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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

SATISFAÇÃO COM O CURSO: UM ESTUDO COM OS DISCENTES DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

THIAGO MACHADO COSTA

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THIAGO MACHADO COSTA

SATISFAÇÃO COM O CURSO: UM ESTUDO COM OS DISCENTES DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino

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THIAGO MACHADO COSTA

SATISFAÇÃO COM O CURSO: UM ESTUDO COM OS DISCENTES DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino

Aprovada em 26/06/2018

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________________________

Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo (Membro) Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

No transcurso desta caminhada surgiram contratempos que dificultaram sobremaneira o término deste estudo, tendo em vista que a elaboração de um trabalho acadêmico dessa natureza, somente se torna possível quando pessoas e instituições cooperam na construção do conhecimento e auxiliam na superação dos inúmeros obstáculos que encontramos no desenvolvimento de uma pesquisa investigativa. Porém, apesar dos inúmeros entraves apresento a conclusão da minha pesquisa.

Com alegria e sentimento de realização deixo aqui meus sinceros agradecimentos à Universidade Federal do Ceará e às seguintes pessoas:

O meu especial agradecimento ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino, que pacientemente incentivou e estimulou minha caminhada neste desafio acadêmico fornecendo informações que enriqueceram este estudo possibilitando apreciar e analisar o universo do conhecimento sobre a satisfação em relação ao curso de ensino superior;

Agradeço aos membros da Comissão Examinadora Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo e Prof. Dr. Daniel Barboza Guimarães, pelas valiosas considerações na banca de defesa;

Deixo aqui registrado um especial agradecimento à coordenação do curso de administração pelo senso de justiça, compreensão e empenho empregado para que este trabalho pudesse finalmente ser apresentado;

Da mesma forma agradeço aos professores e funcionários do Departamento de Administração, pelo agradável convívio e disponibilidade, sempre auxiliando alunos e professores em suas tarefas diárias e ajudando muitos alunos recém-chegados e aqueles que estão no final do curso;

Finalmente, agradeço a todos àqueles que contribuíram, direta e indiretamente, para tornar possível a realização deste trabalho, não esquecendo os “atores principais” deste estudo,

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RESUMO

O presente estudo teve por objetivo analisar o grau de satisfação dos estudantes do curso de Administração, frente às condições oferecidas pela Universidade Federal do Ceará. No intuito de alcançar o objetivo proposto realizou-se uma revisão bibliográfica a respeito do ensino superior no Brasil, no contexto da América Latina e sobre alguns estudos relacionados com a satisfação acadêmica no ensino superior brasileiro. Na busca por um caminho teórico-metodológico, o estudo utilizou como instrumento de pesquisa um questionário composto de 31 questões, aplicado a 97 alunos matriculados em todos os semestres do período diurno e noturno do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará. Após a coleta dos dados, os resultados foram analisados de forma quantitativa. Com relação às questões fechadas, usou-se estatística descritiva para a realização do levantamento das frequências e porcentagens das respostas. Enquanto que para a análise das questões abertas foram criadas categorias a partir das respostas dos pesquisados. Embora se tenha detectado, nesta pesquisa, críticas negativas e reclamações, identifica-se também a satisfação dos alunos com o corpo docente, com os aspectos ligados à estrutura e ao ambiente de apoio de aprendizado e com a coordenação do curso. Enfim, após a análise dos resultados constatou-se que existe um bom nível de satisfação dos alunos com o curso de Administração da Universidade Federal do Ceará, no que se refere aos atributos avaliados nesta pesquisa. Espera-se que os resultados obtidos sirvam de orientação para um possível diagnóstico sobre a situação do curso, norteando ações futuras que possam ser implementadas por professores e gestores do curso de Administração, contribuindo, desse modo, para a melhoria do curso e o desenvolvimento do país.

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ABSTRACT

The present study analyzed the satisfaction’s degree of the Business students, in face of the conditions offered by UFC – Universidade Federal do Ceará. In order to reach the proposed objective, a bibliographical review was carried out regarding higher education in Brazil, in the context of Latin America, and on some studies related to academic satisfaction in Brazilian higher education. In the search for a theoretical-methodological path, the study used as a research instrument a questionnaire composed of 31 questions, applied to 97 students enrolled in all semesters of both periods of the Business course of the Federal University of Ceará. After the data collection, the results were analyzed quantitatively. Regarding the objective questions, descriptive statistics was used to perform the survey of the frequencies and percentages of the answers. Whereas for the analysis of subjective questions, categories were created based on respondents' answers. This study demonstrates that although negative criticisms and complaints have been detected in this study, students are generally satisfied with the institution. Aspects related to structure, the learning support environment and course coordination had the best evaluation amongst students. Therefore, after the result’s analysis, it was found that the student’s satisfaction level from Business course of the Federal University of Ceará was very good, regarding the attributes evaluated in this research. There is hope that the obtained results will be seen like a diagnosis about the course situation, serving as a guideline so that the professors and managers of the Business course can implement concrete actions. In this way, will be contributing to the improvement of the course and the development of the country.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Faixa etária dos alunos do curso de Administração ... 41

Figura 2- Estado civil dos alunos do curso de Administração ... 41

Figura 3 - Alunos que têm filhos ... 42

Figura 4 - Semestre que o aluno está cursando ... 42

Figura 5 - Quanto a situação de estágio dos alunos ... 43

Figura 6 - Quanto a situação de trabalho dos alunos ... 43

Figura 7 - Quanto a ajuda com despesas da família ... 44

Figura 8 - Docentes possuem conhecimentos fundamentais de conceitos didático-pedagógicos ... 47

Figura 9 - Docentes possuem sólidos conhecimentos das disciplinas ministradas ... 47

Figura 10 - Docentes comprometem-se com a obtenção de resultados positivos nas atividades de ensino sob sua responsabilidade ... 48

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DASP - Departamento Administrativo do Serviço Público

EAD - Ensino a Distância

EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo

EBAP - Escola Brasileira de Administração Pública

ENADE - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

FEAAC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

FIES - Fundo de Financiamento Estudantil

IES - Instituições de Ensino Superior

IGC - Índice Geral de Cursos

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

MBAs - Master in Business Administration

MEC - Ministério da Educação

PCE/CREDUC - Programa de Crédito Educativo

PEC-G - Programa de Estudante-Convênio de Graduação

PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

PROMISAES - Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior

PROUNI - Programa Universidade para Todos

REUNI - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

RM – Ranking Médio

SIGAA – Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

SISU - Sistema de Seleção Unificada

UFBA - Universidade Federal da Bahia

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UFRS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

1.1 Problema de pesquisa ... 17

1.2 Objetivos ... 17

1.1.1 Objetivo geral ... 17

1.1.2 Objetivos específicos ... 18

1.3 Justificativa ... 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

2.1 A educação superior brasileira no contexto latino-americano ... 21

2.2 O contexto em que surge a universidade brasileira ... 21

2.3 Sistema de ensino superior do Brasil ... 24

2.3.1 Formas de acesso ... 24

2.3.2 Programas e ações ... 24

2.4 O ensino superior de Administração no Brasil ... 26

2.5 O ensino superior na Universidade Federal do Ceará ... 30

2.6 A satisfação acadêmica no ensino superior brasileiro ... 32

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 35

3.1 Tipo e modelo de pesquisa ... 35

3.3 Descrição das variáveis ... 37

3.4 Técnicas de coleta de dados ... 37

3.5 Tratamento dos dados ... 38

3.6 Universo e amostra de estudo ... 39

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 40

4.1 Identificação dos atributos de melhor desempenho na avaliação da satisfação de alunos com os docentes ... 44

4.2 Identificação dos atributos de melhor desempenho na avaliação da satisfação de alunos com a estrutura/ambiente de apoio ao aprendizado ... 48

4.3 Identificação dos atributos de melhor desempenho na avaliação da satisfação de alunos com a coordenação/acesso às informações ... 50

4.4 Identificação dos motivos geradores de satisfação e insatisfação com o curso de Administração ... 51

4.5 Identificação dos pontos positivos e negativos do curso de Administração na avaliação da satisfação de alunos ... 51

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 53

REFERÊNCIAS ... 56

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1 INTRODUÇÃO

Existe uma acirrada concorrência entre as Instituições de Ensino Superior (IES), associada às exigências do Ministério de Educação e Cultura (MEC) e às constantes transformações no mundo moderno (RODRIGUES, 2016). Tal fato tem levado estas instituições a buscar a melhoria da qualidade do ensino superior com vistas a atender às necessidades de seus alunos e da sociedade.

