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Cadeia produtiva da bovinocultura leiteira no Brasil

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Revista CFMV - Brasília/DF - Ano XIV - Nº 44 - 2008

Cadeia produtiva

da bovinocultura

leiteira no Brasil

Importância

Sócio-Econômica

do Leite

Em 2007, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 58,4 bi-lhões, um crescimento de 18,2% em relação a 2006. O superávit comerci-al do setor foi de US$ 49,7 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estes da-dos, por si só, reforçam a grande importância do agronegócio para e economia brasileira. Quando analisa-da isolaanalisa-damente, verifica-se que a pecuária leiteira tem grande impor-tância econômica e social para o Bra-sil. A produção de leite está presente em todos os estados brasileiros, e dos 5.561 municípios existentes no país, 83,0% produziram mais de 1.000 li-tros/dia no ano de 2006 (IBGE, 2006). De acordo com dados da Con-federação Nacional da Agricultura (CNA), em 2007 o leite ocupou o sex-to lugar em relação ao valor brusex-to da produção (VBP) agropecuária brasi-leira, correspondendo a 7,8% do VBP (Quadro 1). Considerando, apenas a agricultura familiar, que respondia por 52,0% do VBP brasileira de leite, a pecuária leiteira representa 13,3% deste valor, sendo o principal produto na composição da renda desta cate-goria (Rigo e Carvalho, 2003). No es-tado de Minas Gerais, maior produtor do país, o leite foi o principal produto

agropecuário, representando 18,8% do valor bruto da produção agrope-cuária em 2003.

Com relação ao emprego de mão-de-obra, o Conselho Regional de Economia de São Paulo, citado por Gomes (1999), indicou que a ca-deia do leite gerou 3,5 vezes mais empregos que a construção civil; 3,02 mais que a siderurgia; e 4,77 mais que a indústria automobilísti-ca. Segundo estimativas do INDI (1998), 1.187.101 pessoas estão di-retamente envolvidas na produção, no transporte e no processamento de leite de vaca no Brasil.

Martins e Guilhoto (2001) usan-do dausan-dos da matriz Insumo-Produto do IBGE (1996), formada por 42 se-tores que retratam a economia bra-sileira, demonstraram o potencial de multiplicação do emprego do sistema agroindustrial do leite. Uma elevação da demanda final por produtos lácte-os em R$ 1 milhão leva a uma gera-ção de 116,28 empregos diretos e indiretos, e a uma geração de 196,82 empregos totais permanentes, por um período de 12 meses. Considerando os empregos totais gerados, a Indús-tria de Laticínios ocupa a 12a posição,

à frente, por exemplo, de Comércio, Construção Civil, Indústria Têxtil, Si-derurgia, dentre outros. A cada au-mento na demanda final de lácteos de R$ 5.080,78, um emprego perma-nente é gerado na economia; ou quando R$ 5.080,78 em lácteos dei-xam de ser importados, um emprego

Mar MarMar Mar

Marcos Vcos Vcos Vcos Vcos Veiga dos Santoseiga dos Santoseiga dos Santoseiga dos Santoseiga dos Santos Médico Veterinário, CRMV-SP nº9252, Professor Associado da Universidade de São Paulo - USP E-mail:

E-mail:E-mail: E-mail:

E-mail: mveiga@usp.br

Francisco Palma Rennó Francisco Palma RennóFrancisco Palma Rennó Francisco Palma Rennó Francisco Palma Rennó

Médico Veterinário, CRMV-SP nº11604, Professor Doutor da USP E-mail:

E-mail:E-mail: E-mail:

E-mail: francisco.renno@usp.br

Luís Felipe Prada e Silva Luís Felipe Prada e SilvaLuís Felipe Prada e Silva Luís Felipe Prada e Silva Luís Felipe Prada e Silva

Engenheiro Agrônomo, CREA-SP nº 506043318, Professor Doutor da USP E-mail: E-mail:E-mail: E-mail: E-mail: lfpsilva@usp.br

Endereço para correspondência: Endereço para correspondência:Endereço para correspondência: Endereço para correspondência: Endereço para correspondência: Universidade de São Paulo, Facul-dade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Av. Duque de Caxias Norte, 225, CEP 13635-900, Pirassununga - SP

Luis Fernando Laranja Luis Fernando LaranjaLuis Fernando Laranja Luis Fernando Laranja Luis Fernando Laranja da Fonseca

da Fonsecada Fonseca da Fonseca da Fonseca

Médico Veterinário, CRMV-SP nº 6511, Instituto Ouro Verde - Alta Floresta - MT.

