenhar a função da aprendizagem significativa e colaborativa.

Entendemos que sua implementação é fundamental á prática de enfermagem nos diversos âmbitos de atuação. Com isso, neste estudo destacaremos a atuação do Enfermeiro no Transporte Aéreo, partindo da seguinte questão norteadora: Qual é o

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 41 papel do Enfermeiro no transporte aeromédico e como isso pode se tornar algo inovador e empreendedor ao futuro deste profissional?

Com a crescente necessidade da retirada dos feriados dos campos de batalha, durante os atendimentos emergenciais fez-se necessário o desenvolvimento dos meios de transporte que inicialmente eram de tração animal, chegando atualmente a veículos aéreos e terrestres, com auto grau de sofisticação (ROCHA et al, 2003).

De acordo com Scuissiatol et al (2012), as guerras impulsionaram o aprimoramento do atendimento pré hospitalar e resgate de vítimas, pois havia a necessidade de um atendimento rápido e eficaz para garantir a sobrevivência dos combatentes.. Em 1997 houve a primeira elaboração científica sobre a enfermagem aeromédica que veio de encontro com a necessidade do enfermeiro de bordo, visto como um profissional especializado em transporte de pacientes aeroremovidos (BALAGUER, SOUZA, PAULA 2011).

Sendo assim, percebemos ser de grande relevância a discussão do tema proposto, devido ao fato deste campo de atuação se mostrar aparentemente em grande expansão, impondo a enfermagem um grande desafio profissional. Além da escassez literária que aborda o tema, podendo este estudo contribuir significativamente para a comunidade cientifica fornecendo uma revisão literária atual e inovadora.

No Brasil, a enfermagem de bordo é uma atividade ainda em expansão, com avanço dos grandes centros urbanos como São Paulo - SP e Rio de Janeiro – RJ, hoje existem cursos específicos ministrados por instituições de ensino, tendo sua formação voltada para o transporte aéreo de doentes, tendo como público alvo os profissionais da saúde:

médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, conforme estipulada pela Legislação Brasileira do Ministério da Saúde Portaria nº 2.048, de 5 de novembro de 2002, e a Resolução COFEN nº 290/2004 que fixa as especialidades de enfermagem e reconhece a especialização Aeroespacial (BALAGUER,SOUZA,PAULA 2011).

Desse modo este estudo tem por objetivo descrever os achados literários sobre o papel do Enfermeiro no transporte aeromédico e como isso pode se tornar algo inovador e empreendedor ao futuro deste profissional.

MATERIAL E MÉTODOS:

Foi realizada uma revisão de literatura, a procura de artigos científicos, relacionados ao transporte aeromédico. Nos meses de Abril e Maio de 2013 ocorreram as buscas por publicações acadêmicas que abrangessem a seguinte temática: transporte de urgência e emergência, e a atuação do profissional de enfermagem neste serviço. Na revisão bibliográfica foram utilizados os descritores: Transporte Aeromédico, Enfermagem e Empreendedorismo, publicados entre 2000 - 2012. A busca dirigiu-se a dois indexadores: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (http://www.bireme.br/bvs) (LILACS) e Scientific Electronic Library Online

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 42 (http://www.scielo.org) (SciELO). Também foram utilizados artigos científicos disponíveis no Google Acadêmico.

Priorizamos a leitura de textos relacionados á atuação da Enfermagem no transporte aeromédico, e ao empreendedorismo, elaborados entre 2000 e 2012, publicados na integra. Foram excluídos os artigos escritos antes do ano de 2000 e que não dispunham de seu conteúdo na integra. A partir da leitura da síntese dos artigos encontrados, foram selecionados 20 textos, que mais integravam a temática de acordo com os critérios estabelecidos.

O período dos últimos 13 anos de publicação dos artigos foi estabelecido para o recorte temporal deste trabalho. Esta definição ocorreu em virtude da escassez de estudos relacionados ao assunto abordado.

Através dessa pesquisa foi possível responder a seguinte pergunta: Qual o papel do Enfermeiro no transporte aeromédico e como isso pode se tornar algo inovador e empreendedor ao futuro deste profissional?

