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ANÁLISE DAS (DES) VANTAGENS DO USO DOS LAPTOPS DO PROUCA POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA ESTADUAL

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PROUCA POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA ESTADUAL

Valentina Ortiz Ubal1 Marcos Vinícius Dalagostini Bidarte2 Kathiane Benedetti Corso3 RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo de verificar quais as (des)vantagens do uso de laptops fornecidos pelo Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA) percebidas pelos alunos do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”, localizada no município gaúcho de Santana do Livramento. A fundamentação teórica utilizada foi referente aos seguintes tópicos: (i) tecnologias móveis e sem fio; (ii) tecnologia e educação; (iii) tecnologias móveis e educação; e (iv) Programa Um Computador Por Aluno. Foi realizado um estudo de caso, com abordagem quantitativa, tendo os dados coletados por meio de um questionário estruturado, aplicado a uma amostra de 51 respondentes, e analisados através da estatística descritiva. Os resultados demonstram que as vantagens percebidas pelos alunos são o acesso rápido a materiais; a utilização para fins educacionais e para entretenimento. Por outro lado, as desvantagens percebidas pelos alunos são o desvio de atenção em sala de aula, a lentidão e o peso a ser carregado.

Palavras-Chave: Tecnologias Móveis e Sem Fio. Educação. Um Computador Por Aluno. Vantagens. Desvantagens.

ABSTRACT

This research aims to verify which are the (dis) advantages of using laptops provided by the One Laptop Per Student Program (PROUCA) perceived by elementary school students from the “Aprendiz” State School of Secondary Education, located in Santana do Livramento, Rio Grande do Sul. The theoretical foundation used was related to the

1 Univ. Federal do Rio Grande do Sul – E-mail para contato: valentinaortizubal@hotmail.com 2 Universidade Federal do Pampa

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following: (i) mobile and wireless technologies; (ii) technology and education; (iii) mobile and education technologies; and (iv) Program One Computer Per Student. A case study was conducted with a quantitative approach. Data were collected through a structured questionnaire applied to a sample of 51 respondents, and analyzed using descriptive statistics. The results show that the perceived advantages are fast access to materials, the use for educational purposes and for entertainment. On the other hand, the perceived disadvantages are the diversion of attention in the classroom, the slowness and the weight of being carried.

Keywords: Mobile and Wireless Technologies. Education. One Computer Per Student. Advantages. Disadvantages.

1. INTRODUÇÃO

O avanço do setor tecnológico, suas constantes inovações e a ampla utilização das mesmas têm causado impactos relevantes na atual sociedade (Angotti e Auth, 2001). A adesão sem precedente das tecnologias móveis por uma parcela da população mundial, ocasionou uma transformação no estilo de vida das pessoas, afetando diretamente a maneira como os indivíduos interagem, aprendem, trabalham e se divertem uns com os outros (Porto, 2006; Moura, 2009). Quanto a isso, Gonçalves e Joia (2011, p. 1) afirmam que “estudos embasados em paradoxos tecnológicos têm demonstrado que a adoção de certas tecnologias pode gerar efeitos positivos ou negativos àqueles que as adotam”.

Percebe-se que a aderência às tecnologias, tanto móveis como sem fio, também se aplica ao ambiente educacional, tais tecnologias têm feito parte dos investimentos governamentais aplicados no ensino público (Oyama, 2011). As tecnologias, atualmente, contribuem para a construção do conhecimento e competências, de forma que constituem uma ferramenta a serviço da capacitação profissional contínua dos indivíduos. Assim, o processo educacional é comumente confrontado com o uso diário de tecnologias (Mifsud, 2003 apud Cobcroft et al., 2006, p. 6), sendo sua importância percebida pelas escolas na atualidade (Silva e Correa, 2014). Nessa perspectiva, o dualismo das tecnologias móveis, no âmbito educacional, assinala que as consequências de seu uso podem ser tanto positivas quanto negativas, ou ainda ocorrerem conjuntamente (Saccol et al., 2011), pois “os resultados dependem da forma de utilização das ferramentas tecnológicas” (Oyama, 2011, p. 18).

As tecnologias destinadas ao processo de ensino/aprendizagem devem ser utilizadas objetivando a promoção desse processo de forma que apenas possuí-las não implicaria em desenvolvimento educacional. Dentre os aspectos positivos, pode-se destacar o acesso fácil, rápido e

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abrangente às informações; incentivando, assim, o aprendizado e a maleabilidade do tempo, ou seja, o “quando” que o indivíduo irá aprender, não o prendendo a um espaço formal ou ainda fixo de aprendizagem; a hipertextualidade; a recepção individualizada; a autonomia; a interação e a inovação (Porto, 2006; Saccol et al., 2011; Oyama, 2011). Já como aspectos negativos, tem-se a dependência; o isolamento entre os indivíduos; a diminuição na interação social; a alta probabilidade de distração e as interrupções, estas complicadoras do processo de ensino/aprendizagem; o comprometimento da privacidade; o imediatismo; a superficialidade e a sobrecarga cognitiva (Saccol et al., 2011; Oyama, 2011).

