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2015 Damasceno, Lima Do papel à lousa digital - A utilização das Tecnologias Digitais no contexto escolar de alunos do 1º ano do ensino fundamental

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INSTITUTO UNIVERSIDADE VIRTUAL

BACHARELADO EM SISTEMAS E MÍDIAS DIGITAIS

JONH ITALO CARVALHO DAMASCENO

DO PAPEL À LOUSA DIGITAL:

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR DE ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

FORTALEZA 2015

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A M A S C E N O T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D E C U R S O 2015

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DO PAPEL À LOUSA DIGITAL: A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR DE ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Graduação em Sistemas e Mídias Digitais, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas e Mídias Digitais.

Orientadora: Prof. Dra. Luciana de Lima

FORTALEZA 2015

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apoiarem e acreditarem sempre em mim e a todos que direta ou indiretamente contribuíram na minha caminhada.

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Em primeiro lugar a agradecer a Deus pelo dom da vida, pela a maravilhosa família, pelos amigos conquistados e pelas batalhas vencidas.

Aos meus pais por todo apoio e confiança depositado em mim durante toda a minha vida sempre me dando força para que eu conquistasse meus objetivos.

A professora Luciana de Lima pela dedicação, confiança, incentivo e todo o aprendizado proporcionado durante as orientações tornando possível a realização deste trabalho.

A Diretora Roberta Martins em nome de toda Escola Municipal Professor Francisco Maurício de Mattos Dourado que me acolheu muito bem durante a realização do trabalho de pesquisa.

A professora Enildes que recebeu com muito entusiasmo e dedicação o desenvolvimento das atividades com os seus alunos 1º do ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Francisco Maurício de Mattos Dourados.

Aos alunos do 1º ano do fundamental, todos muito participativos durante a realização das atividades.

A todos os meus amigos e colegas do curso de Sistemas e Mídias Digitais que me acompanharam desde o primeiro dia de aula dando suas contribuições na construção do conhecimento.

E a todos os professores do curso Sistemas e Mídias Digitais que me proporcionaram momentos únicos na construção do conhecimento durante as aulas.

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mesma coisa e esperar resultados diferentes”. (Albert Einstein)

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O objetivo deste trabalho é analisar como crianças do 1º ano do Ensino Fundamental interagem com a lousa digital frente a outras ferramentas para a realização de atividades de matemática.Para isso foi realizada uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, utilizando-se como estratégia metodológica o Estudo de Caso. Este trabalho possui um público alvo de vinte (20) alunos, com faixa etária de seis (6) anos de idade, pertencentes ao 1º ano do Ensino Fundamental da rede pública de ensino de Fortaleza. A pesquisa foi dividida em três etapas: planejamento, coleta e análise de dados. Na primeira etapa, tem-se o planejamento das ferramentas e atividades a serem utilizadas na pesquisa. Na segunda etapa a coleta de dados acontece em três momentos distintos, com atividades desenvolvidas a partir das seguintes ferramentas: papel, computador e lousa digital. Na terceira etapa foi realizada a análise de dados, verificando-se as dificuldades e facilidades apresentadas pelos alunos em cada um dos momentos da coleta de dados, comparadas entre si e ao referencial teórico utilizado. Os resultados obtidos mostraram a lousa digital como uma ferramenta importante para a iniciação do uso das tecnologias digitais pelas crianças do estágio pré-operatório. A facilidade de manuseio do equipamento e a possibilidade de interação entre as crianças facilitaram o desenvolvimento de atividades de matemática, demonstrando-se como uma ferramenta de grande potencial no desenvolvimento do conhecimento de forma colaborativa pelos alunos. O contato com o uso do meio digital através da lousa digital possibilita ao aluno aprender a lidar com o real e o virtual, começando a buscar uma distinção entre ambos, além de possibilitar um primeiro contato direito com as linguagens presentes no meio digital que se utiliza de hipertexto e conteúdos multimídias para comunicar. Com o potencial demonstrado pela lousa digital na sua utilização com crianças com idade média de seis (6) de idade, pretende-se desenvolver um estudo posterior analisando como essa tecnologia é utilizada na prática docente pelos professores dentro do contexto escolar e estudar qual ou quais práticas metodológicas são mais adequadas para uso da lousa digital no ensino de crianças da Educação Infantil.

Palavras-Chave: Lousa Digital. Tecnologias Digitais. Escola. Educação. Ensino

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FIGURA 1 Equipamentos da Lousa

U-Board...28

FIGURA 2 Tela de instalação Lousa Digital U-Board...30

FIGURA 3 Fixação do Receptor Station...30

FIGURA 4 Tela de Calibração...31

FIGURA 5 Tela do MINT Control...32

FIGURA 6 Tela MINT Interactive modo mouse...32

FIGURA 7 Tela MINT Interactive modo interativo...33

FIGURA 8 Ferramentas de interação...33

FIGURA 9 Grupo 1 – Atividade 1: Quebra Cabeça no papel...41

FIGURA 10 Grupo 2 – Atividade 2: Correspondência no papel...43

FIGURA 11 Grupo 3 – Atividade 3: Varal de Bandeiras no papel...44

FIGURA 12 Grupo 4 – Atividade 4: Quantificação no papel...45

FIGURA 13 Grupo 1 – Atividade 1: Quebra-Cabeça no computador...47

FIGURA 14 Pintura no Kolour Paint...48

FIGURA 15 Grupo 2 – Atividade 2: Correspondência no computador...49

FIGURA 16 Grupo 3 – Atividade 3: Varal de Bandeiras no computador...50

FIGURA 17 Grupo 4 – Atividade 4: Quantificação no computador...51

FIGURA 18 Atividade 1 – Quebra Cabeça na lousa digital...53

FIGURA 19 Atividade 1 – Pintura do Quebra-Cabeça na lousa digital...54

FIGURA 20 Atividade 2 – Correspondência na lousa digital...55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LIE Laboratório de Informática Educativa

LIE Móvel Laboratório de Informática Educativa Móvel

PROINFO Programa Nacional de Tecnologia Educacional TDIC Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação

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1. INTRODUÇÃO...

....12

2. A TECNOLOGIA DIGITAL DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TDIC...16

2.1 As TDIC na Sociedade...16

2.2 As TDIC na escola...17

2.3 A integração entre TDIC e Educação...18

2.4 A relação do professor com as tecnologias digitais...19

2.5 A relação do aluno com as tecnologias digitais...21

2.6 Características das crianças da primeira infância...22

3. LOUSA DIGITAL...26

3.1 Lousa Digital U-Board...27

3.2 Equipamentos presentes na Lousa Digital U-Board PenAndDrive...28

3.3 Instalação e Montagem da Lousa Digital U-Board...29

3.4 Aplicações presentes e as Interações possibilitadas...31

3.5 Lousa Digital na Educação...35

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METODOLOGIA...37 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...40 5.1. Utilização do papel...40 5.1.1 Quebra-Cabeça no papel...40 5.1.2 Correspondência no papel...42

5.1.3 Varal de Bandeiras no papel...44

5.1.4 Quantificação no papel...45

5.2. Utilização do computador...46

5.2.1 Quebra-Cabeça no computador...47

5.2.2 Correspondência no computador...49

5.2.3 Varal de Bandeiras no computador...50

5.2.4 Quantificação no computador...51 5.3. Utilização da lousa digital...52 5.3.1 Quebra-Cabeça na lousa digital...53 5.3.3 Correspondência na lousa digital...54

5.3.3 Varal de Bandeiras na lousa digital...56

5.3.4 Quantificação na lousa digital...57

5.4 Comparação entre papel, computador e lousa digital...58 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...62 REFERÊNCIAS...6 5 APÊNDICES...66

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1. INTRODUÇÃO

As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, atingido de forma direta ou indireta grande parte da população. As crianças e jovens têm precocemente um convívio muito próximo a essas TDIC, seja em sua casa ou em meio a sociedade, assimilando traços característicos e particulares da interação com essas tecnologias.