A educação superior tem grande responsabilidade de atender ao desenvolvimento social, ou seja, garantir uma boa formação acadêmica possibilitando trazer sustentabilidade para a sociedade (PRIM & FÁVERO, 2013). Além de oferecer uma boa formação profissional, a academia deve atender às expectativas dos estudantes para que estes possam ter um bom nível de satisfação, evitando assim a evasão e a retenção de alunos além do tempo previsto.

Proporcionar ensino superior de qualidade irá garantir ao profissional uma qualificação mais elevada e uma melhor formação, auxiliando-o a se tornar polivalente, com uma capacidade mais refinada na tomada de decisões e de trabalhar em equipe, sempre buscando inovar para se diferenciar da maioria e para a resolução de problemas, sabendo lidar com situações novas para enfrentar esse quadro que aí se apresenta. (NUNES, FERRAZ, 2005). Diante dessa realidade cresce a exigência por profissionais competentes, preparados tecnicamente e que saibam se adaptar a este novo cenário. Para atender a essa necessidade é essencial o aprimoramento das competências individuais em relação às demandas do mercado. A função principal das Instituições de Ensino Superior (IES) é preparar os profissionais do futuro. Dentro dessa lógica, Coda e Silva (2004) afirmam que para garantir a qualidade e a própria continuidade das IES é necessário que a satisfação e o atendimento às expectativas dos estudantes sejam atendidos. Portanto, as instituições devem estar atentas para essa realidade, ofertando docentes e serviços de qualidade e suprindo as necessidades dos alunos.

Para que se tenha uma educação superior de qualidade é necessário que o corpo docente esteja comprometido com a formação de profissionais bem preparados para o mercado de trabalho. Dessa forma, é importante que na relação ensino-aprendizagem as expectativas dos discentes sejam atendidas para que o mesmo possa ficar satisfeito em relação ao seu curso (SILVA, 2014).

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necessário, os processos que interferem nessa satisfação devem ser modificados para um alcance maior de alunos satisfeitos (MEZOMO, 1997). O autor esclarece ainda que quando se menciona satisfação está se referindo ao atendimento das necessidades fundamentais dos alunos.

Ao final de todo semestre, a coordenação da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC) disponibiliza aos seus alunos um curto questionário com o objetivo de medir alguns pontos relevantes acerca da instituição e dos seus docentes. Além disso, há um departamento na UFC responsável pela medição dos níveis de inúmeros pontos que vão desde a qualidade do ensino dos docentes até o nível de satisfação dos coordenadores, cobrindo toda a instituição, com a mesma intenção que o questionário disponibilizado ao final dos semestres pela FEAAC, porém num nível bem mais abrangente e profundo, onde todos os alunos de todos os cursos da UFC respondem a um questionário maior e mais detalhado.

Esta pesquisa pretende identificar o nível de satisfação dos alunos do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para atingir o objetivo proposto, foi feita uma coleta de dados utilizando-se um questionário, no qual se abordam as seguintes categorias: aspectos didáticos dos docentes, onde os alunos avaliam o conhecimento técnico dos professores; estruturas / ambiente de apoio ao aprendizado, incluindo, acervo bibliográfico, recursos audiovisuais e recursos de informática; e o acesso às informações da coordenação do curso. O questionário utilizado possibilitou que o aluno expressasse o seu nível de satisfação, apontando quais os pontos positivos e negativos e sugerindo ideias do que poderia ser feito para melhoria do curso de Administração.

1.1 Problema de pesquisa

O presente estudo busca responder o seguinte questionamento: Qual a avaliação que os alunos de Administração fazem do curso?

1.2 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral

Para tentar responder a essa questão, busca-se o seguinte objetivo geral:

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1.1.2 Objetivos específicos

Visando atingir o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos: Verificar qual a avaliação dos alunos em relação ao conhecimento técnico e didático dos professores das disciplinas;

Evidenciar qual a satisfação dos alunos no que se refere ao suporte bibliográfico, de audiovisuais e de informática;

Verificar como ocorre o acesso às informações oferecido pela Coordenação do curso aos discentes, e

Identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria que permitam elevar os níveis de satisfação dos estudantes.

1.3 Justificativa

O Brasil passa por um momento crítico gerando grandes expectativas e perplexidade na sociedade, logo a educação, sem dúvida nenhuma, é fator essencial para preparação dos jovens tornando-os aptos para realizar a mudança que o país vem necessitando (GADOTTI, 2000). Somente através da melhoria da qualidade do ensino será possível alcançar essa transformação para o progresso da sociedade.

Na compreensão de Cornachione (2004) a educação de qualidade fundamenta-se no corpo docente, de certa forma. Segundo o autor, o docente tem responsabilidade não apenas de ter domínio do conteúdo que ministra, mas também possuir instrumentos pedagógicos a fim de transmitir da melhor forma os conhecimentos para que ocorra uma formação eficiente e eficaz, preparando os alunos adequadamente para o mercado de trabalho.

Já no início de 1990, sobre essa problemática, Romero (1992, p.01) destacava que:

O docente de graduação tem uma responsabilidade ímpar, ele forma integralmente o profissional que atuará no contexto organizacional do século XXI. Por esta razão, a capacitação e avaliação docente têm um relevante significado, na medida em que serve como instrumento eficaz para o aprimoramento do desempenho. Como parte de um processo contínuo e sistêmico, busca o aumento da qualidade do ensino superior, como meta maior.

Segundo Fernandes (2008) a avaliação dos professores pode ser uma importante ferramenta a serviço tanto da melhoria da qualidade pedagógica como da qualidade do ensino dos próprios professores. Havendo avaliação do processo ensino aprendizagem torna-se possível um melhor aprendizado dos alunos, o desenvolvimento da criatividade, melhoria profissional e desse modo toda sociedade se beneficiaria.

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al. (2008); Corso et al. (2008); Souza e Reinert (2010); Catapan, Colauto e Sillas (2012); Antonelli, Colauto e Cunha (2012); Lizote et al. (2013).

Ministrar aulas interessantes é tarefa complexa e difícil, a questão vai além da postura teórico-metodológica adotada pelo professor, pois além de transmitir o conhecimento deve, acima de tudo, ser um educador formador de cidadãos capazes de problematizar, criticar e gerar conhecimento transformando a sociedade (BARBOSA, 2004).

A utilização de recursos didáticos torna a aula mais dinâmica, possibilitando o professor prender a atenção do aluno (DINIZ, 2001). A sala de aula deve ser vista como um espaço de permanente mudanças, onde o aluno, de forma participativa possa interagir positivamente na construção do seu conhecimento. Logo, lecionar com ferramentas eficazes é mais proveitoso e possibilita uma maior aproximação do professor com o aluno.

