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05. Epitélios e Glândulas

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Academic year: 2021

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05. EPITÉLIOS E GLÂNDULAS

O tecido epitelial ou epitélio consiste em células dispostas em lâminas contínuas, em camadas únicas ou múltiplas. As células são densamente agrupadas, mantidas fortemente unidas por numerosas junções celulares, existindo apenas pouquíssimo espaço extracelular entre as membranas plasmáticas adjacentes. A superfície apical das células epiteliais pode estar voltada para uma cavidade corporal ou para exterior do corpo. A superfície basal destas células adere a um tecido conjuntivo subjacente.

A maioria das células epiteliais se apoia sobre uma camada extracelular denominada membrana basal localizada entre o epitélio e o tecido conjuntivo abaixo. Normalmente ela é mal visualizada com o corante HE. A membrana basal suporta os epitélios, funciona como uma peneira semipermeável ou barreira de filtração seletiva como acontece nos vasos sanguíneos e nos alvéolos pulmonares além de controlar a diferenciação das células epiteliais durante o crescimento e o reparo tecidual. A membrana basal é formada por proteínas e glicoproteínas filamentosas como as glicosaminoglicanas, proteoglicanas, fibronectina e colágenos. Com o advento da microscopia eletrônica, a membrana basal passou a ser chamada também de lâmina basal. Os dois termos são usados como sinônimos e isso tem causado alguma confusão. Na microscopia eletrônica, a membrana basal é diferenciada em três camadas, a lâmina lúcida em contato com células epiteliais, a lâmina densa intermediária e a lâmina reticular em contato com o tecido conjuntivo. Observe a figura abaixo que mostra um epitélio de revestimento, sua membrana basal e o tecido conjuntivo abaixo. Repare que os vasos sanguíneos não atravessam a membrana basal, porém os nervos atravessam e chegam nas células epiteliais. Portanto, o tecido epitelial é avascular, isto é, não tem seu próprio suprimento sanguíneo. Os vasos sanguíneos que levam os nutrientes e removem as escórias ficam situados no tecido conjuntivo abaixo. As trocas entre o tecido conjuntivo e o epitélio ocorrem por difusão. Embora seja avascular, o tecido epitelial tem um suprimento nervoso abundante.

O tecido epitelial está repetidamente sujeito a ruptura física e a lesões. Mas, por ter grande velocidade de divisão celular ele se renova constantemente descamando as células mortas ou lesionadas na superfície e substituindo-as por novas células por mitoses na região do epitélio próxima à membrana basal. O intervalo de tempo para a renovação completa das células epiteliais varia entre os diferentes órgãos. As células do tecido epitelial da pele (epiderme), por exemplo, estão sendo constantemente renovadas no espaço de 28 dias. Outras células epiteliais são renovadas num espaço mais curto de tempo. As células do intestino delgado, por exemplo, são renovadas completamente entre 4 e 6 dias.

O tecido epitelial tem muitas funções no corpo, as mais importantes incluem: (1) revestimento e proteção, funções realizadas pelos epitélios de revestimento em geral; (2) absorção, função realizada, por exemplo, pelo epitélio de revestimento do intestino delgado; (3) filtração, função realizada pelo epitélio de revestimento dos capilares sanguíneos como acontece, por exemplo, nos capilares glomerulares dos rins; 4)

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reabsorção, função realizada pelo epitélio de revestimento dos túbulos renais e (5) secreção, função realizada pelos epitélios glandulares em geral.

O tecido epitelial pode ser dividido em dois tipos: epitélio de revestimento e epitélio glandular. O epitélio de revestimento reveste o nosso corpo externamente e praticamente todas as nossas cavidades internas como, por exemplo, as cavidades dos sistemas digestório, respiratório, urinário e reprodutor e o revestimento interno dos vasos sanguíneos. O epitélio glandular, originado do epitélio de revestimento, é responsável pela formação de todas as nossas glândulas, sejam elas exócrinas ou endócrinas.