Diante deste contexto, desenvolveu-se o seguinte problema de pesquisa: “Quais as (des) vantagens do uso de laptops fornecidos pelo Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA) percebidas pelos alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Médio ‘Aprendiz’?”. Para tanto, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar quais as (des) vantagens do uso de laptops fornecidos pelo Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA) percebidas pelos alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”; sendo o mesmo desmembrado nos seguintes objetivos específicos: (i) compreender as tecnologias móveis e sem fio e sua relação com a educação, (ii) discutir as (des) vantagens do uso dos laptops fornecidos pelo PROUCA percebidas pelos alunos, e (iii) refletir a adoção de tecnologias móveis e sem fio no âmbito da educação.

Assim sendo, apresenta-se, na seção a seguir, o referencial teórico, com: (i) tecnologias móveis e sem fio, (ii) tecnologia e educação, (iii) tecnologias móveis e educação, e (iv) Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA). Após, é apresentado o método de pesquisa. A apresentação e discussão dos resultados e as considerações finais compõem a penúltima e a última seção da presente pesquisa, respectivamente.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 TECNOLOGIAS MÓVEIS E SEM FIO

Tratando-se de sistemas de informações, aplicações, dispositivos, ou negociações através das Tecnologias de Informação Móveis, Sem Fio e Ubíquas, diversas terminologias são utilizadas (Saccol e Reinhard, 2007). Quanto às tecnologias de informação móveis, o conceito de mobilidade apresenta uma relação com o de portabilidade, isto é, na capacidade de carregar os aparelhos de tecnologia da informação para qualquer lugar (Kalakota e Robinson, 2002 apud Saccol e Reinhard, 2007). O walkman é um exemplo de tecnologia móvel, pois foi elaborado para ser utilizado enquanto o indivíduo está em movimento, assim como o notebook, que se

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enquadra na categoria não tanto por ser móvel, mas por ser portátil; já os computadores e telefones são tecnologias móveis, mas não foram criados para serem movidos, embora consigam ser deslocados (Weilenmann, 2003).

Em determinadas ocasiões, a terminologia móvel é utilizada para tratar de aparelhos de Tecnologia da Informação Móveis e igualmente Sem Fio, ou seja, os termos “Móvel” e “Sem Fio” são tratados como sinônimos. Os Personal Digital Assistants (PDAs) e os telefones celulares, por exemplo, possuem a possibilidade de acessar uma rede, como a Internet, sem a necessidade de um fio (Saccol e Reinhard, 2007). Portanto, as tecnologias móveis compreendem mídias interativas que também ocasionam a interação, de forma que o usuário passa a ter a comunicação, de forma literal, em suas mãos, visto que possui a possibilidade de realizar download (apreender dados e informações da Internet) e de fazer upload (enviar dados e informações para a Internet). Assim, a comunicação encontra-se disponível em toda parte, momento e aparelho (Fedoce e Squirra, 2011).

A ampla difusão da comunicação móvel em distintas culturas e camadas sociais tem resultado em consideráveis efeitos sobre as diversas classes econômicas. Em relação ao contexto brasileiro, a tecnologia móvel tem ocasionado a amplificação de conexões, possibilitando variados desafios e oportunidades aos costumes sociais e às fronteiras entre os setores público e privado (Pellanda, 2009). 2.2 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Na sociedade do conhecimento, Fedoce e Squirra (2011, p. 270) destacam que “o processo de ensino-aprendizagem passa por grandes transformações e todas as formas de escola devem estar atentas à inovação, uma vez que novos paradigmas estão definindo e delineando os modelos pedagógico-estruturais”. Com o progresso da tecnologia e, consequentemente, com o aumento das facilidades de comunicabilidade online, em sua maioria móvel, os padrões e as técnicas utilizadas na esfera educacional possuem necessidade de uma reformulação (Fedoce e Squirra, 2011). Enfrentando a escola o “desafio de trazer para seu contexto as informações presentes nas tecnologias e as próprias ferramentas tecnológicas” (Porto, 2006), já que a mesma deve assimilar as transformações da sociedade e educar as pessoas a fim de desenvolvê-las da forma que a própria sociedade expecta (Pereira et al., 2012).

