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A Nova Classe C: Alterações de Consumo e seus Efeitos Regionais RESUMO

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Academic year: 2021

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Arthur Simão Pereira da Silva 1 - Clauber Eduardo Marchezan Scherer 2 - Alexandre Alves Porsse 3

RESUMO

A partir de dados das POFs 2002-03 e 2008-09, pretende-se mensurar as alterações na composição do consumo por classe de renda no Brasil. Os resultados mostram um crescimento homogêneo e expressivo na participação da Classe C no consumo agregado na maioria dos setores de atividade e em todas as cinco macro-regiões. Em seguida, com o auxílio de uma Matriz Insumo-Produto Inter-Regional (2004), verificam-se quais as regiões e setores que estão sendo beneficiados pela ascenção de renda da Classe C. Os resultados a nível nacional mostram que a ascenção dessa classe tem impacto maior nos setores de Serviços Privados, Agropecuária, Comércio e Alimentação. A nível regional, destaque para a região Centro-Oeste onde os reflexos sobre os efeitos multiplicadores são relativamente maiores, em especial, nos setores de Construção Civil, Siderurgia, Metalurgia e Comércio.

Palavras chaves: consumo, Classe C, insumo-produto.

ABSTRACT

Starting with data of POFs 2002-03 and 2008-2009 this work aim measure changes in consumption composition by class of income on Brazil. The results shows an homogeneous and expressive growth in the share of class C in aggregate consumption in the most part of sectors in all five regions. Next, with the adoption of a Inter-Regional Input-Output Matrix (2004), were inspect which regions and sectors that are being benefits with the income rise of class C. The results in national level, showed that the biggest impacts were in Private Services, Agriculture, Commerce and Alimentation. In regional level the Midwest region stands out specially when looking for multiplier effects in the sectors of Civil Construction, Steel Mill, Metallurgy and Commerce.

Keywords: consumption, class C, input-output.

Classificação JEL: R12, R15, J11 Área 3: Economia Regional e Urbana

Os autores agradecem ao Professor Joaquim José Martins Guilhoto, do Núcleo de Economia Regional e Urbana da

USP, pela disponibilização do tradutor utilizado no tratamento dos microdados da POF neste estudo. Erros e omissões são responsabilidade exclusiva dos autores.

1

Mestrando PPGDE/UFPR. Email: arthur_simao@hotmail.com.br 2 Mestrando PPGDE/UFPR. Email: clauberscherer@yahoo.com.br 3

(2)

1. INTRODUÇÃO

Os conflitos entre classes sociais estiveram presentes historicamente no cenário econômico brasileiro em um contexto de desigualdade marcante. Mas a partir do início dos anos 2000, houve uma quebra estrutural dessa desigualdade em razão de uma maior estabilidade macroeconômica e de políticas direcionadas à redução da pobreza. Verificou-se a partir de então um período de transição marcado pela ascensão das famílias brasileiras de baixa e média renda, tomando grandes proporções e gerando uma "Nova Classe Média".

Conforme publicação da FECOMERCIO-SP (2012) com base em dados do IBGE, mais de 12 milhões de famílias, isto é, quase 40 milhões de pessoas ascenderam às classes de renda C e B entre 2003 e 2009. Estas pessoas têm despertado a atenção dos pesquisadores por adquirir hábitos da antiga classe média e por terem seus próprios padrões de consumo e convivência social. Segundo Neri (2012), o Brasil possui hoje mais de 100 milhões de pessoas na Classe C, o que permite afirmar que este é um país, predominantemente, de uma nova classe média. Portanto, é necessário deixar claro a definição do que se entende como essa nova classe e, além disso, identificar o que ela consome, quais setores de atividade recebem mais a sua influência e quais as regiões são mais beneficiadas por sua expansão.

Deve-se ressaltar que apesar do crescimento do consumo e da melhora da distribuição de renda nos últimos anos não serem condições suficientes para um processo sustentável de crescimento de longo prazo da economia brasileira, ambos são componentes fundamentais para explicar seu desempenho, por meio de inter-relações setoriais na geração de renda e de suas ligações com as estruturas produtivas regionais. Levando isso em consideração, o objetivo do presente estudo é, por meio da identificação das pessoas da Classe C e com o auxílio da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), em dois momentos distintos do tempo (2002-03 e 2008-09), visualizar a distribuição das famílias em classes de renda e seu padrão de consumo em um nível mais desagregado do que aquele habitualmente utilizado na literatura de matrizes de Contabilidade Social. Em seguida, faz-se uso de uma Matriz Insumo Produto Inter Regional (2004) e do Modelo de Leontief para verificar quais são os impactos econômicos em termos de estrutura produtiva na economia brasileira e seus vazamentos regionais, diante das mudanças no padrão de consumo das famílias.

Em suma, este artigo está organizado em cinco sessões, a saber, além dessa introdução. A sessão 2 apresenta uma revisão da literatura a fim de destacar a importância do tema. A sessão 3 ocupa-se em descrever o método Insumo-Produto e o modelo de Leontief, enquanto na sessão 4 são apresentados os resultados. Por fim, a sessão 5 sintetiza as principais considerações.

2. REVISÃO EMPÍRICA

O presente estudo faz uso de uma abordagem insumo-produto baseada em Matrizes de Contabilidade Social, que nada mais é do que um sistema capaz de representar as transações dos agentes econômicos de forma semelhante ao esquema do fluxo circular da renda. No Brasil, a partir da última década, estudos nesta área têm abordado o impacto de programas governamentais sobre a economia brasileira e seus efeitos sobre a distribuição de renda, como Cavalcanti (2001) e Moreira

et al. (2005). Este também é o caso de estudos mais recentes como o de Azzoni et al. (2007), onde a

partir de um modelo de Leontief-Miyazawa são analisados os impactos inter-reginais do programa Bolsa-Família e sua capacidade de reduzir a desigualdade no país. Os resultados mostram que no curto prazo o efeito do programa é benéfico apesar de seu potencial ser reduzido com o passar do tempo.

(3)

Em outra pesquisa, Zylberberg (2008) busca compreender quais os efeitos que as políticas de transferências de renda exercem sobre a economia brasileira uma vez que não alteram a estrutura produtiva de forma direta. Os resultados mostram um efeito positivo na redução da desigualdade por parte desses programas em um primeiro momento, mas o que se verifica no médio e longo prazo é um processo não sustentável em direção à concentração da renda.

Dos Santos et al. (2012), por sua vez, ao assumir que o processo de crescimento econômico e desigualdade social não é simétrico dentro dos diferentes extratos sociais, abordam uma linha na qual busca se comparar os setores responsáveis por maior geração de crescimento com aqueles de maior redução da desigualdade dentro do país, além disso, comparam os efeitos multiplicadores inter-classes. Seus resultados apontam para a Classe C como a que mais absorve renda gerada na economia bem como para a classe que tem o maior efeito multiplicador sobre a economia.