E-mail: E-mail:E-mail: E-mail:

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é preservado no sistema agroindustrial (Martins e Guilhoto, 2001). Além disso, segundo os auto-res, o montante de capital necessá-rio para estruturar uma planta indus-trial de laticínios é de menor vulto e menos complexo que uma planta au-tomobilística, por exemplo. Estas ob-servações permitem afirmar que po-líticas públicas voltadas para a gera-ção de empregos no Brasil, devem

considerar o sistema agroindustrial do leite como um setor prioritário.

Crescimento da

produção de leite

Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE (2006), a produ-ção de leite no Brasil cresceu 75,3%

no período compreendido entre os anos de 1990 e 2006 (Quadro 2), pas-sando de um volume total de 14,5 bi-lhões para 25,4 bibi-lhões de litros/ano, o que caracteriza um crescimento ex-pressivo, na casa dos 4,7% ao ano. Essa é uma das maiores taxas de crescimento da produção de leite do mundo, quando se consideram os países de maior expressividade nes-sa atividade pecuária.

Para uma análise mais deta-lhada, é interessante distribuir os da-dos de produção por região geográfi-ca do país e por estado da federação para uma interpretação mais qualita-tiva (Quadro 3). Verifica-se que em termos porcentuais a região Norte (N) foi a que apresentou o crescimento mais expressivo, com uma variação de 206,1% de crescimento da produ-ção no período de 1990 a 2006. Ain-da na casa Ain-da centena, a região Cen-tro-Oeste (CO) apresentou aumento da produção naquele período de 119,1%. Na região Sudeste (SE) onde se encontravam os dois maiores es-tados produtores de leite no ano de 1990, São Paulo e Minas Gerais. Nes-sa região o aumento da produção foi de apenas 40,6% no período de 16 anos considerado neste estudo. Essa dinâmica fez com que a região Su-deste passasse a representar 38,3% do total da produção de leite brasilei-Quadro 1 - Valor bruto da produção agropecuária no Brasil nos anos de 2006 e 2007

1Valores corrigidos para outubro de 2007. Fonte: Adaptado de CNA, 2007.

Quadro 2 - Produção de Leite (milhões litros/ano), vacas ordenhadas (mil cabeças) e produtividade (litros/vaca/ano) no Brasil, no período de 1990 a 2006

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal, 2006.

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ra em 2006, enquanto sua participa-ção era de 48,0% em 1990. Já a par-ticipação das regiões N e CO soma-das representava apenas 15,5% da produção brasileira em 1990, passan-do para uma participação de 19,2% em 2006. Isso indica que houve des-locamento da produção do Sudeste para o Sul, Centro-Oeste e Norte (Quadros 3 e 4).

Com base nesses dados, é pos-sível inferir que está havendo uma forte mudança da produção leiteira em di-reção às novas fronteiras agrícolas lo-calizadas nas regiões N e CO. Nesse sentido, faz-se necessária uma análi-se das alterações da produção em cada estado brasileiro (Quadros 5).

Chama a atenção o fato de que o estado que apresentou a maior va-riação porcentual na produção leitei-ra no tleitei-ranscurso dos anos de 1990 a 2006 foi o Acre, com um incremento de produção da ordem de 366,6%, seguido em ordem decrescente pe-los estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso e Maranhão, com taxas de crescimento de 303,1%, 199,1%, 172,4% e 168,5% respectivamente.

Curiosamente, os cinco estados com as maiores taxas de crescimento da produção estão todos localizados nas regiões definidas como Amazônia Le-gal (Quadro 6). Deve-se salientar que o volume total da produção de leite no Acre é muito pequeno, porém o mesmo não ocorre com os demais quatro estados.

