RADIAÇÃO
DE
CORPO NEGRO
FÍSICA PARA ENGENHARIA ELÉTRICA
“Consideramos, porém – este é o ponto mais importante de todo o cálculo – que a energia dos osciladores é a soma de um número inteiro de partes iguais” – Max Planck
José Fernando Fragalli Departamento de Física – Udesc/Joinville
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
2. Resultados Experimentais
3. Modelo de Wien
5. Modelo de Planck
4. Modelo de Rayleigh-Jeans
1. Introdução
Existem situações práticas para um engenheiro onde ele se depara com a chamada radiação de corpo negro.
Uma delas é saber como se mede a temperatura, por exemplo, de um alto-forno.
Pirômetro óptico em
ação
1. INTRODUÇÃO
Importância da Radiação Térmica para a Engenharia
Para tal situação existe um equipamento chamado
pirômetro óptico capaz de fornecer a temperatura de um alto forno por medidas indiretas.
Esquema básico da constituição de um pirômetro óptico
1. INTRODUÇÃO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A temperatura da fonte (por exemplo, o alto-forno) é
determinada por comparação, variando a potência da
radiação emitida pela lâmpada.
Para comparação utiliza-se um filtro que seleciona a cor através do comprimento de onda (
λλλλ
= 650 nm – vermelho).Imagem observada no visor do pirômetro óptico 1. INTRODUÇÃO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Funcionamento do pirômetro óptico
Se o filamento de tungstênio estiver a uma temperatura menor do que a da fonte, o fundo estará mais brilhante que o filamento (posição LOW).
Se o filamento de tungstênio estiver a uma temperatura maior do que a da fonte (alto-forno), o filamento estará mais brilhante que o fundo (posição HIGH).
1. INTRODUÇÃO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Visão do filamento do pirômetro óptico
Imagem observada no visor do pirômetro óptico
Esquema básico de um pirômetro óptico
Se o filamento e a fonte estiverem à mesma temperatura, não se distingue as imagens (posição NULL).
Quando a imagem do filamento desaparece a corrente elétrica que passa pela lâmpada indica a temperatura da fonte.
A temperatura do filamento é
previamente conhecida por calibração.
1. INTRODUÇÃO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
O ajuste da cor do filamento no pirômetro óptico
Esquema básico de um pirômetro óptico Imagem no visor do pirômetro óptico
Em uma boa aproximação o filamento de tungstênio comporta-se como um corpo negro, cuja curva de calibração para a intensidade emissiva Rλλλλ(
λλλλ
) é mostrada abaixo.( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 1 2 5 2 T k c h c h R B CN λ λ π λλ Já para o corpo cuja
temperatura queremos
medir a curva de calibração
depende da emissividade do corpo e(
λλλλ
).( ) ( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 1 2 5 2 T k c h c h e R B λ λ π λ λ λ 1. INTRODUÇÃORADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A Física do comportamento do pirômetro óptico
h = 6,62××××10-34 J⋅⋅⋅⋅s: constante de Planck
c = 2,9979××××108 m/s: velocidade da luz no vácuo
kB = 1,38××××10-23 J/K: constante de Boltzmann
λλλλ: comprimento de onda da radiação emitida
No comprimento de onda do filtro (
λλλλ
= 650 nm) os valoresdas potências luminosas emitidas pelo filamento de
tungstênio e pelo corpo são as mesmas.
Através desta igualdade, obtemos a equação abaixo.
( )
[
filtro]
filtro B FT Ce
c
h
k
T
T
λ
ln
λ
1
1
⋅
⋅
⋅
+
=
Sabendo-se o valor da emissividade do corpo e(
λλλλ
filtro) para o comprimento de onda do filtro usado, determina-se facilmente a temperatura do corpo.1. INTRODUÇÃO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A determinação da temperatura do corpo
TFT: temperatura do filamento de tungstênio
2. Resultados Experimentais
3. Modelo de Wien
5. Modelo de Planck
4. Modelo de Rayleigh-Jeans 1. Introdução
Um corpo aquecido emite radiação eletromagnética em
um espectro contínuo, com maior intensidade na região do
infravermelho (IR).
Matéria e radiação interagem e atingem o equilíbrio
termodinâmico através de trocas de energia.
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Emissão de radiação por corpos aquecidos
Imagem reconstruída a partir da emissão IR de
um homem
Distinção entre dois corpos a temperaturas
Definimos a intensidade emissiva (e) de um corpo como sendo a energia emitida por unidade de área e por unidade de tempo.
Definimos a absorvidade ou
absorbância (a) como sendo a fração da energia incidente sobre a superfície de um corpo que é absorvida por ele.
