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Open Soluções clássicas para uma equação elíptica semilinear não homogênea

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(1)

Programa de P´

os–Gradua¸

ao em Matem´

atica

Mestrado em Matem´

atica

Solu¸

oes cl´

assicas para uma equa¸

ao

el´ıptica semilinear n˜

ao homogˆ

enea

Suelen de Souza Rocha

(2)

Universidade Federal da Para´ıba

Centro de Ciˆ

encias Exatas e da Natureza

Programa de P´

os–Gradua¸

ao em Matem´

atica

Mestrado em Matem´

atica

Solu¸

oes cl´

assicas para uma equa¸

ao

el´ıptica semilinear n˜

ao homogˆ

enea

por

Suelen de Souza Rocha

sob a orienta¸c˜ao do

Prof. Dr. Everaldo Souto de Medeiros

(3)
(4)

R672s Rocha, Suelen de Souza.

Soluções clássicas para uma equação elíptica semilinear não homogênea / Suelen de Souza Rocha.-- João Pessoa, 2011.

96f.

Orientador: Everaldo Souto de Medeiros Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCEN

1. Matemática. 2. Equação não homogênea semilinear. 3. Métodos sub e supersolução. 4. Teoremas de ponto fixo.

(5)
(6)

Jamais entenderemos os princ´ıpios

descritos lendo, memorizando ou

imitando. A interpreta¸c˜ao leviana

nos desvia do caminho, portanto, se

ao inv´es disso pudermos realmente

sentir, deixar que tomem conta de

nosso corpo, estaremos longe de

erros.

(7)

A minha família, em especial aos meus pais e minha irmã.

A todos os professores que me acompanharam e ajudaram durante todo o período do mestrado e graduação, em especial ao meu orientador da graduação professor Da-niel Pellegrino e ao meu orientador de mestrado o professor Everaldo Souto, por terem guiado os meus passos por todos os desafios enfrentados e pela compreensão.

(8)

Resumo

Neste trabalho, estamos interessados na existência e não existência de solução clássica para a equação não homogênea semilinear ∆u+up +f(x) = 0 em Rn, u > 0 em Rn,

n3 onde f 0 é uma função Hölder contínua. A não existência de solução clássica é estabelecida quando 1 < p n/(n2). Para p > n/(n2), temos resultados de existência e não existência de solução clássica, dependendo do comportamento assin-tótico def no infinito. Os resultados de existência foram obtidos usando o método de sub e supersolução e teoremas de ponto fixo. A não existência de solução clássica é obtida usando-se estimativas integrais a priori via média esférica.

Palavras-chave: Equação diferencial parcial, Sub e supersolução, Teorema do ponto

(9)

This work is mainly concerned with the existence and nonexistence of classical solution to the nonhomogeneous semilinear equation ∆u+ up +f(x) = 0 in Rn, u > 0 in

Rn, when n 3, where f 0 is a Hölder continuous function. The nonexistence of

classical solution is established when 1< p n/(n2). For p > n/(n2) there may be both existence and nonexistence results depending on the asymptotic behavior of

f at infinity. The existence results were obtained by employed sub and supersolutions techniques and fixed point theorem. For the nonexistence of classical solution we used

a priori integral estimates obtained via averaging.

(10)

Sumário

Introdução v

1 Resultados Auxiliares 1

1.1 Introdução . . . 1

1.2 Espaços de Hölder . . . 1

1.3 Média Esférica . . . 3

1.4 Princípios do Máximo e Regularidade . . . 6

1.5 Autovalores do Laplaciano . . . 8

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano . . . 12

1.7 Teorema do Ponto Fixo para Contrações . . . 24

1.8 Método de Sub e Supersolução . . . 24

1.9 Soluções Radiais . . . 32

2 Não Existência de Solução 34 2.1 Introdução . . . 34

2.2 Estimativas Integrais a Priori . . . 35

2.3 Resultados de Não Existência . . . 46

3 Existência de Solução 51 3.1 Introdução . . . 51

3.2 Existência de Solução Via Método de Sub e Supersolução . . . 55

3.3 Existência de Solução Via Ponto Fixo . . . 66

A Comentário Sobre o Caso Homogêneo 79

(11)

Neste trabalho, estudaremos o problema

∆u+up+f(x) = 0 em Rn

u >0, (P)

ondep1, nN com n3 e f C(Rn) com f 0, f ̸≡0.

Nosso objetivo é investigar sob quais circunstâncias asseguramos a existência e a não existência de solução clássica para o problema (P). Para isto, estabeleceremos condições sob o termo não homogêneo f e o expoente p.

Equações elípticas não homogêneas de segunda ordem, definidas em todo o espaço, surgem em teoria da probabilidade no estudo de processos estocásticos. Esta área é vastíssima e tem beneficiado diversos ramos da ciência e da tecnologia tais como a Física Quântica, a estabilidade de estruturas, a Biologia (dinâmica de populações) e principalmente em economia e finanças.

Em [16], Lee obteve solução para o problema (P) quando o termo não homogêneo

f tem suporte compacto e é dominado por uma função da forma C/(1 +|x|)(n−2)p

para alguma constanteC(n, p)>0suficientemente pequena. O problema (P) também foi estudado em [22] por Pokhozhaev e em [7] por Egnell e Kaj. Pokhozhaev obteve soluções radiais quando o termo não homogêneo é radialmente simétrico em relação a origem e satisfaz certas condições de integrabilidade. Paralelamente, Egnell e Kaj trabalharam em um problema semelhante ao problema (P), mas tendo um parâmetro positivo pequeno ε como coeficiente do termo não homogêneo f e a existência de so-lução é obtida quando o termo não homegeneo tem suporte compacto e o parâmetro

ε >0 é suficientemente pequeno.

(12)

uti-lizados em virtude da imersão de Sobolev H1

0(Ω)֒→Lp(Ω). Entretanto, a dificuladede

é maior quando trabalhamos no espaço inteiro devido a perda de compacidade. Para continuar utilizando os métodos variacionais, necessitamos recuperar a compacidade e isto pode ser feito buscando soluções radiais. Porém, em nosso problema, estamos inte-ressados em soluções não necessariamente radiais para qualquer expoente (subcrítico, crítico ou supercrítico) em um domínio não limitado. Dessa forma, deparamos-nos com a impossibilidade de utilização dos métodos variacionais. No entanto, estas limitações são contornadas quando usamos métodos topológicos. Desta maneira, em nosso tra-balho utilizaremos métodos topológicos, a saber, o método de sub e supersolução e o Teorema do Ponto Fixo de Banach para contrações.

Este trabalho está organizado em três capítulos. O Capítulo 1 é dedicado a resul-tados e definições referentes a média esférica, potencial Newtoniano e suas estimativas, o método de sub e supersolução e Teorema de Ponto Fixo de Banach para contrações. Estes resultados serão utilizados nos capítulos subsequentes.

O Capítulo2é baseado nos artigos de Guy Bernard [3] e de Soohyu Bae, Wei-Ming

Ni [2]. Este capítulo é voltado ao estudo de não existência de solução para o proble-ma (P). Primeiramente, obtemos estiproble-mativas integrais para a solução do probleproble-ma. Tais estimativas serão utilizadas na demonstração dos principais teoremas apresenta-dos neste capítulo, apresenta-dos quais destacamos:

Teorema. Sejam p > n/(n2)e n 3. Suponha que f(y) C1/|y|2p/(p−1) para |y|

suficientemente grande, ondeC1 >2[n2 (p21)] λ11/(p−1)

(p−1) , ondeλ1 denota o primeiro

autovalor de∆na bola unitária doRncom condição de fronteira de Dirichlet. Então,

o problema (P) não possui solução.

