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Orientação para os funcionários que pretendem usar plataformas online e/ou criar grupos online que envolvam crianças e jovens no trabalho da Plan

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Orientação para os funcionários que pretendem usar plataformas online e/ou criar

grupos online que envolvam crianças e jovens no trabalho da Plan International

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 2 de 34

... 3

Por que precisamos desta orientação? ... 3

O que esta orientação cobre? ... 3

O que esta orientação não cobre?... 3

... 4

Compromisso da Plan International de não causar danos ... 4

O que está além do escopo da Plan International? ... 4

... 5

Benefícios da socialização online para o trabalho da Plan International ... 5

Que riscos comuns de proteção devem ser considerados? ... 6

... 8

Avaliação de risco ... 8

Escolhendo a plataforma certa ... 10

Pontos a considerar na configuração do grupo e na criação de perfis de usuário ... 14

Conscientização, comunicação e educação sobre segurança online ... 15

Funcionários da Plan International agindo como moderadores ... 20

Configuração de mecanismos de denúncia ... 21

Retirada/ fechamento das plataformas ... 22

... 22

Apêndice 1 - Protegendo palestrantes infantis durante reuniões online com adultos ... 25

Apêndice 2 - Como manter crianças, jovens e cuidadores seguros ao usar plataformas online .... 28

Apêndice 3 - Segurança Na Internet ... 29

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 3 de 34

Por que precisamos desta orientação?

A Plan International está usando cada vez mais plataformas online para se conectar e possibilitar conexões entre crianças e jovens nos âmbitos nacional, regional e global. A velocidade, a

conveniência e os benefícios dessas plataformas tornam-nas ferramentas valiosas para maximizar o impacto e o alcance do trabalho da Plan International. Em todo o mundo, o acesso à internet aumentou exponencialmente e o número de plataformas online disponíveis se multiplicou. Existem muitas oportunidades para que a Plan International aproveite essas plataformas e, dessa forma, alcance um grupo muito maior de jovens, gerando conexões entre vários grupos e indivíduos, bem como amplificando as suas vozes, transformando crianças e jovens em agentes ativos dos nossos esforços para conquistar um mundo justo, onde são defendidos os direitos das crianças e a igualdade das meninas.

No entanto, é importante reconhecer que o mundo digital é um espaço vasto e desregulamentado e que os riscos de segurança e proteção para os jovens com quem trabalhamos são complexos e multifacetados. Portanto, devemos tomar todas as medidas possíveis para que esses riscos sejam administrados quando usamos essas plataformas online, ao mesmo tempo que aproveitemos ao máximo os benefícios que elas oferecem. Esta orientação reconhece tanto os benefícios quantos as ameaças e procura orientar a equipe e nossos associados sobre como aproveitar ferramentas digitais de maneira eficaz, responsável e segura, minimizando os riscos para os beneficiários.

O que esta orientação cobre?

Este documento tem como objetivo fornecer orientações sobre o uso de plataformas online pela Plan International em nosso trabalho com crianças e jovens em todo o mundo.1 Elas devem ser colocadas em prática por funcionários e outros intervenientes envolvidos em projetos/ iniciativas/ abordagens que pretendem usar plataformas online como uma forma de facilitar a comunicação entre os participantes, a interação e a obtenção de informações, etc. de forma privada. Essas iniciativas podem incluir a coleta de dados anonimizados para fins de pesquisa e/ou de defesa de direitos/ campanhas.

Plataformas online incluem: plataformas móveis, aplicativos e sites de redes sociais. Atualmente, alguns exemplos de plataformas populares são Facebook e Instagram, que podem ser usados sem um contrato, bem como plataformas como o Workplace ou os fóruns de discussão online

personalizados, cujo uso está sujeito a um contrato formal.

O que esta orientação não cobre?

É importante observar que esta orientação não cobre ou substitui aspectos já abordados por outras políticas, procedimentos e diretrizes existentes, tais como a Política de Dados e Privacidade, a

1 Parte do conteúdo desta orientação se baseia nas Orientações para a Manutenção da Segurança de Crianças Online, do

documento Mantendo Crianças Seguras (KCS), em Trabalhando em Conjunto com Crianças e Jovens para a Segurança no Mundo Cibernético, da Plan International Austrália, e na Orientação Global sobre Proteção em Programas e Trabalhos de Influência, da Plan International.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 4 de 34 Política de TIC, a Política de Controle de Acesso e as Diretrizes de Patrocínio e Dados de Crianças. Este documento complementa as políticas existentes da Plan International que devem ser

consultadas para a obtenção de orientações detalhadas, sempre que necessário.

Também é importante observar que este documento não cobre casos em que o conteúdo da plataforma online é totalmente visível ao público/ terceiros. Portanto, este documento não fornece orientações para projetos que envolvam campanhas ou comunicações públicas2 nas quais crianças ou jovens possam compartilhar mensagens públicas sobre a defesa de direitos. Dada a alta

prevalência de assédios, abusos e violência online (baseados em gênero) e devido ao aumento dos riscos relacionados a contatos, conteúdos, condutas e envolvimento público de jovens em

plataformas online, as atividades da Plan International podem precisar de orientações adicionais que não são fornecidas aqui. Tais iniciativas precisam atender aos requisitos do Padrão de Proteção II da Plan International sobre a Segurança de Programas e Trabalhos de Influência. A seção de Proteção do Manual de Programas e Trabalhos de Influência da Plan International fornece orientações detalhadas nessa área.

Acrescentamos nos apêndices recursos adicionais referentes à segurança online, que foram produzidos pela Plan International e outras agências.

Compromisso da Plan International de não causar danos

A Política de Proteção de Crianças e Jovens da Plan International

representa um sério

compromisso da organização de ser responsável perante crianças e jovens, garantindo que se sintam sempre seguros e protegidos conosco e com aqueles que nos representam. Isso significa que temos a responsabilidade de fazer todo o possível para avaliar e reduzir ao máximo os riscos para crianças e jovens em todas as nossas operações e atividades, inclusive o nosso envolvimento com crianças e jovens tanto online quanto offline.

O que está além do escopo da Plan International?

Não é realista esperar que a Plan International seja capaz de gerir todos os tipos de risco de

segurança e proteção quando crianças e jovens usam a internet. Embora a Plan International possa e deva aumentar a resiliência online e educar os jovens envolvidos em nosso trabalho sobre as medidas de proteção e segurança online necessárias em geral, também é importante lembrar que só podemos gerir riscos de proteção dentro do escopo dos espaços online criados pela nossa organização.

2O uso da expressão “jovem/ pessoa jovem” neste documento se refere a crianças e jovens envolvidos nos eventos,

programas, trabalhos de defesa de direitos e outras atividades da Plan International. A expressão inclui todas as crianças e jovens com até 24 anos de idade.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 5 de 34 Dessa forma, se o acesso a um espaço online privado exigir a entrada por meio de uma plataforma pública, a Plan International não poderá ser responsabilizada pelo conteúdo que os participantes possam vir a encontrar durante o processo de acesso à plataforma. Por exemplo, acessar um grupo de discussão privado no Facebook exige, atualmente, a configuração de um perfil na plataforma e a entrada no espaço público da plataforma antes de se entrar no grupo privado específico. Embora sejam necessários esforços para educar crianças e jovens sobre como manter a sua segurança no Facebook, a Plan International não pode ser responsabilizada pelos conteúdos que os participantes possam encontrar no caminho de acesso ao grupo privado. No entanto, os benefícios provenientes de uma proposta de uso do Facebook ou de plataformas similares devem ser ponderados em relação aos riscos associados à falta de acesso privado.