➢ EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

Os epitélios de revestimento são classificados de acordo com duas características: a forma das células epiteliais e o número de camadas do epitélio.

• CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS FORMAS DAS CÉLULAS

a) As células cúbicas têm forma de cubos e núcleo redondos.

b) As células cilíndricas (colunares ou prismáticas) são compridas com os núcleos elípticos.

c) As células pavimentosas (ou escamosas) são achatadas e dispostas como ladrilhos com os núcleos também achatados.

d) As células de transição são células que mudam de forma, de cúbica para pavimentosa conforme o órgão esteja relaxado ou distendido.

Na visão da microscopia óptica normalmente os limites das células não são observados e a forma da célula pode ser inferida pela observação da forma do núcleo, normalmente bem visível quando o tecido é corado com hematoxilina-eosina (HE). Assim quando os núcleos são redondos as células são consideradas cúbicas, quando os núcleos são elípticos as células são consideradas cilíndricas e quando os núcleos são achatados as células são consideradas pavimentosas.

• CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À DISPOSIÇÃO EM CAMADAS:

a) O epitélio simples é formado por camada única de células, com os núcleos normalmente posicionados numa única altura e com todas as células tocando a membrana basal.

b) O epitélio estratificado consiste em duas ou mais camadas de células com os núcleos posicionados em diferentes alturas e com apenas algumas células tocando a membrana basal.

c) O epitélio pseudo-estratificado possui os núcleos em diferentes alturas o que parece ser um epitélio estratificado. No entanto, todas as células tocam a membrana basal, o que faz desse epitélio um epitélio simples.

Unindo a classificação baseada na forma das células com a classificação baseada na disposição em camadas, obtém-se os seguintes tipos de epitélios de revestimento:

1. Epitélio cúbico simples: túbulos renais e folículos tireoidianos. 2. Epitélio cilíndrico simples: estômago e intestinos.

3. Epitélio pavimentoso simples: casula renal, vaso sanguíneo e alvéolos pulmonares. 4. Epitélio cúbico estratificado: ducto da glândula sudorípara e salivar.

5. Epitélio cilíndrico estratificado: parte da uretra feminina. 6. Epitélio pavimentoso estratificado: pele, boca, esôfago e ânus. 7. Epitélio (estratificado) de transição: bexiga urinária.

8. Epitélio cilíndrico pseudo-estratificado: cavidade nasal, laringe e traqueia.

• EPITÉLIO CÚBICO SIMPLES

A forma cúbica das células nesse tipo de epitélio é considerada pelos núcleos redondos e, em geral, com localização central. O epitélio cúbico simples reveste os túbulos renais e os folículos tireoidianos e ainda forma o revestimento do ducto e da porção secretora de algumas glândulas exócrinas.

• EPITÉLIO CILÍNDRICO SIMPLES

As células desse tipo de epitélio são retangulares, com núcleos ovais ou elípticos localizados próximos a região basal da célula. O epitélio cilíndrico simples existe sob duas formas: ciliado e não-ciliado. O epitélio cilíndrico simples ciliado é encontrado na tuba uterina que ajuda a mover o óvulo até o útero. O epitélio cilíndrico simples não-ciliado é encontrado no intestino cujas células contém uma grande quantidade de microvilosidades. As microvilosidades são diminutas projeções digitiformes da membrana plasmática em contato com a luz encontradas em muitos epitélios, particularmente nos especializados na absorção, onde sua presença pode aumentar a área de superfície em até 30 vezes. Nos epitélios altamente absortivos, como o intestino delgado, mostrado abaixo possuem até 3.000 microvilosidades por célula.

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• EPITÉLIO PAVIMENTOSO SIMPLES

Este epitélio consiste em uma única camada de células achatadas que se assemelha a um chão ladrilhado. O núcleo de cada célula também se achata. O epitélio pavimentoso simples é encontrado nos alvéolos pulmonares e nos vasos sanguíneos, onde é denominado endotélio. Também as membranas serosas, peritônio, pleura e pericárdio, são constituídas por epitélio pavimentoso simples denominado mesotélio.

