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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Farmácia Moderna (Guarda)

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

ANA CAROL INA AMADOR DE SOUSA

REL ATÓRIO PARA A OBT ENÇÃO DO GRAU DE L IC ENDIADO EM FARMÁCIA - 1º CICLO

Janeiro|2014

Escola Superior de Saúde

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2 CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO

4º ANO / 1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

ANA CAROL INA AMADOR DE SOUSA SUPERVISOR: DR. ANDRÉ ARAÚJO ORIENTADOR: DR.ª RAQUEL VIDEIRA LOPES ANDRADE

Janeiro|2014

Escola Superior de Saúde

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3

LISTA DE SIGLAS

AIM -Autorização de Introdução no Mercado;

ANF- Associação Nacional das Farmácias;

ARS- Administração Regional de Saúde;

BPF - Boas Práticas de Farmácia para a Farmácia Comunitária;

CCF - Centro de Conferência de Faturas;

CEDIME - Centro de Documentação e de Informação de Medicamentos;

CNPEM - Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos

DCI- Denominação Comum Internacional;

EMA - Agência Europeia do Medicamento

FM- Farmácia Moderna;

GH - Grupo Homogéneo;

INFARMED- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.;

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado;

MNSRM- Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica;

MSRM- Medicamentos Sujeitos a Receita Médica;

MSRME- Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial;

PVP- Preço de Venda ao Público;

RAM – Reações Adversas ao Medicamento;

RCM- Resumos das Características do Medicamento;

SNS- Serviço Nacional de Saúde;

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4 Terminada mais uma etapa do meu percurso académico, não poderia deixar de agradecer, em primeiro lugar, à Exma. Sra. Dr.ª Raquel Videira Lopes Andrade, por ter autorizado a realização do meu estágio na Farmácia Moderna e pela simpatia e carinho com que me acolheu. Sinto-me realizada e grata para com toda a equipa de trabalho da Farmácia Moderna, que com bom agrado me recebeu desde o primeiro momento, transmitindo o seu conhecimento e experiência e também pelo apoio em certos momentos menos bons. Acho pertinente citar alguns nomes de pessoas que se destacaram nesta experiência, por toda a simpatia, amizade e apoio que sempre demonstram para comigo, pela partilha de conhecimentos, que tanto contribuiu para a minha formação na farmácia comunitária, entre elas: Dr.ª Carla Forte Marques; Dr.ª Tânia Martinho; Dr. Alexandre Lote; Dr.ª Sofia Jorge; Dr.ª Joana Conde;Dr.ª Vanina Nunes; Hugo Santos, Filipa Pais; Francisco Inácio; Anabela Varges, Marco Macedo. Queria também agradecer à colega que fez estágio no mesmo período na Farmácia Modena, Ana Vasconcelos, que com amizade e disponibilidade me apoiou, partilhou dúvidas e momentos bons e menos bons. Um muito obrigada aos meus orientadores pedagógicos da Escola Superior de Saúde da Guarda, Dra. Fátima Roque e Dr. André Araújo por tornarem possível a realização deste estágioProfissional.

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5

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1- Factura/Guia de Remessa ... 58

Anexo 2-Nota de devolução ... 59

Anexo 3- Nota de Crédito ... 60

Anexo 4 - Receita médica não renovável ... 61

Anexo 5 - Receita médica renovável ... 62

Anexo 6 - Receita médica manuscrita ... 63

Anexo 7 - Impresso do processamento informático da receita ... 64

Anexo 8 - Receita médica especial (medicamentos psicotrópicos e estupefacientes) ... 65

Anexo 9 - Ficha de manipulação ... 66

Anexo 10- Ficha de registo de movimento de matérias-primas ... 67

Anexo 11 - Rótulo de um medicamento manipulado e respetiva receita ... 68

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6

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I- Diferença entre a quantidade encomendada e recepcionada. ... 23 Tabela II- Equipamento de laboratório mínimo de existência obrigatória ... 43

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7

ÍNDICE

LISTA DE SIGLAS ... 3

ÍNDICE DE ANEXOS ... 5

INTRODUÇÃO ... 9

1- ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA... 11

1.1- CARACTERIZAÇÃO EXTERIOR DA FARMÁCIA ... 11

1.2- O ESPAÇO INTERIOR DA FARMÁCIA ... 12

1.3- RECURSOS HUMANOS ... 16

1.4. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DA FARMÁCIA MODERNA ... 16

1.5-APLICAÇÃO INFORMÁTICA NA FARMÁCIA ... 17

1.6- INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO CIENTÍFICA ... 18

2- ENCOMENDAS E APROVISIONAMENTO... 20

2.1. GESTÃO DE STOCKS ... 20

2.2. ENCOMENDAS ... 20

2.2.1. Realização de Propostas de Encomenda ... 20

2.2.2. Receção e Conferência de Encomendas ... 22

2.2.3. Critérios e Condições de Armazenamento ... 24

2.3. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 25

3- OS MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE... 27

3.1- MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ... 27

3.2- MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ... 28

3.3- MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES ... 28

3.4- PREPARAÇÕES OFICINAIS E MAGISTRAIS ... 29

3.5- PRODUTOS PARA ALIMENTAÇÃO ESPECIAL E DIETÉTICOS ... 29

3.6- PRODUTOS COSMÉTICOS E DERMOFARMACÊUTICOS ... 30

3.7- FITOTERAPIA E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS ... 31

3.8- DISPOSITIVOS MÉDICOS ... 31

3.8- MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO ... 32

4- DISPENSA DE MEDICAMENTOS ... 33

4.1. DISPENSA DE MSRM ... 33

4.1.1. Modelos de receita médica ... 34

(9)

8

4.2- INDICAÇÃO FARMACÊUTICA E AUTOMEDICAÇÃO ... 38

5- FARMACOVIGILÂNCIA ... 41

6- MEDICAMENTOS MANIPULADOS ... 42

7- RECEITUÁRIO/FATURAÇÃO ... 46

8- OUTROS CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA ... 48

ANÁLISE CRÍTICA ... 53

CONCLUSÃO ... 54

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9

INTRODUÇÃO

O relatório que se segue surge no âmbito da realização do Estágio Profissional I que se insere no plano curricular do primeiro semestre do quarto ano do curso de Farmácia 1º ciclo da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda. Este teve a duração de 490 horas, desde o dia 1 de outubro de 2013até ao dia 17 de janeiro do ano de 2014.

O Estágio Profissional I foi realizado na Farmácia Moderna (FM),no concelho de S.Miguel, Guarda, tendo sido orientado pedagogicamente pelos professores Dr. André Araújo. O estágio no local onde foi realizado, foi supervisionado pela Dr.ª Raquel Videira Lopes Andrade.

Segundo o Decreto-Lei nº. 87.497/82, o Estágio é definido como, “as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais da vida e trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino” [1]

O Decreto-lei n.º 564/99 de 21 de dezembro refere como conteúdo funcional do Técnico de Farmácia (TF) o desenvolvimento de "actividades no circuito do medicamento, tais como análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e das fórmulas farmacêuticas, sua separação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso dos medicamentos". [2]

Este estágio permite ao aluno assumir conhecimentos em contato direto com o utente/cliente, com base na aprendizagem adquirida na parte teórica aplicando-a num contexto real, onde não só a teoria está presente mas todo um conjunto de situações que preparam o estudante para dar resposta às exigências do consumidor, promovendo a integração à vida profissional.