O contato da criança com as tecnologias se dá muito cedo, atualmente, fazendo com que desenvolva facilidade em interagir com as informações e conteúdos nas diferentes mídias, tornando sua forma de aprendizagem diferenciada dos seus antepassados e levando-a a repensar as formas e meios de aprendizagem a serem utilizados (NAKASHIMA, 2006). Mas, nem todas as crianças possuem esse contato precoce com a tecnologia em seu meio social, principalmente os pertencentes às classes mais pauperizadas da sociedade. Atribui-se à escola o papel de promover o contato com este recurso e com a rede de computadores, possibilitando a essas crianças a interação com a informação e conteúdo proporcionado pelas TDIC (GOMES, 2010).

Não basta promover o uso das TDIC dentro do ambiente escolar, é preciso que haja uma orientação por parte do professor para com os alunos no momento da utilização, afim de atender aos seus objetivos pedagógicos e possibilitar a aprendizagem do aluno. Essas tecnologias são utilizadas pelos alunos em seu meio social para fins de comunicação, passatempo e diversão, sem que haja um direcionamento para fins de pesquisa a conteúdos educacionais. Segundo Gomes (2010, p. 26),

não basta o professor apenas levar os alunos para a sala de Informática da escola, pois o computador na escola deve cumprir uma função pedagógica, na qual o professor deverá direcionar a atividade de forma que o uso da tecnologia contribua com sua prática docente e com o assunto que está sendo estudado.

A carência de formação dos professores no uso dessas tecnologias em sala de aula gera uma dificuldade na adoção desses recursos tecnológicos, acarretando sempre na adoção de métodos tradicionais de alfabetização. De acordo com Nakashima (2006), esse fato torna os recursos disponibilizados pela tecnologia digital da informação e comunicação minimamente utilizados na elaboração de metodologias de ensino mais atrativas e

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interessantes. Como resultado dessa ausência de capacitação, muitos professores se veem receosos na utilização da tecnologia em suas práticas pedagógicas. Para Torres (2011, p. 17),

Os professores devem rever seus conceitos, sua prática pedagógica e até mesmo sua insegurança diante da possibilidade de aceitação do trabalho pedagógico ser organizado a partir do auxílio de instrumentos tecnológicos avançados. É importante que o adulto saiba atuar da melhor forma possível como mediador junto a criança, tomando cuidado para que sua interferência não tire o caráter espontâneo e livre das descobertas, mas sabendo aproveitá-las de modo a incentivar o desenvolvimento da criança.

Quando se fala de TDIC na escola, logo se pensa no uso dessas tecnologias com os alunos maiores do fundamental, médio e superior, deixando de lado a educação infantil (GOMES, 2010). A utilização dessas tecnologias na educação infantil é de grande importância para que se construa um conhecimento da criança com esse meio, tendo em vista que o contato se dá desde muito cedo para além dos limites da escola. Além disso, essas tecnologias permitem a utilização de recursos multimídia (som, imagem, vídeo) que podem vir a tornar as aulas mais atrativas para a criança.

Entre as várias TDIC presentes nas escolas, encontra-se a lousa digital, que se faz cada vez mais presente dentro das salas de aula e permite a utilização de conteúdos multimídias, tornando as aulas mais atrativas aos alunos. Mas, por ainda se tratar de um recurso de custo elevado, a lousa digital interativa é privilégio de poucos. Assim, como as demais tecnologias existentes nas escolas, as lousas digitais são subutilizadas pelos professores e restritas geralmente à utilização com os alunos do fundamental em diante, esquecendo-se do infantil (TORRES, 2011).

Mas, para que se faça maior uso das lousas digitais em sala de aula é importante a formação dos professores e da disposição e criatividade destes em tornar sua metodologia de ensino mais dinâmica com uso da lousa digital, elevando-se a concentração e o envolvimento do aluno durante a aula (TORRES, 2011).

As possibilidades de utilização da lousa digital para fins educacionais são variadas. Vídeos interativos, imagens, apresentação de sites, sons, jogos educacionais, entre outros meios de interação são possibilitados pelo digital, inexistente na lousa física. Esse leque de possibilidades utilizado com sabedoria e criatividade pelo professor pode potencializar a explicação de um conteúdo aos alunos, assim como, despertar maior interesse e atenção durante as aulas.

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Muitas vezes os professores têm dificuldades de planejar suas aulas através dessa tecnologia, devido à dificuldade de encontrar materiais que sejam condizentes à matéria estudada em sala de aula. Essa dificuldade, na maioria das vezes, diz respeito a atividades educativas a serem trabalhadas com a turma, tornando-se necessária a elaboração de atividades a partir de recursos que são disponibilizados na lousa. Segundo Torres (2011), muitos professores não têm o conhecimento tecnológico necessário sobre a lousa digital, o que dificulta seu uso com a elaboração de atividades autorais e diferenciadas.

Diante do exposto, pergunta-se: como as crianças interagem com atividades na lousa digital? É importante ressaltar que a linguagem multimídia possibilitada pelas novas tecnologias se faz presente constantemente no cotidiano dessas crianças, tornando-se interessante o uso desta linguagem no espaço escolar, dando-se oportunidade de interação para as crianças que não possuem estas tecnologias em casa, e àquelas que já possuem a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos (GOMES, 2010).

O objetivo geral é analisar como crianças do 1º ano do Ensino Fundamental interagem com a lousa digital frente a outras ferramentas para a realização de atividades de matemática.

Os objetivos específicos são:

 Verificar como essas crianças desenvolvem atividades utilizando material concreto;

 Verificar como essas crianças utilizam recursos digitais: computador e lousa digital para realizar atividades;

 Comparar os resultados obtidos com a utilização do material concreto e do material digital, evidenciando-se as dificuldades e facilidades apresentadas pelas crianças em cada meio.

A pesquisa de caráter qualitativo utiliza como metodologia o Estudo de Caso. Justifica-se pela busca de investigar um fenômeno contemporâneo e por levar em consideração o contexto onde ele ocorre, sem controle sobre este e o comportamento dos indivíduos. O público alvo do estudo é composto por vinte (20) alunos do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Francisco Maurício de Mattos Dourado, localizada na cidade de Fortaleza e pertencente à rede pública de ensino.

A pesquisa está concebida em três (3) etapas: planejamento, coleta de dados e análise de dados. Na primeira etapa, foi realizada a elaboração das atividades que foram aplicadas no meio físico e digital, abordando conteúdos matemáticos trabalhados em sala com as crianças. Na segunda etapa, foi feita a coletada de dados com os alunos em três momentos

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distintos: atividades de matemática utilizando o papel; as mesmas atividades utilizando o computador; e, posteriormente, a lousa digital. Durante essa etapa foram observadas as facilidades e dificuldades apresentadas pelos alunos na realização da atividade em cada uma das ferramentas. Na terceira etapa, ocorreu a análise dos dados, feita através da comparação dos relatórios realizados em cada um dos momentos na coleta de dados. A partir dos resultados obtidos nos relatórios foi feita uma triangulação metodológica, comparando as informações obtidas em momentos distintos e no uso das diferentes ferramentas, comparando-se posteriormente ao referencial teórico utilizado.

Este trabalho é composto por seis (6) capítulos. O tema do Capítulo 2 constitui as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Neste Capítulo é discutida a presença das tecnologias digitais na sociedade e na escola, destacando-se o importante papel da escola em prover acesso dos alunos aos recursos tecnológicos e a relação dos professores no uso dessas tecnologias. É abordado o contato da criança com as tecnologias e as características da primeira infância, assim como sua interação em meios digitais.

No Capítulo 3, é abordada a lousa digital, destacando-se o funcionamento da

U-board da marca PenAndFree e os recursos disponibilizados para utilização em sala de aula,

além de seus requisitos técnicos. Ao final é abordado o uso da lousa digital dentro do ambiente escolar.

O Capítulo 4 diz respeito à metodologia utilizada na pesquisa. São destacados o contexto da pesquisa, o público alvo, as atividades planejadas, os momentos de coleta de dados, assim como o armazenamento dos dados coletados e como foi realizada a análise dos dados.

