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Alfabetização e letramento: como alfabetizar letrando crianças do 3° ano do ensino fundamental

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

PRÓ-REITORIA DE ENSINO MÉDIO, TÉCNICO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO DE PEDAGOGIA – PARFOR/CAPES/UEPB

WALDYANNA SOUZA DE OLIVEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: COMO ALFABETIZAR LETRANDO CRIANÇAS DO 3 º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

CAMPINA GRANDE Novembro/2017

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WALDYANNA SOUZA DE OLIVEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: COMO ALFABETIZAR LETRANDO CRIANÇAS DO3 º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito parcial à obtenção do título de licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Prof. Dra. Valdecy

Margarida da Silva

CAMPINA GRANDE Novembro/2017

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, por nos dar força e sabedoria para realizar todas as atividades propostas.

À querida professora e orientadora Valdecy Margarida da Silva, por ser iluminada como mestra, fazendo irradiar o brilho de seus alunos e pelo exemplo de afeto e generosidade em suas ações.

Ao meu pai Severino, que foi o motivo da minha inquietação para realização dessa pesquisa em alfabetização e letramento; à minha mãe Maria José, pelo apoio e carinho; às minhas irmãs Maria Sobé, Walsselânya e Walkelayne, por toda atenção e cuidado. E a minha sobrinha Victória, por todo carinho e companhia durante a realização dos meus estudos.

Ao meu irmão Wanggyou, por me acolher em sua casa durante toda a jornada do curso, e à minha cunhada Dayane, por me fazer companhia durante a execução das atividades do curso altas horas da madrugada.

Ao meu noivo Demóstenes, por todo cuidado, amor e compreensão durante todo o período do curso.

Aos professores do Curso de Pedagogia da UEPB, que contribuíram por meio das disciplinas e debates, para o desenvolvimento desta pesquisa.

A toda equipe e alunos das escolas: Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gonzaga Burity, Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Corina de Azevedo Barbosa, Centro Integrado de Ensino Municipal Henrique Vieira, onde foram realizados os estágios pelo acolhimento e apoio na realização das atividades em sala de aula.

Às minhas companheiras de classe, pelos momentos de amizade e apoio, em especial a Roberta Dantas, Rosimere, Marlene, Tânia, Alquibéria, Viviane e Edilene.

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“Por trás da mão que pega o lápis, olhos que olham, dos ouvidos que escutam há uma criança que pensa.” Emília Ferreiro, 1985.

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RESUMO

O conceito de alfabetização no Brasil vem passando por momentos diferentes ao longo dos anos. Inicialmente, afirmava-se que uma pessoa era alfabetizada quando sabia ler e escrever o seu próprio nome. Até o Censo de 2000, o IBGE considerava uma pessoa alfabetizada quando fosse capaz de ler e escrever um bilhete simples. Diante das modificações culturais, econômicas e sociais, essas habilidades tornaram-se insuficientes para assegurar as práticas sociais de leitura e escrita na sociedade. Chegando a divulgação do conceito de “analfabetismo funcional” referindo-se àqueles que têm o domínio limitado das habilidades de leitura e escrita. A partir daí, o IBGE passou a divulgar os índices de alfabetismo/analfabetismo e os de analfabetismo funcional tomando como base o número de séries concluídas. Com a insuficiência de conceitos e expressões capazes de retratar o sistema de apropriação da linguagem escrita, estudiosos passaram a empregar o termo letramento. A alfabetização refere-se ao domínio dos códigos, tecnologia e o conjunto de técnicas na escrita e o letramento a ampliação desses conhecimentos através da interação, interpretação e produção de diferentes tipos de texto socialmente produzidos. Nas sociedades contemporâneas, a escola é a instituição responsável pela promoção oficial do letramento. Porém, pesquisas indicam que as práticas de letramento presentes dentro da escola estão bem diferenciadas das ocorridas em seus contextos exteriores. Ao serem utilizados métodos de codificar e decodificar a escola ainda não se adequou ao papel do letramento escolar. Para alfabetizar letrando a escola precisa possibilitar ao aluno vivenciar em seu cotidiano situações utilizando textos que serão lidos e escritos atendendo a uma determinada finalidade. A pesquisa, que se configura em um estudo exploratório, objetiva discutir a importância de se alfabetizar letrando. Para isso relata uma experiência vivenciada em uma sala de aula da série do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede municipal de ensino. Baseada nos estudos de Kleiman (1995), Soares (1998), Senna (2007), Silva (2012), a experiência mostrou que não é o suficiente apenas o estudo dos textos. É necessário, para um aprendiz da linguagem escrita aprender as convenções desse sistema alimentando a reflexão sobre as palavras sendo preciso desenvolver habilidades de análise fonológica. Permitindo ao aluno pensar enquanto aprende, visando assim adquirir sua autonomia exercendo a leitura e escrita de cidadãos letrados.

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ABSTRACT

The concept of literacy in Brazil has been going through different moments over the years. Initially, it was claimed that a person was literate when he could read and write his own name. Until the 2000 Census, IBGE considered a literate person to be able to read and write a simple ticket. Faced with cultural, economic and social changes, these skills have become insufficient to ensure social practices of reading and writing in society. Reaching the concept of "functional illiteracy", referring to those who have limited mastery of reading and writing skills. From then on, IBGE started to disseminate literacy / illiteracy rates and functional illiteracy rates based on the number of completed series. With the insufficiency of concepts and expressions capable of portraying the system of appropriation of written language, scholars began to use the term literacy. Literacy refers to the domain of codes, technology and the set of techniques in writing and literacy the amplification of this knowledge through the interaction, interpretation and production of different types of socially produced text. In contemporary societies, the school is the institution responsible for the official promotion of literacy. However, research indicates that the literacy practices present within the school are well differentiated from those occurring in their outer contexts. When using methods of coding and decoding the school has not yet adapted to the role of school literacy. In order to teach literacy, it is necessary to enable students to experience situations in their daily lives using texts that will be read and written for a specific purpose. The research, which is configured in an exploratory study, aims to discuss the importance of literacy literacy. For this, he reports an experience lived in a classroom of the elementary school series of a public school of the municipal school network. Based on the studies of Kleiman (1995), Soares (1998), Senna (2007), Silva (2012), experience has shown that it is not enough just the study of texts. It is necessary for an apprentice of the written language to learn the conventions of this system by feeding the reflection on the words and it is necessary to develop phonological analysis skills. Allowing the student to think while learning, aiming to acquire their autonomy by reading and writing lawyers.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 8

2. ESTÁGIO I- GESTÃO EDUCACIONAL ... 10

3. ESTÁGIO II- EDUCAÇÃO INFANTIL... 20

4. ESTÁGIO III- ENSINO FUNDAMENTAL... 27

5. 5.1 5.2 5.3 5.4 6. 7. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: COMO ALFABETIZAR LETRANDO CRIANÇAS DO 3 º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.. Alfabetização: analisando as definições desse conceito... Letramento: diferentes conceitos e olhares sobre os sujeitos... Aprendizado da leitura e da escrita: letramento “escolar”... O que fazer para alfabetizar letrando?... RESULTADOS DA PRÁTICA... CONCLUSÃO... 28 28 30 33 35 39 47 REFERÊNCIAS ... 48 APÊNDICES ... 50

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1. INTRODUÇÃO

Durante as observações no ambiente escolar, percebemos que a maioria dessas instituições se limita a alfabetizar os alunos através de codificar e decodificar símbolos na aprendizagem da linguagem escrita. A partir dos relatos de professores alfabetizadores sobre as dificuldades de alfabetizar na perspectiva do letramento associando a prática de leitura e a escrita dos gêneros textuais em circulação na sociedade, buscamos desenvolver a presente pesquisa.

