• Nenhum resultado encontrado

Zoneamento Agroclimático do Crambe na Bacia do Alto Paraguai - MT

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Zoneamento Agroclimático do Crambe na Bacia do Alto Paraguai - MT"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Zoneamento Agroclimático do Crambe na Bacia do Alto Paraguai - MT Cleonir Andrade Faria Junior1

Rivanildo Dallacort 2

Paulo Sergio Lourenço de Freitas 1

William Fenner 2

João Danilo Barbieri 2

Sandra Mara Alves da Silva Neves 2

Adalberto Santi 2

Thiago Garcia Villela 2

1 Universidade Estadual de Maringá – UEM

PGA/UEM, Av. Colombo, N° 5790 - Bloco J45 2° Piso, CEP - 87020-900, Maringá-PR

2 Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT

{cleonir.junior, jd.barbieri, tgvillela}@hotmail.com {rivanildo, ssneves, adalbertosanti}@unemat.br

pslfreitas@uem.br fennerwilliam@gmail.com

Resumo. A diversificação da produção agropecuária é extremamente importante para o produtor rural, sendo o Crambe uma cultura com potencial para a região, por se tratar de um vegetal robusto, que possui tolerância à seca. Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo determinar o zoneamento agroclimático da cultura do Crambe em segunda safra para a Bacia do Alto Paraguai-MT com o auxílio de geotecnologias e ferramentas de balanço hídrico. A pesquisa foi desenvolvida no CPEDA (Centro de Pesquisas, Estudos e Desenvolvimento Agroambien-tais), laboratório de Agrometeorologia, localizados no Campus de Tangará da Serra – MT da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Através dos dados climáticos de temperatura e precipitação de 38 estações meteorológicas localizadas no Estado de Mato Grosso e em regiões próximas ao Estado determinou-se o Índice de Satisfação de Necessidade de Água – ISNA, para as épocas de semeadura do decêndio 1 ao 12, sendo os mesmos determinados para solos com três diferentes capacidades de água disponível (CAD) 30, 50, 75 mm. Na sequência realizou-se a krigagem dos valores de ISNA para as diferentes épocas de semeadura e os mapas para a bacia. A Bacia do Alto Paraguai – MT apresenta uma aptidão para o cultivo do Crambe desde que o mesmo seja implantado nas épocas corretas em praticamente todo o seu território não alagável, e servindo ainda como uma cultura que ajuda na diversificação da produção.

Palavras-chave: Geotecnologias, índice de satisfação de necessidade hídrica, capacidade de água disponível, BAP.

(2)

Abstract. The diversification of agricultural production is extremely important to the farmer, and the Crambe is a culture with potential for the region, because it is a robust plant that has drought tolerance. Given the above, this study aimed to determine the agro-climatic zoning of the culture of Crambe for the second crop for the Upper Paraguay River Basin, MT with the use of geotechnology and water balance tools. The research was conducted at CPEDA (Centro de Pesquisa, Estudos e Desenvolvimento Agroambientais), laboratory of Agrometeorology, lo-cated on the campus of Tangará da Serra - MT State University of Mato Grosso - UNEMAT. Through the climatic data of temperature and precipitation from 38 weather stations located in the State of Mato Grosso and in regions near the State were determined the Satisfaction Index of Need for Water - ISNA, for the sowing dates for the de-cendial 1-12, for the soil with three different capacities of water available (CAD) 30, 50, 75 mm. Following was realized kriging of the ISNA values for different sowing times and maps for the basin. The Upper Paraguay River Basin - MT has an aptitude for cultivation of Crambe provided it be implemented in the correct sowing dates in virtually all its not flooded territory, and still serving as a culture that helps in diversification of production. Key-words: Geotechnology, satisfaction of water needs, available water capacity, BAP

1. Introdução

No Brasil a BAP (Bacia do Alto Paraguai) uma área aproximada de 363.000 km2, sendo que

deste total mais de 47% estão localizados dentro do Estado de Mato Grosso. Segundo Longhi et al. (2006), o Pantanal brasileiro está totalmente inserido na bacia do Alto Paraguai, constituindo assim uma importante relação entre os biomas Cerrado e Pantanal apresentando características sociais e econômicas que não são encontradas em outras regiões do mundo.

As principais atividades econômicas desenvolvidas na planície pantaneira são a pecuária, a pesca, o turismo, a extração de minérios e em menor escala, mas crescendo, a agricultura, sendo praticada no Pantanal, embora tenha pouca expressão como atividade econômica. Isto ocorre devido ao alagamento sazonal das planícies.

A diversificação da produção agropecuária é de suma importância para o produtor rural, não importando o tamanho nem o tipo da propriedade (familiar ou empresarial), a diversifica-ção é uma das melhores formas de evitar a vulnerabilidades de clima, mercado, pragas e doen-ças, principalmente em regiões onde a agricultura esta em processo crescente.