Ainda que tais trabalhos atendam aos objetivos propostos, eles são destinados à avaliação de indicadores de desigualdade diante dos efeitos de programas de transferências de renda. Mas uma vez que se entende melhor a distribuição de renda, surge a necessidade de explicar seus desdobramentos, especialmente, no que se refere as mudanças no padrão de consumo devido a essa ascenção das famílias brasileiras, principalmente, das classes intermediárias. A tabela 1 exemplifica isso descrevendo em termos populacionais os impactos da ascenção de renda no Brasil.

TABELA 1 - Evolução das Classes Econômicas (2003-2009) Diferença Percentual Diferença Populacional Classe E -45,50% Classe E -20.481.069 Classe D -11,63% Classe D -2.431.443 Classe C 34,32% Classe C 29.063.545 Classe B 38,51% Classe B 3.391.694 Classe A 40,99% Classe A 3.253.636

Fonte: CPS/FGV em Neri (2010) a partir da PNAD/IBGE

Conforme Neri (2010), a parcela correspondente a Classe C subiu 34,32% de 2003 a 2009. A Classe C a qual este autor se refere é a classe média no sentido estatístico, isto é, a classe que “aufere, em média, a renda média da sociedade”. Considerando, o alto nível de desigualdade brasileiro, a renda média é alta em relação à mediana. Assim, a classe média está compreendida acima dos 50% mais pobres e abaixo dos 10% mais ricos. Em outros termos “os limites da Classe C seriam as fronteiras para o lado indiano e o lado belga” de um Brasil com duas faces opostas (NERI, 2008).

Traduzindo em números, a Classe C abrange às famílias com renda total familiar de R$ 1.734,00 até R$ 7.475,00, a preços de julho de 2011, ajustados pela POF, conforme a tabela 2.

TABELA 2 - Divisão das Classes de Renda Renda Mensal Total Familiar (julho 2011)

Classe A Acima de R$ 9.745,00 Classe B R$ 7.475,00 até R$ 9.745 Classe C R$ 1.734,00 até R$ 7.475,00 Classe D R$ 1.085,00 até R$ 1.734,00 Classe E R$ 0,00 até R$ 1.085,00 Fonte: CPS/FGV em Neri (2012)

Com base nessa classificação, a Classe C representava por volta de 65,8 milhões de pessoas em 2003. Já em 2009, cerca de 94,9 milhões de pessoas faziam parte desse grupo. Percebe-se que em um pequeno intervalo de tempo, houve uma mudança significativa na estrutura de renda e da demografia do país. Assim, o Brasil se tornou um país da classe média (C) e, ainda, vale ressaltar, um país cada vez mais apoiado em políticas de incentivo ao consumo.

(4)

Conforme a tabela 3, o componente consumo das famílias tem representado cerca de 60% do PIB brasileiro, acumulando na década passada um crescimento acima da produção nacional.

TABELA 3 - Taxa de crescimento do PIB e do consumo das famílias brasileiras Taxa de Crescimento

CF/PIB (%)

Ano PIB Acumulado na

década Consumo das famílias Acumulado na década 2001 1,3% 1,3% 0,7% 0,7% 62,3% 2002 2,7% 4,0% 1,9% 2,6% 62,0% 2003 1,1% 5,2% -0,8% 1,8% 61,5% 2004 5,7% 11,2% 3,8% 5,7% 60,3% 2005 3,2% 14,7% 4,5% 10,4% 59,3% 2006 4,0% 19,3% 5,2% 16,2% 60,0% 2007 6,1% 26,5% 6,1% 23,2% 60,7% 2008 5,2% 33,1% 5,7% 30,2% 60,7% 2009 -0,6% 32,2% 4,2% 35,7% 61,0% 2010 7,5% 42,1% 7,0% 45,2% 64,0%

Fonte: IBGE em FECOMERCIO-SP (2012)

Dessa forma, torna-se indispensável compreender as mudanças na composição das classes de renda e sua alteração sobre o padrão de consumo das famílias brasileiras. Neste sentido, o objetivo do presente estudo é compreender tais mudanças desagregando o consumo setorial por classe de renda para em seguida verificar quais são os impactos econômicos em termos de estrutura produtiva na economia brasileira e seus vazamentos regionais, por meio do Modelo de Leontief (1953).

3. METODOLOGIA

O processo metodológico a seguir mesclou o uso de dados extraídos junto a POF para os anos de 2002-2003 e 2008-2009, complementado com técnicas de análise de Insumo-Produto a partir de uma Matriz Insumo Produto Inter Regional (2004) baseada nas contas regionais de 2007, elaborada por Guilhoto e Sesso Filho (2005, 2010) e Guilhoto et al. (2010), obtidas junto ao NEREUS 4. Para a melhor compreensão dos procedimentos a sessão foi dividida em duas partes.

3.1 Extração e Manipulação dos dados da POF

A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 5 traz microdados referentes aos valores despendidos individualmente e pelas famílias no período de 7, 30 e 90 dias. Então, no primeiro momento, as despesas domiciliares foram anualizadas, deflacionadas e expandidas conforme o peso de cada domicílio. Em uma segunda etapa, foram utilizados tradutores POF/MIP para compatibilizar os mais de 13.000 tipos de produtos das POFs (2002-2003 e 2008-2009) com os 110 tipos de produtos da matriz insumo-produto. Posteriormente, os 110 produtos são agrupados em 20

4 Em http://www.usp.br/nereus/.

(5)

setores para viabilizar a análise da matriz inter-regional6. O objetivo aqui é criar 5 vetores correspondentes ao percentual de consumo de cada classe de renda, para decompor o vetor “consumo das famílias” da matriz insumo produto.

Por sua vez, a renda total de todas as fontes referente ao domicílio é obtida pela multiplicação entre a renda total de cada unidade de consumo7 pela quantidade de unidades de consumo do domicílio. Dessa forma, na elaboração das classes de renda utilizou-se a classificação elaborada pelo Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV), descrita em Neri (2010).

A tabela 4 traz os valores referentes a renda mensal total domiciliar deflacionados com base no INPC-PME para os meses de referência das POFs.

TABELA 4 - Divisão das Classes de Renda Renda Mensal Total Domiciliar

(janeiro 2003)

Renda Mensal Total Domiciliar (janeiro 2009)

Classe A Acima de R$ 6.057,00 Acima de R$ 8.504,00

Classe B R$ 4.646,00 até R$ 6.057,00 R$ 6.523,00 até R$ 8.504,00 Classe C R$ 1.077,00 até R$ 4.646,00 R$ 1.513,00 até R$ 6.523,00 Classe D R$ 674,00 até R$ 1.077,00 R$ 946,00 até R$ R$ 1.513,00

Classe E R$ 0,00 até R$ 674,00 R$ 0,00 até R$ 946,00

Notas: A renda mensal domiciliar é deflacionada com base no INPC-PME para os meses de referência das POFs. Fonte: Elaboração Própria.

Para obter o vetor com o percentual de consumo de cada classe de renda, primeiro, obtém-se um vetor com a soma do total de consumo por produto. Depois, obtém-se outro vetor com a soma do total de consumo por produto e por classe de renda. Por fim, dividi-se o segundo pelo primeiro vetor e, como resultado, tem-se os vetores com o percentual de consumo de cada produto por classe de renda conforme a tabela 6 da sessão 4. Com isso, é possível analisar a composição do consumo nacional e regional por faixa de renda, comparando a parcela do consumo total de cada produto que a Classe C consumia em 2003 e o que consumia em 2009.