Finalmente, no Capítulo 3, estudaremos a existência de solução para o problema (P) baseado no artigo de Guy Bernard [3]. Neste capítulo, assumiremos que f (Rn),

para 0 < γ 1. Em cada um dos teoremas apresentados neste capítulo, iremos im-por condições sobre o termo não homogêneo f para garantirmos a existência de uma solução. Todos, exceto um desses resultados, serão obtidos pelo método de sub e su-persolução. Desta forma, as soluções obtidas serão dominadas pelas suas respectivas supersoluções. Entre os principais resultados apresentados, destacamos:

(13)

ondeC2 = (p1)11/(p−1)

2

p n−

2p

p−1 . Então, o problema (P) tem solução.

Comparando os resultados acima, observamos que juntos eles tentam conciliar condi-ções necessárias e suficientes para a existência de solucondi-ções quando p tende a infinito, pois, neste caso, a razão entre as constantes C1 e C2 converge para um.

(14)

Capítulo 1

Resultados Auxiliares

1.1

Introdução

Neste capítulo temos dois objetivos: o primeiro é expor alguns resultados e definições que serão utilizados no decorrer do nosso trabalho, e o segundo é apresentar o método de sub e supersolução para domínio não limitado que será utilizado para demonstrar alguns resultados no Capítulo 3.

1.2

Espaços de Hölder

Definição 1 Seja Ω Rn aberto. Dizemos que uma função f : Ω R é Hölder

contínua com expoenteγ em Ω, para algum 0< γ 1, se

sup

x,y∈Ω

x̸=y

|f(x)f(y)|

|xy|γ <∞.

Denotaremos por Ck(Ω) o espaço vetorial das funções cujas derivadas parciais de

or-dem até k (inclusive) existem e são todas contínuas.

Além disso, denotaremos também

[f]Cγ(Ω) = sup x,y∈Ω

x̸=y

|f(x)f(y)|

|xy|γ . (1.1)

Dizemos que uma função é localmente Hölder contínua com expoente γ em Ω, se ela for Hölder contínua com expoente γ em todo subconjunto compacto de Ω.

Definição 2 Seja ΩRn aberto. Os espaços de Hölder Ck,γ(Ω) serão definidos como os subespaços de Ck(Ω) consistindo das funções cujas derivadas parciais até a ordem

(15)

Observemos que (1.1) é uma seminorma em Ck,γ(Ω). Como é aberto, funções em

Ck(Ω) (e suas derivadas) não são necessariamente limitadas em . Portanto, não

podemos adotar a norma do supremo para transformarCk(Ω) em um espaço normado.

Por isso, lembrando que uma função limitada e uniformemente contínua em Ω possui uma única extensão contínua limitada para Ω, podemos considerar

Ck(Ω) =

{

f Ck(Ω); D

αf é limitada e uniformemente contínua

em Ω para todo|α| ≤k

}

.

Tornaremos este espaço vetorial um espaço normado (completo) definindo a norma

||f||Ck(Ω) = max

|α|≤k||D αf

||L∞(Ω).

Definiremos então

Ck,γ(Ω) ={f Ck(Ω);Dαf Cγ(Ω) para todo|α| ≤k}

e tornaremosCk,γ(Ω) um espaço normado (completo) definindo

||f||Ck,γ(Ω) =||f||Ck(Ω)+ max

|α|≤k [D αf]

Cγ(Ω).

Seja E um subespaço vetorial normado de um espaço normado F. Dizemos que a inclusãoE F é uma imersão (contínua) se a aplicação inclusão I :E F definida porIx=x for contínua e denotaremos

E ֒F.

Além disso, se a aplicação inclusão for compacta, dizemos que a imersão E ֒ F é compacta.

Teorema 1.1 Seja Ω Rn aberto. Então, para todo inteiro k 0 e para todos

0< α < β 1, valem as seguintes imersões:

Ck+1(Ω)֒Ck(Ω)

Ck,γ(Ω) ֒Ck(Ω)

Ck,β(Ω) ֒Ck,α(Ω).

Além disso, se Ω é limitado então as duas últimas imersões são compactas.

(16)

1.3 Média Esférica

1.3

Média Esférica

Nesta seção, apresentaremos a definição de média esférica e algumas de suas proprie-dades que serão utilizadas em nosso trabalho.

Definição 3 A média esférica de uma função uC(Rn) é definida por

u(x, r) = 1

ωn ∫

|ξ|=1

u(x+rξ) dSξ, ∀r ∈R (1.2)

onde ωn é a área da esfera unitária em Rn.

Temos que u(x, r) é uma função par em relação a variável r, pois, a substituição de

r por r em (1.2) pode ser compensada pela substituição da variável de integração

ξ por ξ. Claramente, de (1.2) temos que se u Cs(Rn), onde s é um inteiro não

negativo, então u(·, r) Cs(Rn+1) desde que podemos derivar sob o sinal de integral.

Além disso, u(x,0) =u(x).

Proposição 1.1 A média esférica satisfaz:

1. u+v =u+v.

Se uC2(Rn) então a média esférica também satisfaz:

2. ∂

∂r

(

rn−1∂u ∂r(x, r)

)

=rn−1∆u(x, r);

3. (n−1)

r ∂u

∂r(x, r) + ∂2u

∂r2(x, r) = ∆u(x, r) (equação de Darboux);

4. ∂u

∂r(x, r)

r=0

= 0;

5. ∆u(·, r) = ∆(u(·, r)).

Demonstração: Seu, v C(Rn)então

(u+v)(x, r) = 1

ωn ∫

|ξ|=1

(u+v)(x+rξ)dSξ

= 1

ωn ∫

|ξ|=1

u(x+rξ) dSξ+

1

ωn ∫

|ξ|=1

v(x+rξ)dSξ

(17)

o que prova o item 1. Agora, suponha queu C2(Rn). Derivando (1.2) com respeito

ar e usando a regra de Leibniz obtemos

∂u

∂r(x, r) =

1

ωn ∫

|ξ|=1 ∂u

∂r(x+rξ) dSξ =

1

ωn ∫

|ξ|=1∇

u(x+rξ)ξ dSξ.

Fazendo a mudança de variávely=x+rξ, temos

∂u

∂r(x, r) =

1

ωnrn−1 ∫

|y−x|=r∇

u(y)

(

yx r

)

dSy =

1

ωnrn−1 ∫

|x−y|=r

∂u

∂η(y)dSy,

onde η denota o vetor normal exterior unitário. Pelo Teorema da Divergência

∂u

∂r(x, r) =

1

ωnrn−1 ∫

|y−x|<r

∆u(y) dy= r

ωn ∫

|ξ|<1

∆u(x+rξ) dξ.

Pela regra de Leibniz

∂u

∂r(x, r) = r ωn

[∫

|ξ|<1

u(x+rξ) dξ

]

= r

ωn

[∫

|y−x|<r

u(y)

rn dy ]

= r

1−n

ωn

[∫

|y−x|<r

u(y) dy

]

.

Utilizando coordenadas polares, obtemos

∂u

∂r(x, r) = r1−n

ωn

[∫ r

0

|y−x|=ρ

u(y) dSy dρ ]

.

Fazendo a mudança de variávely=x+ρε, obtemos

∂u

∂r(x, r) = r1−n

ωn

∫ r

0

|ξ|=1

u(x+ρε)ρn−1 dSξ dρ.

Pela definição de u, temos

∂u

∂r(x, r) = r1−n

ωn

∫ r

0

ωnρn−1u(x, ρ) dρ=r1−n∆ ∫ r

0

ρn−1u(x, ρ)dρ,

ou seja,

rn−1∂u

∂r(x, r) = ∆

∫ r

0

ρn−1u(x, ρ) dρ.

