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Planejamento tributário: estudo de caso de uma empresa do ramo do agronegócio

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EDIANA HERMANN GOLLUB

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO DE CASO DE UMA

EMPRESA DO RAMO DO AGRONEGÓCIO

Ijuí (RS), 2015

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EDIANA HERMANN GOLLUB

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO DE CASO DE UMA

EMPRESA DO RAMO DO AGRONEGÓCIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Professora Orientadora: Ms. Roselaine Filipin

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que iluminou meu caminho durante esta caminhada acadêmica, e por me amparar na finalização de mais esta etapa em minha vida. Especial agradecimento à minha mãe, Zenaide, que fez com que o sonho de cursar o ensino superior se tornasse realidade. Ao meu pai, Adão Celso; às minhas irmãs Edianez, Ediane, Édina; aos meus cunhados; e ao meu namorado, Tiago, pela paciência, amor, e incentivo incondicional em todos os momentos.

Agradeço, também, ao corpo docente do curso de Ciências Contábeis da Unijuí, principalmente à minha professora orientadora, Ms. Roselaine Filipin, pela amizade, auxílio e paciência na orientação deste trabalho de conclusão de curso.

Enfim, à minha família, amigos e, em especial, à minha amiga e colega Fernanda Dhein, pelo companheirismo e incentivo durante todo o curso. E aos demais professores, que colaboraram de alguma maneira durante a minha graduação.

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RESUMO

A falta de planejamento tributário das empresas com relação aos seus produtos aliada à dificuldade de optar pela forma de tributação que melhor atenda às suas necessidades tem afetado diretamente o seu fluxo econômico e financeiro, especialmente devido à alta carga tributária vigente no Brasil e à complexidade da legislação tributária. É nesse contexto que se insere este estudo, cujo objetivo é descrever o melhor enquadramento tributário federal entre as possibilidades válidas (lucro real e lucro presumido) para uma empresa que atua no ramo do agronegócio, localizada na cidade de Santa Bárbara do Sul (RS). O estudo utilizou o método da pesquisa aplicada, descritiva, estudo de caso, documental, bibliográfica e qualitativa. A partir da análise dos dados levantados pode-se afirmar que a melhor forma de enquadramento a nível federal para a empresa em estudo, no período analisado de 2012 a 2014, seria o lucro presumido, pois a empresa economizaria 320,58% de impostos no total dos três anos, podendo usar este valor para investimentos em melhorias ou como capital de giro.

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LISTA DE SIGLAS

COFINS – Contribuição para Financiamento de Seguridade Social CPP – Contribuição Patronal Previdenciária

CSLL – Contribuição Social pelo Lucro Líquido CNT – Código Tributário Nacional

FEE – Fundação da Economia e Estatística

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços IPI – Imposto sobre Produtos Industriais

IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica

ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza LALUR – Livro Apuração do Lucro Real

MEI – Micro Empreendedor Individual PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Interação Social RFB – Receita Federal do Brasil

SPC – Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã VAB – Valor Adicionado Bruto

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Percentuais de presunção do IRPJ do lucro presumido ... 26

Quadro 2. Faturamento do 1º trimestre de 2012 ... 36

Quadro 3. Faturamento do 2º trimestre de 2012 ... 37

Quadro 4. Faturamento do 3º trimestre de 2012 ... 37

Quadro 5. Faturamento do 4º trimestre de 2012 ... 37

Quadro 6. Faturamento do1º trimestre de 2013 ... 38

Quadro 7. Faturamento do 2º trimestre de 2013 ... 38

Quadro 8. Faturamento do 3º trimestre de 2013 ... 38

Quadro 9. Faturamento do 4º trimestre de 2013 ... 39

Quadro 10. Faturamento do 1º trimestre de 2014 ... 39

Quadro 11. Faturamento do 2º trimestre de 2014 ... 40

Quadro 12. Faturamento do 3º trimestre de 2014 ... 40

Quadro 13. Faturamento do 4º trimestre de 2014 ... 40

Quadro 14. Faturamento do 1º trimestre de 2012 ... 41

Quadro 15. Faturamento do 2º trimestre de 2012 ... 42

Quadro 16. Faturamento do 3º trimestre de 2012 ... 42

Quadro 17. Faturamento do 4º trimestre de 2012 ... 43

Quadro 18. Faturamento do 1º trimestre de 2013 ... 44

Quadro 19. Faturamento do 2º trimestre de 2013 ... 44

Quadro 20. Faturamento do 3º trimestre de 2013 ... 45

Quadro 21. Faturamento do 4º trimestre de 2013 ... 45

Quadro 22. Faturamento do 1º trimestre de 2014 ... 46

Quadro 23. Faturamento do 2º trimestre de 2014 ... 46

Quadro 24. Faturamento do 3º trimestre de 2014 ... 47

Quadro 25. Faturamento do 4º trimestre de 2014 ... 47

Quadro 26. Apuração do PIS e COFINS pelo Lucro Presumido de 2012 ... 48

Quadro 27. Apuração do PIS e COFINS pelo lucro presumido de 2013 ... 49

Quadro 28. Apuração do PIS e COFINS pelo lucro presumido de 2014 ... 49

Quadro 29. Depreciação pelo lucro real ... 51

Quadro 30. Apuração do IRPJ e CDLL pelo lucro real trimestral – ano 2012 ... 52

Quadro 31. Apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro triestral – ano 2013 ... 53

Quadro 32. Apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real trimestral – ano 2014 ... 54