Além disso, se os jovens envolvidos no trabalho da Plan International optarem por criar as suas próprias plataformas para fins de sociabilização, a Plan International não poderá ser

responsabilizada pelos riscos relacionados a essas iniciativas, pois a organização não tem controle sobre como essas plataformas são configuradas e gerenciadas. Em tais situações, a Plan

International pode apenas fornecer instruções sobre riscos de segurança, formas de proteção e medidas de segurança que devem ser seguidas.

Benefícios da socialização online para o trabalho da Plan International

As plataformas online, em particular as redes sociais, já são parte integrante da vida de muitas crianças e jovens em todo o mundo. Embora existam desigualdades digitais, o número de usuários das plataformas mais populares continua a crescer à medida que a internet se torna cada vez mais acessível no mundo todo.

As plataformas online fornecem aos usuários uma série de benefícios e oportunidades que o envolvimento offline não é capaz de oferecer. As plataformas permitem a criação de redes globais com capacidade de interação em tempo real. Elas permitem o acesso à informação e a criação de comunidades sem a necessidade de as pessoas estarem fisicamente no mesmo espaço. Elas oferecem aos usuários oportunidades de obter informações, estabelecer conexões e ter acesso à educação, além de serem um meio de exercer a sua liberdade de expressão e de atuar como cidadãos. Espaços online seguros podem ser uma tábua de salvação para minorias oprimidas e ameaçadas, incluindo, por exemplo, jovens LGBTQI+, além de poderem ser indispensáveis em situações de emergência e desastres.

O uso de plataformas online no nosso trabalho traz vários benefícios em potencial, tais como:  Capacitar o compartilhamento de informações de maneira rápida e em vários formatos (texto,

imagem, áudio, vídeo) entre participantes que se encontram geograficamente dispersos, além de tornar possível a interação e a troca de informações entre eles;

 Atingir um maior número de crianças e jovens, especialmente em locais onde não temos presença física;

 Criar comunidades e permitir a interação entre os participantes, independentemente da localização, desenvolvendo confiança e fortalecendo o envolvimento;

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 6 de 34  Criar novas oportunidades de participação para jovens que não estão interessados em

participar de modo físico. Por exemplo, um jovem pode ter vergonha de participar de atividades presenciais. A participação online torna a oportunidade de influência mais acessível;

 Tornar possível que se chegue a novas conclusões analisando dados (por exemplo, discussões) em plataformas online;

 Reduzir os custos e o impacto climático associado a reuniões presenciais;

 Permitir que jovens realizem trabalhos voluntários em vários países, conhecendo novas pessoas e diferentes culturas;

 Criar oportunidades para que os jovens expressem a sua opinião sem a influência de adultos. Essas plataformas oferecem oportunidades para os jovens estarem "no comando" das suas próprias vozes.

Usar plataformas online no nosso trabalho significa que usamos a tecnologia que muitos jovens já possuem e com as quais estão familiarizados, ajudando-os a aproveitar ao máximo o investimento que já fizeram.

Que riscos comuns de proteção devem ser considerados?

Junto aos benefícios das plataformas online, surgem diversos riscos aos quais crianças e jovens são particularmente vulneráveis. Alguns riscos estão relacionados à forma como as crianças acessam a internet de maneira geral e não são restritos às plataformas online. Por exemplo, qualquer criança com um navegador corre o risco de ser exposta a materiais prejudiciais que não dependem da interação com outras pessoas. No entanto, como as plataformas online aumentam o alcance e a frequência dos contatos online e permitem a transferência de material entre os

usuários, elas acabam por exacerbar os riscos e expor os usuários jovens a perigos que eles não teriam contato de outra forma. Sem a devida consciência das ameaças potenciais e o conhecimento sobre como se proteger, os próprios usuários jovens podem se comportar mal na internet

inadvertidamente.

A capacidade de interagir com qualquer pessoa nas redes sociais apresenta muitos riscos, já que os jovens são capazes de fazer contatos potencialmente prejudiciais e compartilhar informações pessoais em plataformas públicas. Os riscos relacionados às redes sociais na internet não podem ser eliminados por completo. No entanto, eles podem ser gerenciados com eficiência usando os principais recursos de segurança. A Orientação da KCS sobre como manter as crianças seguras online identificou riscos de proteção relacionados às plataformas online em três áreas principais: riscos de conteúdo, riscos de contato e riscos de conduta. Além dessas três categorias, a tabela abaixo detalha os riscos gerais de proteção associados à criação de plataformas online para interagir com crianças e jovens.

Tipos e exemplos de risco

Risco de conteúdo (usuário(s) como destinatário(s)). O princípio do risco de conteúdo é que crianças e jovens acessem e encontrem material online como destinatários passivos. Isso pode expô-los a riscos. Os riscos potenciais incluem:

 Exposição a conteúdos extremistas, inapropriados ou prejudiciais na plataforma criada/ usada pela Plan International;

 Os jovens (em particular, jovens vulneráveis ou sobreviventes) se sentem afetados, angustiados psicologicamente ou desconfortáveis com os tópicos/ conteúdos discutidos na plataforma;  Exposição a anúncios, links ou desinformação por meio da plataforma;

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 7 de 34

 Exposição a conteúdos racistas e/ou ofensivos por meio da plataforma.

Risco de contato (usuário(s) como participante(s)). Os riscos relacionados ao contato ocorrem quando os usuários, de forma consciente ou inconsciente, compartilham informações sobre si mesmos ou outros, colocando-os em risco. Os riscos potenciais incluem:

 Os dados pessoais ou atividades online dos usuários são rastreados ou coletados para fins de ganho financeiro e/ou vigilância;

 Roubo de identidade: um intruso/ impostor se junta ao grupo ou imita a conta de um indivíduo;  O usuário, com ou sem intenção, fornece a senha da sua conta ou o seu aparelho para um

membro da família, amigo(a) ou companheiro(a) que começa a postar ou interagir com o grupo e/ou os seus membros (por exemplo, os jovens podem compartilhar senhas com seus/suas companheiro(as) como um símbolo de confiança no relacionamento);

 Violência de gênero online como resultado de os jovens não usarem configurações de privacidade apropriadas. Isso pode ocorrer porque os jovens querem que todos vejam as suas postagens ou porque as configurações e diretrizes de privacidade da plataforma são difíceis de entender ou usar;  Exposição a contatos inadequados se a adesão a um grupo privado não for gerenciada de maneira

correta. Os usuários mudam constantemente a sua identidade online, tornando mais difícil para os moderadores saberem quem é quem: nome, aparência, idade, localização, situação de

relacionamento. A identidade online não corresponde à identidade offline;

 Membros do grupo se aproximam de outros para obter ajuda pessoal/ apoio financeiro;

 Os jovens que alcançam idades que estão excluídas do escopo de proteção da Plan International permanecem ativos na plataforma, pois não há um processo claro para a sua eliminação;  Possibilidade de aliciamento online se os contatos no grupo não forem gerenciados de maneira

adequada, proporcionando uma oportunidade para predadores encontrarem um grande número de pessoas vulneráveis em um só grupo.

Riscos de conduta. Esse tipo de risco ocorre quando membros do grupo e/ou moderadores violam diretrizes/ códigos de conduta que foram estabelecidos em conjunto para o uso da plataforma. Os riscos potenciais incluem:

 Assédio, cyberbullying, intimidação e/ou ameaças por meio de mensagens diretas, debates públicos ou outros modos;

 Usuários e/ou moderadores que postam conteúdo inadequado, extremista, ofensivo ou racista;  Usuários compartilham as suas informações pessoais ou de outra natureza delicada;

 Os usuários compartilham inadvertidamente conteúdo inapropriado/ informações pessoais, que eles não queriam compartilhar na plataforma;

 Usuários e/ou moderadores usam a plataforma para compartilhar informações de natureza politicamente sensível;

 Moderadores toleram comportamentos inadequados ou não levam as preocupações relatadas a

sério.