Derivando novamente com respeito a r, encontramos

∂ ∂r

(

rn−1∂u ∂r(x, r)

)

= ∂

∂r∆

(∫ r

0

ρn−1u(x, ρ) dρ

)

=rn−1∆u(x, r),

o que completa a prova do item 2. Note que o item 3 segue imediatamente do item 2 por derivação.

Como u C2(Rn) é par em relação a r temos que (∂u/∂r) é uma função ímpar em

relação a variávelr e, portanto, (∂u/∂r(x, r))r=0 = 0. Além disso, ∆u= ∆u, pois,

∆u= 1

ωnrn−1 ∫

|ξ|=1

∆u(x+rξ)dSξ = ∆ (

1

ωnrn−1 ∫

|ξ|=1

u(x+rξ)dSξ )

= ∆u,

(18)

1.3 Média Esférica

Observação 1.1 Pela definição da média esférica, temos

u(0, r) = 1

ωn ∫

|ξ|=1

u(rξ) dSξ, ∀r >0.

Além disso, u(0,0) =u(0). Fazendo a mudança de variável y=rξ, obtemos

u(0, r) = 1

ωnrn−1 ∫

|y|=r

u(y)dSy, ∀r >0.

Consideremos X = {(x, r) Rn×R; x = 0 e r 0}. Denotaremos a restrição de

u(x, r) a X por u(r), isto é,

u(r) =

        

1

ωnrn−1 ∫

|y|=r

u(y)dSy, se r >0,

u(0) se r = 0.

Seja ω um aberto de Rn−1 e F de ω em Rn uma função de classe C1. Dizemos que

F é uma imersão se F e F′ são injetivas (dizer que Fé injetiva significa que para

todox ω a matriz F′(x) tem posto n1). Se F é uma imersão, então F(x)F(x)

(definida por ai,j = (∂1F(x)|∂jF(x))), onde (·|·) é o produto interno em Rn) é uma

matriz quadrada positiva definida de ordemn1. A integral de superfície é definida como sendo,

Definição 4 Sejam ω Rn−1 um aberto, F uma função de classe C1 de ω em Rn.

Suponha que F é uma imersão e que S :={F(x);xω}. Se u é uma função contínua de S em R com suporte compacto, definimos

S

u(σ)dσ:=

ω

u(F(x))(det(F′(x)∗F′(x)))1/2dx.

A medida dσ é chamada a medida superficial sobre S.

Para que esta definição faça sentido, é necessário que ela dependa unicamente de S e não da imersão F. De fato, temos que se Ω Rn−1 é um aberto e G de em Rn é

uma imersão tal que

S ={F(x);xw}={G(x);x},

então podemos usar o Teorema da mudança de variáveis para provar que as integrais de superfície definidas a partir deF e de G coincidem.

Teorema 1.2 (Desigualdade de Jensen) Sejam (Ω,A, µ)um espaço de medida tal

que µ(Ω) = 1, X : Ω R uma função mensurável e g : R R uma função convexa. Então,

g

(∫

Ω Xdµ

)

(19)

Demonstração: Veja Teorema 4.3.3.1em [9], pg. 95.

Sabendo a definição de integral de superfície (Definição 4) segue da desigualdade de Jensen queup up para todo p >1.

1.4

Princípios do Máximo e Regularidade

Para esta seção, consideraremos operadores lineares de segunda ordem da forma

Lu=

n ∑

i,j=1 aij(x)

∂2u ∂xi∂xj

+c(x)u,

com aij, c ∈ C(Ω), onde Ω é um aberto de Rn. Relembremos que a fronteira de Ω

satisfaz a condição da esfera interior emx0 se existe uma bola B Ω com x0 ∂B. Dizemos que o operador L é elíptico se a matriz (aij(x))é positiva definida para todo

xΩ, ou seja, seλ(x) eΛ(x) denotam o menor e o maior autovalor de(aij(x)), então

0< λ(x)|ξ|2

n ∑

i,j=1

aij(x)ξiξj ≤Λ(x)|ξ|2,

para todoξ Rn\{0}.

Se existeλ0 >0tal que λ(x)λ0 para todo xΩ, dizemos que o operador L é estri-tamente elíptico. SeΛ(x)/λ(x)é limitada em Ω, então dizemos queLé uniformemente elíptico.

Lema 1.1 (Lema de Hopf ) Considere u C2(Ω) C(Ω). Suponha que c 0 e

Lu0 em Ω. Se existe x0 ∂Ω tal que (i) u(x0)> u(x) para todo xΩ;

(ii) ∂Ω satisfaz a condição da esfera interior em x0.

Então, a derivada normal de u em x0, se existir, satisfaz a desigualdade

∂u

∂η(x0)>0,

onde ∂u∂η :=⟨∇u, η e η é o vetor normal unitário exterior a ∂Ω no ponto x0. Se c0

em Ω temos a mesma conclusão se u(x0)0.

(20)

1.4 Princípios do Máximo e Regularidade

Teorema 1.3 (Princípio do Máximo Fraco) ConsidereuC2(Ω)C(Ω) ec0

em Ω.

(i) Se Lu0 em Ω, então

max

umax

∂Ω u +.

(ii) Do mesmo modo, se Lu0 em Ω, então

min

Ω u≥ −max∂Ω u

.

Demonstração: Ver Teorema2 em [8], pg. 329.

Teorema 1.4 SejaΩum subconjunto aberto e limitado do Rn, com fronteira de classe

C1. Suponha que uWk,p(Ω).

(i) Se k < n

p, então u∈L

q(Ω), onde 1

q =

1

p − k

n. Além disso,

∥uLq(Ω) ≤C∥u∥Wk,p(Ω),

onde C=C(k, p, n,Ω) >0.

(ii) Se k > np, então uCk−[np]−1,γ(Ω), onde

γ =

  

[ n p ]

+ 1 n

p, se

n

p não é um inteiro

qualquer número positivo γ <1, se np é um inteiro.

Além disso,

∥u

Ck−[

n

p]−1,γ(Ω) ≤C∥u∥Wk,p(Ω),

onde C=C(k, p, n, γ,Ω) >0.

Demonstração: Ver Teorema6 em [8], pg. 270.

Teorema 1.5 (Agmon-Douglis-Nirenberg) Suponha que Ω é de classe C2 com

fronteira limitada. Seja 1 < p < . Então, para todo f Lp(Ω), existe uma única

solução uW2,p(Ω)W1,p

0 (Ω) da equação

−∆u+u=f em Ω. (1.3)

Além disso, se Ω é de classe Cm+2 e se f Wm,p(Ω) (m1 um inteiro), então

uWm+2,p(Ω) e ||u||Wm+2,p ≤C||f||Wm,p.

(21)

Demonstração: Ver Teorema9.32 em [5], pg. 316.

Teorema 1.6 (Teorema de Schauder) Suponha que Ω é limitado e de classe C2,γ

com 0< γ <1. Então, para cada f (Ω) existe uma única soluçãouC2,γ(Ω) do

problema

     

−∆u+u = f em Ω

u = 0 sobre ∂Ω.

(1.4)

Além disso, se Ω é de classe Cm+2,γ (m1 um inteiro ) e se f Cm,γ(Ω), então

uCm+2,γ(Ω) com ||u||Cm+2,γ ≤C||f||Cm,γ.

O resultado é análogo se (1.4) for substituído por uma equação elíptica de segunda ordem com coeficientes suaves.

Demonstração: Ver Teorema9.33 em [5], pg. 317.

Teorema 1.7 Seja L um operador estritamente elíptico num domínio limitado Ω

Rn, comc0. Suponha quef e os coeficientes deLsão limitados e pertencem aCγ(Ω). Suponha queΩsatisfaz a condição da esfera exterior em todo ponto da fronteira. Se φ

é contínua sobre ∂Ω, então o problema de Dirichlet,

{

Lu = f em Ω

u = φ sobre ∂Ω,

possui uma única soluçãouC0(Ω)C2,γ(Ω).