Sabe-se que a biblioteca, os recursos audiovisuais e os recursos de informática facilitam bastante a assimilação dos conteúdos ministrados, tornando as aulas mais atraentes e

dinâmicas. Os recursos audiovisuais, na opinião de Diniz (2001, p. 24), “colaboram no processo

ensino-aprendizagem porque eles aproximam a comunicação, o mais próximo possível, das

situações reais da vida”. Tais recursos são ferramentas de grande importância que facilitam a

aprendizagem, despertando o interesse do aluno pelo ensino. Visando verificar o nível de satisfação dos docentes do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará a pesquisa em tela abordará estes tópicos.

A biblioteca é um instrumento indispensável no processo de ensino e aprendizagem, espaço onde se desenvolve competências para a busca da informação (COSTA, 2013). A visão de que a biblioteca é um mero depósito de livros precisa ser superada, incorporando um papel mais participativo, ou seja, atuando como um ambiente ativo de aprendizagem. Esse espaço deve ser visto pela comunidade acadêmica como um instrumento essencial no ambiente educacional, como potencializador da aprendizagem.

A coordenação de graduação é um órgão essencial para a gestão acadêmica, o

coordenador do curso tem a responsabilidade “tanto pelo acompanhamento das atividades

específicas do corpo docente quanto aquelas do corpo discente” (FONSECA et al, 2005). Além disso, é de fundamental importância que o coordenador seja um líder, capaz de incentivar a implementação de mudanças que possibilitem a melhoria do processo de ensino e aprendizado (PALMEIRA; SZILAGYI, 2012).

É necessário que quem exerça a função de coordenador de curso superior entenda que dentre suas atribuições deve constar também a de ser um educador, tendo em vista que

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p. 54). Para atender a essa necessidade o coordenador de curso deve saber liderar a fim de alcançar os objetivos das IES, tanto internamente, dentro da academia como no meio empresarial (PALMEIRA; SZILAGYI, 2012).

No intuito de avaliar o que os alunos sentem em relação ao curso de Administração da Universidade Federal do Ceará, buscou-se verificar se a instituição/coordenação valoriza o curso proporcionando um ambiente adequado para a transmissão do conhecimento.

O interesse no presente estudo deve-se ao fato de que conhecer o nível de satisfação dos alunos do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará poderá contribuir para uma significativa melhoria no processo de ensino e aprendizagem e, consequentemente na formação profissional dos alunos, contribuindo dessa forma para o progresso do nosso Estado. Logo, acredita-se que tal motivo justifica a relevância desta pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção apresenta uma panorâmica da educação superior brasileira na América Latina, trata do ensino superior no Brasil apontando dentre outros temas, a forma de acesso e os programas e ações existentes que facilitam o ingresso à educação superior demonstrando o cenário no qual surge a universidade brasileira.

Visando o atingimento do objetivo, discorre-se sobre o surgimento do ensino superior de Administração no Brasil, demonstrando a situação do ensino superior na Universidade Federal do Ceará e a origem do curso de Administração. Por fim, aborda também alguns estudos relacionados com a satisfação acadêmica no ensino superior brasileiro.

2.1 A educação superior brasileira no contexto latino-americano

Para dar início a discussão sobre a educação superior no Brasil faz-se necessário um percurso no contexto no qual ela está inserida, analisando-se desde seu surgimento até o momento atual da educação.

No que se refere à educação superior na América Latina, apenas a partir da década de 1960 tem início a expansão de vagas, como resultado das transformações sociais e econômicas e também em decorrência dos movimentos sociais e do aumento populacional nas grandes metrópoles (LUZ et al., 2005).

Cabe salientar que na América Latina a desigualdade social é um fator preponderante e, aliado a esse fato a qualidade do ensino nas universidades é bastante questionável (LUZ et al., 2005). Segundo o autor, a política de incentivo à pesquisa ainda é incipiente, fator que repercute diretamente na qualidade do ensino ministrado.

As universidades latino-americanas estão inseridas num contexto repleto de problemas políticos, econômicos e sociais, portanto é importante que haja uma profunda discussão para definição de estratégias que fundamentem uma reforma acadêmica. É necessário que se reflita sobre um projeto pedagógico, no qual se possa atender a essas problemáticas e dessa forma a sociedade possa vir a ser atendida em suas necessidades” (LUZ et al., 2005).

2.2 O contexto em que surge a universidade brasileira

No Brasil, a universidade surge no começo do século XIX, como resultado das elites que buscaram formação educacional nas instituições europeias, durante o período de 1500 a 1800, retornando depois ao país com a qualificação (STALLIVIERI, 2006).

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diferenças históricas. Nossas instituições de ensino superior são bem mais jovens do que as de outros países da América Latina e resultam da demanda do mercado que sinaliza para a necessidade de qualificação fundamentalmente em áreas de engenharias, medicina e direito. As universidades, inicialmente estavam localizadas nas grandes e economicamente importantes metrópoles da época (STALLIVIERI, 2006).

No Brasil, as primeiras escolas de ensino superior foram fundadas em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao país. A universidade é um fenômeno muito recente na nossa história. A primeira universidade brasileira foi fundada em 1920, no Rio de Janeiro - Universidade do Rio de Janeiro – marcando os rumos da educação superior no Brasil (CUNHA, 1986).

Posteriormente, o presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, e o seu secretário de Justiça e Interior, Francisco Campos, organizaram a Universidade de Minas Gerais, em 7 de setembro de 1927. O seu primeiro reitor foi Francisco Mendes Pimentel (DIAS, 1997). Sendo então, segundo Dias (1997), a Universidade de Minas Gerais, instituição estadual, a segunda universidade constituída.

De acordo com Martins (2002), o ensino superior no Brasil até o final do século XIX contava apenas com 24 estabelecimentos, com cerca de 10.000 estudantes. No entendimento do autor, com o disciplinamento legal da Constituição da República de 1891, a iniciativa privada criou seus próprios estabelecimentos de ensino.

Mais adiante, na década de 1920 o debate sobre a criação de universidades tomou outro rumo, não se limitava apenas às questões políticas – controle estatal – como era no

passado, mas “ao conceito de universidade e suas funções na sociedade”, ou seja, as

universidades deixariam de ser somente instituições de ensino e se transformariam em centros de saber desinteressado (MARTINS, 2002).

A Universidade do Rio de Janeiro, em 1937, passou por nova mudança, passando a chamar-se Universidade do Brasil e foi por quase 10 anos a única universidade federal. Somente com a volta da democracia em 1946, quebrou-se o monopólio de uma única universidade federal, pela criação de três outras: na Bahia, Pernambuco e Paraná (CALMON, 1995).

Teve início a implantação das universidades federais, pelo menos uma em cada Estado. No entanto, vale se pontuar que alguns Estados têm mais de duas universidades federais, como é o caso de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (BOAVENTURA, 2009).

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Católica a introdução do ensino religioso facultativo no ciclo básico, tal fato ocorreu a partir de 1931 (MARTINS, 2002).

Diante disso, durante o governo Getúlio Vargas foram criadas as Faculdades Católicas, em 1941, definindo-se posteriormente a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), no ano de 1946, setor este claramente privado e confessional na educação superior brasileira (BOAVENTURA, 2009).