Os objetivos deste estágio são favorecer, em contexto real, a integração das aprendizagens que vão sendo desenvolvidas ao longo do curso, de modo que o perfil do estudante vá ao encontro das competências necessárias no âmbito da sua formação; preparar o estudante para dar resposta às exigências da sociedade, promovendo a socialização e integração profissional.[3]

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10 O estágio é assim sujeito a frequência e realização obrigatória sendo também avaliado na componente prática, estágio em si e na componente teórica, culminando na descrição do estágio num relatório escrito.

Deste modo, este relatório foi elaborado com o objetivo de descrever todas as atividades realizadas ao longo do estágio. Este documento está organizado em vários capítulos para que seja mais facilmente analisado. Por fim será dada a minha opinião na análise crítica.

Para a sua realização foram usadas as experiências adquiridas durante o Estágio Profissional I e os conhecimentos teóricos e teórico-práticos que ao longo dos últimos anos assimilei.

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11

1- ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA

MODERNA

A FM localiza-se na Avenida São Miguel da Guarda. Esta farmácia está situada numa zona onde vivem e trabalham um grande número de habitantes da cidade, estando também próxima do Centro de Saúde que serve todos os habitantes da Freguesia de São Miguel da Guarda. A sua localização contribui para a diversidade de utentes da Farmácia e consequentemente para a variedade de serviços prestados. Esta farmácia existe há trinta anos. Inicialmente era designada "Farmácia Piné", tendo pertencido a outros donos. Há quinze anos passou a chamar-se "Farmácia Moderna". Os atuais donos mativeram o nome da farmácia, no entanto mudou a sua localização tendo esta sido remodelada há cerca de cinco anos.

Esta farmácia pertence a um grupo de quatro farmácias distribuídas nos distritos de Viseu e Guarda. Este grupo tem a designação de Videira Lopes, Saúde, e patilham a mesma entidade patornal, pelo que se torna benéfico no intercâmbio de produtos de saúde entre as farmácias.

1.1- CARACTERIZAÇÃO EXTERIOR DA FARMÁCIA

A FM marca a diferença pelas suas características requintadas, pela sua modernidade, aspecto actual com pormenores selectos e bem desenhados.

A farmácia possui duas grandes montras, onde estão expostos produtos à venda na farmácia, o que contribui para uma boa iluminação natural do espaço interior, cativando a apreciação e preferência dos utentes deste espaço.

O exterior da farmácia deve ser característico e profissional, facilmente visível e identificável, requisito descrito nas Boas Práticas Farmacêuticas (BPF) para farmácia comunitária.[4] No exterior do edifício está inscrito o nome da Farmácia, "Farmácia Moderna ", o nome da Diretora Técnica e o respectivo grupo Videira Lopes, Saúde, em letreiro iluminado durante a noite e colocado perpendicularmente à frontaria do edifício, de modo a ser visto com mais facilidade. Neste espaço exterior está presente ainda o símbolo da cruz verde e a informação acerca dos horários de funcionamento e das farmácias em regime de serviço permanente, bem como a respetiva localização e contacto.

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12 É um local de fácil acessibilidade, devidamente munido com portas automáticas e com uma rampa de acesso, o que se revela de extrema importância para pessoas portadoras de deficiência física, crianças e idosos, que constitui um requisito de qualidade das BPF. Possui ainda um postigo de atendimento nocturno que permita preservar de possíveis violências à integridade física dos profissionais da Farmácia.[5]

1.2- O ESPAÇO INTERIOR DA FARMÁCIA

Interiormente, a FM, especialmente a zona de atendimento ao público, apresenta um aspecto moderno, proporcionando um ambiente airoso e acolhedor.

O Decreto -Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, veio estabelecer o novo regime jurídico das farmácias de oficina. A Deliberação n.º 2473/2007 de 24 de dezembro, anexo ao próprio regime jurídico, estipula quais são as áreas mínimas para uma farmácia e as suas respetivas divisões.

As farmácias devem assim ter uma área útil total mínima de 95 m².As farmácias devem dispor, obrigatória e separadamente, das seguintes divisões:[6]

a) Sala de atendimento ao público com, pelo menos, 50 m²; b) Armazém com, pelo menos, 25 m²;

c) Laboratório com, pelo menos, 8 m2;

d) Instalações sanitárias com, pelo menos, 5 m²;

e) Gabinete de atendimento personalizado, exclusivamente para a prestação dos serviços a que alude o n.º 2 do artigo 3.º da Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro, com, pelo menos, 7 m².

A FM encontra-se em conformidade com a legislação supracitada, encontrando-se organizada fisicamente pelas encontrando-seguintes áreas:

1. Área de atendimento ao público;

2. Área de receção e conferência de encomendas;

3. Local de armazenamento dos Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)

4. Armazém geral I; 5. Armazém geral II; 6. Laboratório

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13 8. Escritório da direção técnica;

9. Instalações sanitárias; 10.Copa.

Como referenciado nas BPF, esta farmácia contém sistemas de alarme contra intrusão/furto e incêndios.[4]

1-Área de atendimento ao público

A zona de atendimento ao público é, por excelência, o local mais importante da farmácia. É aqui que ocorre o primeiro contacto do utente com o profissional de sáude, e onde se desenvolve todo o processo de atendimento e aconselhamento. Na FM, esta é uma área ampla, possibilitando uma boa circulação do utente. É bem iluminada, com um ambiente calmo, harmonioso e acolhedor, o que permite uma perfeita comunicação entre o utente e o profissional de saúde. Nesta farmácia cada profissional tem o seu próprio posto/balcão de atendimento. Existem nove balcões, e é a ordem de senhas que vai ditar o posto em que cada utente vai ser atendido. Isto permite uma atividade simultânea de vários funcionários, traduzindo-se numa melhor qualidade e rapidez de atendimento. Existe ainda dois balcões que se destinam particularmente à cosmética e à ortopedia e puericultura, respetivamente. Em toda a zona de atendimento ao público, observa-se uma exposição de produtos de aquisição/venda livre, dividida por categorias: puericultura, alimentação infantil, produtos de emagrecimento, suplementos alimentares, produtos capilares, produtos de higiene oral, higiene íntima, dermocosmética, e lineares destinados ao mercado sazonal (cosméticos solares, produtos de emagrecimento, antitússicos, antigripais, etc).Esta estratégia permite rentabilizar espaço na farmácia, dispondo os produtos de forma atrativa para o consumidor. Existe também uma área de espera com cadeiras para os utentes e/ou acompanhantes e uma zona infantil de entretenimento.

2- Área de receção e conferência de encomendas

A área de receção e conferência de encomendas é uma zona resguardada do público e é destinada à descarga de encomendas, bem como à sua receção por parte de um responsável. Este encontra-se encarregue de conferir a encomenda, introduzi-la no sistema informático, através da leitura óptica. Para que estas tarefas sejam concretizadas

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14 da melhor maneira este espaço é amplo e existem dois terminais informáticos, bem como prateleiras onde são arquivados documentos importantes. Esta zona é também utilizada para o controlo dos prazos de validade, verificação/correção de preços e marcação de preços. Existe ainda neste espaço dois armários, um destinado aos medicamentos reservados e outro no qual se colocam os medicamentos destinados às restantes farmácias do grupo Videira Lopes, Saúde.