Demonstração: Ver Teorema6.13 em [13], pg. 106.

1.5

Autovalores do Laplaciano

Nesta seção, consideraremos o problema de autovalor para o laplaciano com condição de fronteira de Dirichlet

{

−∆u = λu em Ω

u = 0 sobre ∂Ω, (1.5)

ondeΩRn é um subconjunto aberto e limitado.

Definição 5 Dizemos que uW01,2(Ω) é uma solução fraca para o problema de auto-valor (1.5) se

Ω∇

uv =λ

(22)

1.5 Autovalores do Laplaciano

Proposição 1.2 Seja Ω Rn um aberto limitado com fronteira de classe C. Seja

λR. Se uW1,2

0 (Ω) é uma solução fraca de (1.5) então u∈C∞(Ω).

Proposição 1.3 Existe uma base ortonormal {wn} de L2(Ω) e uma sequência de

nú-meros reais positivos {λm} com λm → ∞ quando m→ ∞, tal que

0< λ1 λ2 . . .λm ≤. . . , 

  

  

−∆wm =λmwm em Ω

wm ∈H01(Ω)∩C∞(Ω)

Demonstração: Ver Teorema3.6.1em [15], pg. 147.

Proposição 1.4 Defina, para v H1

0(Ω), v̸= 0, o coeficiente de Rayleigh R(v) =

Ω|∇v| 2

Ωv2 .

Então

λ1 = min

v∈H10 (Ω) v̸=0

R(v) = R(w1).

λm = max

v∈⟨w1,...,wm⟩

v̸=0

R(v) =R(wm).

λm = min

v⊥{w1,...,wm1}

v̸=0

R(v).

λm = min

W <H0 (Ω)1 dimW=m

max

v∈W R(v).

para m 2, onde wi é uma autofunção associada ao autovalor λi. Demonstração: Veja Teorema 3.6.2 em [15], pg. 149.

Lema 1.2 Seja w̸= 0 em H1

0(Ω) satisfazendo

R(w) = λ1.

Então, w é uma autofunção associada a λ1.

Demonstração: Ver Lema 3.6.1 em [15], pg. 150.

Definição 6 As partes positiva e negativa de uma função u são definidas por

u+ = max{u,0}, u− =min{u,0}.

(23)

Proposição 1.5 O primeiro autovalor λ1 de ∆ em Ω com condição de fronteira de Dirichlet é simples e a autofunção associada não muda de sinal em Ω.

Demonstração: Primeiro, mostraremos que a autofunção associada a λ1 não muda

de sinal em Ω. Seja w uma autofunção associada a λ1. Como w = w+ wcom

w+, wH1

0(Ω), então ∫ Ω∇

ww+ =λ1

Ω ww+.

Daí,

Ω|∇

w+|2 =λ1

(w+)2. (1.6) Analogamente,

Ω|∇

w−|2 =λ1

(w−)2. (1.7) Suponhamos que w muda de sinal em Ω. Logo, w+, w̸= 0. Dividindo (1.6) por

Ω(w

+)2 e (1.7) por ∫ Ω(w

)2 temos que

R(w+) =R(w−) =λ1.

Pelo Lema 1.2, w+ e wsão autofunções associadas a λ1, isto é, w+ = λ1w+ e

−∆w− = λ1w. Pelo Teorema 1.3 temos que w+(x) >0 e w(x) > 0 em , o que é

impossível, pois, sew+ é sempre positiva temos quew= 0 e vice-versa. Desta forma,

wtem sinal definido em Ω.

Agora, mostraremos que λ1 é simples. Suponha que λ1 não seja simples, ou seja,

dimW1 > 1, onde W1 é o subespaço associado a λ1. Assim, deve existir uma outra autofunção weH1

0(Ω) tal que ∫ Ω

wwe= 0,

o que é absurdo, poisw e we possuem sinais definidos.

Proposição 1.6 Seja λ1 o primeiro autovalor de ∆ em B1(0) Rn com condição

de fronteira de Dirichlet. Se λR é o primeiro autovalor de −∆ em BR(0) ⊂ Rn com

condição de fronteira de Dirichlet, então λR = Rλ12.

Demonstração: SejaφR uma autofunção associada ao autovalor λ

R, ou seja, {

−∆φR = λ

RφR em BR(0)

φR = 0 sobre ∂B R(0).

Considere

(24)

1.5 Autovalores do Laplaciano

Notemos que

φxi(x) = Rφ

R

xi(Rx); |x| ≤1, e

φxixi(x) =R

2φR

xixi(Rx); |x| ≤1. Logo,

−∆φ =R2∆φR(Rx) =R2λRφR(Rx) =R2λRφ(x); |x| ≤1.

Assim, φ é uma autofunção em B1(0). Portanto,

λRR2 ≥λ1. (1.8)

Agora, sejaφ uma autofunção associada ao autovalor λ1, ou seja,

{

−∆φ = λ1φ em B1(0) φ = 0 sobre ∂B1(0).

Considere

φR(x) = φ(x R

)

; |x| ≤R.

Notemos que

φRxi(x) = 1

Rφxi

(x

R

)

; |x| ≤R,

e

φRxixi(x) = 1

R2φxixi

(x

R

)

; |x| ≤R.

Logo,

−∆φR= 1

R2∆φ

(x

R

)

= 1

R2λ1φ

(x

R

)

= 1

R2λ1φ

R(x);

|x| ≤R.

Assim, φR é uma autofunção em B

R(0). Portanto,

λRR2 ≤λ1. (1.9)

Por (1.8) e (1.9), concluímos que

λRR2 =λ1.

Lema 1.3 (Mythily Ramaswamy) SejaΩum domínio limitado e suave doRn,n

2. Não existe uma função uC2(Ω)C1(Ω) satisfazendo

∆u+λ1u0 em Ω

u >0 sobre ∂Ω, (1.10)

(25)

Demonstração: Primeiramente, temos que o primeiro autovalor de ∆ é simples e possui uma autofunção positiva (Proposição 1.5). Seja ϕ esta autofunção. Assim,

−∆ϕ=λ1ϕ em Ω ϕ >0 em Ω

ϕ= 0 sobre ∂Ω.

Além disso, pelo Lema de Hopf temos ∂ϕ

∂η <0, sobre ∂Ω.

Desde queΩé um domínio limitado e suave, pela teoria da regularidade elíptica temos queϕ C1(Ω). Multiplicando a inequação (1.10) porϕ e integrando obtemos

ϕ∆u dx+λ1

ϕu dx 0. (1.11) Pela Segunda Identidade de Green, temos

ϕ∆u dx=

u∆ϕ dx+

∂Ω ϕ∂u

∂η dS−

∂Ω u∂ϕ

∂η dS.

Sabendo queϕ= 0 sobre ∂Ω, temos

ϕ∆u dx=

u∆ϕ dx

∂Ω u∂ϕ

∂η dS. (1.12)

De (1.11) e (1.12) obtemos

u∆ϕ dx

∂Ω u∂ϕ

∂ηdS+λ1

ϕu dx0.

Desde que ∆ϕ+λ1ϕ= 0, concluímos que

∂Ω u∂ϕ

∂η dS ≥0,

o que contradiz o Lema de Hopf.

1.6

Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

A equação homogênea

∆u= 0 em Rn

é chamada equação de Laplace.

Queremos encontrar uma solução não constanteu da equação de Laplace da forma

(26)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

onde r =|x| = (x2

1+. . .+x2n)1/2 > 0. Devemos escolher v de forma que ∆u = 0 em

Rn\ {0}. Notemos que

uxi =v

(r)xi

r e uxixi =v

′′x2i

r2 +v

′ ( 1 r − x2 i r3 ) ,

para r̸= 0. Logo,

∆u=v′′

n ∑

i=1 x2

i

r2 +v

′ n ∑ i=1 ( 1 r − x2 i r3 )

=v′′+n−1

r v

.

