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O diferencial no exercício da docência superior: o ensino da disciplina Gerontologia Social na graduação em Serviço Social

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Academic year: 2018

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o

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D IF E R E N C IA L N O E X E R C íC IO D A D O C Ê N C lA S U P E R IO R :

O E N S IN O D A D IS C IP L IN A G E R O N T O L O G IA S O C IA L N A G R A D U A Ç Ã O

E M S E R V iÇ O S O C IA L

THE DIFFERENTIAL IN EXERClSE TEACHING HIGHER:

THE TEACHING OF UNDERGRADUATE SOCIAL GERONTOLOGY

DISCIPLINE IN SOCIAL SERVICE

GFEDCBA

C a s s a n d r a M a r i a B a s t o s F r a n c o

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Assistente Social (UFPI) e Especialista em Docência Superior e Gerontologia Social. Professora do Curso de Serviço Social do Instituto Camillo Filho (ICF-PI) e Assistente Social da Central de Transplantes do Piauí (SESA(ICF-PI).

Email: cassandra.franco@hotmail.com

R e s u m o

As práticas docentes na educação superior devem buscar, além da instrumentalização dos discentes, despertar nos futuros profissionais a ca-pacidade de buscar a continuidade e o aperfeiçoamento de sua formação a partir da observação das demandas presentes na sociedade em que esses profissionais irão atuar. Com esse objetivo, o curso de Graduação em Servi-ço Social do Instituto Camillo Filho (lCF-PI) inseriu em seu currículo a área de estudos da Gerontologia Social, como componente curricular obrigató-rio, com atividades teóricas e práticas. Nesse sentido, os docentes do ICF-PI tiveram de desenvolver diferentes estratégias de ensino e metodologias para lecionar a disciplina de Gerontologia Social. A observação e análise das

atividades didáticas utilizadas em sala de aula servirão de retroalimentação

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à própria condição de docente no magistério superior. Nesse sentido, inclu-ímos uma sondagem de conhecimentos prévios, utilização de informações veiculadas nas diferentes mídias, além de atividades interdisciplinares para desarticular percepções preconceituosas e estigmatizantes sobre velhice.

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Pelas análises realizadas junto aos discentes, por meio da aplicação de ques-tionários, constatamos que a maioria substituiu suas percepções preconceituosas e estigmatizantes. Desse modo, os profissionais do serviço social devem procurar a qualificação sobre o envelhecimento e utilizar-se

do trabalho interdisciplinar, porquanto a temática ainda

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é passível de mui-tos estudos.

Palavras-chaves: Ensino Superior; Serviço Social; Gerontologia Social; En-velhecimento.

Abstroct

Teaching practices in higher education should look beyond the instrumental ization of the students, to foster in future professionals the abi lity to seek the continuation and improvement of its formation from the

observation of the present society demands that these professionals wi

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IIact. With this aim, the course for graduation in Social Work Institute Camillo

Filho (lCF-PI) inserted into their curriculum the study area of social gerontology, as obligatory curriculum, with theoretical and practical activities. In this sense, teachers of the ICF-PI had to develop different teaching strategies and methodologies to teach the disciplines of Social Gerontology. The observation and analysis of learning activities used in class will provide feedback to the actual condition of the teacher teaching. Accordingly, we included a survey of previous knowledge, use of information conveyed in different media, and interdisciplinary activities to disrupt preconceived perceptions about aging and stigmatizing. According to the analysis conducted with the students, through the use of questionnaires, we found that the majority substituted its perceptions biased and stigmatizing. Thus, the social service professionals should seek qualification on aging and use of interdisciplinary work is because the subject is subjected to many studies.

Keywords: Higher Education, Social Work, Social Gerontology, Aging.