No Capítulo 5, são apresentados os resultados obtidos em cada um dos momentos da pesquisa, relatando a interação dos alunos com as atividades desenvolvidas no meio físico e digital, com o uso do papel, computador e lousa digital. Destacam-se como eles interagem com as ferramentas, as dificuldades e facilidades verificadas durante a realização das atividades, comparando-se ao referencial bibliográfico a fim de se explicar os eventos ocorridos em cada um dos momentos das atividades desenvolvidas.

No Capítulo 6, são feitas as considerações finais, apresentando os objetivos alcançados com o trabalho desenvolvido com os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental. Destacando os pontos relevantes constatados durante o estudo desenvolvido no uso da lousa digital frente as outras ferramentas na educação de crianças em seu contexto escolar.

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2. A TECNOLOGIA DIGITAL DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TDIC

Atualmente, as TDIC se fazem presentes em meio ao contexto social, e têm adentrado o ambiente escolar nos últimos tempos, mas é preciso que elas sejam melhor trabalhadas com os alunos, dando-lhes oportunidades de terem esse contato com as tecnologias digitais, tornando-os capazes de utilizá-las da maneira adequada e capacitando-os para interagirem em seu meio social ou profissional.

2.1 As TDIC na Sociedade

Na atual sociedade, as TDIC têm ganhado cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas, direta ou indiretamente, nos espaços frequentados, comércio, empresa, escola e até mesmo dentro de suas próprias casas.

As possibilidades de acesso e troca de informações através desses aparelhos tecnológicos quando conectados à internet são relevantes. Entre as diversas ferramentas utilizadas para busca e troca de informações, tem-se: chats, e-mails, redes sociais, vídeo-chamada, sites e vídeos interativos. No mundo digital as informações são trocadas de forma muito rápida, quase que instantânea, como afirma Gomes (2010, p. 15): “O computador conectado à internet possibilita o estabelecimento de diferentes formas de comunicação, ampliando o acesso às informações, devido ao fato da velocidade que as mesmas circulam no mundo digital”.

O aprendizado da linguagem peculiar às tecnologias contemporâneas, ao meio digital, é um passo importante para que haja uma integração social do ser em meio à nova sociedade tecnológica. Segundo Torres (2011), as pessoas que conseguirem dominar as tecnologias, conseguirão melhores oportunidades na sociedade. Complementando a ideia, Gomes (2010) salienta que o conhecimento na utilização de ferramentas e programas computacionais é pré-requisito na obtenção de alguns empregos.

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Este crescimento da presença do computador no meio social e profissional, além de trazer várias possibilidades de uso para as pessoas que os possuem e que têm conhecimento para lidar com o mesmo, evidencia o fato da desigualdade social que prevalece na sociedade, pois não são todas as pessoas que possuem tal recurso e sabem fazer uso das ferramentas do computador (GOMES, 2010, p. 16).

Em relação às pessoas que não possuem acesso a esses recursos digitais é necessário o desenvolvimento de políticas públicas que busquem sua inclusão digital e social, tornando possível a elas o acesso aos recursos tecnológicos, principalmente ao computador. Mas não basta apenas tornar possível o acesso à tecnologia, é preciso ensinar a manipular e utilizar as ferramentas disponibilizadas por elas em prol do indivíduo.

2.2 As TDIC na Escola

Um dos ambientes propicio a tornar possível essa inclusão digital e social é o ambiente escolar. O uso de tecnologias digitais por crianças na atual sociedade se dá precocemente, assim como a necessidade de conhecimento qualificado no uso dessas tecnologias por jovens e adultos é cada vez maior na sociedade tecnológica para fins de integração digital e social.

A escola, diante da presença massiva das TDIC no meio social, deve possibilitar a interação das crianças e jovens com essas tecnologias dentro do ambiente escolar, evoluindo de acordo com a nova sociedade tecnológica, integrando em seu contexto de sala de aula a utilização de computadores, lousa digital, tablets e outras tecnologias, sem excluir os recursos comumente utilizados como o livro. É necessário que se disponibilize recursos que mobilizem as crianças e jovens para a escola, que despertem o interesse delas, mas que contribuam para o seu desenvolvimento (RODRIGUES, 2013).

Esse contato com a tecnologia digital dentro ambiente escolar possibilita às crianças que ainda não tiveram o contato com as TDIC conhecerem e interagirem; e, àqueles que já tiveram contato, a possibilidade de ampliar seus conhecimentos no uso dessas tecnologias. Para Gomes (2010, p. 28):

O uso do computador por parte do sujeito para se comunicar e buscar informações pode desenvolver muitas habilidades, que irão contribuir para o desenvolvimento do

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sujeito como um ser ativo, autônomo na busca de seus interesses, informações e conhecimento.

Os recursos possibilitados pelo meio digital, utilizados dentro do ambiente escolar, estimula os alunos a utilizarem outras formas de comunicação, para além da linguagem escrita e oral tornando-os conhecedores dessas novas formas de linguagem oriunda do meio digital (GOMES, 2010).

Essas ferramentas tecnológicas, quando inseridas no ambiente escolar, enriquecem as aulas e possibilitam novas formas de interação e construção do conhecimento através de recursos inovadores. Para Rodrigues (2013, p.8):

Um dos objetivos da escola que atende à criança é fazê-la interagir com o mundo a sua volta. Pois, para os “nativos digitais” que estão vivenciando a era digital. Nada mais natural que a escola propicie experiências com instrumentos digitais de forma lúdica, direcionando-as para construção do conhecimento.

A escola como espaço de socialização, ensino, aprendizagem e produção de conhecimento deve buscar trazer para dentro do seu ambiente essas tecnologias digitais, possibilitando acesso a todos os alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Como levantado por Gomes (2010), é importante que a escola possibilite o contato com a tecnologia digital por crianças inseridas também no contexto escolar da Educação Infantil para que elas tenham a oportunidade de interagir com este mundo digital, dando subsídios para a criança aprender, desenvolver e fazer parte da sociedade digital. Futuramente, esse conhecimento adquirido com o uso das tecnologias digitais no ambiente escolar será útil no seu meio social e profissional.

2.3 A integração entre TDIC e Educação

Os recursos a serem utilizadas durante uma aula com os alunos podem ser os mais diversos, desde vídeos encontrados na rede a produção autoral destes com os alunos, levando-os a aprender uma nova linguagem, que não seja a oral ou escrita comumente utilizadas por eles no ambiente escolar. Além disso, músicas, imagens, chats, redes sociais, e-mails, sites educativos, jogos educativos, podem ser utilizados pelo professor para potencializar a aula. Para Gomes (2010, p. 56):

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O professor quando passa a utilizar de novas formas de se comunicar e também de tecnologias a fim de que estas auxiliem em sua prática pedagógica em sala de aula, ele coloca a possibilidade de o aluno poder interagir com estes novos recursos, a fim de produzir conhecimento de forma interativa.

Permitindo aos alunos através desse contato com a tecnologia digital a possibilidade de apreenderem e desenvolverem habilidades e competências para o uso em seu meio social. Mas, segundo Gomes (2010, p. 17):

Faz-se necessário não somente oferecer o contato com tais recursos, mas também promover a orientação do processo de transformação das informações recebidas através da rede em conhecimento e pensando em uma situação escolar que possui o computador para ser utilizado com os alunos, o professor poderá auxiliar o aluno durante este processo.

É papel da escola além de fornecer o contado dos seus alunos aos computadores com acesso a internet dentro do espaço escolar na busca de informações, ensina-lo a ser mais criterioso nessa busca, filtrando as informações recebidas e realizando interconexões entre elas na construção do conhecimento.

2.4 A relação do professor com as tecnologias digitais

Para que o uso dessas tecnologias gere efeitos positivos no ambiente escolar é preciso que os professores se mostrem interessados em utilizá-las em suas aulas. Segundo Torres (2011, p. 17):

Os professores devem rever seus conceitos, sua prática pedagógica e até mesmo sua insegurança diante da possibilidade de aceitação do trabalho pedagógico ser organizado a partir do auxílio de instrumentos tecnológicos. É importante que o adulto saiba atuar da melhor forma possível como mediador junto a criança, tomando cuidado para que sua interferência não tire o caráter espontâneo e livre das descobertas, mas sabendo aproveitá-las de modo a incentivar o desenvolvimento da criança.