3.2 O Modelo de Leontief e a Abordagem Insumo-Produto Inter-Regional

Com base no Modelo de Leontief (1953), os fluxos intersetoriais de uma economia podem ser representados pelo seguinte sistema de equações simultâneas:

X = AX + Y (1)

onde:

X é um vetor (nx1) com valores da produção total por setores; Y é um vetor (nx1) com os valores da demanda final setorial; A é um matriz (nxn) com os coeficientes técnicos de produção.

Resolvendo o sistema, obtém-se a matriz de Leontief “B” a partir da matriz de coeficientes técnicos. A matriz de Leontief determina a produção setorial total “Y” necessária para produzir uma unidade de demanda final setorial “X”. No modelo, o vetor de demanda final é definido como exógeno ao sistema, de forma que o vetor de produção total é determinado unicamente pelo vetor de demanda final, conforme a equação 2.

X = BY (2)

6

Os tradutores utilizados foram disponibilizados pelo Professor Joaquim José Martins Guilhoto, do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP.

(6)

B = (I – A)-1 (3)

Esse mesmo sistema pode ser aplicado em termos regionais. Assim, o sistema agregado é decomposto em uma matriz regional, conforme a tabela 5, onde inicialmente se calcula a matriz de coeficientes técnicos regionais a partir dos fluxos intermediários da renda setorial (Zij) entre regiões.

TABELA 5 - Estrutura da MIP inter-regional.

Setores e Regiões Norte (N) (i...j) Nordeste (NE) (i...j) Centro-Oeste (CO) (i...j) Sudeste (SE) (i...j) Sul (S) (i...j) Se tores e Re giões Norte (N)

(i...j) Zij (NxN) Zij (NxNE) Zij (NxCO) Zij (NxSE) Zij (NxS)

Nordeste (NE)

(i...j) Zij (NExN) Zij (NExNE) Zij (NExCO) Zij (NExSE) Zij (NExS)

Centro-Oeste (CO)

(i...j) Zij (COxN) Zij (COxNE) Zij (COxCO) Zij (COxSE) Zij (COxS)

Sudeste (Se)

(i...j) Zij (SExN) Zij (SExNE) Zij (SExCO) Zij (SExSE) Zij (SExS)

Sul (S)

(i...j) Zij (SxN) Zij (SxNE) Zij (SxCO) Zij (SxSE) Zij (SxS)

Fonte: Elaboração Própria

As matrizes estaduais são construídas em um sistema 20x20. Dessa forma, duas adaptações precisaram ser feitas. Uma diz respeito a agregação dos estados a fim de compilar os dados das matrizes estaduais em cinco macrorregiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste) e a outra com relação a necessidade de reduzir o número de setores e produtos obtidas a partir dos dados da POF, traduzidos em 110 produtos. Tanto a construção da análise de vazamentos quanto a de encadeamento inter-regional são elaboradas de forma semelhante ao procedimento utilizado em Haddad, Porsse e Rabahy (2011), baseado em Miller e Blair (2009).

Com a matriz de consumo intermediário inter-regional definida conforme a tabela 5, obtém-se os coeficientes técnicos “A” necessários para a construção da matriz de Leontief “B”. No lado da demanda final o componente exógeno de interesse é o “consumo das famílias” por setor e região, que mostra o que as famílias de uma região consomem de outra como exemplificado pela matriz “v”.

v =

(4)

De forma complementar, é preciso decompor cada vetor coluna da matriz de consumo “v” em outros 5 vetores correspondentes a cada classe de renda, conforme explicado na seção anterior, a partir dos percentuais de consumo regionais obtidos na POF. Ao final deste processo tem-se um sistema de equações matriciais regionais (5) para cada classe de renda.

x1 = B11 (v11 +...+ vR1) + ... + B1R (v1R +...+ vRR) (5)

(7)

A multiplicação entre cada um dos vetores de consumo e a matriz de Leontief tem como resultado a produção regional “x”necessária para atender este consumo, representando dessa forma o impacto do consumo e seus efeitos multiplicadores sobre a produção para cada classe de renda, além dos vazamentos inter-regionais da renda.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

A fim de melhor expor os resultados, esta sessão é dividida em três partes, onde são apresentadas as análises referentes ao consumo, os impactos na cadeia produtiva nacional e, por último, uma análise regional desagregada por classe de renda do impacto sobre a cadeia produtiva nas cinco macrorregiões brasileiras.

4.1 Consumo das Famílias

A estrutura de consumo das famílias é construída a partir da razão entre as parcelas das despesas de produtos consumidos por cada classe e o total da despesa com consumo do produto em determinado setor da economia, com base nas POFs (2002-03 e 2008-09). Por exemplo, em 2002, do total das despesas com consumo das famílias por produtos do setor de Mineração, Petróleo e Gás, cerca de 56,8% corresponde a Classe C. Assim como em um gráfico em forma de pizza, a soma dos percentuais de cada classe deve atingir o total de 100%, em cada período 8.

Conforme a tabela 6, observa-se que em ambos os períodos, a Classe C é responsável por quase a metade do consumo nacional em todos os setores. Isso evidencia a relevância dessa classe a nível nacional, o que também fortalece a justifica para a afirmação de que o Brasil é um país de classe média, quando o assunto é consumo.

TABELA 6 - Composição do Consumo das Classes de Renda por setor (em pontos percentuais).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados das POFs 2002-2003 e 2008-2009.

8

Conceitualmente, as despesas com educação, saúde e outros serviços públicos não são pagas pelas famílias. Em razão disso, a POF não é capas de captar as despesas com consumo das famílias no setor Governo e Serviços Públicos. Dessa forma, os resultados deste setor não foram computados nas tabelas 6, 7 e 8, referentes à composição do consumo.