Riscos gerais de proteção. Os riscos potenciais incluem:

 Falha em avaliar adequadamente os riscos de proteção antes de criar uma plataforma online;  Plataformas online criadas sem o estabelecimento de diretrizes/ códigos de conduta para o grupo

sobre o uso seguro delas;

 Usuários e moderadores não informados/ treinados sobre proteção de riscos e como gerenciar esses riscos;

 Os usuários não sabem como relatar preocupações;

 Um usuário acessa o grupo em um telefone compartilhado e esquece de fazer o logout no final;  Jovens que entram em situações de risco para participar de atividades em grupo (por exemplo, ir a

uma LAN house à noite/ não considerar situações inseguras que possam fazer parte da sua busca de acesso à internet);

 O jovem sofre punições da família/ escola devido ao envolvimento na plataforma;

 O jovem cria expectativas irreais do trabalho da Plan International (por exemplo, obter apoio financeiro/ oportunidades de trabalho, viagens ao exterior, etc.);

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 8 de 34

outros obstáculos relacionados ao idioma;

 O consentimento adequado não é solicitado para envolver os jovens na plataforma;  Usuários menores de 13 anos podem ser adicionados/ incluídos no grupo online.

A proteção de riscos relacionados ao uso de plataformas online é complexa e não está totalmente sob o controle da Plan International. A equipe da Plan International precisa reconhecer isso e garantir que os riscos de proteção sejam avaliados com cuidado e geridos da melhor forma possível quando são criadas plataformas online que visam envolver crianças e jovens. É essencial que a proteção seja considerada na concepção central da plataforma online ou, no mínimo, na forma como ela é usada pela Plan International. Os principais aspectos que precisam ser analisados estão descritos nesta seção.

Avaliação de risco

Avaliar os riscos de proteção em relação ao projeto/ intervenção específico é o ponto de partida mais eficaz. No entanto, para que a avaliação de risco seja eficaz, a equipe precisará planejar todos os detalhes básicos do envolvimento dos jovens. Isso inclui definir:

 O objetivo de criar/ usar a plataforma online;

 A plataforma mais adequada para o propósito pretendido e os riscos e benefícios específicos associados a ela;

 Quem estará envolvido na plataforma e como o acesso do usuário será administrado;  Como os participantes serão recrutados. As considerações referentes ao recrutamento entre

pares (por exemplo, os participantes convidam os seus amigos) e ao recrutamento presencial por funcionários são diferentes;

 O perfil dos jovens que você quer envolver (por exemplo: idade, sexo, grau de alfabetização digital, vulnerabilidade);

 O número de jovens envolvidos no começo e depois;  Quem vai moderar a plataforma e como;

 A duração da atividade da plataforma e o plano para a sua descontinuação.

Quando as áreas acima tiverem sido definidas com clareza, recomenda-se o desenvolvimento de um Termo de Referência para orientar a avaliação de risco de proteção. No mínimo, a avaliação de risco precisa identificar os riscos relacionados a conteúdo, contato e conduta, além de quaisquer outros riscos gerais de proteção associados à criação da plataforma. O modelo-padrão de avaliação de risco da Plan International pode ser usado para isso e recomenda-se considerar as seguintes áreas:

1. Quem está sob risco? 2. Como eles estão em risco?

3. Identificar o que está em vigor atualmente para reduzir o risco.

4. Considerar ações adicionais a serem tomadas para reduzir o nível de risco. Clique aqui para acessar o modelo de avaliação de risco de proteção.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 9 de 34 Ao realizar a avaliação de risco é importante pensar nas diferentes normas sociais, atitudes e contextos econômicos, culturais e jurídicos dos membros envolvidos. Isso pode ajudar a determinar as implicações de proteção que devem ser consideradas para os jovens que participam da

plataforma. (Por exemplo, alguns países operam restrições às redes sociais, muitos pais se preocupam com o tempo que os jovens passam em frente da tela e deixam de fazer o trabalho escolar, alguns grupos não aprovam que meninas acessem a internet e/ou usem aparelhos móveis etc.). O seguinte conjunto de perguntas destina-se a ajudar a equipe a pensar em alguns aspectos importantes:

 Qual é a possibilidade de algum conteúdo inapropriado/ prejudicial/ extremista/ ofensivo ser compartilhado na plataforma?

 Como os usuários jovens podem estar expostos a riscos por causa das informações que eles e outros compartilham na plataforma?

 Como os usuários jovens podem estar expostos a riscos de danos por causa da conduta de outros usuários da plataforma?

 Quais são as normas sociais, atitudes e comportamentos em relação a meninas, meninos e jovens em toda a sua diversidade e como isso pode afetar o seu envolvimento?

 Qual é o tópico/ questão do programa/ trabalho de influência e quais são os pontos de vista locais sobre isso e as implicações para os envolvidos? (Por exemplo, como é visto um programa de saúde sexual para meninas ou sobre os direitos da comunidade LGBTI? Quais são os riscos e como isso pode ser administrado?)

 Qual é a possibilidade de jovens usuários enfrentarem a reação da família/ escola/ comunidade por causa do seu envolvimento na plataforma?

 O que precisa ser estabelecido para que meninas, meninos e jovens em toda a sua diversidade (principalmente meninas) se sintam "seguros" para participar e se envolver na plataforma?  Foram considerados fatores como idade, sexo e outras características dos usuários (orientação

sexual, nacionalidade, origem étnica, cor, raça, deficiência, etc.) e as possíveis implicações disso em termos de proteção?

 Foram consideradas vulnerabilidades específicas do grupo-alvo (como, por exemplo, deficiência, ausência de cuidado dos pais, meninas e meninos que já sofreram abuso, deslocamento, associação com conflitos armados) e as implicações delas em relação à sua segurança ou em decorrência do programa/ intervenção de influência?

 Foi considerada a possibilidade de denúncia de abusos realizados na plataforma online? Existe um plano de resposta estabelecido?

 Como será garantido que a segurança e a proteção não serão comprometidas no uso de imagens e histórias (comprometendo privacidade, perpetuando estereótipos negativos, etc.)?

 Quem são os funcionários/ adultos envolvidos na plataforma? Eles têm o conhecimento necessário e a atitude adequada para trabalhar com segurança com usuários jovens em toda a sua

diversidade, de forma inclusiva e respeitosa?

 Há um número suficiente de moderadores? É possível aumentar esse número se necessário?  Os funcionários estão comprometidos em moderar a plataforma? Existem alternativas caso os

moderados originais deixem a organização?

 Os moderadores entendem e estão cientes das suas próprias parcialidades para que possam adaptar as suas ações? Eles estão totalmente familiarizados com as expectativas e as obrigações de denúncia em caso de infrações e entendem como manter a segurança de crianças e jovens?  Foi introduzido um mecanismo de denúncia que seja acolhedor e acessível para todos os

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diretamente à Plan International e a indivíduos/ serviços que possam ajudar?  Quem é responsável por monitorar os aspectos de proteção na plataforma?  Como é garantida a segurança do site e das discussões no espaço online?  Quem tem a propriedade dos dados?

 Qual é o nível de privacidade dos usuários na plataforma?

Escolhendo a plataforma certa

O ecossistema de plataformas online está em constante evolução, e a popularidade de diferentes aplicativos muda ao longo do tempo e em diferentes contextos e grupos de usuários. Sendo assim, a decisão sobre a plataforma a ser usada deve ser tomada de acordo com o contexto e os objetivos do projeto, contando com o envolvimento direto dos usuários visados.