3- Local de armazenamento de MSRM

Nesta zona encontra-se um armário com gavetas deslizantes onde se arrumam MSRM por ordem alfabética do nome do titular da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) e segundo a sua forma farmacêutica.

Os medicamentos psicotrópicos encontram-se armazenados separadamente numa gaveta, respeitando assim as normas legais de armazenamento e conservação deste tipo de medicamentos.

Também se encontra localizado neste local um frigorifico, devidamente controlado em termos de temperatura e humidade, e no qual se armazenam os produtos que requerem conservação no frio.

4- Armazém geral I

Este armazém está subdividido em diferentes áreas, entre elas, medicamentos sazonais, xaropes, medicamentos genéricos (arrumados por ordem alfabética da substâcia ativa), pomadas/ cremes, produtos de higiene oral e íntima, produtos de dermocosmética, dispositivos médicos, suplementos alimentares, nutrição e dietética e medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), papas e leites infantis.

5- Armazém geral II

No segundo piso da farmácia está situado um segundo armazém destinado ao armazenamento de produtos de grande volume, sapatos ortopédicos e de criança, fraldas e consumíveis, puericultura de grande volume, entre outros.

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15 6- Laboratório

O laboratório da FM é constituído por uma zona para manipulação e armários para armazenamento das matérias-primas e de literatura de apoio necessária à execução dos manipulados. A zona de manipulação apresenta uma bancada de superfície lisa e de fácil limpeza, onde se podem observar uma balança analítica, um banho de água termostatizado e um pórfiro, bem como outro material de laboratório necessário à realização dos manipulados.

7- Zona de atendimento personalizado

A FM possui dois gabinetes de atendimento personalizado que gera um clima mais privado com o utente, destinadas a consultas periódicas com diversos profissionais de saúde, bem como eventuais conversas mais reservadas com o utente. Existem consultas de podologia, nutricionismo, medicina tradicional chinesa, hidrolinfa e audiologia. Existe ainda um outro gabinete onde se efetua a avaliação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos. Estas zonas de atendimento personalizado são destinadas a desenvolver um clima de privacidade, confiança e atenção exclusiva.

8- Escritório da direção técnica

O escritório da direcção técnica é o local onde se orienta toda a atividade da FM, destinando-se, fundamentalmente, à gestão, administração e contabilidade da farmácia. Além de um terminal informático, dispõe de bastante documentação na área farmacêutica para consulta dos profissionais de saúde. É ainda neste espaço que decorrem breves reuniões de rotina com outros profissionais de saúde, e, caso a situação assim o exija, se estabelece um diálogo de maior confidencialidade/privacidade com algum utente.

9- Instalações sanitárias

A FM dispõe de duas casas de banho, uma destinada aos utentes e outra reservada aos colaboradores (localizada na Copa/ Vestiário).

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16 10- Copa

A copa é um espaço que reúne as condições essenciais ao descanso dos profissionais de saúde em horário de trabalho. Possui uma cozinha e um armário, cama e uma estante com cacifos para guardar objetos pessoais com segurança, pois é uma zona totalmente resguardada do público. É neste local que os profissionais se preparam para iniciar a atividade profissional.

1.3- RECURSOS HUMANOS

A FM conta com a colaboração de uma equipa de dezassete elementos, cada um deles com um título profissional. Com formação na área da farmácia existem cinco Técnicos de Farmácia (TF) e sete farmacêuticos, sendo um deles a Diretora Técnica da farmácia. Existe ainda um ajudante de farmácia, uma podologista, uma nutricionista, um especialista em medicina tradicional chinesa e uma pessoa encarregue dos serviços de limpeza.

Apesar de estarem atribuídas tarefas específicas para cada um dos funcionários, estes possuem cargos profissionais diferentes, havendo um ambiente de entreajuda e cooperação, todos eles assumindo as suas responsabilidades éticas e profissionais. Esta equipa colabora diariamente em conjunto com o objetivo de satisfazer com o maior rigor e qualidade os utentes.

Tanto os TF, como o restante pessoal de apoio da FM frequentam cursos de formação científica, seminários, simpósios, ações de formação, congressos, encontros profissionais e científicos, bem como a leitura de publicações de forma a manterem-se constantemente informados e atualizados a nível científico, ético e legal, reforçando assim as suas competências. Durante o período de estágio tive oportunidade de acompanhar a equipa técnica num seminário de apresentação de produtos da Aboca®.

1.4. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DA FARMÁCIA MODERNA

O horário da FM é o seguinte: de segunda a sábado das 8:30 horas às 22:00 horas, sem interrupção para almoço.

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17 Esta farmácia efetua serviços noturnos aproximadamente de 10 em 10 dias, estando o respetivo dia de serviço devidamente assinalado. Nesta situação a farmácia permanece aberta desde o horário normal de abertura (8:30 horas) até às 00:00 horas. A partir desta hora, por questões de segurança, o atendimento passa a ser realizado mediante chamada e através do postigo noturno de atendimento, até às 8:30 horas do dia seguinte.

1.5-APLICAÇÃO INFORMÁTICA NA FARMÁCIA

Hoje em dia, um sistema informático funcional revela-se imprescindível no exercício de toda a actividade na farmácia comunitária.

A sua utilização não só constitui uma ferramenta fundamental na gestão e administração financeira da farmácia, como também é, do ponto de vista técnico-profissional, um importante apoio ao profissional de farmácia, na medida em que permite, rápida e eficazmente, aceder a todo o tipo de bases de dados especializadas, traduzindo-se, consequentemente, num melhor aconselhamento farmacêutico.

A aplicação informática da FM é o SPharma® (software elaborado pela SoftReis), sendo reconhecido pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED). Este sistema constitui um instrumento eficiente e rápido na execução das tarefas de prática rotineira na farmácia comunitária.

O SPharma® é uma aplicação desenvolvida para a gestão diária de uma farmácia, no que diz respeito à entrada e saída de mercadoria e todas as tarefas com ela relacionadas, não tendo como o objetivo a gestão a outros níveis como sejam a gestão de pessoal, tesouraria e outros.

Assim o SPharma® faz a gestão do produto desde a sua entrada até a saída e de acordo com as suas especificidades.

Este faz a comunicação interna na farmácia e permite a comunicação externa com os fornecedores. Abrange assim as seguintes áreas:

o Vendas ao balcão; o Encomendas; o Faturação;

o Documentos internos contabilísticos; o Vendas institucionais;

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18 o Clientes.

1.6- INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO CIENTÍFICA

Para que o profissional de farmácia possa manter sempre os seus conhecimentos atualizados, por vezes deve recorrer à informação científica do sistema informático, à sua biblioteca de farmácia e aos centros de informação de medicamentos disponíveis.

Uma boa transmissão de informação científica ao utente é fundamental para que este possa cuidar corretamente da sua saúde e do seu bem-estar.

Na farmácia, o TF deve ter acesso a fontes de informação sobre medicamentos, quer em termos terapêuticos, quer sobre as suas características farmacológicas para que, desta forma, possa responder prontamente e de forma clara a todas dúvidas colocadas pelo utente, tendo como objetivo primordial a transmissão de informação fidedigna relativamente aos medicamentos dispensados.