• EPITÉLIO PAVIMENTOSO ESTRATIFICADO

As células da camada superficial deste tipo de epitélio são achatadas, enquanto as das camadas mais profundas têm forma variável, de cúbica a colunar. As células basais (as mais profundas) passam continuamente por divisão celular. Á medida que as novas células crescem, as células das camadas basais são empurradas para cima, em direção à superfície apical. Conforme se afastam das camadas profundas e do seu suprimento sanguíneo no tecido conjuntivo subjacente, elas ficam desidratadas, murchas e mais duras. Na superfície, as células perdem suas junções celulares e são descamadas, mas são substituídas pelas novas células que continuamente emergem das células basais.

O epitélio pavimentoso estratificado existe na forma queratinizado e não-queratinizado. No epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, uma camada resistente de queratina é depositada nas células da superfície como acontece na pele mostrada na figura abaixo à esquerda. A queratina é uma proteína resistente ao atrito que ajuda a repelir bactérias. O epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado não contém queratina e permanece úmido como acontece nas superfícies úmidas que revestem a boca, o esôfago e a superfície que recobre a língua como mostrado abaixo à direita.

• EPITÉLIO CÚBICO ESTRATIFICADO

Este tipo relativamente raro de epitélio consiste, geralmente, em mais de duas camadas de células, com as células da camada apical em forma de cubo. Sua função é, principalmente, protetora, mas também atua na secreção e na absorção de forma limitada. Este tipo de epitélio é encontrado nos ductos de glândulas sudoríparas.

• EPITÉLIO CILÍNDRICO ESTRATIFICADO

Igualmente ao epitélio cúbico estratificado, este tipo de epitélio é pouco comum. Geralmente, a camada ou camadas basais consistem em células poliédricas irregulares e curtas. Apenas as células apicais têm forma cilíndrica. O epitélio cilíndrico estratificado atua na proteção e na secreção e é encontrado revestindo parte da uretra masculina.

• EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO

Este tipo de epitélio tem aparência variável dependendo do órgão revestido por ele estar relaxado ou distendido. Além disso é um epitélio impermeável. No seu estado relaxado, o epitélio de transição é semelhante ao epitélio cúbico estratificado. Conforme as células são distendidas, elas adquirem a forma escamosa criando a aparência de um epitélio pavimentoso estratificado. Devido a sua elasticidade, o epitélio de transição reveste internamente as estruturas ocas, sujeitas à expansão, de dentro para fora, como acontece com a bexiga urinária.

• EPITÉLIO CILÍNDRICO PSEUDO-ESTRATIFICADO

Os núcleos das células deste tipo de epitélio situam-se em diferentes alturas. Muito embora todas as células estejam presas à membrana basal, algumas não atingem a superfície apical. Quando visto de lado, estas características dão a falsa impressão de um tecido com múltiplas camadas (daí o nome pseudo-estratificado). No epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, as células que atingem a superfície apical secretam muco (células caliciformes) ou têm cílios que varrem o muco e as partículas estranhas retidas, para sua eventual eliminação do corpo. O muco, secretado pelas células caliciformes, forma uma película sobre a superfície respiratória, que retém partículas estranhas inaladas. Os cílios batem movendo o muco e quaisquer partículas estranhas em direção à garganta, onde pode ser eliminado por tosse ou engolido ou cuspido. Este epitélio reveste as vias aéreas da maior parte do trato respiratório superior.

➢ EPITÉLIO GLANDULAR

Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como atividade característica a produção de secreções. Quase sempre os produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados temporariamente no citoplasma, sob a forma de pequenas partículas envolvidas por membrana, as vesículas ou grânulos de secreção. O produto secretor pode ser um hormônio produzido, por exemplo, pela hipófise, uma cera produzida pelas glândulas ceruminosas do canal auditivo, um muco produzido pelas células caliciformes ou uma combinação de proteínas, lipídeos e carboidratos como produzida pelas glândulas mamárias.

