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Recursos pesqueiros na região do Pontal (Marataizes-ES) : estudo de caso

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CAMPUS PIÚMA

CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

CAROLINA DE SOUZA MOREIRA

RECURSOS PESQUEIROS NA REGIÃO DO PONTAL (MARATAIZES-ES): ESTUDO DE CASO

PIÚMA 2019

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CAROLINA DE SOUZA MOREIRA

RECURSOS PESQUEIROS NA REGIÃO DO PONTAL (MARATAIZES-ES): ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso de Engenharia de Pesca do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Piúma, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca. Orientadora: Profª. Drª. Leilane Bruna Gomes dos Santos

PIÚMA 2019

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RECURSOS PESQUEIROS NA REGIÃO DO PONTAL (MARATAIZES-ES): ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Engenharia de Pesca do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharela em Engenharia de Pesca.

Piúma 2019

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Ronize Benevides de Souza e Jadiel Moreira da Penha, pelo amor incondicional e a quem devo tudo que sou.

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toda jornada acadêmica e ter colocado pessoas tão especiais que fizeram a diferença em minha vida.

A minha família, pelo carinho, apoio, paciência e compreensão. Por ter me ajudado de todas as formas a vencer esse desafio social e acadêmico. A minha mãe, a base de minha família, um exemplo de mulher, de ser humano, que me ajudava nos custos da faculdade com o que ganhava costurando na sala de nossa casa. Ao meu pai meu maior incentivador, aquele que trabalhava de domingo a domingo para poder me ver estudando e seguindo meus sonhos. Devo tudo o que sou a vocês. À minha irmã por compreender minha ausência, falhas, mas que acima de tudo sempre esteve torcendo e comemorando todas as minhas conquistas.

Agradeço aos meus amigos que estiveram comigo em momentos de comemorações e angústias, me ofereceram um ombro amigo e conselhos valiosos me ajudando a não desistir de meus sonhos e que ao longo desse período se tornaram parte da minha família, ocupando um lugar de destaque na minha vida.

A minha orientadora, Drª Leilane Bruna Gomes dos Santos, agradeço por todo o aprendizado, paciência, incentivo e por ter mergulhado de cabeça comigo nesta etapa final, sem você não seria possível este trabalho.

Agradeço aos professores que contribuíram diretamente para me tornar o profissional capacitado que serei. Ao Instituto Federal do Espírito Santo, em especial ao campus Piúma, agradeço o ensino público de altíssima qualidade.

Ao projeto GEF Mar por me dar a oportunidade de trabalhar na minha área de formação, por me capacitar e ajudar a superar os desafios sociais e sexistas encontrados ao longo do projeto.

Por fim, mas não menos importante, agradeço a comunidade de Pontal que me recebeu de braços abertos, a todos os pescadores e moradores que sempre me trataram com muito respeito e ao final deste ciclo criou-se um laço de muito carinho com todos as pessoas que ali conheci.

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“A minha utopia é o meu horizonte. Eu ando dois passos e ele se afasta dois passos, eu ando dez passos e ele se afasta dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Fernando Birri.

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O município de Marataízes apresenta uma intensa atividade pesqueira, possuindo uma rede organizada de agentes envolvidos na comercialização do pescado. Este estudo teve como objetivo a descrição da dinâmica de captura e comercialização dos principais recursos pesqueiros que são desembarcados e comercializados diariamente na comunidade de Pontal, município de Marataízes. Inicialmente foi realizado coletas de dados e acompanhamento dos desembarques no período de julho de 2017 a maio de 2018. Para auxiliar a coleta de dados foi aplicado um questionário ao mestre da embarcação, este questionário era de caráter individual e levantava informações sobre a pescaria, arte de pesca utilizada, espécies capturadas, quantitativo da captura, destino da produção e valor que estava sendo comercializada a produção. Os resultados apontaram a peroá branca como o recurso mais desembarcado na comunidade, capturada pelo petrecho de pesca linha de mão, seguida pelo grupo dos atuns, dourado, agulhões, pargo e lagosta. Por outro lado, o recurso mais rentável foi a lagosta, seguido dos agulhões, atuns, dourado e peroá. Sobre a comercialização do pescado foram identificados três segmentos distintos: atravessador, com atuação significativa no recurso lagosta, peroá e pargo; peixarias que comercializavam a peroá, pargo e dourado; e as empresas que tinham como foco os recursos pelágicos. Este estudo servirá para agregar mais informações a respeito da pesca no município de Marataízes, apresentando novos dados a respeito das características da pesca e de sua dinâmica, baseando seus resultados nos desembarques ocorridos na comunidade pesqueira do Pontal.

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ABSTRACT

The municipality of Marataízes presents an intense fishing activity, having an organized network of agents involved in the commercialization of the fish. This study aimed to describe the dynamics of capture and commercialization of the main fishery resources that are landed and marketed daily in the community of Pontal, in the municipality of Marataízes. Initially, data collection and landings follow-up were carried out from July 2017 to May 2018. To assist in collecting data, a questionnaire was applied to the vessel master, this questionnaire was individual in character and provided information on fishing, art of fishing used, species caught, quantity of the catch, destination of production and value being marketed to production. The results pointed to the white triggerfish as the most discharged resource in the community, captured by the fishing line of the hand line, followed by the group of tuna, mahihi, swordfish, red snapper and lobster. On the other hand, the most profitable resource was the lobster, followed by the swordfish, tuna, mahihi and white triggerfish. Regarding the commercialization of the fish, three distinct segments were identified: middleman, with a significant role in the lobster, peroa and red snapper; fishmongers that traded the white triggerfish, snapper and mahihi; and companies that focused on pelagic resources. This study will serve to aggregate more information about fishing in the municipality of Marataízes, presenting new data regarding the characteristics of the fishery and its dynamics, basing its results on landings in the Pontal fishing community.

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Figura 1 - Localização da comunidade de Pontal…..……….25

Figura 2 - Questionário aplicado aos pescadores ………...….26

Figura 3 - Recursos desembarcados na comunidade Pontal, entre julho de 2017 e maio de 2018…...28 Figura 4 - Total desembarcado em Pontal entre julho de 2017 e maio de 2018 ...28 Figura 5 - Total de desembarque por espécie em Pontal entre julho de 2017 e maio de 2018...29 Figura 6 - Valor de venda de cada recurso desembarcados em Pontal durante julho de 2017 a maio de 2018 ...30 Figura 7 - Principais destinos dos pescados desembarcados em Pontal, no período de julho 2017 a maio de 2018...31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Identificação e agrupamento das espécies desembarcadas relacionadas às artes de pesca de sua captura, entre julho de 2017 e maio de 2018…….…...27

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...13 2 OBJETIVO... 15 2.1 OBJETIVO GERAL... 15 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO... 15 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 16

3.1 BREVE HISTÓRICO DA PESCA NO MUNDO... 16

3.2 A PESCA NO BRASIL... 18

3.3 A PESCA NO ESPÍRITO SANTO... 20

3.4 MONITORAMENTO PESQUEIRO... 22 4 MATERIAL E MÉTODOS... 24 4.1 ÁREA DE ESTUDO... 24 4.2 COLETA DE DADOS... 25 4.3 ANÁLISE DE DADOS... 26 5 RESULTADOS... 27 6 DISCUSSÃO... 32 7 CONCLUSÃO... 39 8 REFERÊNCIAS... 40

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1 INTRODUÇÃO

A pesca é uma das atividades mais antigas e importantes praticadas pelo homem até os dias de hoje, ela serve como uma importante fonte de renda, de subsistência, de alimentos de alto valor nutricional, e desempenha também um papel social e histórico (GOMES, 2018). Segundo os dados do último relatório sobre o estado da Pesca e Aquicultura a nível mundial da FAO publicado em 2018, no ano de 2016, a pesca foi responsável pela produção de 90,9 milhões de toneladas de pescado mundial, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos à atividade e oferecendo alimentos com alto valor nutritivo a população.

