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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

GRADUAÇÃO

Jackson Fernando Colet

Ijuí, RS, Brasil

2015

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1

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Jackson Fernando Colet

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária, Área de Clínica Esportiva e Cirurgia de Equinos, da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ,

RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Orientador: Prof. Med. Vet. Dr. Fernando Silvério Ferreira da Cruz

Supervisor: Med. Vet. Dr. Jarbas Francisco Castro Junior

Ijuí, RS, Brasil

2015

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Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o

Relatório de Estágio da Graduação

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

elaborado por

Jackson Fernando Colet

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________________

Fernando Silvério Ferreira da Cruz, Dr. (UNIJUÍ)

(Orientador)

______________________________________

Roberta Carneiro Pereira, Msc. (UNIJUÍ)

(Banca)

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RESUMO

Relatório de Graduação Curso de Medicina Veterinária Departamento de Estudos Agrários

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

AUTOR: JACKSON FERNANDO COLET

ORIENTADOR: FERNANDO SILVERIO FERREIRA DA CRUZ Data e Local da Defesa: Ijuí, 04 de dezembro de 2015.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Cirurgia e Clínica esportiva de Equinos, na Clínica Hípica, situada na Sociedade Hípica Porto Alegrense, município de Porto Alegre- RS, no período de 20 de Julho a 21 de agosto de 2015, totalizando 150 horas de atividades, sob a supervisão do Médico Veterinário Dr. Jarbas Francisco Castro Júnior, proprietário e responsável pela clínica. A orientação do presente trabalho foi supervisionada pelo professor Dr. Fernando Silvério Ferreira da Cruz. O estágio proporcionou conhecimentos relacionados com a busca por conhecimentos teóricos sobre casos desconhecidos, até a verificação na prática das teorias já estudadas. Com convivência durante o estágio foi possível acompanhar a conduta ética e profissional do Médico Veterinário, para com seus clientes e demais membros da equipe, mostrando a importância do perfil profissional para o sucesso na profissão. A principal demanda atendida pela clínica são os equinos encaminhados, por seus Veterinários, da região sul do Brasil. Entre os serviços realizados destacam-se: inspeções de sistema locomotor, diagnósticos clínicos, utilizando-se de equipamentos como Raio X digital, Ultrassom, Doppler, além de contar com laboratório de análises clínicas. Da mesma forma, são realizadas cirurgias de emergência como: traumas, cólicas, cirurgias corretivas de sistema locomotor, respiratório, odontológico e outras. Neste trabalho foram relatados dois casos clínicos: o primeiro refere-se ao atendimento de uma égua com cólica, no qual se descreve o procedimento cirúrgico e seu tratamento pós-operatório; por sua vez, o segundo caso refere-se a um Equino de hipismo com osteocondrose do maléolo medial da tíbia, e o relato descreve seu tratamento, via artroscopia e sua recuperação. A realização do Estágio Curricular permitiu importantes aprendizados e ambições na busca de novos conhecimentos, proporcionando uma ampla visão da rotina diária de uma clínica de Equinos e o trabalho dos profissionais deste ramo.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... ... 9 Tabela 2 - Coletas de amostras para exames acompanhadas durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 9 Tabela 3 - Cirurgias emergenciais acompanhadas durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 9 Tabela 4 - Cirurgias terapêuticas acompanhadas durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 9 Tabela 5 - Exames de Diagnóstico por Imagem acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 10 Tabela 6 - Procedimentos terapêuticos do sistema locomotor acompanhados durante o

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 10 Tabela 7 - Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015... 11 Tabela 8 - Graus de Claudicações... 14

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BID Duas vezes por dia bpm Batimentos por minuto cm³ Centímetro Cúbico dL Decilitro FC Frequência Cardíaca FR Frequência Respiratória g Gramas IM Intramuscular IV Intravenosa Kg Quilogramas Mg Miligramas min Minutos

mpm Movimentos por minuto ml Mililitros

SC Subcutâneo

TID Três vezes por dia

TPC Teste de Perfusão Capilar UI Unidades Internacionais

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

... 7

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

... 9

RELATO DE CASO 1

... 12 Resumo ... ...12 Introdução ... 12 Metodologia ... 14 Resultados e discussão ... 15 Conclusão ... 18 Referências ... 18

RELATO DE CASO 2

... 20 Resumo ... 20 Introdução ... 20 Metodologia ... 22 Resultados e discussão ... 23 Conclusão ... 27 Referências ... 27

CONCLUSÃO

... 29

REFERÊNCIAS

... 31

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INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária apresenta-se como o momento no qual é possível aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação, os quais podem ser melhor compreendidos pela aplicabilidade prática e no acompanhamento da rotina diária de um serviço veterinário. O estágio é fundamental na formação acadêmica por proporcionar um contato direto com as situações não previstas na prática diária, na busca da forma mais adequada de manejá-las, assim como uma maior aproximação dos exemplos de ética e de conduta do Médico Veterinário na sua rotina de trabalho.

O estágio foi realizado no período de 20 de Julho a 21 de agosto de 2015, totalizando 150 horas de atividades, sob a supervisão do Médico Veterinário Dr. Jarbas Francisco Castro Júnior, proprietário e responsável pela clínica. A orientação do presente trabalho foi supervisionada pelo professor, Doutor em Medicina Veterinária, Fernando Silvério Ferreira da Cruz.

A Clínica Hípica, fundada em 2006, localiza-se no município de Porto Alegre, dentro da Sociedade Hípica Porto Alegrense. Atualmente estima-se que este local atende o maior número de casos cirúrgicos e clínicos relacionados à medicina esportiva de Equinos no Rio Grande do Sul. A clínica é de propriedade do Médico Veterinário, Dr. Jarbas Francisco Castro Júnior, com experiência de 28 anos na área de Equinos, sendo um dos quatro Médicos Veterinários membros da equipe do Brasil nas Olimpíadas de 2016 e membro da AAEP (American Association of Equine Practitioners).

A equipe de trabalho é composta pelo Veterinário responsável e dois Veterinários auxiliares, sendo que um atua como anestesista e outro como auxiliar nos procedimentos cirúrgicos. A estrutura da clínica é implementada e ampliada a cada ano, buscando sempre atender aos pacientes com equipamentos modernos, que buscam diagnósticos precisos. Atualmente o local possui: 02 Raio X digital; 01 Ultrassom Doppler; e 02 endoscópios. Quanto ao espaço físico, destaca-se: - bloco cirúrgico, equipado para cirurgias abdominais, ortopédicas, respiratórias, entre outras; - laboratório para análises clínicas; - 2 ambulatórios; - 14 baias para internação. Toda a estrutura busca atender Equinos em diversas situações.