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o ensino da disciplina G erontologio Social no orod'ü!l~:iiD

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S e!1 ~ 5 ca:l1

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C o n s id e ra ç õ e s in ic ia is

Com o intuito de sistematizar a prática profissional na docência em Serviço Social, através de relatos de experiências na docência superi-or na graduação, através da disciplina Gerontologia Social, este artigo procura explicitar como vem ocorrendo os estudos sobre envelhecimen-to humano, em sala de aula e extra-sala, além de procurar esclarecer os desafios na formação de recursos humanos por intermédio de pressupos-tos teórico-práticos habilitados para a atuação junto a pessoas idosas em nível individual e grupal no Estado do Piauí, especificamente em Teresina.

Com relação à sistematização da prática profissional no Serviço Social, Yolanda (2009, p. 708) coloca:

Para o Serviço Social, o processo de sistematização da prática per-mite identificar e problematizar as condições do exercício profissi-onal, os fenômenos existentes, selecioná-Ios e classificá-Ios,

iden-tificar suas características, as dificuldades, lacunas.

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A graduação é responsável, em grande medida, pela formação pro-fissional inicial daqueles que frequentam tal nível de ensino; assim, as práticas docentes empregadas na Educação Superior devem buscar, além da instrumentalização dos discentes, despertar nos futuros profissionais das diferentes áreas de atuação a capacidade de buscar a continuidade e o aperfeiçoamento de sua formação, a partir da observação das deman-das presentes na sociedade em que esses profissionais irão atuar.

No encalço deste último objetivo, o curso de Graduação em Servi-ço Social do Instituto Camillo (lCF-PI) inseriu em seu currículo a área de estudos sobre envelhecimento populacional, como componente curricular obrigatório, organizada em duas disciplinas - Gerontologia Social e En-velhecimento Populacional e Qualidade de Vida - perfazendo o total de 144 horas/aula com atividades teóricas e práticas.

Convém ainda enfatizar outro diferencial presente na Gerontologia Social no currículo do Curso de Serviço Social do ICF-PI, por estar pre-sente logo no quarto período do curso, portanto, o primeiro contato do discente e, por ser, neste momento, o espaço em que se introduz a discus-são acerca da produção ampla e diversificada, além de interdisciplinar, da ciência gerontológica, de forma bem direcionada para os aspectos

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Cassandro M ario Bastos Franco

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biopsicossociais do envelhecimento humano. Além da disciplina Enve-lhecimento Populacional e Qualidade de Vida, ministrada no sétimo se-mestre letivo.

O envelhecimento populacional no Brasil já impõe a presença das mais diferentes áreas de profissionais com embasamento teórico consis-tente e capacidade de atuar em equipes interdisciplinares, visto a com-plexidade no trato com a população idosa. Segundo dados do IBGE, no ano de 2025, o país será o sexto em número de pessoas acima de 60 anos. Esses dados traduzem mudanças na pirâmide etária da população brasileira. Estima-se que em 2020, haverá mais de 30 milhões de pessoas idosas no Brasil, o que representará 13% da população. Os desafios de atuar junto a esse contingente devem ser motivo de fomento a estudos e pesquisas na área do envelhecimento.

No Estado do Piauí, ainda são tímidas as iniciativas na área de for-mação de discentes do curso de Serviço Social no campo da Gerontologia Social. Por esse motivo, também procuramos publicizar nossa experiên-cia que em uma instituição particular de ensino superior aponta para o pioneirismo nesse aspecto da formação profissional.

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A introdução deste componente curricular na graduação, presente até então apenas em cursos de pós-graduação lato sensu das áreas de saúde e Serviço Social, foi pioneira no Estado do Piauí, visto que a comu-nidade escolar (gestores, docentes e discentes) do ICF-PI percebeu a de-manda que se avoluma em nossa comunidade por profissionais aptos técnica e culturalmente para atuar junto aos indivíduos que ingressaram na velhice.