Neste contexto o Crambe se mostra com um potencial para a região, por se tratar de um vegetal muito robusto, o crambe possui tolerância tanto à seca como a geadas após seu estab-elecimento, sendo sua necessidade hídrica de 150 a 200 mm de água até o pleno florescimento (Pitol, 2008), e ainda uma elevada precocidade em seu ciclo (Jasper et al., 2010). Devido a essas características peculiares em relação às variáveis climáticas, o crambe mostra-se como possível alternativa para a segunda safra no estado de Mato Grosso e outras regiões do Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil (Pitol et al. 2010).

O Crambe Abyssinica Hochst é uma espécie utilizada na produção de óleo industrial e é cultivada em maior escala no México e nos Estados Unidos. No Brasil iniciaram-se pesquisas no ano de 1995 no estado do Mato Grosso do Sul, pela Fundação Mato Grosso do Sul – Funda-ção MS. O objetivo inicial de se estudar esta espécie seria utiliza-la como alternativa de cober-tura do solo para sistema de plantio direto, porém não despertou grandes interesses, pois como cobertura seria inferior a outras espécies já estabelecidas como o nabo forrageiro (Raphanus sativus). Além disso, não havia ainda demanda para o comércio desta espécie, assim, as pesqui-sas para a implantação do crambe no estado foram interrompidas por um período. Atualmente, com o incentivo para a produção de biodiesel, as pesquisas foram retomadas, obtendo assim o registro da primeira cultivar brasileira, a FMS Brilhante, pela Fundação MS (PITOL, 2008).

Apresenta uma produtividade média de 1.000 a 1.500 kg ha-1 e teor de óleo que varia de 36 a

38% (Pitol e Roscoe, 2010). A alta estabilidade do óleo e o baixo ponto de fusão são excelentes características para a cadeia produtiva do biodiesel, permitindo assim uma maior flexibilidade

(3)

para o transporte e armazenamento do produto (Favaro et al., 2010). Este óleo também é consid-erado um lubrificante eficiente, além de ser mais biodegradável que óleos minerais (Wang et al., 2000). Entretanto e determinante para o sucesso ou não de qualquer cultivo agrícola determinar áreas que apresentam ou não aptidão para seu cultivo. Desta forma estudos sobre zoneamento agroclimático é de suma importância visando determinar época e áreas aptas para a semeadura de uma determinada cultura. Sendo assim, a utilização da geotecnologias aplicadas a estudo de viabilidade de culturas em regiões como a Bacia do Alto Paraguai são fundamentais para a manutenção e preservação desta riqueza.

Inúmeros trabalhos vêm sendo realizados utilizando diversas metodologias para estudos de variabilidade climática e espacialização e interpolação de dados meteorológicos, sendo a Kriga-gem o método interpolador que tem apresentado os melhores ajustes em comparação com os demais (Mello et al., 2003; Viola et al., 2010). Sendo que um dos trabalhos base que podemos citar é o de Farias et al. (2001), em que os autores realizaram a caracterização de períodos de de-ficiência hídrica para a soja em suas fases críticas, tendo como auxílio o balanço hídrico, e esti-mativas de índices de satisfação de necessidade de água – ISNA e a interpolação geoestatística. 2. Objetivo

O objetivo da presente pesquisa foi determinar o zoneamento agroclimático da cultura do Crambe em segunda safra para a porção do Estado de Mato Grosso da Bacia do Alto Paraguai. 3. Material e Métodos

O presente trabalho foi desenvolvido no CPEDA (Centro de Pesquisas, Estudos e Desenvolvi-mento Agroambientais), laboratório de Agrometeorologia, localizados no Campus de Tangará da Serra – MT da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat.

Para a realização do zoneamento do Crambe, utilizou-se de dados decendiais de tempera-tura e precipitação de 38 estações meteorológicas localizadas no Estado de Mato Grosso e em regiões próximas ao Estado para que fosse possível a interpolação e análises de dados para a Bacia do Alto Paraguai (Figura 1). Os dados são de estações do Instituto Nacional de Meteo-rologia – INMET, Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CPETEC e Secretaria de Estado e Desenvolvimento Ambiental – SEDAM/RO, disponibilizados pelo site Agritempo, pertencente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e apresentam um míni-mo de 12 anos de dados observados. Para a organização dos dados, verificação de consistência e preenchimentos de falhas utilizou-se o software CLIMA (Faria et al., 2003).

(4)

Através dos dados climáticos determinou-se para cada época de semeadura o Índice de Sat-isfação de Necessidade de Água – ISNA, sendo os mesmos determinados para solos com três diferentes capacidades de água disponível (CAD) 30, 50, 75 mm, de acordo com a metodologia adaptada de Rolim, Sentelhas e Barbieri (1998) do decêndio 1 a 12. Os índices gerados foram classificados conforme a metodologia proposta por Farias et al. (2001) em que: Inapto = Isna < 0,55; Restrito = 0,55 < Isna < 0,65 e Apto = Isna > 0,65, sendo que os mesmos foram determi-nados para a fase crítica da cultura (floração/enchimento de grão) em cada época de semeadura.