Quadro 33. Apuração pelo lucro real anual ... 55

Quadro 34. Apuração do PIS e da COFINS pelo lucro real – ano 2012 ... 56

Quadro 35. Apuração do PIS e da COFINS pelo lucro real – ano 2013 ... 56

Quadro 36. Apuração do PIS e da COFINS pelo lucro real – ano 2014 ... 57

Quadro 37. Comparação em porcentagem – ano 2012 ... 58

Quadro 38. Comparação em porcentagem – ano 2013 ... 58

Quadro 39. Comparação em porcentagem – ano 2014 ... 59

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 9

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 9 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 10 1.4 OBJETIVOS ... 11 1.4.1 Objetivo geral ... 11 1.4.2 Objetivos específicos ... 11 1.5 JUSTIFICATIVA ... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 14 2.1 CONTABILIDADE ... 14 2.2 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ... 15 2.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ... 16 2.4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 17 2.5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ... 20 2.5.1 Tributos ... 21 2.5.2 Base de cálculo ... 22 2.5.3 Alíquota ... 22 2.5.4 Adicional ... 22 2.5.5 Substituição tributária ... 22

2.6 REGIMES TRIBUTÁRIOS E SEUS ENQUADRAMENTOS ... 23

2.6.1 Micro Empreendedor Individual (MEI) ... 23

2.6.2 Simples Nacional ... 23 2.6.3 Lucro Arbitrado ... 25 2.6.4 Lucro Presumido ... 25 2.6.5 Lucro Real ... 28 3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 32 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 32

3.1.1 Do ponto de vista da sua natureza ... 32

3.1.2 Do ponto de vista dos seus objetivos ... 32

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 33

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 33

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 34

3.2.1 Instrumento de coleta de dados ... 34

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 34

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 36

4.1 LUCRO PRESUMIDO ... 36

4.1.1 Apuração do CSLL pelo lucro presumido ... 36

4.1.2 Apuração do IRPJ pelo lucro presumido ... 41

4.1.3 Apuração do PIS e da CONFINS pelo lucro presumido ... 48

4.2 LUCRO REAL ... 50

4.2.1 Depreciação ... 50

4.2.2 Apuração do lucro real trimestral ... 51

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4.2.4 Apuração do PIS e COFINS pelo lucro real ... 56

4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS ... 58

CONCLUSÃO ... 60

REFERÊNCIAS ... 62

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INTRODUÇÃO

A contabilidade tem como objeto fundamental coletar, sistematizar e registrar fatos contábeis praticados pela empresa e, para ter bons resultados necessita de inúmeras decisões fornecidas por departamentos da área. Uma dessas ferramentas essenciais é o planejamento dos tributos, tema de muita importância para a obtenção de resultados pois, quanto menor for o valor dos tributos, melhor o resultado para a empresa (BASSO, 2011).

Com a intenção de se estabilizar no mercado, as empresas procuram alternativas para reduzir custos e obter lucros. Uma das maiores dificuldades para quem tem uma empresa é a alta carga tributária e, por vezes, também a falta de conhecimento da legislação vigente, que é ampla e sofre constantes alterações. Diante das constatações, o presente estudo pretende realizar o planejamento tributário apontando a melhor forma de tributação para a empresa em questão.

O primeiro capítulo deste estudo apresenta a área do conhecimento contemplada, a caracterização da organização, a problematização, os objetivos geral e específicos e a justificativa.

No segundo capítulo consta a fundamentação teórica, que é a pesquisa fundamentada em diversos autores sobre o objeto de estudo, visando proporcionar embasamento teórico. Assim, são apresentados os conceitos da contabilidade em geral, contabilidade tributária, planejamento tributário e os regimes tributários e seus enquadramentos.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia do estudo, seguido do quarto capítulo, que traz a análise dos dados. Finalmente, constam a conclusão, as referências utilizadas no estudo e os anexos os quais ilustram e complementam o estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Devido à alta carga tributária existente no Brasil (IBGE, 2013), o planejamento tributário é uma das formas mais procuradas para minimização de impostos e tributos, neste sentido o presente estudo terá como objeto o planejamento tributário de uma empresa que atua nos ramos de Produção, Comércio, Importação e Exportação de Sementes Fiscalizadas e rações. Assim foi realizada uma analise tributária como maneira de encontrar a melhor forma de tributação para empresa, no intuito reduzir custos e melhorar o resultado econômico e financeiro para a empresa. No primeiro capitulo são descritos a tema objeto de estudo, justificativa do tema, a problematização, a definição dos objetivos geral e específicos.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A contabilidade tem como foco de estudo o patrimônio das empresas, atua assim no processo de registro e controle, nas diversas áreas de abrangência, desde a contabilidade financeira, fiscal e gerencial e suas subáreas.

A Contabilidade Tributária que tem como finalidade registrar a situação econômico-financeira das entidades, como base em suas teorias, princípios e normas básicas da legislação tributária; é responsável pelas diversas atividades de uma empresa, como gerenciamento dos tributos incidentes de forma a não expor a entidade a sanções fiscais e legais.

O planejamento tributário é a forma lícita de reduzir a carga fiscal das empresas, mas, exige muito conhecimento, estratégias e informações, assim o presente estudo na área teve o propósito de encontrar a alternativa legal com menos custos para o contribuinte; ou seja, a tributação que melhor se enquadra com a atividade da empresa. Assim sendo, o estudo se propôs a realização o planejamento tributário de uma empresa do ramo do agronegócio.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O trabalho foi realizado na empresa Hermann e Gollub Ltda, cujo objeto social é o comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, produção, comércio varejista, importação e exportação de sementes fiscalizadas, mudas frutíferas e ornamentais, adubos fertilizantes e defensivos agrícolas, e produção de rações; agropecuária, imobiliária, transporte de cargas em caminhão por rodoviária municipal, intermunicipal, interestadual e internacional, beneficiamento de grãos, conta também com armazenamento de livre

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comercialização na qual o cliente deixa armazenado o grão e vende quando achar necessário. A empresa está no mercado desde 1993, localizada na cidade de Santa Bárbara do Sul, conta com dois sócios e 46 funcionários. Seu atual regime de tributação estadual é pelo regime modalidade geral e tributação federal é o lucro presumido.