Assim, ∆u= 0 se, e somente se,

v′′+n−1

r v

= 0,

equivalentemente,

(rn−1v′)′ = 0.

Integrando a equação acima obtemos

v′(r) = a

rn−1, (1.13)

para alguma constante a. Integrando (1.13), obtemos

v(r) =

  

blogr+c se n= 2

b

rn−2 +c se n ≥3

(1.14)

onde b ec são constantes.

Fazendo uma escolha adequada de b e cem (1.14), temos a seguinte definição:

Definição 7 A função

Γ(xy) = Γ(|xy|) =

           1

nαn(n−2)|x−y|n−2

, n3

21π log|xy|, n = 2

definida paraxRn, x̸=y, é a solução fundamental da equação de Laplace, onde αn é o volume da esfera unitária em Rn.

Um cálculo simples mostra que as derivadas parciais de primeira e segunda ordem de

Γsão dadas por

DiΓ(x−y) = −

1

nαn|

(27)

e

DijΓ(x−y) = −

1

nαn {

−n(xi−yi)(xj −yj) +|x−y|2δij }

|xy|−n−2.

Claramente Γ é harmônica parax̸=y. As seguintes estimativas serão úteis:

|DiΓ(x−y)| ≤

1

ωn|

xy|1−n (1.15) e

|DijΓ(x−y)| ≤

1

αn|

xy|−n, (1.16) onde ωn =nαn.

Denotaremos o potencial Newtoniano de uma função mensurável f, definida em Rn,

por

Nf(x) = ∫

Rn

Γ(xy)f(y)dy, xRn.

Os próximos dois resultados encontram-se em [18].

Lema 1.4 Seja f :RnR, com n 3, uma função localmente Hölder contínua com

o seguinte decaimento no infinito

|f(y)| ≤C|y|l, (1.17)

onde C >0, l <2 são constantes. Seja Nf o potencial Newtoniano de f, isto é,

Nf(x) = Cn ∫

Rn

f(y)

|xy|n−2dy, (1.18)

onde Cn = [(n−2)ωn]−1. Então, Nf está bem definida e

|Nf(x)| ≤       

C|x|2−n se l <n

C|x|2−nln|x| se l=n

C|x|2+l se n < l <2,

para algum C >0.

Demonstração: Primeiramente, mostraremos que o potencial Newtoniano está bem

definido. De fato, escolheremos R >0 de forma que (1.17) seja satisfeita, isto é,

|f(y)| ≤C|y|l se |y| ≥R. (1.19) Comof é localmente Hölder contínua, existe uma constanteC0 >0 tal que

(28)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

Considerando K = max{C, C0}, temos por (1.19) e (1.20) que

|f(y)| ≤

{

K|y|l, se |y|> R

K, se |y| ≤R.

Assim, se|y|> R

(1 +|y|−l)|f(y)|=|f(y)|+|y|−l|f(y)| ≤K|y|l+K C1,

pois,l <2. Se |y| ≤R então

(1 +|y|−l)|f(y)| ≤K +R−lK C2.

Considerando K1 = max{C1, C2}, obtemos

|f(y)| ≤ K1

(1 +|y|−l), ∀y ∈R

n. (1.21)

Por (1.18) e (1.21) temos

|Nf(x)| ≤Cn ∫

Rn

K1

|xy|n−2(1 +|y|−l)dy.

Notemos que

|Nf(x)| ≤C [∫

|x−y|≤|x2|

A dy+

|x|

2 ≤|x−y|≤2|x|

A dy+

|x−y|≥2|x|

A dy

]

=C[I1+I2+I3],

onde A= 1/[|xy|n−2(1 +|y|−l)]. Agora, vamos estimar I1, I2 e I3.

Estimativa para I1: Seja Ω1 :={y∈ Rn;|y−x| ≤ |x|/2}. Logo, para y ∈Ω1 temos

|y| ≥ |x2|, o que implica

I1 ≤

|x−y|≤|x2|

C

|xy|n−2

[

1 +(|x2|)−l

]dy

|x−y|≤|x2|

C

|xy|n−2|x|−ldy.

Usando coordenadas polares temos

I1 C

|x|−l ∫ |x|

2

0

rn−1

rn−2dr =C|x|

(29)

Estimativa para I2: Seja Ω2 :={u∈Rn;|x2| ≤ |x−y| ≤2|x|}. I2 =

|x|

2 ≤|x−y|≤2|x|

C

|xy|n−2(1 +|y|−l)dy

≤C|x|2−n

|x|

2 ≤|x−y|≤2|x| 1

(1 +|y|−l)dy.

ComoyΩ2 temos |y| ≤ |x−y|+|x| ≤2|x|+|x|= 3|x|. Logo, I2 C|x|2−n

|y|≤3|x|

1

(1 +|y|−l)dy

≤C|x|2−n

(∫

|y|≤1

1

(1 +|y|−l)dy+ ∫

1≤|y|≤3|x|

1

|y|−ldy )

.

Utilizando coordenadas polares, temos

I2 C|x|2−n

(

C+C

∫ 3|x|

1

rn−1rldr

)

. (1.23)

Primeiro, suponhamos que n1 +l < 1. Logo,

∫ 3|x|

1

rn−1+ldr= r

n+l

n+l

3|x|

1

= 1

n+l

(

1 1

(3|x|)−(n+l)

)

≤ −n1+l =C. (1.24) Por (1.23) e (1.24), temos

I2 C|x|2−n se n1 +l <1. (1.25) Suponhamos agora quen1 +l=1. Logo,

∫ 3|x|

1

rn−1+ldr=

∫ 3|x|

1

1

r dr= ln(3|x|) = ln(3) + ln(|x|) = C+ ln(|x|). (1.26)

Por (1.23) e (1.26) temos

I2 C|x|2−n(C+Cln|x|) se n1 +l=1. (1.27) Suponhamos finalmente que n1 +l > 1. Assim,

∫ 3|x|

1

rn−1+ldr= r

n+l

n+l

3|x|

1

= (3|x|)

n+l

n+l −

1

n+l ≤C|x|

n+l. (1.28)

De (1.23) e (1.28) temos

I2 ≤C|x|2−n(C+C|x|n+l) se n−1 +l > −1. (1.29)

Assim, por (1.25), (1.27) e (1.29) concluímos que

I2 ≤

      

C|x|2−n, se n1 +l < 1

C|x|2−n(C+Cln|x|), se n1 +l =1

C|x|2−n(C+C|x|n+l), se n1 +l > 1.

(30)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

Estimativa para I3: Seja Ω3 :={y∈Rn; 2|x| ≤ |x−y|}. Assim, para y ∈Ω3 temos

|xy| ≤ |y|+|x| ≤ |y|+|xy|/2. Desta forma,|xy|/2≤ |y| e

I3

Ω3

C

|xy|n−2

[

1 +(|x−2y|)−l

]dy

Ω3

C

|xy|n−2|xy|−ldy.

Usando coordenadas polares, obtemos

I3 C

∫ +∞

2|x|

rn−1

rn−2−ldr=C

r2+l

2 +l

2|x|

.

Desde que l <2, temos

I3 C|x|2+l. (1.31) Assim, para|x|suficientemente grande, o resultado segue das estimativas (1.22), (1.30) e (1.31).

Paraf não negativa, temos o seguinte resultado:

Lema 1.5 Se f 0 em Rn com n 3 e f(y) C|y|l no infinito para algum l <

−2, C > 0, então existe C1 >0 tal que

Nf(x)≥    

  

C1|x|2−n se l <n

C1|x|2−nln|x| se l=n

C1|x|2+l se n < l <2.