Com isso, é crescente a utilização de ferramentas digitais pela sociedade, bem como o uso de redes sociais. Por esse motivo, requer-se que as entidades de ensino aprovem e pasrequer-sem a implantar, no cotidiano da educação, as Tecnologias de Informação e Comunicação. Nesta perspectiva, o arquétipo educacional tradicional está sendo, paulatinamente, substituído por um modelo de ensino em que a

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atuação dos alunos em sua aprendizagem é mais ativa, tornando-os corresponsáveis pela assimilação da realidade que os rodeia e pela produção de conhecimento, pois passam a buscar mais informações e a compartilhar com os demais colegas e professores (Fedoce e Squirra, 2011).

Em relação às Tecnologias de Informação e Comunicação na educação, Cobcroft et al. (2006, p. 3) comentam que

A exposição constante às tecnologias digitais, gadgets, jogos e dispositivos móveis tem evoluído, sem dúvida, uma nova geração de estudantes, os “nativos”: aqueles alunos que pensam e processam informações fundamentalmente diferente dos seus antecessores, os “imigrantes”, cuja interação com estas ferramentas não é inata (Cobcroft et al.,

2006, p. 3, tradução nossa).4

De acordo com Fedoce e Squirra (2011), futuramente qualquer indivíduo poderá aprender praticamente tudo e com todos, seja qual for o ambiente e o horário (anytime, anywhere, anyhow). Já Porto (2006), salienta que há componentes vinculados às novas tecnologias que possuem potencial educativo, como, por exemplo, a recepção individualizada, a hipertextualidade, a rapidez, a realidade virtual, a digitação/ideologia, a interatividade e a participação. Os ensinamentos na educação escolar devem ser realizados com e através das tecnologias, pois é necessário “ultrapassar as relações com os suportes tecnológicos, possibilitando comunicações entre os sujeitos, e destes com os suportes tradicionalmente aceitos pela escola (livros, periódicos), até os mais atuais e muitas vezes não explorados no âmbito escolar (vídeos, games, televisão, Internet...)” (Porto, 2006, p. 49).

2.3 TECNOLOGIAS MÓVEIS E EDUCAÇÃO

A utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e Sem Fio (TIMS) causa uma ampliação dos desafios a serem enfrentados pela educação, fazendo com que os professores se adaptem à condição moldada por tais tecnologias (Bento e Cavalcante, 2013). As tecnologias móveis, quando aplicadas ou inseridas na educação, oportunizam novas maneiras de interação, seja com ambientes, pessoas e conteúdos. O laptop, o notebook, o palmtop e o

MP3 são exemplos de mídias móveis que possibilitam ao usuário uma

maior maleabilidade na atividade de comunicação em razão de suas características, como portabilidade, interatividade e mobilidade

4 “A constant exposure to digital technologies, gadgets, games, and mobile devices has

arguably evolved a new breed of student, the ‘natives’: those learners who think and process information fundamentally differently from their predecessors, the ‘immigrants’, whose interaction with these tools is not innate”.

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(Fedoce e Squirra, 2011; Rodrigues, 2012). Essas tecnologias móveis já se encontram presentes em salas de aulas e em diversas universidades (Pereira et al., 2012).

Segundo Moura (2009), o computador pessoal deixou de ser o único meio de obtenção de conteúdos multimídia, visto que as denominadas tecnologias móveis passaram a possibilitar tal atividade. É neste contexto que o surgimento do mobile learning, ou aprendizagem móvel, encontra-se presente. A aprendizagem móvel é uma extensão do e-learning e passou a representar um padrão moderno na esfera educacional e a incentivar a realização de diversas pesquisas (Moura, 2009). O conceito de m-learning pode ser entendido como sendo:

[...] processos de aprendizagem apoiados pelo uso de tecnologias da informação ou comunicação móveis e sem fio, cuja característica fundamental é a mobilidade dos aprendizes, que podem estar distantes uns dos outros e também de espaços formais de educação, tais como salas de aula, salas de formação, capacitação e treinamento ou local de trabalho (Saccol et al., 2011, p. 25).

Com a inserção das tecnologias móveis nas práticas pedagógicas, percebe-se que o processo de ensino-aprendizagem está em constante transformação, pois a educação não está totalmente imune aos efeitos negativos advindos do uso das tecnologias móveis, mas mostra-se incorporando-as de maneira gradativa e apreciando os seus impactos de forma que prevaleçam os positivos (Pereira et al., 2012; Rodrigues, 2012). Em relação aos aspectos positivos, quando utilizadas com objetivos específicos e bem definidos, as tecnologias móveis são capazes de ocasionar a interação, participação e cooperação, contribuindo no processo de ensino-aprendizagem (Porto, 2006; Pereira et al., 2012) e ajudando na disseminação do conteúdo pelo professor e pela assimilação, sem grandes esforços, pelos alunos (Oyama, 2011; Zego, 2011; Pereira et al., 2012).