Entre 1945 a 1968 o movimento estudantil e os jovens professores iniciam uma luta na defesa do ensino público, época em que se discutia a reforma de todo o sistema de ensino, e em especial a da universidade (MARTINS, 1987). Continuando sua análise, Martins (1987) diz que em 1964, o regime militar desmantela o movimento estudantil e mantêm sob vigilância as universidades públicas, local considerado como foco de subversão. Vale registar que nessa época importantes lideranças foram expurgadas do ensino superior, acontecendo também a expansão do setor privado, principalmente a partir de 1970 (MARTINS, 1987).

O movimento de reforma pelos estudantes foi se intensificando, a partir dos anos 1960, lideranças acadêmicas promoveram debates para discutir os projetos de reforma, surgindo daí os documentos de reestruturação das universidades federais e “defenderam a integração dos

conteúdos dispersos em várias cátedras” (BOAVENTURA, 2009, p. 94). Esta reforma foi

bastante extensa, pois além de abolir a cátedra e enfatizar o departamento criando os institutos básicos, alterou o vestibular, instalando o sistema de crédito e semestralidade (VIEIRA, 1982).

De 1964 a 1985, o país entrou em novo período ditatorial, não obstante as universidades funcionaram com a complementação dos seus campi, estruturação da carreira docente, inclusive com o regime de dedicação em tempo integral e definição da pós-graduação. Todavia, houve aposentadorias compulsórias de vários professores e desrespeito aos direitos humanos fundamentais (BOAVENTURA, 2009, p. 94)

Segundo Cardoso & Sampaio (1994), na segunda metade do século XX houve uma mudança marcante no ensino superior no Brasil. Tal fato deve-se ao atendimento se estender às massas, não sendo mais exclusivo à elite. Porém, embora houvesse um número expressivo de estudantes no ensino superior oriundos das camadas de renda intermediária, os menos favorecidos não tinham igualdade de oportunidade de acesso ao ensino superior, fosse público ou privado (CARDOSO & SAMPAIO, 1994).

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2.3 Sistema de ensino superior do Brasil

No Brasil, o ensino superior é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educação tecnológica. Pode-se optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. Os cursos de pós-graduação são divididos entre lato sensu (especializações e MBAs) e strictu sensu (mestrados e doutorados) (BRASIL, 2009). Tradicionalmente existe a forma presencial e, mais recentemente é possível formar-se por ensino a distância (EAD). Existem também cursos semipresenciais, com aulas em sala e também à distância (BRASIL, 2009).

2.3.1 Formas de acesso

Há diversas formas de acesso à educação superior no país. Ainda acontece vestibular em algumas universidades federais e estaduais, onde os conhecimentos dos estudantes nas disciplinas cursadas no ensino médio são verificados (BRASIL, 2009).

Além do vestibular, outra forma de ingresso no ensino superior é por meio do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), exame este que conta com questões objetivas sobre o conteúdo assimilado no ensino médio e com uma redação. No entanto, algumas faculdades e universidades optam por um processo seletivo pautado em entrevistas ou nas informações pessoais e profissionais dos candidatos, tais como; grau de escolaridade, cursos, histórico escolar ou experiência e desempenho profissional (BRASIL, 2009).

2.3.2 Programas e ações

No Brasil existem projetos que facilitam o acesso de alunos e professores à educação superior, ajudando a melhorar a qualidade do ensino das instituições federais. Abaixo apresenta-se resumidamente alguns deles:

2.3.2.1 Fundo de Financiamento Estudantil – FIES

Programa criado em 1999 pelo MEC para substituir o Programa de Crédito Educativo - PCE/CREDUC. O objetivo do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) é financiar a graduação na educação superior de estudantes que não têm condições de arcar com as despesas de sua formação, facilitando assim o acesso de jovens de baixa renda à educação superior (GONÇALVES et al., 2008). Para candidatar-se ao FIES, os alunos devem estar regularmente matriculados em instituições privadas, cadastradas no programa e com avaliação positiva nos processos avaliativos do Ministério de Educação e Cultura (GONÇALVES et al., 2008).

2.3.2.2 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID

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bolsas de iniciação à docência, aos discentes de cursos presenciais que se dedicam ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam a trabalhar no magistério da rede pública de educação básica. Dessa forma, o PIBID faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas de ensino estaduais e municipais. Os alunos são acompanhados por um professor da escola e por um docente de uma das instituições de educação superior participantes do programa (MEC, 2009).

2.3.2.3 Programa Universidade para Todos - PROUNI

De acordo com o MEC, o Programa Universidade para Todos (PROUNI) foi criado pela MP nº 213/2004 e institucionalizado pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, cuja finalidade e conceder bolsas de estudo integrais e parciais de 50% a estudantes de baixa renda, em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e cursos sequenciais de formação específica, sempre em instituições privadas de educação superior (GONÇALVES et al., 2008). Ao aderir ao programa o estudante recebe isenção de tributos (MEC, 2009).

Para obter uma bolsa o estudante precisa participar do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e obter a nota mínima estabelecida pelo MEC nesse exame. Além disso, há outros critérios como, ser necessário ter renda familiar de até três salários mínimos por pessoa e ter cursado o ensino médio em escola municipal ou estadual (MEC, 2009).

2.3.2.4 Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), integra um conjunto de ações do Governo Federal no Plano de Desenvolvimento de Educação do MEC que visa ampliar o acesso e a permanência na educação superior. Criado por Decreto Presidencial 6.096, de 24 de abril de 2007 (MEC, 2009).

No intuito de atingir esse objetivo todas as universidades federais se engajaram ao programa e apresentaram ao Ministério de Educação e Cultura (MEC) planos de reestruturação segundo orientação do REUNI. Além do número de vagas, as ações do programa preveem medidas de ampliação ou abertura de cursos noturnos, redução do custo por aluno, aumento do número de alunos por professor, flexibilização de currículos e combate à evasão (MEC, 2009).

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social, fazendo com que jovens com maior poder aquisitivo usufruam desse benefício, enquanto que a população carente não é atendida como deveria.

2.3.2.5 Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (PROMISAES)

O Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (PROMISAES) objetiva fomentar a cooperação técnico-científica e cultural entre o Brasil e os países – em especial os africanos – nas áreas de educação e cultura. Este programa oferece auxílio financeiro correspondente a um salário mínimo mensal para alunos estrangeiros participantes do Programa de Estudante-Convênio de Graduação (PEC-G), regularmente matriculados em cursos de graduação em instituições federais de educação superior (MEC, 2009).

Para que o estudante possa concorrer ao PROMISAES, deve estar matriculado em uma instituição federal de educação e ter um desempenho acadêmico satisfatório, isso em consonância com as exigências da universidade em que estuda (MEC, 2009).

Nesta parte do trabalho será feito um resgate histórico desde a criação das primeiras instituições de Ensino Superior que surgiram no Brasil, a sua atual configuração e organização e, buscar-se-á também realizar algumas considerações sobres as tendências e os caminhos que se vislumbram no horizonte da educação no Brasil.

2.4 O ensino superior de Administração no Brasil

Segundo Gonçalves et al (2008), a partir da década de 1940 o Brasil passava do estágio agrário para o industrial surgindo então a necessidade de profissionais de Administração no Brasil. Para o autor, o contexto estava a exigir que o administrador estivesse preparado a fim de que pudesse atender ao processo de industrialização que, nesse momento, se intensificava. Importante mencionar que esse período foi marcado por dois momentos históricos, sendo o primeiro representado pelo projeto de caráter nacionalista, do governo de Getúlio Vargas e, o

segundo o “projeto de desenvolvimento associado e caracterizado pelo tipo de abertura econômica de caráter internacionalista”, do governo de Juscelino Kubitschek (GONÇALVES

et al., 2008, p. 04-05).