Buscamos responder a esse questionamento, como alfabetizar letrando crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental a partir de uma pesquisa teórica e prática sobre a alfabetização e letramento, realizando essa vivência na escola Centro Integrado de Ensino Municipal Henrique Vieira, localizada no município de São Miguel deTaipu-PB.

No primeiro capítulo vai tratar sobre o estágio desenvolvido em gestão escolar na Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gonzaga Burity, localizada na cidade de Ingá-PB. Realizado em três etapas: a observação com pesquisa, aplicação de questionários referente ao processo de gestão democrática; a elaboração do projeto de intervenção “Cidadania, preservando o ambiente escolar” e a intervenção vivenciada na escola.

O segundo capítulo vai tratar sobre a experiência de estágio na Educação Infantil, na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Corina de Azevedo Barbosa, localizada na cidade de Ingá-PB. O principal objetivo foi observar e participar da dinâmica de uma sala de aula na Educação Infantil, dividido em três etapas: a observação com registro e análise das atividades, a interação entre os alunos e as professoras; a elaboração do projeto de intervenção e execução na sala de aula.

O terceiro capítulo aborda as experiências de estágio vivenciadas no Ensino Fundamental, na Escola Centro Integrado de Ensino Municipal Henrique Vieira de Albuquerque Melo, localizada na cidade de São Miguel de Taipu-PB. O principal objetivo foi observar e participar da dinâmica de uma sala de aula no Ensino Fundamental, sendo dividido em três etapas: a observação com registro e análise das atividades realizadas pelo professor, e escolha do tema do projeto e a elaboração do projeto de intervenção e a execução. O qual será discutido no quinto capítulo.

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O quarto capítulo trata do embasamento teórico necessário para dar corpo ao trabalho e permitir uma prática com suporte nos estudiosos da educação. Autores como Albuquerque (2010), Marcuschi (2001), Teberosky (1995), Silva (2012), Senna (2007) com suas concepções sobre letramento e alfabetização nos fizeram refletir e discutir como realizar uma intervenção que promovesse uma aprendizagem significativa para os alunos.

O quinto capítulo mostra os resultados da prática, durante a intervenção no campo de estágio. Numa turma de 3º ano do ensino fundamental composta por 18 alunos e faixa etária de oito a treze anos de idade, desenvolvendo um projeto de intervenção trazendo o conhecimento prévio dos alunos e na perspectiva do letramento buscando obter resultados efetivos com esses alunos com dificuldade de aprendizagem.

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2. ESTÁGIO I- GESTÃO EDUCACIONAL

O presente capítulo vai tratar sobre o estágio desenvolvido em gestão escolar na Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gonzaga Burity, localizada na cidade de Ingá-PB. O referido estágio foi realizado em três etapas: a observação com pesquisa e aplicação de questionários referente ao processo de gestão democrática com o diretor, alunos e funcionários; elaboração do projeto de intervenção com o tema escolhido pelo diretor e a intervenção vivenciada na escola. Sendo organizado e descrito em seis momentos.

O primeiro será a identificação e histórico da escola que surgiu em 1976 com a finalidade de criar o Ensino Cientifico atualmente o Ensino Médio, atendendo no Ensino Médio nas modalidades Regular e EJA. Sua infraestrutura é composta por sete salas de aula; biblioteca; laboratórios de ciências, informática, matemática, robótica; quadra poliesportiva desativada; secretaria; sala dos professores; banheiros; almoxarifado e cozinha. Seu corpo docente é composto por 34 professores, que possuem curso superior e/ou pós – graduação. A escola possui um Técnico- Administrativo, uma secretária, dois auxiliares de secretaria, dois auxiliares de biblioteca, duas inspetoras, dois porteiros, três merendeiras, quatro auxiliares de serviços gerais e uma professora na função de apoio pedagógico. Atendendo uma clientela de 555 alunos, distribuídos nos três turnos. Muitos dos alunos são de famílias assalariadas e grande número destes já está no mercado de trabalho e/ou participaram dos programas do Governo Federal: Bolsa Família, PROJOVEM entre outros.

No segundo, abordará as características sócio-econômica e cultural da comunidade escolar. Nos Objetivos Educacionais que foram propostos no PPP está: desenvolver a capacidade de aprendizagem, postura pesquisadora, autoestima, valorização da terra para formação de valores, fortalecimento dos vínculos familiares e convivência comunitária, através de conhecimentos socialmente úteis, a fim de exercer sua cidadania. A intenção da equipe é de que os educandos possam ser mais gente e não apenas sabedores de competências e habilidades técnicas. Com ênfase em três aspectos na metodologia de ensino: temas geradores, prática-teoria-prática e participação coletiva.

No terceiro, abordaremos o relacionamento interpessoal na escola. Percebemos que existe um ambiente agradável onde as pessoas vivem numa convivência de respeito

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e solidariedade um com os outros, uma postura de diálogo entre gestão na busca de solucionar os problemas entre alunos e familiares. E as dificuldades para colocar ordem e tomar decisões de melhoria escolar, pois a politicagem se sobrepõe aos funcionários e professores.

No quarto momento, a relação escola e comunidade. Relatos mostram que a comunidade tem pouca participação no ambiente escolar e a família participa muito pouco das atividades escolares de seus filhos sendo uma dificuldade trazer os pais para escola. De acordo com Sousa, Machaqueiro e Carvalho (2012), a família e a escola são parceiras fundamentais no desenvolvimento de ações que favorecem o sucesso escolar e social das crianças, formando uma equipe. Pois, a interação entre ambos é muito importante para o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

No quinto momento, programas e projetos pedagógicos desenvolvidos na escola. Os Projetos desenvolvidos na escola foram: “Educação inclusiva”, “Bullyng” e “Conhecendo o aedes aegypti: direito do cidadão”. “A construção da identidade cidadã em plena era digital” que tem como objetivo geral oferecer uma prática de ensino voltada à construção da identidade cidadã a partir do currículo, bem como do conhecimento prévio discente e da comunidade escolar com o auxílio das TIC’s. Em setembro a culminância dos projetos Metres e Escola de valor.

No sexto momento, a intervenção vivenciada na escola, a partir do projeto “Cidadania, preservando o ambiente escolar” realizado nessa escola no período de 21 a 28 de julho, no período da manhã, na turma do 1º ano “A”.

No primeiro momento da intervenção, estivemos na Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gonzaga Burity para fazermos a apresentação do projeto a ser desenvolvido na escola. Na ocasião, o gestor foi bem receptivo conosco, lendo atentamente o percurso descrito no projeto e realizando os comentários devidos para que o mesmo fosse efetivamente colocado em prática.

Ao terminar de ler o projeto, o gestor parabenizou a escrita do texto e o percurso a ser desenvolvido com seus alunos, visto que esses alunos precisariam ter esse momento de intervenção para incentivar a consciência e preservação do patrimônio escolar. Nós o perguntamos se poderíamos ter acesso ao laboratório de informática para realizar uma atividade de pesquisa com a turma escolhida e nos foi esclarecido que no momento o laboratório estaria fechado por motivo de manutenção, pois estava sendo trocado toda a fiação de energia da escola e por esse motivo não poderia ser utilizado

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por nós na pesquisa com os alunos. A seguir, apresentamos o registro fotográfico desse encontro.

No dia seguinte, ao chegarmos à escola, o gestor nos direcionou a turma escolhida o 1º ano “A” e fomos apresentadas a turma para que fizéssemos a apresentação do projeto de intervenção “Cidadania, preservando o ambiente escolar”, fazendo o convite para que eles pudessem participar das ações a serem desenvolvidas e mostrando-os o cronograma das atividades que eles iriam participar. Nesse momento, todos os alunos ouviram com atenção as propostas. Tínhamos 26 alunos em sala tendo como média de idade a faixa etária de 15 anos. Dois alunos afirmaram que não gostaria de participar do projeto e retiraram-se da sala. Os demais permaneceram e aceitaram a nossa proposta para a realização das ações do projeto.