A FM possui uma biblioteca atualizada e organizada, bastante vasta que se encontra disponível para consulta por parte de qualquer um dos colaboradores da farmácia. De toda a documentação disponível destacam-se:

 Formulário Galénico Nacional;  Farmacopeia Portuguesa;

 Regimento Geral de Preços e Manipulações. Disposições Gerais;  Código da Ética da Ordem dos Farmacêuticos;

 Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos;  Direito Farmacêutico;

 Boas Práticas de Farmácia;

 Circulares Técnico-Legislativas Institucionais;  Livro de Reclamações.

 Acordos com as diferentes entidades;  Manual dos Medicamentos Não Prescritos;

 Administração de Medicamentos, Aspectos Práticos;  Dicionário dos Termos Médicos;

 Martindale, The Extra Pharmacopeia;  Índice Nacional Terapêutico;

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19  Resumos das Características do Medicamento (RCM);

 Guia dos preços de referência;  Guia dos medicamentos genéricos;

 Regime Geral do Preço dos Medicamentos;  Publicações periódicas;

 Outros.

Para além de toda a documentação científica, sempre que necessário o profissional de farmácia poderá contactar via telefone ou internet, o Centro de Documentação e de Informação de Medicamentos (CEDIME) ou mesmo o INFARMED que presta esclarecimentos relativos a determinado medicamento, ou uma eventual situação que poderá surgir. Tendo em conta que o dia-a-dia da farmácia comunitária exige rapidez e eficácia, é necessário recorrer a meios capazes de solucionar as questões num curto espaço de tempo.

O TF, aquando da cedêcia de medicamentos, tem ao seu dispor informações sobre o medicamento (posologia, indicações, contra-indicações, interações e precauções) no Prontuário Terapêutico e no RCM.

O próprio sistema informático também fornece algumas informações, permitindo aumentar a segurança e diminuir o número de erros na dispensa, sem gastos adicionais de tempo. Contudo, as informações fornecidas pelo SPfarma ® são, ainda, bastante reduzidas:

 Informação sobre as precauções com a toma e posologia;  Contra-indicações e/ou interações;

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2- ENCOMENDAS E APROVISIONAMENTO

Para além da vasta gama de cuidados e serviços de saúde que presta à comunidade em geral, uma farmácia comunitária é, também, uma empresa que necessita de uma boa estratégia de gestão no que respeita aos seus recursos humanos, materiais e financeiros.

O objetivo primordial da FM é uma melhoria contínua na prestação dos seus serviços, aliada a uma crescente satisfação dos seus utentes. É, pois, muito importante conseguir colocar à disposição dos utentes os produtos farmacêuticos, na quantidade e qualidade pretendidas, ao menor preço e no mais curto espaço de tempo possível.

2.1. GESTÃO DE STOCKS

A farmácia comunitária deve ser um espaço dinâmico, com uma contínua actualização de produtos, conhecimentos e serviços, de modo a manter viável a sua atividade e a adaptar-se às necessidades dos utentes.

Na FM, esta dinâmica é concretizada através da manutenção diária do stock. A informatização assume aqui um papel muito importante, na medida em que, com base no histórico de vendas, são feitas as propostas de encomenda.

Com o desenvolvimento dos sistemas de distribuição de produtos farmacêuticos, não é necessário possuir um stock muito elevado de medicamentos/produtos de saúde, já que a aquisição dos mesmos pode ocorrer no próprio dia, ou se necessário, praticamente na própria hora.

É, contudo, política da FM tentar manter um stock relativamente elevado dos medicamentos/produtos de saúde que, por norma, apresentam uma elevada rotação.

2.2. ENCOMENDAS

2.2.1. Realização de Propostas de Encomenda

Como supracitado, para cada produto disponível na farmácia é estipulado um stock mínimo e um máximo (em função da média do seu consumo), e cada vez que se atinge o stock mínimo, o SPharma® elabora automaticamente uma proposta de encomenda, indicando a quantidade ideal para reposição do stock.

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21 Porém, com base na sensibilidade do farmacêutico e no seu conhecimento do histórico de vendas, esta proposta é analisada, podendo ser anulada ou as quantidades sugeridas reajustadas tendo em conta produtos que estejam esgotados, possíveis bonificações ou produtos com um consumo superior ao esperado.

Esta proposta refere-se à “encomenda diária”, já que existe a possibilidade do profissional de farmácia elaborar, à sua inteira responsabilidade, uma encomenda via telefone ou uma encomenda de reforço de stock.

Na FM, a aquisição dos produtos é efetuada de duas formas distintas:

 Encomenda a Armazenistas e/ou Cooperativas de Distribuição

Com vista a desenvolver uma boa política de aprovisionamento, a farmácia deve definir os seus fornecedores principais, com base nos parâmetros que considera de maior importância para garantir um bom serviço. Assim, a FM conta com a principal colaboração da Alliance Healthcare (armazém do Porto e Castelo Branco), da Cooprofar (armazém da Guarda), da Agroviseu e da Cofanor. Esta seleção é efetuada, avaliando:

 as condições económicas que cada fornecedor faz em cada produto;  a rapidez de entrega dos produtos;

 as condições de transporte e armazenamento;  a percentagem de erro nas entregas;

 as condições de pagamento;

 a credibilidade e reconhecimento pelas autoridades competentes.

Na FM as encomendas diárias são realizadas por farmacêuticos. Esta tarefa é atribuída mediante um quadro de tarefas diárias (ou semanais) elaborado pela Diretora Técnica.

A encomenda é transmitida ao respetivo fornecedor via modem ou R.D.I.S.. Quando por rutura ou inexistência de um dado produto em stock, e em função do pedido do utente, é necessária a aquisição urgente do mesmo, o TF entra em contacto com o fornecedor via telefone.

Existe ainda a possibilidade de encomendar produtos inexistentes na FM (por e-mail ou por telefone) às restantes Farmácias do grupo Videira Lopes, Saúde mediante verificação prévia dos seus stocks através do programa informático SPharma®.

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22  Encomenda Direta a Laboratórios

As encomendas diretas a laboratórios constam, essencialmente, de produtos dermocosméticos, sazonais, de puericultura e medicamentos genéricos.

Com este tipo de encomenda a farmácia garante condições de compra mais benéficas, que podem passar por desconto financeiro, bonificação ou prazo de pagamento alargado. Este processo deve, contudo, ser acompanhado de um bom sentido de ponderação por parte do Diretor Técnico, pois geralmente abarca quantidades consideráveis de produtos e, assim, também um maior risco económico.

2.2.2. Receção e Conferência de Encomendas

A receção e a conferência de encomendas revelam-se cruciais, visto que permitem dar entrada dos produtos no stock e verificar se os produtos enviados correspondem aos encomendados.

Todas as encomendas que chegam à farmácia em questão vêm acompanhadas de uma fatura/guia de remessa (Anexo 1), em duplicado, onde constam, entre outros, os seguintes elementos:

 Número da fatura/guia de remessa;  Data, hora e local de carga e descarga;

 Identificação do fornecedor e da farmácia destinatária (nome, morada e número de contribuinte);

 Descrição individualizada dos produtos (código nacional, nome comercial, forma farmacêutica, dosagem e quantidade da embalagem) – (Este código é atribuído pelo INFARMED, I.P. ou pelo CEDIME, sendo comum para todas as farmácias e distribuidores. Contudo, existem alguns produtos cuja ficha é criada pela própria farmácia, possuindo, por isso, um código interno);

 Quantidade encomendada e enviada de cada produto;  Eventual bónus;

 Preço unitário e total;

 Percentagem de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) referente a cada produto;

 Preço de Venda ao Público (PVP), exceto para produtos sem preço marcado;  Valor total da factura com e sem IVA e valor do IVA.

