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Os Qualissignos nas 66 classes de signos de C.S.Peirce: uma análise semiótica da fonte tipográfica Univers Revolved 1

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Os Qualissignos nas 66 classes de signos de C.S.Peirce: uma análise semiótica da fonte tipográfica Univers Revolved1

Priscila Monteiro Borges2

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.

Resumo

O potencial analítico da teoria semiótica de C.S.Peirce é conhecido pelos pesquisadores da área. Mas, apesar de Peirce ter proposto um sistema com 66 classes de signos, a maioria das aplicações semióticas utilizam apenas os sistemas de três e dez classes. As 66 classes não são muito conhecidas, pois não foram suficientemente trabalhadas por Peirce. Um tema deixado em aberto que gera muitas controvérsias entre seus comentadores. Apesar disso, desenvolvi um método de análise com as 66 classes de signos e tenho testado-o em aplicações semióticas. O trabalho aqui apresentado propõe mostrar parte desta pesquisa. A partir da análise dos qualissignos de uma fonte tipográfica, será exposto como o conceito de qualissigno se desenvolve nas 66 classes de signos, evidenciado seu papel fundamental na capacidade representativa do signo.

Palavras-chave: semiótica aplicada; C.S.Peirce; qualissignos; 66 classes de signos;

tipografia.

Introdução

Este trabalho é parte de uma pesquisa cujo objetivo é desenvolver um método de análise semiótica utilizando o sistema de 66 classes de signos de C.S.Peirce. O método foi desenvolvido teoricamente e sua aplicação em análises tem o papel de testar empiricamente o modelo. Este texto apresenta a análise semiótica dos qualissignos de uma fonte tipográfica, essa é a primeira etapa de uma análise que se extende aos sinsignos e legissignos. A análise completa encontra-se em BORGES (2010).

Charles Sanders Peirce (1839-1914) foi um intelectual, cientista, lógico, norte americano conhecido por ser fundador da semiótica ou ciência dos signos com bases filosóficas. A semiótica peirceana tem como proposta desenvolver um modelo capaz de explicar toda a multiplicidade de fenômenos no mundo. Ela foi criada como uma disciplina filosófica constituída de um padrão de classificação que indica logicamente todas as semioses possíveis e tem sido amplamente aplicada aos mais variados signos.

Peirce concebeu a semiótica a partir de um processo sistemático de observação e experiência com os fenômenos, do qual ele concluiu que existiam três categorias

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Trabalho apresentado no GT – Semiótica do XI Congresso Lusocom, realizado de 4 a 6 de agosto de 2011. 2Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Pesquisadora e Diretora Executiva do Centro Internacional de Estudos Peirceanos, CIEP, PUC-SP. Vice-secretária geral da International Association for Semiotics Studies, IASS-AIS. Professora colaboradora na pós-graduação do Centro Universitário UNA - Belo Horizonte. email:

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fundamentais presentes em todos os fenômenos. Chamadas de categorias fenomenológicas são elas: primeiridade, secundidade e terceiridade. Ideias de primeiridade estão relacionadas à originalidade, novidade, acaso, potência, qualidade, mônada, indeterminação. É aquilo que é em si mesmo, sem referência a nada, livre de qualquer coisa. A ideia de secundidade está aliada à experiência de esforço, à relação com um segundo termo, mas sem referência a um terceiro. Díade, dualidade, oposição, conflito, resistência, aqui e agora, ação bruta. É uma experiência do instante, portanto, única, individual e particular. A terceira categoria consiste na ideia de lei, pensamento, hábito, temporalidade. Ela é a mediação, ou seja, um elemento capaz de estabelecer a ligação entre outros dois termos. Envolve, portanto, generalidade, propósito, continuidade e representação (SANTAELLA, 2000, p.08).

As categorias fenomenológicas são encadeadas de modo que a primeira é a única independente, a segunda depende da existência da primeira e a terceira depende da segunda e, consequentemente, da primeira. Primeiridade, secundidade e terceiridade também foram chamadas de qualidade, relação e representação. Uma relação só é possível quando existem qualidades e uma representação depende tanto de qualidades quanto de relações (EP 2:270 [1903]).