A partir daí, demos início com a apresentação em power point intercalada a uma conversa dirigida sobre o tema cidadania e a preservação do patrimônio escolar, com questionamentos sobre o que é cidadania, o que é patrimônio público, o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente, para quem causar danos ao patrimônio público e a necessidade de conservação do ambiente escolar, através de citações como, "só com a conscientização e a soma de esforços é possível melhorar os padrões de uso e a qualidade dos prédios escolares”, de Hércules Pereira.

Tentamos despertar o interesse dos alunos pelo tema. Observamos claramente o interesse ao citar a quadra de esportes como exemplo do patrimônio escolar, pertencente a todos da escola e mesmo assim hoje estava inutilizável pela escola, estando abandonada. Os alunos precisavam ir a outro local na cidade para realizar as suas atividades de educação física e ninguém tem uma atitude para recuperar este bem que pertence a todos. Esse ponto gerou uma discussão ampla onde a maioria dos alunos deu sua opinião vendo a necessidade de sua preservação e que isso traria benefícios pra toda comunidade. Nesse momento, a estagiária que reside no Ingá, relata sua experiência vivida nesta mesma escola em anos passados mostrando como essa mesma escola era zelada e bem cuidada por todos que conviviam neste ambiente.

Enfatizamos bem a necessidade da ação de todos que convivem para conservação e preservação de um bem que vai além dessa geração e que será repassada ano a ano a gerações futuras que irão usufruir também desta escola que é mantida com o nosso dinheiro repassado pelo governo nos impostos que pagamos todos os dias.

Após a fala, realizamos a apresentação do vídeo: preservação do patrimônio escolar (assistido pelo youtube) produzido por alunos de um primeiro ano de outra

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escola, sendo feito o comentário de que eram ações realizadas por alunos assim como eles e assim, como esses alunos eles poderiam ter uma atitude de cuidado no ambiente escolar. Logo após, organizamos a turma em grupos definidos aleatoriamente pela turma de acordo com as suas particularidades a pesquisa de três questões em casa que seriam socializadas pela turma na aula seguinte: O que é patrimônio público? Quais as ações corretas para a preservação do patrimônio público? Quais as ações negativas que proporcionam a escola um péssimo estado de conservação ao ambiente?

No terceiro momento com os alunos, observamos o comprometimento e a responsabilidade dos mesmos na realização da pesquisa proposta para casa. Nesse momento, eles disseram que haviam trazido suas respostas. A partir daí iniciamos o estudo dirigido com a resposta das perguntas. À medida que eles respondiam, fazíamos a discussão no grupo e assim todos que se faziam presentes na turma e participavam ativamente das discussões.

Em seguida, foi proposta a confecção de cartazes para que os alunos colocassem na cartolina o que aprenderam durante a intervenção ou a mensagem que eles gostariam de passar sobre a conservação do patrimônio escolar aos demais colegas de turma. Assim, eles foram divididos em quatro grupos e por grupo receberam os materiais: cartolina, lápis permanente, tinta guache, pincel, folha de papel oficio colorido, régua, cola e moldes de letras. Lhes demos as orientações necessárias para a produção em grupo e a liberdade para expressarem as suas habilidades individuais e coletivas, pois eles iriam confeccionar os cartazes e apresentá-los no encerramento da intervenção.

. Foto: Grupos desenvolvendo os seus trabalhos.

Quando lhes foi dito que seria necessário a apresentação dos cartazes, um grupo de alunos relatou que eles não iriam conseguir apresentar os cartazes porque nas aulas regulares das disciplinas era necessário mais de duas semanas com os seus professores

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para que eles conseguissem fazer a apresentação de um seminário. Nesse momento, foi necessário haver uma intervenção com diálogo reflexivo sobre o que iria acontecer durante a apresentação. Foi explicado que seria uma apresentação simples para turma e os convidados, além de ser uma oportunidade de crescimento pessoal onde os alunos iriam se apresentar e ler o que fora escrito no cartaz.

Diante dessa conversa, eles ficaram mais calmos e deram continuidade a produção dos cartazes escolhendo o material e realizando a divisão das tarefas em grupo. Cada grupo deu ênfase às suas habilidades seja no desenho, pintura, escrita do texto e manuseio com os materiais propostos. Concluindo com sucesso a produção de cartaz, vimos que foi uma ação que eles gostaram de participar manuseando os materiais e expondo as suas ideias na cartolina.

Nosso último momento de intervenção na escola fora vivenciado através de uma palestra com convidados que detinham o conhecimento sobre o tema a cidadania e a preservação do patrimônio público escolar para que os alunos pudessem ter essa experiência com várias personalidades que pudessem orientar e incentivar os alunos em suas ações de preservação do patrimônio público escolar e conscientizá-los acerca dos benefícios que terão com esta atitude.

A palestra teve início com a fala do vice - diretor escolar, o professor Valtenir Fernandes, fazendo a composição da mesa com a presença dos palestrantes: o advogado Antônio Pedro Neto, a psicóloga da prefeitura municipal de Ingá Emanuele Cavalcante e a nossa orientadora de estágio, a professora Dra. Valdecy Margarida da Silva, tendo, também, a presença da diretora escolar Gitana Maria.

Em seguida, as estagiárias deram continuidade ressaltando a importância do que foi vivenciado nas atividades em sala nos dias anteriores e que nesse momento eles iriam ter oportunidade de ouvir uma explicação mais ampla do tema com os palestrantes convidados. Assim, passamos a fala ao primeiro palestrante, o advogado Antônio Pedro Neto que utilizou um vocabulário muito bem acolhido pelos alunos visto que houve o entrosamento com toda a turma. Antônio Pedro Neto evidenciou o cuidado que devemos ter com a coisa pública, citou o exemplo de que ele havia estudado nesta escola e que a escola apresentava bem menos recursos como as cadeiras, que eram feitas de madeira e o quadro branco com giz.

O advogado palestrante ressaltou que hoje a escola disponibiliza de condições bem melhores aos seus alunos como o quadro branco, a televisão na sala, biblioteca e outros recursos. Ressaltou, ainda, que os alunos precisariam cuidar desse patrimônio

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que pertence a todos. Além de mostrar os riscos realizados por eles nas paredes e como esses riscos podem desconcentrar um aluno durante a explicação numa aula de matemática, por exemplo, ao invés de prestar a atenção ao professor ficaria distraído com os registros escritos na parede; ou se todos que já estudaram nessa sala escrevessem o nome na parede, como será que ela estaria?

O palestrante deixou bem claro que a cada R$ 100,00, pago na compra de uma mercadoria, R$ 40,00 vai para reparar os desgastes no patrimônio público. Assim, tudo que é do povo é advindo do suor do rosto do nosso esforço; por isso devemos cuidar e pensar em ações que venham melhorar a nossa escola. O advogado perguntou aos alunos se eles já teriam pensado em fazer alguma ação visando a melhoria da escola e esses alunos ficaram surpresos com tal ideia. Esses exemplos descritos e a pergunta sobre a escola direcionada a ação deles regou a semente que fora plantada no início da intervenção de respeito e cuidado na conservação do patrimônio público em cada um desses alunos.

Terminando a fala do primeiro palestrante Pedro Neto, foi vez da diretora Gitana Maria proferir a sua palestra confirmando a necessidade do cuidado com a escola e o desenvolvimento de ações para que a mesma tenha um bom funcionamento com os recursos advindos do governo. A palestrante aproveitou o momento para fazer o convite para o orçamento democrático da escola que aconteceria no mesmo dia da palesta, ou seja, vinte e oito de julho de dois mil e dezesseis no período da tarde. Justificou a necessidade de ausentar-se nesse momento para poder termina de organizar a escola para esse acontecimento.