A Sociedade Hípica Porto Alegrense abriga aproximadamente 200 Equinos que atuam na prática de hipismo, além de sediar campeonatos nesta área, estaduais a internacionais. Grande parte dos animais presentes neste local são atendidos na clínica, portanto, além de tratamentos, o trabalho do veterinário busca prevenir lesões nos Equinos de esporte.

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Além de todo o conhecimento adquirido durante no estágio, as amizades, novas relações e contatos dentro da área, foram importantes. Portanto, considera-se etapa acadêmica fundamental para ampliar interação entre a teoria e prática dos casos clínicos acompanhados.

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9

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos estão apresentadas, de forma resumida, na Tabela 1 e a descrição detalhada das atividades estão indicadas nas Tabelas 2 a 7.

Tabela 1 - Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado

em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Resumo de Atividades Total %

Coleta de amostra para exames 249 48,3

Procedimentos terapêuticos do sistema locomotor 175 33,9

Diagnósticos por imagem 55 10,7

Cirurgias de emergência 10 1,9 Cirurgias corretivas 10 1,9 Atendimentos clínicos 9 1,7 Eutanásias 6 1,2 Cirurgias terapêuticas 2 0,4 TOTAL 516 100%

Tabela 2 - Coletas de sangue para exames, acompanhadas durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Coletas de amostra para exames Total %

Coleta sangue para hematócrito e Proteína Plasmática Total 163 65% Coleta sangue exame anemia infecciosa e mormo 80 32%

Coleta sangue para hemograma 6 2%

Coleta sangue para banco de Plasma 1 0%

TOTAL 250 100%

Tabela 3 - Cirurgias emergenciais acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado

em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Cirurgias emergenciais Total %

Exame clínico e cirurgias abdominais de cólicas 8 80%

Fratura Maxilar 2 20%

TOTAL 10 100%

Tabela 4 - Cirurgias terapêuticas acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado

em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

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Artroscopia da articulação Tibiotarsiana 1 9,1% Artroscopia da articulação Interfalangeana distal 1 9,1% Artroscopia de Carpo ( Radiocarpica e intercapiana) 4 35,4%

Hemiplegia Laríngea 2 18,2%

Desmotomia ligamento anular MPD 1 9,1%

Retirada de Sarcóide com implante 1 9,1%

Tenotomia tendão flexor superficial membros posteriores 1 9,1%

TOTAL 11 100%

Tabela 5 - Exames de Diagnóstico por Imagem acompanhados durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Exames de Diagnóstico por Imagem Total %

Raio X 38 69%

Ultrassom tendões e ligamentos 12 22%

Endoscopia 5 9%

TOTAL 55 100%

Tabela 6 - Procedimentos do sistema locomotor acompanhados durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Procedimentos do sistema locomotor Total %

Inspeções semanais equinos da clínica 61 35%

Avaliação Clínica 42 24%

Mesoterapia 8 5%

Bloqueio anestésico do nervo digital palmar 7 4%

Infiltração Metacarpo Falangeana 6 3%

Bloqueios Neurolíticos Nervo Digital Palmar 6 3%

Infiltração Interfalangeana Distal 5 3%

Infiltração Sacroiliaca guiada por Ultrassom 5 3%

Infiltração de Femurotibiopatelar 5 3%

Bloqueio anestésico abaxial e digital palmar Membros Torácicos 5 3%

Infiltração de Tibiotarsiana 2 1%

Infiltração de Intertársica Proximal 2 1%

Infiltração de Coxofemural 3 2%

Artrocentese Tarsocrural 3 2%

Infiltração Navicular 2 1%

Infiltração Interfalangeana proximal 2 1%

Infiltração de Intercarpiana 2 1%

Bloqueio anestésico 4 pontos volar alto 2 1%

Bloqueio anestésico 4 pontos volar baixo 2 1%

Perfusão regional com Amicacina de Membro Posterior Esquerdo 2 1%

Inspeção campeonato gaúcho de hipismo 1 1%

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Fisioterapia 1 1%

TOTAL 175 100%

Tabela 7 - Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado

em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia esportiva de Equinos na Clínica Hípica, Porto Alegre/RS, no período de 20 de julho a 21 de agosto de 2015.

Atendimentos Clínicos Total %

Cólica 5 50%

Retirada de dreno no processo espinhoso 1 10%

Microchip em Equinos 1 10%

Diarreia em potros 1 10%

Remoção de Sarcóide 1 10%

Aplicação de Formaldeído em Hematoma Etmoidal 1 10%

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RELATO DE CASO 1

Osteocondrose em maléolo medial da tíbia em Equino de salto

Jackson Fernando Colet; Fernando Silvério Ferreira da Cruz; Jarbas Francisco Castro Junior

Resumo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um Equino macho, de 10 anos de idade, da raça Brasileiro de Hipismo, que apresentou claudicação no seu membro posterior esquerdo, sendo submetido a exames clínicos e radiográficos, estes constataram a presença de um fragmento ósseo desprendido do maléolo medial da tíbia na região da articulação tíbio-társica. O animal não apresentava efusão da região e o grau de claudicação foi considerado tolerável, portanto, não foi encaminhado para tratamento cirúrgico. O Equino seguiu em atividades físicas, contudo, 60 dias após o diagnóstico, ocorreu um aumento de volume da articulação, apresentando maior grau de claudicação. Desta forma, realizou-se novos exames radiográficos, que constataram mudança de posição do fragmento ósseo e então o equino foi encaminhado para tratamento via artroscopia. A cirurgia ocorreu sem intercorrência, sendo retirado o fragmento e realizado a curetagem no local e nos espaços articulares com sucesso. O pós-operatório ocorreu de forma conservadora, com restrição de movimentos, e a terapia medicamentosa prescrita foi com Penicilina, Gentamicina e Fenilbutazona, além de curativos para higienizar o local da cirurgia. O retorno do Equino aos exercícios físicos irá depender de sua evolução, porém o prognóstico é favorável para seu retorno as atividades dentro de 60 a 90 dias.

Palavras-chave: Equinos. Artroscopia. Claudicação.

Introdução

A evolução da medicina nos últimos anos tem trazido muitas contribuições aos humanos, e os princípios destas inovações tem sido amplamente utilizadas em Equinos. Estudos da fisiopatologia, na fisiologia do exercício, melhorias nos equipamentos para diagnóstico e tratamento, assim como um avanço nas técnicas cirúrgicas do sistema locomotor, contribuem para o diagnóstico e tratamento de lesões do sistema músculo esquelético (WEEREN, 2012).