Demonstração: Notemos que

Nf(x)≥Cn ∫

Ω2

f(y)

|xy|n−2dy

onde Ω2 := {u∈ Rn;|x|/2≤ |x−y| ≤2|x|}. Escolheremos R suficientemente grande

tal que f ̸≡0 em BR(0). Seja

I =Cn ∫

BR(0)

f(y)

|xy|n−2dy+Cn

Ω2\BR(0)

f(y)

|xy|n−2dy.

Como|xy| ≤2|x|, obtemos

I C|x|2−n

(∫

BR(0)

f(y)dy+

Ω2\BR(0)

f(y)dy

)

≥ C|x|2−n

(

C+

Ω2\BR(0)

f(y)dy

)

(31)

Podemos supor ainda que R é suficientemente grande tal que f(y) C|y|l quando

|y|> R. Logo,

I C|x|2−n

(

C+C

Ω2\BR(0)

|y|ldy

)

. (1.32)

Afirmamos que

F =

{

yRn;R ≤ |y| ≤ |x|

2

}

⊂Ω2\BR(0). (1.33)

De fato, se yF temos

|xy| ≤ |y|+|x| ≤ |x|+|x|

2 =

3|x|

2 ≤2|x|.

Por outro lado,

|xy| ≥ |x| − |x|

2 =

|x|

2 .

Além disso, |y| ≥R. Logo, yΩ2\BR(0). Por (1.32) e (1.33), obtemos

I C|x|2−n

(

C+C

R≤|y|≤|x|/2| y|ldy

)

.

Usando coordenadas polares temos

I C|x|2−n (

C+C

∫ |x|/2

R

rl+n−1dr

)

. (1.34)

Analisaremos três casos: n1 +l < 1, n1 +l=1 e n1 +l >1. Suponhamos, primeiro, quen1 +l <1. Então,

C

∫ |x|/2

R

rl+n−1dr >0. (1.35) Logo, por (1.34) e (1.35) temos

I C|x|2−n. (1.36) Podemos supor ainda queR >1e|x|>(2R)2. Suponhamos agora quen1 +l=1,

logo,

∫ |x|/2

R

1

r dr= ln(|x|/2)−ln(R) = ln(|x|)−ln(2R). (1.37)

Como|x|1/2 >2R temos

1

2ln(|x|)>ln(2R).

Somando (ln|x|) a ambos os lados da inequação acima obtemos

1

(32)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

Assim, por (1.37) e (1.38) temos

∫ |x|/2

R

1

r dr >

1

2ln(|x|). (1.39)

Por (1.34) e (1.39) temos

I C|x|2−nln(|x|). (1.40) Suponhamos finalmente que n1 +l > 1, logo,

∫ |x|/2

R

rn+l−1dr= (|x|/2)

n+l

n+l − Rn+l

n+l.

Como|x|>(2R)2 temos |x|>4R. Assim,

∫ |x|/2

R

rn+l−1dr= (|x|/2)

n+l

n+l −

(|x|/4)n+l

n+l =

3|x|n+l

22(n+l)(n+l) =C|x|

n+l. (1.41)

Por (1.34) e (1.41) temos

I C|x|2−n|x|n+l=C|x|2+l. (1.42) Por (1.36), (1.40) e (1.42) concluímos que

I

      

C|x|2−n se n1 +l <1

C|x|2−nln(|x|) se n1 +l=1

C|x|2+l se n1 +l >1.

Desde que Nf ≥I o resultado segue.

Os próximos dois resultados são adaptações dos Lemas4.1 e4.2 em [13].

Lema 1.6 Sejam f 0 uma função contínua em Rn (n 3) e Nf o potencial

New-toniano de f tal que

Nf(x) =Cn ∫

Rn

f(y)

|xy|n−2dy≤

ξ

(1 +|x|)n−2, (1.43)

para alguma constante ξ >0. Então, Nf ∈C1(Rn) e para cada x∈Rn

DiNf(x) = ∫

Rn

DiΓ(x−y)f(y)dy, i = 1, . . . , n.

Demonstração: Considere a função

v(x) =

Rn

DiΓ(x−y)f(y)dy.

Temos quev está bem definida. De fato,

|v(x)| ≤

Rn|

(33)

Pela estimativa (1.15), temos

|v(x)| ≤

Rn

|f(y)|

ωn|x−y|n−1

dy.

Tomaremos R >1. Logo,

|v(x)| ≤ C

|x−y|≤R

|f(y)|

|xy|n−1dy+C

|x−y|≥R

|f(y)|

|xy|n−1dy

≤ C sup

|x−y|≤R|

f(y)|

|x−y|≤R

1

|xy|n−1dy+C

|x−y|≥R

|f(y)|

|xy|n−2|xy|dy

≤ C1

|x−y|≤R

1

|xy|n−1dy+C

|x−y|≥R

|f(y)|

|xy|n−2dy.

Por (1.43), temos

|v(x)| ≤C1

|x−y|≤R

1

|xy|n−1dy+Cξ.

Usando coordenadas polares, obtemos

|v(x)| ≤C1

∫ R

0

dr+Cξ =C1R+Cξ <,

de onde concluímos quev está bem definida.

Mostraremos então que v =DiNf. Para isso, fixaremos uma função η ∈ C1(R)

satis-fazendo 0η 1, 0 η′ 2, η(t) = 0 para t1, η(t) = 1 para t2 e, para ε >0,

definamos

wε(x) = ∫

Rn

Γηεf(y)dy, Γ = Γ(x−y), ηε=η (

|xy| ε

)

.

Desde que η,ΓC1(R)temos que w

ε ∈C1(Rn) e

v(x)Diwε(x) = ∫

Rn

DiΓ(x−y)f(y)dy− ∫

Rn

Di[Γηεf(y)]dy

=

Rn

Di{(1−ηε)Γ}f(y)dy.

(1.44)

Pela definição de ηε, temos que

ηε = 1 se |x−y| ≥2ε. (1.45)

Por (1.44), temos

v(x)Diwε(x) = ∫

|x−y|≤2ε

Di{(1−ηε)Γ}f(y)dy+ ∫

|x−y|≥2ε

(34)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

Por (1.45), obtemos

v(x)Diwε(x) = ∫

|x−y|≤2ε

Di{(1−ηε)Γ}f(y)dy.

Logo,

|v(x)Diwε(x)| ≤ ∫

|x−y|≤2ε|

Di{(1−ηε)Γ}||f(y)|dy

|x−y|≤2ε|

Di(1−ηε)Γ||f(y)|dy

+

|x−y|≤2ε|

(1ηε)DiΓ||f(y)|dy.

Notemos que

Diη (

|xy| ε

)

=η′

(

|xy| ε

)

Di (

|xy| ε

)

=η′

(

|xy| ε

)

(xi−yi)

ε|xy|

2

ε.

Logo,

|v(x)Diwε(x)| ≤ sup

|x−y|≤2ε|

f(x)|

|x−y|≤2

(

|DiΓ|+

2

ε|Γ|

)

dy.

Paran 3, pela estimativa (1.15) e pela definição de solução fundamental, temos

|v(x)Diwε(x)| ≤ sup

|x−y|≤2ε|

f(x)|

|x−y|≤2ε (

1

ωn|x−y|n−1

+ 2

ε(n2)ωn|x−y|n−2 )

dy.

Usando coordenadas polares, temos

|v(x)Diwε(x)| ≤ sup

|x−y|≤2ε|

f(x)|

∫ 2ε

0

(

1 + 2r

ε(n2)

)

dr = sup

|x−y|≤2ε|

f(x)| 2nε (n2).