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A emergência pré-hospitalar tem como objetivo atender uma situação crítica de forma sistematizada e rápida. Se tratando de um acontecimento inesperado a equipe multiprofissional deve estar atenta a todos os fatores físicos e psíquicos aos quais o paciente se encontra exposto. (ROCHA et al, 2003)

Sendo assim, entende-se que em situações emergenciais o Enfermeiro deve prestar assistência direta ao paciente, atendendo a ocorrência de maneira responsável e ética, tendo que planejar, organizar e executar o atendimento da melhor forma possível conforme os recursos disponíveis.

Dentre os vários tipos de transportes existentes para as vitimas no atendimento pré- hospitalar (APH), atualmente, a remoção aérea vem crescendo consideravelmente, esse fenômeno pode ser justificado devido à rapidez deste meio de transporte, por percorrerem grandes distâncias em intervalos de tempo menores, e pelas condições de trânsito que atualmente são prejudicadas, principalmente nas grandes cidades (DUTRA, 2004).

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) estabelece um currículo mínimo para o treinamento da tripulação aeromédica, composta por médico e Enfermeiro de bordo.

Segundo a legislação vigente de 1996, são obrigatórios conhecimentos acerca de:

aspectos fisiológicos em vôo; embarque e desembarque de pacientes; segurança no interior e em torno da aeronave; instrução aos passageiros; procedimentos apropriados de emergência em vôo; de pousos de emergência e de evacuação de emergência.

Estabelece ainda, um programa mínimo de formação, com curso de Medicina Aeroespacial Aplicada ao Transporte Aeromédico, com a finalidade de preparar melhor a tripulação aeromédica (PASSOS, TOLEDO, DURAN, 2011).

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 43 Percebe-se que os profissionais habilitados para esse tipo de transporte são essenciais, e o controle dessa capacitação parece ser algo de extrema relevância para efetividade do processo de trabalho estabelecido.

Considerando o papel da enfermagem em casos de emergência, o profissional dessa categoria deve estabelecer certa prioridade de assistência, garantindo a identificação e o tratamento das situações que ameaçam a vida do paciente (FURTADO, ARAUJO, JUNIOR 2010).

Conforme Protocolo de Enfermagem do Ambiente Aeroespacial à Adultos Vítimas de Traumas, 2010, de forma a organizar e otimizar esse processo de trabalho, fica definido como competência para o Enfermeiro antes, durante e após o vôo: o planejamento da missão, previsão e provisão de materiais, pesagem do material, disposição e organização de materiais, conferência e validade de materiais (SCHWITTER et al, 2011).

A portaria n.º 2048/GM do Ministério da Saúde de 5 de novembro de 2002, preconiza que os profissionais devem ter noções de aeronáutica e de fisiologia de vôo, que devem seguir as determinações da Diretoria de Saúde da Aeronáutica, e da Divisão de Medicina Aeroespacial (BRASIL, 2002).

Dentre as principais orientações de segurança durante o vôo está a avaliação constante do paciente durante a remoção e na entrega no destino final. Existem itens que serão abordados de acordo com o Protocolo de Cuidados de Enfermagem no Ambiente Aeroespacial à Adultos Vítimas de Trauma, 2010, elaborado para Enfermeiros de bordo atuantes no atendimento a pacientes adultos traumatizados, aplicado aos períodos antes durante e após o vôo.

De acordo com o protocolo os cuidados estão organizados por meio da sequência do ABCDE: Tem-se a letra A (air way), que diz respeito à abertura das vias aéreas e controle da coluna cervical. Letra B (breathing), responsável pela respiração. Já a letra C (circulation), preconiza que o Enfermeiro deve observar a circulação e monitorizar o paciente. A letra D (disability), ligada à incapacidade, o Enfermeiro deve deixar as medicações de sedação à mão; é clinicamente esperado que o paciente com trauma apresente agitação psicomotora durante o vôo. Para finalizar os cuidados tem-se a letra E (exposure), relacionado à exposição do paciente ás condições ambientais.

É interessante ressaltar que mesmo estes procedimentos sendo expostos de maneira linear, eles podem ser abordados simultaneamente dependendo da demanda exigida.

Durante o vôo o profissional de enfermagem deve fixar o soro e/ou outros equipamentos bem próximos ao paciente, sentar-se no lugar que lhe foi designado ao entrar na aeronave e colocar o fone de ouvido e o cinto de segurança, retirando-os somente com a autorização do piloto. Além disso, o Enfermeiro deve avisar imediatamente o operador de equipamentos especiais ou o piloto ao sentir odor de fumaça, de combustível, ou de algo queimando. Ele não pode tomar nenhuma atitude sem autorização, e tem como tarefa comunicar o piloto ao utilizar o celular, manter fixos e bem acondicionados os

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 44 materiais e equipamentos no interior da aeronave, obter informações sobre o vôo, principalmente sobre a duração, a fim de programar o cuidado prestado.

