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ESTUDOS INTRODUTÓRIOS SOBRE FLEBOTOMÍNEOS

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS

ESTUDOS INTRODUTÓRIOS SOBRE FLEBOTOMÍNEOS

Thiago Souza Azeredo Bastos Orientador: Guido Fontgalland Coelho Linhares

GOIÂNIA 2012

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THIAGO SOUZA AZEREDO BASTOS

ESTUDOS INTRODUTÓRIOS SOBRE FLEBOTOMÍNEOS

Seminário apresentado junto à disciplina Seminários Aplicados, do programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás.

Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e tecnologia de Alimentos

Linha de Pesquisa:

Parasitos e doenças parasitárias dos animais

Orientador:

Prof. Dr. Guido Fontgalland Coelho Linhares-EV/UFG

Comitê de Orientação:

Profª. Dra Ligia Miranda Ferreira Borges-IPTSP/UFG Profª. Dra Valéria de Sá Jaime-EV/UFG

GOIÂNIA 2012

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 3

2.1 Histórico ... 3

2.2 Morfologia ... 5

2.3 Aspectos biológicos dos flebotomíneos ... 8

2.4 Distribuição geográfica dos flebotomíneos ... 13

2.5 Importância vetorial dos flebotomíneos ... 16

2.6 Estratégias de controle vetorial ... 22

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 25

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Os flebotomíneos são insetos dípteros, psychodídeos, de pequeno porte, corpo piloso, delgado e diferem-se dos demais dípteros por, principalmente, desenvolverem todo seu estágio larvar em matéria orgânica contida no solo e não em água. Quando adultos, apresentam dimorfismo sexual, alimentam-se de seiva para manter a homeostase, mas as fêmeas precisam de uma dieta sanguínea para maturação ovariana e assim prosseguir com a oviposição e manutenção do ciclo vital.

O período compreendido entre sua descoberta em 1786 até a comprovação como vetor de uma importante zoonose, a leishmaniose, foi um período de lento progresso no estudo destes insetos. No entanto, seu papel vetorial que também é atribuído ao flebovírus, harara e bartonelose, foi o que lhe atribuiu uma grande prioridade para realizar estudos. Os quais, revolucionaram o modelo de classificação deste gênero na década de 1940, e que até os tempos atuais vêm identificando e atribuindo competência vetorial para outras espécies, cuja presença em um foco de leishmaniose era vista como irrelevante.

Quando falamos em leishmaniose, estamos tratando de uma doença reemergente e grave, disseminada em 88 países, de difícil tratamento e que por muito tempo vem contornando todos os esforços realizados pelos sistemas de saúde, que visam sua contenção.

O Brasil, país de proporções continentais, com clima tropical e densa área silvestre, possui condições ideais para abrigar diversas espécies de flebotomíneos. Das 927 espécies já conhecidas, no Brasil pode encontrar 260 espécies. Isso é um valor tão expressivo, que pesquisadores do velho mundo relutam para acreditar que em uma única armadilha luminosa colocada durante uma noite na floresta amazônica, é capaz de capturar 30 espécies diferentes.

Tamanha riqueza, atribui ao Brasil grandes responsabilidades. Dentre todas espécies catalogadas nesta nação, 19 delas são vetores de leishmaniose. Duas espécies portanto, recebem uma atenção especial por transmitirem a Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, causadora da leishmaniose visceral, são elas Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi.

Assim como ocorre com o Phlebotomus papatasi no velho mundo, o L. longipalpis é uma espécie que está disseminada por todo território brasileiro, podendo ser

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encontrado em regiões frias e quentes, altas e baixas, úmidas e secas. Esta sua grande capacidade de adaptação é o maior desafio que as secretarias de saúde devem superar para conseguir conter o vetor, e assim obter bons resultados no combate à leishmaniose.

Portanto, de forma global, será apresentado nesta revisão as principais características já consagradas sobre os estudos dos flebotomíneos. Estudos estes, que muito evoluíram nestes anos, e ainda estão agregando novos conhecimentos, e futuramente podem ser a solução para o controle do vetor, consequentemente resultando no controle das doenças vetoriadas por eles.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Histórico

Admite que a primeira descrição de um flebotomíneo ocorreu na Itália, em 1786 por Scopoli, quando reportou a espécie Bibio papatasi, que anos depois alterou sua nomenclatura para Phlebotomus papatasi (DEDET et al., 2003), espécie de amplo interesse em medicina veterinária e que causa problemas sanitários pela Europa, Ásia e África (COLACICCO-MAYHUGH et al., 2010).

Este gênero representa os insetos corcundas com asas lanceoladas que se mantêm sempre estendidas no dorso do animal (Figura 1). Até 2003, o número de espécies de flebotomíneos descritas no mundo era 464, e destas, pelo menos 229 eram encontradas no Brasil (GALATI, 2003). Em apenas nove anos após esta publicação, os números de flebotomíneos no mundo praticamente dobrou, atingindo o quantitativo de 927 espécies conhecidas, sendo que 260 delas ocorrem no Brasil (SHIMABUKURO & GALATI, 2011).

FIGURA 1: Inseto fêmea de P. papatasi. Imagem capturada durante sua alimentação. Fonte: Sciencephotolibrary.com

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Os flebotomíneos estão divididos em seis gêneros pelo mundo: Lutzomyia, Brumptomyia e Warileyia que são encontrados no novo mundo; e os gêneros Phlebotomus, Sergentomyia e Chinius, encontrados no velho mundo (SHIMABUKURO et al., 2011).

As espécies encontrados no novo mundo são predominantemente do gênero Lutzomyia, que apresentam características biologicamente diferente do gênero Phlebotomus, predominante no velho mundo (ALEXANDER & YOUNG, 1992; DESJEUX, 2004).

Os primeiros flebotomíneos americanos foram descritos por COQUILLETT (1907), sendo que no Brasil os responsáveis pela primeira descrição de flebotomíneos foram LUTZ & NEIVA (1912).

Durante mais de 30 anos de conhecimento deste gênero, apenas 33 espécies americanas tinham sido registradas. No entanto esta realidade mudou com a observação de que estes delicados insetos são capazes de transmitir doenças a animais e humanos como: arboviroses, bartonelose, Harara, tripanossomíases e principalmente as leishmanioses (leishmaniose visceral – LV ou a leishmaniose tegumentar – LT) (ADLER E THEODOR, 1957; ALEXANDER, 2000; DANTAS-TORRES, 2009; RASSI et al., 2012). Estas descobertas, consideravelmente acelerou os estudos sobre estes insetos à partir da década de 1940 (GALATI, 2003).

Diferentemente das outras, a leishmaniose é uma das enfermidades que recebem dedicada atenção pela Organização Mundial da Saúde (WHO, sigla em inglês), pois é prevalente nos 4 continentes, onde encontra-se endêmica em 88 países (QUEIROZ et al., 2012).