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Algumas definições Corpos a diferentes temperaturas com emissividades distintas A absorbância de um corpo e o seu processo de medida
Abaixo listamos algumas propriedades importantes para o campo de radiação, além das relações entre elas.
c
u
I
=
⋅
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Propriedades mecânicas da radiação
a) Energia (U) e densidade de energia (u); b) intensidade (I);
c) momento linear (p);
d) pressão de radiação (P);
e) pressão de radiação de cavidade (PRC);
c
U
p
=
P
u
RC=
⋅
3
1
Definimos radiância (R) como sendo a quantidade de
energia irradiada pelo elemento de área dS que contém um
ponto P, por unidade de tempo, por unidade de área, pelo corpo aquecido a uma temperatura T.
( )
dt
dS
U
d
P
R
⋅
=
2
[ ]
R
=
J
/
m
2⋅
s
=
W
/
m
2SI
Intensidade!!!( )
T
R
R
=
2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Mais definições
Radiação emitida por um ponto P a uma temperatura T
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Radiância de uma cavidade
Assim como definimos a pressão de radiação para uma cavidade, também podemos definir a radiância de uma cavidade RC.
Obtemos também uma relação entre a radiância de uma cavidade RC e a densidade de energia u existente dentro dela.
c
u
R
C
=
⋅
⋅
4
1
Radiância de uma cavidadeDefinimos radiância espectral Rλλλλ (em termos do comprimento de onda) tal que a quantidade Rλλλλ·d
λλλλ
seja a taxa temporal com que a energia de um corpo aquecido é irradiada, por unidade de área, nos comprimentos de onda entreλλλλ
eλλλλ
+ dλλλλ
.( )
λ
λ
λ
d
dR
R
=
[ ]
R
λ=
W
/
m
2⋅
m
=
W
/
m
3SI
2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Definimos radiância espectral Rνννν (em termos da frequência) tal que a quantidade Rνννν·d
νννν
seja a taxa temporal com que a energia de um corpo aquecido é irradiada, por unidade de área, nas frequências entreνννν
eνννν
+ dνννν
.( )
ν
ν
ν
d
dR
R
=
[ ]
R
ν=
W
/
m
2⋅
Hz
=
W
⋅
s
/
m
2SI
2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A radiância R(T) e as radiâncias espectrais Rνννν ou Rλλλλ estão relacionadas pela equação mostrada abaixo.
( )
∫
( )
∫
∞ ∞⋅
=
⋅
=
0 0ν
ν
λ
λ
ν
λ
d
R
d
R
R
ν
ν
λ
λ
ν
R
c
R
c
R
=
⋅
=
⋅
2
2
2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Da mesma forma, definimos a densidade espectral de energia uνννν(
νννν
) em termos da frequência.Analogamente, definimos a densidade espectral de
energia uλλλλ(
λλλλ
) em termos do comprimento de onda.( )
λ
λ
λ
d
du
u
=
∫
( )
∞⋅
=
0λ
λ
λd
u
u
( )
ν
ν
νd
du
u
=
∫
( )
∞⋅
=
0ν
ν
νd
u
u
⇒ ⇒⇒ ⇒ ⇒ ⇒⇒ ⇒ 2. RESULTADOS EXPERIMENTAISDensidades espectrais de energia
As densidades espectrais de energia uνννν(
νννν
) e uλλλλ(λλλλ
) estão relacionadas com as respectivas radiâncias espectrais Rνννν(νννν
) eRλλλλ(
λλλλ
) através das equações mostradas abaixo.Por sua vez, as densidades espectrais de energia uνννν(
νννν
) e uλλλλ(λλλλ
) estão relacionadas entre si através de uma relação similar àquela para asradiâncias espectrais Rνννν(
νννν
) e Rλλλλ(λλλλ
).( )
u
( )
c
R
λλ
=
⋅
λλ
⋅
4
1
( )
( )
c
u
R
νν
=
⋅
νν
⋅
4
1
( )
( )
ν ν( )
ν λ λ ν ν λ u c u c u = ⋅ = ⋅ 2 2 ⇒ ⇒⇒ ⇒λ
ν
=
c
2. RESULTADOS EXPERIMENTAISPropriedades das densidades espectrais de energia
Em 1853 William Ritchie usou um termômetro diferencial e obteve o resultado mostrado abaixo.
2
2
1
1
a
e
a
e
=
Termômetro Diferencial de Leslie 2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
N é CORPO NEGRO
Vamos considerar a situação em que um corpo (por exemplo o corpo 2
→
→
→
→
N), absorva totalmente a radiação que incide sobre ele, ou seja, aN = 1.Como por definição temos que a1 < 1, então este fato implica que eN > e1.
1
2
=
a
N
=
a
1 1a
e
e
N=
1
1<
a
e
N>
e
14. A RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Conclusões e definições a partir do resultado de Ritchie
O corpo N (corpo negro) tem a maior absorbância e a
maior emissividade possível entre todos os corpos!!!
⇒ ⇒⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒
CORPO NEGRO É O ORIFÍCIO!!
Para obtermos resultados teóricos sobre o tema,
construímos um modelo para o Corpo Negro.