Consequentemente,wε eDiwε convergem uniformemente nos subconjuntos compactos

deRn para Nf e v, respectivamente, quando ε 0. Daí, concluímos que Nf C(Rn)

eDiNf =v.

Lema 1.7 Considere f Ck,γ(Rn) e seja N

f o potencial Newtoniano de f tal que

Nf(x) =Cn ∫

Rn

f(y)

|xy|n−2dy≤

ξ

(1 +|x|)n−2.

Então, Nf ∈C2(Rn), −∆Nf =f em Rn. Além disso,

DijNf(x) = ∫

Ω0

DijΓ(x−y)(f(y)−f(x))dy−f(x) ∫

∂Ω0

DiΓ(x−y)νj(y)dSy, i, j = 1, . . . , n;

(35)

Demonstração: Considere a função

u(x) =

Ω0

DijΓ(f(y)−f(x))dy−f(x) ∫

∂Ω0

DiΓνj(y)dSy. (1.46)

Afirmamos que uestá bem definida. De fato,

u(x)

Ω0

|DijΓ||f(y)−f(x)|dy+|f(x)| ∫

∂Ω0

|DiΓ|dSy.

Pela estimativa (1.16) temos que

u(x)

Ω0 1

αn|

xy|−n|f(x)f(y)|dy+|f(x)|

∂Ω0

|DiΓ|dSy.

Pela estimativa (1.15) obtemos

u(x)

Ω0 1

αn|

xy|−n|f(x)f(y)|dy+|f(x)|

∂Ω0

|xy|1−n

ωn

dSy.

Comof é Hölder contínua temos que|f(x)f(y)| ≤[f]Cγ(Ω0)|x−y|γ. Logo,

u(x)

Ω0

[f]Cγ(Ω0)

αn|x−y|n−α

dy+|f(x)|

∂Ω0

|xy|1−n

ωn

dSy.

Utilizando coordenadas polares temos

u(x)Cn+|f(x)|<∞,

de onde concluímos queu está bem definida.

Seja v = DiNf. Seja η ∈ C1(R) satisfazendo 0 ≤ η ≤ 1, 0 ≤ η′ ≤ 2, η(t) = 0 para

t1, η(t) = 1 para t2. Para cada ε >0 definimos

vε(x) = ∫

Ω0

DiΓηεf(y)dy, Γ = Γ(x−y), ηε =η (

|xy| ε

)

.

Claramente vε ∈C1(Rn) e diferenciável,

Djvε(x) = ∫

Ω0

Dj(DiΓηε)(f(y)−f(x))dy+f(x) ∫

Ω0

Dj(DiΓηε)dy.

Pelo Teorema da Divergência temos que

Djvε(x) = ∫

Ω0

Dj(DiΓηε)(f(y)−f(x))dy−f(x) ∫

∂Ω0

DiΓνj(y)dSy

para ε pequeno. Portanto,

|u(x)Djvε(x)| = ∫ Ω0

DijΓ(f(y)−f(x))dy−f(x) ∫

∂Ω0

DiΓνj(y)dSy

Ω0

Dj(DiΓηε)(f(y)−f(x)) +f(x) ∫

∂Ω0

(36)

1.6 Solução Fundamental e o Potencial Newtoniano

Comoηε = 1 se|x−y| ≥2ε temos

|u(x)Djvε(x)| ≤ ∫

|x−y|<2ε|

Dj{DiΓ(1−ηε)}||f(y)−f(x)| dy.

Sabendo quef é Hölder contínua, obtemos

|u(x)Djvε(x)| ≤ [f] ∫

|x−y|<2ε|

Dj{DiΓ(1−ηε)}||x−y|γdy

≤ [f]

|x−y|<2ε

(|DijΓ|+|DiΓ||Dj(1−ηε)|)|x−y|γdy

≤ [f]

|x−y|<2ε (

|Dij|+

2

ε|DiΓ|

)

|xy|γdy

Utilizando as estimativas (1.15) e (1.16) obtemos

|u(x)Djvε(x)| ≤ [f] ∫

|x−y|<2ε

|xy|−n+α

αn

dy+ 2[f]

ε

|x−y|<2ε

|xy|1−n+α

ωn

dy.

Usando coordenadas polares

|u(x)Djvε(x)| ≤ [f]n2 ∫ 2ε

0

rα−1dr+ 2n[f] ε

∫ 2ε

0

dr

≤ [f](2ε)α(n

α + 4

)

.

Consequentemente Djvε → u quando ε → 0 uniformemente nos subconjuntos

com-pactos de Rn, e desde que vε v = DiNf uniformemente em 0, nós obtemos que

Nf ∈C2(Ω0) e u=DijNf. Portanto, Nf ∈C2(Ω0)em Rn.

Agora fixemos xRn e tomeR > 0tal que 0 =BR(x). Temos

Nfii(x) =

Ω0

DiiΓ(f(y)−f(x))−f(x) ∫

∂Ω0

DiΓνi(y)dSy.

Logo,

∆Nf(x) = ∫

Ω0

∆xΓ(f(y)−f(x))− n ∑

i=1 f(x)

∂Ω0

DiΓνi(y)dSy

=

n ∑

i=1

−f(x)

n ∫

∂BR(x)

(xi−yi)|x−y|−n

(yi−xi)

|xy| dy= f(x)

nαn ∫

∂BR(x)

dr =f(x).

Desta forma, concluímos que∆Nf(x) =f(x)para toda bola de centroxemRn. Assim,

(37)

1.7

Teorema do Ponto Fixo para Contrações

Definição 8 Um espaço métrico é um par (M, d), onde M é um conjunto não-vazio

e d:M ×M R é uma função satisfazendo:

1. d(x, y)0;

2. Se x̸=y então d(x, y)>0;

3. d(x, y) = d(y, x);

4. d(x, z)d(x, y) +d(y, z), para todox, y, z M.

Uma sequência (xn) num espaço métrico é uma sequência de Cauchy quando, para

todoε >0dado, existen0 Ntal quem, n > n0 d(xm, xn)< ε. Um espaço métrico

M é completo quando toda sequência de Cauchy em M é convergente em M.

Sejam M e N espaços métricos. Uma aplicação f : M N é dita uma contração se existe uma constantec, com0c <1, tal qued(f(x), f(y))c d(x, y)para quaisquer

x, y M. Um ponto fixo de uma aplicação f : M M é um ponto x M tal que

f(x) =x.

Teorema 1.8 (Ponto Fixo de Banach para Contrações) SeM é um espaço

mé-trico completo, toda contração f :M M possui um ponto fixo em M.

Demonstração: Veja Proposição 23em [19], pg. 198.

1.8

Método de Sub e Supersolução

Seja Ω Rn aberto, limitado e suave. Considere uma função Hölder contínua f :

×RR e de classe C1 com respeito a segunda variável.

Consideremos o problema de Dirichlet não linear

      

−∆u = f(x, u) em Ω

u = 0 sobre ∂Ω.

(Q)

Uma solução clássica de (Q) é uma função u C2(Ω)C(Ω) que satisfaz (Q)

(38)

1.8 Método de Sub e Supersolução

Definição 9 Uma função wC2(Ω)C(Ω) é dita uma subsolução do problema (Q)

se satisfaz:

  

  

−∆w f(x, w) em Ω

w 0 sobre ∂Ω

(1.47)

pontualmente. Se invertermos os sinais dos termos em (1.47), temos a definição de supersolução W para o problema (Q).

O próximo resultado pode ser encontrado em [23], pg. 3.

Proposição 1.7 Seja w (resp., W) uma subsolução (resp., supersolução) para o pro-blema (Q) tal que w W em Ω. Então, existe uma solução u de (Q) satisfazendo

wuW em Ω.