Demos continuidade com a segunda palestrante, a psicóloga da prefeitura municipal de Ingá, Emanuele Cavalcante, que fez a sua apresentação em Power point através de explicação e diálogo com os alunos. Deu início aos trabalhos com a pergunta o que é Patrimônio Público. Os alunos responderam timidamente citando exemplos e ela enfatizou que seria um conjunto de bens e direitos que pertence a todos. Reforçando o conceito ao mostrar o que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65, que nos diz que é o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta.

Mas, afinal, perguntou a palestrante, qual O PROBLEMA? O problema é que situações de agressão ao patrimônio público estão sendo vistas com naturalidade pelos agentes políticos, geralmente causado por ato de vandalismo ou descuido dos servidores públicos e da comunidade. Os anos passam e os gestores públicos continuam gastando

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sem resolver a questão. Pois, danificar o patrimônio público é CRIME e, sendo assim, por OMISSÃO dos órgãos competentes, as cidades estão cheias de criminosos e irresponsáveis IMPUNES.

A palestrante mostrou que existe a punição para os atos de depredação cometidos contra o patrimônio. E o que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? E o ECA (Lei Nº 8.069/90) sobre o Estudante que causar dano ao patrimônio público escolar? De acordo com a palestrante, o Art. 116 em ato infracional, o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. E, diante disso, o que poderia ser feito, assim foi mostrado que a educação é o caminho para a conscientização, pois como já fora dito, os recursos que servem para recuperar os bens públicos poderiam ser direcionados a outras ações de melhoria para toda comunidade.

Foram apresentadas algumas fotos de ambientes destruídos pela ação de vandalismo ao patrimônio público. A palestrante encerrou sua apresentação com a frase “Preservação é uma questão de Educação e Cultura”. Essas afirmações reforça o que os alunos já ouviram e discutiram durante as atividades realizadas no decorrer da intervenção e os fazem refletir cada vez mais em suas ações não apenas com o ambiente escolar, mas com todo patrimônio público.

Ao final, os grupos de alunos realizaram a apresentação dos cartazes produzidos em outro momento da intervenção. Cada grupo apresentou brilhamente seus trabalhos cada um com as suas particularidades. Ficamos absolutamente satisfeitas e agradecidas por eles conseguirem fazer a socialização para a turma e para os convidados. Como tínhamos ouvido comentários da dificuldade deles em apresentar trabalhos, observamos que esses alunos se esforçaram dando seu melhor ficando para nós a mensagem de que eles se superaram ao vencer esse desafio da apresentação do trabalho.

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Foto: Grupos de aluno na apresentação dos trabalhos.

Após a apresentação dos alunos, nossa orientadora de estágio, a Profa. Dra. Valdecy Margarida, fez a sua fala parabenizando o trabalho realizado na escola e deu ênfase à valorização dos nossos alunos. Fazendo a ressalva de que nem todos têm a mesma oportunidade visto que os alunos que estudam numa escola particular de grande fama já tem seu futuro acadêmico planejado e pronto a acontecer como um aluno dessa escola sabe desde pequeno a profissão que deseja ser um médico, por exemplo, e com toda certeza e com suas oportunidades chegarão ao seu objetivo, enquanto os alunos da rede pública tem bem menos oportunidade ao ser comparado com o aluno dessa rede privada. É preciso que nossos alunos comecem a pensar numa carreira, um curso na universidade e se esforçar bastante para poder atingir esse objetivo. Tendo cuidado com a escola, atenção nas aulas e ensinamentos de seus professores, pois essa é a oportunidade que eles têm para ser alguém na vida como um cidadão de bem.

Encerramos a palestra agradecendo aos nossos convidados Antônio Pedro Neto, Emanuele Cavalcante, nossa orientadora, professora Dra. Valdecy Margarida da Silva, a gestão escolar nas pessoas de Valtenir e Gitana, a toda equipe da escola sempre acolhedora e disposta a nos ajudar em nossas atividades, e aos alunos que participaram brilhantemente das atividades propostas. Encerrando a atividade com a participação dos

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alunos.

Foto: Convidados, estagiárias e toda turma que abrilhantou a palestra.

Durante a observação na gestão escolar percebemos o quanto é difícil exercer o papel de gestor. Deparamo-nos com situações burocráticas, conflito entre alunos, manejo com os funcionários pra que o andamento da escola funcione como planejado, tendo a necessidade de dialogo, postura e segurança pra fazer com que haja o bom andamento desta escola. Além de poder afirmar que na fala da gestão existe o desejo do bom rendimento da escola e forças políticas não permitem o cumprimento das regras em ações de funcionários na escola. O foco de uma gestão deve ser prioritariamente a aprendizagem de seus alunos, onde a escola deve planejar e executar ações que visem esse desenvolvimento.

Ao término da observação, elaboração do projeto e intervenção realizada na escola, ficou evidente o quanto um gestor tem atribuições e precisa estar atento a tudo e a todos para o bom andamento escolar. No cumprimento das regras, horário de trabalho dos funcionários, ações dos alunos, meios de promover o diálogo na resolução de problemas, o quanto a ação democrática de um gestor pode alavancar o desempenho de uma escola. Estando atenta a parte física e preservação do ambiente; a acolhida da comunidade na escola na busca de parcerias para obter os objetivos escolares; e permitindo a ação de outros profissionais como a execução do nosso projeto que pode ajudar a escola a ter seu patrimônio preservado, com incentivo ao respeito e cuidado com um bem que pertence a todos dessa comunidade. A escola é um espaço que pode

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salvar muitos jovens direcionando a uma oportunidade de emprego, uma universidade e formação cidadã.

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3. ESTÁGIO II- EDUCAÇÃO INFANTIL

Este capítulo vai tratar sobre a experiência de estágio na Educação Infantil. O desenvolvimento das atividades se deu na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Corina de Azevedo Barbosa, localizada na cidade de Ingá-PB, na qual o principal objetivo foi observar e participar da dinâmica de uma sala de aula na Educação Infantil, sendo dividido em três etapas: a observação com registro e análise das atividades realizadas pelo professor, a interação entre os alunos e as professoras da Educação Infantil; a elaboração do projeto de intervenção e posterior execução na sala de aula.

Na observação em sala de aula percebemos a realidade desse processo de ensino aprendizagem no registro da interação entre professores e crianças, e análise da sequencia didática desenvolvida durante uma semana.

Percebemos a necessidade do planejamento sendo este um dos alicerces para uma aula de qualidade, desta forma antes de intervirmos no preparamos elaborando o projeto de intervenção dando continuidade à rotina da sala e abordasse outros recursos a ser vivenciados pelas crianças utilizando a contação de histórias com recursos concretos, jogos e pinturas utilizando tinta guache.

A intervenção vivenciada na sala de aula aconteceu no período de 7 a 11 de novembro, no período da manhã, numa turma de jardim I e II, mas foi dando ênfase ao desenvolvimento dos conteúdos e atividades a turma de jardim II.

No primeiro dia, chegamos à escola e fomos recebidos pela secretária escolar e nos direcionamos a sala de aula pra aguardar a chegada da professora e os alunos. Nesse dia as professoras não foram e nós recebemos a confiança da comunidade escolar para cuidar dos alunos e gerenciar a turma.

Demos início à aula seguindo a rotina dos alunos com oração, música de bom dia e a contação de história. A história Chapeuzinho Vermelho foi contada com avental, o livro e músicas cantando de acordo com a ação dos personagens chapeuzinho vermelho e o lobo. Os alunos ficaram atentos e participativos ao ouvirem e catarem as músicas.

Durante a contação da história, chamamos a atenção dos alunos para as cores, e na cor vermelho alguns dos alunos disseram que era a cor encarnado e cor de sangue sendo confirmado o nome da cor vermelho. Apresentamos as cores de tinta guache e os

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convidamos para fazerem uma pintura com tinta guache e pincel da personagem da história Chapeuzinho Vermelho. Organizamos os alunos em grupos de três ou 4 e fomos entregando os pincéis e tinta, das quais eles tiveram que compartilhar um com o outro as cores das tintas. E essa divisão ajuda-os a compartilhar e saber esperar sua vez.