É importante salientar que o estado de Goiás era o 5º maior

pro-dutor de leite em 1990, passando para a 4ª posição em 2006. Já Rondônia,

Pará e Mato Grosso eram classifica-dos em 15ª, 13ª e 14ª, respectiva-mente, em 1990 e passaram, em 2006, para a 9ª, 8ª e 11ª posição, nessa ordem. Digno de nota, certa-mente, é a situação do estado de São Paulo que apresentou uma variação negativa de 11,0% na produção no período 1990-2006, passando da 2ª para 5ª posição dos estados com maior produção de leite, bem como o desempenho de Minas Gerais, maior estado produtor, que mantém a lide-rança inquestionável, com crescimen-to médio de 65,3% no período de 1990 a 2006.

Nesta análise, é fundamental que se destaque o desempenho da região Sul, que apresentou incre-mento de produção de 115,7% no período 1990-2006, sendo que os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná tiveram cresci-mento total de 80,7%, 162,9% e 133,0%, respectivamente.

Dentre as possíveis razões para o incremento de produção em novas bacias leiteiras, destacam-se dois aspectos fundamentais: as mu-danças mercadológicas e tecno-lógicas do setor lácteo e a política fundiária dos últimos governos. So-bre o primeiro ponto, destaca-se a mudança no perfil de consumo do leite fluído no Brasil, que migrou sig-nificativamente do leite pasteuriza-do para o leite longa vida. Somapasteuriza-do a isso, tem-se o crescimento susten-tado do consumo de queijos, cuja produção é responsável pela deman-da de cerca de 34,0% deman-da produção brasileira de leite (Conejero et al., 2006). Essa situação viabilizou a ex-pansão das bacias leiteiras para re-giões mais distantes do grande pólo consumidor de lácteos no Brasil que é a região Sudeste, notadamente o eixo Rio-São Paulo. Se adicionar a isso um ganho significativo na área de logística nos últimos 20 anos, pode-se explicar a viabilidade mercadológica da expansão da fron-teira do leite. Por outro lado, verifi-ca-se enorme crescimento de pro-dução leiteira em estados que apre-sentaram os maiores contingentes de assentamentos rurais da reforma agrária nas últimas duas décadas, como Pará, Rondônia, Maranhão e Mato Grosso. Nestes estados ocor-reu forte correlação entre crescimen-to da produção leiteira e a da pe-quena propriedade familiar, uma vez que a bovinocultura leiteira é uma das atividades mais disseminadas nas propriedades rurais brasileiras. Quadro 3 – Variação da produção leiteira, por região, no período de 1990 a

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal, 2006.

Quaddro 4 – Participação porcentual da produção leiteira, por região, no período de 1990 a 2006

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal, 2006

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Mudança regional

das bacias

leiteiras

Outra questão igualmente im-portante no que se refere ao cresci-mento da produção leiteira no Brasil é a mudança regional das bacias lei-teiras dentro dos próprios estados produtores, ou seja, a dinâmica do leite dentro das antigas fronteiras agrícolas. Para tanto, se procedeu a análise de produção leiteira nos es-tados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, justamente os cinco maiores produtores excluindo-se Goiás, que para efeito desta análise foi conside-rado como sendo uma nova fronteira agrícola, cuja expansão significativa ocorreu na década de 90.

O estado de Minas Gerais apre-sentou aumento de 65,3% na produ-ção de leite no período 1990 a 2006, similar à média brasileira, sendo atu-almente responsável por 27,9% da produção. Ao se detalhar a dinâmica da produção leiteira nas diferentes mesorregiões geográficas desse es-tado, observa-se forte tendência da migração da produção para o Oeste, justamente nas áreas de cerrado e de ocupação mais recente, em detri-mento de uma desaceleração da pro-dução nas bacias leiteiras tradicionais. Nesse sentido, verifica-se o aumento de 99,8% da produção no período analisado, na produção das mesor-regiões do Noroeste de Minas, Cen-tral Mineira e Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba. Essas três mesorregiões eram responsáveis por 31,1% da produção leiteira do estado em 1990 e passaram a responder por 37,6% da produção em 2006. Já as tradi-cionais bacias leiteiras representadas pelas mesorregiões da Zona da Mata, Campo das Vertentes e Sul de Minas