Muitas vezes, os professores por terem nascido em épocas em que a tecnologia digital não existia de maneira massiva em seu contexto social como atualmente, apresentam

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dificuldade em sua utilização na prática docente. Eles estão passando por um processo de transição em relação ao mundo tecnológico. Alguns chegam a expressar uma certa resistência ao uso dessas novas tecnologias digitais. Para que haja uma quebra dessa resistência, é preciso que haja uma preparação dos professores para seu uso, tornando possível a criação de aulas diferenciadas e atrativas aos alunos através de recursos possibilitados pelo meio digital.

Fazendo a preparação do professor para a utilização dos recursos tecnológicos existentes no ambiente escolar, torna-se possível a seleção de recursos mais adequados a cada situação vivenciada em sala de aula. Gomes (2010, p. 40) confirma a importância da preparação do professor para o uso dessas tecnologias no ambiente escolar, ao afirmar que:

o computador será um elemento motivador para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, mas o sucesso do computador no ambiente escolar dependerá da preparação do professor com relação as TICs, da maneira como este irá conduzir o trabalho pedagógico com este recurso, como também do projeto político pedagógico da escola em que atua.

Não basta apenas ter professores preparados e motivados a utilizar tecnologias digitais durante suas aulas, é preciso que a escola favoreça essa prática dentro do seu ambiente, motivando e suprindo as necessidades tecnológicas e estruturais necessárias para que estas aulas ocorram. O apoio da escola ao uso dessas novas ferramentas no contexto da sala de aula é importante para que haja dentro do seu espaço a cultura de utilização dessas tecnologias com os alunos, possibilitando a estes, vivências com os recursos tecnológicos presentes na escola. Gomes (2010) afirma que ao se proporcionar essas vivências, o professor deve fazer uso dessas tecnologias para fins pedagógicos, de forma a proporcionar aprendizagem significativa do assunto que está sendo estudado.

Ao se propiciar ao aluno essa construção de conhecimento de forma interativa, o professor assume o papel de mediador na construção do conhecimento, onde o aluno se utiliza de diversos recursos na busca da informação, através de vídeos, imagens e sons, não se limitando a textos escritos. Essa característica do recurso multimídia no meio digital, faz com que as crianças e jovens atualmente se utilizem de diferentes linguagens, que não somente a escrita, para a construção do conhecimento. Proporcionar esse novo modo de construção ao qual atualmente eles estão habituados dentro da escola é importante, tendo o professor o papel de orientador no uso das tecnologias digitais na busca dessas informações.

A inserção das TDIC no ambiente de sala de aula como uma nova ferramenta de ensino, não quer dizer que o professor deverá abandonar as aulas tradicionais, com livros,

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brincadeiras, tarefas no quadro, mas que essa tecnologia será mais uma ferramenta disponível para ser utilizado pelo professor com os alunos, buscando aprimorar novas formas de docência ao inovar também nas metodologias utilizadas na prática de sala de aula.

2.5 A relação do aluno com as tecnologias digitais

O primeiro contato que a criança tem com as tecnologias é através da televisão. Mas, atualmente, as crianças passaram a ter contato com diversas outras tecnologias que antes eram de uso exclusivo dos adultos, como, computadores, celulares e tablets.

Ao interagirem com as tecnologias digitais, acabam adquirindo domínio e habilidades em seu uso. A facilidade em dominar rapidamente essas tecnologias, segundo Rodrigues (2013) se deve ao fato de que elas não têm medo de explorar qualquer objeto tecnológico.

Esse fato de estarem em constante contato com as tecnologias, em casa geralmente, não significa que haja direcionamento para uma efetiva aprendizagem. Entretanto, a simples interação com a tecnologia, para uso de jogos educativos, imagens, vídeos, músicas, comunicação, faz com que adquiram conhecimento sem que percebam (GOMES, 2010). Desenvolvem uma nova maneira de raciocinar, advindo dessa nova forma de interação encontrado no meio digital através de hiperlinks e conteúdos multimídia.

A interatividade existente no meio digital desperta o interesse da criança para seu uso. É comum ver crianças interagindo com a interface de um tablet, mostrando-se na maioria das vezes habilidosa no manuseio do equipamento. Tudo para elas não passa de uma brincadeira. É muito divertido observar os vídeos, os sons emitidos, as animações, entre outras ações resultantes da sua interação com a interface do dispositivo. As crianças aprendem brincando e segundo Rodrigues (2013, p. 3): “Quando uma criança brinca, ela não quer saber das consequências da brincadeira ou do jogo, ela brinca, simplesmente pelo prazer de brincar e jogar, explorando tudo que lhe é desconhecido”.

Através desse brincar ela vai acumulando experiências e adquirindo conhecimento, e assimilando essa nova forma de interação proporcionada no meio digital. Esse aspecto faz com que exista uma forma diferenciada no modo como as crianças aprendem. Gomes (2010, p. 26) enfatiza isso ao afirmar que:

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A diferença no modo de aprender se dá pelo fato de boa parte dos alunos buscarem o computador como fonte de informações e este recurso faz uso de diferentes veículos para comunicar algo, não se limitando apenas ao uso da escrita, mas também de imagens, sons e principalmente vídeos digitais, que estão sendo muito utilizados. Para Torres (2011), a interatividade presente no meio digital é o principal atrativo na nova maneira de brincar das crianças do século XXI. Através desse meio digital elas interagem com vídeos, sons, jogos, dentre outros recursos. Durante seu desenvolvimento, a criança interage com o mundo ao seu redor e nessa interação ela vai ganhando experiências, brincando, aprendendo, motivada pela curiosidade do explorar o desconhecido, e aos poucos, sua personalidade, seu conhecimento e inteligência vão se estruturando (RODRIGUES, 2013). Ao interagir com o meio digital, ela vai agregando à sua personalidade, seu conhecimento e inteligência os saberes adquiridos.

Ao levar essas tecnologias para as crianças da primeira infância, que abrange desde o nascimento até os seis anos de idade, período considerado determinante para o desenvolvimento da criança, o educador deve considerar as particularidades das crianças pertencentes a essa faixa etária, compartilhando conteúdo adequado.

2.6 Características das crianças da primeira infância

Piaget (1990) divide esse período da primeira infância em dois estágios de desenvolvimento cognitivo: sensório-motor e pré-operatório. O período sensório-motor corresponde ao período de zero a dois anos de idade. Neste estágio as crianças se utilizam de seus reflexos e suas habilidades motoras, como, visão, audição, tato, paladar, olfato e suas percepções e sensações sobre os outros e sobre os meios para se desenvolver e aprender.

Na fase inicial de sua vida as ações como chupar, agarrar, chutar, constitui-se de forma isolada, uma independente da outra, sem coordenação e ligadas diretamente ao corpo. O bebê não diferencia ainda o que é seu corpo e o que não faz parte dele; ele centra tudo em si de forma inconsciente.

Na fase compreendida entre um e dois anos de idade, a criança começa a descentralizar as ações em relação ao próprio corpo e a se considerar mais um objeto em meio a tantos outros, desenvolvendo uma coordenação gradual das ações, ao invés de uma ação isolada em si. Elas conseguem coordenar-se entre si até constituir a conexão entre meios e

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fins, aprendendo a agir sobre o meio. Rodrigues (2013, p. 2), destaca que: “Na fase sensório-motora a criança utiliza somente ações e percepções que “estimulam o desenvolvimento das estruturas mentais”. Nesta fase as crianças são capazes de ter: a ideia de causalidade e a diferenciação entre meios e fins”.

Em relação a experiência da criança com o computador durante esse período sensório-motor, Oliveira (2002, pág. 30) destaca:

Quanto menor a criança, maior a necessidade que tem de se conhecer fisicamente, de brincar com seu corpo. A experiência com o computador portanto da criança de 0 a 2 anos limita-se a percebê-lo em seu dia-a-dia, como parte dos objetos da casa e a observar quem o utiliza, o que, com certeza, já vai sendo registrado por ela para possível imitação posterior.

