AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

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Agrupamento de Escolas de Vila Verde 1

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS 2019-2020

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA VERDE RESPOSTA AO CONTRADITÓRIO

1. Do contraditório

O Agrupamento de Escolas de Vila Verde, no exercício de direito de contraditório, apresentou um documento subscrito pelo Senhor Diretor e pelo Senhor Presidente do Conselho Geral, relativamente ao projeto de relatório da Avaliação Externa das Escolas, realizada pela equipa signatária, que visitou o Agrupamento nos dias 13 e 14 de janeiro de 2020, para a observação da prática educativa e letiva e entre os dias 20 e 23 janeiro de 2020, para a observação dos contextos educativos e entrevistas em grupo.

O contraditório, um documento constituído por onze páginas, advoga a alteração das asserções vertidas no projeto de relatório e de todas as classificações atribuídas.

2. Análise do contraditório

1. Analisado o contraditório, somos a esclarecer que:

2. O atual modelo de avaliação externa, que se insere no 3.º ciclo de Avaliação Externa das Escolas, do conhecimento dos signatários do contraditório, tem como estrutura um quadro de referência pré- definido, organizado em quatros domínios, analisados à luz de referentes e indicadores.

3. O processo de avaliação externa, eclético e desenhado para ser desenvolvido em coordenação com uma vasta equipa de especialistas, decorreu em conformidade com o determinado, tendo a equipa procedido à análise documental e de informação estatística (documentos disponibilizados e/ou solicitados, relatórios de avaliação externa dos ciclos anteriores, relatórios de atividades de acompanhamento levadas a cabo por outras equipas da IGEC, dados e indicadores disponíveis no portal InfoEscola e outros solicitados), à observação de contextos educativos e letivos, às visitas identificadas na introdução e às entrevistas com os diferentes membros da comunidade educativa.

4. As intervenções da equipa decorreram num clima de interação muito positiva, marcada pela tranquilidade e colaboração, tendo os intervenientes expressado as suas opiniões de forma livre e esclarecida.

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5. Acresce que foram, ainda, prévios à intervenção da equipa, aplicados inquéritos de satisfação aos alunos, encarregados de educação, assistentes técnicos e operacionais e docentes, cujos resultados foram analisados e ponderados.

6. Efetivamente, a subjetividade, impossível de refutar, é inerente a todo e qualquer processo de avaliação. Não obstante, é perseguida a sua mitigação pelo aperfeiçoamento do modelo, tendo a Inspeção-Geral da Educação e Ciência, em colaboração com várias entidades, designadamente universidades, vindo a desenvolver estratégias de investigação e triangulação favorecedoras de uma metodologia assente em evidências.

7. Assim, foi com base nessas estratégias de análise, investigação e triangulação que se procedeu à recolha factual e elaborou o projeto de relatório, bem como a apreciação efetuada subjacente à proposta de classificação, que, de resto, se ancora em indicadores predefinidos e divulgados.

8. Globalmente considerado, o contraditório não traz à colação factos novos, tampouco contradita, de forma sustentada, as asserções vertidas no projeto de relatório e respetivas classificações.

9. O que subjaz é uma apreciação autorreferencial, onde são elencados projetos e procedimentos que, segundo os signatários do contraditório, são “extremamente positivos” e não foram, no processo de avaliação, considerados “em toda a sua amplitude”, apesar de constituírem, passamos a citar,

“experiências de aprendizagem estimulantes que não motivaram, no relatório, a correspondente valorização.”

10. De referir, ainda, que, ao contrário do que se advoga, o trabalho realizado no Agrupamento foi valorizado pela equipa, como bem o demonstra o texto da proposta de relatório produzido, assim como as classificações atribuídas, considerando os respetivos descritores.

11. Tal como se apresenta, o contraditório não é suscetível de análise detalhada, porquanto, reiteramos, não são apresentados factos novos nem indicadas quaisquer disposições objetivas que imponham a redefinição da proposta de relatório, ainda assim, faremos, sumariamente, a análise de algumas asserções.

12. Efetivamente, o contraditório não contradita, apenas discorda das classificações e insiste na alteração das mesmas, com base em apreciações valorativas/subjetivas e em indicadores que, consabidamente, não são os usados na avaliação externa.

13. Centremo-nos, então, nos exemplos:

13.1. Nos domínios da autoavaliação e no da liderança e gestão, são aduzidos argumentos no que respeita à existência e uso de uma sala Snoezelen.