Este modelo deve ser tal que ele absorva toda radiação que incide sobre ele (aN = 1)
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Modelo de corpo negro
Cavidades com pequeno orifício que representam
Gustav Kirchoff
Um dos primeiros cientistas a tratar quantitativamente da emissão de radiação de corpos aquecidos foi Gustav Robert Kirchoff (1824-1887).
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A dependência da emissividade com a temperatura
A chamada Lei de Kirchhoff da Radiação
Térmica declara que “em equilíbrio térmico, a emissividade de um corpo (ou superfície) é igual à sua absorbância”.
A partir desta formulação Kirchoff concluiu
que a emissividade de um corpo negro é uma
função universal independente da forma,
Fio de platina
( )
211, 4
( )
1e T
=
⋅
e T
John Tyndall
Em 1864, John Tyndall (1820-1893) realizou experimento
envolvendo a radiação emitida por um fio de platina em duas temperaturas diferentes.
T1 = 525 °°°°C ⇒⇒⇒⇒ T1 = 798 K
T2= 1200 °°°°C ⇒⇒⇒⇒ T2 = 1473 K
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Resultados quantitativos obtidos por Tyndall
⇓ ⇓ ⇓ ⇓
Joseph Stefan
Em 1879, Joseph Stefan (1835-1893) escreveu um
trabalho no qual usou os dados de Tyndall.
( )
4,00 798 1473 log 4 , 11 log = = n( )
nT
T
R
=
σ
⋅
( )
4T
T
R
=
σ
⋅
σσσσ = 5,67××××10-8 W/m2 ⋅⋅⋅⋅K4 Dados de Tyndall T1 = 525 °°°°C ⇒⇒⇒⇒ T1 = 798 K T2= 1200 °°°°C ⇒⇒⇒⇒ T2 = 1473 K Proposta de Stefan Cálculo de Stefan Fórmula de Stefan 2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Resultados sistematizados por Stefan
⇓ ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ ⇓⇓⇓⇓
Ludwig
Boltzmann
4
R
= ⋅
σ
T
Em 1884, Ludwig Boltzmann (1844-1906) demonstrou
rigorosamente esta expressão, com base na existência da
pressão de radiação dentro da cavidade (corpo negro).
Boltzmann considerou a radiação como uma máquina térmica, sujeita às leis da
termodinâmica.
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Comprovação teórica obtida por Boltzmann
Ao lado mostramos resultados
experimentais obtidos por Otto Lummer
(1860-1925) e Ernst Pringsheim
(1859-1917) em 1899.
Este resultado foi obtido no
Physicalisch-Technische Reichsanstall, hoje conhecido como Max Planck Institute.
Otto Lummer
Ernst Pringsheim 2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Curvas para a radiância espectral Rλλλλ
Espectro de corpo negro obtido por Lummer e Pringsheim
Friedrich Paschen
Esta lei foi verificada experimentalmente inúmeras vezes.
b
T
MAX
⋅
=
λ
A confirmação mais cuidadosa desta lei foi obtida por Friedrich Paschen (1865-1947)
também em 1899.
Um resultado numérico muito importante é conhecido como Lei de Deslocamento.
Lei de Deslocamento
2. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
bA= 2,89××××10-3 m⋅⋅⋅⋅K
Abaixo mostramos uma comparação
entre o resultado obtido por Lummer e
Pringsheim com aquele obtido a partir de medidas atuais mais precisas.
b
T
MAX
⋅
=
λ
bL&P = 2,94××××10-3 m⋅⋅⋅⋅K 2. RESULTADOS EXPERIMENTAISRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Determinação da constante da Lei de Deslocamento
Espectro de corpo negro obtido por
Lummer e Pringsheim
2. Resultados Experimentais
3. Modelo de Wien
5. Modelo de Planck
4. Modelo de Rayleigh-Jeans 1. Introdução
Wilhelm Wien
De 1893 a 1896 Wilhelm Carl Werner Otto Fritz Wien
(1864-1928) se dedicou a estudos teóricos e empíricos para obter uma expressão para a densidade espectral de energia
uνννν(
νννν
).3. O MODELO DE WIEN
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A busca de Wien pela solução do problema
Prêmio Nobel de Física de 1911 –
“pelas descobertas das leis de irradiação
do calor” Medalha concedida aos
agraciados com o Prêmio Nobel de Física
Para isto, Wien considerou o Efeito Doppler que a radiação (onda eletromagnética) sofre ao incidir sobre uma parede espelhada em movimento.
Wien simulou o movimento de um pistão dentro do
cilindro, atribuindo á radiação uma característica mecânica.
Wien, a seguir, generalizou o raciocínio de Boltzmann, aplicando as leis da Termodinâmica à radiação contida em cada intervalo de frequência entre
νννν
eνννν
+ dνννν
.3. O MODELO DE WIEN
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
As hipóteses de Wien
Inicialmente Wien obteve uma relação geral, conhecida como Fórmula de Wien apenas relacionando a densidade espectral de energia com a frequência e a temperatura.