O período pré-operatório compreende dos dois anos aos seis anos de idade. É o estágio onde a criança passa a pensar mais conceitualmente. A criança começa a aguçar seu pensamento simbólico. Isso fica claro através de brincadeiras como imitação, brincar de faz de conta e desenhar. Nesta fase, a criança também apresenta algumas características como a centralização, conservação, realismo, animismo, artificialismo e egocentrismo.

A centralização diz respeito a se fixar em uma característica do objeto, desconsiderando-se as outras características. Por exemplo, tem-se dois recipientes, um contendo um material gelatinoso de cor laranja e outro contendo um material líquido de cor igual ao do primeiro; ao se questionar se há um mesmo material em ambos recipientes, a criança responderá que sim, pois se baseará nas características visualmente mais notáveis que é a cor de ambos os líquidos, desconsiderando as demais características que diferenciam o material.

A conservação diz respeito à capacidade de a criança deduzir que a quantidade de objetos permanece a mesma quando sua disposição espacial e aparência empírica são alteradas. Até os 5 anos de idade a criança tem dificuldade em manter essa conservação. Em um dos seus estudos sobre esse tema, Kamii (2002) relata a existência de três níveis de crianças encontrados a partir de um teste aplicado, onde o entrevistador, ao fazer uma carreira de 8 fichas azuis pede à criança para fazer o mesmo utilizando fichas vermelhas; em seguida o entrevistador modifica o arranjo espacial na frente da criança e pergunta se há a mesma quantidade de fichas; de acordo com a resposta, seja ela positiva ou negativa, o entrevistador retoma com um questionamento do porquê de sua resposta:

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Nível 1 – As crianças não podem fazer um conjunto que tenha o mesmo número. Algumas delas colocam todas as fichas vermelhas, elas param de colocar porque não sobrou nenhuma [...]. Elas usam o melhor critério em que elas podem pensar para julgar a “igualdade” quantitativa. Neste caso, o critério são as fronteiras espaciais, que elas podem ver. Nível 2 – As crianças podem fazer um conjunto que tenha o mesmo número usando correspondência de termo a termo, mas elas não podem conservar esta igualdade [...]. Nível 3 – As crianças são conservadoras [...] (KAMII, 2002, p. 20).

Mas como destacado pela própria autora, a conservação não é adquirida da noite para o dia, existindo um nível intermediário entre o 2 e 3 onde as crianças ficam mudando de ideia constantemente em relação à resposta.

Segundo Piaget (1990), o desenvolvimento de conceito numérico é resultado de dois tipos de relações: inclusão hierárquica e ordem. Para quantificar um conjunto de objetos numericamente, a criança os coloca em uma inclusão hierárquica. Por exemplo, é apresentado uma carreira com 8 objetos e solicitado que a criança faça a contagem; ao contar ela inclui mentalmente o objeto “um” em “dois”, “dois” em “três”, “três” em “quatro” e assim por diante; só assim ela consegue quantificar o conjunto numericamente (KAMII, 2002). A ordem se deriva do fato de a criança, geralmente de quatros anos, ao contar objetos arranjados de forma aleatória, pular alguns ou contarem o mesmo objeto mais de uma vez. Esse comportamento mostra que a criança não vê uma necessidade lógica de colocar os objetos em uma relação de ordem na hora da contagem (KAMII, 2002).

O realismo corresponde ao fato de a criança acreditar que tudo que chega aos olhos dela é real. Esse fato deve ser atentado pelo educador ao utilizar recursos tecnológicos, principalmente vídeos, em relação ao seu conteúdo. Já o animismo e o artificialismo, dizem respeito, respectivamente, à capacidade que a criança tem em dar vida a seres inanimados e acreditar que tudo no mundo foi criado pelas pessoas. O egocentrismo diz respeito à dificuldade que a criança apresenta em se colocar no lugar do outro, pensando somente em si.

No período pré-operatório, Rodrigues (2013, p. 2) afirma que:

É a fase em que a criança repete certas ações, brinca com objetos imaginando que é outro, apresenta grandes curiosidades sendo levantados por ela questionamentos, usando frequentemente a expressão “por que”. Esses questionamentos favorecem de forma significativa o desenvolvimento cognitivo e linguístico.

Oliveira (2002, pág. 30 a 31) destaca três pontos importantes de desenvolvimento da criança em relação a tecnologia durante esse período:

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Sua iniciação, se assim podemos dizer, sua utilização, vem na maioria das vezes por solicitação da própria criança, que, sentada no colo da mãe, pai ou irmão maior, experimenta mexer nas teclas. No início não faz correspondência do gesto ao resultado obtido, mas já se diverte muito, observando as alterações ocorridas no monitor, ou ouvindo os diferentes sons. [...] O que se observa a seguir expressa todo o desenvolvimento mental da criança, que pouco a pouco vai aprimorando sua coordenação visomanual e torna-se capaz de digitar de forma cada vez mais precisa e objetiva construindo intencionalmente relações de causa-efeito [...]. De forma paralela e complementar a essa organização alicerçada pelo desenvolvimento perceptivo e motor, observa-se o domínio gradativo na utilização dos instrumentos simbólicos, através da linguagem e imagem mental.

Ao se trabalhar as tecnologias digitais com as crianças em sala de aula é preciso se levar em consideração todas essas características comuns à idade das crianças no qual será desenvolvido o trabalho, para que sejam utilizados recursos adequados a elas e que possibilite uma construção adequada do conhecimento.

Atualmente as escolas contam com diversas tecnologias digitais a serem usadas a serviço da educação, sendo papel do professor buscar a que melhor se adeque as características dos alunos em que será trabalhada. Buscando-se possibilitar uma melhor interação dos alunos na busca de informação e construção do conhecimento através do meio digital.

Dentre as várias tecnologias digitais presentes no cotidiano escolar, tem-se a lousa digital, que vem ganhando espaço dentro das escolas atualmente e traz possibilidades de interação diferenciadas ao ambiente da sala de aula.

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3. Lousa Digital

A Lousa Digital consiste em uma tecnologia que se conecta a um computador, e este a um projetor multimídia que irá projetar as imagens. Através da lousa digital é possibilitada a interação com a projeção sem a necessidade de se dirigir ao computador diretamente para realizar alguma ação. Esse recurso traz maior interação durante a apresentação.

Atualmente, no mercado, é possível encontrar dois modelos de lousas digitais, a Touch Screen, comercializada pela Smarts Technologies, e as que se utilizam de canetas interativas, no caso destas podemos encontrar diversos fabricantes, como a Sharp, Polyvision, HetchTech, Digilousa, PenAndFree, fabricante da Lousa Digital U-Board em questão nesse trabalho, dentre outras marcas.

Adquirir uma Lousa Digital requer um investimento muito alto. Esse investimento pode variar de dois a oito mil reais. A diferença de preço se deve asfunções disponibilizadas e à qualidade da lousa digital, assim como à tecnologia utilizada na sua construção. Em relação à tecnologia utilizada para a captação da interação do usuário com a imagem nas lousas digitais temos a infravermelho, ultrassônica, eletromagnéticas, resistivas e leitura óptica. Apesar do alto custo na hora da aquisição, em relação à infraestrutura, não é requerido grandes gastos no momento da instalação dentro do ambiente escolar.

No caso da Lousa Digital U-Board da PenAndDrive ela possui um receptor Station que se utiliza de dois sensores ultrassônicos e um infravermelho. Juntos triangulam o posicionamento e a velocidade da caneta digital, captando e reproduzindo o seu movimento na projeção. Com a dimensões de 21,8 cm x 2,8 cm x 1,7 cm, o receptor Station é bastante leve e portátil, tornando a mobilidade bastante fácil. Para utilizar a Lousa Digital U-Board o professor necessita levar para sala de aula um computador com o software instalado, um projetor multimídia, o receptor Station e fixá-lo próximo à área de projeção e à caneta digital. Se desejar o professor pode utilizar o transmissor sem fio bluetooth que também acompanha o kit da Lousa Digital e acoplá-lo no computador, dispensando a utilização de cabos na comunicação do receptor Station e o computador.