A osteocondrose é uma desordem de osso e cartilagem, sem causa especifica reconhecida, sendo entendida como o surgimento de uma lesão traumática, ou não, da

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cartilagem articular e do osso subcondral. Seu diagnóstico ocorre com a detecção da presença de um fragmento ósseo ou aba da cartilagem anormal na região afetada (LÓPEZ, 2012).

Entre as lesões de osteocondrose, a que possui maior frequência é a osteocondrose da crista intermediária distal da tíbia (LATIMER, 2004). As fraturas do maléolo da tíbia são relacionadas a traumas e sua ocorrência geralmente estão relacionadas a quedas ou até mesmo coices de outros animais. O aparecimento das lesões pode ocorrer em equinos, de qualquer sexo e idade, porém no início da vida esportiva são mais propícios a sofrerem esta lesão. A influência da hereditariedade genética ainda não é comprovada, porém defeitos genéticos na ossificação endocondral podem colaborar no surgimento das lesões. Algumas raças de cavalos de salto e Puro Sangue Inglês apresentam maior prevalência de osteocondrose, porém todas as raças podem apresentar esta patologia (SULLINS, 2011).

O crescimento de forma muito rápida e alteração nas dietas, com excesso de carboidratos, podem aumentar o risco da ruptura de condrócitos do metabolismo (LÓPEZ, 2012). Os principais sintomas clínicos apresentados por um cavalo com osteocondrose é a efusão da articulação e claudicação. O diagnóstico inicia-se realizando o teste de flexão, buscando encontrar a articulação que apresenta maior claudicação e após se utiliza anestesia intra-articular para melhor aprofundamento do diagnóstico, porém, o exame definitivo deve ser com uso do Raio X (SULLINS, 2011). Através da radiografia é possível identificar o tamanho dos fragmentos, sua localização e as alterações ósseas existentes na região. Destaca-se que, devido a complexidade anatômica do tarso, a detecção de fraturas em alguns casos é difícil, pois a região possui muito apoio, gerado por ligamentos, o que resulta em mínimo desprendimento dos fragmentos da fratura (BUTLER et al., 2000).

A ligação entre a articulação intertársica proximal e tibiotársica ocorre por uma abertura, esta se torna ampla em equinos adultos, neste espaço podem ser encontrados os fragmentos ósseos, sendo que alguns casos são associados a claudicação, e em outros casos os animais não apresentam clínica/sintomatologia da lesão. Ainda, como mencionado, os fragmentos são identificados através de imagem radiográfica e a origem dos mesmos nem sempre é próxima ao local no qual são encontrados, devido a comunicação entre as articulações (ROSS; DYSON, 2011).

Os relatos de osteocondroses apresentam-se bilaterais em 45% a 60% dos cavalos afetados, podendo os sinais clínicos diferirem, assim como os achados físicos, pelo fato de não ocorrer normalmente na mesma localização (LÓPEZ, 2012). O equino do caso apresentou lesão unilateral, permanecendo o membro contralateral de forma íntegra.

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A indicação de tratamento é a retirada dos fragmentos, através da artroscopia, porém em casos em que o animal não apresenta sintomas de dor, inchaço ou claudicação, não se indica a remoção (WEEREN, 2006). Os primeiros relatos de artroscopia em equinos são do ano de 1973, descritos na literatura alemã, sendo difundida anos depois para literatura inglesa, na qual foram feitos relatos de cirurgias de carpo equino. Posteriormente, os estudos avançaram e as técnicas passaram a ser utilizadas nas demais articulações (MCILWRAITH; WRIGHT; NIXON, 2015). A evolução do uso da artrotomia para artroscopia, é considerada uma importante melhora na qualidade da remoção de fragmentos subcondrais, pois diminui o trauma cirúrgico da articulação, sendo a mesma uma técnica mais precisa e menos invasiva (WEEREN, 2006).

Este estudo tem como objetivo, relatar o caso clínico de um equino que apresentou claudicação de membro posterior, cujo diagnóstico de osteocondrose foi realizado através de raio X.

Metodologia

Trata-se de um relato de caso de um Equino atendido na Clínica Hípica em Porto Alegre, com 10 anos de idade, da raça Brasileiro de Hipismo, utilizado com frequência no esporte de salto, apresentando claudicação grau 1,5 (Escala 1-5) do membro posterior esquerdo e efusão de jarrete. Há 60 dias, o mesmo animal havia sido atendido e radiografado, e encontrado uma fratura do maléolo medial da tíbia e o fragmento havia sido localizado próximo a articulação tibiotársica, porém, o equino não foi encaminhado para cirurgia pois não manifestava alterações na região, assim como não claudicava.

Em seu retorno, após avaliação física, foi submetido aos testes de flexão e sua claudicação, após o teste, foi grau 3 (Escala 1-5). Posteriormente, foi realizado exame radiográfico, com o qual foi possível encontrar a posição do fragmento, identificar seu tamanho e a condição da articulação. O fragmento havia mudado sua posição estando em posição mais distal, próximo a articulação tibiotarsiana.

Tabela 8 – Graus de Claudicações Grau de

Claudicação Sinais Clínicos 0 Sem alterações

1 Leve, observada ao trote em linha reta, com pouco aceno de cabeça

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3 Pronunciado aceno de cabeça. Reflexo de cabeça realizado quando o membro

diagonal atinge o chão

4 Claudicação severa, com aceno da cabeça e região pélvica extremos

5 Não suporta o peso sobre o membro, mantendo o mesmo elevado Fonte: SULLINS, 2011.

O equino apresentava bom estado corporal e até então rotina diária de exercícios, em estado alerta, mucosas rosadas, parâmetros fisiológicos dentro do padrão, sendo tempo de perfusão capilar: 1”, frequência cardíaca: 38bpm; frequência respiratória: 14mpm e temperatura retal: 38,2°C. Após o diagnóstico radiográfico, foi realizado um hemograma, que relatou hematócrito: 39%; proteína plasmática: 6,8g/dL e então foi marcado uma artroscopia para o dia seguinte.

Foram realizados medicamentos pré-operatórios, sendo Penicilina (24.000 UI/kg, IM) e Gentamicina (6,6 mg/kg, IV) e após a tricotomia ampla da região do jarrete, procedeu-se o uso de Xilazina (1,1 mg/kg, IV) e a indução anestésica foi com Diazepam (0,1 mg/kg, IV) e Cetamina (2 mg/kg, IV). A manutenção anestésica foi realizada com Isofluorano e oxigênioterapia, o animal permaneceu em anestesia durante 45 minutos, permanecendo em decúbito dorsal e em plano adequado durante este período. Foi instituída fluidoterapia com Ringer com Lactato e sua recuperação anestésica ocorreu sem intercorrências.