A política desenvolvimentista adotada a partir dos governos de Getúlio Vargas foi fator determinante para o surgimento das primeiras escolas superiores de Administração no Brasil. Visando possibilitar a consolidação dessa política era necessário que se formasse profissionais qualificados para gerir de maneira eficiente e eficaz as organizações públicas e os diversos programas de governo, como também as organizações privadas, utilizando-se para tanto critério de racionalidade econômica (GONÇALVES et al., 2008).

(27)

desenvolvimento das organizações, logo tornou-se indispensável a formação de profissionais qualificados para administrar esse processo de modernização.

Nesse momento os primeiros cursos de Administração do país tiveram como meta fundamental preparar profissionais com domínio de técnicas complexas, importadas dos

Estados Unidos, em especial, “as relacionadas com disciplinas da área financeira, como técnicas orçamentárias e de controle de custos, para atenderem uma demanda específica das grandes

empresas e das estruturas do Estado” (COVRE, 1981, citado por GONÇALVES et al., 2008, p. 05).

O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi pioneiro na formação e treinamento de profissionais para a esfera estatal. A Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) surgiram da Fundação Getúlio Vargas, na década de 1950 (SERVA, 1990).

A grande expansão do ensino superior em Administração no Brasil é decorrente do crescimento econômico ocorrido após 1964. A Tabela 01 apresenta o expressivo crescimento do número de cursos nas últimas décadas (GONÇALVES et al., 2008).

Tabela 1 – Evolução do número de cursos a partir da década de 1960

Décadas Número de cursos

Antes de 1960 2

1960 31

1970 247

1980 305

1990 823

2000 1.462

Fonte: GONÇALVES et al., 2008, a partir de dados do CFA.

A partir da década de 1960, “as matrículas dos cursos de Medicina e Engenharia,

cresceram respectivamente, 174% e 483%”, enquanto que na área de Economia e

Administração esse percentual atingiu 1.118%, continuando a aumentar nos primeiros anos da década de 1970. (LOPES, 2002, apud GONÇALVES et al., 2008, p. 05).

A atividade de Administrador foi regulamentada pela Lei nº 4.769, de 09 de

setembro de 1965. Essa Lei afirma que “o exercício da profissão de Técnico em Administração

é privativo dos Bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no Brasil,

em cursos regulares de ensino superior, oficial, reconhecido ou oficializado”, afirma ainda que

(28)

Os Conselhos Regionais de Administração (CRAs), responsáveis pelo controle do exercício da profissão foram criados na década de 1960. Em 2006, o censo da educação superior realizado pelo INEP constatou que o país conta com 1.684 cursos presencias de Administração Esse censo confirma que apesar da grande concorrência no mercado de trabalho para o profissional dessa área, os cursos de Administração continuam tendo uma grande procura nas universidades e faculdades. Portanto, as instituições de ensino têm a responsabilidade de preparar da melhor forma possível os jovens que procuram esta área de trabalho. (GONÇALVES et al., 2008).

Vale aqui registar que um dos convênios mais importantes para a área de administração pública foi assinado em 09 de março de 1959, o qual tinha como objetivo principal a criação de cursos de Administração em algumas universidades brasileiras (SERVA, 1990). Convênio este assinado entre o Brasil e os Estados Unidos, sendo conveniante o Ministério da Educação e Cultura, o Departamento Administrativo do Serviço Público, a- Fundação Getúlio Vargas, a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pelo lado brasileiro. O Governo americano foi representado pelo Instituto de Assuntos Interamericanos e pela Missão Norte-Americana de Cooperação Técnica do Brasil (FISCHER, 1984). Para que este convênio se consolidasse seriam implementadas “ações como

assistência técnica para a elaboração de currículos, métodos e técnicas de ensino, instalação de

bibliotecas e formação de professores” (SERVA, 1990).

Nessa época, segundo Serva (1990) a formação dos professores foi de grande relevância, visto que havia uma assistência técnica prestada por um grupo de professores americanos, os quais participavam também na seleção de candidatos advindos de áreas correlatas, tais como; direito, economia, engenharia, contabilidade e outras. Os profissionais selecionados eram treinados no Brasil e, posteriormente eram enviados aos Estados Unidos como bolsistas com a finalidade de cursarem mestrado em Administração (FISCHER, 1986).

Dessa forma, Serva (1990) assegura que a participação das instituições norte-americanas teve um papel de grande relevância para o desenvolvimento da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP), tanto para a criação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), como para Instituto de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), a partir dos anos 1950. A consolidação da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi decisiva para o “surgimento de outras escolas de administração em diversos

(29)

Após quase seis décadas do surgimento do ensino superior de Administração no Brasil, a sociedade tem passado por inúmeras transformações. Após 1964, os governos militares retomaram a ênfase desenvolvimentista, levando o país a vivenciar grandes transformações no campo socioeconômico, elevando de forma acentuada o campo de atuação na área dos administradores na esfera pública e privada (SERVA, 1990).

No entanto, nesse período, a universidade brasileira passava por uma crise que acarretou graves consequências. Surgiu a Reforma Universitária, baseada na Lei n° 5.540, de 28 de novembro de 1968, com a finalidade de expandir o número de vagas nos governos militares, embora este objetivo tenha sido alcançado, gerou-se uma distorção no sistema universitário, já que ao se privilegiar somente o aspecto quantitativo, o qualitativo foi relegado a segundo plano (SERVA, 1990).

Essa expansão ocasionou a necessidade premente de mais dotações ao sistema universitário, todavia isso não aconteceu, o que levou a uma enorme desproporcionalidade entre o crescimento físico e as condições concretas para administrar o sistema universitário. Além disso, paulatinamente os salários dos professores foram ficando defasados, levando a uma diminuição da qualidade do ensino (SERVA, 1986).

A pesquisa foi também atingida pelo agravamento da crise do sistema universitário, fato este que ocasionou o impedimento da renovação do quadro docente nas instituições universitárias, o que resultou na perda de grandes talentos para outros setores (SERVA, 1990). Ao longo dessa crise os currículos e os conteúdos, de forma geral, foram mantidos, não se atualizaram após muitos anos. Percebe-se que nos últimos anos a pós-graduação passa a demonstrar uma renovação, no entanto o mesmo não se verifica no nível da graduação. De acordo com Tânia Fischer (1986, p. 170) na área da administração pública:

as estratégias de formação e treinamento de pessoal em administração pública valeram-se de experiências já consolidadas no contexto americano, que se transformaram em produtos de exportação. Constituíram-se, por isso, em mecanismos de reprodução ideológica (...) (grifo da autora). E conclui, de forma contundente: "Toma-se necessário novamente treinar o administrador público; não mais treinando-o para treinando-o ctreinando-omtreinando-o fazer. É necessáritreinando-o cautela ctreinando-om treinando-os sinais de que ctreinando-oisas antigas ptreinando-odem voltar com roupa nova (...) a pesquisa em administração pública, pouco estimulada e desenvolvida, deverá alimentar mais efetivamente a busca de soluções brasileiras(...) Os modelos de desenvolvimento de pessoal para a administração pública (outrora transplantados) estão esgotados. Reeditar o passado será incorrer nos mesmos erros. Outras propostas em novas bases devem ser estabelecidas novas formas de investigar, ensinar e aprender adequadas à especialidade cultural da organização pública brasileira (grifo da autora).

(30)

possível se compor um modelo de gestão mais compatível com as nossas reais necessidades no campo administrativo, tendo em vista os enormes desafios pelo qual a sociedade brasileira passou e vem passando.