Assim, os orientamos para não pintar as carteiras e os auxiliamos com água e ajudando a limpar o pincel na troca de uma cor pra outra. E o resultado foi lindas pinturas cada um do seu jeito e foi surpreendente a visão do colorido.

Foto: Estagiária contando história e a turma depois da pintura.

Em seguida, chegou a hora do lanche. Na volta para a sala cada aluno recebeu um balão de sopro para eles encherem e nós fomos fechando-os. Quando os balões estavam todos prontos, convidamos os alunos a participarem da brincadeira de estourar balão na cadeira. A princípio eles tiveram um pouco de receio em participar, mas explicamos quais seriam as regras da brincadeira, convidaríamos três alunos por vez que iriam correr até a cadeira e sentar em cima do balão pra estourar ganhando a brincadeira quem estourar primeiro. E logo tivemos alunos que começaram a participar e outros que ficaram apenas na torcida dos colegas.

Uma experiência que foi nova para eles e muito significativa. Percebemos que os balões tiveram mais importância do que a brincadeira, pois todos queriam ficar com o balão. Ao final da brincadeira, entregamos um balão a cada um deles para que pudessem fazer seu rosto e escreverem seus nomes e no final da aula poder levar para casa.

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Foto: Alunos na brincadeira com balões.

Após a recreação, demos início ao estudo da subtração perguntando se um aluno tem 3 balões e 1 estoura com quantos balões ele vai ficar? E eles foram vivenciando situações de subtração com os balões e palitos de picolé. Logo após, fizemos uma atividade escrita de subtração por meio de situações práticas do dia a dia.

No segundo dia, as professoras estavam presentes na turma e demos início de acordo com a rotina. Em seguida, trouxemos o avental das cantigas de roda e perguntamos o que eles achavam que havia dentro do avental e eles começaram a dar suas hipóteses. Só que eles não acertaram ai a contadora de histórias puxou um sapo de dentro do avental e começamos a cantar a cantiga “O sapo não lava o pé”.

Depois, conversamos sobre a cantiga indagando-os: 1.Onde mora o sapo? 2. Vocês já viram uma lagoa? 3. Porque o sapo não lava o pé? 4. O que acontece com quem não lava o pé? Eles foram respondendo: 1. Ele mora no rio... O sapo mora no esgoto... Mora na lagoa; 2. Não sei o que é lagoa não, e a estagiária interviu mostrando exemplos de lugares que havia lagoa e eles já conheciam; 3. Porque não quer; 4. Fica com chulé. Perguntamos quem gostaria de desenhar o sapo na lagoa e fomos entregando uma folha de ofício colorida para que eles fizessem o desenho da cantiga. Após o desenho da cantiga, convidamos os alunos a sentarem em círculo para fazermos uma brincadeira. A estagiária iniciou cantando a música do sapo e fazendo questionamentos sobre a higiene do sapo. Depois mostrou uma sacola de presente onde eles teriam de descobrir o que estava dentro tocando, cheirando e só não poderia abrir, pois eles teriam de descobrir o que havia dentro. A sacola passou de mão em mão e eles foram dando a suas sugestões: sabonete, escova, pirulito.

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Assim, a sacola chega a mão da estagiária que abre e vai puxando os itens de dentro: escova de dente, pente, cotonete, sabonete, creme dental. E vai perguntando pra que serve cada item e logo eles respondem prontamente e vamos completando as informações dadas para reforçar os hábitos de higiene do corpo. Ao terminar de falar dos itens de higiene, vamos dar início à brincadeira de mímica, onde cada aluno fica de pé e tem que encenar um hábito de higiene em silêncio e os colegas terão de adivinhar.

Foto: Alunos participando da brincadeira de mímica.

Na volta do lanche, eles tiveram um momento pra brincar de massinha de modelar. Cada aluno usou da sua criatividade e brincaram livremente. Após essa atividade livre, os alunos realizaram uma atividade xerocopiada sobre os hábitos de higiene ligando a criança ao objeto de higiene que ela precisa pra realizar o hábito de higiene e depois pintaram esses objetos de higiene.

No terceiro dia, a história contada foi “Seu Lobato tinha um sítio” contada com o avental de histórias e palitoches dos personagens: Seu Lobato, o pinto, a galinha, o gato, o porco e a vaca. Iniciamos dizendo aos alunos que eles teriam uma visita de alguém de mora no sítio pra cantar uma música e fomos perguntando se eles sabiam quem seria o convidado, logo eles ficaram entusiasmados e foram respondendo até que um aluno falou “já sei é o Seu Lobato” e logo, fui puxando Seu Lobato de dentro do avental e demos início à música “Seu Lobato tinha um Sítio” e cada aluno teve a oportunidade de puxar um personagem de dentro do avental para continuar a música.

Em seguida, cada aluno recebeu uma folha xerocopiada com o poema “VACA” e nós fizemos uma leitura coletiva do cartaz com compreensão oral. Destacando o local onde a vaca mora que é no sítio, perguntamos como se escreve a palavra “VACA”

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destacando as letras da composição dessa palavra, mostramos que a vaca produz leite pra alimentar o bezerro e que ainda serve para fazermos mingau, e, além disso, destacamos que o leite serve para fazermos outras coisas nesse diálogo eles então responderam para que serve o leite: para fazer doce de leite, bolo, café com leite, papa e queijo. Após a roda de conversa sobre o texto cada aluno pesquisou em seu texto a palavra “VACA” circulando e pintando-a.

Ao chegarem do lanche, fizemos a recreação utilizando o jogo de boliche preparamos esse boliche utilizando 10 garrafas pet enumeradas de 1 a 10, em seguida os alunos foram organizados em fila pra darmos inicio a brincadeira. Cada aluno recebia a bola e jogava nas bolas para ver quantas garrafas foram derrubadas e esse seria o valor de pontos marcados por cada aluno. Sendo registrado na lousa o nome e o total de acertos de cada aluno. Assim cada aluno teve a sua vez e foi levantar as garrafas verificando o total de acertos.

Em seguida, realizamos uma atividade de subtração observando a quantidade de figuras subtraindo e completando com os números que faltam e fazendo um desenho quando necessário. A estagiária deu inicio mostrando exemplos dessas situações de subtração utilizando as garrafas do boliche, e continuamos na lousa completando as respostas da atividade de subtração.Com a utilização de materiais concretos as crianças compreendem e percebem as ideias de subtração e já´realizam a atividade com ajuda de um mediador.

No quarto dia, iniciamos a aula recordando a música de “Seu Lobato” relembrando os personagens e o de maior quantidade a VACA, fizemos a releitura do poema a VACA fazendo o estudo da palavra e letra V. Os alunos realizaram uma atividade completando no quadro as letras que faltam pra escrever a palavra VACA reescrevendo-a.

Como eles realizaram a atividade antes do lanche, tiveram um momento de livre e foram brincar com canudos. Eles ficaram bem à vontade fazendo representações de desenhos e rodando em torno dos canudos cantando a músicas dos personagens da história de Chapeuzinho Vermelho.

Após o lanche, no momento da recreação, os alunos participaram da brincadeira de pula corda e pula elástico recordando brincadeiras antigas que até hoje são vivenciadas por nossas crianças aqui na escola.

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Em seguida, vivenciamos situações de subtração utilizando palitos de picolé para realizarmos a atividade de subtração resolvendo situações problema. Eles realizam com capricho as situações de subtração.

No último dia de intervenção, ao chegar à escola, observamos que as crianças brincavam na presença de suas mães enquanto aguardava as professoras chegarem. Dirigimos a sala de aula e fomos recebidas pelo carinho das crianças. Quando as professoras chegaram, organizamos a sala, arrumamos a mesa com as atividades desenvolvidas durante a semana, pirulitos, personagens do sítio de Seu Lobato e lápis.