Contudo, com a implantação deste componente curricular em ní-vel de graduação, os docentes do ICF-PI tiveram de desenvolver diferen-tes estratégias de ensino e metodologias para lecionar as disciplinas de Gerontologia Social. Assim, neste texto, sistematizamos a nossa prática profissional desenvolvida na docência desta área de estudos e na

forma-ção profissional dos futuros assistentes sociais, porquanto atuamos desde 2003 como professores da disciplina Gerontologia Social no ICF-PI. A observação e análise das atividades didáticas utilizadas em sala de aula, acreditamos, servirão de retroalimentação àprópria condição de docente no magistério superior. Desse modo, expusemos algumas de nossas estra-tégias didáticas, que incluem sondagem de conhecimentos prévios, utili-zação de informações veiculadas nas diferentes mídias, atividades interdisciplinares para a desarticulação de percepções preconceituosas e estigmatizantes sobre velhice e envelhecimento.

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o ensino da disciplina G erontologio Socio

O s e s tu d o s s o b re e n v e lh e c im e n to

e a G e ro n to lo g ia

S o c ia l:

u m p a n o ra m a

s o b re u m c a m p o d o s a b e r

Diante da realidade da longevidade humana, é notório que o estu-do sobre envelhecimento humano deva ser objeto de análise científico-acadêmica. Como campo de saber precursor de estudos sobre esta temática, encontramos a Gerontologia, caracterizada por Fraiman (1992, p. 26) como "uma macrociência que estuda o envelhecimento nos seus múltiplos aspectos biopsicossociais, enfocando tanto os grupos de idade, quanto as fases ou ciclos do desenvolvimento humano."

Segundo Neri (1995), a origem da Gerontologia destaca-se nas pri-meiras décadas do século XX, em que dois cientistas propuseram a cria-ção das disciplinas voltadas para o estudo do envelhecimento.

Ainda sobre o surgimento da Gerontologia, Netto (2006, p.Z) co-menta:

Foi no início do século passado, mais precisamente em 1903, que

Elie Metchnikof, sucessor de Pasteur e, como este cientista defen-

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deu a ideia da criação de uma nova especialização, a gerontologia,

denominação obtida a partir das expressões gero (velhice) elogia (estudo).

No Brasil, o aumento da população idosa, também, segundo Netto (2006), traz impactos mais na área social do que na área biológica. Con-siderando estes estudos e a vivência como docente responsável pelos componentes curriculares da área da Gerontologia Social no ICF-PI, con-corda-se com este autor e com a significativa repercussão na área social, que resulta do progressivo envelhecimento da população. Como bem coloca Rodrigues e Rauth (2006), os desafios do envelhecimento no

Bra-sil, na área social, percorrem a família, a promoção da saúde, a pobreza, a aposentadoria, a formação de recursos humanos e as políticas públicas, dentre outras áreas em que os profissionais demandam saber e

conheci-mento sobre a população idosa.

A gerontologia como ciência apresenta subdivisões, quais sejam: gerontologia social, geriatria e gerontologia biomédica, que, segundo Neto (2006, p. 7) "em conjunto atuam sobre múltiplos aspectos do fenô-meno do envelhecimento e suas consequências".

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Cassandra M aria Bastos Franco

A in d a so b re a caracterização d as ram ificaçõ es d a G ero n to lo g ia N e c (2 0 0 6 , p .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA7)d isco rre: '

A:Gerontologia Social aborda aspectos não orgânicos do

envelhe-Clment~. A Geriatria tem sob seusdomínios os aspectos curativos e

preventl.vos d~ at.ençãoà saúde, e a Gerontologia Biomédica tem como eixo principal o estudo do fenômeno do envelhecimento do ponto de vista molecular e celular (biogerontologia).

Q u an d o n o s rem ete~ o s à ~ n álise d as ram ificaçõ es d a g ero n to lo g ia,

en co n tram o s.a Gerontologia S o cial, q u e ab o rd a asp ecto s b io p sico sso ciai

d .o en v elh e~ lm en to , tem áticas im p o rtan tes n o ag ir p ro fissio n al d o

as-sisten te so cial q u e atu a ju n to à q u estão so cial d o en v elh ecim en to h u -m an o .

