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Algumas das boas práticas a seguir na apanha, conservação e consumo de. cogumelos. silvestres

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Academic year: 2021

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Algumas das boas práticas

a seguir na apanha,

conservação e consumo de

cogumelos

silvestres

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Além da adoção de práticas culturais adequadas nas intervenções a realizar nos meios agro-florestais a que os cogumelos estão associados, recomenda-se também a observação, na apanha, conservação e consumo, de algumas normas elementares, a nível individual por parte dos coletores e/ou consumidores:

- Não fazer colheitas no interior ou nas proximidades de zonas poluídas,

nomeadamente: de perímetros urbanos; instalações industriais; bermas de estradas e caminhos de circulação de automóvel; e em terrenos onde se exerça atividade

agro-florestal ou pecuária intensiva, com utilização de produtos químicos de síntese.

Os fungos têm capacidade de absorção e de acumulação de grandes quantidades de substâncias prejudiciais à saúde humana nomeadamente de metais pesados, sendo esta particularidade maior em espécies sapróbias.

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O carpóforo (frutificação do fungo) ou cogumelo, no exterior do solo está mais exposto a este tipo de substâncias presentes em ambientes de atmosfera poluída ou sujeitos a aplicações de produtos biocidas, pelo que pode apresentar ainda uma maior concentração de elementos nocivos. Algumas substâncias são de difícil eliminação pelo organismo e podem provocar transtornos por acumulação. Sendo assim, não se devem apanhar cogumelos nestas zonas de risco. - Não colher todos os cogumelos presentes em

cada local nem apanhar mais cogumelos do que os que tenciona consumir. A apanha excessiva e sem regras, com intuito

puramente comercial pode condicionar a manutenção de algumas espécies.

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- Não apanhar cogumelos na fase inicial do seu desenvolvimento.

Para além do menor aproveitamento, nos primórdios as diferenças entre as espécies podem ser mínimas e pouco visíveis, dificultando a identificação, mais para quem possa fazer a apanha de forma não precavida e sem o

conhecimento da existência dalgumas diferenças. - Não apanhar cogumelos envelhecidos e muito alterados.

O aproveitamento gastronómico é reduzido ou nulo; quando confecionados em separado ou juntos com exemplares em bom estado comprometem a qualidade final do alimento; podem ter iniciado um processo degradativo, com a produção de substâncias tóxicas; o esbater de algumas características pode tornar mais difícil fazer a destrinça e a identificação correcta de algumas espécies mais semelhantes.

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- Evitar fazer estragos na vegetação, noutros cogumelos, na manta morta e no solo.

Depois de uma recolha, no mesmo local, novos e novas espécies de cogumelos irão surgir; outros cogumelos, mesmo que venenosos, são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas; no caso dos cogumelos hipógeos ou dos que apresentam normalmente o pé um pouco em profundidade, devem-se desenterrar cuidadosamente os carpóforos, repondo a situação inicial do solo, tapando as covas, para evitar, ao mínimo, danos no micélio e nas raízes.

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- Apanhar a totalidade do cogumelo. A extração deve ser total e efetuada com o cuidado em não remover a camada superficial do solo e não danificar o micélio, aspetos que podem afetar negativamente a produção vindoura. O corte do cogumelo a meio pé conduz à eliminação da base do pé e

eventualmente do anel, quando este existe, elementos que apresentam características próprias importantes e diferenciadoras, a que muitas vezes se faz recurso para uma precisa identificação das espécies.

Compreende-se o corte do pé quando há uma inequívoca identificação da espécie: como medida higiénica para não conspurcar os restantes cogumelos acondicionados com os restos da terra que vêm agarrados sobretudo à base do pé; nas situações em que se verifique a existência conjunta de exemplares adultos e na fase primórdio ou muito jovens, em que o arranque abaixo da base do pé pode vir a comprometer desenvolvimento futuro dos juvenis.

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- Proceder à limpeza dos cogumelos logo no local e procurar devolver os restos e desperdícios da preparação ao local de colheita ou similar.

Além de não conspurcar os cogumelos, nos contactos entre as partes com terra e outros resíduos, fomenta a dispersão das sementes do cogumelo: os esporos.

- Não fazer utilização de sacos de plástico para apanha, transporte ou depósito dos cogumelos em fresco.

A película isolante de material flexível, com o movimento da deslocação e

o peso dos cogumelos, permite e facilita uma maior acomodação ao espaço, segmentação, conspurcação, retenção da humidade e elevação da temperatura, contribuindo para uma rápida degradação do produto. Os cogumelos apresentam uma taxa respiratória

elevada, sendo produtos altamente perecíveis e com pouca capacidade de conservação em fresco.