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A interação na Lousa digital U-Board fabricada pela PenAndDrive diferentemente da fabricada pela Smarts Technologies, não permite a interação através do toque com os dedos, sua interação é feita através da caneta digital. Mas, sua portabilidade em relação a da Smarts Technologies que se utiliza de um quadro especifico para interação é bem maior, pois pode ser utilizada em qualquer superfície fixa, principalmente nos quadros convencionais presentes em sala de aula, bastando realizar a projeção na superfície desejada e a fixação do receptor conectado ao computador próximo à área de projeção. Essa maior mobilidade contribui para que a Lousa Digital não fique localizada em um único espaço dentro da escola, permitindo leva-la a diferentes salas de aula desde que o professor necessite.

3.1 Lousa Digital U-Board

O Ministério da Educação no ano de 2002 adquiriu as Lousas Digitais U-Board PenAndFree para distribuir entres as escolas da rede pública. Em Fortaleza, essa nova tecnologia já se faz presente em diversas escolas juntamente com o projetor interativo Diebold. Trata-se de um computador com um projetor acoplado, em que é feita a instalação e posteriormente a utilização da Lousa Digital U-Board nas escolas da rede pública de ensino. A Lousa também pode ser utilizada em computadores com sistema operacional Windows XP/Vista/7, Mac OS 10.5 ou superior e Linux Ubuntu 9 ou superior, sendo necessário apenas a instalação do software e do aparelho no computador juntamente com um projetor multimídia.

Para o funcionamento da Lousa Digital U-Board com o projetor interativo, a título de hardware será necessário o receptor Station, o transmissor e a caneta; a título de software será necessário a instalação do driver, aplicativos MINT Control e MINT Interactive, todos fornecidos à escola em um DVD junto à Lousa Digital para sua instalação no projetor interativo.

A instalação do software da U-Board no projetor interativo é muito simples. No manual de instalação que acompanha a lousa tem-se o passo a passo da instalação, que consiste basicamente em ligar o projetor interativo, inserir o DVD de instalação e após a abertura do DVD da tela de instalação clicar em instalar (Figura 2). O restante é feito automaticamente. Ao final da instalação, o sistema é reiniciado automaticamente finalizando-se a instalação.

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Após realizada a instalação, o projetor interativo Diebold estará pronto para ser usado com a Lousa Digital U-Board PenAndFree, possibilitando uma maior interação com as imagens projetadas durante as aulas, e, devido sua portabilidade, essa tecnologia pode ser levada para dentro da sala sem a necessidade do deslocamento do professor ao laboratório de informática, trazendo ao ambiente da sala de aula tecnologias que aproveitadas de forma inteligente podem enriquecer as aulas através de arquivos multimídias que são peculiares ao meio digital.

3.2 Equipamentos presentes na Lousa Digital U-Board PenAndDrive

A lousa Digital portátil U-Board entregue às escolas é composta por um transmissor sem fio (Figura 1 – item 1), um receptor Station (Figura 1 – item 2), duas canetas digitais (Figura 1 – item 3), vinte pontas sobressalentes para as canetas digitais (Figura 1 – item 4), cabo USB para recarga do receptor (Figura 1 – item 5), cabo USB para recarga da caneta (Figura 1 – item 6), cinco suportes metálicos (Figura 1 – item 8), dez fitas adesivas dupla-face (Figura 1 – item 9), DVD de instalação para o projetor interativo Diebold (Figura 1 – item 10) e manual de instalação.

Figura 1 – Equipamentos da Lousa U-board

Fonte: Própria (2015)

O Receptor Station é responsável por captar o movimento do usuário com a caneta sobre a tela e suas interações. Este receptor conta também com botões físicos com as seguintes funções: calibração, apagar todos os desenhos, abrir navegador, imprimir, limpar tela e ligar/desligar o receptor. O Transmissor sem fio é conectado à porta USB do projetor

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interativo Diebold. Por ele se dará a troca de informações entre o computador e o receptor Station sem necessidade de fios.

A Caneta digital é utilizada pelo usuário para obter a interação com a imagem projetada. A caneta conta com dois botões físicos, com as funções para cima e para baixo, além de uma ponta que ao ser pressionada tem a mesma função do ponteiro do mouse quando no modo sistema operacional e funcionará para escrita quando no modo interativo.

As Pontas são fornecidas para possíveis trocas no caso de desgaste na ponta contida na caneta. O Cabo USB para recarga da caneta é utilizado caso haja necessidade de recarga das canetas. O Cabo USB para recarga do receptor tem 4 m de comprimento e serve para recarregar o receptor Station antes do uso do equipamento. É possível utilizar o cabo acoplado ao receptor durante a utilização no caso deste estar descarregado.

O Suporte Metálico é utilizado para fixar o receptor Station próximo à área de projeção. As Fitas adesivas são utilizadas para fixar os suportes metálicos à superfície de projeção. O DVD de instalação é fornecido junto à Lousa Digital U-Board para instalação no projetor interativo Diebold presente nas escolas da rede pública. O Manual de Instalação contém o passo a passo de como se deve fazer a instalação da Lousa Digital no projetor interativo.

3.3 Instalação e Montagem da Lousa Digital U-Board

Para utilização da Lousa Digital com o projetor interativo é preciso realizar a instalação do software da Lousa Digital no projetor interativo Diebold que será utilizado como base. Para realizar a instalação o usuário deverá inicializar o projetor interativo e introduzir no drive de CD/DVD do projetor o DVD fornecido. Em seguida, será apresentado ao usuário uma tela contendo as seguintes opções: Meus Documentos, Instalar e Atualizar. O usuário deverá clicar sobre a opção instalar (Figura 2). Finalizada a instalação o projetor interativo reinicia automaticamente. Ao reiniciar, bastará retirar o DVD do drive e o projetor interativo estará pronto para ser utilizado em conjunto com a Lousa digital U-Board.

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Figura 2 – Tela de instalação Lousa Digital U-board

Fonte: Manual do Usuáriodo Sistema de Lousa Interativa Portátil U-board (2015).

Antes da utilização da lousa de digital, é preciso lembrar de carregar a caneta digital e o receptor Station. Para carregar a caneta, é preciso conectá-la à porta USB do computador por meio do cabo fornecido junto com o equipamento por um período de duas horas para carga completa, gerando uma autonomia de dezoito horas. No caso do receptor Station o carregamento também é feito através de cabo USB fornecido junto com o equipamento ligado a um computador, sendo necessárias três horas para carga completa e permitindo oito horas de uso continuo. No caso específico do receptor Station, na ausência de carga, é possível utilizá-lo ligado diretamente ao cabo USB durante a utilização do equipamento. Para facilitar, o cabo fornecido possui uma extensão de 4 m.

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Fonte: Manual do Usuário do Sistema de Lousa Interativa Portátil U-board (2015).

Para colocar o receptor Station próximo à área de projeção, o usuário deverá fixar o suporte metálico com a fita dupla-face, ambos fornecidos, próximo a imagem projetada. Ao se fixar o receptor Station no suporte metálico, este deverá ficar a uma distância mínima de 3 cm da imagem projetada (Figura 3).

Sobre o suporte metálico, como mencionado, será fixado o receptor Station, responsável por captar a ação do usuário com a caneta digital na área de projeção. No projetor interativo será inserido o transmissor sem fio que fará a comunicação entre o receptor e o computador, permitindo a troca de informação durante a interação entre esses equipamentos. Quando estabelecida a conexão entre o receptor Station e o Transmissor sem fio, ambos acenderão uma luz azul indicando que a conectividade foi estabelecida. Caso o usuário não deseje utilizar a conexão Bluetooth possibilitada pelo transmissor sem fio ele pode optar por ligar o receptor diretamente ao computador através do cabo USB fornecido com o equipamento, dispensando-se o uso do transmissor.

Figura 4 – Tela de Calibração

Fonte: Manual do Usuário do Sistema de Lousa Interativa Portátil U-board (2015).