As informações abaixo oferecem uma visão geral das plataformas mais populares atualmente, incluindo as suas vantagens e desvantagens em termos do seu uso potencial pela Plan

International para o propósito de interação online. Este resumo não é completo. Lembramos que as plataformas passam por atualizações periódicas e que publicam regularmente as suas novas configurações, portanto essas informações podem estar desatualizadas.

Plataforma e descrição Prós Contras

Facebook

Plataforma de rede social com cerca de 2,5 bilhões de usuários em todo o mundo. O uso ilimitado do aplicativo é frequentemente incluído em planos de dados móveis. O uso requer um registro, que exige a inserção do nome completo da pessoa. Limite mínimo de idade: 13 anos.

Permite que os usuários se conectem com outros (por meio de solicitações de amigos), criem grupos públicos e privados e

estabeleçam interações individuais pelo Messenger.

Os usuários estão expostos a anúncios (personalizados) de produtos e serviços. O Facebook disponibiliza o conteúdo dos

usuários para anunciantes e outros sites e gera renda com publicidade em seu site.

Fácil de acessar, bem conhecido e usado por muitas pessoas. A inclusão em muitos planos de dados móveis significa que os usuários podem acessar a plataforma a um custo muito baixo. Pode ser usado sem acordo contratual. Ferramentas de moderação de grupo sofisticadas. Muitos jovens já passam bastante tempo na plataforma, portanto participar de um grupo moderado pela Plan International no Facebook não exige que eles mudem o seu comportamento online. Acessar grupos privados requer o acesso a uma plataforma pública e a criação de um perfil (público). Os riscos incluem: coleta de dados, implicações de privacidade, riscos relacionados a conteúdo inadequado e comunicação individual não supervisionada. Sistema de denúncia ineficaz (se você desenvolver uma boa parceria com o Facebook e souber exatamente como relatar problemas, é mais fácil fazer com que eles ajam em relação às denúncias feitas).

Workplace

É como o Facebook, mas mais seguro, pois os

O Workplace oferece um ambiente seguro no qual a Plan Requer um gerenciamento avançado de usuários.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 11 de 34

Plataforma e descrição Prós Contras

conjuntos de dados do Workplace são mantidos com segurança de acordo com as proteções de informática da Plan International e não estão disponíveis publicamente sem consentimento prévio e informado.

Acesso à plataforma apenas por convite.

International pode responder a Solicitações de Acesso, realizar investigações sobre reclamações e remover conteúdo considerado inadequado. Os perfis do Worplace são apenas visíveis aos membros dos grupos, reduzindo o risco de obter a atenção não solicitada de terceiros por meio de mensagens. Menor risco de exposição a conteúdo potencialmente perigoso em comparação com outros grupos online, como, por exemplo, no Facebook.

Não foi desenvolvido para interagir com "beneficiários".

Requer uma estratégia mais avançada de envolvimento, pois é uma plataforma nova para a maioria dos usuários.

Em geral, não está incluído nos planos de dados, portanto o seu uso pode incorrer na cobrança de dados.

WhatsApp

Serviço de mensagens que pertence ao

Facebook. Permite a criação de grupos com até 256 pessoas. Pode ser utilizado para o envio de mensagens de texto, de imagens e mensagens de voz, chamadas de vídeo e voz. Todas as comunicações podem ser feitas

individualmente.

Limite mínimo de idade: 16 anos na Europa (as crianças menores podem usá-lo com a

permissão do responsável). O limite mínimo de idade é de 13 anos em outras partes do mundo.

Segurança-padrão: Criptografia de ponta a ponta, dados não armazenados nos servidores do WhatsApp. O uso ilimitado do WhatsApp é normalmente incluído em planos de dados móveis.

Pode ser usado sem acordo contratual. Incapacidade de monitorar as comunicações; necessidade de cartão SIM. Somente moderadores podem convidar novos participantes (ao contrário do FB, no qual qualquer pessoa pode convidar, mas o moderador aprova).

O número de telefone pessoal do jovem é visível para outros usuários.

Comunicações individuais não supervisionadas.

Snapchat

Aplicativo de mensagens multimídia. Em geral,

Pode ser usado sem acordo contratual.

Comunicação individual, não supervisionada, que não deixa rastros.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 12 de 34

Plataforma e descrição Prós Contras

as mensagens ficam disponíveis apenas por um curto período de tempo antes de se tornarem inacessíveis aos usuários e serem excluídas do servidor do Snapchat. As mensagens podem ser compartilhadas individualmente, em bate-papos em grupo ou publicamente.

Os usuários estão expostos a anúncios (personalizados) de produtos e serviços. Limite mínimo de idade: 13 anos.

Colheita de dados.

Instagram

Serviço de rede social móvel e online para o compartilhamento de fotos e vídeos, cuja propriedade é do Facebook. Os usuários seguem outros usuários. Possibilidade de configuração pública ou privada.

Limite mínimo de idade: 13 anos (pode ser mais em algumas jurisdições).

Muito popular em determinadas faixas etárias, por exemplo, de 18 a 29 anos na Europa e nos EUA.

Pode ser usado sem acordo contratual.

O acesso ao canal privado requer acesso à plataforma pública. Coleta de dados, implicações de privacidade, riscos relacionados a conteúdo inadequado e comunicação individual não supervisionada. Os usuários estão expostos a anúncios personalizados de produtos e serviços.

Fórum de discussão/ espaços de colaboração online

Os fóruns de discussão online ou espaços de colaboração online podem assumir diferentes formas, desde uma ferramenta totalmente personalizada até o aproveitamento de

plataformas existentes, como Slack ou Discord.

Potencial de proteção e segurança a partir do design. Custo de manutenção e atualização. A necessidade de criar um perfil adicional e usar um aplicativo adicional pode ser um obstáculo ao seu uso. Experiências anteriores sugerem que isso é caro e ineficaz.

Skype

Aplicativo online gratuito para chamadas e bate-papos. Vídeo, compartilhamento de tela, legendas ao vivo e capacidade de ligar para telefones fixos ou móveis (a um custo extra). Capacidade de hospedar conferências em vídeo ou áudio com até 50 pessoas. Não é uma

plataforma de comunicação pública.

Possibilidade de conversas privadas criptografadas de ponta a ponta.

Pode ser usado sem acordo contratual.

Também pode envolver jovens em chamadas de grupo, ligando para o seu número de telefone

Comunicações individuais não supervisionadas.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 13 de 34

Plataforma e descrição Prós Contras

com o serviço de crédito do Skype.

Microsoft Teams

Ferramenta de reunião online (incluindo aplicativo) que faz parte do conjunto de

ferramentas Microsoft 365 da Plan International. Chamada, chat, vídeo, compartilhamento de tela e gravação ao vivo. Também existe a

possibilidade de criar áreas de trabalho do projeto e compartilhar arquivos.

Os espaços podem ser configurados por qualquer pessoa da Plan International.

Intervenientes externos podem ser convidados a participar (inclusive por meio de um

navegador da web).

Faz parte do conjunto de ferramentas digitais da Plan International. O envolvimento da equipe é feito por meio do perfil profissional.

Melhor qualidade de chamada do que, por exemplo, o Skype.

Espaços de discussão privados para grupos.

Comunicações individuais não supervisionadas. A necessidade de os intervenientes externos acessarem um espaço online adicional pode ser uma barreira.

O gerenciamento de usuários externos recai sobre o administrador do projeto.

Zoom

Ferramenta de reunião online (incluindo aplicativo) para chamadas, videoconferência, compartilhamento de tela e gravação ao vivo. A versão gratuita tem limitações de uso, por exemplo, limite de 40 minutos para reuniões em grupo. Requer inscrição pelo anfitrião da reunião.