A B C D E Total A B C D E Total

1 Agropecuária 9,9% 3,4% 42,0% 17,7% 26,9% 100% 18 9,8% 4,4% 49,5% 18,7% 17,5% 100% 15 2 Mineração, Petróleo e Gás 9,0% 4,1% 56,8% 15,1% 15,0% 100% 1 6,3% 3,8% 58,8% 17,0% 14,1% 100% 1 3 Indúst. de Minerais Não Met. 12,8% 5,8% 48,3% 15,3% 17,8% 100% 12 14,6% 5,5% 52,7% 15,3% 11,9% 100% 4 4 Siderurgia e Metalurgia 12,9% 4,6% 51,8% 12,9% 17,7% 100% 3 15,6% 4,8% 54,3% 13,8% 11,5% 100% 2 5 Máquinas e Equipamentos 23,1% 7,0% 53,9% 8,9% 7,1% 100% 2 21,1% 8,3% 50,4% 11,4% 8,8% 100% 14 6 Material Elétrico e Eletrônico 15,3% 6,3% 50,9% 12,9% 14,5% 100% 4 16,5% 6,2% 51,6% 13,9% 11,8% 100% 10 7 Material de Transporte 33,8% 9,1% 48,0% 5,3% 3,8% 100% 14 35,3% 11,2% 45,3% 5,3% 2,9% 100% 18 8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 16,9% 5,4% 49,5% 13,9% 14,3% 100% 8 18,6% 6,5% 51,7% 12,6% 10,5% 100% 9 9 Refino de petróleo e coque 23,1% 8,6% 48,4% 9,9% 10,1% 100% 11 21,1% 8,6% 52,4% 10,4% 7,6% 100% 6 10 Químicos e Farmacêuticos 16,1% 5,3% 49,1% 13,9% 15,6% 100% 9 17,2% 6,3% 51,2% 14,4% 10,9% 100% 12 11 Têxtil, Vestuário, Calçados 16,6% 5,6% 50,2% 13,6% 13,9% 100% 7 18,8% 6,6% 52,1% 12,5% 10,0% 100% 7 12 Produtos Alimentícios 10,9% 4,0% 46,9% 16,2% 21,9% 100% 16 10,7% 5,1% 50,7% 17,6% 15,9% 100% 13 13 Indústrias Diversas 23,8% 7,7% 47,5% 10,5% 10,5% 100% 15 23,7% 7,9% 49,1% 10,6% 8,7% 100% 16 14 Energia Elétrica 13,6% 5,5% 50,3% 14,6% 15,9% 100% 6 14,3% 5,8% 52,5% 15,2% 12,3% 100% 5 15 SIUP 13,9% 5,2% 48,0% 14,9% 18,0% 100% 13 12,7% 5,4% 52,0% 16,4% 13,5% 100% 8 16 Construção 45,7% 6,4% 35,8% 7,4% 4,8% 100% 19 41,4% 6,0% 44,4% 4,8% 3,5% 100% 19 17 Comércio 24,7% 7,6% 50,8% 9,3% 7,5% 100% 5 24,2% 9,6% 53,9% 7,5% 4,8% 100% 3 18 Transportes 14,7% 5,1% 48,7% 14,7% 16,8% 100% 10 14,7% 6,0% 51,4% 15,7% 12,2% 100% 11 19 Serviços Privados 28,5% 7,8% 45,5% 9,3% 8,9% 100% 17 25,4% 8,5% 48,7% 10,2% 7,2% 100% 17 20 Governo e Serviços Públicos 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0% - 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0%

-RANK C

2008-2009 RANK C

(8)

Essa composição do consumo significa que o aumento do percentual de consumo de uma classe em um determinado setor implica na redução do consumo de outra classe no mesmo setor,

ceteris paribus. Dessa forma, ao invés de captar os efeitos absolutos, são obtidos os efeitos

redistributivos de alterações no padrão de consumo. Isso permite, em uma análise comparativa, isolar tais efeitos e transportá-los para uma mesma estrutura produtiva representada pela MIP 2004.

Em seguida, na tabela 7 é possível visualizar quais as classes tiveram maior aumento na composição do consumo nacional quando comparados os resultados das POFs 2002-2003 e 2008-2009. Enquanto a Classe E teve uma redução na composição em quase todos os setores, a Classe C obteve um aumento expressivo na maioria deles. Cabe ressaltar que a redução da parcela de consumo na Classe E não reflete uma redução no seu padrão de consumo, ao invés disso, é resultado da saída das pessoas dessa classe para as classes superiores. Em outras palavras, a participação da Classe C no consumo agregado aumentou mais do que a média nacional, tomando espaço de outras classes.

TABELA 7 - Diferença na Composição do Consumo das Classes de Renda por setor (em pontos percentuais).

Nota: o total da soma dos percentuais das classes de renda por setor é igual a zero, dado que a alteração é apenas em sua composição.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados das POFs 2002-2003 e 2008-2009.

Dentro da Classe C, percebe-se o expressivo crescimento no setor de Construção juntamente com o setor Agropecuário, os quais apresentam ganhos de participação muito superiores na composição do consumo em 2008-2009.

De forma complementar, buscando visualizar a composição do consumo da Classe C a nível regional, a tabela 8 traz a variação percentual das participações no total de consumo desta classe por setores produtivos e por região. É interessante notar que o espaço ocupado pela Classe C no consumo das famílias vem aumentando em todas as regiões, com exceção de alguns setores.

A B C D E

1 Agropecuária -0,1% 1,0% 7,6% 1,0% -9,4% 2

2 Mineração, Petróleo e Gás -2,6% -0,3% 1,9% 1,9% -0,9% 14 3 Indúst. de Minerais Não Met. 1,8% -0,3% 4,4% 0,0% -5,8% 3 4 Siderurgia e Metalurgia 2,7% 0,2% 2,4% 0,9% -6,2% 10 5 Máquinas e Equipamentos -2,0% 1,2% -3,4% 2,5% 1,7% 19 6 Material Elétrico e Eletrônico 1,2% -0,2% 0,7% 1,0% -2,6% 17 7 Material de Transporte 1,5% 2,1% -2,6% 0,0% -0,9% 18 8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 1,8% 1,1% 2,2% -1,3% -3,8% 11 9 Refino de petróleo e coque -2,0% 0,0% 4,0% 0,5% -2,5% 5 10 Químicos e Farmacêuticos 1,1% 0,9% 2,1% 0,5% -4,7% 13 11 Têxtil, Vestuário, Calçados 2,2% 0,9% 1,9% -1,0% -3,9% 15 12 Produtos Alimentícios -0,2% 1,1% 3,8% 1,4% -6,1% 6 13 Indústrias Diversas -0,2% 0,2% 1,7% 0,1% -1,8% 16 14 Energia Elétrica 0,7% 0,3% 2,2% 0,5% -3,6% 12 15 SIUP -1,2% 0,2% 4,1% 1,5% -4,5% 4 16 Construção -4,3% -0,4% 8,5% -2,6% -1,3% 1 17 Comércio -0,5% 1,9% 3,1% -1,8% -2,7% 8 18 Transportes 0,0% 0,8% 2,7% 1,1% -4,6% 9 19 Serviços Privados -3,1% 0,7% 3,2% 0,9% -1,7% 7 20 Governo e Serviços Públicos - - -

-RANK C

(9)

TABELA 8 – Diferença na Composição do Consumo da Classe C por regiões (em pontos percentuais).

Nota: o total da soma dos percentuais das classes de renda por setor é igual a zero, dado que a alteração é apenas em sua composição.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

O destaque maior é para a região Centro-Oeste, a de maior expansão relativa do consumo no período, principalmente nos setores de Construção Civil, Siderurgia e Metalurgia e Comércio. De modo geral, os setores Agropecuário e de Construção (com exceção do Nordeste) foram os que mais se expandiram no Brasil. Em contraste, apenas os setores de Máquinas e Equipamentos e Material de Transporte apresentaram desempenho negativo no agregado.