Há também a mobilidade na educação através de múltiplos aplicativos educacionais específicos para diversas áreas do conhecimento, sendo que a prática do aprendizado pode ser dada em qualquer lugar e a qualquer hora (Fedoce e Squirra, 2011). Além disso, destacam-se a velocidade para encontrar resultados abrangentes de buscas; a conquista de autonomia; a operação multitarefas; e, igualmente, a possibilidade de aprendizagem através de atividades lúdicas, como jogos (Porto, 2006; Oyama, 2011). Sendo assim, Silva e Correa (2014, p. 29) mencionam que “o sujeito impactado por essas atividades, jamais voltará a ser o mesmo. Ele buscará construir sua própria busca, no seu contexto, visando um conhecimento a partir das tecnologias que se faz em rede”. Para Silva et al. (2016, p. 4), “as tecnologias da informação e comunicação podem contribuir com o acesso universal da educação, com a igualdade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem”.

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Quanto aos aspectos negativos do uso de tecnologias móveis na educação, Higuchi (2011), Lancha (2011) e Zego (2011) apontam que há situações em que tais tecnologias são introduzidas nas salas de aula sem um planejamento prévio da sua implementação e consequências, podendo afetar o rendimento dos alunos pelo seu uso demasiado, além da dispersão e distração. O isolamento é outro aspecto negativo, já que leva os alunos a passarem um maior período de tempo conectados a suas tecnologias móveis, em um mundo virtual, do que presentes com amigos, colegas e familiares (Higuchi, 2011; Lancha, 2011; Zego, 2011). Ademais, desvantagens como a dependência, o imediatismo e a superficialidade podem ser adquiridas pelos usuários, bem como o comprometimento da privacidade dos mesmos e a criação ou enfrentamento com identidades/perfis falsos (Oyama, 2011).

O telemóvel é um exemplo de tecnologia móvel que causou impasses em relação à sua utilização em sala de aula durante o início do século XXI, e para Moura (2009) a decisão baseava-se em permitir, ou não, a utilização dessa tecnologia móvel em sala de aula pelos alunos. O veto de sua não utilização é resultado do parecer negativo dos professores, os quais alegavam que os aparelhos móveis causavam distração e desconcentração aos alunos (Moura, 2009) e que os celulares mais atrapalhavam do que contribuíam (Silva e Correa, 2014). Porém, se houver educação digital, a utilização do telemóvel, no âmbito escolar, será de forma racional e instruída, possibilitando que o seu uso seja potencializado (Moura, 2009).

A escola possui a função principal de educar e, atualmente, possui também a de acrescentar valor ao uso das tecnologias móveis. Finardi et al. (2013) ressaltam a relação professor, tecnologia e aprendizagem e a necessidade da mediação digital, sendo de responsabilidade do professor propiciar aos alunos a mediação do conhecimento (Camas apud Portal Brasil, 2014). Deste modo, a escola deve realizar ações com o intuito de que os alunos vislumbrem as tecnologias móveis como ferramentas que irão proporcioná-los um alcance maior de conhecimentos e aperfeiçoamento (Pereira et al., 2012).

2.4 PROGRAMA UM COMPUTADOR POR ALUNO – PROUCA

O Projeto Um Computador Por Aluno iniciou-se no Brasil em junho de 2005 por meio da apresentação da concepção do laptop educacional, formulada por Nicholas Negroponte, em Brasília-DF, para o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia inicial era de fabricar um laptop que não ultrapassasse o custo máximo de US$ 100 por unidade (Ministério da Educação, 2014).

Foi instituído, em junho de 2005, um grupo de trabalho para realizar a avaliação do projeto nos âmbitos pedagógico e tecnológico. O grupo era constituído pelo Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI), pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo

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Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA). Em julho de 2006, houve a conclusão dos trabalhos realizados pelo referido grupo e o apontamento da necessidade de executar testes iniciais em escolas do país. No ano subsequente, deu-se a formalização do projeto e a caracterização de suas diretrizes pedagógicas (Ministério da Educação, 2014).

Os primeiros testes (fase 1), em escolas5 previamente escolhidas, iniciaram no período de março a agosto de 2007. Porém, somente em 2009 houve a avaliação e consolidação dos testes (fase 1) e a produção de três tipos de relatórios pelos pesquisadores envolvidos: (i) descrição e contexto da escola; (ii) infraestrutura e questões técnicas; e (iii) problemas e soluções relacionadas à gestão da escola. Estes relatórios ajudaram na replicação dos testes em outras fases do projeto (Ministério da Educação, 2014). Contudo, somente no final de 2009 foi publicada a Medida Provisória de n. 472, criando o Programa Um Computador por Aluno e o Regime Especial para Aquisição de Computadores para Uso Educacional (RECOMPE). Esta Medida Provisória foi convertida na Lei n. 12.249, de 11 de junho de 2010 (Brasil, 2010, 2009; Ministério da Educação, 2014).