O signo é um elemento da terceira categoria, pois ele é constituído por uma relação triádica e tem o papel de representar. Os três termos que compõem a relação triádica do signo são: o fundamento, o objeto e o interpretante do signo. Segundo Peirce esses três termos estão em relação no signo da seguinte maneira:

um signo intenta representar, em parte, pelo menos, um objeto que é, portanto, num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo que o signo represente o objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu objeto implica que ele afete uma mente de tal modo que, de certa maneira, determina, naquela mente, algo que é mediatamente devido ao objeto. Essa determinação da qual a causa imediata ou determinante é o signo e da qual a causa mediada é o objeto pode ser chamada de interpretante. (CP 6.347 [1909] apud SANTAELLA, 2001, p.42-43)

A primeira classificação dos signos de Peirce mostra apenas um aspecto sob o qual o signo pode ser analisado: sua referencialidade, ou seja, a relação entre signo e objeto. Quando a relação é de primeiridade temos um ícone, de secundidade, um índice e de terceiridade, um símbolo. Apesar de amplamente divulgados e aplicados, esses três conceitos representam apenas o início da semiótica de Peirce que se estende a sistemas

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com 10 e 66 classes de signos.

O sistema de dez classes de signos também é bastante difundido, ele foi criado a partir da análise de três aspectos do signo: o fundamento do signo, a relação signo/objeto e a relação signo/interpretante. Cada aspecto é denominado uma tricotomia que apresenta três modalidades. O fundamento do signo pode ser um qualissigno, sinsigno ou legissigno. A relação entre signo e objeto pode ser icônica, indicial ou simbólica. Por fim, a relação entre signo e interpretante pode ser remática, dicente ou argumental. Quando as tricotomias são analisadas em sequência, respeitando-se as regras de relação entre as categorias, obtêm-se as dez classes de signos.

Já as 66 classes de signos foram sugeridas quando Peirce dividiu os objetos em imediato e dinâmico e os interpretantes em imediato, dinâmico e final. O que levou ao aumento dos aspectos a serem analisados no signo. As tricotomias passaram de três para dez: objeto dinâmico, objeto imediato, signo em si (ou fundamento do signo), relação entre signo e objeto dinâmico, interpretante imediato, interpretante dinâmico, relação entre signo e interpretante dinâmico, interpretante final, relação entre signo e interpretante final e, finalmente, relação entre objeto dinâmico, signo e interpretante final. Cada tricotomia pode ter três modalidades, o que gera um sistema com 66 classes de signos. Essa classificação foi sugerida por Peirce, mas não pode ser completamente desenvolvida por ele. Consequentemente, é um assunto pouco conhecido e explorado e ainda cheio de controvérsias entre os pesquisadores da área. (Sobre as 66 classes de signos ver: WEISS e BURKS, 1945; FARIAS e QUEIROZ, 2003, 2004, 2006; SANDERS, 1970; MERKLE, 2001; ROMANINI, 2006; BORGES, 2010.)

Em busca de explorar o sistema de 66 classes de signos, construí um modelo denominado Signtree e desenvolvi um método para aplicá-lo (BORGES, 2010). O uso do modelo Signtree em análises semióticas tem a importante função de testar o método desenvolvido e aperfeiçoá-lo. A análise dos qualissignos que será apresentada a seguir utiliza esse modelo. Portanto, além de mostrar parte do método de análise desenvolvido, este trabalho mostra por meio da análise o papel dos qualissignos na semiose. Apresentaremos a seguir o conceito de qualissigno nos modelos de 10 e 66 classes e em seguida iniciaremos a análise dos qualissignos da fonte tipográfica Univers Revolved.

Os qualissignos nas 10 e nas 66 classes de signos

Nos sistemas semióticos de Peirce, o signo em si mesmo, isto é, o fundamento do signo pode apresentar-se de três modos: uma qualidade (qualissigno), um existente

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concreto (sinsigno) ou uma lei geral (legissigno) (EP 2:291 [1903]). Os qualissignos correspondem ao primeiro modo dessa tricotomia que diz respeito à relação do signo com ele mesmo. Por isso, eles têm características de primeiridade, são qualidades apenas possíveis que precedem sua existência, isto é, independem da referência à existência do signo. A análise os qualissignos desconsidera tanto “o existente individual ao qual uma ou várias qualidades se inerem” (SANTAELLA, 2000, p.96) quanto a “a lei que esse existente atualiza” (ibid).