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23

PROBLEMA MOTIVO RESOLUÇÃO

Produto em falta.

“Esgotado no laboratório” “Retirado do mercado”

“Não comercializado”

Transferência para situação de “esgotado”. Incluir numa

próxima encomenda. Quantidade enviada inferior à

encomendada, mas debitada. Erro distribuidora

Notificar fornecedor que enviará o produto ou nota de crédito.

Quantidade superior à encomendada.

Erro distribuidora Devolver o produto e notificar o fornecedor.

Bónus Dar entrada no stock como bónus.

Produto recebido diferente do

encomendado. Erro distribuidora

Devolver o produto e notificar o fornecedor para envio de nota de

crédito. Tabela I – Diferenças entre a quantidade encomendada e rececionada.

As encomendas vêm acondicionadas em “baques” destinadas ao transporte de medicamentos. Os produtos termolábeis, consoante o fornecedor, vêm num saco térmico ou numa “baque” devidamente isolada e refrigerada e são os primeiros produtos a serem rececionados. Todas as “baques” possuem a identificação do Diretor Técnico e da farmácia a que se destinam, pelo que o primeiro passo deve ser a confirmação da correta identidade do destinatário.

A receção da encomenda é efetivada através do SPharma ® procedendo-se à leitura ótica de todos os produtos. A encomenda é depois conferida com base na fatura, tendo em conta, sobretudo, os seguintes parâmetros:

 Nome comercial;

 Dosagem e forma farmacêutica;  Número de unidades;

 Preço unitário e PVP;  Bonificações;

 Estado de conservação da embalagem;  Prazo de validade.

Todavia, o próprio sistema informático, aquando da leitura ótica dos produtos, previne eventuais enganos, alertando para as diferenças entre a quantidade encomendada e rececionada.

Quando surgem diferenças entre a encomenda e a factura enviada, tenta-se resolver a situação, de acordo com o seguinte (Tabela I):

(25)

24 Após a confirmação informática da encomenda, os stocks são automaticamente actualizados.

Existem produtos cujo preço já vem marcado na embalagem (produtos éticos), mas existem outros que necessitam de ser etiquetados(produtos NETT) , sendo, portanto, necessário imprimir etiquetas com o código de barras e o respetivo preço para proceder à marcação.

O PVP dos produtos NETT é determinado com base no preço da fatura, margem de comercialização e IVA.

No que diz respeito aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, estes vêm acompanhados de duas vias de requisição. Ambas as vias de requisição devem ser assinadas e carimbadas pelo Diretor Técnico. A via original deve ser arquivada juntamente com uma cópia da fatura num dossier destinado única e exclusivamente à documentação referente aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes e deve permanecer na Farmácia durante três anos. A outra via deve ser enviada ao fornecedor. Após a sua receção, estes são imediatamente armazenados na gaveta destinada aos mesmos.

Após a conferência e receção das encomendas as faturas são assinadas pelo operador e arquivadas. No final de cada mês, estas são comparadas com as faturas resumo enviadas pelos armazenistas, de forma a proceder à sua liquidação de acordo com os termos do contrato estabelecido com os diferentes fornecedores.

2.2.3. Critérios e Condições de Armazenamento

“Nas farmácias não podem existir produtos em mau estado de conservação.” “As farmácias não podem fornecer produtos que excedam o prazo de validade.”[7]

Um correto armazenamento dos medicamentos/produtos de saúde é fundamental para garantir a sua estabilidade e qualidade, e deve ser organizado de forma a permitir um rápido acesso durante o atendimento ao público.

Assim que uma encomenda é rececionada e conferida, procede-se ao armazenamento dos medicamentos e produtos de saúde nos respetivos locais: expositores, gavetas, armários de portas deslizantes, frigorífico, armazém ou laboratório.

(26)

25 Todos os produtos são guardados nos respetivos locais, segundo a regra “First expired, First out”, isto é, o produto com o prazo de validade mais curto deverá ser o primeiro a sair. Deste modo, minimiza-se o risco de dispensar produtos fora do prazo de validade e reduz-se a probabilidade dos produtos atingirem o término do prazo de validade na farmácia.

De acordo com as BPF, “as condições de iluminação, temperatura, humidade e ventilação das zonas de armazenamento de produtos devem respeitar as exigências específicas dos medicamentos e outros produtos que fazem parte do serviço a prestar ao doente, sendo efetuada a sua monitorização e registo.”[4]

A FM cumpre este requisito de qualidade através da utilização do termohigrómetro, que controla a temperatura e a humidade dos medicamentos/produtos de saúde, para que estes possam ser dispensados ao utente nas melhores condições. Existem medicamentos que necessitam de conservação entre 2ºC a 8ºC, enquanto que outros necessitam de ser conservados a uma temperatura a inferior a 25ºC ou 30 ºC.

2.3. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÃO DE MEDICAMENTOS

O controlo dos prazos de validade é um procedimento extremamente importante no que concerne à qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos.

Aquando da receção, faz-se uma primeira verificação dos prazos de validade, atualizando-se o sistema diretamente na ficha do artigo.

O controlo dos prazos de validade faz-se também durante a arrumação dos mesmos, de forma a garantir que aqueles cujo prazo de validade expire mais cedo sejam os primeiros a ser cedidos, e também no ato da dispensa, onde se verifica sempre se o medicamento dispensado se encontra ou não dentro do prazo de validade.

O sistema informático permite que se retire uma listagem dos prazos de validades dos produtos existentes na farmácia. É com base nela que o responsável pelo controlo dos prazos de validades verifica quais os produtos em aproximação ou mesmo em fim de prazo de validade.

Estes produtos são, então, recolhidos e devolvidos ao respetivo fornecedor. Também o estado da embalagem, o envio de um produto não encomendado, bem como a não correspondência ao pedido constituem motivo para devolução.

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26 Posto isto, recorre-se ao sistema informático para emitir uma Nota de Devolução (Anexo 2), indicando o motivo da devolução, os produtos a devolver, a quantidade e o preço. Este documento é impresso em triplicado, sendo que uma via fica arquivada na farmácia e as restantes seguem juntamente com o produto.

Caso a devolução seja aceite, pode haver substituição dos produtos por outros, ou ser emitida uma Nota de Crédito (Anexo 3) no valor correspondente.

No entanto, a devolução pode não ser aceite, pelo que o produto regressa nas mesmas condições à farmácia. Nestas situações, dá-se quebra dos produtos e estes são colocados no contentor da ValorMed para posterior destruição. Nestes casos, emite-se uma nota de quebra (comprovativo contabilístico da eliminação do produto).

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27

3- OS MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

Tal como estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, medicamento é “toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”.[8]

Já especialidade farmacêutica é “todo o medicamento preparado antecipadamente e introduzido no mercado com denominação e acondicionamento próprios”.[8]

As especialidades farmacêuticas constituem, sem dúvida, a grande maioria dos produtos existentes e solicitados na farmácia, e é para onde está voltada a maior parte dos recursos humanos e financeiros. Uma das responsabilidades do TF é cedê-los e aconselhar adequadamente o seu uso, considerando sempre os aspetos técnicos, científicos e a ética profissional.