Em 2010, concluiu-se o processo de licitação iniciado em 2008, sendo a CCE, em consórcio com a DIGIBRAS e METASYS, a empresa vencedora do pregão n. 107/2008. A empresa concordou em ofertar 150.000 laptops, com um custo unitário de aproximadamente R$ 550,00, para aproximadamente 300 escolas brasileiras. Os laptops distribuídos possuem as seguintes características técnicas: tela de cristal líquido de sete polegadas; capacidade de armazenamento de 4

gigabytes; 512 megabytes de memória; bateria com autonomia

mínima de três horas e peso de 1,5 quilogramas. O objetivo do Um Computador Por Aluno está pautado em ser um projeto de cunho educacional que utiliza a tecnologia e a inclusão digital, ajudando a tornar mais denso o conjunto produtivo comercial no país. Neste sentido, o funcionamento do projeto fornecerá suporte aos alunos, aos professores, bem como laptops para ambos, e a escola receberá infraestrutura para acesso à internet, tal como capacitação para os gestores e professores no uso desta tecnologia móvel e sem fio (Ministério da Educação, 2014). A seguir, é apresentada a metodologia utilizada na presente pesquisa.

3. METODOLOGIA

A presente pesquisa possui natureza empírica, abordagem quantitativa e caracteriza-se como descritiva (Gil, 2010; Hair et al., 2005; Marconi e Lakatos, 2009). O método utilizado foi o estudo de

5 Os seis municípios em que o projeto esteve presente em todas as escolas do mesmo, foram:

(i) Barra dos Coqueiros/SE, (ii) Caetés/PE, (iii) Santa Cecília do Pavão/PR, (iv) São João da Ponta/PA, (v) Terenos/MS, e (vi) Tiradentes/MG.

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caso, de forma que proporcionou analisar a utilização dos laptops fornecidos pelo PROUCA (tecnologia móvel e sem fio) fornecendo uma visão sobre os aspectos positivos e negativos percebidos pelos alunos pela utilização dos equipamentos em sala de aula (Gil, 2010).

A coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário estruturado elaborado pelos autores, durante o mês de março de 2014, aos alunos das oitavas séries do Ensino Fundamental, da Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”, presentes nos dias de visitas, compreendendo uma amostra de 51 respondentes. O instrumento de coleta de dados estava estruturado em duas seções: a primeira compreendia os dados demográficos dos respondentes (Marconi e Lakatos, 2009) e a segunda à utilização dos laptops (tecnologia móvel e sem fio) e educação, como pode ser observado no Quadro 1. Destaca-se que apenas a questão de número 1, da Destaca-seção 2 (relativa ao tempo de uso do laptop), não era possível, ao respondente, assinalar mais de uma alternativa.

Quadro 1 – Síntese do instrumento de coleta de dados

Seção 1

Tema Variáveis Referências

Perfil dos respondentes considerando

variáveis demográficas.

Gênero e idade. Elaborado pelos autores. Seção 2

Tema Variáveis Referências

Tecnologia móvel e sem fio e

educação.

06 questões relacionadas ao tempo e aos lugares de uso, dentro e fora de

sala de aula, dos

laptops; e os aspectos

positivos e negativos percebidos pelos alunos

desta tecnologia.

Elaborado pelos autores de acordo com Cobcroft et al.

(2006); Porto (2006); Moura (2009); Fedoce e

Squirra (2011); Higuchi (2011); Lancha (2011); Saccol et al. (2011); Zego

(2011); Pereira et al. (2012); Rodrigues (2012); Bento e Cavalcante (2013) e Silva e Correa (2014);. Fonte: Elaborado pelos autores

Os dados coletados foram tabulados e analisados através da estatística descritiva com o auxílio do software Excel®. Para a estatística descritiva, foram utilizados os percentuais (seção 1: do perfil dos respondentes, e seção 2: questão de número 1) e as frequências de respostas (seção 2: questões de número 2, 3, 4 5 e 6) (Downing e Clark, 2011). A seção seguinte apresenta os resultados e sua discussão.

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4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Em relação ao perfil demográfico apresentado pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”, identificou-se a prevalência do gênero feminino (59%). A maioria dos alunos possui 13 anos (48%), seguidos dos que possuem 14 anos (29%), 15 anos (13%), 16 anos (6%) e 17 anos (2%). Apenas 2% dos respondentes possuem 12 anos.