Melhor qualidade de chamada do que, por exemplo, o Skype.

Pode ser usado gratuitamente sem acordo contratual. Comunicações individuais não supervisionadas. Preocupações relativas à privacidade do Zoom. Custo da ferramenta e limitações da versão gratuita.

Plataformas online populares que, no momento, permitem apenas ou principalmente o envolvimento público:

 YouTube: plataforma de compartilhamento de vídeo, subsidiária do Google. Oferece uma ampla variedade de vídeos gerados pelos seus usuários, incluindo conteúdo educacional. Capacidade de visualizar os vídeos em páginas da web fora do site. Cerca de 5 bilhões de vídeos são assistidos no YouTube todos os dias. Mais de um quarto dos usuários online acessam o YouTube pelo menos uma vez por dia.

 TikTok: serviço de rede social de compartilhamento de vídeo que permite que os usuários criem vídeos curtos de música e sincronização labial de 3 a 15 segundos e vídeos curtos em loop de 3 a 60 segundos. Número de usuários crescendo muito rápido, principalmente, entre crianças e jovens. Questões de privacidade, cyberbullying, dependência e segurança nacional foram levantadas em relação ao site.

 Twitter: serviço de microblog e rede social em que os usuários enviam e leem mensagens de até 280 caracteres. Os usuários têm que estar registrados para enviar tweets (comentários), mas qualquer pessoa pode lê-los. A pesquisa por meio de # (hashtag) pode levar os usuários a conteúdos prejudiciais.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 14 de 34 Algumas plataformas fornecem ao proprietário do grupo dados e informações sobre como os usuários estão envolvidos na plataforma. Também é possível desenvolver sistemas que analisam o envolvimento na plataforma para, por exemplo, entender quais tópicos os usuários mais discutem. Esses dados podem ser úteis para fins de defesa de direitos. No entanto, é importante garantir que os usuários da plataforma estejam cientes de como os dados na plataforma são usados e que tenham fornecido consentimento prévio e informado sobre o seu uso adicional, mesmo nos casos em que os dados são anonimizados. Já que muitas plataformas automaticamente fornecem dados ao proprietário do grupo, não há como optar pelo não compartilhamento sem sair do grupo. Nesses casos, é preciso enfatizar que, se um usuário não deseja compartilhar seus dados, ele não pode fazer parte do grupo ou enviar mensagens aos moderadores.

Ao escolher uma plataforma online, é obrigatório que os organizadores realizem uma avaliação da segurança da plataforma. Funcionários com experiência relevante em plataformas online (por exemplo, ICT, Segurança Digital/ funcionários de segurança) devem ser consultados, pois podem oferecer orientações valiosas nessa área. O apêndice 4 fornece mais orientações e informações nessa área.

Pontos a considerar na configuração do grupo e na criação de perfis de usuário

Em geral, a maioria dos grupos online criados pela Plan International está vinculada a um projeto/ campanha em andamento. Isso significa que o grupo de jovens em potencial já está conectado à organização. Portanto, é uma boa prática consultá-los sobre a proposta de conexão com eles em um grupo online. Isso pode ser feito compartilhando informações sobre como essa conexão pode ser benéfica para alcançar os objetivos do projeto/ campanha. Para obter sucesso no envolvimento online, deve-se trabalhar com o grupo para identificar qual plataforma melhor servirá ao seu

propósito.

O processo de configuração da plataforma deve começar com a equipe relevante da Plan

International compartilhando com os possíveis usuários um pacote de informações iniciais. Essas informações devem explicar o seguinte:

 Objetivo da plataforma;  Quem pode aderir;

 Pré-requisitos para a adesão (ter uma conta, acesso à internet, etc.) e termos de compromisso;

 Que suporte será fornecido pela Plan International e quais as isenções de responsabilidade sobre fatores de risco sobre os quais a Plan International não tem controle.

Consentimento da participação. Quando se trata de criar grupos no Facebook, se um jovem com

menos de 18 anos já tiver um perfil, não precisamos obter o consentimento dos pais para que ele se junte ao grupo. A forma mais fácil de recrutamento é fazer com que os participantes convidem amigos para o grupo via Facebook. Se um jovem com menos de 18 anos de idade não tiver uma conta no Facebook, mas deseja participar, precisaremos do consentimento dos pais para ajudá-lo a criar uma conta. Essa regra se aplica a todas as plataformas de terceiros. Embora não precisemos obter o consentimento dos pais ou participantes fora do que já está na plataforma, precisamos ser transparentes sobre como moderaremos nossos grupos e como os dados serão usados, para que os participantes possam tomar uma decisão informada sobre se devem ou não participar.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 15 de 34 Se um jovem não tiver uma conta de usuário na plataforma selecionada, a Plan International poderá compartilhar informações sobre como configurar uma conta. No entanto, a equipe não deve criar perfis de usuário para jovens em plataformas públicas de rede social (por exemplo, Facebook). Se uma plataforma privada (por exemplo, Workplace) for selecionada, a equipe da Plan International precisará criar as contas de usuário com o consentimento apropriado solicitado do jovem (e seu responsável legal caso o jovem seja menor de 18 anos).

A Plan International também deve fornecer aos usuários informações sobre possíveis riscos de segurança online nas redes sociais. Isso deve incluir instruções sobre medidas de segurança a serem seguidas ao configurar/ criar perfis de usuário, que podem abranger o seguinte:

 Usar uma senha forte;

 Como definir configurações de privacidade;  Configurar respostas de segurança;

 Como minimizar as informações pessoais compartilhadas (por exemplo, não usar nome completo, não incluir dados para contato, endereços, não usar fotos de perfil com informações de identificação, como uniformes escolares, data de nascimento, etc.);  Desativar a localização geográfica;

 Verificar as solicitações de amigos e bloquear contas falsas;  Saber preservar evidências em plataformas de rede social.

Conscientização, comunicação e educação sobre segurança online

A conduta dos usuários pode gerar muitos riscos de proteção em uma plataforma online. Muito disso pode ser evitado se os usuários tiverem um entendimento abrangente dos problemas de segurança e de como gerenciá-los. Tanto os jovens usuários quanto a equipe envolvida na plataforma precisam estar cientes de quais códigos de comportamento são esperados deles e de suas responsabilidades para evitar danos a si mesmos e aos outros. Para isso, é importante que a equipe da Plan International que está configurando a plataforma online considere como educar os usuários e os moderadores sobre segurança online. Isso pode ser feito da seguinte forma:

 Organizar um workshop ou integrar uma sessão sobre segurança online a um workshop existente;

 Criar um webinar ou inscrever participantes potenciais em uma sessão de treinamento online;  Desenvolver termos e condições de envolvimento, idealmente com a colaboração dos jovens,

e fazer com que todos os usuários aprovem os T&C;

 Desenvolver diretrizes/ códigos de comportamento claros para a comunidade e compartilhá-los com todos os usuários antes de adicioná-compartilhá-los à plataforma (como parte dos T&Cs);  Estabelecer linhas claras para o relatório de preocupações e garantir que todos os usuários

estejam cientes delas;

 Compartilhar lembretes periódicos sobre comportamento apropriado/ respeitoso;

 Garantir uma moderação adequada da plataforma (equipe com um número suficiente de membros) e aproveitar a tecnologia para ajudar a destacar riscos, tais como conteúdos ou comportamentos inadequados.