MAURICIO et al. (2000) indicaram que a Leishmania infantum (causadora da leishmaniose visceral) tenha chegado à América do Sul, através de cães infectados vindos do continente europeu durante os eventos de colonização no século XVI. Para demonstrar o grande potencial de disseminação que este agente tem, QUEIROZ et al. (2012) nos apresentou a preocupante informação que no Brasil esta enfermidade, veiculada pelos flebotomíneos, já atinge as 5 regiões do país, com ocorrência de casos humanos em 24 estados.

Contudo, quando relacionamos a grande diversidade de vetores com reservatórios e agentes etiológicos, concluímos que o conhecimento ainda é insuficiente sobre vários desses aspectos. Então, fica perceptível a complexidade para se estabelecer

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um controle das enfermidades vetoriadas por flebotomíneos. Para contornar esta situação, é preciso estabelecer estratégias de controle específicas e localizadas, conforme a situação epidemiológica focal. Se não for realizado a identificação do agente etiológico circulante na área, o conhecimento dos vetores circulantes na áreas de transmissão e dos biótipos que circundam, não será possível definir medidas profiláticas adequadas para a redução da incidência de enfermidades causadas pelos flebotomíneos. É por isso que as medidas de prevenção e de controle estão diretamente relacionadas com a redução do contato homem-vetor, com adoção de medidas de proteção individual, controle de reservatórios e aplicação de inseticida, quando possível (QUARESMA, 2011).

2.2 Morfologia

A morfologia dos flebotomíneos objetiva a identificação e diferenciação entre as espécies existentes, e tem por base o estudo das estruturas visíveis do inseto após a montagem dele em lâmina e observação com auxílio de microscopia (YOUNG & DUNCAN, 1994).

Foi de grande dificuldade a classificação dos flebotomíneos no início do século passado, pois seu tamanho reduzido e poucas diferenças entre as espécies impossibilitavam o progresso nesta área, até que as publicações de ADLER & THEODOR (1926) chamaram a atenção para detalhes morfológicos encontrados na espermateca e cibário das fêmeas de flebotomíneos (Figura 2). Tendo este evento como um momento marcante na identificação de flebótomos, os estudos desde então foram se intensificando, até que se alcançou destaque com o papel que estes vetores tem na transmissão de doenças (DANTAS-TORRES, 2009).

Para se ter uma avaliação morfológica mais profunda, podendo visualizar órgãos internos como o cibário e espermateca, antes da montagem do inseto em lâmina é utilizada a técnica de diafanização do espécime, o que torna translúcidas as estruturas córneas, e permite uma maior facilidade de avaliar as estruturas internas com o auxílio de microscopia (YOUNG & DUNCAN, 1994).

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FIGURA 2: A:Fêmea de Lutzomyia termitophila diafanizada; B: Cabeça de Lutzomyia neivai com seta apresentando os dentes no cibário;

C: Porção final do abdômen de uma fêmea de Lutzomyia

intermedia, com cetas apontando para as espermatecas. Fonte: Arquivo pessoal, 2012

Compilando os resultado de muitos trabalhos desenvolvidos desde então, permitiu-se a produção de duas chaves de identificação dos flebotomíneos das Américas. A primeira chave de classificação é a obra de YOUNG & DUNCAN (1994) intitulada “Guia para identificação e distribuição geográfica de Lutzomyia no México, America do sul e central e oeste da Índia”. Neste trabalho, o autor, subdivide o gênero Lutzomyia em 15 subgêneros e 11 grupos, sendo que apenas o grupo Verrucarum possui subdivisões (CACERES, 1993). Esta chave de identificação é bastante prática e prioriza a classificação a partir da observação de poucas estruturas essenciais, que são por exemplo: a relação entre o tamanho dos segmentos da antena, morfologia dos ascóides, dos palpos, do lábio, extensão da sutura interocular, cibário em fêmeas, presença ou não de espinhos femurais, genitália masculina, genitália feminina e espermateca (Figura 3).

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A segunda e mais atual fonte de consulta para a classificação de flebótomos do novo mundo, foi divulgada por GALATI (2003). Ela utilizou 88 caracteres morfológicos na tentativa de resolver a caracterização dos flebotomíneos do novo mundo, valorizando o uso das cerdas ao longo do corpo do inseto, além das outras estruturas para uma melhor distribuição entre os grupos. O resultado deste estudo propõe a relação evolutiva mais substancial entre os flebotomíneos do gênero Lutzomyia. Ela subdividiu Phlebotominae em duas tribos: (1) Hertigini, que inclue o gênero Warileya, Hertigia, e Chinius e (2) Phlebotomini, que foi subdividido em seis subtribos: (1) Phlebotomina (Phlebotomus), (2) Australophlebotomina, (3) Brumptomyiina, (4) Sergentomyiina, (5) Lutzomyina (Lutzomyia) e (6) Psychodopygina. A subtribo Psychodopygina possuia muitos subgêneros, que foram elevados a um rank de gênero (Psathyromyia, Viannamyia, Nyssomyia, Trichophoromyia e Psychodopygus), resultando por este fato, em uma radical alteração organizacional. Alguns grupos e subgêneros anteriores à classificação foram elevados a gênero, o grupo Verrucarum, foi incuido no gênero Pintomyia, subgênero Pifanomyia, mas a maior mudança ficou na segregação do gênero antes conhecido como Lutzomyia (BEATI et al., 2004). Esta recente classificação publicada em “Flebotomíneos do Brasil” (RANGEL & LAINSON, 2003), traz alterações na classificação de quase todas as espécies em relação com a publicação anterior.

Além destes método tradicionais de identificação, outros estão sendo aprimorados. O projeto CIPA (Computer-aided indentification of phlebotomine sandflies of América) é um exemplo. Está hospedado online no endereço eletrônico: http:// http://cipa.snv.jussieu.fr (DEDET et al., 2003), e ele foi desenvolvido a partir da digitalização e disponibilização on-line de dados morfológicos para servir de auxílio. Desta forma, foi possível reunir uma grande quantidade de dados e mantê-los atualizados. Outras técnicas que também podem ser utilizadas para a identificação, são os estudos isoenzimáticos, onde se pesquisa indiretamente polimorfismo nos genes codificadores de enzimas que afetam os fenótipos dos insetos, (REMY-KRISTENSEN et al., 1996) e por fim a biologia molecular que através da pesquisa de sequências de DNA conhecidas, pode avaliar o genótipo de cada indivíduo ajudando na identificação taxonômica (TERAYAMA et al., 2008; MANONMANI et al., 2010).