Em seguida, conversamos com os alunos que hoje seria o último dia do nosso estágio com eles. E perguntei a eles se lembravam das músicas de chapeuzinho vermelho que cantamos durante a semana e em coro eles cantaram a música de chapeuzinho e do lobo, e começaram a pedir “tia conta a história de Chapeuzinho”. Então, nós passamos as orientações de como seria a contação da história convidando os alunos para interpretarem a história que teria dois momentos, o primeiro sendo contada com o lobo mal e o segundo sendo reconto com o lobo mal do bem. Vestimos a roupa do lobo e de chapeuzinho vermelho, no decorrer da história convidamos os outros personagens; eles apresentaram brilhantemente e as demais crianças que estavam sentadas iam ajudando esses colegas na fala do personagem e cantando as músicas. Para o segundo momento da apresentação, as crianças que estavam sentadas trocaram de lugar com as que tinham realizado o primeiro momento, onde o lobo do bem ao conversar com Chapeuzinho Vermelho pode ir junto com ela para casa da vovó levar a cesta de livros.

Nesse momento, convidamos as crianças a sentar no chão e ler histórias junto com a vovó. Elas ficaram bem entusiasmadas e cada uma escolheu um livro de sua preferência e ficou a vontade na leitura. Observamos que é preciso estar atentos, pois em alguns momentos as crianças querem tomar o livro do colega sendo necessária a intervenção orientando-os que ao terminarem de ler um livro eles podem fazer a troca com outro colega.

Após esse momento, socializamos as atividades de como foram os dias com a nossa presença. Eles demonstraram satisfação por ter vivenciado essa semana de experiência conosco. Sendo entregue as atividades realizadas durante a semana, o lápis

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e o pirulito; recebi abraços calorosos repletos de carinho. Restando com o sentimento do dever cumprido ao plantar uma semente no aprendizado dessas crianças.

Foto: Professoras, estagiária e toda turma da educação infantil.

Durante a observação na Educação infantil, percebemos que é necessária dedicação, cuidado e afeto com esses pequenos. Deparamo-nos com crianças que demonstram agressividade, carentes de cuidado e afeto da família. Ao quais depositam toda responsabilidade a professora. E este profissional de Educação Infantil precisa estar atento a esse cuidado e como irá proceder diante das dificuldades e ações. Através de um planejamento e medidas pedagógicas que façam essas crianças vivenciarem situações de aprendizagem transformadora, não apenas atividades repetitivas e memorizadas, tendo como foco o desenvolvimento pleno do aluno em suas múltiplas linguagens.

Sendo uma experiência muito valiosa, pudemos colocar em práticas metodologias de ensino que facilitem a compreensão dos alunos como também buscamos despertar o interesse por aprender. Desta forma, tivemos a intenção de plantar uma semente de esperança de dias melhores na vida dessas crianças. O estágio nos mostrou o desafio da Educação Infantil ao mesmo tempo acreditamos num trabalho feito com planejamento, pesquisa e união entre a escola e a família, favorecendo, assim, o desenvolvimento integral dessas crianças.

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4. ESTÁGIO III- ENSINO FUNDAMENTAL

O presente capítulo aborda as experiências de estágio vivenciadas no Ensino Fundamental. O desenvolvimento das atividades se deu na Escola Centro Integrado de Ensino Municipal Henrique Vieira de Albuquerque Melo, localizada na cidade de São Miguel de Taipu-PB, na qual o principal objetivo foi observar e participar da dinâmica de uma sala de aula no Ensino Fundamental, sendo dividido em três etapas: a observação com registro e análise das atividades realizadas pelo professor, e escolha junto aos alunos e a professora do tema do projeto a ser desenvolvido em sala de aula e, finalmente, a elaboração do projeto de intervenção e a execução na sala de aula.

Na observação em sala de aula percebemos a realidade desse processo de ensino aprendizagem no registro da interação entre professores e crianças, e a análise da sequência didática desenvolvida durante uma semana. Nesse momento, percebemos a necessidade do planejamento, sendo este um dos alicerces para uma aula de qualidade. Desta forma, antes de intervirmos, nos preparamos elaborando o projeto de intervenção dando continuidade à rotina da sala e desenvolvemos um trabalho que abordou outros recursos a serem vivenciados pelas crianças utilizando diversos tipos de linguagem textual, integração do saber popular acerca dos alimentos, produção de textos, apresentação de cartazes e brincadeiras.

A experiência foi vivenciada numa turma de 3º ano do ensino fundamental composta por 18 alunos, sendo cinco meninas e treze meninos, tendo uma faixa etária de oito a treze anos de idade. Essa intervenção teve duração de uma semana de 5 a 9 de junho do ano de 2017, no período da manhã. Essa experiência vivenciada será discutida, no capítulo VI, que trata dos resultados da prática.

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5. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: COMO ALFABETIZAR LETRANDO

5.1 Alfabetização: analisando as definições desse conceito

Observando como se processaram as sociedades contemporâneas, diante de algumas modificações culturais, econômicas e sociais, ocorreu uma mudança no que chamamos de alfabetização. Tomando como base os questionários usados nos Censos Demográficos para avaliação da população alfabetizada, notamos que houve alterações no conceito de alfabetização. Até 1940, as pessoas alfabetizadas declaravam saber ler e escrever, e para comprovar escreviam os seus próprios nomes. A partir, de 1950 e até o ultimo Censo (2000), os instrumentos de avaliação passaram a considerar como alfabetizados as pessoas que se diziam capazes de ler e escrever um bilhete simples. Essa mudança ampliou o conceito de alfabetização passando a envolver o uso da leitura e da escrita numa prática específica da língua escrita.

Nas últimas décadas foi descoberto que mesmo em países desenvolvidos que apresentam índice de analfabetismo zero, muitas pessoas ainda não conseguem usar a leitura e escrita em atividades do cotidiano. Divulgando-se, assim, o conceito de “analfabetismo funcional”, pelo o qual pessoas sabem ler e escrever palavras e frases, mesmo que isso não lhes assegure o exercício em atividades de práticas sociais de leitura e escrita no meio da sociedade, assegurando-lhes práticas essenciais no exercício de sua cidadania. Estando associado a práticas discriminatórias e preconceituosas, o uso desse novo termo passou a englobar as pessoas que não dominam o sistema alfabético, além de todos aqueles que tiveram acesso limitado à escolarização ou de domínio limitado às habilidades de leitura e escrita. Diante disso, nos afirma Silva:

O analfabetismo funcional constitui-se uma situação para milhões de brasileiros que só será superada através da ampliação do direito à educação, vinculada a políticas públicas que abranjam, desde a formação dos docentes para a compreensão da educação como instrumento de inclusão para o sujeito e para a sociedade, até a adoção de políticas sociais e reformas estruturais que diminuam o abismo entre os grupos sociais no Brasil. (SILVA, 2012, p.126).

Na década de 1990, seguindo as recomendações da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura), o IBGE passou a divulgar os índices de alfabetismo/analfabetismo e os de analfabetismo funcional tomando como base o número de séries concluídas, sendo considerados os analfabetos funcionais as

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pessoas com menos de quatro anos de estudo. O Brasil ainda tem 12,9 milhões de analfabetos, e a Região Nordeste continuou a apresentar a maior taxa de analfabetismo (16,2%) de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Censos demográficos e Pnad, 2016). Onde mais da metade dos analfabetos tinham mais de 60 anos, 6,5 milhões das pessoas que não liam nem escreviam. Outros 34,2% das pessoas analfabetas tinham de 40 a 59 anos. Assim, os dados indicam que o analfabetismo está concentrado entre os mais velhos, e apenas 2,7% dos analfabetos tinham menos de 24 anos, representando 342 mil pessoas.