A cirurgia iniciou após duas lavagens do membro com Clorexidine degermante e banhado em álcool 70%. O membro foi estendido para a incisão e introdução do artroscópio e flexionado para melhor visualização das estruturas e realização da cirurgia. O fragmento foi rapidamente encontrado e retirado com uso de uma pinça Ferris-Smith. Após a retirada, utilizando uma cureta, foi realizada limpeza nas estruturas e curetagem óssea na região que o fragmento se soltou. Após o procedimento concluído, foi realizada sutura de pele, nas duas incisões de acesso. Para liga ao redor do jarrete utilizou-se gases com pomada à base de Clorexidine, algodão e atadura.

No pós-operatório, foram utilizados os medicamentos: Fenilbutazona (4,4 mg/kg, IV), Penicilina (24.000 UI/kg, IM), Omeprazol (1 mg/kg, VO) e Gentamicina (6,6 mg/kg, IV) durante 7 dias e realizada limpeza do curativo com solução Clorexidine diariamente. O animal não apresentou complicações pós-operatórias e teve evolução positiva nos seus primeiros dias pós-operatórios.

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A maioria dos casos de osteocondrose estão ligados a artroscopia, que tem por finalidade uma forma de tratamento e também de diagnóstico. No caso do jarrete, o cavalo é posicionado em decúbito dorsal, sendo que a posição do membro durante o procedimento será flexionada em diferentes ângulos para melhor exploração da área (MCILWRAITH; WRIGHT; NIXON, 2015). As lesões envolvendo fragmentos provenientes do maléolo tibial não são muito frequentes, porém possuem capacidade de causar grandes danos e, desta forma, o reparo da articulação através de artroscopia deve ser realizado brevemente para que sejam evitados outros problemas subsequentes, como uma osteoartrite, por exemplo (SULLINS, 2011). O equino do caso após seu primeiro diagnóstico de lesão foi mantido sob tratamento conservador, porém após a evolução dos sinais clínicos foi encaminhado para tratamento cirúrgico.

Entre os benefícios da realização da artroscopia está a lavagem, que ocorre durante seu processo, na qual utiliza-se fluído para que ocorra a distensão da articulação e consequentemente melhor visualização, implicando assim na saída de liquido da articulação. O líquido sinovial nestes casos contém citocinas e partículas de desgaste de cartilagem e sua lavagem durante o procedimento é benéfica para o tratamento. Outra importante indicação da artroscopia é sua aplicação que apresenta melhores resultados em casos agudos. O registro da cirurgia, através da filmagem, é um importante recurso, possibilitando melhores compreensões das patologias e para estudo de informações especificas sobre a cirurgia (WEEREN, 2012).

Nestes casos, pequenos fragmentos geralmente são retirados primeiro, sendo que em situações de difícil visualização é necessário aumentar o tamanho do instrumento de visualização para que seja possível a retirada dos mesmos. É importante o uso de curetas para que possa realizar a debridação do osso até o nível adequado, assim como alisar as superfícies articulares, buscando evitar traumas pós-operatórios pelo atrito articular. Outro importante benefício da lavagem da articulação é a possibilidade de remoção de pedaços de fragmentos pequenos, difíceis de serem extraídos, os quais são expulsos por meio do fluído (WEEREN, 2006). O fragmento neste caso estava em fácil acesso e com tamanho próximo a 1 cm³, facilitando assim sua localização e retirada.

Animais de raças pesadas, como cavalo de sela Belga ou Francesa, podem ter o surgimento de lesões relacionadas ao peso, além de condições hereditárias. O início do surgimento dessas lesões pode ocorrer com 1 mês de idade, porém os sinais radiológicos passam a ser diagnosticados a partir de 1 ano de idade (BUTLER et al., 2000). A osteocondrose pode ser comparada em seu diagnóstico clínico com algumas outras patologias como: sinovite séptica, sinovite asséptica, osteomielite e diversas fraturas da região pelos sintomas que podem

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ser apresentados como por exemplo, efusão, dor e claudicação. Desta forma, é fundamental o diagnóstico radiográfico, sendo que a radiografia da articulação contra lateral é muito importante (LÓPEZ, 2012).

Durante o diagnóstico clínico pode ser utilizada a técnica de bloqueio perineural do tarso ou analgesia intra-articular, visando uma diminuição na claudicação e, desta forma, pode se determinar em quais casos a osteoncondrose é responsável pela claudicação. Além disso, poderão ser identificados quais animais possuem chances de sucesso após realização da artroscopia (LATIMER, 2004). O exame clínico deste equino pode relacionar os sintomas com a literatura, pois o caso em questão apresentava claudicação e efusão da articulação, podendo ser confundido com outras patologias, porém através do diagnóstico por imagem foi possível detectar a lesão e sua gravidade.

Alguns fragmentos não são possíveis de serem detectados através da projeção dorso-plantar, sendo geralmente necessário as projeções oblíquas para definição do diagnóstico. Muitos fragmentos, originários da tíbia, podem aparecer em posições mais distais a suas origens e não é raro a presença de lesões bilaterais (BUTLER et al., 2000). O prognóstico dos animais submetidos a tratamento cirúrgico geralmente é bom, inclusive quando o fragmento for de tamanho maior. A indicação é que após o diagnóstico a intervenção cirúrgica possa ser o mais rápido possível, pois em muitos casos que possui efusão do tarso ou instabilidade dos fragmentos, pode causar atritos na articulação e manifestar outros sinais clínicos (ROSS; DYSON, 2011). No presente relato após a radiografia o procedimento cirúrgico ocorreu em 24 horas, favorecendo para menores complicações da lesão.