4.2 Análise de Impacto para o Brasil

A partir do vetor com os gastos de consumo das famílias por setor de atividade da MIP 2004, combinada às proporções de consumo por setor e classe de renda extraídas da POF conforme a tabela 6, é possível decompor o vetor consumo em 5 vetores “v” correspondentes a cada classe de renda, para cada período (2002-03 e 2008-09). Após subtrair os vetores de um período pelo o anterior, obtém-se a diferença do consumo por setor e classe de renda.

Assim, com base no sistema de equações (5) do modelo de Leontief, multiplica-se cada vetor de consumo pela respectiva matriz de Leontief. O resultado é a produção nacional necessária para atender este consumo. Dessa forma, é possível obter o impacto da alteração do consumo por classe de renda e seus efeitos multiplicadores sobre a produção.

Esses resultados são vistos na tabela 9, onde são identificadas consideráveis mudanças absolutas no impacto do consumo da Classe C, principalmente no setor de Serviços Privados, Produtos Alimentícios, Comércio e Agropecuário. Isso evidencia que além de expandir seu consumo alimentar e sua demanda por crédito que beneficia dentre outros o setor de Comércio, a Classe C demanda cada vez mais Serviços Privados. Em razão do fato dos serviços não poderem ser importados em larga escala, esta pode ser apontada como uma das explicações para o crescimento da inflação neste setor acima da média da economia brasileira nos últimos anos, uma vez que tem ocorrido pressão de demanda nesse setor.

N ND CO SD S BRASIL

1 Agropecuária 11,2% 10,9% 8,8% 5,0% 6,9% 7,6% N

2 Mineração, Petróleo e Gás 5,0% 5,6% 5,1% 5,9% -7,4% 1,9% S

3 Indúst. de Minerais Não Met. 5,6% 10,9% 11,7% 2,5% 2,1% 4,4% CO

4 Siderurgia e Metalurgia 1,8% 8,8% 18,2% 1,2% 2,5% 2,4% CO

5 Máquinas e Equipamentos -0,7% -1,1% 3,0% -4,3% -2,5% -3,4% CO 6 Material Elétrico e Eletrônico 6,3% 3,1% 8,1% -2,5% 6,4% 0,7% CO

7 Material de Transporte 0,4% -0,6% 5,6% -5,3% -1,1% -2,6% CO

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 4,3% 5,4% 7,6% 0,4% 3,3% 2,2% CO

9 Refino de petróleo e coque 3,2% 5,1% 7,0% 2,2% 7,6% 4,0% S

10 Químicos e Farmacêuticos 6,8% 2,3% 6,3% 0,8% 2,1% 2,1% N

11 Têxtil, Vestuário, Calçados 3,7% 1,9% 6,3% 1,2% 2,2% 1,9% CO

12 Produtos Alimentícios 6,9% 3,8% 6,8% 3,4% 5,6% 3,8% N 13 Indústrias Diversas 2,1% 1,9% 4,3% 1,1% 2,0% 1,7% CO 14 Energia Elétrica 4,6% 0,4% 5,0% 1,3% 7,9% 2,2% S 15 SIUP 7,0% 1,4% 5,9% 3,9% 7,8% 4,1% S 16 Construção 5,1% -8,6% 18,7% 8,6% 15,6% 8,5% CO 17 Comércio 4,8% 9,0% 14,4% -0,5% 4,7% 3,1% CO 18 Transportes 4,8% 5,0% 7,4% 1,4% -0,6% 2,7% CO 19 Serviços Privados 4,9% 1,0% 7,5% 2,6% 5,4% 3,2% CO

20 Governo e Serviços Públicos - - - -

-SETORES REGIÕES MAIOR

(10)

TABELA 9 - Impactos da Variação do Consumo na renda gerada por setor e classe de renda (em milhões de R$).

Nota: o total da soma das variações absolutas das classes de renda por setor é igual a zero, dado que a alteração é apenas em sua composição.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

Estes resultados estão de acordo com o encontrado no estudo de Santos et al. (2012), onde o setor de Serviços Privados não Mercantis e a Indústria de Alimentos são dois dos que possuem maior efeito multiplicador na produção nacional. Esta também é uma explicação para ambos os setores serem os líderes na geração de renda em termos absolutos. Ainda vale notar que, assim como Santos et al. (2012), a Classe C é o principal destino da renda que é gerada mediante um impacto exógeno. No caso do presente estudo, este choque é gerado pela alteração da composição do consumo.

Ao confrontar a composição percentual dos impactos de 2002-03 e 2008-09, observam-se alguns padrões já esperados em função do fenômeno de redistribuição das classes econômicas brasileiras, como exposto na tabela 10 a seguir. Percebe-se que a participação na renda gerada aumentou na Classe B e, principalmente, na C. Dessa forma, além de consumir mais, a Classe C se beneficia dos vazamentos de renda gerados pelo aumento de seu próprio consumo. Este efeito seria ainda mais evidente se fosse considerado o consumo como uma variável endógena no sistema, como no modelo proposto por Leontief-Miyazawa. Portanto, ainda que não dispondo da mesma ferramenta de análise, cabe notar que os resultados obtidos se aproximam de Santos et. al. (2012), que dispõem do método de Leontief-Miyazawa, onde os maiores impactos multiplicadores da economia também vem da Classe C.

A B C D E

1 Agropecuária 37 700 3.290 224 -4.251 4

2 Mineração, Petróleo e Gás -100 86 324 99 -409 12 3 Indúst. de Minerais Não Met. -5 26 75 5 -101 15

4 Siderurgia e Metalurgia 121 213 -0 32 -365 18

5 Máquinas e Equipamentos -7 56 11 12 -72 17

6 Material Elétrico e Eletrônico 306 63 31 88 -488 16 7 Material de Transporte 423 868 -945 -36 -309 19 8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 224 395 746 -342 -1.024 9 9 Refino de petróleo e coque -373 157 1.037 150 -971 7 10 Químicos e Farmacêuticos 98 632 1.027 200 -1.956 8 11 Têxtil, Vestuário, Calçados 696 405 649 -434 -1.316 10 12 Produtos Alimentícios -303 1.274 4.403 954 -6.328 2 13 Indústrias Diversas -10 27 89 -15 -90 14 14 Energia Elétrica 98 282 1.406 192 -1.978 6 15 SIUP -153 75 506 128 -556 11 16 Construção -149 49 198 31 -128 13 17 Comércio -817 2.179 4.381 -1.554 -4.188 3 18 Transportes -360 723 2.175 738 -3.277 5 19 Serviços Privados -15.180 4.300 17.837 4.200 -11.157 1 20 Governo e Serviços Públicos -40 27 76 9 -72

--15.493 12.537 37.314 4.680 -39.037

-TOTAL CLASSES

CLASSES DE RENDA

RANK C SETORES

(11)

TABELA 10 –Diferença na Composição do impacto gerado pela variação do consumo por setor e classe de renda (em pontos percentuais).

Nota: o total da soma dos percentuais das classes de renda por setor é igual a zero, dado que a alteração é apenas em sua composição.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

Por fim, na Classe E, há uma perda de participação em todos os setores, com destaque para a Agropecuária e Produtos Alimentícios. Reitera-se que este processo não reflete queda no padrão de consumo, pelo contrário, as famílias de baixa renda estão consumindo mais produtos e com melhor qualidade. Portanto, isso é reflexo da alteração na composição das classes.

