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Academic year: 2021

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TÍTULO: PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DOS PACIENTES COM CÂNCER DE BOCA ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CÂNCER DE MATO GROSSO (HCMT)

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): THAMIRIS SILVA BALDRIGHI AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LUCIANA MARQUES, ROSA MARIA ELIAS ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): LAYSSA AMORIM MARQUEZINI, ROGERIO LEITE DOS SANTOS COLABORADOR(ES):

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RESUMO

O câncer da boca continua sendo um problema relevante de Saúde Pública, e correspondem a cerca de 10% de todos os tumores malignos registrados anualmente pela Organização Mundial da Saúde. Evidências epidemiológicas mostram que o tabaco, o álcool e a exposição ao sol, e mais recentemente, a pobreza são os principais fatores de risco para essa neoplasia. Realizamos um estudo epidemiológico, documental, descritiva e transversal no banco de dados adquiridos do Registro Hospitalar de Câncer (Sis RHC – INCA), com o objetivo de caracterizar o perfil epidemiológico dos doentes com câncer, assistidos pelo sistema público no HCMT, no período de 2007-2011. A nossa pesquisa mostrou que os casos de câncer da cavidade oral (57) registrados no período representou 0,9% de todos os casos de câncer registrados no HCMT. A amostra foi representada por uma maioria de homens com idade entre 41-60 anos. Os resultados obtidos sobre os hábitos de vida em nosso estudo não representam a totalidade dos casos registrados, uma vez que a maioria dos pacientes que declararam o uso de tabaco e/ou o consumo de álcool representam uma parcela considerável entre o total de pacientes diagnosticados durante o período analisado. Dentre os pacientes que preencheram corretamente os prontuários, a prevalência de hábitos tabagistas e etilismo foi maior entre os homens com idade entre 41 e 60, sendo que 8 pacientes com hábitos de etilismo e 11 pacientes tabagistas apresentam histórico familiar de câncer.

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A análise das variáveis sobre a escolaridade também ficou limitadas pela coleta incompleta destas informações nos prontuários dos pacientes. Do total de casos de câncer de boca registrados, apenas 6,89% dos pacientes tem ensino médio completo, e 3,44% superior, a maior parte dos pacientes encaminhados ao HCMT vem de fora de Cuiabá (69,6%), sendo o SUS a principal origem de encaminhamento dos pacientes.

Palavras chaves: Câncer de boca, SUS, tabagismo, alcoolismo, Mato Grosso.

INTRODUÇÃO

As buscas por ações que visam garantir a qualidade nos serviços de saúde surgiram nas décadas de 70 e 80, durante a reforma sanitária, com o objetivo de proporcionar melhores condições de vida, de trabalho na saúde e pela formulação de políticas específicas de atenção aos usuários (Cohn, 2009). A ascensão das condições crônicas é uma projeção da tendência global de mudanças no estilo de vida e padrões de consumo (“WHO | Chronic diseases and health promotion,” n.d.). Por consequência, o aumento na expectativa de vida tornou-se um fator de risco para o aparecimento de condições crônicas, constituindo um dos maiores desafios dos serviços de saúde em todo o mundo (“WHO | Innovative Care for Chronic Conditions: Building Blocks for Action,” n.d.; WHO, 2002). As mudanças no perfil de morbidade da população brasileira, acompanhada pela crescente incidência de condições crônicas, gerou a necessidade de uma revisão sobre as ideias e concepções na

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integralidade das práticas profissionais frente aos desafios atuais enfrentados pelos serviços de saúde (Ministério da Saúde, 2008). O aumento nas condições crônicas, não transmissíveis (p.ex.: câncer, diabetes, hipertensão e asma), doenças transmissíveis persistentes (p.ex.: HIV/AIDS, tuberculose), distúrbios mentais de longo prazo (p.ex.: depressão) e deficiências físicas/estruturais contínuas (p.ex.: amputação e cegueira), se traduz em um sério desafio para os sistemas de saúde quanto à eficiência e efetividade, e trazem consequências econômicas e sociais que ameaçam os recursos da saúde (Costa & Thuler, 2012; N. A. P. de Oliveira, Martins, Guimarães, Lopes, & Espinosa, 2014). Desta forma, as doenças crônicas são consideradas problemas de saúde que requerem gerenciamento contínuo por um longo período, de vários anos ou décadas.