Considerando a democratização do acesso à escolarização para a população brasileira, esperávamos um menor percentual entre os analfabetos de 24 anos. No entanto, convivemos com programas de alfabetização que atendem crianças desde os seis anos de idade, visando assegurar a plena alfabetização de todas as crianças. O Ministério da Educação criou desde 2012 o PNAIC- Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, correspondendo à Meta 5 do Plano Nacional de Educação(PNE), sendo um compromisso formal declarado pelos governos: Federal, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, para assegurar a plena alfabetização de todas as crianças, no máximo até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Além de outros programas de inclusão de jovens e adultos como o Brasil Alfabetizado e a EJA que são ações públicas que não garantem a qualidade funcionando de forma precária permanecendo com os elevados índices de exclusão e fracasso escolar.

Nos últimos 30 anos foram sendo refinadas as concepções de alfabetização, pois com a insuficiência de conceitos e expressões capazes de retratar o sistema de apropriação da linguagem escrita pela população levou alguns estudiosos a empregarem o termo letramento. De acordo com o dicionário Houaiss (2001), letramento é um “conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito”, como o termo letramento é a tradução para o português da palavra inglesa literacy que designa todo o processo de alfabetização. Mas, no Brasil o termo letramento não substitui a palavra alfabetização, porém está associado a ela.

Esses conceitos de alfabetização e letramento representam duas dimensões significativas da aprendizagem da escrita. Visto que, a alfabetização refere-se ao processo em que o sujeito domina o código e as habilidades de escrita, no domínio da tecnologia e o conjunto de técnicas na arte e ciência da escrita. E o letramento, é o exercício efetivo da escrita ampliando esses conhecimentos através da interação, interpretação e produção de diferentes tipos de texto ao inserir-se socialmente na língua

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escrita. Assim, Soares (2003) nos mostra a diferenciação entre os termos alfabetização e letramento, “alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” (SOARES, 1998a, p.47).

Alguns pesquisadores, assim como fez Emília Ferreiro (2003), defendem a utilização de um único termo a “alfabetização” para designar os processos de aprendizagem e do uso da leitura e escrita. Tendo em sua perspectiva teórica, ao ser inserido em contextos de uso da escrita é que o sujeito se apropria do sistema de escrita alfabética. Porém, ao considerarmos que no Brasil esse termo alfabetização está bem associado ao seu oposto analfabetismo, acreditamos na necessidade da utilização das duas palavras letramento e alfabetização por estarem associadas a processos indissociáveis e distintos diante da leitura e linguagem escrita.

5.2 Letramento: diferentes conceitos e olhares sobre os sujeitos

Termo usado frequentemente por estudiosos na apropriação da linguagem escrita, Letramento vem da tradução da palavra inglesa literacy. O termo literacy, é usado na língua inglesa tendo ao mesmo tempo o significado de alfabetização e as práticas sociais de leitura e escrita que ocorrem durante ou após o processo de alfabetização. E sua incorporação ao nosso vocabulário trouxe implícita a diferença entre o ato de ler e escrever estando associado a uma tecnologia e a apropriar-se dessa tecnologia para a dinâmica dos usos sociais da leitura e escrita.

Ao considerarmos a complexidade da sociedade contemporânea, o uso da língua escrita acontece de forma múltipla e variada, logo as concepções de diferentes teóricos atribuem ao fenômeno do letramento. Assim, como afirma Silva, 2012:

O que vemos é que os estudos sobre letramento (KLEIMAM, 1995; LOPES, 2006; MARCUSCHI, 2001; ROJO, 2001; SOARES, 2002; dentre outros) destacam as funções da língua escrita na sociedade contemporânea. Esta centralidade da escrita na sociedade acaba interferindo nas relações e no julgamento das pessoas com os outros e com o mundo. (SILVA 2012, p. 103)

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Diante disso, estas práticas de letramento estão associadas ao conjunto das práticas de leitura e escrita, vistas por esses autores como práticas sociais de leitura e a partir delas o sujeito pode participar ou estar inserido da ou na sociedade em que vivem.

Nesse sentido da noção do domínio da escrita existe uma relação muito estreita entre alfabetização e letramento. Sua diferença consiste no sentido dado a concepção de alfabetização, a ser compreendida como domínio dos sinais gráficos de uma língua e o letramento, como apropriação dessas habilidades e com as práticas sociais que envolvem a escrita. Para Kleimam (1995), o conceito de letramento deve contemplar práticas sociais de leitura e de escrita e deve ultrapassar o conceito de alfabetização já que o simples domínio do código não garante a efetiva participação dos indivíduos na sociedade.

Sendo assim, diferentes visões referentes ao campo do letramento decorrem da concepção teórica que prioriza a dimensão individual em comparação a dimensão social. Na visão de que aquisição da escrita como um fenômeno individual, Lopes (2006, p.16) afirma que o letramento, “objetivado num sistema de escrita e a escrita é considerada uma tecnologia neutra em cujo tratamento, para efeito de investigação do seu uso, o contexto social não é considerado”.

Mas, em oposição a essa dimensão individual do letramento, Soares (2002) apresenta a dimensão social. Mostrando-nos a aquisição da leitura, domínio da escrita e a leitura estão compreendidos como algo que integra a dimensão das práticas sociais dos indivíduos. Sendo capazes de corresponder significativamente nas demandas de leitura e escrita que são cobrados pela sociedade. E para Street (1984), um dos percursores dos estudos em letramento, essa dimensão seria o modelo ideológico de letramento.

Fundamentados na linha de pensamento de autores como Barton (2000), Barton & Hamilton (1998), Gee (2004), a aprendizagem não é um fenômeno individual, mas, um fenômeno social que está relacionado aos contextos de relação com o outro. Pois, os indivíduos mesmo sem ler e escrever consegue realizar cálculos, realizaram a leitura de placas, manuseia a internet no celular com autonomia. Essa perspectiva esta voltada para os eventos e práticas de letramento. Como afirma Marcuschi (2001), o indivíduo pode ser considerado letrado quando “participa de eventos de letramento e não apenas aquele que faz uso formal da escrita” (MARCUSCHI, 2001, p.25).

Portanto, o uso da multiplicidade da leitura e escrita amplia nos novos meios do uso social e as noções de letramento se ampliam diante das mudanças contemporâneas estendendo-se e abrangendo novas áreas. As pesquisas de Barton & Hamilton (2000) já

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visualizavam novos paradigmas de letramento. Numa perspectiva de letramento que não é o mesmo em todos os contextos, mas há diferentes letramentos.

De acordo com Silva (2012), além dessas, outras formas e registros teóricos de modelos de letramento, assim:

Existem diversos estudos fora do Brasil como Street (1984), Ong (1986), Havelok(1988) e Goody (1968), com modelos teóricos de letramentos, referindo-se a diferentes níveis e áreas de conhecimentos. Nesta perspectiva o letramento leva à lógica e à criticidade, tanto no nível social quanto no pessoal. Por outro lado, Graff (1979) e Scribner& Cole (1981) trabalham com modelo ideológico de letramento, no qual pesquisam a natureza social do letramento, percebendo a leitura e a escrita como práticas sociais. (SILVA, 2012, p.106)

Para Street (1995), as práticas de letramento não envolvem apenas aspectos da “cultura”, mas relações entre autoridade e poder com resistência individual/criatividade; não considerando a escrita como uma divisão entre os diferentes tipos de cultura: oral e escrita. Existindo um trânsito contínuo entre esses dois modos de expressão. Em suas publicações chegou a fazer críticas a autores como Ong (1998) que tem a escrita como um divisor da sociedade em dois estágios: de um lado a cultura oral e de outro a cultura escrita. Nessa visão evolucionista, é defendida que as culturas orais irão evoluindo dando lugar à escrita dividindo a “evolução” das culturas humanas nas etapas: oral, quirográfica (ou manuscrita), tipográfica e eletrônica.