Chegando a seu destino final, deve-se passar o plantão para o Enfermeiro sobre os cuidados de enfermagem realizados e preencher toda a ficha de atendimento e solicitar a assinatura do médico responsável pelo paciente no hospital (SCHWITTER et al, 2010).

Nesse processo é imprescindível colocar em prática a habilidade de comunicação do Enfermeiro com a equipe multiprofissional. De acordo com Santos e Bernardes (2010), para gerenciar é preciso utilizar constantemente o processo comunicativo a fim de garantir que as atividades ocorram de maneira eficiente, e de proporcionar informações necessárias à condução das tarefas.

O diálogo deve ser estabelecido tanto com a equipe, quanto com o paciente até mesmo como forma de humanizar o atendimento. Segundo Morais et al (2009), os profissionais de enfermagem precisam utilizar a comunicação como artifício para humanizar o cuidado, esclarecendo as dúvidas do paciente e minimizando a sua ansiedade causada pela condição ao qual o paciente está exposto.

É importante que o paciente consciente seja informado e prevenido sobre a existência de barulhos e de vibrações, que são produzidos pela aeronave, bem como do espaço reduzido em será transportado, onde equipamentos e tripulantes ficarão muito próximos de seu corpo. Ressaltando a importância de deixar o paciente sempre informado dos procedimentos realizados (SCHWITTER et al, 2010).

Ainda de acordo com Schwitter et al (2010), são 11 os principais fatores de estresse presentes durante todo o vôo aeroespacial: hipóxia, disbarismos, umidade do ar, temperatura, vibrações, ruído, forças acelerativas e gravitacional, luminosidade, sobrecargas musculoesqueléticas, fadiga de voo e fusos horários. Estes podem repercutir de modo significativo na patologia do paciente, sendo importante adequar à terapêutica de acordo com as condições de vôo.

Percebe-se a importância do protocolo de cuidados, pois este especifica o papel do Enfermeiro, visto que durante o vôo podem haver intercorrências: seja pela altitude, ruídos e condição física do paciente. E o papel da enfermagem bem delimitado, possibilita o planejamento da assistência e a tomada de decisões corretas durante o transporte do paciente.

Nesse contexto o Enfermeiro deve ser líder e gestor. A gestão em Enfermagem soma as atividades gerenciais e assistenciais, sendo colocada em prática pelo exercício da liderança, de um modo que influencie a todos da equipe. Esse processo deve ocorrer no planejamento, nas tomadas de decisões, e na realização dos procedimentos técnicos (RUTHES, FELDMAN e CUNHA, 2010).

No âmbito da gestão do serviço de atendimento pré-hospitalar, deve-se ressaltar o valor e a necessidade do trabalho em equipe. De acordo com Bueno e Bernardes (2010), o

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 45 supervisor do grupo multiprofissional é o Enfermeiro, porém o mesmo deve exercer sua função com base na cooperação e no consenso entre os membros da equipe.

Os Serviços de Atendimento Pré-hospitalar e remoção aérea requerem uma equipe multiprofissional, geralmente, composta por profissionais da saúde como médico, Enfermeiro, auxiliar de enfermagem e outros profissionais, como motorista e piloto, para atuação nas unidades móveis, bem como outros colaboradores que atuam na base aérea. Cada membro da equipe multidisciplinar possui uma função, devendo trabalhar em conjunto, visando um só objetivo, ou seja, o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e sua família. A composição desta equipe, entretanto, varia de situação para situação, dependendo da capacidade e tipo de serviço disponibilizado.

Todavia, independente disso, a chave para o sucesso do serviço de atendimento pré- hospitalar e remoção aérea é a seleção e o treinamento da equipe de saúde (ROCHA et al 2003).

Especializar-se na assistência ao paciente aerorremovido é um desafio para a enfermagem. Esse cuidado especializado só é possível por meio de um estudo sobre fisiologia de vôo – que são as respostas do corpo humano as alterações de pressão atmosférica, temperatura e volume, e que são fundamentadas nas leis físico-gasosas, determinando como o organismo responde a essas alterações e seus efeitos sobre a tripulação aeroespacial (SCHWITTER,2011).