Apesar de referirem-se apenas às qualidades possíveis de um signo, os qualissignos têm um papel fundamental na capacidade representativa dos signos, pois todo potencial significativo do signo depende de suas próprias qualidades. Consequentemente, os qualissignos definem as possíveis semioses que se seguirão. Toda complexificação posterior no processo semiótico constituirá-se de “escolhas feitas dentre tudo que as qualidades puderem representar.” (SILVEIRA, 2007, p.67)

No modelo de dez classes essa tricotomia aparece como o primeiro aspecto a ser analisado, seguida pela relação que o signo estabelece com o objeto e pela relação do signo com o interpretante. Sendo a primeira tricotomia de primeiridade, isto é um qualissigno, ela só pode determinar nas tricotomias seguintes essa mesma modalidade, pois uma categoria mais simples não pode determinar nada que envolva outros correlatos. O que gera uma única classe de qualissignos no sistema de dez classes, o Qualissigno Icônico Remático. Peirce descreve essa classe de qualissigno como a possibilidade lógica de uma qualidade, antes dela aparecer em um objeto específico e antes que qualquer experiência real seja associada a ela. (EP 2:294 [1903]).

No modelo das 66 classes de signos que utilizamos a tricotomia do signo em si é precedida pelas tricotomias do objeto imediato e do objeto dinâmico. Consequentemente, esse sistema descreve seis classes de qualissignos que se distinguem por terem objetos dinâmicos e imediatos de naturezas diferentes. O objeto dinâmico é aquele que independe do signo e que funciona como agente determinador do signo (EP 1:xxxix). Seguindo a ordem lógica de determinação das tricotomias, o objeto dinâmico ocupa o primeiro lugar no sistema de 66 classes. Ele pode ser abstrativo, concretivo ou coletivo. Já o objeto imediato faz parte do signo e mostra como o signo sugere o objeto dinâmico. Ele pode ser descritivo, denominativo ou distributivo. Segundo Peirce, o signo dá uma dica sobre seu objeto dinâmico, essa dica corresponde ao objeto imediato (EP 2:480 [1908]). O signo e o objeto dinâmico mantêm uma relação indireta dada pelo

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objeto imediato. Logo, o objeto imediato ocupa o segundo lugar na lógica das tricotomias, entre o fundamento do signo e o objeto dinâmico.

As seis classes de qualissignos descritas no modelo ampliado não descrevem signos existentes, mas a possibilidade de signos futuros representarem certas qualidades do objeto. A análise desses qualissignos revela a potencialidade representativa do signo. Ela mostra a capacidade do signo representar sem considerar, ainda, sua existência em determinado contexto. É o primeiro e fundamental passo para a análise semiótica, pois mostra possíveis percursos semióticos. A seguir, será apresentada a análise dos qualissignos da fonte tipográfica Univers Revolved por meio da qual se perceberá como o potencial significativo do signo depende das qualidades possíveis do signo.

Análise dos qualissignos da fonte tipográfica Univers Revolved

A fonte Univers Revolved foi escolhida para análise porque ela reinventa a relação entre as linguagens visual e verbal de tal modo que seu potencial significativo depende das relações estabelecidas pela linguagem visual. Por isso, para analisar os qualissignos desta fonte tipográfica utilizamos o modelo de 66 classes de signos e as matrizes da linguagem visual descritas por Lucia Santaella (2001, p.185-260). A relação do modelo com as matrizes da linguagem visual fez-se necessária porque como a semiótica peirceana é uma lógica do método investigativo, ela não fornece informação específica sobre o funcionamento da linguagem visual. No livro Matrizes da Linguagem, Santaella (2001) apresenta uma teoria da linguagem visual fundamentada na filosofia peirceana, por isso, ela foi escolhida como sendo a teoria mais adequada à esta pesquisa.

A fonte tipográfica Univers Revolved foi concebida por Ji Lee, um designer coreano radicado em nos Estados Unidos. Seus caracteres foram construídos a partir da rotação em 360º das letras maiúsculas da fonte Univers em torno de um eixo vertical colocado no ponto mais a esquerda do caractere (ver figura 1, 2 e 3). Desse modo, Lee constrói caracteres alfabéticos tridimensionais que podem ser lidos em qualquer direção, empilhados, dispostos em círculos, usados como peças para montar objetos e criar cenários (ver figura 4). Essa fonte torna possível escrever textos tridimensionais e experimentar formas de leitura diferentes das que estamos habituados. O designer acredita que ao reestruturar o texto em três dimensões novas formas de percepção tornam-se necessárias e é possível reexperimentar, na leitura desses textos, o entusiasmo presente nas crianças quando aprendem a formar palavras com as letras.