O curso de Administração, como todo curso, tem seus aspectos positivos e negativos. Um ponto positivo do ensino em Administração no país é “o atendimento à demanda de gestores no Brasil provindas tanto do setor público quanto das empresas privadas e do

terceiro setor” (GIROLETTI, 2005, citado por GONÇALVES et al., 2008, p. 06).

Já com relação aos pontos negativos, Giroletti (2005, citado por GONÇALVES et al., 2008) diz respeito à transformação da expansão quantitativa do ensino superior. O autor afirma que embora o número de cursos de Administração tenha crescido bastante nas últimas décadas, a qualidade de muitos desses cursos deixa muito a desejar.

Continuando seu raciocínio, Giroletti (2005, citado por GONÇALVES et al., 2008), afirma que um outro problema referente ao ensino em Administração é a hiperespecialização. Na opinião do autor os novos cursos de Administração estão criando uma excessiva especialização, na intenção de atrair mais alunos. E, finalmente, o autor aponta também como um problema para a Administração as crises governamentais e de negócios, fazendo com que as organizações sejam abaladas e prejudicadas.

O Brasil passa por um importante momento histórico, o momento está a exigir ações e formulações que dinamizem as nossas reais potencialidades, portanto as instituições educacionais têm papel essencial na criação de estratégias em prol do desenvolvimento do nosso país. É urgente que as teorias organizacionais e modelos de gestão atuais possam ser implantados na Administração pública e privada. Este é o grande desafio que os centros acadêmicos devem enfrentar, sempre buscando analisar os paradigmas vigentes, na constante e permanente busca de nossos modelos organizacionais.

2.5 O ensino superior na Universidade Federal do Ceará

A Universidade Federal do Ceará (UFC) é uma das maiores universidades federais do país, tendo já recebido importantes títulos.

O Ranking of Web Universities, no ano de 2017, elaborado pelo Ministério da Educação da Espanha, classificou a UFC como a 10ª melhor universidade do Brasil e 18ª da América Latina (O POVO, 2018).

(31)

No ano de 2014, A UFC foi uma das mais bem avaliadas instituições do país pelo ranking do índice Geral de Cursos Índice Geral (IGC) do Ministério da Educação, no qual obteve o conceito 4, que indica o status "bom". Alguns de seus cursos figuraram na lista dos mais bem avaliados do país (UFC, 2014).

Ocupou o primeiro lugar no ranking das universidades com a maior concorrência entre os estudantes no Sistema de Seleção Unificada (SISU), oferecendo 6.378 vagas para cursos de graduação, entre 2012 e 2015 (O GLOBO, 2014).

A Universidade do Ceará foi criada oficialmente pela Lei N° 2 373, de 16 de dezembro de 1954, sendo a primeira do Estado, instalada em sessão no dia 16 de junho de 1955 (MARTINS FILHO, 1996). Segundo Martins Filho (1996) a implantação da UFC se tornou possível devido a união de várias instituições de ensino superior.

O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, criado pelo Decreto n° 6096, de 24 de abril de 2007, tinha como objetivo expandir as vagas para estudantes de graduação no sistema federal de ensino superior (GOVERNO DO BRASIL, 2010). Os especialistas pontuam que o PROUNI e o FIES possibilitam atender uma parcela da sociedade advinda do ensino médio público, pessoas estas que antes eram deixadas de fora do sistema, já que em sua grande maioria, não tinham oportunidade e nem condições de arcar com uma formação superior privada (GONÇALVES et al., 2008).

A UFC aderiu ao REUNI em 2007, ano que ocorreu a primeira chamada do Ministério de Educação (MEC) (SOUSA, 2016). De acordo com as metas do REUNI até 2012 na UFC, esperava-se 2.120 novas vagas de estudantes de graduação para novos cursos e também para incremento dos cursos em funcionamento. Fazendo-se uma comparação entre as vagas oferecidas no primeiro vestibular de 2008 - 4085 vagas – e o ano de 2010 - 5524 vagas -, constata-se um aumento de 35% no número de vagas (SOUSA, 2016).

Diante desse quadro, necessário se faz que haja a reposição do corpo docente, técnicos, melhorias na infraestrutura e nos programas de apoio aos estudantes e, para além disso, uma preocupação com a manutenção dos estudantes nas IES, com a finalidade de se otimizar o tempo de estudo e também o incentivo às pesquisas com a finalidade de detectar as causas e propor alternativas para que essas metas sejam atingidas, no tocante à evasão discente.

(32)

estudante concluir mais rapidamente o curso, elevando também a qualidade da formação profissional. Corroborando esta afirmação Mainardes e Domingues (2008), asseguram que a sobrevivência das instituições depende da qualidade dos serviços oferecidos e da satisfação dos seus clientes.

2.5.1 Curso de Administração na Universidade Federal do Ceará

A Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, foi fundada pelo professor Djacir Menezes, com a colaboração dos professores Lincoln Mourão Mattos, Domingos Brasileiro, José Valdo Ribeiro Ramos e Carlos Oliveira Ramos, em novembro de 1938 (PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO, 2006). Na época a Faculdade era uma escola particular, passando a ser federalizada em 1963. Vale ressaltar que a instituição passou por um rápido crescimento, transformando-se na Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo (FEAACS) (PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO, 2006).

O Curso de Administração da UFC foi autorizado em julho de 1976 e reconhecido em 1988. Desde 1996 o curso é ofertado em dois turnos: diurno e noturno. Atualmente, são oferecidas 80 vagas para o curso diurno (40 para o primeiro semestre e 40 para segundo) e 80 vagas para o curso noturno (distribuídas da mesma forma que o diurno). Disponíveis na modalidade bacharelado, ambas as graduações têm duração de quatro anos e meio (nove semestres) (UFC, 2014).

O referido curso, de acordo com o domínio da UFC, prepara o profissional para gerenciar diferentes setores dentro de qualquer empresa. Ao concluir o curso o aluno está apto para atuar como empreendedor, com condições de gerenciar seu próprio negócio e também estará capacitado para trabalhar como executivo em diferentes níveis de direção (UFC, 2014). 2.6 A satisfação acadêmica no ensino superior brasileiro

Nesse ponto faz-se necessário uma análise das evidências empíricas de estudos relacionados à satisfação acadêmica no ensino superior dentro do contexto brasileiro. Para tanto serão apresentados alguns estudos realizados sobre esta temática no nosso país.

(33)

Além disso, houve o aumento do ensino a distância, expansão da pós-graduação e ações do governo federal expandindo matrículas e cursos em instituições federais já existentes. Foram também criados vários campi de instituições já existentes, como também a criação de novas IES através de programas de reestruturação do setor (MANCEBO et al., 2015, citado por PINTO et al., 2017).

Todavia, apesar do governo federal ter aberto mais vagas para o ensino superior, não apresentou empenho para realizar adequações nas instalações, nos processos educativos, no atendimento às expectativas da população (SCHLEICH et al., 2006, apud Pinto et al 2017). Tal postura acarretou problemas, visto que não houve a preocupação com o principal ator: o estudante universitário(ALMEIDA; SOARES, 2003).

Com o intuito de se entender a relação entre os estudantes do ensino superior e as instituições acadêmicas, instrumentos foram criados na intenção de se realizar um levantamento a respeito da experiência dos estudantes no processo de formação durante o período em que estivessem na universidade. Diante dessa realidade a satisfação do aluno com a academia e seu curso tornou-se umas das variáveis mais importantes, levando-se em consideração o fato do julgamento ser formulado dentro da perspectiva da realidade percebida (SCHLEICH et al., 2006; SOUZA; REINERT, 2010, apud PINTO et al., 2017).