Quadro 5 - Estados que tiveram maior crescimento da produção leiteira, no período de 1990 a 2006

Quadro 6 – Variação dos principais estados produtores de leite no período de 1990 a 2006

Quadro 7 – Variação (%) da produção de leite em regiões de MG, no perí-odo de 1990 a 2006

Quadro 8 – Variação (%) da produção de leite em regiões de SP, no período de 1990 a 2006

Quadro 9 – Variação (%) da produção de leite em regiões do PR, no período de 1990 a 2006

Quadro 10 – Variação (%) da produção de leite em regiões de SC no período de 1990 a 2006

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Quadro 2 - Níveis de garantia do suplemento (por kg do produto)

que em 1990 respondiam por 36,7% da produção leiteira do estado, ti-veram um crescimento médio de apenas 32,0% em 16 anos e passa-ram a representar apenas 30,8% da produção, num movimento exata-mente inverso às bacias emergen-tes (Quadro 7).

No estado de São Paulo ocor-re fenômeno muito similar (Quadro 8). Como um todo, o estado apresen-tou uma redução de 11,0% na pro-dução de leite no período de 1990 a 2006, passando de 2º para 5º lugar

na classificação dos estados produ-tores. Das 15 mesorregiões geográ-ficas mais importantes em termos de produção, as que se destacaram em crescimento real na produção de lei-te foram as de São José do Rio Pre-to e Araçatuba, que em média cres-ceram 6,8% no período, passando a responder por 27,0% da produção total do estado em 2006, contra 22,5% em 1990. Já as bacias leitei-ras tradicionais como Vale do Paraíba e Campinas apresentaram um decrés-cimo médio de 13,0% no período, o que manteve o percentual de partici-pação de 24,6%, já que o crescimen-to crescimen-total do estado foi negativo.

No estado do Paraná fenôme-no semelhante ocorreu (Quadro 9). Enquanto a produção média do esta-do aumentou 133,1% entre 1990 e 2006, a produção das mesorregiões do Oeste e Sudoeste cresceu em media 255,3% aumentando a sua par-ticipação na produção dentro do es-tado de 32,2% em 1990 para 49,2% em 2006. No caso do PR, o cresci-mento das bacias leiteiras emergen-tes do oeste do estado só não é

mai-or devido à grande representatividade da mesorregião Centro Oriental que abriga a região de influência de Cas-tro e Carambeí, cujo incremento da produção no período foi de 220,7%.

A migração da produção de leite para o Oeste também é verificada em Santa Catarina (Qua-dro 10), um estado que teve cresci-mento da produção leiteira de 162,9% no período de 1990 a 2006, figurando atualmente como o 6º

mai-or estado produtmai-or do país. Um dos destaques no Estado é o fenomenal crescimento da produção na mesorregião Oeste, cujo incremen-to de produção atingiu a cifra de 351,7% no período analisado pas-sando a responder por 71,2% da produção total do estado em 2006, enquanto respondia por 42,5% em 1990. N’outro extremo pode-se apon-tar a quase completa estagnação da produção nas bacias leiteiras tradi-cionais da mesorregião do Vale do Itajaí, cujo aumento da produção foi de modestos 33,7% em 16 anos, re-presentando em 2006 apenas 10,9% da produção do estado, enquanto representava 22,3% em 1990.