A seguir serão discutidos os resultados referentes às respostas dos alunos às questões sobre a tecnologia móvel e sem fio e educação. Quanto ao tempo de uso do laptop pelos alunos, apenas 6% assinalaram a alternativa “ainda não tenho”, estes por serem repetentes de série. Os que assinalaram o tempo de uso “de 1 a 6 meses” representam 27% dos alunos. A maioria assinalou a alternativa de tempo de uso que compreende “de 6 meses a 1 ano” (55%), o que representa que os alunos receberam o laptop quando ainda estavam cursando a sétima série do ensino fundamental. Ainda, 12% dos respondentes disseram utilizar o laptop há “mais de 1 ano”.

Em relação aos lugares em que os alunos utilizam o laptop (Gráfico 1), a maioria utiliza em “casa” (45%) e em “sala de aula” (41%). Lugares como “biblioteca”, “pátio da escola” e “lugares públicos” obtiveram igualmente 4%, e apenas 2% dos respondentes assinalaram a opção “outros”, revelando utilizar o laptop na zona rural. O único lugar em que os respondentes não utilizam o laptop é no “refeitório da escola”.

Gráfico 1 – Lugares em que os alunos utilizam o laptop

Fonte: Dados da Pesquisa

No que diz respeito aos motivos que levam os alunos a usarem o

laptop em sala de aula (Gráfico 2), o mais citado foi com foco na

diversão, ou seja, utilizam o laptop para “jogos” (25%). Quanto à utilização de jogos na educação, acredita-se que, quando desenvolvidos acertadamente, os jogos educacionais podem instigar uma aprendizagem divertida, especialmente na educação infantil. Os jogos com utilidade educativa podem desenvolver a memória, o

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Refeitório da escola Outros Biblioteca Pátio da escola Lugares públicos (praças, na rua) Sala de aula Casa

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raciocínio lógico e a coordenação motora dos alunos, porém o seu uso exagerado pode acarretar em uma grave dependência e o enfraquecimento do convívio social (Oyama, 2011).

Além disso, 19% dos respondentes disseram utilizar o laptop em sala de aula para a realização de “trabalhos em grupo”, os quais, como consequência, demandam “pesquisas de materiais” (18%). Os respondentes ainda afirmaram utilizar o laptop em sala de aula para “ouvir músicas” (17%), para “assistir vídeos” (11%) e para acessar as “redes sociais” (7%). Apenas 3% dos respondentes assinalaram o motivo “outros”, porém não foi possível descrever para quais outros fins são utilizados os laptops em sala de aula, devido ao fato de não ter sido justifcado pelos alunos.

Gráfico 2 - Motivos que levam os alunos a usarem o laptop em sala de aula

Fonte: Dados da Pesquisa

Por outro lado, no que se refere aos motivos que levam os alunos a usarem o laptop fora da sala de aula (Gráfico 3), tem-se, novamente, o foco na diversão, ou seja, para “jogos” (24%). Assim, como em sala de aula, os respondentes utilizam a tecnologia móvel e sem fio com a finalidade de entretenimento. Os respondentes também utilizam o

laptop fora da sala de aula para “ouvir músicas” (21%), para acessar

as “redes sociais” (20%) e para “assistir videos” (15%).

Os únicos dois motivos relacionados às atividades escolares ocupam as últimas duas posições. A esse respeito, 11% dos alunos responderam utilizar o laptop fora da sala de aula para a realização de “trabalhos em grupo” e apenas 9% disseram utilizá-lo para “pesquisar materiais”. O motivo “outros” não foi escolhido por nenhum dos respondentes.

Gráfico 3 - Motivos que levam os alunos a utilizaram o laptop fora da sala de aula 0 5 10 15 20 25 30 Outros Redes sociais Assistir vídeos Ouvir música Pesquisas de materiris Trabalhos em grupo Jogos

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Fonte: Dados da Pesquisa

No que se refere às vantagens percebidas pelos alunos quanto ao uso dos laptops (Gráfico 4), a mais citada foi a de que “encontram materiais para a escola de forma rápida”(24%). A segunda vantagem refere-se ao “uso para fins educacionais” (19%), pois os alunos utilizam o laptop visando atender os exercícios propostos pelos professores, auxiliando-os, assim, no processo de aprendizagem. A terceira vantagem percebida pelos respondentes é o “uso para o entretenimento” (18%).