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A G e ro n to lo g ia

S o c ia l n a g ra d u a ç ã o

d e S e rv iç o S o c ia l: o p io n e iris m o d o IC F

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V isan d o co n trib u ir co m a fo rm ação q u alificad a d o s d iscen tes d o

cu rso d e S erv iço S o cial, o IC F , n a fo rm u lação d o seu cu rrícu lo , o ferta,

d esd e o an o d e 2 ?~ 3 , o s co n h ecim en to s d a área d e G ero n to lo g ia S o cial,

co m 7 2 h o ras, m in istrad as p ela d o cen te au to ra d este artig o .

Como proposta de desenvolvimento dos conteúdos da disciplina,

u tírízam o s & féren tes estratég ias p eo ag o g rcas e, en tre as m ais ex p ressiv as,

d estacam o s as v isitas o rien tad as a O rg an izaçõ es G o v ern am en tais e N ão -

GFEDCBA

G o v e r n a m e n t a i s , a g r u p o s e i n s t i t u i ç õ e s p ú b l i c a s e p r i v a d a s q u e atu am ju n to a p esso as id o sas n a cap ital, T eresin a.

A co n ju n ção d o s estu d o s teó rico s (au las ex p o sitiv as d ialo g ad as) e

as v isitas o rien tad as a g ru p o s q u e atu am ju n to ao s id o so s co n stitu em u m

d o s d iferen ciais p ertin en tes às d iscip lin as o ra an alisad as n este tex to ; teo

-ria e p rática p erco rrem cam in h o s p aralelo s q u e se en trecru zam n as ex p

e-riên cias q u e o s d iscen tes v iv en ciam d e fo rm a su p erv isio n ad a n o s esp aço s

d e aten d im en to a id o so s, v isan d o à co n stru ção d o co n h ecim en to

co n tex tu alizad o so b re a p esso a id o sa, tão n ecessária à fo rm ação d e p ro

-fissio n ais q u e d esejem m an ter-se n o m ercad o d e trab alh o , co rresp o n d en d o

às ex ig ên cias p ro fissio n ais q u e h o je ap o n tam p ara a q u estão d o en v elh

e-cim en to .

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difere

o ensino do disciplino G erontologia Social no S fC ::::::;:~ 'e::.S e:ç,S ccIli:

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Como proposta, a disciplina Gerontologia Social, no quarto se tre letivo, vislumbra no seu ementário: a construção do saber geron o ÓQ"CO a partir de diferentes disciplinas; a contextualização e temporalização o envelhecimento humano. Consequências pessoais do envelhecimen o.

As vivências no cotidiano da disciplina nos trazem resultado satisfatórios. No que concerne aos primeiros contatos teóricos com a ciência do envelhecimento, como recurso avaliativo para diagnosticar os conhecimentos prévios e acumulados dos alunos, aplicamos a cada início e término do período letivo, questionários de sondagem com dez perguntas abertas, sendo cinco envolvendo a percepção do discente quanto à sua vivência sobre a velhice e a questão social do envelheci-mento e, as demais, sobre temáticas que serão exploradas no decorrer da disciplina.

Constatamos, após a análise dos questionários aplicados em quatorze turmas, nos períodos letivos de 2003 a 2010, junto aos discentes e das vivências em sala de aula, que: os resultados encontrados nos questioná-rios na primeira etapa (no início de cada semestre) os alunos, em sua maioria, desconhecem cerca de 70% das ações junto a pessoas idosas

existentes em Teresina, além de demonstrarem conhecimentos científicos

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rudimentares sobre envelhecimento.

Ainda sobre as informações obtidas por meio dos questionários aplicados no início de cada semestre, encontramos o seguinte: 50% dos discentes com relação à primeira parte do questionário no tocante as suas vivência de velhice demonstraram certa apreensão no que diz respeito ao envelhecimento, considerada como a última fase da vida. Nos relatos, algumas expressões denunciavam que os adultos jovens receiam o enve-lhecimento físico.