Com todo esse suporte disponível, é possível chegar à classificação específica de cada flebotomíneos. Mas devido à coexistência de duas classificações de flebotomíneos, e por elas discordarem entre si. Para melhor entendimento, será utilizado

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neste trabalho apenas a classificação de YOUNG & DUNCAN (1994), pois os dados consagrados na literatura sobre os flebotomíneos, tratam eles como pertencentes ao mesmo gênero: Lutzomyia, que confere com a identificação sugerida pelo autor acima.

FIGURA 3: Ilustrações que acompanham a chave de classificação de flebotomíneos. Adaptado de YOUNG & DUNCAN (1994)

2.3 Aspectos biológicos dos flebotomíneos

Além de conhecer as estruturas do inseto adulto, é preciso conhecer seus aspectos biológicos gerais. Só assim será possível, por exemplo, elucidar o comportamento das diversas espécies ou até estabelecer medidas de controle deste vetor, que dependem de um conhecimento ainda mais aprofundado (ANDRADE et al., 2012).

Popularmente, os flebotomíneos são conhecidos como “mosquito palha”, “asa dura” ou “birigui” entre outras denominações comuns. São insetos de pequeno porte (1 a 3 milímetros), com dois pares de asas que lhes permitem deslocamento por saltitos

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(LEWIS, 1974), são frágeis, pilosos, de atividade crepuscular ou noturna (uma exceção ocorre com Lutzomyia wellcomei, que permanece ativa durante o período diurno), baixa capacidade de bater asas e naturalmente silvestres (BRAZIL & BRAZIL, 2003).

Seu ciclo de vida envolve uma fase de ovo, quatro estágios larvários, seguindo de pupa e o estágio final de adulto alado, permitindo classificá-los como holometábolos (MONTEIRO, 2012).

Os adultos diferem dos demais dípteros psycodídeos, por possuírem um corpo mais delgado e pernas mais longas e delgadas. Durante o dia, se escondem em rachaduras de rochas, madeiras ou parede de casas. O período de maior atividade considerado para flebotomíneos, baseia-se nos dados de Lutzomyia flaviscutellata, que demonstrou pico entre às 22:00h até 01:00 hora, pois é neste momento que buscam alimento (ALEXANDER, 2000). Tanto as fêmeas como os machos se alimentam de fontes de açúcar para produzir energia e manter a homeostasia (AZEVEDO et al., 2011), no entanto as fêmeas também necessitam de sangue na alimentação, para possibilitar a maturação de seus ovos (MONTEIRO, 2012).

Os ovos são depositados em micro-habitats terrestres ricos em matéria orgânica (ALEXANDER, 2000), possuem forma elipsoide, de cor negra, medindo de 300 a 500 micrometros de comprimento por 70 a 150 micrometros de largura (FERRO et al., 1998; BRAZIL & BRAZIL, 2003). Cada fêmea adulta de flebotomíneos é capaz de realizar uma postura de 2 a 80 ovos, com média em 28 ovos por fêmea (MORALES et al., 2005), e levam em média 8,5 dias para eclodirem (FERRO et al., 1998).

Em geral, são quatro estágios e as larvas possuem aspecto vermiforme, sendo pequenas, brancas e ao nascer já se alimentam de matéria orgânica em decomposição. Seu corpo é dividido em cabeça, 3 seguimentos torácicos e 9 seguimentos abdominais. A cabeça é recoberta de espinhos, possui um par de antenas e as peças bucais são do tipo triturador. O tórax, apesar de menos desenvolvido, é recoberto por cerdas, o que pode ser utilizado para identificação da espécie. Os dois últimos segmentos do abdômen são diferenciados dos demais, possuindo falsas patas abdominais que se dedicam à locomoção. É também no último segmento, que existem estruturas responsáveis pela fixação da larva no momento da muda (LEITE & WILLIAMS, 1997). O número médio em dias observado para cada estagio larvar de Lutzomyia shannoni, foi de 9,6 dias para L1, 9,2 dias para L2, 11,8 dias para L3 e 19,9 dias para L4 (FERRO et al., 1998). Ainda, caso a situação climática seja desfavorável ao seu desenvolvimento, as larvas tem a

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capacidade de entrar em diapausa, o que faz com que quando o clima se torne favorável o desenvolvimento larvário progride (TESH, 1988).

Os estágios larvares de flebotomíneos também diferem dos demais psycodídeos, pois ocorrem fora da água, sendo saprófagas, anfipneusticas, do tipo eruciforme (BRAZIL & BRAZIL, 2003). No entanto, se ovos ou larvas de primeiro estágio ficarem imersos em água, são capazes de sobreviver por cinco dias, e as larvas de quarto estágio conseguem sobreviver por 14 dias. Contudo, se forem removidas da água antes desse prazo, continuam o desenvolvimento normalmente (ADLER & THEODOR, 1957).

A pupa possui tonalidade branco-amarelado, é dividida em cefalotórax e abdômen, fica aderida a um substrato endurecido até o momento da eclosão após uma média de 15 dias (FERRO et al., 1998),quando sua coloração assume um tom mais escuro (BRAZIL & BRAZIL, 2003).

Os adultos de uma mesma espécie, apresentam dimorfismo sexual e diferem-se também pelo hábito alimentar, onde as fêmeas são hematófagas. Morfologicamente, as principais diferenças entre sexo estão nos últimos segmentos abdominais, que são modificados para constituir a genitália, e nas probóscides, em que a fêmea à possui longa e adaptada para picar e sugar (BRAZIL & BRAZIL, 2003). De acordo com FERRO et al. (1998), a expectativa de vida varia entre quatro a quinze dias para um adulto de L. shannoni.

Ao quantificar o número de dias necessários para que um ovo de flebotomíneo complete o ciclo até se tornar inseto adulto, MONTEIRO (2012) relata que a eclosão do ovo ocorre de 7 a 17 dias, BRAZIL et al. (1997) observaram que os valores do ciclo completo médios diferentes entre três espécies L. longipalpis (com valor de aproximadamente 29 dias), L. intermedia (com cerca de 32 dias) e Lutzomyia lenti (levou pouco mais de 40 dias), já MORALES et al. (2005) na Colômbia, observaram que o período para se completar um ciclo de vida de Lutzomyia spinicrassa mantidos em laboratório varia de 58 a 78 dias, desde que se tenha condições controladas de temperatura e umidade, estas de acordo com FERRO et al. (1998) devem estar entre 22 ºC a 30 ºC e 87 a 99% de umidade relativa do ar. Este mesmo ciclo de vida pode ter sua duração aumentada para além de 90 dias se não houver controle das condições ambientais, mas ainda permanece desconhecido as mesmas informações da espécie em condições naturais (MORALES et al., 2005).