No Brasil a pesca é desenvolvida em sua maioria de forma artesanal e seus atores realizam a atividade empregando os mais variados tipos de apetrechos, embarcações e estratégias de captura. Embora a pesca artesanal seja realizada em pequena escala, a contribuição chega a metade da quantidade do pescado capturado globalmente. Segundo Diegues (1999), a pesca artesanal é uma atividade onde o pescador, sozinho ou em parcerias realiza a captura do pescado utilizando petrechos relativamente simples. O autor afirma ainda que a pesca artesanal brasileira possui inúmeras especificidades levando em consideração fatores institucionais, econômicos, políticos, sociais e ambientais particulares de cada região.

O estado do Espírito Santo possui 14 municípios litorâneos e cerca de 50 comunidades e distritos de pescadores com a maior frota pesqueira do país (KNOX e TRIGUEIRO, 2015), a atividade pesqueira pode ser considerada bastante diversificada quanto as embarcações e arte de pesca. Segundo o último Boletim estatístico pesqueiro de 2011, observou-se 21 modalidades de pesca, sendo nas mais frequentes na região sul do estado a rede de arrasto, a linha e a rede de emalhar. A região costeira sul é composta por cinco municípios ao qual Marataízes faz parte, e possui portos considerado de alto volume de desembarque (UFES, 2013).

Paz (2018) afirma que o município de Marataízes concentra um dos maiores números de embarcações da região sul com 199 embarcações licenciadas de pesca e 913 pescadores, de acordo com CTA (2012) Marataízes foi responsável por desembarcar cerca de 257,22 toneladas de pescado no segundo semestre de 2011,

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sendo considerado por UFES (2013) um município de alto volume de desembarque. Nele está localizado a comunidade de Pontal que é responsável pelo desembarque de grande parte do volume de pescado produzido no município. A comunidade está situada na foz do rio Itapemirim, o que pode ser considerado um fator positivo facilitando o embarque e desembarque dos pescadores e do pescado. A sua localização também é vantajosa para a venda e transporte do pescado, devido à proximidade com grandes consumidores (Rio de Janeiro e São Paulo) e o fácil acesso a pontos de escoamento da produção que ligam diretamente aos consumidores (rodovia BR-101). Apesar do município possuir um potencial desenvolvimento da cadeia produtiva do pescado, os empreendimentos localizados próximos são ainda pequenos e/ou funcionam de forma precária, o que dificulta a comercialização do pescado, obrigando os pescadores a depender de intermediários para a sua venda (PEREIRA, 2014).

Apesar de apresentar um quantitativo elevado de agentes envolvidos na pesca (pescadores, atravessadores, peixarias, restaurantes, fabricas de gelo, lojas de material de pesca) como é descrito por Paz (2018), o município de Marataízes não possui uma infraestrutura desenvolvida para a atividade pesqueira. Martins e Doxsey (2004) afirmam que a pesca em Marataízes, possui uma estrutura de descargo e comercialização do pescado deficientes. Os seus portos de desembarque são a céu aberto, dificultando o atracamento das embarcações. O desembarque do pescado é realizado manualmente, muitas vezes por mulheres, sendo estes acondicionados em caixas e cobertos por gelo, no chão, exposto às pessoas que passam pelo local, animais domésticos e trânsito de carros, por várias horas, até que o barco seja totalmente descarregado e o peixe seja pesado e vendido. O poder público municipal e estadual pouco participa da organização da cadeia ou assistência para melhorar a infraestrutura do setor da pesca, existindo conflitos frequentes entre estes sujeitos, como é descrito por Pereira (2014).

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2 OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever a dinâmica de captura e comercialização dos principais recursos pesqueiros desembarcados na comunidade de Pontal, município de Marataízes, estado do Espírito Santo, Brasil.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

✓ Caracterizar os principais recursos pesqueiros capturados relacionando os petrechos de pesca utilizados;

✓ Identificar os principais compradores do pescado desembarcado em Pontal; ✓ Avaliar o valor de comercialização ao longo do ano.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 BREVE HISTÓRICO DA PESCA NO MUNDO

A pesca é a extração de organismos aquáticos como peixes, crustáceos e moluscos em rios, lagos ou mares, podendo ser praticada como atividade esportiva, como forma de capturar alimento ou para a comercialização do produto (AFONSO-DIAS, 2007). Essa atividade muitas vezes está diretamente relacionada a um modo de vida, firmemente enraizada nas comunidades locais, onde muitos pescadores e outros trabalhadores do setor dependem diretamente do acesso aos recursos pesqueiros. É uma atividade secular sendo considerada principal fonte de renda para milhares de famílias até os dias de hoje (DIAS et al., 2013).

No início da civilização a pesca era praticada apenas como atividade de subsistência, porém ela evoluiu e se transformou em uma forma de geração de emprego e alimentos, sendo considerada uma atividade de extrema relevância econômica, social e alimentar (NOMURA, 2010). Existem vestígios da existência da pesca no período paleolítico há mais de 50 mil anos atrás no sul do continente europeu e Africano, com a existência de pinturas rupestres que retratam a atividade. O uso de redes, linhas e anzóis podem ser apontados ao longo da história do homem desde há cerca de 10 mil anos AC. (AFONSO-DIAS, 2007). No período Neolítico, os anzóis já apresentavam maior complexidade de desenho e confecção, utilizando diversos materiais prontamente disponíveis na natureza, como pedaços de madeira, fragmentos de ossos de animais, carapaças de moluscos e cascos de tartaruga (HAZIN et al., 2005). Ao contrário do que se aconteceu com a caça e a agricultura, a pesca sofreu poucas alterações durante milhões de anos. Alguns utensílios, processos ou métodos de captura ainda hoje são os mesmos ou bastante semelhantes a outros usados à milhões de anos atrás (AFONSO-DIAS, 2007).