Podemos então dizer que produto farmacêutico abrange as especialidades farmacêuticas, os medicamentos manipulados e matérias-primas utilizados na sua preparação, produtos de cosmética e higiene corporal, produtos dietéticos e produtos veterinários. Todos estes produtos existem na FM, sendo a sua existência ponderada segundo uma previsão da sua saída com base na sua procura, sazonalidade ou propostas de lançamento dos produtos no mercado por parte de delegados.

3.1- MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

De acordo com a legislação portuguesa, estão sujeitos a receita médica os medicamentos que preencham uma das seguintes condições:[8]

 Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

(29)

28

 Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

 Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

 Destinem-se a ser administrados por via parentérica.

Deste modo, estes medicamentos só podem ser dispensados mediante a apresentação de uma receita médica, depois do médico avaliar e diagnosticar o problema de saúde.

3.2- MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

“Qualquer medicamento que não preencha qualquer das condições referidas para os MSRM pode ser classificado como MNSRM. Contudo, estes medicamentos têm que conter indicações terapêuticas que se incluam na lista de situações passíveis de automedicação.” [9]

Os MNSRM são assim vendidos livremente nas farmácias, podendo ser usados com alguma segurança, não os descartando de qualquer contra-indicação ou efeito adverso. Deste modo o TF assume um papel crucial, sendo um profissional de saúde especializado no medicamento, tem a responsabilidade de aconselhar, informar e educar para a correta utilização do medicamento.

Estes medicamentos não são normalmente comparticipados pelo Estado, estando sujeitos a um regime de preços livre.

3.3- MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são substâncias que atuam diretamente no sistema nervoso central, logo com impacto em todo o organismo humano, podendo atuar como depressores ou estimulantes. São substâncias utilizadas na medicina devido as suas propriedades, desde que usadas de forma correta, podem trazer benefícios terapêuticos a um número alargado de situações clínicas. Uma vez que estes

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29 produtos estão associados a actos ilícitos são alvo de muita atenção por parte das autoridades competentes. [10]

3.4- PREPARAÇÕES OFICINAIS E MAGISTRAIS

As preparações oficinais e magistrais encontram-se inseridas na área dos medicamentos manipulados e são definidas pelo Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, como: [8]

 Preparação oficinal: “qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais de uma farmacopeia ou de um formulário oficial, numa farmácia de oficina ou em serviços farmacêuticos hospitalares, destinado a ser dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço”;

 Preparação magistral: “qualquer medicamento preparado numa farmácia de oficina ou serviço farmacêutico hospitalar, segundo uma receita médica e destinado a um doente determinado”.

As fórmulas mais solicitadas à FM são as magistrais e referem-se essencialmente a produtos de aplicação tópica em dermatologia. Este tipo de preparações constituem uma possibilidade de personalizar a terapêutica a um determinado utente, estando sujeito a uma prescrição. Estas preparações pretendem, de certo modo, colmatar os vazios terapêuticos da indústria farmacêutica, ao mesmo tempo que se torna possível ajustar a terapêutica ao perfil fisiopatológico do doente, estabelecendo a composição qualitativa e quantitativa do medicamento manipulado.

3.5- PRODUTOS PARA ALIMENTAÇÃO ESPECIAL E DIETÉTICOS

Segundo o Decreto-lei n.º 74/2010 de 21 de junho, os géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial são aqueles que, devido à sua composição especial ou a processos especiais de fabrico, se distinguem claramente dos alimentos de consumo corrente, mostrando-se adequados às necessidades nutricionais especiais de determinadas categorias de pessoas :[11]

a) Pessoas cujo processo de assimilação ou cujo metabolismo se encontrem perturbados;

(31)

30 b) Pessoas que se encontram em condições fisiológicas especiais e que, por esse facto, podem retirar benefícios especiais de uma ingestão controlada de determinadas substâncias contidas nos alimentos;

c) Lactentes ou crianças de pouca idade em bom estado de saúde.

Estes produtos apresentam grande vulnerabilidade a fatores externos, como humidade e temperatura, pelo que devem ser armazenados em locais adequados de forma a assegurar a sua qualidade.

O aconselhamento e a disponibilidade do TF revelam-se muito importantes para manter a comercialização destes produtos na farmácia comunitária, uma vez que muitos destes produtos são já comercializados nas grandes superfícies comerciais a preços bastante competitivos, o que condiciona a sua procura nas farmácias. Porém, continuam a existir algumas marcas de venda exclusiva em farmácias.

3.6- PRODUTOS COSMÉTICOS E DERMOFARMACÊUTICOS

Entende-se por produto cosmético “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspecto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais”. [12]

Nos dias que correm, tem-se verificado uma preocupação crescente com a imagem e, portanto, com os cuidados cutâneos diários, não só por parte do público feminino, mas também por uma pequena faixa de público masculino.

Os produtos de dermofarmácia e cosmética são já tão necessários como outros, visto que muitas vezes determinam a qualidade de vida e a auto-estima de quem os utiliza. A FM responde a esta necessidade com uma enorme variedade de marcas e linhas mais ou menos específicas, direcionadas à maioria dos seus utentes.

A grande diversidade de produtos, assinalada pela sua composição (qualitativa/quantitativa), forma cosmética e finalidade, obriga o TF a dominar a dermofarmácia. Correntemente, este é solicitado para o esclarecimento e aconselhamento acerca dos produtos que mais se adequam às características e necessidades individuais dos utentes (considerando o estado da pele, a área da pele, a

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31 idade, entre outros). Assim, além da necessidade de conhecer bem a vasta gama de produtos disponíveis no mercado, é fundamental que o TF domine os princípios básicos da constituição e fisiologia cutâneas.

Normalmente, a aquisição deste tipo de produtos é realizada diretamente aos laboratórios, e deve ser muito bem equacionada em função da época do ano, dos padrões de beleza, do nível sócio-cultural e económico dos utentes e das campanhas publicitárias promovidas pela televisão e revistas. No entanto, quando se pretendem pequenas quantidades ou reposição de stock, é também possível adquirir estes produtos através dos fornecedores habituais da farmácia.

3.7- FITOTERAPIA E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Na FM existe uma variada gama de produtos fitoterapêuticos (ex.: Arkocápsulas®). Para além de produtos à base de plantas, existem também gamas de suplementos nutricionais. Na FM, estes são selecionados, com base em diversos critérios como a eficácia comprovada, segurança e qualidade. Na FM aposta-se também na formação dos seus colaboradores para que o aconselhamento vise a oferta de uma alternativa terapêutica adequada às necessidades do utente.

O TF, após avaliar qual o efeito pretendido por parte do utente, deve procurar saber o seu historial clínico, a fim de evitar reações adversas ou interações medicamentosas. Deve ainda informar o utente sobre a posologia do produto em causa, qual o objetivo do tratamento e quais os possíveis efeitos adversos que possam surgir e o que fazer nessas situações.

3.8- DISPOSITIVOS MÉDICOS

O Decreto-Lei n.º 145/2009 de 17 de junho define “dispositivo médico” como qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de:[13]

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32 I. Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença; II. Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão

ou de uma deficiência;

III. Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico; IV. Controlo da conceção.

A FM, visando satisfazer as necessidades dos seus utentes, dispõe de uma grande variedade de dispositivos médicos. O TF deve estar apto a aconselhar e a responder a qualquer dúvida sobre a correta utilização destes produtos.