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O espaço que medeia a apanha e a transformação ou a conservação em meio adequado, deve ser o mínimo indispensável para a realização das operações intermédias. A durabilidade é muito restrita e o processo de degradação é muito rápido, pelo que se deve procurar colher os cogumelos no melhor estado possível, rejeitando os que apresentem larvas, fungos e escurecimentos ou texturas que

evidenciem degradação. Não se deve deixar para mais tarde ou para o dia seguinte a sua

preparação, aplicando-se aqui o provérbio “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”. Os sacos não permitem as trocas gasosas. Com os cogumelos dentro, depressa as gotículas de humidade se acumulam, a temperatura aumenta e, rapidamente se evolui para um processo de fermentação, degradativo ao nível da textura e da sanidade do produto. Os cogumelos alterados e envelhecidos produzem toxinas e o seu

consumo pode conduzir a intoxicações mais ou menos graves. Os cogumelos devem ser

colocados sempre em cestas baixas, porosas e arejadas. Além de se obviarem os inconvenientes anteriormente apontados, tal prática permite a disseminação dos esporos durante a

deslocação dos cogumelos pelo campo.

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- Apanhar e levar do campo apenas os cogumelos certos da sua identificação. A análise deve ser individual, um a um, não se

devendo colocar todos no mesmo cesto (classificados genericamente) só porque nasceram no mesmo local ou aparentemente são iguais. Não se devem misturar os cogumelos que se conhecem com aqueles em que se têm dúvidas ou desconhecem. Nunca se esquecer de fazer uma correta separação e rejeitar as espécies não comestíveis. Caso tal previamente não aconteça, nunca entregar a segundas pessoas a limpeza, preparação ou confeção dos cogumelos. Uma distração ou omissão pode ser fatal e o desconhecimento de quem nos vários passos os manuseia, pode conduzir ao consumo inadvertido da espécie tóxica.

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- Consumir apenas os cogumelos de que haja certeza absoluta da sua correta identificação.

A ideia de que o não escurecimento dos cogumelos, face ao contacto com o alho ou de algum objeto de prata, durante a sua confeção, é garantia inequívoca da sua comestibilidade, tem de ser definitivamente eliminada da cabeça das muitas pessoas que ainda assim pensam. O

Amanita phalloides considerado a espécie mais

mortal não sofre alterações deste tipo e, no que diz respeito a outras espécies tóxicas o

comportamento pode ser idêntico, contrariamente ao que acontece com o

Cantharellus cibarius, excelente comestível, mas

em que se dá o referido escurecimento.

- Assegurar que os cogumelos, no momento do consumo, estejam preparados e confecionados de acordo com as exigências próprias de cada espécie.

Enquanto há cogumelos que podem ser consumidos na sua totalidade e/ou em cru, há cogumelos em que, para eliminar potenciais problemas, nomeadamente se rejeitam partes do carpóforo, ou têm de ser desidratados ou sujeitos a temperaturas elevadas durante a

sua confeção.

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- Evitar consumos exagerados e repetidos. Os cogumelos em geral são alimentos de difícil

digestão e não tolerados por todos da mesma forma, pelo que se recomenda um consumo moderado. - À mínima suspeita deve recorrer

imediatamente ao médico. A sentirem-se sintomas, decorrentes da ingestão de cogumelos, não há que esperar por melhoras mas sim providenciar uma imediata intervenção médica. Nada de arriscar. Quanto mais rápido se processar o diagnóstico e o tratamento, menos prováveis e menos graves serão as consequências. Nesse sentido, convém ficar com uma amostra

dos cogumelos consumidos, susceptível de conduzir à identificação da espécie causadora dos problemas. NOTA: A colheita, por terceiros, de cogumelos

silvestres em explorações agro-florestais só pode efetuar-se com consentimento dos respetivos proprietários ou usufruários.

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Chapéu

Lâminas

Anel

Volva

Amanita phalloides Espécie mortal

Im ag em : E n g. º Jo sé G ra vi to H en ri q u es 11

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Considerações finais Os cogumelos silvestres são produtos alimentares com alto valor nutritivo e

de elevado interesse gastronómico. A diversidade de cogumelos presentes na nossa Região permite a recolha de

um numero considerável de espécies comestíveis sem que daí advenham quaisquer riscos do seu consumo. Para poder desfrutar dos seus aromas e sabores de requinte, apenas tem de

adquirir conhecimentos que permitam reconhecer as características morfológicas específicas de cada espécie e assim, identificar de forma inequívoca os cogumelos que vai apanhar para comer.

Na duvida nunca consuma cogumelos. Em caso de intoxicação contactar: Centro de informação antivenenos -

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Texto: José Luís Gravito Henriques Engenheiro Agrónomo - DRAP Centro

G a f m o C M l i o s N V ’1 r is O e r | O 3

Referências

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