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As glândulas originam-se pela proliferação das células de epitélios de revestimento que invadem o tecido conjuntivo subjacente e se diferenciam. Nas glândulas exócrinas, a região do epitélio de revestimento que se aprofundou no tecido conjuntivo não perde contato com o epitélio que lhe deu origem. Já as glândulas endócrinas perdem o contato com o epitélio que lhe deu origem podendo se agrupar em cordões ou em folículos formando glândulas endócrinas do tipo cordonal e vesicular, respectivamente. Nas glândulas endócrinas tipo cordonal, o produto de secreção é acumulado em pequena quantidade no interior das células. Nas glândulas endócrinas tipo vesicular, o produto de secreção é acumulado no interior de vesículas formadas quando células se agrupam limitando um espaço interno onde o hormônio pode ser armazenado. Observe a figura a seguir.

• GLÂNDULAS EXÓCRINAS

As glândulas exócrinas secretam seus produtos por ductos que se esvaziam na superfície dos epitélios de revestimento que pode ser na superfície da pele ou na luz (ou lúmen) de um órgão oco. As secreções das glândulas exócrinas incluem muco, suor, óleo, cera, saliva e as enzimas digestivas. Exemplos de glândulas exócrinas são as glândulas sudoríparas e as glândulas salivares.

Classificação Estrutural das Glândulas Exócrinas

As glândulas exócrinas são classificadas como tipos unicelulares ou multicelulares. As glândulas unicelulares só têm uma célula. Tipo importante de glândula exócrina unicelular é a célula caliciforme secretora de muco do trato digestivo e respiratório. Embora as células caliciformes não contenham ductos, elas são classificadas como glândulas exócrinas, pois o muco é lançado para fora do epitélio e não na corrente sanguínea. As células caliciformes são células cilíndricas modificadas que secretam muco, um líquido ligeiramente viscoso. Antes de ser liberado, o muco se acumula na parte superior da célula, fazendo com que esta região se dilate. A célula então se assemelha a um cálice ou a uma taça de vinho. O muco secretado atua como lubrificante para o revestimento interno dos tratos digestório, respiratório, reprodutivo e urinário. O muco também ajuda a reter poeira que entra no trato respiratório e impede a destruição do revestimento interno do estômago pelas enzimas digestivas.

As glândulas multicelulares são classificadas de acordo com dois critérios: se seus ductos são ramificados ou não-ramificados, e em relação à forma de suas porções secretoras. Se o ducto da glândula não se ramifica, então ela é uma glândula simples. Se seu ducto se ramifica, ela é uma glândula composta. As glândulas com porções secretoras em forma de tubo são glândulas tubulares, as com suas porções secretoras em forma de frasco são glândulas acinares. As glândulas túbulo-acinares têm partes secretoras tubulares e em forma de frasco. As combinações do grau de ramificação com a forma da parte secretora

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são os critérios para a seguinte classificação estrutural das glândulas exócrinas multicelulares (acompanhe a descrição observando a figura a seguir):

- Tubular simples: a parte secretora é reta e tubular. Exemplo: as grandes glândulas intestinais. - Tubular ramificada simples: a parte secretora é ramificada e tubular. Exemplo: glândulas gástricas. - Tubular enrolada simples: a parte secretora é enrolada. Exemplo: glândulas sudoríparas.

- Acinar simples: a parte secretora tem forma de frasco. Exemplo: glândulas da uretra peniana. - Acinar ramificada simples: a parte secretora é ramificada e em forma de frasco. Exemplo: glândulas sebáceas (oleosas).

- Tubular composta: a parte secretora é tubular. Exemplo: glândulas bulbo-uretrais. - Acinar composta: a parte secretora tem forma de frasco. Exemplo: glândulas mamárias.