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Iniciaremos a análise dos qualissignos por aqueles que apresentam objeto dinâmico e imediato da natureza da primeiridade (qualidades) e iremos passo a passo mostrando como os qualissignos se complexificam até atingirmos a última classe de composta por objetos da natureza da terceiridade (leis).

Figura 1: Vista superior dos caracteres da fonte

Univers Revolved. Ref.: http://universrevolved.com

Figura 2: Vista inferior dos caracteres da fonte

Univers Revolved. Ref.: http://universrevolved.com

Figura 3: Modo de construção dos caracteres da fonte Univers Revolved.

Ref.: http://universrevolved.com

Figura 4: Estação espacial. Texto escrito com a fonte Univers Revolved.

Ref.: http://universrevolved.com 1. Qualissigno Abstrativo Descritivo

A primeira classe de qualissignos é composta por objeto dinâmico abstrativo e objeto imediato descritivo. Essa classe é fundamental para o sistema, pois nela encontram-se as qualidades mais abstratas e gerais do signo. O objeto dinâmico é aquele representado pelo signo, mas que, ao mesmo tempo, o determina. O objeto dinâmico abstrativo não é um objeto particular, mas é da ordem dos gerais. Qual é a ideia mais abstrata que esse signo representa e que, ao mesmo tempo, é aquilo que há de mais fundamental na possibilidade do signo se manifestar? Como uma fonte tipográfica é um signo que trabalha com as linguagens visual e verbal, os objetos dinâmicos abstrativos dessa fonte poderiam ser as matrizes visual e verbal da linguagem.

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As linguagens são sistemas complexos e abstratos, que só podem ser percebidos quando manifestos em signos. O signo dará uma dica de quais linguagens o estrutura. Nessa primeira classe de qualissignos, a dica dada pelo signo é da ordem de uma qualidade descrita. A linguagem visual tem qualidades claramente percebidas pelo sentido visual. Mas a linguagem verbal, por ser um processo mental e depender do raciocínio lógico, não pode ser percebida por nenhum dos cinco sentidos. Para ser percebida, a linguagem verbal precisa manifestar-se em algum outro tipo de linguagem, frequentemente ela apresenta-se nas formas sonora e visual. Para essa análise, o importante é sua manifestação visual, pois estamos diante de uma escritura.

Como a linguagem verbal manifesta-se na fonte tipográfica na sua forma escrita, ela expressa-se por meio da linguagem visual. Isto é, o signo que estamos analisando faz parte do universo das formas visuais. Como nessa classe, o objeto imediato é descritivo, então as qualidades visuais do signo podem vir a descrever visualmente o signo e possuem a capacidade de caracterizar a linguagem visual e a linguagem verbal escrita. Mas essas qualidades, por serem do nível da primeiridade, estão ainda na forma de possibilidades não realizadas. Essa é a primeira forma de existência de qualquer coisa, a possibilidade dela vir a existir. Nesse estado, a qualidade não pode ainda ser discriminada. Portanto, ela é uma forma visual não-representativa, que não tem poder de referencialidade, é autorreferente e enfatiza a apresentação do signo em si mesmo.

2. Qualissigno Concretivo Descritivo

A segunda classe de qualissignos é precedida por objeto imediato descritivo e objeto dinâmico concretivo. Esses objetos mostram a particularização das qualidades descritas na primeira classe. O objeto dinâmico concretivo é uma ocorrência que pode ser tanto atual, quanto um fato individual do passado ou do futuro. Essas ocorrências aparecem no signo na forma de uma qualidade materializada em uma ocorrência particular.

Qualidades materializadas e sensíveis são dadas pelos traços dos caracteres. Os caracteres da fonte Univers Revolved são compostos por formas geométricas que se distinguem por apresentarem gradação de tons cinza. Volume, sombras e forma dos caracteres são dados pela gradação de tom e não por uma linha que traça o contorno das figuras. Os caracteres apresentam também simetria e tridimensionalidade dada por uma perspectiva geométrica. Essas são qualidades que apontam para o próprio signo e por

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isso são denominadas formas visuais não-representativas.