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Voltando à alimentação, é a saliva que possibilita o repasto sanguíneo realizado pelas fêmeas. Assim como ocorrem em outros insetos, ela possui substâncias anticoagulantes e indutoras de vasodilatação. As fêmeas iniciam sua alimentação sanguínea entre 24 e 48 horas após a sua emergência da pupa, e como possuem peças bucais relativamente curtas, acabam realizando um procedimento diferenciado dos demais insetos para conseguir alimentar. Inicialmente as fêmeas laceram a pele e os capilares sanguíneos ali presente, isso faz com que se forme um coágulo subcutâneo, onde a fêmea é capaz de sugá-lo. Este exercício pode custar para a fêmea cerca de um a cinco minutos para atingir um repasto completo (BRAZIL & BRAZIL, 2003).

O sangue ingerido pela fêmea, consome entre 24 e 48 horas para completar o processo de digestão (MONTEIRO, 2012). Ele irá favorecer o desenvolvimento ovariano, e já foi revelado que existe uma relação direta entre o número de ovos produzidos e o volume de sangue ingerido (READY, 1979). Mas, com o intuito de fornecer informações complementar, é importante ressaltar que foram observados casos de autogenia, onde fêmeas de P. papatasi, Lutzomyia gomesi e Lutzomyia cruciata realizaram a postura sem previa ingestão sanguínea (ADLER & THEODOR, 1957; TESH, 1988; BRAZIL & BRAZIL, 2003), e ainda curiosamente, foram observados machos alimentando de sangue em condições laboratoriais (TESH, 1988).

Sobre a preferência alimentar, estudos demonstraram que algumas espécies podem ser ecléticas quanto à fonte sanguínea, entretanto outras possuem preferência restrita a uma espécie de hospedeiro (ADLER & THEODOR, 1957; TESH, 1988). Como exemplo, temos L. longipalpis, L. intermedia, Lutzomyia migonei e Lutzomyia fischeri considerados menos seletivos quanto à fonte, podendo picar o homem, cães, gatos, aves e outros animais com muita avidez no mesmo ecótopo, e exemplificando a situação oposta, a espécie Lutzomyia quinquefer alimenta-se de sangue de répteis (DANTAS-TORRES & BRANDAO-FILHO, 2006; ALVES, 2008).

Com relação à dispersão, estudos em área de floresta tropical no Panamá, revelavam que a dispersão de flebotomíneos limitava-se a 200 metros ou menos (CHIANOTIS et al., 1974), por outro lado ALEXANDER & YOUNG (1992) apresentaram dados mostrando as distâncias de recuperação de cinco espécies do gênero Lutzomyia após a metodologia de captura, marcação com talco fluorescente, soltura e recaptura em uma área de cafezal, onde houve um foco de leishmaniose, vão além dos 200 metros. Os números variaram de valores menores que cinco a 960 metros em até 96 horas, com

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valores médios máximos de 320 metros em 24 horas. Quando a soltura de L. longipalpis ocorreu em área peridomiciliar, foi possível recuperar insetos a uma distância próxima de 500 metros (BRAZIL & BRAZIL, 2003). Resultados bem diferentes quando relacionados com um estudo de P. papatasi no Uzbequistão, onde a distância limite foi de pelo menos quatro quilômetros, servindo dualmente de exemplo para confirmar a grande diferença existente entre as espécies e as condições do local onde se encontram (ALEXANDER & YOUNG, 1992).

A densidade populacional sofre grande interferência pela variação das estações do ano (OLVEIRA et al., 2003; ANDRADE, 2010). Em áreas tropicais, a densidade populacional de flebotomíneos aumenta durante ou após períodos chuvosos, pois é a alta umidade resultante das primeiras chuvas que proporciona a eclosão das pupas, outrossim é o fato indicativo para previsão de maior atividade destes insetos fora de seus abrigos (ALMEIDA et al., 2010). Por outro lado, usualmente se registra uma redução populacional durante longos períodos secos (TESH, 1988), resultando um complexo dependente de fatores bióticos, físicos e ambiental (LEWIS, 1974).

Sobre o acasalamento dos flebotomíneos, admite-se que em natureza ocorra durante o período noturno, devido à maior atividade destes insetos neste momento, e foi relacionado a este comportamento o ato de vibrar as asas e a presença de glândulas abdominais para promover a atração entre os insetos (BRAZIL & BRAZIL, 2003).

Os locais considerados criadouros naturais são de extrema dificuldade para serem encontrados (ALEXANDER & MAROLI, 2003), e como possui grande importância o conhecimento das características deste ambiente, sem a identificação destes criadouros não é possível, por exemplo, desenvolver medidas de controle focadas nas formas imaturas do vetor (DANTAS-TORRES & BRANDAO-FILHO, 2006). O pouco que se tem conseguido estudar sobre as formas imaturas é através da formação de colônias em ambiente laboratorial, a partir de insetos adultos capturados vivos com armadilhas luminosas tipo CDC (Center of Disease Control) (BRAZIL et al., 1997) (Figura 4).

Em resumo, o manejo de uma colônia mantida em laboratório segue os seguinte procedimentos após a captura: os flebotomíneos são transferidos para gaiolas de tecidos em um local com temperatura e umidade controlada. As fêmeas são alimentadas com dieta sanguínea via hamster previamente anestesiado ou aves (codornas ou galinha). Após 48 horas, ocorre o início da postura, que normalmente marca o final da vida de uma fêmea. A eclosão dos ovos ocorre por volta de cinco a oito dias,

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aceitando algumas variações entre as espécies. Após passar por quatro estágios larvares, transforma-se em pupa e a pupa em adulto, que copula, oviposição e assim reinicia o ciclo (MORALES et al., 2005).

FIGURA 4: Armadilha tipo CDC preparada para captura de flebotomíneos. Fonte: Arquivo pessoal

2.4 Distribuição geográfica dos flebotomíneos

Os flebotomíneos estão dispersos em quase todos os habitats no mundo, com seu predomínio em áreas neotropicais. Eles sobrevivem em regiões onde a temperatura média varia de 16 ºC a 44 ºC, em altitudes que vão desde o nível do mar até 1500 metros acima (COLACICCO-MAYHUGH et al., 2010), e são encontrados tanto em áreas remotas e isoladas como grutas (GALATI et al., 1997) ou então em áreas urbanas como resultado do avanço humano sobre o meio ambiente (ANDRADE et al., 2012).

Em condições naturais, estes insetos existem em comunidades estáveis distribuídas ao longo dos diversos biótopos. Assim sendo, ACEVEDO & ARRIVILLAGA (2008) sugerem que a ocorrência de epidemias vetoriadas pelos flebotomíneos, como é o caso da leishmaniose, esteja diretamente ligado a problemas de ecologia humana que

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ocorre pela introdução acidental ou planejada do homem em regiões onde os flebotomíneos habitam.