13.2. Não obstante, não foram aventadas junto da equipa, apesar de terem sido solicitadas, metodologias e estratégias de uso, assim como uma agenda de ocupação da mesma, tendo ficado por esclarecer de que modo a sua existência contribuía para a melhoria das respostas disponibilizadas às crianças e aos alunos.

13.3. Sumariamente, no que concerne ao domínio da “Autoavaliação”, apurou-se que as diferentes estruturas e órgãos, procedem à análise dos resultados académicos e a propostas de projetos com vista à melhoria dos mesmos, tal como foi reconhecido e devidamente anotado pela equipa, mas tal não configura a apropriação de um processo estruturado, ficando, efetivamente, por demonstrar uma abordagem integrada da autoavaliação, onde, para além da avaliação e análise das aprendizagens e respetivas medidas com vista à melhoria, se analisem os processos, as variáveis e as condicionantes de uma resposta integrada e inclusiva.

13.4. Os dispositivos de autoavaliação descritos no contraditório, não produzem qualquer alteração aos juízos da equipa vertidos no projeto de relatório. Ao contrário do referido, foram tomados em conta e indicados nos pontos fortes referidos nesse domínio, a saber:

“Visão estratégica orientada para a qualidade das aprendizagens, claramente expostas nos documentos orientadores”; “Análise critica e regular monitorização dos resultados dos

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alunos, dos projetos, das medidas de promoção do sucesso e das atividades que têm permitido a elaboração de panos de melhoria.”

13.5. Não obstante, sublinha-se, como no projeto de relatório, a necessidade da

“Operacionalização do projeto de autoavaliação, enquanto modelo de desenvolvimento sustentado, participado e abrangente, agregador dos diferentes procedimentos avaliativos.”

13.6. De facto, resultou da interpelação aos diferentes grupos entrevistados, designadamente docentes, alunos, encarregados de educação, assistentes operacionais e técnicos, o desconhecimento do processo de autoavaliação, na sua necessária amplitude, bem como o seu impacto nas diversas dimensões do Agrupamento.

13.7. Acresce que a equipa de autoavaliação, quando, na entrevista, foi instada a apresentar evidências de “ciclos de autoavaliação regulares, bem planeados, cuja definição possibilitasse o conhecimento rigoroso do impacto das metodologias adotadas e sustentasse uma integral estratégia de melhoria”, reconheceu que, não obstante os esforços empreendidos, o processo carecia, efetivamente, da concretização do projeto delineado.

13.8. Do descrito nos pontos anteriores, resulta evidente a necessidade de, sobre esta matéria, central ao trabalho a desenvolver nas escolas, se agilizarem e tornarem eficazes os mecanismos de comunicação e a participação informada dos diferentes intervenientes, pela operacionalização do projeto de autoavaliação já elaborado.

13.9. Avançando para o domínio “Liderança e Gestão”, de onde se extrai o complemento do exemplo anterior, temos que, o discurso do contraditório volta a trazer à colação, de forma meramente opinativa, a existência de espaços específicos ao afirmar, no ponto 2.6., o seguinte: “Não só não podemos minimamente validar a afirmação de que se não promove um uso universal e estruturado de materiais e espaços específicos, como impõe contrapor e conceder a devida ênfase ao enorme esforço de criação, sem utilização de quaisquer verbas públicas, de duas Salas de Estimulação Sensorial para os alunos com maiores dificuldades, sublinhado também e principalmente que a otimizada utilização das mesmas respeita regras e cuidados técnicos muito precisos de acordo com as necessidades e possibilidades de cada criança e aluno.”

13.10.Considerando a factualidade vertida no subponto 13.2. da presente resposta e à inexistência de matéria que possa corroborar o que é afirmado no ponto 2.6 do contraditório e citado no ponto anterior, surge demonstrada a impossibilidade de acolher favoravelmente a argumentação do contraditório.

13.11.Efetivamente, para que se compreenda a perplexidade das sucessivas afirmações, reproduzimos, para questionar, o teor do ponto 3.13. do contraditório: “No que tange às práticas de supervisão com um enfoque interdisciplinar, promotoras da melhoria das práticas letivas inclusivas, salienta-se o conteúdo do Projeto Educativo, em termos de avaliação e regulação das aprendizagens.”

13.12. Cumpre então perguntar: Será que a existência de um Projeto Educativo alinhado com os princípios inclusivos, como é o caso, serve, por si só, para assumir e validar práticas de supervisão com um enfoque interdisciplinar, promotoras de práticas letivas inclusivas?