Esse perfil encontrado no início dos semestres vem de encontro ao que preconiza o Estatuto do Idoso do Brasil (2003), quando no capítulo V coloca: "Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria."

Após o desenvolvimento em sala de aula do conteúdo programático, o qual dividimos em três unidades, e das vivências extra-salas (visitas orientadas), aplicamos novamente o questionário de sondagem utilizado no início dos semestres letivos. Como resultado, encontramos relatos de mudanças atitudinais com relação à pessoa idosa e às questões sociais

em relação ao envelhecimento como processo e a velhice como etapa de

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C H -P E R IO C u ·

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Cossondro M ario Bastos Fronco

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vida. Encontramos relatos satisfatórios no que se refere às vivências e e -tudos sobre envelhecimento em 91% das análises.

Os discentes conseguem, ainda que de forma singela, reelabora conceitos pessoais, à luz da gerontologia social, sobre envelhecimento populacional e ainda expõem que as experiências junto aos profissionai e pessoas idosas trouxeram-Ihes o que denominam conhecimento teóri-co-prático.

Também solicitamos dos alunos, como parte integrante do proce -so da avaliação quantitativa e qualitativa, a confecção de um texto cuja elaboração exige que demonstre apreensão e aprendizagem funcional e articulada de grande parte dos conteúdos da disciplina, e, como resulta-do de tal avaliação tivemos, em média, 85% das produções com descri-ções críticas e bem elaboradas, o que coloca mais uma vez o diferencia da disciplina Gerontologia Social na graduação de Serviço Social. Ao final do semestre letivo, tal disciplina promove dentro das capacidade

acadêmicas demonstradas por cada discente, mudanças atitudinais ex-pressivas, que são expostas pela substituição das percepçõe

preconceituosas e estigmatizantes e que a velhice pode, se bem

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direcionada, ser vivenciada com qualidade de vida. Ainda, que os

profis-sionais do Serviço Social devem procurar a qualificação sobre o

envelhe-cimento e utilizar-se do recurso do trabalho interdisciplinar junto à pes-soa idosa, visto que a temática é passível de muitos estudos devido à complexidade em lidar com a pessoa idosa, pois é necessário conjuga-rem-se conhecimentos advindos de diferentes áreas de saber.

Na busca de outros resultados das análises da disciplina, encontra-mos, na tabulação dos questionários, um percentual de 85% no tocante à

questões sobre vivências pessoais acerca do envelhecimento. Nos depoi-mentos dos discentes há relatos de que a velhice não só traz decrepitudes, mas que também é possível, através de implementação de políticas públi-cas e de educação continuada, além de hábitos saudáveis, vivenciá-Ia de forma independente, e que os profissionais devem conscientizar a popula-ção idosa sobre o processo do envelhecimento humano.

Observamos, também, o desejo dos discentes de realizar pesquisas

dentro das temáticas da Gerontologia por ocasião da elaboração dos tra-balhos de conclusão de curso (monografias). Durante os últimos sete anos, tivemos a oportunidade de orientar quarenta e três monografias na área do envelhecimento, sendo em média três trabalhos por semestre, o que podemos considerar como frutos do diferencial implementado pela disci-plina, ainda no quarto bloco da graduação.

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A v iv ê n c ia d a

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dorêndo.

s is te m a tiza ç ã o d a p rá tic a

p ro fis s io n a l a p a rtir d a g e ro n to lo g ia

s o c ia lzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Os desafios impostos à sociedade acerca do envelhecimento são numerosos. Esses desafios, segundo Rodrigues e Rauth (2006) são isí eis nas universidades, que apresentam propostas muito reduzidas para a for-mação sistemática dos profissionais.

Pensando nos desafios vivenciados em sala de aula, nos reporta-mos à resistência de alguns discentes, principalmente, no início de cada semestre, com relação especificamente ao preconceito com o ser enve-lhecido. Respeitando a individualidade de cada aluno, procuramos em sala promover seminários, debates sobre temas diversos com o intuito de despertar. a capacidade crítica desse grupo de profissionais em formação sob a nossa responsabilidade acadêmica.