4.3 Análise de Impactos Inter-Regionais

Como última parte da análise dos resultados, são mostrados os impactos inter-regionais para verificar quais as regiões tem se beneficiado com os vazamentos de renda da expansão de consumo na economia. O estudo abrange as cinco grandes macrorregiões do país: Norte (N), Nordeste (ND), Centro-Oeste (CO), Sudeste (SD) e Sul (S).

Percebe-se que existem perdas significativas em termos de participação do volume de renda gerada na economia, decorrentes da perda de participação no consumo agregado da Classe A e Classe E. Conforme a tabela 11, a Classe A, na região Norte, e a Classe C na região Centro-Oeste, são as únicas exceções a essa regra. Por outro lado, nas classes intermediárias, onde atualmente está concentrada a maior parte da população brasileira, percebe-se um ganho na participação na renda gerada, principalmente na Classe C. Em termos percentuais, destaca-se a Classe C das regiões Norte e Sudeste.

Analisando o Brasil como um todo, a Classe A obtém um ganho de 11,1 pontos percentuais na participação da renda gerada pela variação do consumo, enquanto a Classe C, tem um ganho de 28,3 pontos percentuais. Já com relação a perda de participação de mais de 40 pontos supõe-se que é, em grande parte, o reflexo da ascenção de renda das classe inferiores resultado das políticas de redução da pobreza no Brasil. Vale lembrar que a Classe E diminuiu 45,5% em seu tamanho conforme a tabela 1, entre 2003 e 2009, o que corresponde a um fluxo líquido de 20,5 milhões de pessoas em direção as classes superiores de renda.

A B C D E

1 Agropecuária 0,1% 1,2% 5,7% 0,4% -7,4% 1

2 Mineração, Petróleo e Gás -0,6% 0,5% 2,0% 0,6% -2,6% 12 3 Indúst. de Minerais Não Met. -0,2% 0,8% 2,3% 0,1% -3,1% 10 4 Siderurgia e Metalurgia 0,8% 1,4% 0,0% 0,2% -2,5% 18 5 Máquinas e Equipamentos -0,2% 1,5% 0,3% 0,3% -1,9% 16 6 Material Elétrico e Eletrônico 1,6% 0,3% 0,2% 0,5% -2,6% 17 7 Material de Transporte 1,3% 2,8% -3,0% -0,1% -1,0% 19 8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 0,6% 1,1% 2,1% -1,0% -2,9% 11 9 Refino de petróleo e coque -1,0% 0,4% 2,7% 0,4% -2,5% 6 10 Químicos e Farmacêuticos 0,2% 1,0% 1,7% 0,3% -3,2% 14 11 Têxtil, Vestuário, Calçados 1,9% 1,1% 1,7% -1,2% -3,5% 13 12 Produtos Alimentícios -0,3% 1,2% 4,1% 0,9% -5,9% 2 13 Indústrias Diversas -0,2% 0,5% 1,7% -0,3% -1,7% 15 14 Energia Elétrica 0,2% 0,5% 2,6% 0,4% -3,7% 8 15 SIUP -1,1% 0,6% 3,7% 0,9% -4,1% 3 16 Construção -2,4% 0,8% 3,2% 0,5% -2,1% 9 17 Comércio -0,6% 1,6% 3,3% -1,2% -3,2% 4 18 Transportes -0,4% 0,9% 2,6% 0,9% -4,0% 7 19 Serviços Privados -2,7% 0,8% 3,2% 0,7% -2,0% 5 20 Governo e Serviços Públicos -1,4% 1,0% 2,8% 0,3% -2,6%

-SETORES RANK

C

(12)

TABELA 11 – Variação Absoluta (em milhões de R$) e Diferença na Composição (em pontos percentuais) dos Impactos totais da variação do consumo na renda gerada

por classe de renda e região

Nota: o total da soma das variações percentuais e absolutas das classes de renda por região é igual a zero, dado que a alteração é apenas em sua composição.

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

Quando vista a partir do resultado dos multiplicadores da matriz insumo produto, a tabela 12 apresenta os impactos na cadeia produtiva regional na Classe C, provenientes do crescimento do consumo observados anteriormente.

TABELA 12 - Impactos na renda gerada pela variação do consumo da Classe C por região e setor (em milhões de R$).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

É possível visualizar que os vazamentos de renda inter-regionais resultantes da estrutura produtiva brasileira na Classe C ganharam participação na sua composição em quase todas as regiões. A exceção aqui são os setores com indústria intensiva em capital da região Sudeste com desempenho negativo, principalmente, o setor de Material de Transporte, que abriga a indústria

A B C D E A B C D E N 682 -60 2.452 -55 -3.019 1,5% -0,1% 5,4% -0,1% -6,6% ND -1.303 1.185 5.861 4.591 -10.333 -0,8% 0,7% 3,4% 2,7% -6,0% CO -3.683 -1.453 -2.506 529 181 -2,9% -1,7% 0,4% 2,3% 1,9% SD -9.242 7.532 13.429 3.846 -15.566 -1,2% 0,9% 1,7% 0,5% -2,0% S -1.947 2.746 9.930 -3.856 -6.872 -1,0% 1,3% 4,9% -1,9% -3,4% BRASIL -15.493 9.949 29.166 5.055 -35.608 11,1% -3,4% 28,3% 3,7% -41,5% REGIÕES CLASSES DE RENDA

Variação Absoluta Diferença na composição

N ND CO SD S BRASIL

1 Agropecuária 269 868 350 877 927 3.290

2 Mineração, Petróleo e Gás 9 52 5 241 17 324

3 Indúst. de Minerais Não Met. 3 18 5 31 18 75

4 Siderurgia e Metalurgia 4 26 5 -89 54 -0,5

5 Máquinas e Equipamentos 0 1 7 -10 13 11

6 Material Elétrico e Eletrônico 38 23 1 -199 167 31

7 Material de Transporte 6 -1 12 -959 -3 -945

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 36 113 45 302 250 746 9 Refino de petróleo e coque 15 163 0 479 380 1.037

10 Químicos e Farmacêuticos 7 139 55 554 272 1.027

11 Têxtil, Vestuário, Calçados 4 111 57 285 191 649 12 Produtos Alimentícios 334 676 427 1.852 1.114 4.403 13 Indústrias Diversas 3 9 2 45 30 89 14 Energia Elétrica 106 92 194 448 567 1.406 15 SIUP 25 38 55 231 157 506 16 Construção 11 10 34 90 53 198 17 Comércio 335 1.785 1.066 79 1.115 4.381 18 Transportes 239 702 426 652 155 2.175 19 Serviços Privados 1.002 1.025 2.886 8.492 4.432 17.837

20 Governo e Serviços Públicos 4 11 12 29 19 76

2.452 5.861 5.643 13.429 9.930 37.314

TOTAL REGIÕES

(13)

automobilística, sendo a grande responsável pela queda no efeito nacional, dado o grande volume de produção deste setor nesta região.