Para viabilizar a especialização em Enfermagem a educação permanente é fundamental, pois seus princípios se estabelecem pela ação e reflexão da realidade vivida no cotidiano de serviços dos profissionais de saúde de modo a transformar a realidade na qual há interação entre teoria e prática (SILVA et al. 2010).

Silva et al. (2010), ainda relatam que na enfermagem, o processo de educação permanente em saúde é mais que o aperfeiçoamento técnico, e possibilita aos profissionais buscarem autonomia e resgatar sua multidimensionalidade. Considerando essa perspectiva, a educação permanente aliada á especialização do Enfermeiro parece ser de grande relevância para a atuação deste profissional no transporte aeromédico.

Segundo Schweitzer et al (2011), por ser uma modalidade recente no Brasil, ainda existem poucos cursos específicos voltados para a formação do Enfermeiro que deseja atuar no resgate aéreo.

Seria ideal que o profissional de enfermagem tivesse na sua formação disciplinas que contemplassem temas relativos ao atendimento pré-hospitalar e a remoção aeromédica tanto em nível médio, quanto na graduação e na pós-graduação, uma vez que estes campos de trabalho estão ganhando lugar no mercado e os profissionais precisam estar preparados para esta demanda (ROCHA et al, 2004).

Levando em conta esses fatos, entende-se que se torna relevante a criação de cursos de capacitação específica e contínua para Enfermeiros que desejam investir, se especializar

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 46 e se atualizar no ramo do transporte aeromédico, sendo algo inovador e empreendedor a este profissional.

Ser inovador é introduzir novos produtos no mercado, melhorar produções já existentes, criar novos métodos de elaboração, abrir novos mercados, utilizar novas fontes de matéria prima e encontrar novas maneiras de organização. Já o empreendedorismo é o ato de explorar novas oportunidades e provocar mudanças (VALE, WILKINSON, AMANCIO, 2008).

Para o Enfermeiro tais conceitos sustentam suas ações e estimulam a execução de processos que visam a melhoria da assistência a saúde e podem contribuir para a sociedade fornecendo profissionais qualificados.

Em enfermagem o empreendedorismo surge no profissional que possui uma conduta ativa, que capta a deficiência do mercado e cria técnicas eficientes para a solução de problemas, ou seja, o Enfermeiro empreendedor identifica as lacunas do mercado e as usa como oportunidades de negócio (ERDAMANN et al, 2009).

Nesse sentido empreendedorismo por parte da enfermagem no transporte aeromédico parece ser imensamente importante, tendo em vista que este mercado é recente e inovador. Schweitzer et al (2011) revela a necessidade de novas pesquisas sobre o tema, o que cria a oportunidade para o Enfermeiro criar até mesmo novos cursos de capacitação para profissionais que anseiam atuar no transporte aéreo de vítimas.

Enfermeiros com espírito inovador e empreendedor têm á sua frente um leque de oportunidades de aperfeiçoamento, sendo um deles na área de Urgência e Emergência, com o transporte de vítimas em estado grave, que precisam de atendimento rápido, eficaz, e de cuidados baseados em conhecimento científico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo, foi possível entender o papel do Enfermeiro no transporte aeromédico e compreender que a atuação deste profissional é indispensável nesse tipo de serviço.

É o Enfermeiro quem planeja, organiza, prepara os materiais necessários e avalia as condições do paciente desde o momento inicial do resgate até á chagada ao serviço de saúde que dará continuidade á assistência necessária ao cliente.

Para desempenhar este tipo de função o Enfermeiro deve ser bem capacitado, além de estar preparado para desempenhar seu papel juntamente á equipe multiprofissional.

Portanto, são fundamentais as habilidades de gestão, flexibilidade, comunicação e trabalho em equipe.

Para que a capacitação necessária aos profissionais seja eficaz, é preciso fazer uso da educação permanente, além de novas elaborações de estudos sobre o tema de transporte aeromédico e até mesmo a criação novos cursos preparatórios neste âmbito.

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Belo Horizonte, MG, v.03, n.05, ago de 2013 47 No contexto do empreendedorismo e inovação, o Enfermeiro pode se destacar como profissional visionário, tendo a ótica inovadora de criação de cursos específicos para a formação e capacitação de novos profissionais que desejam trabalhar neste ramo.

Especialmente por ser uma área nova, com potencial de expansão, e que necessita de recursos humanos devidamente treinados e preparados para esta demanda.

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