Sempre será preciso calibrar a Lousa Digital U-Board antes de iniciar seu uso. Para isso, o usuário deve apertar o botão calibrar, presente no receptor Station. Após essa ação, será apresentada uma tela com alvos onde o usuário deverá clicar com a caneta digital no centro deles. Ao todo são nove alvos (Figura 4). Finalizado esse procedimento, a Lousa

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Digital estará calibrada e pronta para uso, possibilitando ao professor usufruir de todas qualidades inerentes à tecnologia digital durante a aula.

3.4 Aplicações presentes e as Interações possibilitadas

Tendo instalado o software da Lousa Digital U-Board, o projetor interativo Diebold inicializará automaticamente as aplicações MINT Control e MINT Interactive correspondentes à Lousa Digital. Caso não ocorra essa inicialização, essas aplicações podem ser encontradas no menu Iniciar na opção Extras.

Figura 5 – Tela do MINT Control

Fonte: Manual do Usuário do Sistema de Lousa Interativa Portátil U-board (2015).

O MINT Control é a aplicação responsável pela manutenção e configuração do sistema, possibilitando realizar a troca do idioma e a calibração da Caneta Digital (Figura 5). O MINT Interactive é a aplicação responsável por toda a interação possibilitada na Lousa Digital com os conteúdos.

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Fonte: Própria (2015).

No MIT Interactive existem dois modos de interação: modo mouse (Figura 6), no qual o usuário poderá operar a caneta digital como mouse para navegar pela interface do computador, e, modo interativo, possibilitando utilizar diversos recursos disponibilizados pela Lousa Digital.

Figura 7 – Tela MINT Interactive modo interativo

Fonte: Própria (2015).

Ao acionar o modo interativo, na área de trabalho será apresentado duas abas laterais e um menu com diversas ferramentas para interação (Figura 7). Na aba lateral esquerda encontram-se as páginas já criadas e na aba lateral direita encontram-se a galerias de imagens.

No Menu de Ferramentas localizado na parte inferior da tela temos as seguintes ferramentas de interação (Figura 8).

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Fonte: própria (2015).

1- Botão para ocultar menu: Este botão é utilizado quando se deseja ocultar as ferramentas. 2- Ferramenta para mudança de modo: mudança entre o modo operação do Sistema

Operacional, onde a caneta funcionará como um mouse e o modo interativo, onde poderá utilizar as ferramentas de escrita, pintura e edição ofertadas pelo software da lousa;

3- Ferramenta lápis: para escrever e desenhar sobre a projeção;

4- Ferramenta marcador: cria destaques coloridos através de efeitos de transparência; 5- Ferramenta pincel: poder ser utilizado para fins de traçados mais fortes;

6- Ferramenta borracha: pode ser utilizada para apagar as áreas de tamanhos diferenciados,

ou objetos por completo, bastando clicar duas vezespara que isto ocorra;

7- Ferramenta apague tudo: toda alteração feita na projeção é apagada;

8- Ferramenta paleta de cores: disponibiliza ao usuário uma grande diversidade de cores a

ser utilizada;

9- Ferramenta tamanho do traço: após selecionar lápis, pincel ou marcador, através desta

ferramenta o usuário poderá escolher a espessura do traço desejado;

10- Ferramenta plano de fundo: alterar o plano de fundo onde irá escrever;

11- Ferramentas de desenho geométrico: pode-se desenhar círculos, elipses, triângulos,

retângulos, linhas;

12- Ferramenta de movimentar: movimenta qualquer objeto na área de desenho; 13- Ferramenta texto: acessa o teclado virtual;

14- Ferramenta de Captura: utilizada quando se desejar capturar toda uma tela na qual

esteja se trabalhando ou apenas uma área especifica;

15- Ferramenta de Gravação de Vídeo Aula: caso o professor deseje gravar a projeção da

aula incluindo o áudio ele poderá utilizar essa ferramenta, sendo necessário apenas selecionar a qualidade do áudio e vídeo a ser gravado;

16/17- Ferramentas de Navegação: navegar pelas páginas interativas criadas pelo usuário

durante a apresentação, avançando ou retrocedendo;

18/19- Ferramenta de Inclusão/Exclusão de páginas: excluir páginas criadas anteriormente

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20- Ferramenta de Zoom: permite o aumento ou diminuição do zoom, assim como o retorno

ao zoom padrão;

21- Menu Principal: criação de novos arquivos, salvar arquivos, salvar arquivos como, abrir

trabalhos previamente gravados, imprimir arquivos, abrir manual da solução e atalho para calibrar a caneta digital.

Todos esses recursos disponibilizados pela Lousa Digital ao professor para a construção do conhecimento junto ao aluno em sala de aula, exige o conhecimento de utilização desta tecnologia, este já detentor deste conhecimento, pode vir a utilizar de forma inteligente e criativa em suas aulas no enriquecimento dos conteúdos trabalhados com alunos através de recursos eminentes do meio digital.

Além da possibilidade de enriquecimento do conteúdo das aulas, o uso da lousa digital faz com que os alunos possam ter contato com o meio digital e seus recursos multimídias dentro do ambiente escolar, utilizando-se desse meio para a construção do conhecimento.

3.5 Lousa Digital na Educação

A cada dia a lousa digital se faz mais presente dentro dos ambientes escolares. A princípio, em sua grande maioria presente apenas em escola particulares devido seu alto valor de mercado, as lousas digitais atualmente vêm se fazendo presentes também em escolas da rede pública de ensino.

No ano de 2012, buscando-se prover as escolas da rede pública de ensino, a tecnologia lousa digital interativa, a nível de Estado, Distrito Federal e Municípios através do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) do Ministério da Educação, o Governo adquiriu 100.000 Lousas Digitais U-Board PenandFree como solução de Lousa Digital nas escolas públicas. Tornando possível o uso dessa tecnologia dentro das escolas da rede pública brasileira, não sendo privilégio apenas de alunos da rede privada.

Mas não basta distribuir as lousas digitais para as escolas, é preciso fornecer treinamento para os professores no uso dessa tecnologia dentro do ambiente escolar, para

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potencializarem suas aulas. De acordo com Gomes (2010), para que haja uma boa utilização da lousa digital pelo professor, é preciso que ele conheça e saiba utilizá-la em sua prática docente, para que o alto investimento não venha a ser em vão.

Na Lousa Digital são encontradas as mesmas funções de um computador, com o diferencial da tela maior e uma interação diferenciada através de toques manuais ou canetas digitais. Com a Lousa Digital, o professor pode criar aula a partir de diversos recursos como: áudio, imagem, conteúdos tridimensionais, vídeos, sons, mapas de satélite, navegar na web, jogos, entre outros, não se limitando à escrita.

Os recursos e a forma de utilização deles são infinitos, oferecendo ao professor um maior número de possibilidades a serem utilizadas para facilitar o entendimento de um conteúdo pelos alunos. Para Torres (2011, p. 31):

A transformação dessas possibilidades em ações práticas dependerá da disposição e da criatividade do professor em tornar sua metodologia de ensino mais dinâmica, a fim de elevar a concentração e o envolvimento do aluno durante a aula.

Complementado a ideia abordada por Torres, Gomes (2010, p. 52) ressalta que: o professor pode simplesmente preparar páginas escritas com poucas, ou nenhuma imagem, para apresentar aos alunos, como também poderá construir atividades pedagógicas pensando na possibilidade de fazer com que o aluno possa interagir com as mesmas, tocando na lousa, escrevendo, desenhando, expressando sua opinião sobre os fatos, pesquisando em páginas da internet, dentre outras possibilidades, a fim de construir o conhecimento coletivamente com o grupo.

Essa linguagem nativa do meio digital e presente na lousa digital se faz presente no cotidiano das crianças, como afirma Gomes (2010). Atualmente não é difícil se deparar com uma criança utilizando-se de computadores, câmeras digitais e aparelhos celulares para brincar com jogos, tirar fotos, navegar na internet, assistir a vídeos, aparelhos que antes eram de uso exclusivo dos adultos.