Desde 1950 a pesca mostrava um cenário otimista e promissor, registrando crescimento a cada ano, em uma sociedade que acreditava na abundância infinita dos oceanos. Porém na década de 1980 a produção pesqueira já mostrava um quadro de instabilidade, apresentando um declínio de 5% na produção no ano de 1995. Este quadro mostrou ao mundo a necessidade de mudança na maneira como a pesca estava sendo tratada, sendo discutido pela primeira vez questões sobre o uso racional dos recursos pesqueiros (SILVA, 2014).

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De acordo com FAO 2018, a produção total da pesca no ano de 2016 foi de 90,9 milhões de toneladas, apresentando um pequeno declínio comparado aos anos anteriores, como 2015 que foi de 92,7 e 2014 com 91,2 milhões de toneladas desembarcadas. Dentre estes 90,9 milhões de toneladas desembarcados no ano de 2016, 79,3 é proveniente da pesca marinha, que também vem apresentando um declínio em sua produção quando comparado aos anos de 2015 e 2014, com 81,2 e 79,9 milhões de toneladas respectivamente. Sendo possível observar uma redução de quase 2 milhões de toneladas de pescado desembarcados comparando os anos de 2016 e 2015. Em contrapartida, a pesca continental está aumentando, sendo produzido no ano de 2016 11,6 milhões de toneladas, representando 12,8% da produção mundial de pescado. Dos principais destinos para a produção pesqueira, cerca de 88% é destinado diretamente para o consumo humano, os outros 12% são utilizados para aplicações não alimentares.

O principal motivo da diminuição anual dos volumes capturados foi a sobrexploração dos estoques, principalmente de espécies de peixes consideradas topo de cadeia (PONTECORVO, 2008). Em 1995, foi implantado o Código de Conduta para Pescarias Responsáveis, estabelecendo princípios e normas aplicáveis à conservação, gestão e desenvolvimento para todas as pescarias, promovendo um ambiente favorável para a garantia da sustentabilidade da pesca. (FAO, 2009).

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2018) mostram que existem aproximadamente 40,3 milhões de pessoas que participam no setor primário de captura da pesca e que são responsáveis por mais de 90,9 milhões de toneladas da produção de pescado mundial. O número total de embarcações destinadas a pesca, vai desde pequenos barcos (sem motor e sem convés) até grandes embarcações industriais, está estimada em 4,6 milhões e de acordo com a mesma este número não se alterou significativamente, tendo algumas regiões diminuído e outras aumentado o número de embarcações. Destacando que mais de 86% dos barcos motorizados possuem comprimento igual ou inferior a 12 metros e apenas 2% de todos os navios de pesca com motores medem 24 metros ou mais de comprimento, e a proporção desses grandes navios é maior na Oceania, Europa e América do Norte.

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3.2 A PESCA NO BRASIL

O litoral brasileiro possui uma extensão de 7.367 km, composto por mar territorial, ilhas costeiras e oceânicas, plataforma continental e a zona econômica exclusiva (ZEE) (BRASIL, 2010). O país é considerado o 19° produtor de pescado do mundo apresentando um grande potencial para a pesca marinha devido ao seu vasto território e rica biodiversidade. A atividade pesqueira movimenta no Brasil mais de R$ 5 bilhões e proporciona 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. (CULTURAL, 2014). Sendo a pesca marinha classificada conforme sua finalidade ou categoria econômica, em pesca amadora, pesca de subsistência, pesca artesanal ou de pequena escala e pesca empresarial/industrial.

No Brasil, o setor pesqueiro deu início ao seu desenvolvimento na década de 60 com a regulamentação do Decreto-Lei nº 221/1967 (Código de Pesca), trazendo definições gerais sobre a atividade pesqueira categorizando os pescadores que comercializavam seus produtos em “pescadores profissionais” (BRASIL, 1967). Porém ainda não existia distinção entre os pescadores artesanais e industriais (OLIVEIRA e SILVA, 2012). A pesca artesanal não era vista como economicamente rentável para receber investimentos públicos do governo, que naquele período estava visando o desenvolvimento econômico do país por meio da industrialização do setor pesqueiro (OLIVEIRA e SILVA, 2012). Apenas a pesca industrial recebeu incentivos e investimentos, principalmente após a criação da SUDEPE (Superintendência do Desenvolvimento da Pesca), em 1962. Dessa forma, a pesca industrial foi responsável por uma intensa exploração dos recursos pesqueiros, produzindo na década de 80 mais de 700 mil toneladas anuais de pescado, provocando um colapso dos estoques iniciando assim uma grave crise do setor nos anos seguintes. (HAIMOVICI et al., 2014; DIEGUES, 1999).

Segundo Silva (2014), inicialmente o Estado brasileiro estava otimista com a exploração dos recursos marinhos havendo um crescimento na produção de 70% em cerca de seis anos, passando de 435 para 750 mil toneladas entre os anos de 1967 e 1973. Porém nos anos seguintes não houve o mesmo crescimento, avançando apenas 30% da produção, que de 750 subiu para 970 mil toneladas. A partir desses anos houve um colapso em sua produção pesqueira, sendo motivado principalmente pela exaustão dos estoques explorados, tornando-se uma ameaça constante aos estoques pesqueiros ocasionando o decréscimo de espécies

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consideradas topo de cadeia. Este decréscimo das espécies topo de cadeia refletiu na busca por espécies menores e mais jovens (SILVA, 2014). Recursos importantes como sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis), a piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) e o pargo (Lutjanus purpureus), tiveram um decréscimo significativo em suas capturas, viu-se então a necessidade de entender os motivos da diminuição desses estoques e conhecer todo o cenário que envolve a atividade pesqueira e o mar (DIAS-NETO, 2010)

Sendo assim, entre os anos de 1995 e 2005, ocorreu o maior levantamento de informações a respeito dos estoques pesqueiros marinhos no Brasil, Programa Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (REVIZEE). A realização do projeto REVIZEE teve a participação de mais de 300 pesquisadores de sessenta universidades e instituições de pesquisa e envolveu vários órgãos governamentais. Nesse grandioso estudo buscou-se avaliar a situação dos principais estoques pesqueiros. E constatou-se o que já estava sendo observado nos desembarques, que os principais recursos explorados não permitiam aumento de produção com o aumento do esforço de pesca, pois a maioria já se encontrava plenamente explorado ou sobre-explorado e que alguns estoques que ainda eram poucos explorados necessitando de mais estudos para estimar o seu potencial (VIANA, 2013).

Ao total, foram avaliados 153 estoques, onde foi possível observar que 11% não eram explotados, 4% eram subexplotados, 23% estavam plenamente explotados, 33% estavam sobre-explotados e 29% não foram avaliados de maneira conclusiva, demandando estudos adicionais (BRASIL, 2006). Em 1967 houve a criação do Registro Geral de Pesca e ratificada em 2009, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei no 7.679, de 23 de novembro de 1988, e

dispositivos do Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967 (BRASIL, 1988;

1967), e dá outras providências. Na Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009, Art. 24, “Toda pessoa, física ou jurídica, que exerça atividade pesqueira bem como a embarcação de pesca devem ser previamente inscritas no Registro Geral da Atividade Pesqueira – RGP” (BRASIL, 2009), e conforme categorias descritas no Decreto no 8.425, de 31 de março de 2015, será concedida Licença para pescador e pescadora profissional artesanal e pescador e pescadora profissional industrial (BRASIL, 2015). Os procedimentos para requerimento e

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concessão da Licença de Pescador Profissional são dados pela Instrução Normativa BRASIL n° 06, de 29 de junho de 2012.