É importante que todos os esforços de conscientização e educação se concentrem em como usar e se comportar na plataforma específica. Além disso, é aconselhável fornecer conselhos mais amplos

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 16 de 34 sobre como se manter seguro online, principalmente quando o acesso ao grupo é feito por meio de uma plataforma pública, como, por exemplo, o Facebook. É importante ressaltar que a educação sobre segurança online também precisa incluir informações sobre como acessar a internet com segurança, além de orientações sobre como acessar a internet em espaços públicos e em aparelhos compartilhados. Sempre que possível, também é importante educar os pais sobre os riscos de segurança online e como minimizá-los.

Organizações/ sites que oferecem treinamento e informações sobre segurança online. CEOP e

THINK U KNOW

https://www.thinkuknow.co.uk

O Child Exploitation Online Protection Command (CEOP) [Comando de Proteção contra a Exploração Infantil Online] é um departamento da Agência Nacional do Crime do Reino Unido, cujo papel é trabalhar no âmbito nacional e internacional para trazer para os tribunais da Inglaterra agressores que cometem abusos sexuais online contra crianças, incluindo as pessoas envolvidas na produção, distribuição e consumo de materiais que contenham abusos de crianças. O CEOP trabalha com muitos profissionais e organizações, incluindo a Plan International. O site do CEOP chamado Thinkuknow possui informações e conselhos para ajudar crianças, pais e profissionais a manter as crianças seguras online.

Childnet International

https://www.childnet.com/

A missão da Childnet é trabalhar em parceria com outras pessoas em todo o mundo para ajudar a fazer com que a internet seja um lugar propício e seguro para as crianças. Visite o site da Childnet para obter recursos e ferramentas relacionados à segurança e proteção online

CRC Asia

https://www.crcasia.org/

A Child Rights Coalition Asia (CRC Asia) [Coalisão dos Direitos da Criança na Ásia] é uma rede de organizações de direitos infantis que trabalham juntas para serem uma voz forte em nome das crianças da região e com elas. A CRC Asia produziu orientações úteis sobre segurança online para crianças e jovens, que podem ser baixadas aqui.

Digital Kids Asia Pacific

https://dkap.org/

O projeto Digital Kids Asia-Pacific da UNESCO (DKAP) [Crianças Digitais Ásia-Pacífico], apoiado pelo Korean Funds-in-Trust, visa ajudar os Estados-Membros a desenvolverem políticas baseadas em evidências que promovam a cidadania digital das crianças e o uso seguro, eficaz e responsável das TIC.

Family Online Safety Institute

https://www.fosi.org/

O FOSI [Instituto de Segurança Online da Família] reúne e destaca as melhores mensagens, ferramentas e métodos de segurança para alcançar pais, crianças e cuidadores. Os recursos do FOSI incluem orientações úteis sobre como adotar uma abordagem equilibrada de segurança online.

Better Internet for Kids (BIK)

https://www.betterinternetforkids.eu/

Better Internet for Kids [Uma Internet Melhor para as Crianças] é uma plataforma de serviços que visa criar uma internet melhor para crianças e jovens na União Europeia. A plataforma possui recursos que podem ser usados para educar crianças, pais e funcionários sobre o uso seguro da internet.

Safer Sisters

https://safesisters.net/

Safersisters é uma plataforma que oferece uma variedade de informações e recursos úteis sobre os riscos relacionados à internet, com foco particular em mulheres e meninas. Esses recursos ajudam os usuários a aprenderem a tomar decisões informadas e a usar a internet de maneira eficaz e segura.

ConnectSafely

https://www.connectsafely.org/

A ConnectSafely é uma organização sem fins lucrativos dedicada a educar os usuários de tecnologia sobre segurança, privacidade e proteção.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 17 de 34

ECPAT

https://www.ecpat.org

A missão da ECPAT é acabar com a exploração sexual de crianças. O site da ECPAT possui vários recursos sobre abuso e exploração sexual online de crianças, que podem ajudar em iniciativas de treinamento e conscientização.

Segurança no Facebook

http://facebook.com/safety

A seção de segurança no Facebook visa fornecer aos usuários atualizações e informações para ajudá-los a manter a sua própria segurança e de sua família enquanto usam o Facebook.

Web Foundation – Women’s Rights Online - https://webfoundation.org/our-work/projects/womens-rights-online/

A rede chamada Women's Rights Online promove o empoderamento das mulheres na web por meio de um trabalho focado nas reformas de políticas e regulamentações para eliminar a lacuna de gênero digital.

Development Alternatives Incorporated

https://www.dai.com/fi-cyber-user-trust.pdf

O link possibilita o download de um recurso produzido pela DAI que discute a percepção do usuário sobre confiança e privacidade na Internet.

GSMA Mobile Internet Skills Training Toolkit

Um guia para treinar pessoas em habilidades básicas de Internet móvel.

Women and Web Literacy O Programa Women and Web Literacy [Mulheres e Conhecimentos da

Web] do Mozilla se apresenta como uma comunidade de aliadas, executivas e jovens líderes que promovem de maneira ativa os princípios da Internet aberta apoiando mulheres em tecnologia, aumentando os seus conhecimentos sobre a web e favorecendo a igualdade de gênero e a inclusão online.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 18 de 34

Desenvolvendo diretrizes de grupo e procedimentos de gerenciamento de

usuários

Todos os usuários de qualquer plataforma online configurada pela Plan International devem poder se envolver com outros usuários e funcionários de uma maneira segura, respeitosa e significativa, com interações abertas que apoiam a consecução dos objetivos pretendidos com o uso da

plataforma. É sempre bom estabelecer as diretrizes comunitárias desde o início. Isso ajuda a definir o tom do grupo, descrevendo as maneiras pelas quais os usuários podem contribuir positivamente nas discussões. Estabelecer diretrizes comunitárias garantirá que somos capazes de:

 Comunicar claramente as expectativas da Plan International de todos os usuários da plataforma em termos de conduta;

 Garantir que todos os usuários recebam apoio para se sentirem seguros, confiantes e incluídos;

 Garantir que as interações entre os usuários sejam simpáticas, solidárias e baseadas em relacionamentos confiáveis;

 Ajudar os usuários a desenvolverem conhecimentos e habilidades para que possam participar plenamente das interações e contribuir de maneira significativa;

 Ajudar os usuários a serem informados e ativos para garantir a sua segurança e a segurança de outras pessoas durante todo o envolvimento e a terem o conhecimento necessário para lidar com conteúdos ou condutas inadequados. Em termos mais gerais, também se trata de fornecer ferramentas aos usuários para que se tornem cidadãos digitais responsáveis;

 Evitar conflitos à medida que o grupo cresce e proporcionar uma sensação de segurança aos membros do grupo;

 Responder adequadamente a violações/ condutas inaceitáveis e relatar problemas de forma segura;

 Manter sempre o respeito e os direitos de todos os usuários;

 Fornecer informações aos responsáveis legais sobre os objetivos da Plan International na configuração da plataforma, os códigos de comportamentos esperados dos usuários e as limitações da capacidade da Plan International de gerenciar os riscos que estão além do seu controle;

 Minimizar violações de segurança e privacidade.

Sempre que possível, é importante consultar os possíveis usuários no desenvolvimento das diretrizes comunitárias. Esses processos de colaboração e consultoria são úteis para garantir que todos os envolvidos na plataforma estejam comprometidos em manter as diretrizes de maneira informada por meio da expressão clara das metas, valores e comportamentos esperados de todos. Também é importante definir um tom positivo, incentivando os usuários a estabelecerem interações positivas entre si, em vez de listar aquilo que não é permitido. Os moderadores podem compartilhar atualizações regulares ou fazer referências a pontos específicos das diretrizes do grupo como lembretes das expectativas para todos.