Os biótopos onde podem ser encontrados flebótomos adultos, variam de acordo com fatores ambientais (OLIVEIRA & CUNHA, 2010). Sua estrutura orgânica delicada, os afugentam das alterações bruscas do clima, e para maior comodidade buscam abrigos em locais úmidos, sem luminosidade, com baixa corrente de ar e com matéria orgânica em decomposição. A umidade é o fator determinante à manutenção destes insetos nos abrigos, porém abrigos excessivamente úmidos são abandonados. Como exemplo de abrigos que possuem as condições adequadas temos: troncos de árvores, tocas de tatu, folhas caídas no solo, grutas, fendas nas rochas, anexos de animais domésticos e até paredes externas e internas de domicílio (AGUIAR & MEDEIROS, 2003).

A floresta tropical é o ambiente que mais oferece estes abrigos aos insetos. O principal biótopo escolhido por 111 espécies (42%) de flebótomos encontradas no país, são os troncos de árvores. Sendo assim, no Brasil a floresta amazônica se destaca frente aos demais biótopos (AGUIAR & MEDEIROS, 2003). É por isso que na Amazônia existe a possibilidade de encontrar em uma pequena área, mais de 30 espécies diferentes de flebotomíneos. Então, é necessário realizar a captura e identificação para catalogar quais insetos ocorrem ao longo dos diversos micro-habitats que o país possui (ALEXANDER, 2000).

É importante ressaltar que para ocorrer mais de uma espécie numa comunidade local, é fundamental que todas elas estejam adaptadas às condições e recursos disponíveis e também às interações competitivas interespecíficas. Esse processo de seleção de espécies pode explicar a ausência de L. longipalpis em municípios com casos de leishmaniose visceral, onde foi encontrada apenas a espécie L. cruzi. Pois elas são espécies muito próximas filogeneticamente, o que nos leva a pensar que ambas devem utilizar os mesmos recursos ecológicos, e por competição, ocorre a eliminação de uma delas (ANDRADE et al., 2012).

AGUIAR & MEDEIROS (2003), sugeriram categorizar as 260 espécies de flebotomíneos brasileiros em três grupos de acordo com seu atual comportamento: silvestres, semi-domésticos e domésticos. Para realizar esta distribuição ele observou que algumas espécies ainda vivem exclusivamente em áreas florestais ou até não florestais, mas só encontram associadas a homens e animais domésticos acidentalmente, e assim

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as denominou silvestres, estas envolvem 147 (56% de acordo com os dados de SHIMABUKURO & GALATI, 2011) das espécies relatadas no Brasil. As semi-domésticas, foram assim classificadas pois vivem fora das habitações humanas e animais, mas adentram estes ambientes para o repasto sanguíneo. Por sua vez, as espécies classificadas como domésticas (24% de acordo com os dados de SHIMABUKURO & GALATI, 2011) vivem associadas ao homem e aos animais, no interior ou muito próximo de suas habitações.

Baseando em estudos anteriores, AGUIAR & MEDEIROS (2003) relacionaram no Brasil, 17 espécies que se distribuem por todo o território nacional: Brumptomyia brumpti, Brumptomyia cunhai, Lutzomyia aragaoi, Lutzomyia christenseni, Lutzomyia evandroi, Lutzomyia hirsuta hirsuta, L. intermedia, L. lenti, Lutzomyia micropyga, L. migonei, Lutzomyia misionensis, Lutzomyia monticola, Lutzomyia oswaldoi, Lutzomyia sallesi, L. shannoni, Lutzomyia sordellii e Lutzomyia whitmani. Entre estas, apenas L. aragaoi não demonstra processo de domiciliação.

No estado de Goiás, entre os anos de 1999 a 2002, foram capturados e identificados 21 espécies de flebotomíneos em focos de leishmaniose notificadas pelas secretarias de saúde de 38 municípios (MARTINS et al., 2002). De acordo com a revisão apresentada por AGUIAR & MEDEIROS (2003), já existem registros de 47 espécies identificadas em Goiás.

No estado de Mato Grosso do Sul já foram identificados 59 diferentes espécies, com predomínio de L. cruzi (37,95%) e L. longipalpis (56,32%). Na cidade de Campo Grande, um estudo conduzido por OLIVEIRA et al. (2003) entre os anos de 1999 e 2000, identificou 28 espécies de flebotomíneos. Em Três Lagoas, identificou 14 espécies (OLIVEIRA et al., 2010) e em Ponta Porã, divisa com Paraguai, foi identificado apenas 8 espécies de flebotomíneos (ANDRADE et al., 2012).

SHIMABUKURO & GALATI (2011), registram no estado de São Paulo 22 gêneros de flebotomíneos, que se traduzem em 75 espécies de flebotomíneos identificados, incluindo três espécies vetoras da leishmaniose tegumentar (L. intermedia, L. neivai e L. whitmani) e uma espécie vetor da leishmaniose visceral americana (L. longipalpis).

Apenas na cidade de Barra do Garças ,estado de Mato Grosso, QUEIROZ et al. (2012) identificaram 27 espécies de flebotomíneos. ALVES (2008) pesquisando em

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apenas uma propriedade rural do município de Carmo, no estado de Rio de Janeiro, capturou 16 espécies diferentes.

JONES et al. (2010) no Equador, demonstraram o quanto é dinâmico os estudos de identificação das espécies de ocorrência em uma área geográfica de país. Em 1960, estavam listadas apenas 16 espécies para todo o país. Em 1979, houve um incremento para 39 espécies, que em 1984 adicionou mais sete espécies, completando 46. Em 1992 o total era de 60 e por fim em 2010 listava-se 63 espécies.

No Iran, um total de 54 espécies de Phlebotomus foram identificadas. Entre elas, duas espécies (Phlebotomus kandelakii e P. perfiliewi transcaucasicus) foram comprovadas como vetor de L. infantum no nordeste do país. E outras três espécies (Phlebotomus alexandri, Phlebotomus major e Phlebotomus keshishianii) foram consideradas suspeitas de transmitirem leishmaniose visceral no sul do Iran (RASSI et al., 2012).

Em Andorra, um país com apenas 468 Km² de área geográfica, e que está situado em região montanhosa (altitudes variam de 840 a 2946 metros acima do nível do mar) na divisa da França com a Espanha, foram capturados 21 espécies diferentes de flebótomos (BALLART et al., 2012).

Todos estes dados nos levam a concluir que a grande variabilidade específica encontrada em todo o mundo certamente é reflexo da alta heterogeneidade espacial, com a presença de vários biomas e ecótopos (ANDRADE et al., 2012).

2.5 Importância vetorial dos flebotomíneos

Mais de 33 espécies de flebotomíneos estão relacionados com a transmissão de doenças a humanos (CÁCERES, 1993). Por este fato, os estudos sobre a competência vetorial dos flebotomíneos estão bem avançados para doenças como a febre dos flebotomíneos, leishmaniose e a doença de Carrión. Mas apesar de já esclarecido, permanece pouco divulgado que eles também estão envolvidos no ciclo de outras enfermidades como a reação de urticaria local denominada Harara, e a competência para transmitir tripanossomatídeos para répteis e anfíbios (ADLER & THEODOR, 1957).