A empresa em estudo está instalada em prédio próprio, sendo sua principal função a comercialização de rações e sementes. Atualmente, seu faturamento anual é de R$ 17.000.000,00. Os serviços de contabilidade da organização são realizados por empresa terceirizada.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A contabilidade atua como ferramenta no processo de informações aos seus usuários, e se propõe a registrar os atos e fatos contábeis, de maneira que venham atender as necessidades fiscais, tributárias que envolvem as empresas em âmbitos federais, estaduais e municipais.

Entre as possibilidades tributárias existentes no Brasil, apresenta-se o lucro real, o lucro presumido, lucro arbitrado, simples nacional e micro empreendedor individual.

De acordo com Oliveira et al. (2004, p. 39), “qualquer que seja a forma de tributação escolhida pela empresa, pode-se verificar a falta de planejamento estratégico tributário pode deixar a empresa mal preparada para os investimentos futuros [...]”.

Nessa perspectiva existe grande dificuldade para as empresas em escolher a forma de tributação adequada, pois a maioria delas sofre por falta de planejamento estratégico dos tributos, e com isso elas podem estar mal preparadas para investimentos futuros, devido a gastos desnecessários com impostos (OLIVEIRA et al., 2004).

O contador, para executar um correto planejamento tributário, deve ter amplo conhecimento em contabilidade tributária e de maneira específica na legislação tributária vigente, para que a partir disso seja possível planejar com antecedência a melhor alternativa de forma menos onerosa.

O planejamento tributário de forma preventiva gera elisão fiscal, reduzindo a carga tributária dentro da legalidade (FABRETTI, 2014).

A empresa objeto do estudo não elaborou um planejamento que demonstrasse qual a melhor forma de tributação para o seu tipo de atividade, e por isso, o trabalho tem a seguinte questão de pesquisa: Qual o melhor enquadramento tributário entre o lucro presumido e o lucro real para a empresa Hermann e Gollub Ltda?

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1.4 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em geral e específicos.

1.4.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é realizar um planejamento tributário para analisar a melhor opção tributária entre lucro presumido e lucro real para a empresa, que proporcione redução da carga tributária dentro da legalidade.

1.4.2 Objetivos específicos

Realizar pesquisa bibliográfica sobre Contabilidade Tributária e Planejamento Tributário. Coletar os dados econômicos e financeiros por meios de documentos e relatórios

contábeis dos anos 2012 a 2014.

Realizar os cálculos tributários no regime do lucro real e lucro presumido, referente ao período 2012 a 2014.

Descrever a melhor opção tributária para a empresa.

1.5 JUSTIFICATIVA

O planejamento tributário é de extrema importância para as empresas, pois ele está entre um dos principais fatores de sucesso, atua diretamente na situação econômico-financeira da empresa. Assim, o planejamento tributário auxilia na redução do pagamento dos impostos de forma licita, e reduz a carga tributária.

Para Oliveira et al. (2004, p. 38), “entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo”.

Segundo Fabretti (2014, p. 9), “planejamento tributário preventivo produz a elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade”.

Nesse contexto, considerando a opção tributária entre lucro presumido e lucro real, a principal dúvida que existe é com relação ao IRPJ e CSLL. Na tributação do lucro presumido o IRPJ é sobre o percentual de redução de 8%, ou seja, paga 15% de imposto e mais 10% se caso a base de cálculo ultrapassar os R$ 60.000,00 de IRPJ, e no caso da CSLL sobre o

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percentual de redução de 8% paga 9% de imposto sobre a base. Já na tributação do lucro real o recolhimento é feito sobre o lucro líquido, IRPJ é de 15% e CSLL de 9% sobre o total do lucro, o PIS e COFINS a empresa tem o benefício de isenção de acordo com o art. I, inciso VIII, da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, em ambas as opções tributárias.

Além de aprimorar o conhecimento quanto à forma de tributação pelo lucro presumido e o lucro real, buscou desenvolver um estudo de grande importância para a empresa objeto de estudo. O agronegócio brasileiro cresceu em julho/2014 (0,17%), acumulando alta de 1,91% nos sete primeiros meses de 2014. O segmento primário se destaca pelo maior crescimento no ano (4,22%), com desempenho positivo tanto no ramo agrícola quanto pecuário. O maior patamar de preços em relação a 2013. No segmento de insumos, o desempenho tem sido pressionado pela retração dos grupos de adubos e fertilizantes e de alimentação animal. Para ambos, o cenário é de queda tanto para preços quanto para quantidades, mas, no caso dos fertilizantes a redução deverá ser mais acentuada, dado recuo de 7,5% nas cotações e de 9,91% na produção nacional. Com a queda no volume produzido de adubos e a necessidade de abastecimento do mercado interno, as importações aumentaram em 13% no comparativo entre janeiro a julho de 2013 e 2014 (PIB AGRO CEPEA, 2014).

O Rio Grande do Sul é atualmente a quarta maior economia do Brasil pelo tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), chegando a R$ 296,3 bilhões. O Estado participa com 6,7% do PIB nacional, superado apenas pelos estados de São Paulo (33,1%), Rio de Janeiro (10,8%) e Minas Gerais (9,3%). No que se refere ao PIB, o Rio Grande do Sul também se mantém em uma posição privilegiada, com um valor de 27.514 reais, o que o coloca bem acima da média nacional que é de 19.766 reais (BRASIL, 2010).