Os resultados (Gráfico 2 e Gráfico 3) demonstram que, embora o projeto seja de cunho educacional, os alunos enfatizam o entretenimento (jogos, ouvir música, assistir vídeos e acessar as redes sociais) como utilidade maior do laptop, tanto dentro quanto fora da sala de aula, o que pode ser interpretado como uma distorção do objetivo principal do programa governamental, principalmente por tais jogos não poderem ser considerados de cunho educativo. A esse respeito, conforme Oyama (2011), os jogos educativos corroboraram com o desenvolvimento da memória, do raciocínio lógico e da coordenação motora dos alunos de maneira mais estimulante e, de acordo com Fedoce e Squirra (2011), podem ser utilizados em sala de aula sem que haja o comprometimento do rendimento dos alunos.

Assim sendo, pode-se dizer que os benefícios apontados pelos alunos os quais dispõem de laptops, são positivos, pois perceberam uma maior eficiência no que se refere aos estudos e ao aspecto de entretenimento. Isto vai ao encontro do que Pereira et al. (2012) e Rodrigues (2012) destacam, pois as tecnologias móveis devem ser utilizadas como facilitadoras da relação professor-aluno, uma vez que há inúmeros aplicativos educacionais para diversas áreas do conhecimento, sendo que o professor poderá utilizá-los da melhor forma, estimulando, assim, o processo de ensino-aprendizagem e novas formas de interação entre os alunos, conforme Fedoce e Squirra (2011).

A quarta vantagem percebida foi a de conseguir “aprender coisas diversas em pouco tempo” (16%). Este processo está associado ao uso da tecnologia móvel e sem fio como facilitadora do processo de

ensino-0 5 10 15 20 25 30 Outros Pesquisas de materiris Trabalhos em grupo Assistir vídeos Redes sociais Ouvir música Jogos

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aprendizagem, o que vai ao encontro do que Fedoce e Squirra (2011), Pereira et al. (2012) e Rodrigues (2012) mencionam. Para os autores, as tecnologias móveis devem ser utilizadas como facilitadoras da relação professor-aluno, principalmente por haver múltiplos aplicativos educacionais que podem ser utilizados para incentivar o processo de ensino-aprendizagem e novas formas de interação entre os alunos. Outra vantagem destacada pelos respondentes foi a de possuírem “acesso a uma tecnologia móvel e sem fio” (14%). De fato, conforme Weilenman (2003) e Saccol e Reinhard (2007), o laptop pode ser carregado para qualquer lugar, não dependendo de instalações físicas, como o caso do computador de mesa (desktop). Por fim, 9% dos respondentes veem como vantagem do laptop o “uso para fins pessoais”.

Gráfico 4 - Vantangens percebidas pelos alunos quanto o uso do

laptop

Fonte: Dados da Pesquisa

Em relação às desvantagens percebidas pelos alunos quanto ao uso do laptop (Gráfico 5), a mais citada foi o “desvio de atenção” (29%), esta quando o aluno se encontra em sala de aula. Neste ponto, Higuchi (2011), Lancha (2011) e Zego (2011) corroboram dizendo que quando as tecnologias móveis são introduzidas na educação sem o planejamento prévio da sua implementação e consequências, podem acarretar em sérios prejuízos ao rendimento dos alunos pelo seu uso exacerbado, bem como distração e dispersão. A segunda e a terceira desvantagens citadas foram de que “o laptop é lento” (27%) e “é muito pesado para carregar” (17%).

Quanto às desvantagens “lentidão” e “peso” do laptop percebidas pelos alunos, pode-se dizer, de acordo com o Ministério da Educação (2014), que o equipamento possui, como características técnicas, apenas 512 megabytes de memória e 4 gigabytes de capacidade de armazenamento, o que o torna uma tecnologia móvel e sem fio de baixo processamento e arquivamento de informações. Assim como o seu peso, de 1,5 quilogramas, que, para ser carregado demanda um maior esforço físico por parte dos alunos, principalmente quando

0 5 10 15 20

Uso para fins pessoais Tenho acesso a uma tecnologia… Consigo aprender coisas diversas em… Uso para entretenimento Uso para fins educacionais Encontro materiais para a escola…

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carregado com materiais escolares (livros, cadernos, etc.).

Outras duas desvantagens percebidas pelos alunos foram de que “quando estão mexendo no laptop não gostam de ser incomodados” (17%) e de que “preferem mexer no laptop do que estar com amigos/colegas” (10%). Estas desvantagens podem ser associadas ao isolamento dos alunos do convívio com os demais colegas, amigos e familiares, uma vez que deixam de interagir com estes para se conectarem a um mundo virtual. A esse respeito, Higuchi (2011), Lancha (2011) e Zego (2011) comentam que o isolamento é outro aspecto negativo do uso de tecnologias móveis na educação, assim como a utilização demasiada de jogos que, conforme Oyama (2011) causa o enfraquecimento do convívio social. Por fim, nenhum dos respondentes assinalou a alternativa “não sei mexer”.