3.8- MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO

O Decreto-Lei n.º 184/97, de 26 de julho define medicamento veterinário como “todo o medicamento destinado aos animais”.[14]

A FM, por estar inserida num meio com algumas características rurais, apresenta uma razoável procura de medicamentos/produtos de uso veterinário, quer para animais domésticos, quer para animais de criação. Antiparasitários de uso interno e externo, antibióticos, anticoncecionais, vacinas, vitaminas são os mais solicitados.

Frequentemente, recorre-se à utilização de medicamentos de uso humano em animais, não descurando o rigoroso reajuste da dose. Há que ter em conta, no entanto, as diferenças no metabolismo das várias espécies, pelo que o TF deve, nestes casos, alertar e aconselhar o dono do animal a dirigir-se a um veterinário.

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33

4- DISPENSA DE MEDICAMENTOS

A dispensa de medicamentos consiste no ato de, após ouvir, interpretar e avaliar a medicação, o TF ceder o medicamento ou substância medicamentosa, contribuindo para o uso racional do mesmo, quer em regime de prescrição médica, quer em regime de automedicação ou indicação farmacêutica.

O acto de dispensar medicamentos é, sem dúvida, a face mais visível da atividade praticada em farmácia comunitária. Porém, não é a mais importante. O aconselhamento farmacêutico assume uma maior relevância, podendo mesmo considerar-se a essência de toda a atividade farmacêutica.

O aconselhamento reveste-se de maior destaque quando se trata de especialidades de aconselhamento farmacêutico, pois, nestas, o TF tem uma responsabilidade acrescida na sua correta utilização e adesão terapêutica, conduzindo assim à promoção da saúde e prevenção da doença.

Não apenas nestas situações, mas também no aviamento de prescrições médicas, o TF desempenha um papel fulcral, na medida em que deve entrar em contacto com o médico sempre que o considere pertinente, por exemplo, quando: existam dificuldades na interpretação das receitas médicas; a posologia não seja muito comum; existam eventuais interações medicamentosas ou os medicamentos estejam esgotados.

É muito importante que o TF, enquanto intermediário principal na relação médico-utente, transmita ao utente todas as informações que possam contribuir para a melhor utilização dos medicamentos prescritos, de forma a garantir a máxima qualidade, eficácia e segurança.

4.1. DISPENSA DE MSRM

A dispensa de MSRM só pode ser efetuada mediante a sua apresentação, salvo exceções de força maior, devidamente justificadas.[7]

A criação da receita médica foi a forma encontrada pelo Ministério da Saúde para controlar a dispensa de medicamentos e efetuar as respetivas comparticipações.

Segundo o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, a receita médica é um “documento através do qual são prescritos, por um médico ou, nos casos previstos em

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34 legislação especial, por um médico dentista ou por um odontologista, um ou mais medicamentos determinados”.[8]

A legislação que suporta a prescrição de medicamentos foi alterada para promover a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI). Esta medida visa centrar a prescrição na escolha farmacológica, o que permitirá promover a utilização racional dos medicamentos. Ao determinar que a prescrição se efetue de forma eletrónica, pretende-se dotar o médico de instrumentos de suporte à decisão clínica, evitar erros na dispensa e agilizar os processos de prescrição e de conferência de receituário. [15]

4.1.1. Modelos de receita médica

Existem vários modelos de receita médica:  Receita médica renovável/não renovável;  Receita médica especial;

 Receita médica restrita.[8]

Receita Médica Renovável/Não Renovável

As receitas médicas renováveis/não renováveis são, preferencialmente, preenchidas por via eletrónica ou, não sendo possível, manualmente.

A prescrição por via eletrónica deve conter: a indicação da DCI da substância activa, do nome do titular da AIM, da forma farmacêutica, da dosagem e da posologia.

A diferença entre a receita médica não renovável e a renovável reside no facto da primeira ter apenas validade de30 dias consecutivos (Anexo 4) e ser utilizada sobretudo para prescrições ocasionais, enquanto a segunda, emitida em triplicado, se destinar a determinadas doenças ou tratamentos prolongados e ter a duração de seis meses (Anexo 5).

Em ambos os modelos, podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos e não mais que duas embalagens do mesmo medicamento.

(36)

35 Receita Médica Especial

Estão sujeitos a receita médica especial os medicamentos que satisfaçam uma das seguintes condições:[8]

a) contenham, em dose sujeita a receita médica, uma substância classificada como estupefaciente/psicotrópico, nos termos da legislação aplicável;

b) possam, em caso de utilização anormal, originar riscos importantes de abuso medicamentoso, criar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais;

c) contenham uma substância que, pela sua novidade ou propriedades, se considere, por precaução, dever ser incluída nas situações previstas na alínea anterior.

Receita médica restrita

A utilização da receita médica restrita é reservada a certos meios especializados, por satisfazerem uma das seguintes condições: [8]

a) destinarem-se a uso exclusivo hospitalar, devido às suas características farmacológicas, à sua novidade, ou por razões de saúde pública;

b) destinarem-se a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em meio hospitalar ou estabelecimentos diferenciados com meios de diagnóstico adequados, ainda que a sua administração e o acompanhamento dos pacientes possam realizar-se fora desses meios;

c) destinarem-se a pacientes em tratamento ambulatório, mas a sua utilização ser susceptível de causar efeitos adversos muito graves, requerendo a prescrição de uma receita médica, se necessário emitida por especialista, e uma vigilância especial durante o período de tratamento,.

A noção de receita médica restrita é geralmente associada aos medicamentos destinados a uso hospitalar. No entanto, apenas os medicamentos classificados ao abrigo da alínea a) são exclusivos do meio hospitalar. Os medicamentos constantes das alíneas b) e c) podem ser vendidos nas farmácias comunitárias em termos a definir por regulamento do INFARMED, I.P..[8]

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36 4.1.2. Prescrição Médica e Validação da Mesma

Cada farmácia deve ter um procedimento definido para a receção de receitas médicas, devendo canalizar-se os recursos humanos e materiais necessários para esse efeito. Deste modo, garante-se que as prescrições sejam dispensadas de forma segura e eficaz.

Aquando da recepção da receita, é imperativo que se ateste a validade/autenticidade da mesma, verificando:

 Número da receita (19 dígitos)  Identificação do doente;

 Regime de comparticipação, através da confirmação com o cartão individual de aderente, quando aplicável: O principal organismo é o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, a lista de entidades que comparticipam medicamentos é extensa (ex.: Caixa Geral de Depósitos, Energias de Portugal, Correios de Portugal, entre outros). Existem situações em que o utente pode beneficiar simultaneamente da comparticipação de duas entidades diferentes devido à existência de complementaridade entre organismos.

 Identificação da entidade de cuidados de saúde, onde foi emitida a prescrição/receita, quando aplicável;

 Identificação do médico prescritor através da vinheta codificada e/ou assinatura;

 Verificação do prazo de validade da receita;

 Identificação do medicamento: DCI, dosagem, forma farmacêutica e dimensão da embalagem. Excecionalmente, o prescritor pode prescrever por marca comercial. Essa menção deve ser feita através da respetiva designação (nome comercial do medicamento e número de registo do medicamento, representado em dígitos e código de barras). Nestes casos, é necessário que o prescritor indique a exceção ou justificação técnica prevista na portaria 137-A/2012 na área da posologia da receita: a) “Medicamento com margem ou índice terapêutico estreito”, b) “Reação adversa prévia” ou c) “Continuidade de tratamento superior a 28 dias”).