Para garantir que as diretrizes comunitárias sejam eficazes e atendam aos propósitos pretendidos, a equipe da Plan International deve garantir que:

 sejam claras e práticas;

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 19 de 34  forneçam informações sobre como relatar preocupações;

 descrevam quais ações serão tomadas no caso de violações das diretrizes acordadas;  sejam revistas regularmente para garantir que permaneçam relevantes aos objetivos.

Exemplo de diretrizes comunitárias para plataformas online3

Objetivo da plataforma online

Delinear o propósito geral da configuração da plataforma.

Diretrizes: A Plan International acredita que a manutenção da sua segurança e privacidade ao usar esta plataforma online é algo de extrema importância. Para isso, tomaremos todas as medidas razoáveis e sob o nosso controle. Também ofereceremos treinamento sobre segurança online em geral, pois acreditamos que o papel que você exerce para manter a sua segurança e a segurança de outros usuários é fundamental. Como membro desta plataforma online, a Plan International espera que você observe as seguintes diretrizes comunitárias:

1. Ser sempre educado e respeitoso com os outros membros do grupo. Bullying, agressão ou comentários ofensivos de qualquer tipo não serão tolerados.

2. Compartilhar apenas informações que sejam relevantes para o propósito e as atividades do grupo. Não serão permitidos o envio de spam, postagens ou links que não sejam relevantes para o seu propósito.

3. Manter sempre o seu nome de usuário e senha seguros e não os compartilhar com outras pessoas. Usar apenas a sua própria conta para interagir no grupo.

4. Comunicar-se sempre de uma maneira que todos os membros do grupo possam ver/ ler. O envio de mensagens diretas para outros membros é desencorajado.

5. Denunciar rapidamente quaisquer mensagens/ comunicações ou ações que sejam inadequadas ou com as quais você se sinta desconfortável.

6. Respeitar sempre a privacidade de todos. Nunca compartilhar os dados pessoais de um indivíduo na plataforma sem o devido consentimento.

7. As interações que acontecem dentro da plataforma nunca devem ser compartilhadas fora dela, seja online ou offline, a menos que tal decisão seja consensual.

O que você pode esperar dos funcionários envolvidos na plataforma? Os funcionários envolvidos nesta plataforma sempre o tratarão com dignidade e respeito e serão sensíveis à sua idade, gênero, etnia, origem, sexualidade, religião e outras características pessoais. Os funcionários NUNCA farão o seguinte:

 Flertar ou fazer comentários de natureza sexual;

 Agir ou dizer coisas que possam ser abusivas ou colocá-lo em risco;

 Envolver-se em atividades ou comportamentos que possam ser ilegais ou inseguros;  Usar linguagem ofensiva ou permitir que você use linguagem ofensiva;

 Pedir para ser seu amigo em outras plataformas online, tais como sites de redes sociais, ou encontrá-lo offline, exceto durante atividades ou eventos organizados pela Plan International.

Como relatar preocupações: Se você está preocupado com a segurança ou o bem-estar dos membros do grupo ou se quiser relatar alguma violação destas diretrizes comunitárias, envie uma mensagem/ fale com os seguintes membros da equipe:

Funcionário 1: Funcionário 2:

3 É uma boa prática desenvolver essas diretrizes com os usuários. Entretanto, a equipe deve saber qual é o

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 20 de 34

Funcionários da Plan International agindo como moderadores

Para que a plataforma seja segura e eficaz, é importante que os funcionários que fazem a moderação tenham uma boa compreensão sobre os riscos associados, bem como sobre a responsabilidade da Plan International de cuidar dos usuários e o seu compromisso em relação à proteção. Devem estar familiarizados com as expectativas e obrigações de denúncia em caso de infrações e entender os mecanismos para manter a segurança das crianças e dos jovens

envolvidos. Para isso, os gerentes envolvidos devem garantir que os funcionários que atuam como moderadores:

 tenham os conhecimentos, as habilidades e as atitudes relevantes para trabalhar com crianças e jovens e orientar interações na plataforma;

 recebam o treinamento adequado, incluindo orientações sobre a proteção de crianças e jovens;

 recebam apoio para gerenciar riscos de proteção, monitorar as atividades da plataforma e lidar com situações difíceis;

 sejam conhecidos pelo seu alto grau de responsabilidade e tenham bons antecedentes nas suas próprias contas de rede social e transações online, além de terem uma conta oficial para ser usada para moderar a plataforma.

O número de moderadores necessários por plataforma varia, por exemplo, de acordo com o tipo de envolvimento, o número de usuários e a capacidade de usar ferramentas digitais para sinalizar conteúdo/ comportamento inadequado. A necessidade de moderação precisará ser continuamente avaliada. Embora ferramentas digitais (como inteligência artificial) possam ajudar na moderação, sinalizando comportamento/ conteúdo inadequado, é essencial que pessoas realizem a moderação direta dos espaços digitais da Plan International.

É preciso deixar claro que a Política de Proteção da Plan International, o Código de Conduta e as diretrizes associadas devem reger a conduta de todos os funcionários da Plan International envolvidos em qualquer plataforma online. Além disso, devem ser tomadas as seguintes medidas para garantir a segurança geral das crianças, dos jovens e dos funcionários envolvidos:

 Em vez de usar as suas contas pessoais de rede social, a equipe da Plan International

envolvida na plataforma deve configurar uma nova conta usando o seu email de trabalho, com o intuito de que sejam capazes de manter limites profissionais e pessoais. Se um aparelho portátil for usado para se conectar à plataforma, a equipe deve sempre garantir que o aparelho e a conexão (número de telefone) pertençam à Plan International (por exemplo, no envolvimento de jovens em um grupo de WhatsApp).

 A conta criada para se conectar à plataforma online só deve ser usada para fins específicos e nunca para fins pessoais. O perfil deve declarar claramente que a conta pertence a um membro da equipe/ moderador da Plan International do grupo/ plataforma.

 É uma boa prática garantir que os funcionários se envolvam nas interações da plataforma apenas durante o horário de trabalho, a fim de manter um limite seguro entre o trabalho e a vida pessoal. Para que o processo seja prático, é importante identificar funcionários

localizados em diferentes fusos horários para auxiliar os moderadores. Também é útil conscientizar os pais/ responsáveis sobre como responder a incidentes caso os jovens não consigam acessar os moderadores por qualquer motivo.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 21 de 34  Há uma grande possibilidade de os participantes entrarem em contato com os moderadores

usando um bate-papo para introduzir perguntas e preocupações. Portanto, é importante estabelecer uma rotina onde alguém (por exemplo, o líder do projeto) entra na conta do moderador e verifica todas as conversas privadas regularmente (por exemplo, a cada duas semanas).

 Os funcionários que atuam como moderadores podem precisar entregar atualizações periódicas aos gerentes relevantes sobre as atividades da plataforma e a eficiência das medidas de proteção em vigor.

Configuração de mecanismos de denúncia

Ter um mecanismo de denúncia e resposta claro é um aspecto fundamental para a criação de uma plataforma online que visa a participação de crianças e jovens. Embora as diretrizes comunitárias ajudem os usuários a entender os seus direitos e códigos de comportamento, um mecanismo de denúncia ajuda a transmitir preocupações ou violações das diretrizes acordadas.

Ao escolher uma plataforma online, é importante considerar quais são os mecanismos de denúncia existentes. Muitas plataformas oferecem aos usuários a opção de denunciar conteúdo inadequado/ abusos diretamente aos administradores da plataforma. Se o mecanismo existente não permitir que relatos sejam feitos diretamente para a equipe da Plan International que modera a plataforma, é importante que os usuários estejam cientes disso e tenham a opção de fazer denúncias por meio de um mecanismo gerenciado pela Plan International.