Após um cálculo exaustivo, Wien então obteve a relação mostrada abaixo.
( )
⋅
=
T
f
u
ν
ν
ν
3ν
Problema: nem os princípios e relações básicas da
Termodinâmica, nem do Eletromagnetismo permitem
determinar a forma funcional da função f(
νννν
/T).( )
T
g
(
T
)
u
=
⋅
λ
⋅
λ
λ
λ 51
,
Para determinar a forma funcional de f(
νννν
/T) Wien fez então uma conjectura.3. O MODELO DE WIEN
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
O primeiro resultado de Wien obtido em 1893
⇒ ⇒⇒ ⇒
Uma conjectura é uma ideia, fórmula ou frase, a qual não
foi provada ser verdadeira, baseada em suposições ou idéias com fundamento não verificado.
Conjectura de Wien: a densidade espectral de energia
deve ser do tipo daquela proposta por Maxwell para a
distribuição de velocidades de moléculas de um gás.
T
e
T
f
ν
β
ν
−
⋅
∝
( )
k
T
v
m
Be
v
n
⋅
⋅
−
∝
2 3. O MODELO DE WIENRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A conjectura de Wien
⇒ ⇒⇒ ⇒
Abaixo, reproduzimos as próprias palavras de Wien em
um dos seus artigos científicos.
“ ...uma visão atualmente aceita é que as cargas elétricas das moléculas podem excitar ondas eletromagnéticas ... e como o comprimento de onda
λλλλ
da radiação emitida por uma dada molécula é uma função da velocidade v, esta velocidade também é uma função deλλλλ
”.3. O MODELO DE WIEN
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Esta conjectura permitiu que Wien formulasse a seguinte proposta para a densidade espectral de energia uνννν(
νννν
).( )
⋅
−
⋅
⋅
=
T
u
ν
ν
α
ν
3
exp
β
ν
Wien usou então as relações entre uνννν(
νννν
) e Rλλλλ(λλλλ
) e obteve o resultado mostrado abaixo.( )
⋅
⋅
−
⋅
⋅
⋅
⋅
=
T
c
c
R
λ
β
λ
α
λ
λexp
1
4
1
5 5 3. O MODELO DE WIENRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A equação obtida por Wien não é correta para todo o espectro eletromagnético.
( )
⋅
−
⋅
⋅
⋅
⋅
=
T
c
R
νν
α
ν
exp
β
ν
4
1
3Por outro lado, esta equação
concorda muito bem para altas
frequências (comprimentos de onda pequenos), mas é ruim para baixas frequências (comprimentos de onda elevados).
3. O MODELO DE WIEN
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Análise do resultado final obtido por Wien
2. Resultados Experimentais
3. Modelo de Wien
5. Modelo de Planck
4. Modelo de Rayleigh-Jeans
1. Introdução
John William Strutt – Sir Rayleigh
No final do Século XIX o físico inglês John William Strutt
(1842-1919) tomou conhecimento dos resultados de Wien.
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A contribuição de Sir Rayleigh
Prêmio Nobel de Física de 1904 –
“pelas investigações sobre as densidades
dos gases e pela descoberta do
Argônio”
Medalha concedida aos agraciados com o Prêmio
Em consequência destes estudos, em Junho de 1900 Sir Rayleigh obteve uma nova expressão para uνννν(
νννν
).Sir Rayleigh passou a estudar então o fenômeno da radiação de corpo negro, fixando o seu olhar apenas nas características da radiação.
Ele também sabia das limitações do resultado de Wien no
que diz respeito ao comportamento ruim da densidade de
energia espectral para baixas frequências.
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Ao longo do desenvolvimento de seu modelo, Sir Rayleigh cometeu um pequeno erro de natureza geométrica.
Este erro foi observado e corrigido em 1905 pelo físico inglês James Hopwood Jeans (1877-1946).
James Hopwood Jeans
Por esta correção, a teoria clássica da radiação de corpo negro é conhecida como
Modelo de Rayleigh-Jeans.
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Desta forma, Sir Rayleigh pôde aplicar o Teorema da Equipartição da Energia ao problema da radiação de corpo negro.
A hipótese fundamental deste modelo é que o campo de
radiação está em equilíbrio termodinâmico com o corpo
negro que o emite.
Com esta hipótese, Sir Rayleigh considerou a troca de
energia entre o corpo aquecido a uma temperatura T e os
modos de oscilação do campo eletromagnético existentes dentro da cavidade (corpo negro).
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Abaixo enunciamos o Teorema da Equipartição de Energia.