Destaca-se que o desaparecimento da efusão e diminuição da lesão são indicadores importantes para que o prognóstico seja bastante favorável em casos cirúrgicos e em tratamentos terapêuticos, porém estes animais podem ser propensos a uma carreira esportiva limitada (LATIMER, 2004). Os principais objetivos do tratamento cirúrgico são a diminuição do derrame articular, evitar a claudicação ou diminuir significativamente, além de permitir ao paciente recuperação da forma atlética e melhorar a qualidade de vida (LÓPEZ, 2012). O princípio do tratamento é retirar os tecidos envolvidos e debridar esta região, desta forma, é removido o estímulo para sinovite e então o trauma da região diminui. Em cavalos tratados, o repouso tem objetivo é estimular a cicatrização, minimizando a lesão da osteocondrose, pois permite a conclusão de ossificação osteocondral pelo aumento esquelético maduro, minimizando assim a progressão da sinovite, pelo fato de aumentar a estabilidade da lesão (LATIMER, 2004). A terapia utilizada no tratamento conservador, em potros, está baseada em

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restrição ao exercício entre 6 a 10 meses, anti-inflamatórios não esteroidais e dieta balanceada, visando equilíbrio de minerais, baixa energia e proteína correta (LÓPEZ, 2012). No equino do caso a lesão havia sido diagnosticada de forma precoce, porém sem manifestações clinicas e foi submetido a terapia com Fenilbutazona e permaneceu em atividades, porém sem sucesso pois logo após apareceu a sintomatologia.

O presente caso passou a apresentar menor grau de efusão de seu jarrete, sem alterações em sua marcha. Foi recomendado ao proprietário o repouso por pelo menos 60 dias e após ser avaliado para que seja programado seu retorno as atividades. Novos exames radiográficos serão realizados antes do retorno as atividades físicas e seu acompanhamento veterinário será realizado de forma intensiva nos seus primeiros dias de trabalho. O acompanhamento do animal foi apenas nos dois primeiros dias de pós-operatório, onde ocorreu dentro dos conformes e após não se teve mais acompanhamento, pois ele retornou para os cuidados do seu Centro Hípico.

Conclusão

A osteocondrose de tarso em Equinos é uma patologia de uma casuística regular e devido ao fato de não ter uma etiologia muito bem definida, é muito importante a percepção do surgimento de sinais clínicos compatíveis e um bom diagnóstico radiológico para que possa ser o quanto antes encaminhado o tratamento, seja ele terapêutico ou cirúrgico e este Equino possa voltar a sua rotina esportiva futuramente e ter melhoras em sua qualidade de vida.

A conduta utilizada no diagnóstico e tratamento do Equino do caso foi compatível aos relatos bibliográficos, buscando sempre relacionar os sintomas clínicos ao diagnóstico por imagem e tratamento inicial de forma conservadora e quando não obtido sucesso foi necessário o uso de técnicas mais complexas.

A experiência do profissional na clínica esportiva e cirurgia são importantes fatores para que ocorra um bom diagnóstico e assim um tratamento eficiente. Além disso, a equipe veterinária para o bom andamento dos trabalhos e a infraestrutura de uma clinica são fundamentais, pois quanto mais recursos de conhecimento e equipamentos mais chances de sucesso.

Referências

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RELATO DE CASO 2

Cólica em Equino da raça Puro Sangue Inglês, com diagnóstico de Enterite

Jackson Fernando Colet; Fernando Silvério Ferreira da Cruz; Jarbas Francisco Castro Junior

Resumo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um Equino da raça Puro Sangue Inglês, de 3 anos de idade, que apresentou quadro de intensas dores abdominais e não respondeu ao tratamento terapêutico com anti-inflamatórios e analgésicos. O animal foi encaminhado para Clínica Hípica após 4 dias do início dos sintomas e já apresentava um quadro clínico com complicações, caracterizado por alterações de seus parâmetros fisiológicos. Em seu atendimento inicial foi realizado a sondagem nasogástrica, recuperado de forma espontânea com excreção de 15 litros de conteúdo sanguinolento, dando indícios de lesões no intestino delgado. O tratamento indicado foi o cirúrgico, desta forma o Equino foi encaminhado a uma laparotomia exploratória, com duração de aproximadamente 40 minutos, no qual foi diagnosticada enterite e deslocamento de cólon maior, e posteriormente realizada a correção, além da adição de Dimetisulfóxido e Gentamicina, ambos diluídos em solução fisiológica e introduzidos na cavidade abdominal. O pós-operatório ocorreu sem intercorrências, sendo realizado plantão para administração medicação a cada 2 horas, com uso Metroclopramida (IM) e recuperação do conteúdo gástrico via sonda. Esta conduta terapêutica foi mantido até o terceiro dia de pós-operatório. Em suas primeiras 48 horas foi realizado fluidoterapia com Ringer com lactato através da bolsa de infusão contínua e lidocaína diluída no soro. Os medicamentos utilizados foram: Penicilina, Gentamicina (SID) e Flunixin Meglumine (TID), higienização dos pontos com solução de Clorexidine, destaca-se que o início da alimentação com pasto verde ocorreu após 24 horas da cirurgia. Caminhadas diárias foram realizadas nos primeiros 15 dias de pós-operatórios e a evolução foi satisfatória, recebendo alta nos 20° dia e o retorno nas atividades físicas previsto foi em 90 dias.

Palavras-chave: Equino. Dores abdominais. Laparotomia exploratória.

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A síndrome cólica, é um quadro agudo de dores abdominais, podendo estar relacionada a qualquer órgão do sistema digestório dos equídeos (THOMASSIAN, 2005). A cólica é uma doença diretamente relacionada a clínica veterinária, sendo uma patologia comum e inevitável na vida dos equinos (WHITE; EDWARDS, 1999).

A espécie equina possui algumas peculiaridades referentes ao sistema digestório, possuindo assim predisposição a alterações morfofisiológicas graves, responsáveis por intensas dores abdominais, denominada como cólica equina (RADOSTITS, et al. 2006). As doenças digestivas, mais especificamente as cólicas em equinos, são as causas que com maior frequência levam a morte (PARKER, 2007). A cólica pode ocorrer por distúrbios gástricos ou intestinais, sendo eles obstrutivos, ou não, e com ou sem, estrangulamento vascular (ETHELL, 2000).

Os equinos são animais herbívoros que possuem um sistema digestório projetado para um pastejo contínuo de plantas forrageiras, sendo que o estômago é preparado para receber em fluxo contínuo, pequenas quantidades de alimento (WHITE; EDWARDS, 1999). Animais selvagens, livres e de vida a campo, pastejam por 60% do tempo, enquanto animais estabulados apenas 15%, sendo notável a grande alteração fisiológica na alimentação de cavalos estabulados, que representam a maioria dos casos de equinos com cólica (PARKER, 2007). Cerca de 90% dos casos de cólica obtém resposta positiva ao tratamento clínico, com a dor sendo aliviada por terapias de suporte. Porém, esta doença é a causa clínica que mais leva cavalos a óbito, além de ser caracterizada como caso de emergência aguda mais comum (ASHDOWN; DONE, 2011).