Proporcionar dentro do ambiente da escola a interação das crianças com essa linguagem através da lousa digital é importante para possibilitar aos que não dispõem desses equipamentos tecnológicos a oportunidade de terem esse primeiro contato, e juntamente com os que já possuem esse contato prévio possam realizar um trabalho educativo de uso do digital também para além do entretenimento, mobilizando a criança para o uso desses meios para fins educacionais.

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A chegada da tecnologia da lousa digital, juntamente com seus potenciais recursos não implica no abandono das práticas clássicas utilizadas pelo professor durante suas aulas. Segundo Gomes (2010), o professor tem apenas mais um elemento para se utilizar durante suas práticas docentes, com recursos diferenciados, possibilitando novas formas de comunicação e de interação durante a aula.

Mas, como os alunos interagem com uma atividade realizada no meio tradicional, papel, e no meio digital, no computador e na lousa digital? Quais a vantagens e desvantagens do uso da lousa digital em relação ao computador e o papel?

Na busca por entender como os alunos interagem diante dessas ferramentas tradicionais e digitais, suas dificuldades e facilidades em realizarem a atividade em cada um dos meios e as vantagens e desvantagens do uso da lousa digital na educação, foi desenvolvido um estudo dentro do ambiente escolar de uma escola da rede pública de Fortaleza.

4. METODOLOGIA

A pesquisa de caráter qualitativo utiliza como metodologia o Estudo de Caso. Essa escolha se justifica pelo fato do foco se encontrar em um fenômeno contemporâneo inserido no contexto escolar, considerando-se os alunos da rede pública de ensino; de considerar a não exigência de controle sobre os eventos comportamentais, valorizando a espontaneidade dos sujeitos investigados; e a capacidade de se utilizar de observações para compreensão dos fenômenos estudados (YIN, 2005; LIMA, 2014).

A unidade de análise da pesquisa é composta por quatro (4) grupos de no máximo cinco (5) alunos do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Francisco Maurício de Mattos Dourado, inserida na rede pública de ensino de Fortaleza, Distrito II, situada no bairro Edson Queiroz.

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A turma é composta por onze (11) meninos e nove (9) meninas com faixa etária média de seis (6) anos de idade, estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental, no turno da manhã. A maioria dos alunos só possuem o contato com a tecnologia digital através do computador, de forma direta dentro do ambiente escolar, quando lhes é possibilitado. Os demais possuem esse contato em seu contexto social através das lan houses existentes em seu bairro.

A escola conta com turmas da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental. Possui dentro do seu espaço um Laboratório de Informática Educativa (LIE) com dezoito (18) computadores, todos com acesso à internet, e um Laboratório de Informática Educativa Móvel (LIE Móvel), composto por trinta e seis (36) notebooks utilizados em sala de aula com os alunos. Além dos computadores, a escola disponibiliza de uma solução de lousa digital U-Board da marca PenAndFree que funciona em conjunto com o Projetor Multimídia Diebold.

O pesquisador, autor deste trabalho, desenvolveu durante o período de um ano, como estagiário em suporte de Tecnologia da Informação (TI), trabalhos de apoio técnico ao professor no momento da utilização das tecnologias dentro do espaço da escola pesquisada entre Junho/2014 e Maio/2015. Durante esse período foi verificada a utilização de computadores do LIE e o pouco uso dos computadores do LIE Móvel para auxiliar no ensino, não existindo a utilização da lousa digital para tal fim. É importante salientar que o uso dos computadores não acontecia de forma constante e eram ações isoladas de alguns professores.

Foi proposta a realização de uma pesquisa utilizando-se as tecnologias digitais existentes na rede de ensino público, principalmente a recém-chegada lousa digital, para a prática de atividades de Matemática com os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental a partir do conteúdo que estava sendo disposto aos alunos dentro de sala de aula.

A pesquisa está concebida em três (3) etapas: planejamento, coleta de dados e análise de dados. Na primeira etapa, foi estabelecido o desenho da pesquisa, com a elaboração das atividades a serem aplicadas, no meio físico e digital, e uma sondagem realizada com a professora do 1º ano do Ensino Fundamental sobre o conteúdo a ser desenvolvido com os alunos na disciplina de Matemática (apêndice A).

Com a proposta de observar a interação das crianças no meio físico: papel, e no meio digital: computador e lousa digital, foram pensadas quatro (4) atividades de Matemática aplicadas dentro do contexto escolar dos alunos, utilizando-se de materiais e tecnologias digitais disponíveis na escola da rede pública onde foi realizada a pesquisa.

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Na segunda etapa, foi realizada a coleta de dados junto aos alunos do 1º ano, subdividindo-se em três (3) momentos e em datas distintas:

 Dia 8 de Abril de 2015: 1º momento - Realização das atividades pelos alunos no papel;

 Dia 15 de Abril de 2015: 2º momento - Realização das atividades pelos alunos no computador;

 Dia 22 de Abril de 2015: 3º momento - Realização das atividades pelos alunos na lousa digital.

Em cada momento foram aplicadas quatro (4) atividades:

 Atividade 1 - quebra-cabeça de animais com cada peça numerada de 1 a 9;  Atividade 2 - correspondência de número e quantidade com figuras geométricas de 1 a 10;

 Atividade 3 - varal de bandeiras com ordenação de números de 1 a 10;  Atividade 4 - quantificação de conjuntos de objetos variando de 1 a 10.

Foram realizadas observações da forma como os alunos desenvolvem as quatro (4) atividades em cada momento da pesquisa, destacando-se suas dificuldades e facilidades, assim como o registro através de fotografias e vídeos dos trabalhos desenvolvidos. Ao final, todos os arquivos foram armazenados em documentos de texto no computador, juntamente com as fotos e vídeos para a análise.

Foram gerados relatórios ao final de cada atividade totalizando doze (12) relatórios, sendo estes, três (3) relatórios de cada atividade vinculado aos diferentes momentos de coleta e às diferentes ferramentas: papel, computador e lousa digital.

Os protocolos desenvolvidos na fase da Coleta de Dados se baseiam nas seguintes orientações (apêndice B): apresentação dos objetivos gerais da pesquisa e objetivos específicos, agendamento inicial da pesquisa de campo, escolha das pessoas a serem observadas, instruções para aplicação das atividades, levantamento de questões especificas para guiar a coleta no momento da execução das atividades e guia para elaboração do relatório do estudo de caso (YIN, 2005; LIMA,2014).

Na terceira etapa, a análise de dados é feita a partir da comparação do conteúdo dos relatórios desenvolvidos durante a coleta de dados contendo as dificuldades e facilidades observadas durante o desenvolvimento das atividades pelos alunos, assim como os registros de imagens e vídeos realizados durante e ao final de cada atividade. Para isso, é efetivada a triangulação metodológica, comparando-se as informações coletadas em diferentes momentos da pesquisa, no uso do aluno de diferentes ferramentas: papel, computador, lousa digital,

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verificando-se os pontos relevantes a partir das informações coletadas (STAKE, 2010; LIMA, 2014).

A análise de dados se subdivide em dois (2) momentos: compreensão de como as crianças interagem com atividades no meio físico e no meio digital; compreensão das vantagens e desvantagens da lousa digital frente ao papel e ao computador no ensino.

No primeiro momento foram analisadas as informações coletadas em relação ao comportamento, às dificuldades e facilidades apresentadas pelos alunos com a manipulação do papel, do computador e da lousa digital. No segundo momento, além das dificuldades e facilidades de interação, foram analisadas as dificuldades e facilidades demonstradas pelo aluno em responder a atividade no papel, no computador e na lousa digital.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados obtidos nos três (3) momentos distintos da aplicação das atividades com os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental. Os resultados se encontram categorizados em relação às ferramentas utilizadas: papel, computador e lousa digital, divididos nas quatro (4) atividades desenvolvidas: Quebra-Cabeça, Correspondência, Varal de Bandeiras e Quantificação.

As informações básicas sobre os conteúdos matemáticos foram coletadas com a professora da turma, assim como, a consulta a respeito do material utilizado para realizar as atividades sobre o conteúdo proposto. Foi decidido trabalhar com os seguintes conteúdos: reconhecimento numérico; sequenciação, associação e ordenação de números.

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