Para isso, os usuários podem ter a opção de relatar o incidente/ preocupação por meio de

mensagem direta ou ligação para o moderador (ou moderadores) designado que atuará como ponto focal de proteção na plataforma. Os nomes dos pontos focais e informações sobre como relatar incidentes/ preocupações precisam ser compartilhados com todos os usuários no momento de ingresso na plataforma. Essas informações devem ser repetidas com frequência, bem como serem facilmente acessíveis.

Ao relatar incidentes, é importante que os usuários descrevam o incidente ocorrido e façam screenshots da tela com as postagens/ mensagens inapropriadas que devem ser encaminhadas com o relato. A equipe da Plan International também deve estar ciente das leis e do contexto legal em seus respectivos países, particularmente, em relação à preservação de evidências em casos de materiais de abuso sexual infantil ou outros materiais que possam ser vistos como pornografia infantil. Em alguns países, é ilegal manter/ compartilhar screenshots de determinados materiais, mesmo para fins de denúncia. Por exemplo, uma foto de uma criança nua que é compartilhada em uma plataforma online precisa ser imediatamente apagada para evitar que o destinatário seja acusado de possuir ou compartilhar pornografia infantil. Esses desafios devem ser identificados desde o início e abordados na criação de mecanismos de denúncia.

Além dos funcionários envolvidos na execução da plataforma online, os usuários também devem receber informações sobre os pontos focais de proteção do escritório da Plan International em seus países. Isso permitirá que os usuários relatem preocupações ao ponto focal de proteção designado, caso a sua preocupação envolva um membro da equipe que está executando a plataforma.

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 22 de 34

Retirada/ fechamento das plataformas

É importante planejar como a fase de retirada da plataforma irá acontecer. Deve ser evitada uma situação em que as plataformas ou grupos em plataformas de terceiros sejam criados e depois deixados em operação após o término do projeto. É inevitável que isso crie muitos riscos, pois a plataforma não seria adequadamente supervisionada pelos funcionários que eram responsáveis pelo projeto (e que podem não estar mais trabalhando na organização) e os usuários podem continuar a acessar informações sensíveis nela. Por essa razão, é muito importante planejar a fase de retirada/ fechamento no início do projeto e garantir que a plataforma online seja devidamente encerrada no final. Esse processo deve incluir um plano sobre como reter e/ou eliminar os dados na plataforma/ grupo. Certificar-se de que as plataformas são encerradas da maneira correta e que os dados contidos nessa plataforma são tratados de forma adequada é especialmente importante quando usamos plataformas de terceiros, sem acordos contratuais, pois nesses casos a Plan International não tem controle total sobre ela.

Girls Out Loud

A iniciativa Girls Out Loud (GOL) oferece espaços online seguros e privados para que meninas discutam as principais questões de gênero. Em grupos privados do Facebook e do Instagram, moderados pela Plan International, as meninas fazem perguntas e discutem temas como autoimagem, violência de gênero, gravidez precoce, prevenção e aborto. Após uma implementação bem-sucedida na Colômbia com a participação de mais de 900 meninas, a partir de março de 2020, a

iniciativa GOL passou a operar em mais quatro países. As versões na Guatemala, República Dominicana e Senegal foram lançadas em setembro de 2019 e o grupo no Reino Unido está começando.

O painel de escuta social do projeto, criado em colaboração com a IBM e a Accenture, analisa as discussões em grupo usando inteligência

artificial. As conclusões têm sido usadas em pesquisas, no design de programas e na elaboração de propostas.

A GOL permite que a Plan International saiba o que as meninas estão pensando e sentindo. Como elas se sentem sobre a situação em suas comunidades? Quais são os problemas mais significativos? O que elas acham que deve ser feito para alcançar a mudança certa? Também é um canal pelo qual podemos informar as meninas sobre os seus direitos,

ajudá-las a permanecer seguras online e incentivá-las a atuarem em suas comunidades.

Quando o projeto começou, a proteção digital era algo novo para a equipe. No entanto, vários riscos de proteção foram identificados antes do lançamento da plataforma (clique aqui para ler a avaliação dos riscos de proteção). Seguem abaixo algumas das lições mais importantes que aprendemos no caminho:

1. Manter um espaço online seguro é um trabalho em tempo integral. Manter o grupo seguro é uma tarefa demorada e requer uma pessoa dedicada a isso. Todos os grupos da GOL possuem um moderador em tempo integral que incentiva a discussão, responde perguntas e garante que o grupo permaneça seguro.

"É um lugar onde expressamos nossos sentimentos e opiniões, um lugar onde não temos medo de sermos

julgadas. Um lugar onde

recebemos apoio quando enfrentamos problemas." - Menina, 17 anos, Colômbia

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Unidade de Proteção Global: Orientação para a Proteção de Crianças e Jovens em Plataformas Online Página 23 de 34 Super dica! Envolva assessores técnicos e pontos focais de proteção desde o início. O

moderador precisará da ajuda deles durante todo o processo.

2. Tome cuidado ao aceitar novos membros. Os grupos da GOL são definidos como privados. O moderador é o único perfil que tem direitos de administração e pode aceitar novos membros. Antes de aceitar novos membros, o moderador realiza uma extensa verificação dos perfis. A menina tem amigas que já estão no grupo? A foto mostra uma adolescente? Em caso de dúvida, o moderador deve entrar em contato diretamente com a pessoa pelo Messenger para fazer perguntas mais detalhadas.

Super dica! Use nomes para o grupo que não aparecem com frequência em pesquisas para, dessa forma, evitar solicitações indesejadas. A GOL usa palavras inventadas, nomes no idioma local ou abreviaturas estranhas.

3. Reitere a importância de se manter seguro online. Os membros do grupo da GOL passam muito tempo no Facebook, portanto a equipe tenta ensiná-los maneiras de se manterem em segurança, tanto no grupo quanto no Facebook. Isso inclui informações sobre como definir configurações de perfil privado, bloquear usuários ou relatar conteúdos desconcertantes. É importante reiterar regularmente como manter as senhas seguras. Existem muitas histórias de meninas que compartilham as senhas com os seus namorados.

4. Esteja preparado para lidar com discussões polarizadas. Nos grupos da GOL, as opiniões variam bastante. Temas sensíveis, tais como aborto, muitas vezes causam discussões acirradas. O papel do moderador é garantir que todos respeitem as opiniões alheias e que saibam que comentários desrespeitosos ou conteúdos desconcertantes não serão tolerados.

Super dica! Use as "Regras" da ferramenta de moderação para configurar um código de conduta para o seu grupo. Os membros do grupo podem então relatar postagens ou comentários que infringem essas regras, e o moderador pode remover membros do grupo, caso necessário.

5. À medida que você constrói confiança, os membros do grupo começarão a pedir ajuda. Grandes discussões são realizadas nas postagens do Facebook, mas também há interações importantes entre os moderadores e as meninas que acontecem no Messenger. À medida que os moderadores constroem confiança, as meninas começam a fazer perguntas no Messenger que não fariam publicamente no grupo. Algumas delas relatam problemas sérios, tais como abusos ou casamentos forçados. Esses casos são imediatamente transferidos para o ponto focal de proteção ou para o escritório de proteção.

6. Seja transparente sobre como os dados pessoais são usados. Queremos ser o mais

transparente possível sobre quem tem acesso às conversas dos grupos e dados dos membros, para que cada membro possa decidir se quer ou não participar. Os termos e condições do Facebook são muito complicados, por isso tentamos explicar como usamos os dados do grupo usando simples infográficos de Perguntas e Respostas.

Clique aqui para acessar uma versão mais detalhada deste estudo de caso no SharePoint da Unidade de Proteção.

Grupo no Facebook do Grupo Central GGE – Plan International de Filipinas

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