O Câncer é uma enfermidade que se caracteriza pela mutação celular com alteração em seu material genético que podem durar anos até seu diagnóstico. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam as doenças neoplásicas como a principal causa de morte no mundo, totalizando 8,2 milhões de mortes em 2013 e com previsão de 27 milhões de novos casos em 2030 (Siegel, Ma, Zou, & Jemal, 2014). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) a estimativa para novos casos no Brasil em 2014 é de 394.450 (exceto pele não melanoma) sendo 203.930 homens e 190.520 mulheres (“INCA - Instituto Nacional de Câncer - Estimativa 2014,” n.d.). Atualmente, o câncer ocupa o segundo lugar em causa de morte no Brasil e no mundo, ficando atrás apenas das

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doenças cardiovasculares. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, em 2011 foram registradas 184.384 mortes por câncer em todo o país. A incidência de câncer de boca corresponde a cerca de 10% de todos os tumores malignos registrados anualmente pela Organização Mundial da Saúde (Siegel et al., 2014). Considerado um problema de saúde pública nacional, o diagnóstico tardio faz com que o câncer de boca ocupe o 5o lugar entre os homens e 7o entre as mulheres (“INCA - Instituto Nacional de Câncer - Estimativa 2014,” n.d.).

O câncer de boca afeta a qualidade de vida dos pacientes, tanto no âmbito físico, quanto psicológico e social (BITTAR, 2010). O tratamento do câncer na região da boca, lábio ou cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca), pode trazer efeitos negativos como alterações fisiológicas e estéticas, prejudicando a qualidade de vida do doente. Em muitos casos o procedimento cirúrgico realizado para a remoção do tumor, compromete funções biológicas como a respiração via traqueostomia, a deglutição e a digestão (De Andrade, 2008; Ribeiro, Correia, & Medeiros, 2010).

Apesar do grande número de publicações que abordam a prevalência de lesões que acometem a cavidade oral e a região maxilofacial, dificilmente são encontrados estudos que caracterizam demograficamente a clientela usuária do serviço de tratamento de câncer de boca em Mato-Grosso. (Borges, Garbin, De Carvalhosa, Castro, & Hidalgo, 2008; Borges, 2007).

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OBJETIVOS:

Conhecer e caracterizar o perfil sócio-demográfico dos pacientes com câncer de boca atendidos no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCMT), que poderão ajudar na construção de práticas mais resolutivas e integrais no atendimento à população que adoece por câncer de boca no Estado de Mato Grosso.

METODOLOGIA

Foi feita uma análise retrospectiva por meio de uma pesquisa epidemiológica, documental, descritiva e transversal no banco de dados adquiridos do Registro Hospitalar de Câncer (Sis RHC – INCA).

DESENVOLVIMENTO

Foram analisados os dados de 6416 pacientes atendidos no HCMT no período de 2007-2011. As variáveis analisadas incluíram sexo, idade, procedência, etnia, grau de escolaridade, ocupação, hábitos de vida (etilismo e tabagismo) e origem de encaminhamento. A distribuição dos municípios de origem dos pacientes foi feita de acordo com a densidade demográfica segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

RESULTADOS

A análise nos bancos de dados do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCMT) mostra que foram registrados 57 casos de câncer boca entre janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Estes números correspondem a 0,9% de todos os casos de

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câncer registrados no HCMT durante o período analisado, entretanto, acreditamos que podem haver subnotificações não registradas (dados não mostrados). Durante o período analisado, 26% dos doentes evoluíram a óbito (dados não mostrados).