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37 É igualmente importante efetuar uma avaliação crítica, considerando aspectos como a dose, a posologia, a via de administração, a duração do tratamento, e verificando/confirmando a quem se destina a medicação, os sintomas apresentados e os aspectos terapêuticos, nomeadamente, efeitos adversos, contra-indicações, interacções e precauções especiais.

Quando alguns destes parâmetros não se encontrar em conformidade, o TF não pode aceitar a receita médica.

A prescrição manuscrita ainda se mantém até se atingir a desmaterialização do processo (Anexo 6). Para que o TF possa aceitar a receita manual e dispensar os medicamentos nela prescritos, este tem de verificar adicionalmente aos itens acima referidos, a presença da aposição de vinhetas na receita médica referentes à identificação do prescritor e da exceção legal no canto superior direito da receita, sendo apenas válidas as seguintes: falência informática, inadaptação do prescritor, prescrição no domicílio e prescrição de até 40 receitas/mês.

Após validação da receita, os medicamentos são dispensados ao utente. No ato da dispensa, o TF tem a obrigação que informar o utente da existência de medicamentos genéricos similares ao prescrito, comparticipados pelo SNS e qual o mais barato. Caso não existam genéricos disponíveis no mercado, o TF tem a obrigação de informar o utente qual o medicamento de marca mais barato, similar ao prescrito. É importante dar a conhecer ao utente que este tem o direito de opção na escolha do medicamento.

A farmácia tem que ter em stock, no mínimo, três medicamentos de cada grupo homogéneo (GH) de entre os cinco medicamentos com preço mais baixo. Deste modo, e na existência de GH, TF tem que dispensar o medicamento que cumpra a prescrição médica e, no caso de ser aplicável, deve dispensar o mais barato dos três. No entanto, o utente pode optar por qualquer medicamento com o mesmo Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM), independentemente do seu preço, assumindo a diferença de preço e assinando no verso da receita a sua opção no local próprio para o efeito.[15]

O TF deve ainda informar o utente acerca do esquema posológico do medicamento, duração do tratamento, possíveis efeitos adversos e interações com outros fármacos ou alimentos, precauções especiais de administração e conservação. De seguida procede-se ao processamento informático da receita (Anexo 7). Efetua-se a leitura dos códigos de barras dos medicamentos/produtos, seleciona-se a entidade que

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38 comparticipa e caso exista, a portaria. No final, o TF deve carimbar, rubricar e datar o verso da receita. O utente deve igualmente assinar o verso da receita no campo referente ao “direito de opção”. A fatura/recibo que é emitida, é carimbada, rubricada e entregue ao utente.

No que diz respeito à prescrição de medicamentos contendo uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópica, esta tem que ser feita em receitas eletrónicas identificadas com RE (receita especial) (Anexo 8). Estes têm que ser prescritos isoladamente. A receita não pode conter outros medicamentos. Para a prescrição destes medicamentos são seguidas as mesmas regras utilizadas para os restantes, nomeadamente no que diz respeito ao número de embalagens por receita. Aquando da dispensa destes medicamentos, o sistema informático SPharma® abre uma janela que obriga à introdução de alguns dados: nome e morada do doente, nome do médico prescritor, número da receita médica especial, nome, morada, número e data de emissão do bilhete de identidade do adquirente, e data da dispensa. Após finalizar a dispensa, na receita são impressos os dados referentes à dispensa dos medicamentos e os dados do adquirente. São também impressos dois talões para serem anexados às duas cópias da receita onde constam as informações introduzidas no sistema.

Depois de processada a receita, para efeitos de comparticipação, o original é enviado à entidade correspondente, um dos duplicados é enviado ao INFARMED,I.P. e o outro duplicado, é arquivado na farmácia por um prazo de 3 anos, por ordem de aviamento juntamente com o duplicado da guia de requisição.

4.2- INDICAÇÃO FARMACÊUTICA E AUTOMEDICAÇÃO

Indicação farmacêutica e automedicação são dois conceitos distintos. A automedicação acontece quando o utente assume a total responsabilidade da gestão da sua saúde, sem recorrer a qualquer aconselhamento farmacêutico. Porém, a maioria dos utentes não é detentora de conhecimentos científicos para poder decidir com segurança qual o medicamento/produto de saúde mais adequado ao seu problema de saúde, destacando-se aqui o papel do TF.

O TF deve alertar o utente para o facto de alguns medicamentos, embora não sujeitos a receita médica, não serem totalmente isentos de riscos. Deste modo, deve ser

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39 capaz de detectar um eventual problema de saúde e avaliar a relação risco/benefício de aconselhar determinado MNSRM.

Numa primeira fase, a intervenção do TF baseia-se em incutir ao utente medidas não farmacológicas, nomeadamente a adoção de um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada, exercício físico, etc.), e só posteriormente a indicação de MNSRM ou mesmo o encaminhamento para uma consulta médica, se a situação assim o justificar.

A utilização de MNSRM é hoje uma prática integrante do sistema de saúde. O processo de indicação farmacêutica acaba por se revelar vantajoso, na medida em que permite a redução de tempo, de recursos e do custo do tratamento, permitindo o alívio de situações ligeiras de saúde, sem recorrer necessariamente a um médico. Por outro lado, o governo reduz as despesas com os medicamentos, dado que estes são suportados na totalidade pelos doentes, e a Indústria Farmacêutica pode aumentar os seus lucros, pois dispõe da possibilidade de promover estes medicamentos livremente junto das populações, especialmente recorrendo ao “Marketing” e à publicidade.

Para o TF, para além das vantagens económicas, pela possibilidade de aumentar as vendas, há a oportunidade de se tornar ainda mais ativamente envolvido na educação para a saúde, podendo interferir directamente na seleção do medicamento.

A averiguação de possíveis interações e/ou contra-indicações é também tarefa do TF logo no momento da interpretação da receita médica ou indicação farmacêutica. A existência de interações medicamentosas e de contra-indicações pode comprometer a segurança e a eficácia de um medicamento e, por conseguinte, de toda a terapêutica. As interações surgem, frequentemente, em consequência da polimedicação a que muitos doentes estão sujeitos. Nestes casos, é dever do TF alertar o doente e tentar solucionar a situação da melhor forma possível.

A posologia e modo de administração são duas indicações que devem estar sempre agregadas, sendo geralmente definidas e mencionadas pelo médico na receita médica. Caso tal não se verifique, o TF pode estabelecer a posologia e modo de administração, recorrendo ao folheto informativo do medicamento ou à bibliografia existente na farmácia. Em situações muito delicadas, deve entrar-se em contacto com o médico prescritor. No caso de medicamentos/produtos de saúde de aconselhamento farmacêutico, o TF deve conhecer a posologia e modo de administração, transmitindo-os, portanto, ao utente.

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40 É fundamental que o TF se certifique que o utente compreendeu toda a informação prestada, fazendo-o repetir, se necessário, ou mesmo complemetar com informação escrita.

O TF deve tentar ao máximo promover a adesão à terapêutica pelo utente, com o intuito de se atingir o máximo resultado terapêutico, pois uma correta adesão à terapêutica revela-se fundamental. O TF tem o dever de informar o utente acerca do motivo do tratamento, da sua duração, dos seus efeitos não serem imediatos, de não poder abandonar bruscamente o tratamento, realçando a importância de cumprir corretamente o esquema posológico.

Referências

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