Para efeitos de aplicação da IN BRASIL no 06 – 2012, entende-se por:

I - Pescador profissional na pesca artesanal: aquele que exerce a atividade de pesca profissional de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, podendo atuar de forma desembarcada ou utilizar embarcação de pesca com Arqueação Bruta (AB) menor ou igual a 20 (vinte); e

II - Pescador profissional na pesca industrial: aquele que, na condição de empregado, exerce a atividade de pesca profissional em embarcação de pesca com qualquer AB (BRASIL, 2012).

A pesca amadora é praticada por pessoas que não tem a pesca como principal atividade, tem a finalidade de turismo, lazer ou esporte, e o produto da pescaria não é comercializado ou industrializado. A pesca de subsistência é praticada de forma artesanal e com técnicas rudimentares, onde é praticada com a finalidade de obter alimentos para consumo próprio, sem finalidade comercial. A pesca artesanal abrange tanto as capturas com o objetivo comercial associado ao da subsistência da família dos participantes quanto ao da pesca essencialmente comercial. (DIAS-NETO & DORNELLES, 1996, APUD DIAS-NETO, 2003). Esta modalidade se baseia na união do trabalho de pescadores que estejam dentro da unidade familiar ou comunitária. Tem como princípio de que os produtores são proprietários de seus meios de produção (redes, anzóis etc.) (DIEGUES, 1983). A pesca industrial é caracterizada pela utilização de grandes embarcações, portanto equipamentos modernos de navegação e conservação do pescado. Este tipo de pesca normalmente é realizado em alto mar, mas também pode ser praticado na costa (SCHEIBEL, 2013).

3.3 A PESCA NO ESPÍRITO SANTO

O Estado do Espírito Santo possui 411 Km de extensão, representando 4,8% da linha da costa brasileira, com 14 municípios litorâneos e 50 comunidades pesqueiras. Todo o litoral do estado possui uma significativa representatividade de

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ecossistemas costeiros como estuários, rios, manguezais e restingas (PIZETTA, 2004; KNOX e TRIGUEIRO, 2015; 2014). Segundo o levantamento realizado pelo PROZEE em 2005, a maioria dos municípios costeiros possuem estaleiros para construção e manutenção de barcos, e 72 pontos de desembarque de pescado. Dentre os principais portos de desembarques estão os dos municípios de Itapemirim, Guarapari, Vitória, Piúma, Marataízes, Conceição da Barra, Vila Velha e Anchieta (UFES, 2013). Sendo a atividade responsável por empregar mais de 69.720 trabalhadores, envolvidos de forma direta e indireta na pesca (KNOX e TRIGUEIRO, 2015).

Segundo Paz (2018), o estado possui 1226 embarcações pesqueiras motorizadas, concentrando o maior número de embarcações do país. O litoral sul é composto pelos municípios de Anchieta, Piúma, Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy, e responsável por 827 desses barcos, distribuídos em 22 comunidades ou distritos. Além de concentrar a maior frota lagosteira do estado.

Martins e Doxsey (2004) afirmam que com exceção da Grande Vitória, onde existem algumas empresas isoladas, a pesca do Espírito Santo pode ser considerada artesanal, onde o sistema de produção predominante é o familiar, de parceria ou amadora. A maioria das embarcações de pesca do estado correspondem a frota artesanal, representando 97,5% da frota pesqueira do Espírito Santo (FREITAS NETTO et al., 2009). O tamanho das embarcações varia de botes a remos até barcos motorizados com cerca de 12 metros de comprimento e autonomia de duas semanas em atividade de pesca (MARTINS e DOXSEY, 2004).

No estado do Espírito Santo, existe uma grande variedade de artes de pesca distribuídos por toda a costa. A modalidade de pesca predominante é a linha de mão em especial a pargueira sendo empregada em cerca de 89,0% dos portos, embora frações importantes da população pesqueira empregue redes de arrasto de fundo para captura de camarão e redes de espera para captura de peixes costeiros. Os principais pesqueiros desembarcados no Espírito Santo refletem a importância da linha e anzol: peroá, no extremo norte e sul, atuns no sul e peixes de recifais na grande vitória. A infra estrutura do desembarque é extremamente precária, mesmo nos grandes centros urbanos, refletindo-se num dos maiores entraves ao crescimento da pesca como atividade econômica no estado (FREITAS NETTO,2009; MARTINS e DOXSEY, 2004).

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Knox e Trigueiro (2015) consideram a atividade pesqueira do Espírito Santo bastante diversificada quanto as embarcações e arte de pesca. Segundo o último Boletim estatístico pesqueiro 2011, observou-se 21 modalidades de pesca, sendo nas mais frequentes na região sul do estado a rede de arrasto, a linha e a rede de emalhar sendo associada a captura de espécies de maior valor comercial como os lutjanideos, scombrideos, elasmobrâquios e crustáceos.

De acordo com o SEAP (2005) grande parte do pescado comercializado no estado do Espírito Santo é vendido na forma inteira e resfriado, sendo uma produção comercializada por atravessadores, que distribuem os peixes nas peixarias, restaurantes, consumidor final, para outras cidades e empresas de pesca. A produção de pescado do estado em sua maioria é direcionada a restaurantes e mercados locais, possuindo algumas espécies como alvo do mercado externo como é o caso dos atuns (FREITAS NETTO, 2009). Em 2011 o Espírito Santo produziu aproximadamente 14.381,3 toneladas de pescado, oriundos da pesca marinha, recebendo a posição de 10° na produção de pescado no país (BRASIL, 2011).

No litoral do Espírito Santo, grande parte das comunidades pesqueiras vem sofrendo com a carência de infraestrutura nos pontos de desembarque de pescado, dificuldades para comercializar, conflitos pelo espaço de pesca com grandes empreendimentos, como indústrias petrolíferas, portuários e siderúrgicas, além da inexistência ou insuficiência de apoio financeiro para aquisição de materiais e equipamentos (KNOX e TRIGUEIRO, 2015).