Conforme divulgado pela Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (SEPLAG, 2014), a economia gaúcha possui uma associação com os mercados nacional e internacional superior a média brasileira. Embora a estrutura setorial do Valor Adicionado Bruto (VAB) do Rio Grande do Sul, em 2010, confirme a forte participação do Setor de Serviços no Estado, com o crescimento ocorrido durante as duas últimas décadas, pode-se afirmar que a economia gaúcha é impulsionada por dois setores hegemônicos: a agropecuária e a indústria de transformação. O setor agropecuário gaúcho apresentou, de acordo com os dados de 2010, uma participação de 8,7% da estrutura do VBA com forte associação com o setor agroindustrial (BRASIL, 2010).

De acordo com os dados da Fundação da Economia e Estatística (FEE, 2014), o Rio Grande do Sul cresceu 3,2% no primeiro trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo levantamento, o valor adicionado bruto (VAB) da

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agropecuária teve expansão de 6,4% no período, impulsionando pelo aumento da safra, a indústria cresceu 1,5% enquanto a indústria de transformação expandiu-se 1,2% com destaques para atividades de veículos automotores 16% produtos alimentícios 3,6% refino de petróleo e biocombustíveis 8,3% e fabricação de móveis 5,4% (FEE, 2014).

Em relação ao quarto trimestre de 2013, na série com ajuste sazonal, o PIB gaúcho cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2014. Agropecuária (2,3%) e serviços (0,5%) apresentaram aumento, enquanto que a indústria recuou 1%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, em comparação com o mesmo período anterior, o PIB do estado cresceu 6,5% com expansão de 5,6% nos impostos e de 6,6% no VAB total. A agropecuária apresentou crescimento de 37,9% no período (FEE, 2014).

Em valores monetários o PIB do Rio Grande do Sul, teve uma alta em relação à participação de 2012, que era de 6,21%, o PIB per capta alcançou o valor de R$ 27.943,50 um aumento de 5,9% em relação ao ano anterior (FEE, 2014).

O estudo desenvolvido buscou contribuir para o conhecimento prático, e fonte de pesquisa para quem se interessar pelo tema, pois demonstrará aos demais usuários dados para a elaboração de um planejamento tributário. Com a realização do trabalho poderá ser analisado a forma de tributação mais viável, que ajudará a empresa em sua tomada de decisões, não como modelo pois, cada empresa tem duas especificidades mas, como base para outros estudos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são dispostos conceitos e abordagens de acordo com a literatura de autores especialistas sobre contabilidade e planejamento tributário, tema em que se refere ao trabalho, buscando agregar conhecimentos teóricos que darão embasamento para a realização do estudo.

2.1 CONTABILIDADE

Contabilidade é uma ciência social que registra e controla o patrimônio de maneira a apresentar as suas mutações ocorridas em determinados períodos (FABRETI, 2014).

De acordo com Fabretti (2014, p. 7), “contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade”.

Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimento, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que como conjunto de normas, preceitos e regras gerais se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira. (BASSO, 2005, p. 22).

Já para Santos e Oliveira (2008, p. 15), a Contabilidade

[...] é uma ciência factual social. A natureza social da contabilidade traduz-se na preocupação pela compreensão da maneira de com que os indivíduos ligados à área contábil criam, modificam e interpretam os fenômenos contábeis, sobre os quais informam seus usuários; representa a realidade que deve ser observada por esse ramo do conhecimento humano.

De acordo com Oliveira et al. (2004, p. 41), “a contabilidade pode ser de grande utilidade como um órgão de apoio administrativo, quando atua em consonância com os objetivos estratégicos da empresa, implantando, conduzindo seus sistemas de informações de acordo com as reais necessidades do usuário”.

Nesse sentido, para Santos e Oliveira (2008, p.17), “o objetivo precípuo da contabilidade é o de permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação de situação

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econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras, num sentido dinâmico”.

Com seus diversos ramos de atuação, a contabilidade como ciência social, promove informações econômicas e financeiras que possibilitam atender os usuários internos e externos. Nesse sentido, a contabilidade se divide em diversas áreas, de modo a atender objetivos específicos aos usuários, e ou, áreas específicas na empresa, de modo interligado com todas as outras áreas da contabilidade, que resulte no processo de geração de informação para o processo de tomada de decisão (BEUREN, 2013).

A contabilidade está presente no início, meio e fim das organizações, pois todas as ações envolvidas precisam ser cuidadosamente acompanhadas pelo profissional contábil, garantindo excelência em todos os processos e atividades das empresas.

2.2 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

A contabilidade tributária, de acordo com Fabretti (2014, p. 5), “é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada”.

Para Oliveira et al. (2004, p. 36), contabilidade tributária é o ramo da contabilidade responsável pelo “gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais”.

O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando-o de forma clara e sintética, para em seguida, atender de forma extracontábil às exigências das legislações [...]. Para atingir esse objetivo, é preciso estudar, registrar e controlar os atos e fatos administrativos que produzem mutações patrimoniais, e consequentemente o resultado econômico positivo ou negativo. (FABRETTI, 2014, p. 8).

A principal função da contabilidade tributária é apurar com exatidão a carga tributária de um determinado exercício fiscal. Segundo Oliveira et al. (2014, p. 5), “é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada”.