É necessário que as universidades possam entender a satisfação de seus estudantes com o curso, tendo em vista que a satisfação acadêmica é algo pessoal e automático, oriundo do período no qual o estudante frequenta ou frequentou determinado curso. Para Palacio et al (2002) a avaliação é decorrente da experiência do estudante com os serviços pedagógicos e de apoio oferecidos pela instituição educacional. Já no entendimento de Archer (1997) a satisfação é resultado do atendimento ou da eliminação de uma necessidade, ou seja, a diferença entre expectativas e experiências.

A satisfação pode ser compreendida como sendo uma resposta imediata ao consumo, onde o consumidor vai avaliando sua percepção no tocante a qualidade do serviço antes e durante a utilização do referido serviço (OLIVER, 1980; PARASURAMAN et al., 1985).

Existe consenso de que a satisfação é resultado de processos cognitivos e comportamentais, sendo também influenciada pelos fatores socioeconômicos (PINTO et al., 2017). A satisfação acadêmica é um processo composto por um conjunto de fatores, tais como;

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De acordo com Schleich et al (2006, apud Pinto et al., 2017), a satisfação está intimamente ligada ao sucesso que o aluno obtém durante sua permanência na instituição e no curso. Sucesso este que significa não só boas notas obtidas nas avaliações, mas sim a experiência vivenciada pelo aluno dentro do contexto educacional.

Dentro dessa linha de raciocínio, Souza & Reinert (2010) ressaltam que a necessidade é o fator motivacional para a busca da satisfação e que a realização de determinada expectativa pode ser considerada como satisfação.

Para Johnson e Gustafsson (2000), a satisfação é algo abstrato reveladora da experiência total de consumo de um serviço ou produto. Enquanto para Kotler (2000) a satisfação consiste do sentimento de prazer ou desapontamento resultante da comparação entre as expectativas do consumidor e o resultado percebido de um produto ou serviço.

Existem pesquisas sobre a qualidade dos serviços e a satisfação dos clientes, por meio da comparação das expectativas dos clientes com a percepção dos serviços prestados. Pesquisas realizadas por Alves et al (2004, apud PINHO, 2011, p. 09) “sugerem que as expectativas influenciam a satisfação e as expectativas futuras são uma função de expectativas

anteriores e da avaliação atual do desempenho do serviço” (LICATA et al., 2008, apud PINHO, 2011, p. 09).

Sendo assim Zeithaml et al (1993, apud PINHO, 2011, p. 09) afirma que “as

expectativas são crenças sobre o nível do serviço que será prestado por um prestador de

serviços”, portanto é primordial que “esteja de acordo com os padrões de referência com os quais o serviço prestado vai ser comparado” (ZEITHAML et al., 1993, apud PINHO, 2011, p. 09).

Ao se debruçar sobre esta temática Alves e Raposo (2004), asseguraram que as informações fornecidas pelos familiares e amigos aos estudantes das IES e pelos professores do ensino secundário eram essenciais para a formação de expectativas dos alunos, enquanto as informações transmitidas pela mídia tinham pouca influência.

(35)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Tipo e modelo de pesquisa

O delineamento da pesquisa configura-se como descritivo, utilizando fontes primárias, empregando uma abordagem quantitativa para identificar o nível de satisfação dos estudantes com o curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os dados primários foram obtidos junto aos alunos matriculados em 2018.1, no período diurno e noturno. Malhotra (2001) afirma que a pesquisa descritiva é um tipo de pesquisa que tem como principal objetivo a descrição de algo, normalmente características do objeto de estudo ou relacionamentos entre os fenômenos. Já no entendimento de Gil (1999), estudos de natureza descritiva tem como principal objetivo a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

Na compreensão de Gil (2007) a pesquisa de levantamento é caracterizada pela interrogação das pessoas com a finalidade de se conhecer o comportamento das mesmas. Mais especificamente, se faz a solicitação direta das informações sobre o problema pesquisado para em seguida se realizar a análise quantitativa e, a partir daí se obtém as conclusões acerca dos dados coletados (GIL, 2007).

Na tentativa de investigar a percepção dos estudantes com o curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC), essa pesquisa é exploratória, caracterizando-se por avaliar um problema já conhecido pela IES deste estudo. Diante dessa perspectiva, o ponto inicial é geralmente um conjunto de elementos que tem por objetivo: detectar, estabelecer e demonstrar os fatos relevantes (POLAK; DINIZ; SANTANA, 2011). Ou segundo assegura Vergara (2004), a pesquisa exploratória é válida quando há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

No entendimento de Perovano (2014), o processo descritivo tem por finalidade identificar o fenômeno ou processo. Após a coleta de dados é realizada uma análise entre as variáveis para que posteriormente sejam determinados os efeitos que resultam na satisfação ou não dos alunos com o curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC).

3.2 Quanto à Coleta de Dados

(36)

se avaliar as atitudes ou o comportamento das pessoas utilizando opções de resposta que variam de um extremo a outro. Segundo Silva & Costa (2014), a escala de verificação de Likert, ao

invés de uma resposta “sim” ou “não”, possibilita que se possa verificar os níveis de opinião. Além disso, essa escala dá condições de se identificar mais facilmente as áreas que precisam ser melhoradas, independentemente de se avaliar um curso ou a qualidade do serviço de um restaurante, ou seja, é útil para se avaliar satisfação, frequência, eficácia, probabilidade, além de outros quesitos. (COSTA, 2011). Na opinião de Costa (2011), a escala Likert contribui positivamente para aplicação nas mais diversas pesquisas, facilitando ao pesquisado emitir um grau de concordância sobre uma afirmação qualquer.

Optou-se também por questões abertas, tendo em vista que estas possibilitam ao respondente liberdade para responder com suas próprias palavras e avaliar melhor as atitudes diante de determinado tema. Além disso, questões abertas dão condições do respondente elaborar comentários, explicações e esclarecimentos significativos que possibilitam interpretar e analisar as perguntas com respostas fechadas (MINAYO et al., 2005). Com relação a esse tipo de questões, a análise foi acontecendo gradativamente, onde o aprofundamento dos dados foi guiado por temas centrais e, posteriormente foram categorizados, levando-se em consideração a abrangência e importância para a pesquisa.

Foram investigados neste estudo três nuances da relação dos discentes: a satisfação percebida pelos alunos com a competência e habilidades dos docentes e a satisfação dos discentes com a coordenação do curso e com a estrutura de apoio da UFC.

As questões relacionadas à satisfação tiveram a finalidade de verificar se as necessidades do corpo discente estavam sendo atendidas. De acordo com Alexandrini, Hasse e Santos (2007), quase sempre a satisfação é definida como uma função da percepção das expectativas. Ou seja, uma pessoa satisfeita é aquela que percebe que suas necessidades foram atendidas, pelo menos de modo igual ao que ela esperava.

Foi aplicado um questionário contendo 31 (trinta e uma) questões assertivas/discursivas. O questionário assertivo possibilita mensurar os atributos da satisfação dos discentes em relação às competências dos docentes. O questionário investiga também a satisfação dos alunos discentes com a coordenação do curso e com a estrutura de apoio do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (PEREIRA, 2007).

(37)

quantificados por meio de um questionário de escala, com níveis oscilando de 1 (discordo totalmente a 5 (concordo totalmente). O aluno assinalava em cada umas das colunas sua opinião sobre o grau de intensidade nas afirmações descritas.