Lutzomyia verrucarum é uma espécie peridomiciliar de flebotomíneo, cujo presença está relacionada com as áreas de ocorrência da doença de Carrión. Também

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conhecida como febre de Oroya ou verruga peruana, esta doença é causada pela bactéria Bartonella baciliformis e cursa com casos de severa hemólise, que pode gerar severa infecção secundária e levar a morte. Tanto o vetor como a doença podem ser encontrados no Peru, Equador e Colômbia. Sendo assim, estudos que demonstram a distribuição vetorial do L. verrucarum, são importantes para se correlacionar com as áreas de distribuição da enfermidade (CÁCERES, 1993).

Harara é uma reação alérgica à picada de flebotomíneos, com ocorrência maior em Israel, e possui uma distribuição sazonal dependente da quantidade de vetor no ambiente. Os sinais aparecem entre 8 a 14 dias após a picada do inseto, formam-se papulas e pequenas bolhas no local, podendo persistir por muitas semanas e os sinais clínicos evoluem caso não haja prevenção a novas picadas. Casos de Harara e de febre de flebotomíneos não foram mais reportados após o tratamento para eliminação de P. papatasi das habitações humanas (ADLER & THEODOR, 1957).

Como citado, os flebotomíneos também são vetores de tripanossomatídeos. Na ilha de Malta, três exemplares de Sergentomyia minuta se infectaram intensivamente com Trypanossoma platydactylis após alimentarem em um lagarto da espécie Tarentola mauritanica. Na Índia, Trypanossoma phlebotomi foi encontrado sendo transmitido por Sergentomyia babu shorttii; e na China Sergentomyia squamirostris é a espécie vetor de Trypanossoma bocagei, que é um parasito do anfíbio Bufo bufo gargarisans (ADLER & THEODOR, 1957).

A febre dos flebotomíneos é uma arbovirose (do inglês Arthopod borne viruses) conhecida desde 1909, quando foi descoberta por causar quadros febris em uma comissão armada australiana durante uma incursão à Iugoslávia. Seu quadro clínico é bastante variável, podendo causar desde um breve quadro febril ou avançar até meningoencefalite. Os principais gêneros relacionados na transmissão são os dípteros psicodideos, principalmente dos gêneros Lutzomyia e Phlebotomus. Esta doença afeta não apenas o homem, mas os animais vertebrados em geral e sua sintomatologia clínica se confunde com outras arboviroses (ADLER & THEODOR, 1957).

Existem cerca de 55 sorotipos de Phlebovírus (pertencem à família Bunyaviridae) causadores da febre do flebotomíneos no mundo, e cada um possui sua área de distribuição, sendo poucos os casos onde pode se encontrar dois sorotipos na mesma região. Este fato está relacionado com a biologia de cada vetor existente em cada área de ocorrência da doença. Também, já esta comprovado a ocorrência de transmissão

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trans-ovariana, o que torna um excelente mecanismo de sobrevivência do flebovírus durante períodos desfavoráveis ao vetor, como ocorre nos invernos rigorosos da Europa, em que as fontes alimentares são escassas para os insetos (ADLER & THEODOR, 1957).

Nas Américas, os flebotomíneos identificados como vetores de flebovírus são: Lutzomyia trapidoi, Lutzomyia ylephiletor, L. flaviscutellata, Lutzomyia umbratilis, Lutzomyia panamensis e Lutzomyia sanguinaria, e uma característica que chama muito a atenção, é o isolamento de cepas virais a partir de flebótomos coletados em áreas endêmicas de leishmaniose, principalmente do tipo cutânea, que ainda não está esta esclarecido (ADLER & THEODOR, 1957).

A febre do flebotomíneo também já foi diagnosticada na China, local onde P. papatasi (único vetor ainda comprovado) não ocorre, mas já se conhece que as espécies Phlebotomus chinensis e Phlebotomus mongolensis são incriminadas por alimentarem em humanos, entretanto estas duas espécies ainda não conseguiram ser comprovadas como vetores (ADLER & THEODOR, 1957).

Em geral, entre as doenças transmitidas por flebotomíneos, a leishmaniose assume um destaque impar. Por volta de 1950, quando ainda desconheciam o real vetor da leishmaniose, os pesquisadores procuraram nos insetos, a habilidade deles cumprirem com duas exigências: a primeira é que o vetor deveria estar presente na área de prevalência da doenças, e a segunda é que o vetor proposto deveria possuir um trato alimentar estéril, pois a leishmania não sobrevive na presença de bactérias (ADLER & THEODOR, 1957). Mais tarde, novas características ajudaram a sedimentar este inquérito, pois identificaram capacidade parasitária de resistir às atividades das enzimas digestivas do inseto, capacidade parasitária de escapar do bolo alimentar e aderir ao epitélio intestinal durante à excreção do mesmo, completar seu ciclo de vida e serem inoculados em um hospedeiro vertebrado (PIMENTA et al., 2003).

Até 2004 foram relacionadas mundialmente à leishmaniose humana 20 espécies de Leishmanias patogênicas vetoriadas por 30 espécies de flebotomíneos (DESJEUX, 2004).E estes dados estão sujeitos a progressão, pois a expansão do vetor está cada vez maior e descontrolada. Temos como exemplo os dados do estado de São Paulo, onde o vetor estava restrito a transmitir casos rurais da doença na década de 1970, então passou a ser encontrado na área urbana em 1997, um ano após surgiu o primeiro caso canino de leishmaniose e em 1999 o primeiro caso humano. Após isso, casos autóctones da doença estão distribuídos em pelo menos 54 municípios do estado.

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Ainda, casos de LV que ocorrem na ausência da identificação do vetor, estão sendo observados em alguns municípios do estado, portanto se avalia com auxilio de técnicas como o PCR (RASSI et al., 2012) a capacidade de outras espécies serem potenciais vetores (OVALLOS, 2011).

São quatro formas clínicas de leishmaniose humana conhecidas no mundo: visceral, muco-cutâneo, cutâneo-difusa e cutânea (DESJEUX, 2004). No entanto, apenas duas denominações são utilizadas no Brasil: Leishmaniose Visceral Americana e Leishmaniose Tegumentar Americana, onde esta última engloba as diferentes formas clínicas causadas pelas Leishmanias dermotrópicas (ALVES, 2008).

A forma de expressão clínica de leishmaniose no animal vertebrado, vai depender do tipo de leishmania infectante, de fatores genéticos do hospedeiro, e da espécie vetorial, pois os flebotomíneos possuem distribuição, hábitos alimentares e outros aspectos individuais (REYES-URIBE et al., 2012).