Como os caracteres da fonte Univers Revolved apontam para um objeto que está fora do signo, além mostrarem suas próprias qualidades, eles funcionam como formas figurativas (SANTAELLA, 2001, p.226-230) capazes de representar um alfabeto. A fonte Univers Revolved tem um peculiar processo de criação que deve ser desvendado por um possível intérprete a partir de sua relação com o signo.

Por ser uma fonte, a primeira coisa que podemos supor é que esse signo representa um alfabeto. No entanto, os caracteres da fonte Univers Revolved têm qualidades particulares tão fortes que quase escondem sua relação com as letras do alfabeto romano. Santaella descreve esse fenômeno como a figura sui generis que

diz respeito às formas referenciais que apontam para objetos ou situações existentes fora do signo, mas assim o fazem de modo ambíguo. (...) A figura não visa reproduzir ilusoriamente uma realidade externa, mas é um universo à parte com qualidades próprias. (SANTAELLA, 2001, p.229)

As imagens compostas com essa fonte não apresentam semelhança imediata com a forma dos caracteres do alfabeto romano. O reconhecimento das letras do alfabeto é dificultado, pois a fonte possui formas modificadas dos caracteres alfabéticos. A relação da fonte Univers Revolved com o alfabeto é dada pela fonte Univers que foi rotacionada criando os caracteres 3d. A referência ao alfabeto romano é sutil e depende do exercício de abstrair a forma geométrica plana que gerou a forma 3d. Como os caracteres da Univers passam por uma transformação em sua forma, várias qualidades visuais desses caracteres não se assemelham às qualidades visuais dos caracteres da Univers Revolved. Volume, sombra e gradação de tom cinza são qualidades exclusivas da Univers Revolved, que foram adquiridas pelo processo de rotação. Ainda que a forma da fonte Univers possa ser encontrada na forma da Univers Revolved, a relação entre elas não se dá por semelhança, mas por uma relação de fato: a forma dos caracteres 3d é determinada pela forma dos caracteres da fonte Univers. A sensação de semelhança de qualidade que possibilita a relação entre a fonte e os caracteres alfabéticos é muito fraca. Portanto, as qualidades da Univers Revolved apresentam a si mesmas antes de indicarem o alfabeto romano.

3. Qualissigno Coletivo Descritivo

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descritivo, mas diferencia-se da anterior por ter objeto dinâmico coletivo. Objetos dinâmicos coletivos fazem parte da terceira modalidade de ser, isto é, um necessitante. Hábito e lei caracterizam essa modalidade e tudo que pode ser conhecido por meio de um raciocínio logicamente válido fazem parte dela. Essa terceira classe de qualissignos destaca que as qualidades materializadas no signo não ocorrem por acaso, há leis ou regras que fazem com que qualidades específicas se repitam.

Se considerarmos a imagem do conjunto de caracteres da fonte Univers Revolved apenas como figura não-representativa, como pode vir a acontecer caso o intérprete não dedique atenção necessária à fonte, diremos que os objetos dinâmicos coletivos desse signo são as leis físicas que organizam o espectro do visível. Descritas por SANTAELLA (2001, p.214) como leis naturais da qualidade, elas são leis naturais e fundamentais para a percepção do signo. As leis naturais que permitem a percepção visual de um signo são as leis mais abstratas e gerais que podemos encontrar. Porém, essas leis apresentam qualidades específicas quando o signo está materializado em algum meio. Como estamos analisando um signo digital, a imagem pode ser de dois tipos, vetorial ou rasterizada (bitmap). As imagens vetoriais são geradas a partir de descrições geométricas das formas e as imagens rasterizadas construídas por um conjunto de pontos chamados pixels organizados em linhas e colunas, como uma malha reticulada. Os programas para criação de fonte tipográfica e para tridimensionalização de objetos utilizam a imagem vetorial. Já as telas luminosas que tornam as imagens digitais visíveis são compostas por pequenos pontos e utilizam a lógica da rasterização para exibição das imagens. Portanto, vetorização e rasterização são as lógicas digitais que tornam esse signo visível. No entanto, nem sempre as características da imagem digital são visíveis. Na fonte Univers Revolved, não observamos os pixels, mas podemos perceber pela grande regularidade e precisão das qualidades como tom, volume, degradê, e profundidade que essa fonte foi construída digitalmente.