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
O Teorema da Equipartição da Energia
Em um sistema termodinâmico em equilíbrio térmico a uma temperatura T, com N graus de liberdade, cada um deles contribui para o sistema com a mesma quantidade de energia elementar kB
⋅⋅⋅⋅
T.kB = 1,38××××10-23 J/K: constante de Boltzmann
Assim, a energia total de
um sistema com N graus de
liberdade é igual a N
⋅⋅⋅⋅
kB⋅⋅⋅⋅
T.T
k
N
Nesta equação
∆∆∆∆
n é o número de modos normais de oscilação (graus de liberdade) do campo de radiação com frequência entreνννν
eνννν
+∆ν
∆ν
∆ν
∆ν
.Desta forma, a energia total contida no campo de radiação com frequência entre νννν e
νννν
+∆ν
∆ν
∆ν
∆ν
é dada pela equação mostrada abaixo.n
T
k
U
=
B
⋅
⋅
∆
∆
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANSRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Sir Rayleigh levou em conta ainda que
a cavidade era feita com material
condutor.
O problema então passa a ser construir um modelo para o cálculo da quantidade
∆∆∆∆
n.Para este cálculo, Sir Rayleigh considerou a radiação de corpo negro como sendo o campo eletromagnético dentro de uma cavidade a uma dada temperatura T.
Desta forma, o campo elétrico na superfície da cavidade deve ser nulo!!!
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Características do campo eletromagnético na cavidade
Após um cálculo exaustivo, e levando em conta a
contribuição dada por Jeans, Sir Rayleigh obteve uma
expressão para o número de modos de oscilação do campo eletromagnético na cavidade.
ν
ν
π
⋅
⋅
⋅
∆
⋅
=
∆
2
3
3
8
c
a
n
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANSRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Os modos normais de oscilação do campo de radiação
Cavidade cúbica de aresta a e volume a3
Após ter calculado o número total de modos de oscilação
do campo eletromagnético, Sir Rayleigh pôde então
determinar a energia do campo de radiação
∆∆∆∆
U.Lembremos que no modelo clássico proposto por Sir
Rayleigh a energia do campo de radiação é proporcional a
kB
⋅⋅⋅⋅
T e dada pela equação mostrada abaixo.n
T
k
U
=
B⋅
⋅
∆
∆
ν
ν
π
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
∆
⋅
=
∆
2 3 38
k
T
c
a
U
B 4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANSRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
De volta ao Teorema da Equipartição da Energia
⇒ ⇒ ⇒ ⇒
Como a frequência do campo eletromagnético é uma variável contínua, Sir Rayleigh obteve a energia do campo de radiação dU com frequências entre
νννν
eνννν
+dνννν
.ν
ν
π
k
T
d
c
a
dU
=
⋅
⋅
3⋅
B⋅
⋅
2⋅
38
Com este resultado, Sir Rayleigh pôde determinar a
densidade espectral de energia do campo de radiação uνννν(
νννν
).( )
2 38
ν
π
ν
ν=
⋅
⋅
k
⋅
T
⋅
c
u
B 4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANSRADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
A obtenção de uma fórmula para a radiância espectral
( )
2 22
ν
π
ν
ν=
⋅
⋅
k
⋅
T
⋅
c
R
B( )
2 22
ν
π
ν
ν=
⋅
⋅
k
⋅
T
⋅
c
R
BVamos agora fazer a comparação entre o resultado teórico obtido por Sir Rayleigh (usando apenas argumentos
clássicos) com os resultados
experimentais.
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Os problemas do modelo clássico de Rayleigh-Jeans
Usamos então as relações entre uνννν(
νννν
) e Rλλλλ(λλλλ
) para obtermos a expressão para a radiância espectral mostrado abaixo.Para evidenciar ainda mais a falha no resultado obtido por Lord Rayleigh vamos calcular a energia total do campo eletromagnético contido na cavidade.
∫
∞ ⋅ ⋅ = 0 3 ν ν d u a U∫
∞ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 0 2 3 3 3 8 π ν ν d T k c a a U BU
→
∞
Ao aparecimento deste absurdo e
impossível infinito no resultado, dá-se o nome de catástrofe do ultravioleta.
É importante frisar que o absurdo da
catástrofe do ultravioleta era do
conhecimento de Lord Rayleigh.
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANSCATÁSTROFE DO ULTRAVIOLETA MODELO CLÁSSICO É INADEQUADO
⇒
⇒
⇒
⇒
FALHA AO USAR O TEOREMA DA EQUIPARTIÇÃO DA ENERGIA NECESSIDADE DE UMNOVO MODELO PARA DESCREVER AS TROCAS
DE ENERGIA ENTRE A
RADIAÇÃO E A MATÉRIA
O quadro abaixo mostra a situação encontrada por Max
Planck quando ele resolveu atacar o problema da radiação de corpo negro a partir dos primeiros princípios da Física.
⇐
⇐
⇐
⇐
⇓
⇓
⇓
⇓
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
4. O MODELO DE RAYLEIGH-JEANS
2. Resultados Experimentais
3. Modelo de Wien
5. Modelo de Planck
4. Modelo de Rayleigh-Jeans
1. Introdução
Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858-1947) era professor na Universidade Friedrich Wilhelm em Berlim no ano de 1900, sucedendo a Gustav Kirchoff na cadeira de Física Teórica, quando desenvolveu a teoria sobre a radiação de corpo negro.