A leishmaniose visceral na América, causada pela Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, tem o L. longipalpis como o principal vetor sobretudo pela sua adaptação às áreas urbanas, podendo ser encontrado desde o México à Argentina. Ao norte da Colômbia e Venezuela, Lutzomyia evansi é quem atua como o principal vetor. Em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Corumbá e Ladário, L. cruzi foi apontado como o principal vetor e Lutzomyia forattinii com papel secundário na transmissão. Ainda neste estado, na Serra da Bodoquena, juntamente com L. longipalpis, a espécie Lutzomyia almerioi também parece atuar na transmissão (OVALLOS, 2011). No estado de Goiás, L. longipalpis já foi demonstrado sua ocorrência (MARTINS et al., 2002), não havendo relatos de L. cruzi. No entanto, este já foi identificado em região limítrofe do estado, como é o caso da cidade de Barra do Garças (QUEIROZ et al., 2012), na divisa com o estado de Mato Grosso. Em área endêmica de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, Lutzomyia cortelezzii foi encontrada com infecção natural por este parasita; mas ainda não existem evidências que tenha importância na transmissão para o homem, por fim em Pernambuco, L. migonei foi encontrada naturalmente infectada por esse parasita (OVALLOS, 2011)

Com relação às leishmanioses tegumentar, esta possui diversas espécies de leishmanias comprovadas como agente: Leishmania (Leishmania) major, Leishmania (Leishmania) tropica e Leishmania (Leishmania) aethiopica no Velho Mundo e Leishmania (Leishmania) mexicana, Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Leishmania)

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venezuelensis, Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) panamensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Viannia) peruviana, Leishmania (Viannia) colombiensis¸ Leishmania (Viannia) lainsoni, Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania (Viannia) shawi no Novo Mundo (QUARESMA, 2011; MONTEIRO, 2012). Cada uma tem sua área de ocorrência restrita, e consequentemente relaciona com vetores encontrados nos habitats específicos em cada uma destas áreas (OLIVEIRA et al., 2003).

Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, L. intermedia é incriminada como principal vetor, enquanto em Minas Gerais e Espírito Santo compartilha esse papel com Lutzomyia whitmani (ALVES, 2008), e estas duas espécies se repetem por todo o país, assim como L. migonei e L. neivai em uma menor escala (SHIMABUKURO & GALATI, 2011; ANDRADE et al., 2012). Já entre as espécies com áreas de ocorrência mais delimitadas, temos: L. gomezi, L. wellcomei, Lutzomyia anduzei, Lutzomyia antunesi, Lutzomyia tuberculata, Lutzomyia olmeca bicolor, Lutzomyia ubiquitalis, Lutzomyia paraensis, L. umbratilis, L. flaviscutellata, Lutzomyia ayrozai, Lutzomyia pessoai, L. olmeca nociva e Lutzomyia squamiventris squamiventris (CAMARGO-NEVES et al., 2002; AGUIAR & MEDEIROS, 2003) e por último, as espécies do complexo cortelezzii foram recentemente encontradas naturalmente infectadas, e também merecem mais investigações (ANDRADE et al., 2012).

A transmissão da leishmaniose a partir dos flebotomíneos, ocorre após a ingestão de sangue contaminado com as formas amastigotas deste protozoário. Essa forma é rapidamente direcionada ao intestino médio do inseto e envolta pela matriz peritrófica junto ao o bolo sanguíneo. Após um período de doze a vinte horas, as amastigotas diferenciam-se em promastigotas. As promastigotas iniciam o processo de metaciclogênese, transformando-se na forma promastigota matecíclica, forma infectante ao vertebrado. Além da forma infectante, no trato digestivo do vetor são encontradas outras formas como as promastigotas nectomonas, promastigotas paramastigotas e promastigotas haptomonas (Figura 5). O inseto encontra-se apto a transmitir o parasito ao hospedeiro vertebrado após a formação das promastigotas metacíclicas (MONTEIRO, 2012). As formas promastigotas dentro do trato alimentar do inseto, migram para a porção inicial do trato gastro intestinal causando um bloqueio esofagiano e proventricular no vetor, que durante a picadura em algum mamífero afim de realizar o repasto sanguíneo, acaba por regurgitar as promastigotas no hospedeiro (ADLER & THEODOR, 1957). Após a inoculação na pele do hospedeiro das formas promastigotas metacíclicas, essas são

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fagocitadas pelos macrófagos, ou primeiramente por neutrófilos, que são rapidamente recrutados para o sítio da picada (MONTEIRO, 2012). Além deste modelo tradicional, SHERLOCK (2003) expos a possibilidade de transmissão através das fezes de flebotomíneos contaminadas e até mesmo a partir da ingestão por completa do vetor infectado.

FIGURA 5: Desenho esquemático do desenvolvimento completo do parasito Leishmania dentro do vetor (MONTEIRO, 2012)

MONTEIRO (2012) cita que a realização da técnica de PCR em tempo real da orelha do hospedeiro vertebrado após picadura por um P. papatasi infectado com L. (L.) major, pode inocular no ato da picada de 100 a 100.000 parasitos. Cerca de 75% dos flebotomíneos liberaram 600 ou menos promastigotas enquanto os demais liberaram mais de 1.000 células. Sendo que as altas doses de infecção foram associadas a intestinos fortemente infectados, com mais de 30.000 parasitos.

Ainda, existem diferenças na infectividade de flebotomíneos da mesma espécie à partir de cepas de leishmania que possuem distribuições geográfica diferentes. Por isso não é seguro aplicar resultados de uma investigação em foco endêmico, em outro foco. Isso já foi demonstrado experimentalmente com cepas de Leishmania isolada em Creta, e em Jericó, onde a cepa de Jericó causou baixa infectividade dos P. papatasi de Creta (ADLER & THEODOR, 1957).

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A infecção do vetor flebotomíneo com leishmanias pode persistir por 15 dias, e alguns fatores são incriminados por ADLER & THEODOR (1957) como determinantes para afetar este prazo: quantidade de soro sanguíneo ingerido e tempo de digestão do alimento sanguíneo.

Os primeiros estudos indicavam anteriormente, que no intestino médio o sangue por ser envolvido pela matriz peritrófica, composta de quitina, proteínas e glicoproteínas, secretadas pelas células do intestino médio permanecia estéril. Pois entre as funções da matriz peritrófica pode-se citar: (a) proteção do epitélio contra elementos constituintes do bolo alimentar ; (b) compartimentalização do bolo alimentar; (c) proteção contra patógenos; (d) controle do fluxo de pequenas moléculas como enzimas digestivas e produtos da digestão; (e) detoxificação e sequestro do “heme” produzido pela quebra da hemoglobina. Complementarmente, foi demonstrado que o divertículo esofagiano de P. papatasi apresenta atividade anti-bacteriana e postulado que o intestino médio do inseto é livre de bactérias devido ao efeito destes inibidores presentes no divertículo (MONTEIRO, 2012).