Além das leis físicas que permitem a percepção visual do signo, também encontramos as leis que regem o funcionamento das formas figurativas no objeto dinâmico coletivo. Essas leis são descritas por SANTAELLA (2001, p.245) como um sistema de codificação do espaço pictórico, no qual as regras a serem seguidas são ditadas pela própria qualidade dos elementos pictóricos. Por exemplo, “quanto mais a superfície do quadro nos permite ‘ver através’, mas se apresenta a si mesma como superfície a ser preenchida” (SANTAELLA, 2001, p.243).

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Vejamos como a codificação do espaço pictórico apresenta-se na fonte analisada. As fontes tipográficas pertencem a um sistema de codificação visual que é um tipo de escritura regido por leis da linguagem visual e leis verbais da escrita. Os sistemas de escrita verbal são formados por um conjunto de caracteres, regras para combinação desses caracteres, regras gramaticais, por um meio físico capaz de tornar visível essa estrutura e por um conjunto de regras de composição que estrutura todos esses elementos visualmente.

As regras de composição de um texto variam conforme a escrita adotada. Escritas alfabéticas romanas apresentam certas características: os caracteres representam fonemas que são agrupados formando palavras dispostas em linhas horizontais, orientadas da esquerda para a direita e separadas por espaços. Escritas ideogramáticas seguem outro tipo de composição: são formadas por unidades mínimas de significado, sua disposição no espaço deve obedecer ao equilíbrio visual dos traços no quadratim e eram tradicionalmente compostas em linhas verticais, de cima para baixo, sendo a sequência de colunas ordenada da direita para a esquerda.

Os sistemas de codificação textual podem, portanto, variar. Na fonte Univers Revolved, percebemos um sistema de codificação textual que enfatiza a espacialidade do texto em detrimento do cumprimento das leis de composição da escrita alfabética. O espaço textual é transformado em um espaço para composição visual. A qualidade tridimensional dos caracteres possibilita a composição de textos não-lineares em espaços também tridimensionais, enfatizando a qualidade visual dos textos.

4. Qualissigno Concretivo Designativo

A quarta classe de qualissigno é composta por objeto imediato designativo e objeto dinâmico concretivo. Como visto anteriormente, objetos dinâmicos concretivos são da ordem de uma ocorrência. Já os objetos imediatos designativos são aqueles que, segundo PEIRCE (EP 2:484 [1908]), “direcionam brutalmente os olhos da mente do intérprete para o objeto em questão, o que neste caso, não pode se dar por um raciocínio independente.” Os objetos manifestam-se no signo de forma brutal, um choque, impacto, independentemente de qualquer forma de pensamento sobre o objeto. Algo da ordem de uma ocorrência causará um impacto e, assim, se apresentará.

O que essa classe indica enquanto forma não-representativa é a marca qualitativa do gesto (SANTAELLA, 2001, p.218). Qualquer tipo de imagem carrega consigo uma qualidade visual que é indicativa do seu modo de produção. A simetria, a

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repetição e a exatidão dos traços e espaçamentos que podem ser percebidos visualmente nessa fonte mostram um processo de produção mecanizado. Como essas qualidades imagéticas são determinadas por comandos digitais, há certa qualidade visual que indica que a imagem é sintética e computacional. Se essa fonte for impressa, teremos, somado ao fato dela ter sido construída sinteticamente, o indício de seu modo de impressão. Do mesmo modo, o seu aparecimento na tela luminosa do computador aponta para suas qualidades digitais.

Como o signo analisado, além de mostrar suas qualidades, representa algo que lhe é exterior, podemos perceber na figura as marcas do gesto que o criou. Nelas estão o registro da “qualidade do movimento e da energia que foi imprimida ao traço no instante da sua feitura” (SANTAELLA, 2001, p.230). Na Univers Revolved, cada caractere é o registro do movimento de rotação em torno de um eixo imaginário localizado no ponto mais à esquerda de uma forma plana. Tanto a rotação, quanto o registro dessa forma são feitos por um comando digital que determina vetores matemáticos que descrevem as formas geométricas garantindo a precisão dos traços, degrades e a qualidade da imagem em qualquer escala. São essas características que sugerem o movimento de rotação que dá forma aos caracteres da fonte.