Max Planck
Abordagem histórica
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Prêmio Nobel de Física de 1918 – “por trabalhos
no desenvolvimento da Física e pela descoberta
dos quanta de energia”
Medalha concedida aos agraciados com o Prêmio
Por residir em Berlim, Planck tinha contato permanente
com os pesquisadores do Physicalisch-Technische
Reichsanstall, tais como Lummer, Pringsheim, Rubens e
Kurlbaum.
Ao longo do ano de 1900, de Fevereiro a
Outubro, estes cientistas haviam obtido uma curva experimental para a radiação emitida por um corpo negro.
Como já vimos, estes resultados
contradiziam o modelo teórico
apresentado por Wien em 1896. Um pouco mais de história
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
Planck decidiu então abordar o problema da radiação de corpo negro, já que havia um desafio em obter um modelo teórico que explicasse o resultado experimental.
Em Outubro de 1900, Planck encontrou uma fórmula que
fornecia um excelente ajuste a todos os resultados
experimentais conhecidos.
Nos três meses seguintes, Planck buscou ume
justificativa teórica para a sua fórmula. Mais história
5. O MODELO DE PLANCK
Para chegar ao resultado final, Planck utilizou argumentos da Teoria Eletromagnética, da Termodinâmica e da Mecânica Estatística.
Por desenvolver seu modelo no mesmo ano, Planck, ao
que parece, não conhecia ou não deu importância aos resultados obtidos por Sir Rayleigh.
Como vemos, Planck procurou por um modelo teórico
que levasse em conta todos as grandes teorias existentes na sua época.
A abordagem de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
Planck considerou que o emissor de radiação eram as cargas elétricas presentes na superfície do corpo negro.
Assim, estas cargas elétricas comportavam-se como
osciladores radiantes.
Desta forma, para Planck era muito importante utilizar os conceitos da Teoria Eletromagnética.
Segundo Planck, as cargas elétricas oscilavam excitadas pela temperatura do corpo aquecido.
A origem da radiação nos corpos aquecidos
5. O MODELO DE PLANCK
Por sua vez, Planck dominava como poucos os conceitos
da Termodinâmica.
Ele percebeu que o conceito de entropia deveria
desempenhar um papel importante no processo de troca de
energia entre o corpo negro aquecido (matéria) e a radiação.
Por fim, como havia um número muito grande de
osciladores presentes na matéria, Planck considerou
importante usar os conceitos da Mecânica Estatística. O papel da entropia da radiação
5. O MODELO DE PLANCK
No artigo “Sobre um aperfeiçoamento da fórmula de Wien” publicado em 1900, Planck mostrou que a fórmula de
Wien não era válida para todas as frequências emitidas pelo corpo negro.
Como vimos, Planck partiu do princípio que a radiação emitida por um corpo aquecido era proveniente das cargas das paredes da cavidade, aceleradas pela temperatura.
A fórmula de Wien ela era apenas aproximadamente
correta como caso limite para grandes frequências. Uma primeira abordagem de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
Planck considerou a situação mais simples, na qual as cargas aceleradas executam um movimento harmônico simples com frequência
νννν
.Estas cargas em movimento harmônico simples
constituem-se em osciladores carregados.
Os osciladores carregados como emissores de radiação
5. O MODELO DE PLANCK
Em primeiro lugar Planck procurou escrever uma expressão para a densidade de energia espectral uνννν do
campo eletromagnético em termos da energia média do
oscilador.
Para isto, Planck considerou que os osciladores das
paredes das cavidades estavam em equilíbrio termodinâmico com a radiação eletromagnética estabelecida em seu interior.
Assim, a perda de energia de cada oscilador seria compensada pela absorção da energia da radiação.
O papel do equilíbrio termodinâmico
5. O MODELO DE PLANCK
U
c
R
ν
=
2
⋅
2
π
⋅
ν
2
⋅
Esta expressão mostra que a radiância espectral da radiação é determinada pela energia média do conjunto dos osciladores carregados.
Assim, impondo o equilíbrio termodinâmico entre
osciladores e radiação em 1899 Planck obteve o conhecido
Teorema de Planck, cujo resultado é mostrado abaixo. O Teorema de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
Planck, por sua vez, preferiu realizar uma abordagem
termodinâmica para o cálculo da energia média dos
osciladores.
Ele levou em conta a relação entre a entropia de um único
oscilador e a sua energia média, mantido o volume da
cavidade constante.
Planck tomou como base o modelo empírico de Wien, que ele sabia que apresentava bom comportamento para altas frequências mas ruim para baixas frequências.
O primeiro trabalho de Planck: o ajuste de curvas
5. O MODELO DE PLANCK
Após fazer um pequeno ajuste na fórmula de Wien,
Planck obteve a expressão para a energia média dos osciladores, mostrada abaixo.
Planck substituiu esta
expressão em seu teorema e obteve o resultado mostrado abaixo.