3.4 MONITORAMENTO PESQUEIRO

O monitoramento da atividade pesqueira possui papel fundamental no levantamento de informações estatísticas, avaliação de estoques, identificação de potenciais locais produtivos, caracterização da atividade da pesca, e contribui para a gestão sustentável da cadeia (ARAGÃO, 2006). No Brasil, esta atuação é pouco desenvolvida, havendo dados contínuos apenas em alguns pontos do país, como o estado de São Paulo (MENDONÇA e CORDEIRO, 2010). Essa carência existe principalmente quando se refere a pesca artesanal, devido a descentralização dos inúmeros pontos de desembarques pesqueiros estabelecidos ao longo da costa, além da identificação incorreta ou incompleta das espécies desembarcadas. Esses

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entraves são minimizados quando se trata da pesca industrial, pois os pontos de desembarques e a seleção das espécies exploradas tornam-se mais confiáveis (PAIVA, 1997).

O levantamento de informações confiáveis a respeito da pesca assegura uma base sólida para a determinação de um bom manejo, garantindo dados para todos os estágios de estudo do setor, incluindo planos sustentáveis de exploração, sendo uma das principais ferramentas para a gestão pesqueira (SEIXAS et al., 2011).

Para que haja o monitoramento pesqueiro com dados confiáveis, as instituições responsáveis precisam primeiramente definir sua metodologia de modo que consiga abranger o maior quantitativo de informações para auxiliar no ordenamento e sustentabilidade dos recursos pesqueiros (MENDONÇA E CORDEIRO, 2010). Por apresentar um custo alto na execução do monitoramento, as instituições administrativas não têm como prioridade esta atividade em seus planejamentos orçamentários, sendo este fator possivelmente a principal justificativa para a ausência e/ou precariedade da estatística pesqueira no Brasil (CARNEIRO, ÁVILA-DA-SILVA E NAMORA, 2017).

Apesar disso, estes custos podem ser reduzidos desde que a equipe executora seja qualificada e possua uma metodologia de coleta coerente com o orçamento. Avaliando os custos da pesquisa com a relevância do trabalho os valores investidos podem ser compatíveis com a realidade das instituições, sendo de grande importância social e econômica a implementação dos monitoramentos pesqueiros (CARNEIRO, ÁVILA-DA-SILVA E NAMORA, 2017).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na comunidade de pescadores tradicionais de Pontal (21°00’30.98’’ S, 40°80’67.07’’ L), localizada às margens do Rio Itapemirim, no município de Marataízes, ES, Brasil (Figura 1). Marataízes está localizado na microrregião do Litoral Sul do Estado do Espírito Santo. O município apresenta uma área de 133,075 Km², com uma população total de 34 140 habitantes (IBGE, 2010). Marataízes faz fronteira com os municípios de Itapemirim; Presidente Kennedy e o Oceano Atlântico, estando a 136 Km da capital Vitória, e a 30 KM da BR 101, principal rota de escoamento do pescado.

O Pontal apresenta quatro principais locais que ocorrem desembarque de pescado (Ponto 1, ponto 2, ponto 3 e ponto 4) (Figura 1), além de outros locais dispersos, porém são áreas particulares, como quintais de residências a beira do rio. Todos esses quatro pontos são seguros para o desembarque de pescado, uma vez que todos eles estão localizados ao leito do rio Itapemirim, fornecendo um local abrigado da ação das marés e apresentam uma estrutura semelhante: um píer acima do nível do rio que os barcos atracam e descarregam de forma manual as caixas com pescado.

Os Pontos 1 e 4 são portos particulares que oferecem os serviços de carregamento de gelo e segurança para vigiar os barcos e manter a ordem dentro dos muros da empresa. Apenas o local 4 fornece combustível aos barcos. Os pontos 2 e 3 não possuem segurança para pernoite do barco, nem fornecimento de gelo, são portos abertos e de livre acesso ao público.

Existem duas fábricas de gelo na comunidade de pontal que abastece não só os barcos atracados nos seus portos, mas também peixarias, caminhões frigoríficos da região, carros de atravessadores, câmaras frias, além das próprias empresas distribuírem gelo em outros municípios como Itaipava, Rio Novo Do Sul, Itapemirim, Presidente Kenedy, Itabapoana, Gargaú e Atafona.

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Figura 1. Localização da comunidade de Pontal.

Fonte: Autor (2019)

4.2 COLETA DE DADOS

No período de julho de 2017 a maio de 2018 foram realizadas coletas de dados de desembarque por meio de entrevistas diárias. Para auxiliar as entrevistas foi desenvolvido um questionário específico (Figura 2) aplicado ao mestre da embarcação no momento do desembarque de pescado. O questionário foi confeccionado de forma estruturada, cuja ordem e redação permaneceram inalteradas para todos os atores entrevistados, era de caráter individual e possuía perguntas fechadas e abertas. Neste questionário foram levantadas questões sobre a presente viagem ao mar, arte de pesca utilizada, espécies capturadas, quantitativo da captura, destino da produção e valor que estava sendo comercializada a sua produção. No momento de desembarque também foi registrado por meio de fotografia as espécies capturadas, para que pudessem ser identificadas quanto ao seu nível taxonômico.

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Figura 2. Questionário aplicado aos pescadores

Fonte: Autor (2019)

4.3 ANÁLISE DE DADOS

Os dados obtidos nas entrevistas foram digitalizados e agrupados em planilhas, em seguida foram analisados, relacionando o recurso pesqueiro, arte de pesca, o destino da pescaria e o valor de comercialização. Todas as espécies do presente estudo foram fotografadas para que as mesmas fossem identificadas ao menor nível taxonômico possível com o auxílio de guias de identificação.

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5 RESULTADOS

Foram registrados 224 desembarques durante os 12 meses de coleta, onde obteve-se um total de 427,7 toneladas de pescado desembarcado em Pontal. Os desembarques foram analisados e agrupados por espécie ou grupo de características taxonômicas semelhantes com seus respectivos apetrechos de pesca (Tabela 1).

Tabela 1. Identificação e agrupamento das espécies desembarcadas relacionadas às artes de pesca de sua captura, entre julho de 2017 e maio de 2018.

Recurso pesqueiro Nome científico Petrecho de pesca Peroá Balistes capriscus Linha de fundo

Atum Thunnus albacares Linha de superfície Thunnus obesus Thunnus atlanticus Corrico Thunnus alallunga Ethynus aleterattus Vara katsuwonnus pelamis

Dourado Coryphaena hippurus Espinhel de dourado Agulhões Xiphias gladius Espinhel de meca

Makaira nigricans

Pargo Pagrus pagrus Linha de fundo

Lagosta

Panulirus laevicauda

Panulirus argus Covo

Scyllarides sp.

Fonte: Autor (2019)

Os recursos que mais se destacaram no total desembarcado em Pontal, em ordem crescente foram: lagosta (6%), pargo (7%), agulhões (9%), dourado (10%), atum (17%) e a peroá (25%), totalizando 316,2 toneladas de pescado (74%) (Figura 3). Os 26% restantes denominados como “outros” são todas as outras espécies desembarcadas na comunidade, mas que não tiveram um significante quantitativo, entre essas espécies estão: garoupas, badejos, chernes, camarões, sardas, cavalas e cações.

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Figura 3. Recursos desembarcados na comunidade Pontal, entre julho de 2017 e maio de 2018.