Mas mesmo com todos os estudos iniciais que foram demonstrados, dados citados por MONTEIRO (2012) demonstram a presença de uma microbiota intestinal em flebotomíneos. Um estudo pioneiro ainda demonstrou a lise causada por bactérias sobre Leishmania, neste caso, observaram este fenômeno com Serratia marcescens atuando na parede celular de L. (L.) infantum chagasi e L. (V.) braziliensis. Os estudos que visaram caracterizar a microbiota intestinal de flebotomíneos, têm encontrado uma maior quantidade de bacilos Gram negativos, com destaque para as bactérias Providência sp. e Acinobacter soli que já foram identificadas. Entretanto, a presença de Peptídeos antimicrobianos (AMPs) no organismo dos insetos, têm se mostrado importantes moléculas de proteção no intestino de invertebrados, sendo essenciais na imunidade contra bactérias e fungos.

2.6 Estratégias de controle vetorial

Na tentativa de barrar a expansão dessas doenças emergentes, o controle de flebotomíneos iniciou inconscientemente no Brasil a partir do uso do inseticida DDT contra o vetor da malária (LEWIS, 1974). Em 1954, já com a finalidade direcionada aos

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flebotomíneos, este tratamento foi utilizado no Rio de Janeiro (DANTAS-TORRES & BRANDAO-FILHO, 2006), seguindo de Ceará e Minas Gerais em 1964.

Em alguns casos, o resultados possibilitaram a ausência de L. longipalpis por cinco anos, em outro por oito meses. Após o DDT, utilizou-se o BHC até 1992, quando por razões de impacto ambiental, uso descontrolado e aparecimento de resistência e tolerância em três espécies de flebotomíneos no velho mundo (P. papatasi, Phlebotomus argentipes e Sergentomyia shorttii), a Organização Mundial da Saúde (WHO) proibiu sua utilização dos organoclorados na maioria dos países. Foi então que se iniciou o uso de piretróides, buscando causar menor impacto ambiental (ALEXANDER & MAROLI, 2003).

Estas falhas nos programas de controle de vetores, resultaram na emergência e reemergência de enfermidades, como as arboviroses e a leishmaniose (ADLER & THEODOR, 1957) que reapareceu num cenário onde se detectou uma nova doença infecciosa, a AIDS. Esta doença viral causadora de imunodeficiência, estava geralmente associadas a outras doenças recorrentes, foi então que esta associação entre agentes infecciosos tornou-se o mais importantes problema sanitário naquele momento (GRATZ, 1999).

De acordo com o ministério da Saúde, as recomendações para conseguir bons resultados no controle do vetor são dependentes de estudos epidemiológico e entomológico em cada localidade, juntamente com o controle químico realizado nas áreas de transmissão e no período em que a população de flebotomíneos tende a crescer (PRADO et al., 2011).

No estudo epidemiológico em zonas urbanas, os cães são identificados como principais reservatórios domésticos de leishmaniose visceral, então a vigilância canina é crucial para o controle da doença (ANDRADE et al., 2012). Deve ser lembrado ainda, que mesmo se os animais não apresentarem sinais clínicos, eles podem estar infectados e atuarem como fonte de infecção para flebotomíneos (PRADO et al., 2011).

Estudos de identificação e dispersão espacial e temporal das populações de flebotomíneos, sejam em nível nacional, estadual ou municipal, são fundamentais para demarcar áreas vulneráveis ou propícias à transmissão da leishmaniose e para uma melhor compreensão da epidemiologia das outras doenças (COLACICCO-MAYHUGH et al., 2010).

ANDRADE et al. (2012) demonstraram que L. longipalpis foi mais encontrada após o período de fortes chuvas, por isso se recomenda que sejam aplicadas as medidas

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de controle contra o vetor neste momento. No entanto, mesmo que se capture espécies de flebotomíneos não associadas à transmissão de leishmaniose, sua identificação não é menos importante, porque elas podem ser transmissoras de outras doenças como as arboviroses.

São todos estes dados que permitirão uma organização do serviço público para preparar programas de prevenção e controle da saúde pública (OLIVEIRA, 2010). Portanto, as medidas de profilaxia e controle se voltam ao vetor, que pela falta de informação dos sítios de reprodução, só resta a opção do controle dos insetos na fase adulta (ACEVEDO & ARRIVILLAGA, 2008).

O uso de bactérias transgênicas da microbiota dos organismos é uma possibilidade para o controle de doenças (MONTEIRO, 2012). Mas este controle biológico de flebotomíneos ainda não é viável, pois poucos inimigos naturais são conhecidos (LEWIS, 1974).

A interrupção do ciclo deste parasito pelo controle de vetores, desde que seja com uso de inseticidas permitidos, pode ser a opção mais barata e aplicável neste novo século (ALEXANDER & MAROLI, 2003), contudo, é preciso associar ao controle do agente, para obter bons resultados (DANTAS-TORRES, 2009).

Por fim, as medidas de saneamento ambiental e o afastamento dos animais domésticos do peridomicílio podem servir como métodos auxiliares para o controle de flebotomíneos, pois constatou ser capaz de atenuar a transmissão de Leishmania para o homem em áreas endêmicas de leishmaniose tegumentar (TEODORO et al., 1999).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O incentivo ao estudo de flebotomíneos motivou-se por tratar de um inseto vetor de doenças de importância em saúde pública e sanidade animal, com destaque à leishmaniose, cujo tratamento humano é difícil e prolongado, e o tratamento animal é legalmente proibido.

No Brasil já somam 260 espécies identificadas, algo que tornou-se possível após o estudo aprofundado da morfologia deste gênero. Além do estudo morfológico para a identificação, é essencial o estudo biológico para possibilitar o manejo das espécies e a condução de pesquisas laboratoriais.

Quando tratamos da distribuição geográfica destes animais, é possível encontrar eles habitando diferentes condições ambientais, o que sugere uma eficiente capacidade de adaptação ao meio, e distribuição espacial.

Com a reemergência da leishmaniose, ficou esclarecido que os vetores não estão controlados, e ao contrário do que se esperava, estes insetos estão cada vez mais próximos do ser humano e suas residências.

O sucesso do controle da leishmaniose, está direcionado ao controle de seu vetor. Mas esta medida não está bem definida ainda, e os estudos já realizados são preocupantes, pois demonstram resistências e adaptações dos insetos à principal medida de controle, que pensam ser a aplicação de inseticida com alto poder residual.

Muitas variáveis ainda devem ser esclarecidas sobre este assunto. É preciso de mais estudos para obter resultados promissores, enquanto isso, as organizações de saúde batalham sem um sólido conhecimento.

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