1
exp
−
⋅
=
T
A
B
B
U
( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 2 2 2 T A B B c Rνν
π
ν
O ajuste de curvas via correção na fórmula de Wien
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
Mas, e as constantes A e B? Como Planck as determinou?
Para determinar a constante B Planck seguiu o
argumento de Wien tal que uνννν(
νννν
) =νννν
3⋅⋅⋅⋅
f(νννν
/T) (correto!!!). Para satisfazer o argumento deWien, esta condição,
necessariamente a constante B deve ser proporcional à frequência.
ν
⋅
=
c
1B
( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 2 1 3 2 1 T A c c c R ν ν π ν νA obtenção do resultado correto!!!
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
Assim, Planck obteve a expressão para a radiância espectral, mostrada abaixo.
( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 2 1 3 2 1 T A c c c Rν
ν
π
ν
νEste resultado ajusta-se
completamente com os dados
obtidos experimentalmente,
dependendo apenas dos valores das constantes c1 e A!!!
O ajuste perfeito com a curva experimental
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
( )
−
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
=
1
exp
2
1 3 2 1T
A
c
c
c
R
ν
ν
π
ν
νEste resultado foi publicado em 1900 no artigo “Sobre um aperfeiçoamento da equação de Wien para o espectro”, já citado anteriormente.
Nas palavras de Planck: “como demonstrado por exemplos numéricos, tal fórmula se ajusta muito bem aos dados experimentais existentes (com valores convenientes das constantes c1 e A). Gostaria então de chamar a nossa atenção para essa fórmula que considero a mais simples possível, além da de Wien, sob o ponto de vista da teoria eletromagnética da radiação”.
A surpresa (??!!!) de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
A fórmula obtida pelo ajuste de curvas ainda é EMPÍRICA, isto é, NÃO existe um modelo físico que a justifique.
FÓRMULA EMPÍRICA Precisa de uma teoria que a justifique!!! ( ) − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 2 1 3 2 1 T A c c c R ν ν π ν ν ⇒⇒⇒⇒ ⇒⇒⇒⇒
O próprio Planck não ficou totalmente satisfeito com a “dedução” da fórmula acima, pois ele sabia que tal fórmula carecia de fundamentação física.
Assim, Planck procurou (e encontrou em alguns
meses!!!) por um modelo que justificasse a equação
encontrada empiricamente. A falta de um modelo físico
5. O MODELO DE PLANCK
Ao procurar dar um conteúdo físico para sua fórmula,
Planck se deu conta que a entropia dos osciladores teria que ser determinada por argumentos probabilísticos.
Para tal, Planck utilizou-se dos conceitos da Mecânica Estatística, recém desenvolvida por Boltzmann.
Planck aplicou a análise
combinatória de Boltzmann, dividindo a
energia total U de um conjunto de N
osciladores idênticos e distinguíveis, tal que a sua energia média é dada pela
equação ao lado.
N
U
U
=
O segundo trabalho de Planck: o modelo físico
5. O MODELO DE PLANCK
Por outro lado, Planck admitiu que
poderiam existir M células
indistinguíveis tal que a energia E de um
único oscilador pode ser facilmente calculado.
Desta forma, Planck distribuiu os N osciladores pelas M células e calculou o número total de estados possíveis G desta distribuição.
(
)
(
)
(
!
!
)
!
!
1
!
!
1
N
M
M
N
N
M
M
N
G
⋅
+
≅
−
⋅
−
+
=
M
U
E
=
N e M são números muito grandesUma abordagem estatística
5. O MODELO DE PLANCK
Pela Mecânica Estatística, a entropia de um sistema está
associada ao número de estados possíveis G existentes
dentro dele através da relação obtida por Boltzmann.
G
k
S
=
B
⋅
ln
de Assim, aN osciladores distribuídosentropia do sistemapor M células é facilmente
determinada.
(
)
( )
⋅
+
⋅
=
!
!
!
ln
N
M
M
N
k
S
BO papel da entropia da radiação
5. O MODELO DE PLANCK
Após um exaustivo
cálculo, Planck chegou
então ao resultado mostrado ao lado.
+
⋅
=
U
E
E
k
T
B1
ln
1
A partir daí, Planck foi capaz de calcular a energia média dos osciladores como mostrado abaixo.
−
⋅
=
1
exp
T
k
E
E
U
B E é a energia de um único osciladorA obtenção da energia média dos osciladores
5. O MODELO DE PLANCK
Planck propôs então que a energia de um único oscilador
E fosse proporcional à frequência
νννν
.ν
⋅
=
h
E
−
⋅
⋅
⋅
=
1
exp
T
k
h
h
U
Bν
ν
h é uma constante a ser determinada (constante de Planck)
Esta proposição de Planck é coerente com os argumentos
(corretos!!!) de Wien que
tenhamos uνννν(
νννν
) =νννν
3⋅⋅⋅⋅
f(νννν
/T) e leva ao resultado mostrado ao lado.A energia de um único oscilador
5. O MODELO DE PLANCK
Depois de calcular a energia média dos osciladores,
Planck utilizou o seu teorema e determinou a radiância espectral.