Portanto, os resultados indicam uma perda significativa de participação das indústria no Sudeste, entretanto, não é possível aprofundar mais do que a análise descritiva que o presente estudo faz. O que é possível afirmar aqui, é que o desempenho da região Sudeste, positivo ou negativo, tem impacto muito forte sobre o desempenho nacional e é evidenciado por etudos como Santos e Haddad (2007) . A afirmação de que se o Sudeste vai mal, o Brasil vai mal, tem suporte válido também sobre o desempenho da produção destinada ao consumo no período analisado.

Por fim, a tabela 13 traz as diferenças em pontos percentuais no impacto do consumo da Classe C na produção regional. Destaca-se o crescimento para o setor Agropecuário nas regiões Norte e Nordeste e para o setor de Comércio nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. De modo geral pode-se perceber que houve um crescimento econômico líquido positivo, proveniente dos ganhos de renda, na maioria dos setores da economia brasileira.

TABELA 13- Diferença na composição do impacto gerado pela variação do comsumo da Classe C por setor e região (em pontos percentuais).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

Conforme Moreira (2007), por meio da MIP (2002) e POF (2002-03), os setores que possuem maior potencial redutor de desigualdades são Serviços Privados e Agricultura, na região Nordeste. Entretanto, o presente estudo verifica que os ganhos de participação, em pontos percentuais, dos vazamentos de renda na Classe C, gerados pelas mudanças do consumo, são liderados pela região Centro Oeste. Esta região, de acordo com Moreira (2007), é ao lado do Sudeste responsável por agravar o problema distributivo brasileiro na maioria dos setores. Portanto, uma discussão que se abre para um estudo futuro é se o ganho de participação da Classe C nos vazamentos gerados na região Centro-Oeste teria alguma influência em sentido contrário sobre o processo de redução da desigualdade que o país tem obtido recentemente.

N ND CO SD S BRASIL

1 Agropecuária 9,3% 7,8% 7,6% 3,7% 6,0% 5,7% N

2 Mineração, Petróleo e Gás 4,5% 4,5% 6,9% 1,6% 3,4% 2,0% CO

3 Indúst. de Minerais Não Met. 5,4% 6,4% 8,7% 1,0% 3,7% 2,1% CO

4 Siderurgia e Metalurgia 4,5% 4,5% 9,5% -0,8% 3,2% -0,1% CO

5 Máquinas e Equipamentos 1,3% 1,4% 5,0% -0,5% 1,8% 0,2% CO

6 Material Elétrico e Eletrônico 6,0% 3,0% 7,8% -1,4% 5,9% 0,1% CO

7 Material de Transporte 1,9% -0,1% 5,6% -4,0% -0,1% -3,0% CO

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 4,6% 4,5% 7,6% 1,1% 3,9% 2,1% CO

9 Refino de petróleo e coque 4,0% 4,8% 7,1% 1,6% 6,1% 2,6% CO

10 Químicos e Farmacêuticos 6,0% 3,8% 6,9% 1,0% 3,8% 1,6% CO

11 Têxtil, Vestuário, Calçados 3,9% 2,0% 6,3% 1,3% 2,4% 1,7% CO

12 Produtos Alimentícios 6,8% 3,6% 6,9% 3,2% 5,5% 4,1% CO 13 Indústrias Diversas 2,7% 2,0% 5,3% 1,1% 2,5% 1,6% CO 14 Energia Elétrica 4,7% 1,6% 5,9% 1,3% 6,7% 2,6% S 15 SIUP 6,2% 2,3% 6,4% 2,6% 6,5% 3,6% S 16 Construção 5,0% 2,4% 6,6% 1,2% 4,3% 2,3% CO 17 Comércio 5,0% 7,9% 12,9% 0,1% 4,6% 3,3% CO 18 Transportes 4,9% 4,9% 7,7% 1,3% 1,5% 2,6% CO 19 Serviços Privados 4,9% 1,5% 7,5% 2,3% 5,2% 3,1% CO

20 Governo e Serviços Públicos - - -

-MAIOR %

(14)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da constatação de que tem ocorrido um processo de transição no Brasil a respeito do padrão de vida das famílias de renda média, fenômeno aqui chamado de “ascenção da classe C”, o presente estudo identificou essas famílias, com base na classificação elaborada por Neri (2010), e seu padrão de consumo por classe de renda, por meio da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Em seguida, com uma abordagem comparativa em dois momentos distintos do tempo (2002-03 e 2008-09) e a partir da estrutura produtiva fornecida pela Matriz Insumo Produto Inter Regional (2004) verificou-se quais os impactos econômicos e os vazamentos regionais de tal fenômeno sobre a economia brasileira.

Os resultados mostram um crescimento homogêneo e expressivo na participação da Classe C no consumo agregado na maioria dos setores de atividade e em todas as cinco macro-regiões. Isso tem reflexos predominantemente positivos sobre a cadeia produtiva nas regiões brasileiras. Os resultados encontrados vão de encontro aqueles obtidos por Santos et al. (2012), a nível nacional, que é um dos trabalhos mais recente e que utiliza a metodologia e a base de dados mais próximos daqueles propostos aqui. Dessa forma, considerando os efeitos multiplicadores, os resultados a nível nacional mostram que a ascenção da Classe C tem impacto maior nos setores de Serviços Privados, Agropecuária, Comércio e Alimentação.

A nível regional, destaque para a região Centro-Oeste, onde os reflexos do consumo sobre os efeitos multiplicadores são relativamente maiores, em especial, nos setores de Construção Civil, Siderurgia, Metalurgia e Comércio, fato que foge um pouco da crença de que existe um direcionamento único dos vazamentos em direção ao Sudeste. Esse resultado também é interessante no sentido de desafiar a crença de que é o Nordeste o maior beneficiado dos programas sociais, fato esse que não é possível aqui abordar com maior profundidade, mas que deixa espaço para pesquisas futuras.

Em síntese, foi possível mostrar que o crescimento da Classe C tem impactos significativos sobre o consumo e, como consequência, tem gerado diferentes incentivos em toda a cadeia produtiva nacional. Ainda que não totalmente claros os processos de reordenamento sociais em curso, acredita-se que os resultados aqui expostos tenham fornecidos novos elementos para o debate, ao abordar a expansão de renda observada no país por meio de impactos nas cadeias produtivas regionais.

REFERÊNCIAS

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FECOMERCIO-SP. A evolução da classe média e o seu impacto no varejo: diagnósticos e

tendências. Disponível em: http://www.fecomercio.com.br/. (2012).

GUILHOTO, J.J.M., C.R. AZZONI, S.M. ICHIHARA, D.K. KADOTA, E.A. Haddad. Matriz de

Insumo-Produto do Nordeste e Estados: Metodologia e Resultados. In: Fortaleza: Banco do

Nordeste do Brasil. (2010).

GUILHOTO, J.J.M., U.A. SESSO FILHO. Estimação da Matriz Insumo-Produto Utilizando Dados

Preliminares das Contas Nacionais: Aplicação e Análise de Indicadores Econômicos para o Brasil em 2005. In: Economia & Tecnologia. UFPR/TECPAR. Ano 6, Vol 23. (2010).