A Contabilidade Tributária tem como foco principal controlar os tributos das empresas. Seu objetivo é aplicar a legislação tributária, de forma menos onerosa às entidades empresárias. Dentro da contabilidade são envolvidos vários fatores importantes e de alta

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relevância na apuração do resultado da empresa, a qual revela se a teoria está de acordo com a prática. Por esse motivo o contador deve estar sempre atualizado para não causar danos à empresa, pois a legislação tributária vive em constante mudança.

2.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O planejamento tributário é muito importante para a tomada de decisão de uma empresa. Ele tem como objetivo principal a economia de tributos buscando alternativas legais menos onerosas de forma preventiva.

Planejamento tributário é a escolha da melhor e menor forma de pagamento de tributos e encargos, podendo realiza ló legalmente e ilegalmente, onde legalmente é chamado de elisão fiscal, e o ilegal é chamado de sonegação fiscal. Portanto elisão fiscal são todas formas legais aplicáveis, que permitem realizar essa operação de forma menos onerosa para o contribuinte.

No entendimento de Oliveira et al. (2004, p. 39), “[...] o planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídicas de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte possa optar pela que apresente o menos ônus tributário”.

Sob esta perspectiva do contexto, uma opção para as empresas reduzir seus custos é por meio do planejamento tributário. De acordo com Fabretti (2014, p. 8), “o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário”.

O planejamento tributário estratégico tem como objetivo fundamental economia tributária de impostos, procurando atender às possíveis formas de legislação fiscal, evitando perdas desnecessárias para a organização. Para poder usufruir em toda a sua plenitude de todas as formas legais de planejamento tributário, é necessário que o contribuinte esteja bem assessorado por uma equipe especializada que saiba realizar o planejamento de tributos sem distorcer, alterar as obrigações quando o fato gerador assim o exigir. (OLIVEIRA et al., 2004, p. 41).

Para Oliveira et al. (2004, p. 38), “planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte possa optar pela que apresente o menos ônus tributário”.

O planejamento tributário, de um modo geral, é imprescindível para o alcance e manutenção de bons resultados. Seus reflexos sobre a organização têm como objetivo medidas contínuas que visam à economia de impostos por meio de formas legais, levando-se

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em conta as possíveis mudanças rápidas e eficazes na hipótese do fisco alterar as regras fiscais (LOPES; COE, 2006).

Para Oliveira et al. (2004, p. 40), “a finalidade principal de um bom planejamento tributário é, sem dúvida, à economia de impostos, sem infringir a legislação[...]”.

Não existe um modelo padrão de planejamento tributário, e sim moldado conforme as características de cada empreendimento, visto que cada ramo de atividades tem suas formas de tributos, no entanto é preciso conhecer a realidade da empresa para se indicar a melhor forma de tributação, no qual o sucesso do planejamento vai depender do entrosamento da contabilidade entre o empresário, o que possibilitará a análise e comparação dos relatórios contábeis necessários para a tomada de decisão mais eficiente para evitar o desembolso desnecessário (LOPES; COE, 2006).

Segundo Fabretti (2014, p. 28), “O estudo feito previamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosa, denomina-se planejamento tributário”.

Planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que busca diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio de maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição legal dos custos de seu empreendimento.

O Planejamento Tributário é a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais são os ônus em cada uma das opções tributárias legais disponíveis. A empresa escolhe, entre duas ou mais opções, aquela que impede ou retarda o fato gerador, tendo como objetivo em uma última analise a economia tributária na qual o gestor deve optar pela que seja menos onerosa no ponto de vista fiscal.

2.4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, bem como o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade. Essas informações são úteis para um grande número de usuários em suas tomadas de decisões, pois objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados (NBC-TG, 2011).

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Demonstrações contábeis preparadas de acordo com a estrutura conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, além de satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários.

A estrutura conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos com a finalidade de:

a) Dar suporte ao desenvolvimento de novas normas e à revisão das existentes quando necessário;

b) Dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação das normas e no tratamento de assuntos que ainda não tiverem sido objeto de normas;

c) Auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com as normas;

d) Apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, preparadas em conformidade com as normas; e e) Proporcionar àqueles interessados, informações sobre o enfoque adotado na

formulação das normas. (NBC-TG, 2011).

A estrutura conceitual NBC-TG, por meio da Resolução CFC 1329/2011, trata das demonstrações contábeis para fins gerais, inclusive das demonstrações contábeis consolidadas. As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas ao menos anualmente a fim de atender às necessidades comuns dos usuários. Muitos deles precisam confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de informações financeiras, portanto, elas devem ser preparadas e apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora desta estrutura conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais como, as incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais.

As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, conforme Lei 6.404/76 e alterada pela Lei 1.163/07, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a demonstração das mutações na posição financeira, demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas explicativas, entre outros. As demonstrações contábeis não incluem itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro. Aplicam-se às demonstrações contábeis de todas as entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado (NBC-TG, 2011).

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Entre os usuários das demonstrações contábeis estão inclusos investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação, embora nem todas possam ser satisfeitas, há as que são comuns entre todos os usuários.

Os elementos relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido:

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade;

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos;

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. (NBC-TG, 2011).

O resultado é normalmente usado como medida de desempenho ou como base para outras avaliações, tais como o retorno do investimento ou resultado por ação esses elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas que são definidas como:

a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade;

b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade (NBC-TG, 2011).

As definições de receitas e despesas identificam os seus aspectos essenciais, mas não especificam os critérios que precisam ser satisfeitos para que sejam reconhecidas na demonstração do resultado (NBC-TG, 2011).