Os estudos de Cook-Gumperz (1981), que investigam as relações entre a oralidade e o letramento levando a uma equivocada conclusão de que toda a humanidade passou por um mesmo processo de baseado em etapas mais ou menos iguais em sua delimitação e caminhando para um mesmo fim.

Sendo assim, as inúmeras particularidades do fenômeno letramento, sua diversidade e heterogeneidade de propriedades, perante as quais pode ser considerada a variedade de relações com a sociedade e a cultura percebemos que não é possível conceituar genericamente esse fenômeno, à vista disso são inúmeras as concepções teóricas e metodológicas, das quais é possível analisar esse fenômeno do letramento. Tais concepções que nesta ocasião dão privilégio a sua dimensão social ou a esta ocasião numa dimensão individual.

Podendo o fenômeno do letramento ainda ser analisado em diferentes perspectivas: a histórica, a antropológica, a sociológica, a psicológica e psicolinguística,

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a sociolinguística, a propriamente linguística, a discursiva, a textual, a educacional ou pedagógica e a política. Diante dessa enumeração provavelmente incompleta observamos que o estudo do letramento é rigorosamente multidisciplinar e só a contribuição de diferentes áreas das ciências poderá nos dar um direcionamento à compreensão desse fenômeno.

Portanto, é necessário que as pessoas se dediquem ao letramento como as que fazem educação se proponham a fazerem uma articulação dessa diversidade de perspectivas numa teoria que tenha harmonia entre os resultados combinando com as análises vindas das diferentes ciências dando estrutura aos estudos das particularidades desse fenômeno que é o letramento.

Recorreremos aos estudos de Senna (2007) para nos posicionarmos diante de uma concepção de letramento que esteja vinculada as formas de pensar e em seguida a forma de estar no mundo e na maneira de se situar diante da escrita, “letramento compreende não apenas uma concepção restrita a práticas sociais que envolvam a leitura e escrita, mas que desenvolva competências que afetem todas as áreas do desenvolvimento, ajudando o aluno a construir uma ponte entre os conceitos cotidianos e os conhecimentos científicos; a fim de alcançar o desenvolvimento de práticas sociais ditas letradas” p.112.

Desta maneira, os acontecimentos da inclusão digital, educação matemática, educação científica e alfabetização são vistos como prática de letramento. Nesta perspectiva de pensamento, estamos olhando para os sujeitos orais numa visão de inclusão reconhecendo as identidades desses sujeitos e compreensão da resistência apresentada à escrita.

5.3 Aprendizado da leitura e da escrita: letramento “escolar”

Nas sociedades contemporâneas, a escola corresponde à representação da instituição responsável pela promoção oficial do letramento. Porém, pesquisas têm indicado práticas de letramento nas escolas, estar bem diferenciadas das ocorridas em seus contextos exteriores. Esta separação pode ter acontecido devido à sua própria característica, a função e a organização dessa instituição.

Desta forma, a relação entre a aprendizagem da leitura e escrita estava geralmente relacionada ao ensino do aluno no ato de “codificar” e “decodificar”, através

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de métodos de alfabetização e cartilhas com esses métodos, passaram a ser utilizadas como livros didáticos que contemplavam essa área. Correspondendo a uma leitura de textos “cartilhados”, das quais serão lidos e escritos na escola cumprindo apenas essas funções sociais aos quais estão destinados. Essa prática específica corresponde à prática individual de letramento defendida anteriormente por alguns autores. Historicamente, o processo de alfabetização na escola vem dando prioridade a essa dimensão, possivelmente por possibilitar o bom funcionamento dessa instituição. Observamos que as cobranças na leitura e escrita ficam limitadas a avaliações que medem e quantificam.

No entanto, essa concepção de letramento não se adequou ao desenvolvimento socioeconômico-cultural de nossas sociedades onde a escrita assume um papel mais complexo diante da dinâmica dessa nova realidade. Nessa perspectiva complexa de formação de alunos na aprendizagem da leitura e escrita, Albuquerque (2010) afirma,

A prática tradicional de alfabetização em que primeiro se aprende a “decifrar” a partir de uma sequência de passos/etapas, para só depois se ler efetivamente, não garante a formação de leitores/escritores. Diversas pesquisas têm apontado para o fato de que os alunos saem da escola com o domínio das habilidades inadequadamente denominadas de “codificação e decodificação”, mas são incapazes de ler e escrever funcionalmente textos variados em diferentes situações. (Albuquerque, 2010, p.65)

Tais características é uma realidade que vai além do nosso Brasil, perpassando também por países desenvolvidos que pessoas chegam à idade adulta tendo o letramento escolar e são incapazes de ler e compreender os textos de uso do cotidiano de leitura e escrita em contextos não escolares.

Nas práticas de leitura desenvolvidas na sala do 3º ano do Ensino Fundamental com livros de textos conhecidos pelos alunos como: O Grande Rabanete, Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos, Pinóquio, O Pato e entre outros, ao serem solicitados para realizarem a leitura os alunos que não sabem ler e escrever optam por esses livros realizando a leitura oral do que esperam estar nas páginas desses textos e comumente acertam o que foi escrito, levando-os a usarem da afirmação: “Esta vendo aí, professora eu já sei ler”.

Ao serem questionados numa produção escrita com o auxílio de um escriba, eles conseguem dizer oralmente textos de cunho social tais como uma receita, uma advinha ou um bilhete. São situações como estas que nos levam a identificar que de certa forma

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esses alunos fora da faixa etária escolar correspondente ao 3º ano, e com média de 3 a 4 anos de repetência escolar, ainda apresentam a falta de habilidades na leitura e escrita.

Diante disso, de alguma maneira esses alunos analfabetos demonstram um conhecimento e evidenciam experiências diversificadas com a leitura e escrita. Porém, para muitos tais experiências não são suficientes, perpetuando-os ao fracasso escolar e que provavelmente serão os possíveis alunos da EJA, pois para muitos a idade não será mais compatível para a frequência desse aluno no ensino regular visando o desenvolvimento de uma autonomia em relação à leitura e a escrita. Portanto, nessa perspectiva, é urgente uma prática de ensino que alfabetize letrando.

5.4 O que fazer para alfabetizar letrando?

Nas últimas décadas vivemos um amplo debate sobre o ensino e a aprendizagem da língua escrita e tanto as escolas públicas quanto particulares do nosso país continuam com a prática de um ensino de alfabetização limitado a cartilhas e “métodos”. E mesmo trazendo para sala textos de circulação social o ensino continua baseado no tradicional “método silábico” de alfabetização. Num desacordo entre a escrita em que leem e escrevem textos interessantes, porém o ensino da escrita alfabética não muda. Quando os professores propõem tarefas mecânicas como a cópia e a junção de sílabas deixam de realizar a formação do aluno “sujeito” de sua aprendizagem sem propiciar que ele aprenda refletindo e construindo sua compreensão.

Ao observarmos a maioria das atuais propostas curriculares de alfabetização, verificamos que esses documentos comungam de uma visão geral sobre a aquisição da leitura e da escrita. Sendo vistas numa perspectiva de letramento que se diferenciam dos conhecimentos relacionados à aprendizagem da escrita alfabética dos ligados ao uso e produção da linguagem.

Diante disso, muitos de nós, professores, continuamos lidando com dificuldades para resolver essa situação de aprendizagem que contemple essa dinâmica, nos deparamos com as perguntas: “Como praticar uma alfabetização na perspectiva do letramento, sem tratar equivocadamente a escrita alfabética como um “código”, tal como fazem os métodos silábicos das velhas cartilhas? Como conciliar o aprendizado dos diferentes gêneros textuais escritos com a efetiva apropriação da escrita alfabética?” No decorrer das discussões iremos tratar de alternativas para tais questionamentos.

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