5. Qualissigno Coletivo Designativo

A quinta classe de qualissigno tem objeto imediato designativo, mas apresenta objeto dinâmico coletivo. Ela diz respeito a regras e leis que codificam a criação do signo, singularização da convenção, criação de um estilo próprio do signo.

Objetos dinâmicos coletivos são da natureza de uma lei. Começamos a descrevê-los na terceira classe de qualissignos, na qual falamos de leis naturais da qualidade (formas não-figurativas) e de codificação qualitativa do espaço pictórico (formas figurativas). Em ambas, as leis eram próprias à qualidade do signo, pois o objeto dinâmico coletivo determinava no signo um objeto imediato descritivo. Na classe atual, o objeto imediato é designativo, da categoria do segundo, portanto, atual e singular. A mudança na natureza do objeto imediato leva à transformação das características encontradas na terceira classe de qualissignos.

As leis naturais da qualidade, observadas no terceiro qualissigno, quando singularizadas nessa quinta classe, devido ao objeto imediato designativo, apresentam-se como leis do acaso (SANTAELLA, 2001, p.221-223). A ocorrência de uma lei em um determinado momento mostra apenas a si mesma enquanto ocorrência desvinculada

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de outros fatos. Chamamos acaso a falta de relação entre uma ocorrência singular e outros fatos. Em geral, o potencial significativo dos signos não depende do acaso. Apesar disso, não podemos excluir a possibilidade do acaso vir a ocorrer e interferir no processo significativo dos signos. No entanto, não é possível determinar quais podem ser essas ocorrências, pois se fossem determinadas, não seria fruto do acaso. Signos ou fontes tipográficas que possuem grande abertura de significado dão maior chance para a participação do acaso na construção de seu significado.

Já a codificação qualitativa do espaço pictórico, transforma-se em singularização das convenções, isto é, o estilo (SANTAELLA, 2001, p.244), devido ao objeto imediato designativo que ao apresentar uma imagem indica brutalmente o objeto em questão. O estilo é aquela marca própria que cada artista ou autor dá à convenção que recebe como herança (SANTAELLA, 2001, p.244). O estilo criado pela fonte Univers Revolved liberta a escrita da bidimensionalidade e da linearidade, apresentando caracteres tridimensionais e uma forma de escrita espacial. Ela combina características da linguagem verbal e visual para compor textos escritos verbais que podem ter a forma visual representativa de seu conteúdo verbal. Além disso, a nova forma dos caracteres desafia o leitor a testar a sua capacidade de entender as formas tridimensionais, propõe a desautomatização da leitura e a experiência com uma nova forma de escrever dada por seu estilo próprio.

6. Qualissigno Coletivo Distributivo

A última classe de qualissigno apresenta objeto dinâmico coletivo e objeto imediato distributivo. Segundo Peirce, distributivos são os objetos imediatos que expressam universalmente a sequência lógica que segue do objeto dinâmico para o imediato (EP 2:484 [1908]). Nessa classe, além do objeto dinâmico ser da natureza de uma lei, o signo o representa por meio de uma sequência lógica racional. Segundo PEIRCE (EP 2:484 [1908]), signos com objetos imediatos distributivos não podem ser explicados, eles devem transmitir relações lógicas elementares, universais e familiares (EP 2:485 [1908]). Essas noções não são derivadas da observação, nem dadas pelo sentido de oposição, mas por meio do raciocínio.

Nas descrições anteriores dos objetos dinâmicos coletivos, vimos que, em se tratando de formas não-representativas, eles estão relacionados às leis naturais físicas que permitem a percepção de qualidades visuais. Essas leis, quando restritas a um instante ou a uma ocorrência particular, são entendidas como leis do acaso,

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completamente desvinculadas de outros fatores. Apesar das leis naturais não dependerem da nossa vontade para funcionarem – o que torna sua ocorrência particular inexplicável e por vezes chamada de acaso – podemos, por meio de um conjunto de experiências com fenômenos diferentes, perceber como é o funcionamento dessas leis e criar um modo de representá-la. Resumindo, o objeto dinâmico coletivo passa da descrição de leis naturais físicas, quando seguido de objeto imediato descritivo, para ser entendido como acaso, quando seguido por objeto imediato designativo, até tornar-se a abstração de leis, quando associado ao objeto imediato distributivo.