- Túbulo-acinar composta: a parte secretora é tanto tubular como em forma de frasco. Exemplo: glândulas acinares do pâncreas e glândulas salivares.

Nas duas figuras seguintes acompanhe primeiro o desenvolvimento embrionário de uma glândula salivar (glândula simples) e depois o desenvolvimento embrionário da glândula mamária (glândula composta).

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Classificação das glândulas exócrinas baseada no modo de secreção

A classificação funcional das glândulas exócrinas depende de como a secreção é liberada.

As glândulas merócrinas ou écrinas formam o produto secretório e o liberam da célula. O produto secretório é formado nos ribossomas, presos ao RE rugoso, processado, selecionado e empacotado pelo complexo de Golgi e liberado, pela célula, em vesículas secretoras, por meio de exocitose. A maioria das glândulas exócrinas do corpo produz secreções merócrinas. Exemplos de glândulas merócrinas são as glândulas salivares, o pâncreas e as glândulas sudoríparas ativadas desde o nascimento.

As glândulas apócrinas acumulam seu produto secretório na superfície apical da célula secretora. Essa parte da célula se destaca do resto da célula para formar a secreção. A parte restante da célula se repara por si mesma e repete o processo. Exemplos de glândulas apócrinas são as glândulas mamárias e algumas glândulas sudoríparas ativadas na puberdade. Esse tipo de glândula sudorípara se localizada em regiões específicas como nas axilas, ao redor dos mamilos e na região anal e libera uma secreção com um odor característico.

As células das glândulas holócrinas acumulam seu produto secretório em seu citosol. Conforme a célula secretora amadurece, ela morre e se torna o produto secretório. A célula descamada é substituída por nova célula. Exemplo de glândula holócrina é a glândula sebácea (oleosa) da pele. A figura a seguir esquematiza os tipos de glândulas exócrinas merócrina, apócrina e holócrina.

Classificação das glândulas exócrinas baseada na natureza de sua secreção

Muitas glândulas exócrinas, nos sistemas digestivos, respiratório e urogenital, secretam substâncias que são descritas como tipos mucosa, serosa ou mista. As glândulas mucosas secretam mucinogênios, glicoproteínas grandes que, quando hidratadas, crescem e se tornam um lubrificante protetor, espesso e viscoso, semelhante a um gel, conhecido como mucina, o principal componente do muco. Os exemplos de glândulas mucosas incluem as células caliciformes e as glândulas salivares pequenas da língua e do palato. As glândulas serosas, tal como o pâncreas, secretam um líquido aquoso, rico em enzimas como, por exemplo, o suco pancreático. As glândulas mistas contêm tanto ácinos (unidades secretoras) que produzem secreção mucosa quanto ácinos que produzem secreção serosa. Além disto, alguns dos ácinos mucosos podem possuir uma semi-lua serosa, sendo denominados ácinos mistos. As glândulas salivares sublingual e submandibular são exemplos de glândulas mistas. A figura abaixo mostra ácinos serosos à esquerda, ácinos mucosos ao centro e ácinos mistos à direita.

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Os ácinos de muitas glândulas exócrinas como as glândulas sudoríparas e as glândulas salivares maiores, possuem células mioepiteliais. Embora as células mioepiteliais sejam de origem epitelial, elas possuem algumas características de células musculares lisas, especialmente em relação à capacidade de realizar contração. Estas células rodeiam os ácinos e alguns de seus ductos pequenos e suas contrações contribuem para a expulsão das secreções. A figura a seguir mostra os ácinos de uma glândula salivar.

• GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

As glândulas endócrinas liberam suas secreções, denominadas hormônios, no interior de vasos sanguíneos para serem distribuídos aos órgãos-alvo. As maiores glândulas endócrinas do corpo incluem as glândulas suprarrenais (adrenal), hipófise, tireoide, paratireoide, pineal, pâncreas, testículos e ovários. Os

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hormônios secretados pelas glândulas endócrinas incluem peptídeos, proteínas, aminoácidos modificados, esteroides e glicoproteínas. Por causa de sua complexidade e de seu importante papel na regulação de processos do organismo, as glândulas endócrinas são estudas como parte de um sistema, o sistema endócrino. As secreções das glândulas endócrinas entram no líquido extracelular e, em seguida, se difundem diretamente para a corrente sanguínea, sem fluir por um ducto, para regular muitas atividades metabólicas e fisiológicas.

Como já explicado anteriormente, as glândulas endócrinas estão organizadas em cordões (tipo cordonal) ou estão arranjadas em vesículas (tipo vesicular ou folicular). No tipo cordonal, o tipo mais comum, as células da glândula formam cordões que se enrolam ao redor dos capilares sanguíneos. O hormônio a ser liberado é armazenado dentro da célula e liberado diretamente no interior dos capilares. Exemplos de glândulas endócrinas tipo cordonal incluem a glândula suprarrenal, hipófise e a paratireoide.

No tipo folicular de glândula endócrina, as células secretoras formam vesículas ou folículos que rodeiam a cavidade que recebe e armazena o hormônio secretado. Quando um sinal de liberação é recebido, o hormônio armazenado é reabsorvido pelas células do folículo e liberado no tecido conjuntivo para entrar nos capilares sanguíneos. Um exemplo do tipo folicular de glândula endócrina é a tireoide.

Deve-se lembrar que algumas glândulas endócrinas do corpo são mistas, isto é, contêm tanto unidades secretoras exócrinas quanto endócrinas. Nessas glândulas mistas, a porção exócrina secreta o seu produto num ducto, enquanto a porção endócrina da glândula secreta seu produto na corrente sanguínea. Um exemplo de glândula mista é o pâncreas que secreta o suco pancreático no interior de ductos que desembocam no intestino delgado e hormônios, como a insulina e o glucagon, no interior de vasos sanguíneos.

➢ MEMBRANAS EPITELIAIS

Membranas epiteliais são membranas formadas por epitélio de revestimento mais o tecido conjuntivo abaixo que revestem o nosso corpo externamente e as nossas cavidades internas. As principais membranas epiteliais do corpo são as membranas mucosas, as membranas serosas e a membrana cutânea ou pele. Outro tipo de membrana é a membrana sinovial que reveste internamente as cavidades articulares. No entanto, a membrana sinovial não é considerada membrana epitelial, pois é formada apenas por tecido conjuntivo.

• MEMBRANAS MUCOSAS

Uma membrana mucosa é uma membrana úmida que reveste uma superfície que está diretamente ou indiretamente em contato com o exterior. Membranas mucosas revestem os sistemas digestório, respiratório e urinário e reprodutivo.

A camada epitelial de uma membrana mucosa é característica importante dos mecanismos de defesa do corpo, porque é uma barreira contra a penetração de micróbios e outros patógenos. As células caliciformes e outras células da camada epitelial da membrana mucosa secretam muco que impede que as cavidades se ressequem. Também capta partículas nas vias respiratórias e lubrifica o alimento conforme ele se desloca pelo trato gastrintestinal. Além disso, a camada epitelial secreta parte das enzimas necessárias à digestão e é o local de absorção dos nutrientes no trato gastrintestinal.

• MEMBRANAS SEROSAS

Uma membrana serosa reveste uma cavidade corporal que não se comunica com o exterior, recobrindo os órgãos situados nessa cavidade. As membranas serosas consistem em tecido conjuntivo recoberto por epitélio pavimentoso simples denominado mesotélio. A parte da membrana serosa fixada na parede da cavidade é chamada camada parietal. A parte que recobre e se fixa aos órgãos, no interior da cavidade, é a camada visceral. O mesotélio da membrana serosa secreta líquido seroso, fluido, aquoso e lubrificante permitindo o fácil deslizamento dos órgãos. A membrana serosa que reveste a cavidade torácica e os pulmões é a pleura. A membrana serosa que reveste a cavidade cardíaca e o próprio coração é o pericárdio. A membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais é o peritônio.