O sistema digestório de equinos é composto por boca, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (cólon menor e cólon maior), ceco e reto (BUDRAS; SACK; ROCK, 2004). Uma particularidade do trato digestório destes animais, que pode ser considerado um fator chave para que ocorram as cólicas, é a inabilidade em ter êmese, sendo assim, o alimento após ter ingressado no canal alimentar, irá permanecer neste local, independente se for indigesto ou tóxico (ASHDOWN; DONE, 2011).

O intestino delgado dos equinos possui variação entre 10 e 30 metros de comprimento, sendo em média 25 metros. O duodeno possui comprimento em torno de 1 metro e estende-se desde o piloro até a flexão duodenojejunal, local onde se encontra com o jejuno, este por sua vez em cavalos adultos pode atingir de 17 a 28 metros de comprimento, e localiza-se no quadrante dorsal esquerdo do abdômen. O íleo possui comprimento em torno de 70 centímetros e é inserido no ceco através de uma papila formada pelo jejuno (FREEMAN, 2006).

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Entre as causas de cólica em equinos destaca-se a enterite anterior, apresentando lesões hemorrágicas e necróticas no duodeno e região proximal do jejuno (ETHELL, 2000). Nestes animais, a enterite não é uma patologia comum, porém existe e muitas vezes está associada a infecções clostridiais, sendo ela a causadora de um quadro de cólica aguda e geralmente diagnosticada na cirurgia ou em exame pós-morte (ASHDOWN; DONE, 2011).

A descrição da peritonite pode ser considerada como uma inflamação do intestino delgado, gerando distensão e dores abdominais, refluxo gástrico e aumento da concentração de proteína plasmática em seu fluido peritoneal (McCONICO, 2004). As causas desta doença ainda são desconhecidas, porém bactérias dos gêneros Salmonella ou Clostridium, podem ser os agentes causadores (WHITE; EDWARDS, 1999). Apesar das causas serem desconhecidas, a enterite possui uma semelhança a infecções que ocorrem em humanos através de Clostridium perfringes (McCONICO, 2004).

Este estudo tem como objetivo relatar o caso clínico de um equino, manifestando quadros de dores abdominais intensas e que foi submetido a uma laparotomia exploratória, buscando seu diagnóstico e tratamento.

Metodologia

Foi atendido na Clínica Hípica em Porto Alegre, um Equino, fêmea, de 3 anos de idade, da raça Puro Sangue Inglês. O equino manifestava quadro de dores bastante significativas, distensão abdominal e falta de apetite há pelo menos 4 dias, sendo realizado em sua propriedade terapias de suporte com analgésicos e fluidoterapia.

Em sua chegada ao atendimento, foram realizados exames básicos de rotina no qual foram constatados: hematócrito: 25%; proteína plasmática: 5,0g/dL; temperatura retal: 39,6°C; tempo de perfusão capilar: 4”; frequência cardíaca: 56bpm; frequência respiratória: 24mpm. Foi realizado a sondagem nasogástrica do animal com coleta de 15 litros, de forma espontânea, de conteúdo sanguinolento e após realizada a paracentese para análise de fluido peritoneal, verificando que a amostra coletada apresentava coloração sanguinolenta. O quino apresentava grau de desidratação de 8% a 10% e mucosas cianóticas.

O animal foi então encaminhado à cirurgia, sendo que antes foram realizadas medicamentos pré-operatórios: Penicilina (24.000 UI/kg, IM) e Gentamicina (6,6 mg/kg, IV). A sedação foi realizada com Xilazina (1,1 mg/kg, IV), a indução anestésica com Cetamina (2 mg/kg, IV) e Diazepan (0,1 mg/kg, IV), a manutenção anestésica foi feita com Isofluorano,

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sendo que foi também instituído o auxílio da oxigênioterapia. Após a indução, o animal foi encaminhado à mesa cirúrgica, sendo posicionado em decúbito dorsal e realizada ampla tricotomia na região abdominal. As técnicas de assepsia cirúrgica foram realizadas na região abdominal através de duas lavagens com Clorexidine Degermante, de 3 minutos cada, após a lavagem é realizado a retirada do material com gaze e álcool 70%.

Foi realizado laparotomia exploratória com incisão na linha alba de aproximadamente 30 cm, sendo que logo foi encontrado lesões hemorrágicas no intestino delgado, mais precisamente no jejuno, e deslocamento de cólon maior. Durante o procedimento, foi utilizado solução fisiológica, na cavidade, e após a correção de posicionamento do cólon foram adicionados para o interior da cavidade dois litros de solução fisiológica com 100 ml de dimetisulfóxido e um litro de solução fisiológica com Gentamicina. Os fios utilizados para sutura foi Polivicryl, sendo na cavidade fio 4-0, subcutâneo 2-0 e pele 3-0. As suturas utilizadas nas três camadas foram contínuas e após o término das suturas, foi aplicado spray repelente e fita adesiva sob todo seu comprimento. Foi instituído fluidoterapia desde seu atendimento clínico e durante o procedimento cirúrgico, utilizando Ringer com Lactato.

Sua recuperação anestésica ocorreu conforme previsto, permanecendo em jejum por um período de 24 horas. Em seu pós-operatório, o animal permaneceu por 3 dias com uma sonda nasogástrica, pela qual era retirado refluxo de 2 em 2 horas, e também realizada a aplicação de metroclopramida. No primeiro dia de pós-operatório, foi administrado 16 litros de Ringer com Lactato e lidocaína, sem vasoconstritor (0,5 mg/kg/min) diluída em soro intravenoso. Durante as duas primeiras noites após a cirurgia, foi utilizado um cateter intracath e uso de bolsa de fluído, para adicionar 20 litros de Ringer com Lactato e 5 litros de glicose 5% e em outra via a lidocaína por gotejamento. Os medicamentos utilizados foram: Penincilina (24.000 UI/kg, IM, SID), Gentamicina (6,6 mg/kg, IV, SID) e Flunixin Meglumine (1,1 mg/kg, IV, TID) pelo período de 7 dias.

O animal apresentou quadro de dor e refluxo durante os primeiros dois dias, no terceiro dia foi retirada a sonda nasogástrica e após 24 horas após a cirurgia, foi iniciada alimentação com pasto verde, que seguiu durante 30 dias cirúrgicos. O hematócrito durante o pós-operatório, variou entre 36% e 39%, e sua dosagem de proteína plasmática em 6,6g/dL. Não ocorreram mais episódios de dor e a temperatura manteve-se dentro de parâmetros fisiológicos após o procedimento cirúrgico.