Demonstração: Consideremos g(x, u) := f(x, u) +au, onde a é uma constante real. Escolheremosa0 suficientemente grande de modo que a aplicação

Ψx :R → R

u 7→ Ψx(u) = g(x, u)

seja crescente em[w(x), W(x)], xΩ. Desta forma, devemos ter

0 ∂Ψx

∂u =

∂g(x, u)

∂u = ∂f ∂u +a.

Logo, a≥ −∂f

∂u(x, u). Assim, basta tomarmos

a 0e amax{−fu(x, u);x∈Ω, u∈[w(x), W(x)]}.

Notemos que max{−fu(x, u);x∈Ω, u∈[w(x), W(x)]}existe pois f é de classe C1 em

relação a segunda variável eΩ×[w(x), W(x)]é compacto.

Definimos a sequência de funçõesvn ∈C2(Ω)∩C(Ω)da seguinte forma: v0 =W e para todo n≥

1, vn é a única solução do problema linear 

     

−∆vn+avn = g(x, vn−1) em Ω vn = 0 sobre ∂Ω.

(39)

A sequência(vn)está bem definida, isto é, o problema (1.48) admite uma única solução.

Para isto, basta observar que o problema

   

  

−∆v+av = h(x) em Ω

v = 0 sobre ∂Ω,

(1.49)

onde h(Ω), admite uma única solução. Mas, isto segue do Teorema 1.7.

Mostraremos por indução que

w. . .vn+1 ≤vn ≤. . .≤v0 =W. (1.50)

Afirmamos que a propriedade (1.50) é válida para n = 1, ou seja, w v1 W. De fato, pela definição dev1 temos

   

  

−∆v1+av1 = g(x, W) em Ω v1 = 0 sobre ∂Ω.

(1.51)

ComoW é supersolução para o problema (1.48) temos

      

−∆W +aW g(x, W) em Ω

W 0 sobre ∂Ω.

(1.52)

Logo, por (1.51) e (1.52) temos

−∆(W v1) +a(W v1) 0 em Ω

W v1 0 sobre ∂Ω.

Pelo Teorema 1.3, temos que

v1 W em Ω. (1.53) Vejamos quewv1. Com efeito, pela definição de subsolução temos que

      

−∆w+aw g(x, w) em Ω

w 0 sobre ∂Ω.

(1.54)

Por (1.51) e (1.54) temos

(40)

1.8 Método de Sub e Supersolução

Comog é crescente e wW em Ω temos queg(x, w)g(x, W)em Ω. Logo,

−∆(wv1) +a(w−v1)≤0 em Ω.

Além disso, como v1 = 0e w0 sobre ∂Ω então wv1 0 sobre ∂Ω. Pelo Teorema 1.3, temos

wv1 em Ω. (1.55)

Por (1.53) e (1.55), concluímos que

wv1 W em Ω.

Assumiremos que a propriedade (1.50) é válida para algum nN, isto é,

w vn≤vn−1 ≤. . .≤v0 =W em Ω,

e provaremos que (1.50) vale para n+ 1. Por definição, temos que

      

−∆vn+avn = g(x, vn−1) em Ω vn = 0 sobre ∂Ω

(1.56)

e

     

−∆vn+1+avn+1 = g(x, vn) em Ω

vn+1 = 0 sobre ∂Ω.

(1.57)

Por (1.56) e (1.57) temos

−∆(vn−vn+1) +a(vn−vn+1) = g(x, vn−1)−g(x, vn) em Ω

vn−vn+1 = 0 sobre ∂Ω.

Comovn−1 ≥vn (hipótese de indução) e g é crescente temos

−∆(vn−vn+1) +a(vn−vn+1) ≥ 0 em Ω vn−vn+1 = 0 sobre ∂Ω.

Pelo Teorema 1.3, temos

vn≥vn+1 em Ω. (1.58)

Por (1.54) e (1.57), temos

−∆(vn+1−w) +a(vn+1−w) ≥ g(x, vn)−g(x, w) em Ω

(41)

Comowvn (hipótese de indução) e pela monotonicidade de g, temos

−∆(vn+1−w) +a(vn+1−w) ≥ 0 em Ω vn+1−w ≥ 0 sobre ∂Ω.

Utilizando novamente o Teorema 1.3, obtemos

wvn+1 em Ω. (1.59)

Logo, por (1.58) e (1.59) temos que a propriedade (1.50) é válida paran+1e, portanto, é válida para todonN. Concluímos então que a sequência(vn)é limitada e decrescente

em Ω. Portanto, existe u tal que para cada xΩfixado

vn(x)↘u(x) quandon → ∞. (1.60)

Vamos justificar que podemos passar o limite em (1.48) para concluir queu, definida em (1.60), é solução do problema (Q). Para isto, precisamos mostrar quevn →u∈C2(Ω).

Sejagn(x) :=g(x, vn(x)). Note que gn é limitada em L∞(Ω). De fato,

||gn||∞ = ||f(·, vn) +avn||∞ ≤ ||f(·, vn)||∞+a||vn||∞

≤ ||f(·, vn)||∞+a||W||∞.

Por (1.50) temos

k2 ≤ −|w|∞ ≤w≤vn ≤W ≤ |W|∞≤k1 em Ω.

Comof é contínua eΩ×[k2, k1] é compacto existec2 tal que||f(·, vn)||∞< c2. Assim, ||gn||∞ < c3,

e, portanto, gn é limitada em Lp(Ω) para 1 < p < ∞. Desde que g ∈ Lp(Ω) com

1 < p < e vn é solução de (1.48), temos pelo Teorema 1.5 que a sequência vn é

limitada em W2,p(Ω) para 1 < p < . Pelo Teorema 1.4, temos que (v

n) é limitada

em C1,γ(Ω).

O Teorema 1.6 implica que (vn) é limitada em C2,γ(Ω). Lembrando que C2,γ(Ω) está

imerso compactamente em C2(Ω) temos que existe uma subsequência (v

nk) de (vn) e

η C2(Ω) tal que v

nk → η em C

2(Ω). Assim, v

nk(x) → η(x) em Ω. Lembrando que

(vn) é monótona temos

(42)

1.8 Método de Sub e Supersolução

e, portanto,

vn(x)→η(x) em Ω.

Por (1.60), concluímos queη(x) =u(x), x Ω. Logo, vn →u∈C2(Ω). Tomando o

limite em (1.48) obtemos

   

  

−∆u+au = g(x, u) em Ω

u = 0 sobre ∂Ω,

donde concluímos que u é solução do problema (Q). Assim, existe uma solução u de (Q) tal que wuW e isto conclui a demonstração.

Teorema 1.9 (Estimativa Interior) SejamΩum domínio emRn,uC2(Ω) e f

Clocγ (Ω) tal que ∆u = f em Ω. Então u Cloc2,γ(Ω), e para Ω0,Ω1 ⊂ Ω, com Ω0 ⊂

Ω1, Ω1 ⊂Ω e Ω1 compacto, temos

||u||2,γ,Ω0 ≤K(||u||∞,Ω1 +||f||0,γ,Ω1),

onde K =K(Ω0,Ω1).

Demonstração: Ver Teorema4.6 em [13], pg. 60 e Teorema 1.7em [10], pg. 11.

Proposição 1.8 Sejam f Ck,α(Rn) e p >1. Se w e W são subsolução e

supersolu-ção respectivamente de

∆u+up+f(x) = 0; Rn (1.61)

tais que

0wW em Rn, então, existe uC2(Rn) solução de (1.61) tal que

wuW em Rn.

Demonstração: Seja BR a bola centrada na origem de raio R > 0. Considere o

problema de valor de fronteira

      

∆u+up+f(x) = 0 em B R

u0, u̸= 0 em BR

u= 0 sobre ∂BR.

(P′

Referências

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