De acordo com NBC-TG Estrutura Conceitual – Resolução CFC 1329/2011, mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis são elas:

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a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente.

b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço.

c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade.

d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade (NBC-TG, 2011).

A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na preparação de suas demonstrações contábeis é o custo histórico.

Muitas entidades apresentam, juntamente com as demonstrações contábeis básicas, um relatório da Administração descrevendo e explicando as características principais do desempenho financeiro da entidade e os principais riscos e incertezas que enfrenta.

2.5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Segundo o art. 96 do Código Tributário Nacional (CTN), “a expressão “Legislação Tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes”.

De acordo com o conceito dado pelo CTN à legislação tributária, segundo art. 96 da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, é:

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

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II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Conforme art. 100 do Código Tributário Nacional – Lei 5.172/66, que em geral se aplica à união, estados e municípios, mas também possui normas complementares, como:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

2.5.1 Tributos

Tributo, resumidamente, é uma obrigação que o contribuinte tem com o Estado na finalidade de financiar o ente público em beneficio do contribuinte.

Segundo Fabretti (2014, p. 106), “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída na lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

De acordo com Oliveira et al. (2004, p. 22), “O CTN conceitua tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sansão por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

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Isso significa que, o tributo é independente da vontade do contribuinte, deve ser instituído por lei, e deve ser pago com moeda corrente, não com bens ou prestações de serviços.

2.5.2 Base de cálculo

De acordo com Borges (2010, p. 6), base de cálculo “[...] pode-se conhecer, por um lado, a conduta ou ação inserida na órbita de incidência do imposto e, de outro lado, a grandeza específica à quantificação da aludida conduta”. Ou seja, base de cálculo é o montante no qual se aplica a alíquota com a finalidade de apurar o valor a ser recolhido.

A base de cálculo é o valor base para a aplicação da alíquota do tributo, e assim determinar o valor a ser recolhido aos cofres públicos.

2.5.3 Alíquota

Para Borges (2010, p. 7), a alíquota “[...] representa o fator aplicável à base de cálculo para se conseguir o montante que o sujeito passivo deve ao sujeito ativo em face da concretização da hipótese de incidência”.

A alíquota é o percentual definido por lei, aplicado sobre o montante da base de cálculo, onde se determina o valor do tributo a ser recolhido.

2.5.4 Adicional

De acordo com Fabretti (2014, p. 134), adicional, “além do imposto devido, apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, às vezes a lei determina o pagamento de mais um valor, sob o nome de adicional, que incide sobre determinada base de cálculo que ela fixar”. Ou seja, é o imposto que se paga referente ao valor que ultrapassar uma base fixa.

2.5.5 Substituição tributária

O regime de substituição tributária está previsto na Constituição Federal de 1988, art. 150, § 7º, o qual estabelece que a lei possa atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurado à imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. Pode-se afirmar que este regime consiste,

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basicamente, na cobrança do imposto devido em operações subsequentes, antes da ocorrência do fato gerador. Ou seja, antes de uma posterior saída ou circulação da mercadoria, o imposto correspondente deve ser retido e recolhido.

O regime de substituição tributária do ICMS atinge a qualquer contribuinte do ICMS. Considera-se contribuinte deste imposto qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (COAD, 2011).

2.6 REGIMES TRIBUTÁRIOS E SEUS ENQUADRAMENTOS

A escolha do regime tributário e enquadramento que irão definir a incidência para a base de calculo do imposto federal, entre as possibilidades tributárias existentes, apresentam-se o Lucro Real, o Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Simples Nacional e Micro empreendedor Individual.

2.6.1 Micro Empreendedor Individual (MEI)

O Micro Empreendedor Individual (MEI) é aquele que trabalha por conta própria, pequeno empresário, para sem um micro empreendedor, deve faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não deve ter participação em outra empresa. O MEI também pode ter um empregado registrado no salário mínimo.

De acordo com a lei complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 37,20 (comércio ou indústria), R$ 41,20 (prestação de serviços) ou R$ 42,20 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.

O micro empreendedor individual também terá acesso ao auxilio maternidade, auxilio doença, aposentadoria entre outros.

2.6.2 Simples Nacional

O Simples Nacional foi criado em 14 de dezembro de 2006 pela Lei Complementar nº 123, tendo como objetivo unificar os impostos federais estaduais e municipais. É em regime

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compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte.

A Lei Complementar nº 123/2006:

Estabelece normas gerais relativas às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo, não só o regime tributário diferenciado (Simples Nacional), como também aspectos relativos às licitações públicas, às relações de trabalho, ao estímulo ao crédito, à capitalização e à inovação, ao acesso à justiça, dentre outros.

O Simples Nacional implica no recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições, conforme consta no art. 13 da Lei 123/2006:

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;

III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;

V - Contribuição para o PIS/PASEP, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;

VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar;

VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;

VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

Podem optar pelo Simples Nacional as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que não incorram em nenhuma das vedações previstas na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006.

De acordo com o art. 966, da Lei nº 10.406, de 10/01/2002, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário, registrados no registro de empresas mercantis ou no registro civil de pessoas jurídicas, conforme o caso desde que:

I – no caso de microempresas, o empresário, a pessoa jurídica ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00; II – no caso das empresas de pequeno porte, empresário, a pessoa jurídica ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.

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São vedadas de optar pelo simples nacional que ultrapasse o limite de R$ 240.000,00, somente ficam fora da vedação ao regime empresas de serviços contábeis que poderão optar pelo simples.

2.6.3 Lucro Arbitrado

Para Oliveira et al. (2004, p. 176),

Em outras palavras, o lucro arbitrado é utilizado pela autoridade tributária para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social devidos pelo contribuinte, quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido ou se recusar a fornecer livros e documentos contábeis e fiscais solicitados em um processo de fiscalização.