Fonte: Autor (2019)

Na Figura 4 nota-se o volume total em tonelada de pescado desembarcado na comunidade de pontal e a sua oscilação ao longo dos onze meses de pesquisa. Pode-se observar que os meses com maior desembarque de pescado na comunidade foi de julho a setembro e o mês de janeiro, já os meses de outubro a dezembro foi o trimestre com os menores valores observados.

Figura 4. Total desembarcado em pontal entre julho de 2017 e maio de 2018.

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Na Figura 5 encontra-se a quantidade de pescado desembarcado em tonelada por espécie. Os meses que apresentaram ocorrência de desembarque de lagostas foram julho (6,2 t), setembro (5,5 t) e novembro (11,7 t). Os meses que mais houve desembarque do recurso pargo no Pontal foram julho e setembro, totalizando 7,5 e 6,9 toneladas respectivamente. Já o recurso dos agulhões, o mês com maior incidência de desembarque foi agosto, totalizando 19,6 toneladas. E o mês com menor incidência diferente de zero, foi janeiro com 600 quilos desembarcados. Os desembarques da peroá branca, teve mais destaque no mês de março, cerca de 21,5 toneladas. Os atuns foram mais representativos em setembro e janeiro, totalizando 30,04 toneladas. O mês com maior volume desembarcado do dourado em pontal foi o de janeiro, com um total de 13,5 toneladas.

Figura 5. Total de desembarque por espécie em pontal entre julho de 2017 e maio de 2018: a) Lagosta; b) Pargo; c) Agulhões; d) Peroá; e) Atuns e f) Dourado.

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A Figura 6 mostra o valor de comercialização do pescado vendido na comunidade de Pontal ao longo do ano, divididos em trimestres. O pescado que apresentou maior valor de venda foi a lagosta com o valor do quilo variando entre R$ 18,00 e R$ 25,00. Em seguida está o valor de comercialização dos agulhões, oscilando de R$ 15,50 a R$ 18,00 por quilo. Seguido pelo grupo dos atuns, de R$ 8,00 a R$ 15,00. O dourado com valores oscilando de R$ 3,00 a R$ 15,00. O menor valor associado a venda do pescado está ligado ao recurso peroá, com variações de R$ 1,50 a R$ 3,00. O pargo sendo observado como único recurso com preço constante ao longo do período estudado.

Figura 6. Valor de venda de cada recurso desembarcados em Pontal durante julho de 2017 a maio de 2018.

Fonte: Autor (2019)

A Figura 7 apresenta os principais compradores de pescado para cada um dos seis recursos destacados neste estudo. O principal comprador do pargo, peroá e lagosta foram os atravessadores. Atum, agulhões e dourado são comprados em sua maioria pelas empresas da região sul do estado do Espírito Santo.

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Figura 7. Principais destinos dos pescados desembarcados em Pontal, no período de julho 2017 a maio de 2018.

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6 DISCUSSÃO

Das 224 entrevistas de desembarque de pescado na comunidade de Pontal, seis espécies se destacaram durante o período estudado, podemos indicar com estes dados que a pesca na comunidade de Pontal é direcionada principalmente para estes recursos: peroá, atum, dourado, agulhões, pargo e lagosta (Figura 3). Estes dados estão de acordo com os resultados obtidos pelo SEAP (2004), onde as espécies que mais se destacam no setor pesqueiro do estado do Espírito Santo são: dourado, atuns e afins, cioba, realito, badejo, garoupa, cações, peroá, catuá, pargo, lagosta e camarão-sete-barbas.

De acordo com Paz (2018), o município de Marataízes possui o maior número de embarcações do sul do estado, com 199 embarcações licenciadas de pesca. E possui o segundo quantitativo de pescadores, com 913, ficando atrás apenas de Itaipava. O autor ainda afirma que o município apresenta um setor de comércio e beneficiamento razoável, assim como o setor de apoio e suprimentos por oferecer estruturas de desembarques e embarques mais adequadas da região. Devido a essas características, muitos barcos de outros municípios optam por desembarcar seu pescado na comunidade, como é o caso de embarcações oriundas dos municípios de Presidente Kennedy, Atafona e a frota linheira de Itaipava.

A peroá branca é apontado como o recurso de maior ocorrência e quantitativo desembarcado na comunidade de Pontal. Sendo ao todo 108,3 toneladas descarregadas em Pontal no período de julho de 2017 a maio de 2018. Martins e Doxsey (2004) destacam que a pesca da peroá corresponderam a 50% dos desembarques ocorridos no Estado do Espírito santo, capturados em sua maioria com linha de mão pelas frotas de Marataízes, Piúma e Guarapari.

Cergole (2006) afirma que a explotação de Balistes capriscus apresenta grandes flutuações temporais, o que foi observado no presente trabalho ao longo do período de coleta de dados. Meses como novembro, dezembro e fevereiro tiveram baixo rendimento devido ao valor de venda do recurso em Pontal ter caído fazendo os pescadores recorrerem a outras regiões para vender seu pescado, mesmo que o valor tenha apresentado pouca oscilação, ocasionando poucos desembarques deste recurso na comunidade de Pontal. Outra hipótese para a diminuição dos desembarques desse recurso é o período de reprodução da espécie, Cergole (2006) mostra que ela se reproduz no verão. A Fundação Promar (2005) relata o

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desaparecimento do recurso nos anos 2002, e acusam os artefatos predatórios e a ausência de fiscalização como responsáveis pelo desaparecimento.

Apesar da Peroá apresentar grandes volumes de desembarque na comunidade de Pontal, a sua captura não é totalmente positiva. Observando os indivíduos que saem dos barcos é possível constatar que a maioria desses espécimes são capturados em tamanho indevido, abaixo do tamanho mínimo de captura de 20 cm conforme exige a Instrução Normativa MMA nº 53 de 22 de novembro de 2005 (BRASIL, 2005). É imprescindível que para a exploração sustentável da espécie, deve-se respeitar o tamanho mínimo de captura para não comprometer o estoque.

O valor do Peroá é um dos valores mais baixos de venda comparado aos demais recursos desembarcados na região, pode-se levar em consideração dois motivos para isso: (1) a grande oferta que existe deste pescado e (2) o quantitativo de embarcações que destinam seu esforço na captura desse recurso. Por outro lado, é um dos recursos mais apreciados nos bares e quiosques pelos turistas.

Os atuns têm seus desembarques frequentes na comunidade de Pontal, com oscilações de quantitativo ao longo do ano. A frota de linha de Itaipava é responsável pela maior parte dessa exploração, como mostra Martins e Doxsey (2004), os autores afirmam que a principal espécie capturada é a albacora laje (Thunnus albacares). No momento em que os peixes são retirados dos barcos eles são separados por classes de tamanhos e espécie antes de serem pesados pois cada um deles possui um valor de venda diferente. As empresas são as maiores compradoras desse tipo de pescado, buscando exportar os espécimes de grande porte e os menores tem sua carne comercializada para grandes restaurantes e redes de supermercados. Quanto os espécimes de porte menor que o habitual de comercialização ou espécimes com injurias ao longo do tegumento o destino são as peixarias ou para a fabricação de iscas, como é o caso da espécie K. pelamis. Segundo Dias-Neto e Marrul-Filho (2003), a pesca de atuns e afins é bastante complexa, devido à variedade de métodos de captura e espécies envolvidas. As principais espécies são o bonito-listrado (K. pelamis) e as albacoras (Thunnus albacares, T. alalunga, T. atlanticus).