(15)

HADDAD, Eduardo A.; PORSSE, Alexandre A.; RABAHY, Wilson. Domestic Tourism and

Regional Inequality in Brazil. In: TD Nereus 02-2011. (2011).

MILLER, R. E.; BLAIR, P. D. Input-Output Analysis: Foundations and Extensions. Cambridge University Press, Cambridge, Second Edition. (2009).

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(16)

APÊNDICE A.

A.1. Impactos na renda gerada pela variação do consumo da Classe A por região e setor (em milhões de R$).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

A2. Impactos na renda gerada pela variação do consumo da Classe B por região e setor (em milhões de R$).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

N ND CO SD S BRASIL

1 Agropecuária 35 31 88 -304 186 37

2 Mineração, Petróleo e Gás 3 -8 -2 -91 -2 -100

3 Indúst. de Minerais Não Met. 1 -3 -3 0 -1 -5

4 Siderurgia e Metalurgia 1 13 -1 106 2 121,3

5 Máquinas e Equipamentos 0 -2 -7 4 -3 -7

6 Material Elétrico e Eletrônico 5 -9 -1 335 -25 306

7 Material de Transporte -1 73 -5 393 -37 423

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 12 -37 -25 248 26 224 9 Refino de petróleo e coque 9 -45 -0 -179 -158 -373

10 Químicos e Farmacêuticos 2 6 -3 14 78 98

11 Têxtil, Vestuário, Calçados 4 195 -7 235 269 696

12 Produtos Alimentícios 78 46 64 -699 207 -303 13 Indústrias Diversas 6 1 -1 -32 17 -10 14 Energia Elétrica 40 52 -49 84 -30 98 15 SIUP 5 5 -12 -97 -54 -153 16 Construção 0 -3 -35 -82 -29 -149 17 Comércio 480 -825 -366 -79 -27 -817 18 Transportes 2 -131 -139 -239 148 -360 19 Serviços Privados -4 -659 -3.170 -8.836 -2.510 -15.180 20 Governo e Serviços Públicos 1 -3 -9 -24 -5 -40

682 -1.303 -3.683 -9.242 -1.947 -15.493 TOTAL REGIÕES SETORES REGIÕES N ND CO SD S BRASIL 1 Agropecuária 10 57 95 249 288 700 2 Mineração, Petróleo e Gás 2 10 1 70 3 86

3 Indúst. de Minerais Não Met. 1 -1 0 20 6 26

4 Siderurgia e Metalurgia 1 -1 1 187 26 212,9

5 Máquinas e Equipamentos 0 -1 4 37 16 56

6 Material Elétrico e Eletrônico 3 -3 0 55 8 63

7 Material de Transporte 9 -30 -0 766 122 868

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha 7 1 6 273 108 395

9 Refino de petróleo e coque 4 35 0 138 -20 157

10 Químicos e Farmacêuticos 0 17 15 492 107 632

11 Têxtil, Vestuário, Calçados 0 5 14 253 132 405

12 Produtos Alimentícios 1 98 131 725 319 1.274 13 Indústrias Diversas -1 1 1 13 14 27 14 Energia Elétrica 8 58 43 91 82 282 15 SIUP -0 -6 9 51 21 75 16 Construção 0 5 6 30 8 49 17 Comércio -87 288 140 1.222 616 2.179 18 Transportes -47 117 65 344 244 723 19 Serviços Privados 28 532 604 2.498 639 4.300

20 Governo e Serviços Públicos -0 2 2 17 5 27

-60 1.185 1.134 7.532 2.746 12.537

TOTAL REGIÕES

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A3. Impactos na renda gerada pela variação do consumo da Classe D por região e setor (em milhões de R$).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

A4. Impactos na renda gerada pela variação do consumo da Classe E por região e setor (em milhões de R$).

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da matriz insumo-produto 2004 e das POFs.

N ND CO SD S BRASIL

1 Agropecuária -8 490 -82 251 -428 224

2 Mineração, Petróleo e Gás -0 29 1 73 -4 99

3 Indúst. de Minerais Não Met. -1 6 1 6 -9 5

4 Siderurgia e Metalurgia 0 12 -0 37 -18 31,5

5 Máquinas e Equipamentos -0 2 1 20 -10 12

6 Material Elétrico e Eletrônico -6 22 0 129 -58 88

7 Material de Transporte 1 -2 0 5 -41 -36

8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha -7 81 1 -247 -170 -342

9 Refino de petróleo e coque -0 88 0 142 -80 150

10 Químicos e Farmacêuticos -1 137 -5 242 -173 200 11 Têxtil, Vestuário, Calçados -1 76 -11 -192 -305 -434

12 Produtos Alimentícios 28 913 -59 563 -491 954 13 Indústrias Diversas -1 11 -0 7 -33 -15 14 Energia Elétrica -2 151 20 268 -245 192 15 SIUP -0 56 4 98 -30 128 16 Construção 0 17 6 18 -11 31 17 Comércio -102 151 -276 -606 -720 -1.554 18 Transportes 24 670 -45 366 -277 738 19 Serviços Privados 22 1.671 596 2.659 -748 4.200

20 Governo e Serviços Públicos -0 8 0 8 -7 9

-55 4.591 154 3.846 -3.856 4.680 SETORES REGIÕES TOTAL REGIÕES N ND CO SD S BRASIL 1 Agropecuária -307 -1.446 -451 -1.074 -973 -4.251 2 Mineração, Petróleo e Gás -13 -83 -5 -294 -14 -409 3 Indúst. de Minerais Não Met. -4 -21 -4 -57 -15 -101 4 Siderurgia e Metalurgia -7 -49 -4 -241 -64 -365,2 5 Máquinas e Equipamentos -1 -1 -4 -50 -17 -72 6 Material Elétrico e Eletrônico -40 -33 -1 -321 -92 -488 7 Material de Transporte -15 -41 -7 -205 -41 -309 8 Madeira, Celulose, Plástico, Borracha -49 -158 -27 -576 -214 -1.024 9 Refino de petróleo e coque -28 -241 -0 -580 -122 -971 10 Químicos e Farmacêuticos -9 -299 -62 -1.302 -284 -1.956 11 Têxtil, Vestuário, Calçados -7 -388 -52 -582 -288 -1.316 12 Produtos Alimentícios -441 -1.734 -563 -2.440 -1.150 -6.328 13 Indústrias Diversas -7 -21 -1 -32 -28 -90 14 Energia Elétrica -152 -353 -207 -891 -374 -1.978 15 SIUP -30 -93 -56 -283 -95 -556 16 Construção -12 -29 -11 -56 -21 -128 17 Comércio -627 -1.399 -564 -616 -983 -4.188 18 Transportes -218 -1.358 -308 -1.123 -270 -3.277 19 Serviços Privados -1.048 -2.568 -916 -4.812 -1.813 -11.157 20 Governo e Serviços Públicos -5 -18 -6 -31 -12 -72

-3.019 -10.333 -3.248 -15.566 -6.872 -39.037

TOTAL REGIÕES

Referências

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