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A enterite é um caso clínico de bastante gravidade, podendo levar os animais a morte de forma muito rápida (em torno de 24 horas após o início dos sinais clínicos), apresentando quadros de dor aguda seguida de apatia (ADAMS et al., 1998). Nos primeiros momentos, os médicos veterinários possuem dificuldades em diferenciar clinicamente qual o tipo de cólica que está acorrendo, como: compactações de íleo, obstruções, estrangulamentos e casos de enterites. Contudo, cavalos mais jovens, dificilmente apresentam casos de duodeno jejunite, que nestes casos, a febre e leucocitose são sinais que podem favorecer clinicamente o diagnóstico (FREEMAN, 2003).

Os sinais clínicos de cólicas que envolvem o intestino delgado são: dor intensa, sendo indicado o tratamento cirúrgico como melhor conduta, existindo ou não estrangulamento de alças. Estudos comprovam maiores índices de sobrevivência de animais que passaram por cirurgia em relação aqueles que foram tratados apenas com terapias de suporte (McCONICO, 2004).

Quadros de dores agudas podem ser aliviadas após a descompressão do estômago, porém o paciente pode permanecer deprimido, sendo que os parâmetros em casos de enterites estão alterados como: FC (70-100 bpm), FR (30-60 mpm), TPC (4-6”) e mucosas cianóticas e hiperêmicas (WHITE; EDWARDS, 1999). Hiperemia, edema, lesões hemorrágicas e necróticas são as principais lesões da mucosa e submucosa do duodeno e jejuno proximal e os achados histopatológicos são a perda de vilosidades intestinais e necrose de células epiteliais, além de achados hemorrágicos da serosa e exsudato fibrinopurulento (HART, 2012). O Equino do caso apresentou quadros de cólica durante 4 dias anteriores ao atendimento na clínica e após seu atendimento o refluxo espontâneo sanguinolento e seus parâmetros foram importantes indicativos de enterite segundo as referências bibliográficas, porém clinicamente não era possível detectar a gravidade das lesões.

Equinos com pelo menos 3 anos de idade são os mais propícios a serem afetados pelas cólicas e também animais que tiveram alterações bruscas em suas dietas, geralmente quando ocorre incremento de energia na alimentação (ETHELL, 2000). Um sinal característico da doença é a presença de refluxo gástrico, geralmente em grandes volumes, e coloração marrom avermelhada e de odor mal cheiroso (FREEMAN, 2003). Em casos de cólica geralmente apresentam hematócrito maior que 55% e o valor de proteína plasmática maior que 8,5 g/L, além de liquido peritoneal com coloração avermelhada devido a presença de alto teor de proteína e glóbulos vermelhos, porém estes parâmetros servem em um diagnóstico diferencial para casos de obstrução ou estrangulamento de intestino delgado, que não irá aparecer liquido

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peritoneal nesta coloração e sim coloração mais amarelada (WHITE; EDWARDS, 1999). Neste caso, relacionando a coloração do refluxo obtido pode se partir de um diagnóstico baseado em lesões de intestino delgado e o liquido peritoneal com aspecto sanguinolento é importante indicativo de diagnóstico diferencial para enterite e torção ou obstrução de alças. Em situações que alguns parâmetros estão muito elevados, pode se entender a dificuldade em reverter a situação de tal paciente, pois TPC maior que 3” representa uma taxa de sobrevivência de aproximadamente 30%, a FC estando em 80 bpm tem 50% de chance de sobrevivência, assim como um hematócrito de 50% se associa a 50% de chances de recuperação. Porém, quando o hematócrito atinge 65%, as chances de recuperação caem para 15%, pois animais com alta epinefrina circulante estarão com concentrações altas de cortisol e lactato, tendo assim maior risco de morte (RADOSTITS, et al. 2006).

A comprovação do caso clínico ocorre quando o animal não tiver evolução com terapias de suporte, apresentando ainda quadros de dores e refluxos, portanto deve ser encaminhado para cirurgia ou até necropsia (McCONICO, 2004). As chances de sobrevivência deste animal eram baixas, devido ao estado em que foi recebido na clínica e o tempo que já apresentava cólicas, além da alteração de seus parâmetros. A gravidade das lesões foram conhecidas através da laparotomia exploratória e seu prognóstico era reservado até seus primeiros dois dias de pós-operatório.

Toxinas bacterianas podem entrar na circulação sistêmica, geralmente através da mucosa entérica que está comprometida e então atinge a corrente sanguínea, gerando assim casos de endotoxemia, o que torna o equino vulnerável ao surgimento de uma laminite (HART, 2012). Quando existir a suspeita de endotoxinas é recomendado que seja feito o uso de heparina, visando a prevenção de laminite (ADAMS et al., 1998). No presente caso foi administrado heparina (200 UI/ kg, SC, BID), na prevenção da formação de trombos e consequente laminite. O princípio do tratamento de equinos com quadro de duodeno-jejunite é a descompressão gástrica, para que possa ser aliviado os quadros de dores agudas e também evitar que ocorra riscos de ruptura gástrica, após, buscar o equilíbrio eletrolítico, reidratação do animal, através de fluidoterapia e buscar a volta do funcionamento normal do intestino (FREEMAN, 2003). Em equinos com enterite, deve-se utilizar cateteres a longo prazo, para que possa ser evitado o risco de flebites. Os fármacos a serem utilizados na terapia de suporte são: o Flunixin Meglumine, dose de 0,25 mg/kg, IV a cada 8 horas, sendo que nesta dose é utilizado para reduzir os efeitos da endotoxemia; Lidocaína, em IV lento em bolus, na dose de 1,3 mg/kg, e após para efeitos analgésicos e pró cinéticos, na dose de 0,05 mg/kg/min, diluído

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em solução na fluidoterapia (HART, 2012). A fluidoterapia deve ser instituída com fluídos ricos em eletrólitos por via intravenosa e em grandes volumes, sendo que na primeira hora, deve ser administrado de 10 a 15 litros em equinos de 500 kg, após a hidratação ser restaurada pode vir a ser utilizado de 2 a 5 litros por hora com adição de cálcio e potássio, na dose de 15 a 20 mmol/L (WHITE; EDWARDS, 1999).