Por fim, a análise do estado do Rio Grande do Sul (Quadro 11), que possui a 3ª maior produção de leite entre os estados brasileiros e apre-sentou crescimento de 80,8% entre 1990 e 2006, também tem a explora-ção leiteira se deslocando para o Oes-te do estado. No período analisado a mesorregião do Noroeste Rio-Grandense apresentou um expressi-vo crescimento da produção leiteira de 165,1%, passando a representar 61,6% da produção do estado em

2006, enquanto a sua participação era de 42,1% em 1990. Já no outro ex-tremo tem-se as mesorregiões do Centro Oriental Rio-Grandense e Me-tropolitana de Porto Alegre, que abri-gam tradicionais bacias leiteiras e que conjuntamente tiveram um cresci-mento negativo de 2,1% no período de 16 anos perdendo expressão na produção de leite do estado, repre-sentando apenas 14,8% do total pro-duzido em 2006 enquanto sua parti-cipação era de 26,2% em 1990.

As análises feitas nestes cinco estados apontam para uma migração da produção de leite rumo à região Oeste em todos eles, com as bacias leiteiras afastando-se das regiões metropolitanas, deslocando-se para áreas de ocupação mais recentes pela agricultura, e, nos três estados do Sul, consolidando-se a produção lei-teira sobre regiões típicas de propri-edades familiares.

Essa dinâmica das bacias lei-teiras dos estados do Sul e Sudeste está associada ao intenso desbra-vamento de novas fronteiras agríco-las nos últimos 30 anos e ocupação mais efetiva do cerrado brasileiro, provocado pela transformação fun-diária do país, tanto pelos projetos de reforma agrária como por projetos de colonização privada ou por ocupação privada de novos territórios.

Evolução da

Produção de

Leite no Mundo

No Quadro 12 são apresenta-dos os daapresenta-dos da produção de leite, número de vacas e produtividade, por vaca, nos principais países produto-res, em 2004. A União Européia, cons-tituída por 25 países, se destaca como o maior produtor mundial de leite, com 27,5% da produção mundial, se-Quadro 11 – Variação (%) da produção de leite em regiões do RS no período

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guido pelos EUA, com 14,9%. Soman-do os Soman-dois, percebe-se a grande con-centração da produção de leite no mundo, onde 42,4% da produção de leite estão nas mãos de apenas 12,0% da população mundial.

Em 2004 o Brasil ocupava a quinta colocação na produção mun-dial de leite, com 23.320 milhões de toneladas, representando 4,50% da produção mundial. A produção brasi-leira vem crescendo a uma taxa su-perior a produção mundial, o que ex-plica o aumento da participação do Brasil. Como exemplo, em 1995 a participação brasileira na produção mundial era de 3,60% e o País era o sexto maior produtor.

A dinâmica de crescimento da produção de leite nos principais

paí-ses produtores entre os anos de 1995-2004 está apresentada na Quadro 13. Observa-se que as taxas de cresci-mento da produção da UE-25 e dos EUA foram menores que da produ-ção mundial. Já os países em desen-volvimento, como a China, Índia, Bra-sil, México vem apresentando maio-res taxas de cmaio-rescimento, demons-trando que está em curso uma mu-dança geográfica da produção mun-dial de leite, com tendência de maior participação dos países em desenvol-vimento, de menor consumo per capita de lácteos e com maior popu-lação.

O Brasil cresceu a uma taxa média de 3,50% ao ano, sendo a 4a

maior taxa de crescimento entre os 14 maiores produtores mundiais.

In-teressante notar que a dinâmica de crescimento da produção de leite no País se deve ao aumento da produti-vidade por vaca, que registrou a mai-or taxa de crescimento, isto é, 4,94% ao ano, entre os 14 maiores produto-res.

Este maior crescimento da pro-dutividade por vaca, no Brasil, pode ser creditado a, pelo menos, dois fa-tores: a) a redução da margem bruta do produtor brasileiro e do aumento do preço da terra, o que pressionou os produtores a melhorar a eficiência no uso dos fatores de produção; b) Menor produtividade por vaca em re-lação aos principais produtores, o que implica em maior espaço para cres-cimento.

Quadro 12 – Produção de leite, número de vacas e produtividade por vaca em 2004

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Quadro 13 – Porcentagens anuais de crescimento da produção de leite, do número de vacas e da produtividade por vaca, entre os anos de 1995 a 2004

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TABELA 1. COMPLICAÇÕES E FATORES DE RISCO RELACIONADOS COM A

CASTRAÇÃO DE EQÜINOS

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