O atum é um recurso que possui grande valor agregado, não só em relação ao peso e a espécie, mas também a qualidade de sua carne que pode ser classificado através da retirada de uma amostra de sua carne da superfície ao

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interior do músculo, próximo as nadadeiras utilizando um instrumento chamado sashibo. Freitas-Netto (2002) afirma que o preço do pescado pode variar segundo três motivos: (1) escassez de pescado; (2) turismo - durante o verão até a Semana Santa; e (3) qualidade do pescado.

O dourado é um recurso sazonal, porém pode ocorrer sua captura ao longo de todo ano, com volumes reduzidos, como pode ser observado na Figura 5.f deste estudo e nos estudos realizados por UFES (2013), que mostram maiores volumes de captura nos períodos de outubro a dezembro e no resto do ano volumes reduzidos, porém nunca zerados. Martins e Doxsey (2004) também observaram a sazonalidade da captura do recurso dourado, sendo mais frequente a sua ocorrência nos meses entre outubro e fevereiro.

Observando a Figura 5.f, o desembarque de dourado foi maior entre os meses de outubro a janeiro período compreendido como início de sua safra, segundo Santos (2012). Resultados semelhantes foi observado por Freitas (2011), onde a captura do dourado apresentou uma sazonalidade, com valores mais elevados durante o verão e uma queda na captura nos meses mais frios, devido à necessidade da espécie em regular sua temperatura corporal com o ambiente e por ocorrer em águas quentes. Martins et al. (2005), observou a sazonalidade nas pescas direcionadas a captura de espécies pelágicas (principalmente dourados, atuns e afins) no período de primavera-verão (setembro a março), sendo registrado nesse período 97,4% das pescarias classificadas como pelágicas.

O valor de comercialização do dourado varia de acordo com sua demanda. No período de agosto inicia-se a chamada “safra do dourado” onde é capturado um volume relativamente grande comparado ao que é capturado no resto do ano, isso faz com que o valor de venda deste recurso comece a cair, outro fator que determina o preço de venda do dourado é o tamanho. Muitos pescadores costumam trazer em seus barcos dourados de tamanhos reduzidos, provavelmente estes espécimes ainda não iniciaram a sua maturação. Estes indivíduos são popularmente chamados na comunidade de palombeta, sendo frequentemente absorvidos pelas peixarias.

Os agulhões são grandes migradores pelágicos que habitam os oceanos tropicais e subtropicais, estão sujeitos a uma intensa pressão pesqueira, por serem uma espécie migradora tornam-se vulneráveis à exploração pela frota de espinhel de vários países (AROUCHA, 2006). Apesar da espécie Makaira nigricans ter sua captura proibida pela portaria MMA n° 445/2014 (BRASIL, 2014) ele ainda é

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frequentemente desembarcado nos pontos de desembarque do Pontal, principalmente pelos barcos que praticam a pesca em alto mar.

Analisando a Figura 5.c, nota-se que o mês com maior ocorrência de desembarque dos agulhões é agosto. Isso se deve ao fato desse período compreender o início da safra do dourado. Os barcos que trabalham com espinhel de dourado e meca trabalham intensamente nesta época e trazem consigo estes peixes como fruto de sua captura acidental como afirma a ICCAT (2004). Por se tratar de espécie migradoras, as capturas dos peixes de bico são sazonais, esta sazonalidade está associada principalmente ao ciclo anual da temperatura da superfície do mar

O período de dezembro a março é conhecido na comunidade como um período com baixos desembarques de peixes pelágicos de alto mar como atuns, agulhões e dourado, pois a frota da região, principalmente embarcações de Itaipava, que trabalham com este tipo de exploração direciona o seus esforços de pesca para a região nordeste do país, trabalhando em pesqueiros do litoral da Bahia ao Rio Grande Do Norte, dessa forma estes barcos descarregam seus pescados em outros portos da costa brasileira. Paz (2018) afirma que a frota de Itaipava se destaca com alta autonomia de mar, havendo relatos de sua atuação desde a costa do Pará até a do Rio Grande do Sul, sendo relativamente rentável a captura, principalmente, atuns e afins, além do dourado.

O Pargo, é uma espécie de sublitoral, demersal, que ocorre na plataforma continental, normalmente em fundos de pedra, coral e areia, entre 18 e 200 m de profundidade (ÁVILA-DA-SILVA et al., 2006). Possui valor de venda alto, sendo comercializado principalmente pelas empresas exportadoras para o mercado externo. Observando a Figura 5.b, percebe-se que este recurso pode ser encontrado durante todo o ano. E comparando com a Figura 6 pode-se observar que o seu valor de venda não oscila, permanecendo fixo o ano todo, uma vez que sua procura é frequente. Fica estabelecido o valor de 4 reais ao pargo de tamanho P (300 g a 500 g), 5 reais ao de tamanho M (500 g a 900 g) e 8 reais ao de tamanho G (a partir de 900 g). Os meses de outubro a janeiro, foram os meses com produção mais baixa observada na Figura 5.b , esta baixa produção pode ser justificada devido a estes meses compreenderem o período de recrutamento da espécie como mostra Ávila-da-Silva et al. (2006), que apresenta índices gonadossomático de fêmeas indicando seu período de reprodução, principalmente em outubro e novembro, porém com

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alguns exemplares em estágios de maturação avançada observados até abril. Martins e Doxsey (2004) afirmam que a captura deste recurso está associada a pesca da peroá.

O município de Marataízes também se destaca como um dos municípios com maior frota lagosteira do estado (ZANCHETTA, 2009) sendo que a frota pesqueira desse recurso se concentra em sua grande maioria na comunidade de Pontal, porém no momento do levantamento de dados houve dificuldade para obter informações de produção. A ausência de informação quanto aos dados de desembarque de lagosta nos demais meses do ano pode estar relacionado ao fato da comunidade possuir receio às pesquisas cientificas devido ao histórico de inconvenientes ocorridos entre funcionários do setor público ambiental e pescadores de lagosta da comunidade como descrito por Pereira (2014) e Pinheiro (2010).