O uso de DMSO é bastante indicado pelo fato de auxiliar na redução da inflamação do intestino e também diminuir as complicações como tromboembolismo e laminite, sendo que a dose indicada é 0,5-1,0 g/kg, IV, usando em solução de 10 a 20%. É bastante indicado o uso de terapias com antibióticos, sendo a droga de eleição a penicilina procaína na dose de 15.000 – 22.000 UI/kg, IM a cada 12 horas (ETHELL, 2000). A gentamicina é sugerida no apoio do tratamento antibacteriano, sendo ativa contra bactérias Gram negativas, utilizando se na dose de 6,6 mg/kg, intravenosa a cada 24 horas (HART, 2012). Destaca-se que estes fármacos foram utilizados para o tratamento do caso descrito neste relato, mostrando que o tratamento ocorreu de acordo com o preconizado na literatura.

O uso da metoclopramida, utilizado no presente caso, para inibir o refluxo gástrico está baseado ao fato do fármaco atuar na parte superior do trato gastrointestinal, estimulando maior liberação de acetilcolina e a sensibilidade de receptores colinérgicos a acetilcolina. A metoclopramida é um antagonista da dopamina, estimulando assim uma maior atividade do duodeno, acelerando então o esvaziamento gástrico (RADOSTITS et al., 2006).

Quando o tratamento clínico não traz melhoras ao quadro clínico do paciente é indicado o procedimento cirúrgico, com realização de uma laparotomia exploratória na intenção de um diagnóstico definitivo e da correção das anormalidades do trato gastrointestinal dos Equinos. As lesões do intestino delgado são identificadas e o conteúdo do seu interior é enviado para o ceco, através de massagens. Em casos de grandes volumes, no qual o trânsito fica dificultado, é então realizada uma enterotomia para que estes conteúdos sejam evacuados. Soluções são administradas na cavidade abdominal durante o procedimento para hidratação das mucosas e para que ocorra maior absorção de líquidos pelas mucosas intestinais, facilitando assim o trânsito do conteúdo. Não se trata de uma cirurgia muito extensa e geralmente tem sua duração em torno de 40 minutos (WHITE; EDWARDS, 1999).

As taxas de recuperação variam entre 25% e 94%, porém raros casos de recorrência são conhecidos. Alguns sinais de pós-operatório serão indicativos para o prognóstico, sendo a quantidade de volume gástrico de refluxo e a concentração da proteína total no fluído abdominal (FREEMAN, 2003). Um cuidado importante na recuperação de um Equino no pós-operatório

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de enterites é a prevenção de laminite, sendo esta uma complicação que pode ocorrer e traz riscos de vida, sendo relacionada ao peso corporal do animal, a gravidade da endotoxemia e ao refluxo hemorrágico, pois a sobrevivência é menor quando laminites são desenvolvidas. (HART, 2012). Um diagnóstico precoce do quadro e a instituição terapias corretas são as melhores maneiras para que o tratamento tenha sucesso, pois além da laminite outras complicações podem surgir, como pleuropneumonia, hepatites, enfermidades renais e aderências peritoneais (ADAMS et al., 1998).

O equino seguiu em observação na clínica por 21 dias em dieta de pasto verde e com restrição à grãos e concentrados, fazendo caminhadas diárias de 30 minutos. Foi recomendado ao proprietário iniciar uma dieta com aveia molhada de forma gradativa e manter por mais pelo menos 90 dias o Equino restrito de atividades físicas.

Conclusão

A enterite é uma patologia que submete o animal a um quadro de dor aguda, necessitando rápida e competente intervenção, desta forma é possível iniciar rapidamente um tratamento eficaz através de um bom diagnóstico. O quadro clínico pode ser revertido apenas com terapias de suporte, porém muitos casos necessitam da cirurgia para diagnóstico final e tratamento, onde estes cavalos passam por um pós-operatório muito delicado, buscando evoluir seu quadro clínico e prevenir o surgimento de outras complicações.

Neste caso a conduta tomada desde o atendimento clínico até seus cuidados pós-operatórios foram sempre de resultados satisfatórios, pois o Equino do caso já apresentava parâmetros alterados e quadro complicado e foi possível sua recuperação.

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CONCLUSÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária tem grande representatividade no currículo acadêmico, proporcionando novos conhecimentos teóricos e práticos na área Veterinária. O acompanhamento dos profissionais propiciou importantes noções e aprendizado sobre condutas éticas pessoais e profissionais, assim como o papel do Médico Veterinário em diferentes situações, desde a constante busca por novos conhecimentos e aprimoramentos profissionais, até o desafio da busca contínua pela melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos animais.

Por tratar-se de um estágio em um centro equestre, os profissionais que nele atuam devem constantemente buscar a melhoria em seu relacionamento com demais colegas de profissão e proprietários de animais. Altos valores comerciais, competições de alto nível que envolvem muitas pessoas e cifras monetárias elevadas, assim como o afeto pessoal de proprietários, geram muita responsabilidade ao Veterinário, o qual além do conhecimento técnico, deve também administrar e considerar estes outros fatores que também estão envolvidas no seu trabalho.

A casuística da Clínica Hípica é alta, envolvendo diversos casos relacionados a clínica esportiva e cirurgia de Equinos, abrangendo diversas raças e modalidades esportivas. Os casos relatados neste trabalho são patologias importantes na rotina da clínica e representam situações bastante rotineiras, como Artroscopias em lesões articulares e cirurgias abdominais para tratamento de cólicas. O sucesso nos tratamentos dos casos é relacionado a alguns fatores como a vasta experiência do Dr. Jarbas Castro Junior, infraestrutura moderna e sua equipe de trabalho participa nos primeiros atendimentos e pós-operatórios.

A evolução da Medicina, aliada a tecnologia, proporcionou a Veterinária equipamentos que permitem diagnósticos precisos e rápidos, possibilitando assim maior precisão e agilidade nos tratamentos. A clínica equina é diretamente ligada a modernização e desta forma torna-se necessária a busca pela atualização profissional e a qualificação da Clínica Hípica, a qual é realizada pelo Dr. Jarbas Castro Junior, que anualmente participa de congressos nos EUA e Europa, importando ferramentas que auxiliam seus bons resultados e fazem com que sua clínica seja diferenciada e tenha grande reconhecimento no ramo.

A paixão por cavalos move milhares de pessoas em todos os países do mundo e o privilégio de trabalhar com estes animais faz com que as pessoas envolvidas neste meio tenham uma motivação a mais em cada dia, pois cada indivíduo é diferente, e cada um se torna

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inesquecível para quem vive no meio dos Equinos. Desta forma, o estágio voltado para área de Equinos, além de proporcionar o conhecimento na área, gera motivação, dedicação e entusiasmo para que os profissionais busquem constantemente o aperfeiçoamento do conhecimento relacionado aos cuidados com os cavalos.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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