Quanto ao respeito à individualidade do alunado, Tardif (2007, p. 129) enfatiza que "a primeira característica do objeto do trabalho docente é que se trata de indivíduos. Embora ensinem a grupos, os professores

não podem deixar de levar em conta as diferenças individuais, pois são

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os indivíduos que aprendem, e não os grupos".

Como instrumento de empoderamento dos discentes, colocamos à

disposição deles, momentos de reflexão, à luz da ciência do envelheci-mento, sobre as consequências desse processo, precedidas de análises e planejamento de ações junto às pessoas idosas no cotidiano, que podem auxiliar o aluno em nível de estágio.

A participação dos alunos em eventos locais, como conferências, fóruns, encontros formativos, envolvendo temáticas do envelhecimento integra, também, a execução do plano de curso da disciplina. Com essas estratégias, procurarmos otimizar a aproximação dos discentes aos con-teúdos e políticas públicas vigentes no Piauí.

C o n s id e ra ç õ e s fin a is

Considerando a sistematização da prática profissional na área da docência no curso de Serviço Social no ICF-PI, constatamos que a partici-pação como professora da disciplina tem sido revigorada a cada semes-tre, apesar dos entraves impostos ao exercício da docência superior de modo geral.

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Cossondro M orio Bostas Franco

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Por estar inserida em várias frentes de trabalho com pessoas idosa ao longo desses vinte e dois anos na profissão de assistente social, e concomitantemente com outras atividades, exercendo a docência na dis-ciplina Gerontologia Social, situação que facilita e contribui, dentre ou-tras possibilidades didáticas para, através de vivências e de resultados de instrumentos avaliativos como questionários, seminários e elaboração de textos monográficos sobre envelhecimento, constatar que a disciplina caracteriza-se como um diferencial tanto em nível de currículo, como proposta de preparação para o mercado de trabalho do assistente social, visto que o envelhecimento não tem mais retrocessos enquanto realidade social e área de conhecimento científico estruturada. Nesse sentido, faz-se necessário e urgente a existência de profissionais capacitados para essa questão social. Quanto a isso, a nossa disciplina está capacitada para dar esse apoio introdutório, pelo menos no espaço geográfico da cidade de Teresina, como experiência pedagógica e didática única nas graduações em Serviço Social existentes em nosso Estado.

Sabemos que um único instrumento avaliativo não dá suporte a análises mais profundas sobre o diferencial imposto pela disciplina Gerontologia Social, mas é notório o pioneirismo de sua presença no curso de Serviço Social.

Esperamos que essas iniciativas e este texto despertem nosalunosías),

docentes e profissionais de campo de trabalho, a necessidade de se inse-rir nos currículos a temática do envelhecimento, quer seja como compo-nente curricular formalizado em disciplina, quer seja através de implementação como tema transversal nos cursos de graduação das áre-as de humanáre-as, visto que os impactos sociais são expressivos, e somos nós, assistentes sociais, que, dentre as várias atribuições, temos como pro-postas de trabalho o suporte teórico em muitas oportunidades de políticas públicas, além de pensarmos que, se a longevidade já é uma realidade, devemos lutar pelo empoderamento da população idosa, e um dos meios para a obtenção desse objetivo perpassa pela formação de profissionais qualificados para atuar junto às multifacetas que caracterizam tanto o envelhecimento como a velhice.

R e fe rê n c ia s

BRASIL.

GFEDCBA

E s t a t u t o d o I d o s o . Senado Federal. Brasília: Secretaria Especial de Editoração e Publicações. 2003.

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diferenóol no eJrerãr:ie li:: õ:ci::ar:s::j:llO I:r: o ensino do disciplino G erontologio Social no g rD d l:l~ ) ;:lS < :1 ':ç:Si=

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Enviado poro publkcçôo. 05.04.201 O Aceito poro publicoçõo: 25.06.201 O

Referências

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