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Estud. av. vol.4 número9

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Academic year: 2018

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Comentários sobre o

Projeto FLORAM:

primeiros documentos

RUI FERNANDO ROMERO MONTEIRO*

E

sempre muito louvável a preocupação e atenção dispensada ao estabelecimento de um plano nacional de reflorestamento utilizando critérios múltiplos e com funções diversificadas, nomeadamente com a implantação de fitomassa, reflorestamento ecológico, recuperação de espaços para silvicultura de fins múltiplos, estabelecimento de reservas de matéria-prima para posterior utilização racionalizada.

E, para o Brasil, país de dimensão continental, onde, nas últimas décadas se tem assistido a uma destruição progressiva e contínua das florestas naturais, um plano como o dos autores adquire um aspecto prioritário, mesmo sem levar em conta outras facetas de extrema importância como o efeito estufa, que também foi oportunamente considerado.

Foi, certamente pela conjugação dos motivos anteriormente referidos, que um grupo de especialistas de elevado nível científico, merecedores de todo o crédito e realistas, resolveu chamar a atenção para a

elaboração de uma política nacional correta de florestas.

Além dos prejuízos ecológicos causados pela destruição das florestas naturais, com efeitos nocivos sobre a conservação do solo, erosão, diminuição da água infiltrada no solo e conseqüente diminuição ou mesmo seca dos mananciais hídricos, extinção de alguns animais da fauna silvestre pela destruição progressiva do seu habitat natural, etc., há ainda o aspecto muito importante de que as florestas contribuem para a fixação do carbono do ar atmosférico, diminuindo assim a carga de poluição, contribuindo para atenuar ou mesmo controlar o efeito

* Rui Fernando Romero Monteiro é gerente de pesquisa da Klabin (Lagoa — Monte

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estufa, resultante principalmente de emissões de CO2 provenientes da queima dos combustíveis fósseis.

Ao longo dos textos, nota-se a preocupação constante de considerar a realidade brasileira, evitando atingir áreas agrícolas produtivas, aconselhando a exigencia de estudos de previsão de impactos ao nível da dinâmica fisiográfica e ecológica e em termos das conseqüências econômicas e sociais de cada projeto, porque são do parecer de que cada caso é um caso e, portanto, exigindo propostas diferenciadas de reflorestamento, contemplando as atividades econômicas e aspectos paisagísticos e ecológicos.

Como dizem os autores, e bem, o Brasil é um dos poucos países do mundo que possui dimensões espaciais para desenvolver um plano global de reflorestamento de grande escala, sem prejuízo de todas as outras atividades.

Excluem, como teria de se prever, por razões óbvias, as regiões dotadas de menos de 850 mm de precipitação anual e que se situam principalmente nos sertões do Nordeste, mas sugerem o

enriquecimento das florestas de galeria e o reflorestamento das

encostas e interflúvios das colinas sertanejas com espécies de utilização múltipla, o que nos parece absolutamente correto e muito realista para aquela zona. Contudo, em viagem rápida feita em fevereiro passado, no limite dos Estados de Pernambuco com o da Paraíba, mais propriamente no Município do Umbuzeiro, chamou-nos a atenção o acidentado da zona, admitindo que a construção de pequenas

barragens de terra, em pontos estratégicos, poderiam armazenar a água das chuvas (de 800 a 900 mm anuais), que serviria para irrigar

culturas florestais ou frutícolas de rendimento, a serem instaladas nas proximidades.

A idéia de realização de reflorestamentos corretivos, reflorestamentos industriais e de reflorestamentos mistos parece-nos correta,

conjugando os princípios conservacionistas com os econômicos, porque não poderemos esquecer este fator tão importante na vida atual.

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Em todos os trabalhos, nota-se a preocupação de respeitar os princípios ecológicos de caráter global e as características ecológicas regionais, fator que considero de extrema importância.

Resumindo, somos do parecer de que se trata de um estudo de muito interesse, não só em nível nacional mas também mundial, que deveria ter seguimento, concretizando as idéias expostas e defendidas nos textos, tornando assim o Brasil um líder na política de reflorestamento ecológico-econômico em nível internacional.

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