A média de idade entre os casos registrados com CA de boca foi de 55,75 ± 2,175, com a idade mínima de 8 anos e a máxima de 86 anos. O nosso estudo mostrou que o uma maior incidência de câncer de boca em homens (43 casos), com idade entre 41 e 60 anos. Em relação a etnia, houve uma maior incidência entre homens e mulheres pardos, seguido da branca. Entretanto, estes números não são exatos, pois 25,58 % dos homens e 35,7% das mulheres não declararam a cor/raça.

A análise quanto ao hábito de vida destes pacientes, mostrou que apenas 28 pacientes (59,65%) declararam o uso de tabaco e 22 (54,39%) declararam o consumo de álcool. Dentre os pacientes que preencheram corretamente os prontuários, a prevalência de hábitos tabagistas e etilismo foi maior entre os homens com idade entre 41 e 60, sendo que 8 pacientes com hábitos de etilismo e 11 pacientes tabagistas apresentam histórico familiar de câncer.

Em relação à ocupação, apenas 20% dos pacientes declararam a profissão, o que torna inviável uma análise precisa sobre estas variáveis. Entre os pacientes que declararam o grau de instrução (47,34%), notamos um baixo nível de escolaridade, com uma proporção de 13,33% de analfabetos. A maior ocorrência foi do nível fundamental incompleto 40%, seguido pelo

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fundamental completo (26,67%). O ensino médio (13,33%) e superior (6,67%) representaram a menor parte deste grupo.

A figura 5 mostra que, entre os pacientes que se apresentaram ao HCMT no período de 2007 e 2011, 63,16% eram provenientes de cidades do interior do estado, ou mesmo de outros estados. Sendo que, durante o período analisado, 82,54% dos pacientes tiveram o SUS como origem de encaminhamento para o atendimento e tratamento dos casos confirmados de câncer de boca.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação sobre o perfil do paciente com CA de boca atendido no HCMT, poderá auxiliar na construção de práticas mais resolutivas e integrais no atendimento à população que adoece por câncer de boca no Estado de Mato Grosso. Sendo assim, o nosso levantamento poderá contribuir com os programas de prevenção para esta doença, sendo possível atuar multi/interdisciplinarmente com segmentos de educação e saúde, públicos e privados.

FONTES

Borges, F. T., Garbin, C. A. S., De Carvalhosa, A. A., Castro, P. H. de S., & Hidalgo, L. R. da C. (2008). Epidemiologia do câncer de boca em laboratório público do Estado de Mato Grosso , Brasil Oral cancer epidemiology in a public laboratory in Mato Grosso State , Brazil. Caderno de Saúde Pública, 24(9), 1977–1982.

Cohn, A. (2009). FÓRUM FORUM A reforma sanitária brasileira após 20 anos do SUS  : refl exões Refl

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ections on Brazilian National Health Reform after 20 years of experience with the Unifi ed National Health System. Tese, 25(7), 1614–1619.

Costa, L. C., & Thuler, L. C. S. (2012). Fatores associados ao risco para doenças não

transmissíveis em adultos brasileiros  : estudo transversal de base populacional, 133–145. De Andrade, F. P. (2008). Qualidade de vida e câncer

de boca e orofaringe  : valores de referência. Tese. INCA - Instituto Nacional de Câncer - Estimativa 2014.

(n.d.). Retrieved July 03, 2014, from http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/ Ministério da Saúde. (2008). Diretrizes e

Recomendações para o Cuidado Integral de Doenças Crônicas Diretrizes e Recomendações para o Cuidado Integral de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis.

Siegel, R., Ma, J., Zou, Z., & Jemal, A. (2014). Cancer Statistics , 2014. Ca Cancer Journal for Clinicians, 64(1), 9–29. doi:10.3322/caac.21208.

WHO | Chronic diseases and health promotion. (n.d.). Retrieved from http://www.who.int/chp/en/

WHO | Innovative Care for Chronic Conditions: Building Blocks for Action. (n.d.). Retrieved from

http://www.who.int/chp/knowledge/publications/iccc report/en/

Referências

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