De acordo com o art. 16 da Lei 9.246, de 26 de dezembro de 1995, o lucro arbitrado será determinado mediante:

O lucro arbitrado das pessoas jurídicas será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta, quando conhecida, dos percentuais fixados no art. 15, acrescidos de vinte por cento. Parágrafo único. No caso das instituições a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o percentual para determinação do lucro arbitrado será de quarenta e cinco por cento.

Lucro arbitrado é um recurso utilizado pelas autoridades fiscais, só deve ser aplicado quando houver ausência de confiança na escrituração do contribuinte, devido à falta de elementos concretos utilizados na tributação do lucro real ou presumido.

2.6.4 Lucro Presumido

O Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas no ano-calendário, à apuração do lucro real. A apuração dos impostos e feita a cada trimestre e tem como base a receita bruta auferida de acréscimos.

De acordo com Oliveira et al. (2004, p. 178),

O lucro presumido difere do conceito de lucro real, visto tratar-se de uma presunção por parte do fisco que seria o lucro das organizações caso não houvesse a contabilidade. Em outras palavras, como já comentado, a introdução pelo fisco do conceito de lucro presumido visou facilitar a apuração da base de cálculo, para algumas empresas, para apuração e recolhimento dos tributos de imposto de renda e contribuição social.

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Para a determinação da base de calculo serão aplicados percentuais de acordo com a atividade desenvolvida encima do faturamento trimestral.

Conforme o site da Receita Federal do Brasil (RFB, 2014), capítulo XIII - IRPJ - Lucro Presumido, podem optar pelo ingresso ao lucro presumido às pessoas jurídicas:

a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior; e

b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.

A opção pela tributação com base no lucro presumido é manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário e será definitivo em relação a todo o ano calendário, o que impede ou restringe o planejamento durante o exercício.

A modalidade pelo lucro presumido é mais fácil e também mais simples quando comparada ao lucro real, bem como a fiscalização.

2.6.4.1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica – Lucro Presumido

O Imposto de Renda no Lucro Presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Os percentuais aplicados para compor a base de cálculo do lucro presumido ocorrem de acordo com o art. 223 do RIR/1999, isto é:

Quadro 1 – Percentuais de presunção do IRPJ do lucro presumido

Atividades %

Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0

Revenda de combustíveis 1,6

Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 Serviços de transporte de cargas 8,0 Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0 Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,

anatomia patológica e cito patológica, medicina nuclear e análises e patologias clínicas.

8,0

Intermediação de negócios 32,0

Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis). 32,0 Fonte: RFB (2014).

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2.6.4.2 Contribuição Social pelo Lucro Líquido (CSLL) – Lucro Presumido

De acordo com a Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, estão sujeitas ao pagamento da CSLL todas as pessoas jurídicas e físicas a ela equiparadas.

A alíquota da CSLL é de 9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ.

A CSLL tem o recolhimento trimestralmente no último dia útil do mês seguinte ao mês de apuração.

2.6.4.3 Programa de Interação Social (PIS) – Lucro Presumido

O PIS é calculado mensalmente sobre o faturamento, com alíquota de 0,65%, pelas pessoas jurídicas de direito privado, também é contribuído sobre a folha de pagamento, sobre a alíquota de 1% sendo seus contribuintes os templos de qualquer culto: os partidos políticos; institucionais de educação e assistência social que preencham os requisitos do art.12 da Lei nº 9.532/97.

O fato gerador corresponde ao faturamento mensal da empresa, isto é, total da receita bruta mensal, devendo ser observado às exclusões previstas em lei. Considera-se receita bruta total e qualquer receita obtida pela empresa independente se for originária de uma atividade preponderante ou não.

2.6.4.4 Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS) – Lucro Presumido

A COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº 71/91, e tem como seus contribuintes as pessoas jurídicas em geral, inclusive as equiparadas, bem como as cooperativas e entidades imunes e isentas.

Como citado anteriormente, a COFINS também tem como fato gerador a receita bruta, ou seja, o total das receitas auferidas pelas pessoas jurídicas de direito privado observada a legislação vigente.

A data limite para recolhimento da guia COFINS é no dia 25 do mês seguinte ao da apuração, alíquota a ser aplicada é de 3% sobre a base de cálculo aplicada.

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2.6.5 Lucro Real

Para fins da legislação de imposto de renda, o lucro real significa o próprio lucro tributável, onde o mesmo é distinto do lucro apurado contabilmente.

Segundo Oliveira et al. (2004, p. 177), conceito de lucro real:

É o lucro líquido do período apurado na escrituração comercial, denominado lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do importo de renda. Os ajustes do lucro líquido do período de apuração e a demonstração da apuração do lucro real devem ser transcritos no livro de apuração do lucro real (Lalur).

Conforme o art. 247 de 26 de março de 1999, sessão II lucro real é:

Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei n º 1.598, de 1977, art. 6 º).

§ 1 º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei n º 8.981, de 1995, art. 37, § 1 º).

§ 2 º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (Decreto-Lei n º 1.598, de 1977, art. 6 º, § 4 º).

§ 3 º Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real -LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente serão atualizados monetariamente até essa data, observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos ou compensados em períodos de apuração posteriores (Lei n º 9.249, de 1995, art. 6 º).

A tributação com base no lucro real é uma forma de apuração do imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, na qual a empresa lança a resultado do exercício todas as despesas e receitas que compuseram o período.