Na linguagem visual, a abstração de leis refere-se à possibilidade de um sistema abstrato configurar uma imagem, independente de suas instâncias. As leis da geometria, por exemplo, possibilitam a criação de formas visuais a partir da linguagem matemática. Imagens sintéticas e infográficas são criadas matematicamente, são sistemas abstratos que possibilitam a criação de imagens a partir de um sistema numérico que, ao ser processado pelos computadores torna-se visível. Portanto, a abstração da lei nessa classe de qualissignos refere-se às leis abstratas com bases matemáticas que são capazes de construir imagens (SANTAELLA, 2001, p.225-226). As formas visuais que analisamos são, portanto, sintéticas, construídas digitalmente e baseadas na linguagem matemática.

Além disso, a imagem formada refere-se a alguma coisa. Nesse estágio da análise, procuramos aquilo a que ela se assemelha. Segundo SANTAELLA (2001, p.230-231), ao construir uma imagem, o desenhista parte de um esquema visual mental, um conceito visualmente representado, chamado de estereótipo, para, então, adaptá-lo e modificá-lo criando uma imagem singular. A figura como tipo ou estereótipo diz respeito a um esquema estereotipado mental que é usado para registrar uma figura singular. Associamos a figura como tipo ou estereótipo a esses qualissignos, pois trata-se de um esquema mental que pode repretrata-sentar por similaridade. Os objetos da terceira categoria, objeto dinâmico coletivo e objeto imediato distributivo explicam o fato desses estereótipos servirem como conceitos para construção de figuras similares.

É evidente a relação da figura como tipo e estereótipo, com a singularização das convenções, o estilo (forma figurativa, relacionada ao quinto qualissigno, o Coletivo Designativo). A diferença entre elas é que, na singularização das convenções, temos a reinvenção de uma convenção já consolidada em um caso particular de signo. Enquanto na figura como tipo e estereótipo, o que reconhecemos é um tipo ou estereótipo ao qual

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a imagem qualitativa dessa fonte se adequa.

Os caracteres da Univers Revolved apresentam sombras e profundidade que dão volume à figura. A tridimensionalidade da imagem é criada por um comando digital, portanto, elas são imagens sintéticas, construídas por meio de leis digitais. Cada caractere apresenta-se como um objeto tridimensional. Essas formas tridimensionais podem representar um caractere alfabético rotacionado em torno de um eixo, mas elas também podem apresentar semelhanças com outros objetos como rodas, porcas, formas, roscas. Elas são o estereótipo de objetos tridimensionais construídos digitalmente.

Conclusão

As seis classes de qualissignos discriminadas no sistema de 66 classes de signos conduzem a um detalhamento minucioso do potencial representativo das qualidades do signo. Esse potencial apresenta-se gradativamente conforme o objeto imediato e dinâmico complexificam-se. Sumariamente, essas classes poderiam ser apresentadas em três grupos divididos de acordo com a natureza de seu objeto imediato.

As três primeiras classes possuem objeto imediato descritivo e dizem respeito a qualidades bastante gerais do signo. Na primeira classe essas qualidades estão no âmbito da possibilidade, por isso são ainda muito abstratas. A particularização dessas qualidades encontra-se na segunda classe que descreve qualidades possíveis de serem percebidas por algum sentido. A terceira classe, por sua vez, mostra que essas qualidades são dadas por uma lei e, por isso, se repetem no signo. As duas classes seguintes apresentam objeto imediato designativo, por isso, apontam para possíveis qualidades presentes no signo devido à ação do objeto dinâmico. Enquanto a quarta classe aponta para qualidades que são fruto da manifestação brutal do objeto no signo, a quinta classe diz respeito às regras e leis que codificam a criação do signo, criando um estilo próprio do signo. Finalmente, a sexta classe, cujo objeto imediato é distributivo, apresenta a possibilidade de reconhecer nas qualidades percebidas do signo um tipo ou estereótipo convencional já conhecido.

A análise dos qualissignos mostra o potencial representativo do signo, mas desconsidera sua existência atual e o seu contexto. Já o segundo passo da análise semiótica dedica-se aos sinsignos, signos atuais que são objeto de experiência sensível e aparecem em um contexto. Um signo em diferentes contextos pode variar de significado, mas o seu significado deve estar sempre de acordo com as possibilidades dadas pelos seus qualissignos, por isso eles são fundamentais para a análise semiótica.

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