Gráfico 5 - Desvantagens percebidas pelos alunos quanto ao uso do

laptop

Fonte: Dados da Pesquisa

Percebe-se que a inclusão de tecnologias móveis e sem fio na educação, neste caso, o laptop do PROUCA, implementado pelo governo federal brasileiro, apresenta tanto impactos benéficos como maléficos aos seus usuários. Conforme Silva (2011), o investimento em tecnologia na Educação Básica Brasileira não gerou a qualidade esperada na educação, sendo destacada a relevância do papel do professor e da carreira de magistério para a eficiente adoção das TICs, nesse contexto.

Com esta constatação, é possível que o governo em geral e os professores das escolas públicas, em especial a Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”, incrementem ações educativas realizadas a partir de estudos com o laptop, visando à redução dos malefícios no processo de ensino-aprendizagem dos alunos e à potencialização dos benefícios. A seguir são apresentadas as considerações finais da presente pesquisa.

0 5 10 15 20

Não sei mexer Prefiro mexer no laptop do que…

É muito pesado para carregar Quando estou mexendo no laptop…

O laptop é lento Desvia a minha atenção em sala de…

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que a relação escola-tecnologia necessita ser melhor apreciada e incorporada na esfera educacional, caso contrário a tecnologia irá comprometer em vez de agregar. Conforme Silva e Correa (2014, p. 26), “pensar no processo de ensino e aprendizagem em pleno século XXI sem o uso constante dos diversos instrumentos tecnológicos é deixar de acompanhar a evolução que está na essência da humanidade”.

Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo principal analisar as (des)vantagens do uso de laptops fornecidos pelo Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA) percebidas pelos alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Médio “Aprendiz”. Identificou-se que os alunos percebem como principais vantagens a busca de materiais para a realização de atividades escolares de forma rápida e seu uso para fins educacionais; por outro lado, como principais desvantagens, a tecnologia móvel e sem fio desvia a atenção quando utilizada em sala de aula e é muito lenta, principalmente devido às suas características técnicas.

Quanto às vantagens percebidas pelos alunos respondentes, Fedoce e Squirra (2011) e Oyama (2011) destacam que os jogos, desde que educativos, podem ser incorporados em sala de aula sem que haja o comprometimento do rendimento dos alunos, uma vez que atuam desenvolvendo a memória, o raciocínio lógico e a coordenação motora destes. Já em relação às desvantagens, Moura (2009) e Saccol et al. (2011) afirmam que a utilização de tecnologias na educação pode provocar a distração nos alunos. A desvantagem mais citada pelos alunos respondentes deve ser vista como comprometedora do processo de ensino-aprendizagem. A esse respeito, Higuchi (2011), Lancha (2011) e Zego (2011) apontam, em seus estudos, que os alunos podem possuir uma aprendizagem incompleta devido à dispersão e à distração quanto ao uso de tecnologias móveis, comprometendo, assim, seus rendimentos escolares.

Em relação ao perfil dos respondentes, percebeu-se que a maioria é do gênero feminino, com idade predominante de 13 anos. Sobre as demais questões, tangenciando a tecnologia móvel e sem fio e educação, tem-se que o tempo de uso do laptop é relativamente recente, pois a maioria dos alunos o utiliza entre 6 meses e 1 ano e os lugares em que mais o utilizam são em suas casas e em sala de aula. O motivo maior que leva os alunos a utilizar o laptop dentro e fora de sala de aula é para diversão.

Como limitações da pesquisa, menciona-se o número de questionários respondidos e a aplicação da pesquisa em uma única escola pública da cidade de Santana do Livramento-RS. Em relação aos respondentes, por serem alunos das oitavas série do ensino fundamental, o instrumento de coleta de dados foi estruturado pelos autores com questões pontuais, sucintas e fundamentadas sobre o tema da tecnologia móvel e sem fio e educação, o que impossibilitou o

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aprofundamento das questões referentes às (des)vantagens da utilização do laptop do PROUCA.

Como recomendações de estudos futuros, sugere-se replicar a presente pesquisa em mais escolas públicas do país e ampliar a amostra, podendo, inclusive, ser realizada junto aos professores, diretores e demais indivíduos envolvidos no PROUCA. Ademais, sugere-se pesquisas acadêmicas que tangenciem, de forma mais profunda, as (des)vantagens do uso do laptop e como estas são gerenciadas pelos agentes educadores e pelo governo. Assim sendo, esta pesquisa apresenta parâmetros que evidenciam, ao governo e agentes educadores, os desafios existentes na utilização do laptop do PROUCA na educação, podendo, estes últimos, aproveitarem os resultados desta pesquisa em prol do melhoramento do processo de ensino-aprendizagem do nosso país.

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