Nos meses de dezembro a maio acontece o período chamado de defeso amparado pela IN Ibama nº 206/2008 (IBAMA, 2008), onde a pesca e comercialização da lagosta verde e vermelha fica proibida do dia 01 de dezembro a 31 de maio, dessa forma este fator também foi determinante para a ausência de dados do recurso. Observando a Figura 5.a é possível se atentar a baixa produção nos meses que houveram desembarques amostrados, mesmo o município possuindo o maior número de licenças para pesca da lagosta. Pizzeta (2004) observou que os sistemas pesqueiros de lagosta do sul do estado do Espírito Santo possuem baixa produção comparados a outras regiões do Brasil, porém é compensada pelo elevado valor que o recurso é comercializado, tornando esta pescaria viável. A lagosta, no presente estudo apresentou um dos valores mais altos de venda entre os recursos avaliados.

O seu valor oscila ao longo dos meses mesmo possuindo um período de defeso que deveria ser respeitado, porém mesmo no defeso existem ocorrência da pesca deste recurso, o que é ilegal. E neste período o valor de venda começa a subir, devido a época do defeso coincidir com a estação verão, onde a atividade turística na região aumenta consideravelmente, aumentando a procura nos restaurantes por pratos refinados de frutos do mar.

O município de Marataízes apresenta uma grande influência de atores envolvidos com a cadeia da pesca, por possuir grande concentração de embarcações e pescadores, como locais de apoio de suprimentos, organizações representativas, comércio e beneficiamento da região. Estas atividades ocorrem

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principalmente em pontos de desembarque em Itaipava (município de Itapemirim), Barra do Itapemirim e Pontal (municípios de Marataízes).

Assim como ocorre em Macaé, descrito por Silva (2013), o processo que envolve a comercialização de pescado em Pontal, tem início a partir do desembarque do produto nos portos da comunidade. O sistema de conservação do pescado utilizado é o gelo, adquirido das empresas da própria comunidade. Assim que os pescadores retiram os peixes dos barcos, o pescado é condicionado em caixas plásticas para que possa ser feita a pesagem. Para isso são utilizadas as balanças trazidas pelos compradores ou as que ficam dentro das empresas às margens do Rio Itapemirim, na comunidade de Pontal. Depois de pesado, o pescado é transferido para os caminhões frigoríficos, ou carros com caixas de isopor adaptadas no porta-malas ou na carroceria, dependerá do tipo de comprador do pescado.

A maioria da produção pesqueira do estado do Espírito Santo é comercializada na forma de pescado inteiro ou resfriado. Sendo geralmente vendida para intermediários, como atravessadores, ou empresas (1, 2 e 3) de pesca. Os atravessadores, geralmente direcionam o pescado às peixarias, restaurantes e consumidor final e, eventualmente, com outros estados (SEAP, 2004), corroborando os dados do presente estudo. Uma pesquisa realizada pela Fundação Promar (2005) destaca que a comercialização de pescado no município de Marataízes é similar as demais regiões, na qual o atravessador atua com forte presença, devido à pequena força de mobilização da categoria de pescadores dificultando a comercialização do produto da captura pelos próprios pescadores.

A empresa 1 é uma empresa que atua no atravessamento do pescado, comprando os peixes das embarcações e revendendo para empresas de beneficiamento e processamento de pescado da região. A empresa 2 trabalha com beneficiamento e processamento do pescado, tem compradores no mercado interno (redes de supermercados) e externo (Ex. Estados Unidos). Segundo dados da SEAP (2004), algumas empresas, principalmente de Vitória, Guarapari, Anchieta e Itapemirim, exportam pescados para o exterior, sob a forma de filé ou inteiro eviscerado. Sendo ela também a que possui mais atuação na compra de pescado na comunidade, direcionado principalmente para os recursos atuns, dourado e agulhões. As empresas 3, 4, e 5 possuem pouca atuação na comunidade de pontal por serem fixadas em municípios litorâneos vizinhos mais distantes, por esta razão

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elas costumam comprar pescados de seus municípios ou de pontos de desembarques pesqueiros mais próximos.

Os pescadores normalmente não possuem veículos adequados para acondicionamento do pescado para entrega, e/ou contatos de compradores suficientes para poder negociar diretamente todo o seu pescado, recorrendo à participação dos atravessadores para esta tarefa. As peixarias, possuem papel importante na comercialização do pescado em Pontal e nas regiões próximas, elas estão presentes na compra de quase todas variedades de recursos desembarcadas na comunidade, mesmo que em poucas quantidades. Marataízes está localizada na região litorânea e a população possui o hábito de se alimentar de pescado. Esse fator aumenta a demanda pelos recursos pesqueiros marinhos e sustenta a existência das peixarias da região. Segundo Paz (2018), o município de Marataízes possui 19 restaurantes e 20 peixarias.

Próximo a comunidade do pontal existe o mercado de peixe e várias peixarias, onde parte do pescado desembarcado é escoado, principalmente espécies como peroá, pargo, dourado, lagosta e atuns com baixo valor comercial. Grande parte do atum e agulhões desembarcado são direcionados para empresas de beneficiamento de pescado, destinados à exportação ou ao mercado interno para grandes redes de supermercados.

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7 CONCLUSÃO

Os principais recursos pesqueiros observados nesta pesquisa foram a peroá (25%), o grupo dos atuns (17%), o dourado (10%), os agulhões (9%), o pargo (7%) e a lagosta (6%), representando 74% do que foi desembarcado na comunidade de Pontal durante o período de julho de 2017 a maio de 2018. Sendo possível destacar as artes de pesca referentes a captura de cada recurso expressivo na comunidade. Associando o petrecho linha de fundo de mão com os recursos peroá e pargo; linha de superfície, corrico e vara com o grupo dos atuns; espinhel de dourado com a captura do dourado; espinhel de meca com o grupo dos agulhões e o covo com a captura da lagosta.

Dentre os agentes atuantes na compra de pescado na comunidade de Pontal identificados nesta pesquisa, o que mais se destacou foi o atravessador, atuando principalmente na compra da lagosta, peroá e pargo. As empresas também apresentaram grande atuação na compra de pescado, especialmente nos que apresentam alto valor comercial como os agulhões, dourado e o grupo dos atuns, destacados no trabalho.

Diante da pesquisa bibliográfica realizada ao longo deste trabalho, pode-se perceber que o município de Marataízes carece de estudos caracterizando a sua atividade pesqueira e quantificando o seu volume desembarcado ao longo do ano. Desta forma a pesquisa serviu para agregar mais informações a respeito da pesca no município de Marataízes, apresentando novos dados a respeito das características da pesca e de sua dinâmica, baseando seus resultados nos desembarques ocorridos na comunidade pesqueira do Pontal. Estes resultados são de grande importância para o desenvolvimento de futuras pesquisas e planos de manejo sustentáveis.

Sugere-se portanto a continuidade de pesquisas com este cunho exploratório encorajando um aprofundamento em estudos relacionados a analises das pescarias e dos recursos explorados em Marataízes, para que sejam compreendidas com detalhes a dinâmica pesqueira no município e que este ganhe visibilidade no cenário estadual e nacional, atraindo a atenção de investimentos e políticas sustentáveis para a região e que os pescadores possam ser os principais beneficiários.

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