Especificamente sobre o questionário, no Bloco I, consta a caracterização do respondente, onde foram utilizadas questões fechadas: sexo; faixa etária; estado civil; se tem filhos; semestre que o respondente está cursando; turno que está matriculado; está estagiando; está trabalhando e; se o respondente colabora no sustento da família. Já nos blocos II, III e IV, onde as questões são escalonadas, se avaliam, respectivamente: aspectos didáticos relacionados ao corpo docente; a estrutura/ ambiente de apoio didático ao aprendizado e a coordenação do curso de Administração. E, finalmente o bloco IV aborda algumas questões em formato subjetivo para melhor atender ao objetivo proposto nesta pesquisa. A aplicação dos questionários foi realizada no mês de junho de 2018.

3.3 Descrição das variáveis

Quadro 1 - Paralelo entre variáveis independentes e a variável dependente

Variáveis Independentes Variável Dependente

Aspectos Didáticos Estruturas/Ambiente de Apoio ao Aprendizado

Coordenação do Curso Satisfação com o Curso

Relaciona-se a um conjunto de

afirmações referentes aos processos de ensino e relacionamento professor-aluno Refere-se ao acervo bibliográfico, aos recursos audiovisuais e aos recursos de informática

Refere-se ao acesso às informações, de modo geral, sobre as

oportunidades do curso e sobre as regras e normas do curso

Diz respeito à percepção do aluno em relação ao desemprenho encontrado nos atributos explicitados

pelas variáveis independentes Fonte: Próprio autor.

3.4 Técnicas de coleta de dados

Para a coleta de dados utilizou-se um questionário estruturado composto de 04 (quatro) blocos distintos de perguntas, além de questões abertas, onde as questões foram adaptadas1 ou criadas de acordo com a necessidade deste trabalho. O questionário estruturado, segundo Alencar (1999) é elaborado com questões fechadas e todos os respondentes são submetidos às mesmas perguntas e às mesmas alternativas de respostas.

Sobre o conteúdo das questões, no primeiro bloco se busca a caracterização do respondente, as questões incluem: sexo; faixa etária; estado civil; se tem filhos; semestre que o

1 SILVA, Priscilla Gabrielle P., (2014). Expectativas e satisfação dos alunos de ciências contábeis de Goiás

(38)

respondente está cursando; turno que está matriculado; se está estagiando; se está trabalhando e: se o respondente colabora no sustento da família.

O segundo bloco contém questões relacionadas aos docentes, tais como: conhecimentos das disciplinas ministradas; conhecimento de conceitos didático-pedagógicos; comunicação verbal; sequência lógica das atividades de aula; relacionamento professor-aluno; revisão do processo ensino-aprendizagem; inovação nas atividades de ensino; sistema de feedback adequado; disponibilidade para atendimento extraclasse e; comprometimento com a obtenção de resultados positivos.

Aspectos referentes ao acervo bibliográfico estão contidos no terceiro bloco. Esta parte do questionário aborda também: o funcionamento da biblioteca; a disponibilização de recursos audiovisuais; e os recursos de informática.

No quarto bloco foram elaboradas questões relacionadas ao acesso do aluno à coordenação do curso; acesso às informações sobre oportunidades e acontecimentos do curso e; informações sobre as regras e normas do curso.

E, por último, a parte final do questionário contém questões abertas com a finalidade de oportunizar ao respondente se expressar mais livremente, com questões tais como: o respondente está satisfeito com o curso, justificando sua resposta; solicita que o respondente cite pontos positivos e pontos negativos do curso; pede também que ele opine sobre o que poderia ser melhorado no curso e; finalmente, solicita que o respondente deixe seu e-mail caso deseje ser informado a respeito do resultado da pesquisa.

Para a realização da pesquisa, buscou-se aplicar questionários em alunos de todos os semestres do curso de Administração. Inicialmente a abordagem utilizada para a coleta de dados foi através de e-mail, no entanto essa metodologia revelou-se ineficaz. Diante disso e, na tentativa de conseguir os dados para esta pesquisa adotou-se uma nova abordagem, sendo então os questionários entregues pessoalmente pelo pesquisador a cada um dos alunos. Dessa forma, os estudantes foram abordados pelo pesquisador nos intervalos, nas dependências da FEAACS e em sala de aula quando autorizados pelo professor, durante as aulas. Esta metodologia revelou-se bastante eficiente, tendo sido aplicados 97 (noventa e sete) questionários.

3.5 Tratamento dos dados

(39)

tornando possível a análise descritiva com o intuito de avaliar a percepção dos estudantes a respeito do curso de Administração.

Para a realização da análise das questões abertas, as respostas foram categorizadas com a finalidade de identificar diferentes concepções, discursos, tornando possível se verificar a frequência dessas diferentes concepções. Para se avaliar atitudes onde os respondentes expressam com detalhes sua opinião torna-se bastante útil a definição de categorias de respostas a fim de se capturar a intensidade dos sentimentos dos respondentes (FILARDI; AGMA, 2008). Tendo em vista que o questionário utilizado é semiaberto foi utilizado tratamento diferenciado na análise dos dados. Nas questões fechadas adotou-se a abordagem quantitativa e a respeito desse tipo de abordagem, Kauark, Manhães e Souza (2010, p. 26-27) salientam que

a pesquisa quantitativa, leva em consideração tudo o que pode ser quantificável, “[...] o que

significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”.

E, por último, nas questões abertas de caráter exploratório, busca-se levantar as opiniões e as crenças e sentimentos dos respondentes sobre determinado tema. Segundo Minayo (2003), a metodologia de pesquisa é o caminho do pensamento a ser seguido, sendo basicamente um conjunto de técnicas a ser adotada para se construir uma realidade. Para o autor essa técnica torna possível de trabalhar com o universo de crenças, valores e significados, os quais não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

3.6 Universo e amostra de estudo

Nesta pesquisa, o universo compreende aproximadamente 869 alunos

matriculados no curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (SIGAA, 2018). Este curso tem por finalidade formar profissionais qualificados para gerir as diversas áreas das organizações, como por exemplo: gestão de recursos humanos, finanças, da produção e

serviços, comercialização e marketing, gestão da informática, dentre outros. Para além dessas competências, o curso visa também preparar profissionais com capacidade reflexiva e crítica sobre as necessidades sociais (UFC, 2014).

(40)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta seção apresenta a análise e discussão dos resultados obtidos nesta pesquisa de campo, cujo objetivo é verificar o nível de satisfação dos discentes do curso de Administração da Universidade Federal do Ceará.

Inicialmente, explorou-se o perfil dos estudantes do curso de Administração. Em seguida, foi feita a análise da satisfação dos alunos no tocante a competência e habilidades dos docentes, como também a satisfação dos discentes em relação a coordenação do curso e a estrutura de apoio da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Identificou-se os atributos geradores da satisfação e da insatisfação dos alunos com relação ao curso de Administração. Nesta análise, foram apontados também os pontos positivos e negativos percebidos pelos estudantes e, por fim, a pesquisa elenca uma série de sugestões dadas pelos alunos para a melhoria do curso em questão.

Com relação as questões fechadas utilizaram-se estatística descritiva para a realização do levantamento das frequências e porcentagens das respostas. Enquanto que para a análise das questões abertas foram criadas categorias a partir das respostas dos pesquisados.

No que se refere ao perfil dos estudantes, na amostra da pesquisa deste trabalho, constatou-se que no curso de Administração da Universidade Federal do Ceará 62,0 % são do sexo masculino, enquanto 38,0% são do sexo feminino.

Imagem

Figura 1 - Faixa etária dos alunos do curso de Administração
Figura 3 - Alunos que têm filhos
Figura 5 - Quanto a situação de estágio dos alunos
Figura 7 - Quanto a ajuda com despesas da família
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Referências

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