2.6.5.1 Pessoas jurídicas obrigadas a optar pelo Lucro Real

Conforme a lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, estão obrigadas à apuração pelo lucro real as pessoas jurídicas:

I - cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;

(30)

I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)

I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013) (Vide parágrafo único do art. 9º, da Lei nº 12.814/2013). II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufrua de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996 ;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

O Lucro Real pode ser apurado de três maneiras: lucro real trimestral, lucro real anual, e lucro real por estimativa (anual).

2.6.5.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica – Lucro Real

De acordo com a legislação do imposto de renda, lucro real significa o próprio lucro tributável, e distingue-se do lucro líquido apurado contabilmente.

A partir do ano-calendário de 1996, as pessoas jurídicas, independentemente da forma de constituição e da natureza da atividade exercida, passaram a pagar o imposto de renda à alíquota de 15%, incidente sobre a base de cálculo apurada na forma do lucro real, presumido ou arbitrado.

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem optar pela apuração do lucro real anual, apuração em cada trimestre. Mas, os recolhimentos dos tributos devem ser efetuados todos os meses.

Lucro real anual é apurado de acordo com os resultados acumulados nos meses do período-base, sendo calculado apenas ao final do ano. O cálculo do IRPJ anual é parecido com o do lucro real trimestral, porém, no lucro real anual, o valor do imposto devido é calculado sobre a apuração do final do período-base.

De acordo com o site da Receita Federal do Brasil (RFB, 2014), o prazo para pagamento do Imposto de Renda determinado com base no lucro real trimestral:

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O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração. À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder.

Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00 (um mil reais) e o imposto de valor inferior a R$2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única.

As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

Conforme o site da Receita Federal do Brasil (RFB, 2014), o saldo do Imposto de Renda apurado em 31 de dezembro:

a) será pago em quota única até o último dia útil do mês de março do ano subsequente. O saldo do imposto será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro do ano subsequente até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento;

b) poderá ser compensado com o imposto de renda devido a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento do período de apuração, assegurada à alternativa de requerer a restituição, observando-se o seguinte (AD n° 03, de 07 de janeiro de 2000):

Com base na receita líquida as alíquotas para encontrar a base de cálculo e lucro real é os mesmos usados pelo Lucro Presumido.

2.6.5.3 Contribuição Social pelo Lucro Líquido (CSLL) – Lucro Real

De acordo com a Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002, a base de cálculo da CSLL devida por estimativa é:

O percentual da receita bruta mensal, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos, correspondente a 12% (doze por cento), para as pessoas jurídicas em geral, ou a 32% (trinta e dois por cento), no caso para as pessoas jurídicas que desenvolvam as seguintes atividades (Lei n º 9.249, de 1995, art. 20, com a redação dada pela Lei n º 10.684, de 2003, art. 22).

Encontrando a CSLL devida procedem-se as deduções e as compensações de pagamentos indevido ou maior, originando-se a CSLL a pagar.

(32)

2.6.5.4 Programa de Interação Social (PIS) – Lucro Real

De acordo com o art. 1º da Lei nº 10. 637, de 30 de dezembro de 2002, a contribuição para o PIS tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.

O PIS tem a incidência não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, como no lucro presumido é calculado mensalmente sobre o faturamento, com a alíquota de 0,65%.

2.6.5.5 Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (CONFINS) – Lucro Real

Conforme o art. 1º da Lei nº 10. 833, de dezembro de 2003, a contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS), com a incidência não cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica.

Para determinar o valor da COFINS não cumulativa aplicar-se-á sobre a base de cálculo apurada a alíquota de 3% para as empresas tributadas com base no Lucro Real trimestral, no lucro real anual e na estimativa mensal. Segundo o art. 3º da Lei 10.833/03, do valor da COFINS devida, a pessoa jurídica poderá deduzir créditos calculados sobre o valor das entradas de bens, produtos e serviços.

2.6.5.6 Lucro real trimestral ou por estimativa

Para as empresas que estão obrigadas a optar pelo lucro real o recolhimento da contribuição social ou do imposto de renda pode ser feito trimestral ou por estimativa, por estimativa pode optar pelo pagamento do imposto e da contribuição Social, em cada mês sobre a base de cálculo estimada. Esse sistema se aplica exclusivamente às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real.

(33)

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Neste capítulo o estudo apresenta a classificação da pesquisa, plano de coleta de dados, plano de analise e interpretação dos dados.

Para Andrade (2010, p. 117), “metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo classifica-se de acordo com o problema e os objetivos estabelecidos, que pode ser dividido quanto à natureza, objetivos, abordagem do problema e procedimentos técnicos.

3.1.1 Do ponto de vista da sua natureza

Esse estudo que teve como objetivo analisar a melhor opção tributária para uma empresa, assim a pesquisa quanto a sua natureza é classificada como aplicada, buscando dados concretos para fins do mesmo, conforme Boaventura (2004, p. 56) esse tipo de pesquisa “[...] gera conhecimentos úteis à solução de problemas sociais”.

Conforme Vergara (1998, p. 45), “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”. Dessa forma, por ser um estudo que teve como objetivo, o planejamento tributário para a redução da carga tributaria, a pesquisa é aplicada, buscando dados concretos para o melhor enquadramento dentro da legalidade.

3.1.2 Do ponto de vista dos seus objetivos

A pesquisa classifica-se como descritiva por permitir mais conhecimento sobre o planejamento tributário e ter maior relação com o problema da pesquisa, realizada com vistas ao atendimento de seus objetivos de modo descritivo, que de acordo com Andrade (2010, p. 112), “[...] os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles”.

Andrade (2010, p. 112) destaca que a característica da pesquisa descritiva “[...] é a técnica padronizada da coleta de dados, realizada principalmente através de questionários e da

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