➢ ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA NOS EPITÉLIOS

As superfícies laterais das células epiteliais estão ligadas por junções celulares, de maneira que o epitélio possa formar uma camada coesa e contínua. As junções celulares também operam como canais de comunicação entre as células epiteliais. Os vários tipos de junções celulares são formados por proteínas transmembranas que interagem com proteínas similares de células adjacentes ligadas a estruturas intracelulares no lado citoplasmático. Existem quatro tipos básicos de junções localizadas na membrana lateral das células epiteliais (observe as figuras a seguir): junções fechadas (junções de oclusão, junções íntimas ou tight junctions), junções aderentes (junções de adesão), desmossomas (máculas de adesão) e junções abertas (junções comunicantes ou gap junctions).

As junções fechadas (também conhecida como zonula de oclusiva bloqueiam a passagem de moléculas entre as células adjacentes selando os espaços intercelulares de maneira que o conteúdo luminal

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não possa penetrar por entre as células epiteliais. Na junção fechada, proteínas transmembranas de uma célula se ligam a proteínas transmembranas da célula adjacente no espaço intercelular. As junções fechadas são comuns entre as células dos tecidos epiteliais que revestem o estômago, os intestinos e a bexiga, impedindo que o conteúdo destes órgãos atravesse o epitélio e vaze para o tecido conjuntivo e consequentemente ao sangue, o que poria em risco a vida, caso isto acontecesse.

As junções aderentes: glicoproteínas transmembranas de uma célula ancoradas por placa de microfilamentos, cruzam o espaço entre as membranas, conectando-se com as proteínas transmembranas da célula adjacente também ancoradas por placas de microfilamentos. As junções aderentes funcionam como cintos de aderência evitando que as células de um epitélio de revestimento se separem.

Os desmossomos: também são formados por placas ligadas por glicoproteínas transmembranas como acontece nas junções aderentes. Desta forma também ajudam a fixar as células entre si. No entanto, diferentemente das junções aderentes, filamentos intermediários se estendem da placa do desmossomo em um lado da célula até o desmossomo do lado oposto da célula, passando por todo o citoplasma, reforçando ainda mais a função de adesão. Os desmossomos são bastante numerosos entre as células que formam a epiderme e entre as células do músculo cardíaco.

As junções abertas são formadas por proteínas transmembranas na forma de canais que atravessam as membranas de duas células adjacentes colocando os citoplasmas destas duas células em comunicação. Os íons e as moléculas pequenas podem difundir-se por estes túneis, do citosol de uma célula para o citosol da célula adjacente. As junções abertas permitem que as células de um tecido se comuniquem. Por exemplo, as junções abertas permitem que os impulsos nervosos e musculares passem rapidamente de célula a célula, processo que é crucial para a operação normal de algumas partes do sistema nervoso e para a contração do músculo cardíaco.

As superfícies apicais das células epiteliais podem conter três tipos de especialização, os cílios, microvilosidades e os estereocílios. Os cílios são estruturas ativamente móveis, fáceis de identificar à microscopia óptica e encontrados em grande parte do trato respiratório. Já as microvilosidades são projeções da membrana plasmática que são mais difíceis de ser identificadas à microscopia óptica e encontradas em no intestino delgado e grosso. Os estereocílios são microvilosidades mais longas e em menor número e encontrado no epidídimo e no canal deferente. Diferentemente dos cílios, os esterocílios não são móveis.

Na superfície basal das células epiteliais estão presentes os hemidesmossomos, uma especialização semelhante ao desmossomo que liga a célula epitelial na membrana basal.

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➢ APRENDIZAGEM ATIVA

• FIBROSE CÍSTICA

http://www.saocamilo-sp.br/novo/eventos-noticias/saf/2015/SAF024_15.pdf • PÊNFIGO

Referências

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