( )
−
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
=
1
exp
2
3 2T
A
h
c
h
R
ν
ν
π
ν
νA determinação da radiância espectral
5. O MODELO DE PLANCK
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
Espectro de corpo negro
Porém, após chegar com sucesso ao resultado correto para o espectro de radiação de um corpo negro, uma questão ainda precisou ser respondida por Planck.
Qual comportamento
deve ter a interação da
radiação com a matéria para
que um oscilador com
energia h
⋅ν
⋅ν
⋅ν
⋅ν
produza uma energia média do conjunto deosciladores igual ao
resultado obtido por ele?
−
⋅
⋅
⋅
=
1
exp
T
k
h
h
U
Bν
ν
???? Um questionamento de Planck 5. O MODELO DE PLANCKPlanck admitiu que a interação entre o campo de radiação e o corpo aquecido se dava através de trocas de energias
discretas (não-contínuas)!!!
O modelo de Planck está baseado no postulado
fundamental de que a troca de energia entre os osciladores e o campo de radiação NÃO é uma grandeza contínua, mas só
pode se dar através de valores discretos e múltiplos de uma
quantidade elementar.
A resposta de Planck ao seu questionamento
5. O MODELO DE PLANCK
n é um número inteiro
Como as trocas de energia se dão de forma discreta,
nesta situação a energia dos osciladores U também pode
admitir apenas valores discretos, múltiplos do QUANTUM DE ENERGIA. 0
U
n
U
U
=
n=
⋅
Assim, Planck propôs que a energia dos osciladores só pode ser múltiplo inteiro de uma quantidade elementar U0.
U0 é o
QUANTUM DE ENERGIA
As trocas de energia no modelo de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
U c R = ⋅ 2⋅ ⋅ 2 2 π ν ν
( )
( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ = 1 exp 2 4 3 2 T k h c h u c R B ν ν π ν ν ν νAssim, a proposição de Planck de que as trocas de
energia entre a matéria (osciladores!!!) e a radiação são quantizadas leva ao resultado esperado para a radiância espectral para a radiação de corpo negro.
0
U
n
U
=
⋅
O resultado final e correto!!!
5. O MODELO DE PLANCK
Partindo da fórmula de Planck, que é aquela que traduz com exatidão os resultados experimentais, podemos fazer uma comparação entre todos os modelos estudados.
Com esta equação podemos estudar as situações limites para baixas freqüências (comprimentos de onda elevados) e altas frequências (comprimentos de onda baixos).
Modelo de Wien e Modelo de Rayleigh-Jeans como casos particulares do Modelo de Planck
5. O MODELO DE PLANCK
Estes resultados podem ser sintetizados no gráfico abaixo.
( )
2 4λ
π
λ
λ T k c h R = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ B ⋅ ( ) ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = T k c h c h R B λ λ π λ λ exp 2 5 2( )
− ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = 1 exp 1 2 5 2 T k c h c h R B λ λ π λ λ W R-J PUm olhar sobre as três equações relativas a cada modelo
5. O MODELO DE PLANCK
É possível afirmar sem medo de errar que a Física tomou
outro rumo após a contribuição de Planck para a
compreensão da radiação emitida por um corpo aquecido.
Ao invocar ideias da Mecânica Estatística para obter sua fórmula, Planck só conseguiu este objetivo introduzindo conceitos totalmente contraditórios à Física Clássica.
Nas palavras do próprio Planck: “Consideramos, porém –
este é o ponto mais importante de todo o cálculo – que a energia dos osciladores é a soma de um número inteiro de partes iguais”.
O legado de Max Planck para a Física
5. O MODELO DE PLANCK
Por muitos anos Planck procurou conciliar as concepções clássicas com a ideia da quantização, ao ponto de, em 1931 afirmar que seu rompimento com a Física
Clássica foi “um ato de desespero”.
Apesar de sua contribuição revolucionária, ironicamente
Planck era, por formação, um físico muito conservador,
convicto da validade da Física Clássica.
Por causa disso o físico e historiador da Ciência
Abraham Pais caracterizou Planck como um “revolucionário relutante”.
Planck, o revolucionário relutante
5. O MODELO DE PLANCK
Einstein foi o primeiro físico – e por cerca de 25 anos, o
único – a perceber as consequências revolucionárias dos
resultados de Planck sobre a natureza da radiação,
baseando-se nelas para introduzir o conceito de fóton.
A rigor, o nome “quantum de energia” foi dado por
Einstein em 1905 em seu trabalho sobre o Efeito Fotoelétrico.
A formulação quantitativa da Mecânica Quântica só ocorreu a partir de 1925 com os trabalhos de Heisenberg,
Schroedinger, Dirac e Born.
Planck e o “quantum de energia”
5. O MODELO DE PLANCK