13.13. Julgamos, deste modo, estar demonstrada a subjetividade do discurso do contraditório.

13.14. Ainda assim, avançamos para um outro exemplo, pelo que somos a mencionar dois pontos (4.1 e 4.2) vertidos no contraditório e onde se solicita a classificação de “Muito Bom” para o domínio “Resultados”, a saber: “…a classificação de Muito Bom será mais consentânea com o desempenho do Agrupamento e ajustada à atribuição dos pontos fortes e áreas de melhoria…o caráter residual das retenções e a inexistência de efetivas situações de abandono escolar, sem prejuízo da continuidade da obtenção de resultados muito bons nos

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contextos concelhio e distrital e, em regra, claramente acima da média nacional, nas provas externas, sustentam a atribuição de muito bom neste domínio.”

13.15. Todavia, as classificações são atribuídas em conformidade com a factualidade apurada pela equipa, que no domínio dos resultados é complementada pelos indicadores estatísticos reportados anualmente, pelas escolas, à Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), não sendo efetuada uma comparação simplista com a média nacional. Os resultados dos alunos são, isso sim, em obediência ao princípio da equidade, comparados com resultados de alunos com um perfil semelhante, disponibilizado no portal InfoEscolas.

13.16.De facto, importa que os subscritores do contraditório se inteirem dos procedimentos, instrumentos e metodologias usados pelas equipas de avaliação externa e não perseverem no discurso intersubjetivo, enquanto prova de “uma espécie de evidência”, centrado em fatores externos, que, como nota final, reproduzimos. “Efetivamente, num contexto socioeconómico com bastantes debilidades estruturais a nível social e familiar, também por força de uma estrutura económica que não satisfaz as necessidades da comunidade e que obriga muitos progenitores a saírem da sua terra, deixando a educação dos seus filhos a familiares mais próximos, mas também com muitas situações de grande desestruturação familiar, por percursos de vida bastante problemáticos a que a escola obrigatoriamente tem que atender, e atende com muito sucesso, os resultados académicos (resultados da Avaliação Externa consecutivamente superiores à media nacional) deveria ter suscitado uma maior valorização”.

14. Face ao que antecede e, reiteramos, ao discurso desprovido de novos factos, não há razões trazidas pelo contraditório que ofereçam matéria para qualquer alteração ao projeto de relatório e respetivas classificações.

15. Importa sublinhar que, todas as asserções, assentes em factos apurados e confirmados por diversas fontes, vertidas no relatório, tal como outras, igualmente consideradas pela equipa, foram amplamente debatidas nas diferentes entrevistas e não foram, em nenhum momento, contraditadas.

16. O que ora nos é trazido, numa vasta explanação de onze páginas, resume-se ao elencar de projetos, atividades e procedimentos, que foram detalhadamente considerados e discutidos pela equipa nos diversos contextos da sua atuação, tendo sido reconhecidas, pelos diferentes intervenientes, as respetivas potencialidades, os aspetos já concretizados e os que merecem reflexão e redefinição.

17. As conclusões deste trabalho foram vertidas na proposta de relatório depois de reanalisadas, trianguladas e ponderadas.

18. O Senhor Diretor do Agrupamento e respetivos adjuntos, acompanharam o processo e foram-se inteirando dos pontos fortes, assim como das fragilidades que emergiram.

19. O projeto de relatório, ao contrário do que se defende no contraditório, faz justiça ao bom trabalho desenvolvido no Agrupamento e a equipa reitera a confiança na melhoria das práticas, dos processos e dos resultados, propósito assumido, por todos os intervenientes, durante a intervenção.

20. Assim, perante a inexistência de argumentação, factual e objetiva, somos a reiterar o teor do projeto de relatório e respetivas classificações.

21. Somos, ainda, a agradecer novamente a colaboração de todos os intervenientes no processo e a desejar que as alegações, ora proferidas em sede de contraditório, se revelem promissoras e enformem as práticas e os resultados futuros.

22. Uma nota final, apenas, para manifestarmos a estranheza da apresentação de um contraditório tão soberanamente litigável, quando, repetidamente, discutidas todas as questões nele vertidas, nada foi referido em contrário.

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3. Conclusões

Face ao que antecede, a equipa de avaliação entende não se justificar qualquer alteração aos juízos avaliativos formulados no projeto de relatório, tampouco à classificação atribuída a cada um dos domínios.

Data: 21 de setembro de 2020

A Equipa de Avaliação Externa: Adelino Silva, António Osório, Fátima Marinho, José Luís Coelho da Silva