Os valores de ISNA foram especializados utilizando as estações meteorológicas como referência, e em seguida foram ajustados semivariogramas para cada época e selecionados os modelos que apresentaram os melhores ajustes tendo como um dos parâmetros o grau de de-pendência espacial (GDE). Dalchiavon et al. (2012) propuseram uma classificação do GDE na qual o mesmo é classificado da seguinte forma: GDE < 20% - muito baixa dependência espa-cial; 20% GDE < 40% - baixa dependência; 40% GDE < 60% - média dependência; 60% GDE < 80% - alta dependência e 80% GDE < 100% - muito alta dependência. Segundo os mesmos autores, quão maior forem estes índices, indicam maior dependência da variável em relação a distância.

Na sequência, os dados e os índices foram inseridos no software ArcGISTM onde realizou-se

a Krigagem ordinária a partir dos coeficientes determinados nos ajustes de semivariogramas e em seguida, gerados os mapas com as classes de aptidão para a Bacia do Alto Paraguai, Estado de Mato Grosso.

Para a determinação do zoneamento considerou-se apenas as áreas não alagáveis da região estudada, sendo que as mesmas foram identificadas como a totalidade do município de Barão de Melgaço, 59% de Cáceres, 29% de Curvelândia, 42% de Itiquira, 3% de Lambari D’oeste, 21% de Nossa Senhora do Livramento, 83% de Poconé, 3% de Porto Estrela 19% de Rondonópolis e 77% de Santo Antônio do Leverger, totalizando assim, uma área de aproximadamente 55.451 km² representando 32% da Bacia do Alto Paraguai localizada no Estado de Mato Grosso. 4. Resultados e Discussão

Os valores de ISNA encontrados para as diferentes CADs apresentam comportamento semel-hante ao decorrer dos decêndios, sendo notório que o desvio padrão no entorno da média é menor nos primeiros decêndios, fato este influenciado pela maior precipitação nos mesmos (Figura 2; Tabela 1). Já para os últimos decêndios em que o índice de precipitação é menor o desvio padrão é maior, isso justifica-se pelo fato de nessa época estra concentrada a estação seca em todo o Estado de Mato Grosso, a qual, devido ao movimento de massas de ar atuantes sobre o Estado, provoca uma maior variabilidade das médias pluviométricas, provocando uma maior aleatoriedade nos dados, aumentando consequentemente, o desvio nos dados. Segundo Mar-cuzzo et al. (2011), o Estado de Mato Grosso apresenta características intrínsecas de vegetação e relevo que aumentam a variabilidade e distribuição da precipitação no Estado.

Como podemos notar os valores de ISNA para a CAD 30, que vão do primeiro ao sexto decêndio apresentam médias superiores a 0.90 e desvio padrão abaixo de 0.13, desta forma não apresentando variabilidade espacial considerando as três classes de aptidão, o mesmo pode ser observado para a CAD 50 e 75, sendo que para a primeira as médias dos valores de ISNA do primeiro ao sétimo decêndio foram sempre superiores a 0.88 com desvio padrão menor que 0.12, enquanto para a segunda as médias de valores de ISNA do primeiro ao oitavo decêndio foi superior a 0.84 com desvio padrão menor que 0.10. Não possibilitando assim o ajuste de semi-variogramas e consequentemente a Krigagem para geração dos mapas de aptidão. Desta forma, define-se como apta a semeadura do Crambe em toda a Bacia do Alto Paraguai nos decêndios

(5)

de 1 a 6 para a CAD 30, de 1 a 7 para a CAD 50 e de 1 a 8 para a CAD 75.

Figura 2. Precipitação e desvio padrão decendial para o Estado de Mato Grosso.

Tabela 1. Valores médios de Índice de Satisfação de Necessidade de Água (ISNA) e desvio padrão (DP) para as capacidades de armazenamento de água no solo de 30, 50 e 75 mm, do de decêndio 1 ao 12 para o Estado de Mato Grosso.

Decêndios ISNA (CAD 30) ISNA (CAD 50) ISNA (CAD 75)

Média DP Média DP Média DP

1 1.00 0.0140 1.00 0.008 1.00 0.006 2 0.99 0.0253 1.00 0.016 1.00 0.011 3 0.98 0.0497 0.99 0.035 1.00 0.015 4 0.98 0.0733 0.98 0.055 0.99 0.043 5 0.94 0.1120 0.97 0.086 0.98 0.067 6 0.90 0.1248 0.94 0.102 0.95 0.079 7 0.83 0.1338 0.88 0.108 0.91 0.089 8 0.74 0.1523 0.80 0.126 0.84 0.105 9 0.65 0.1734 0.72 0.158 0.79 0.135 10 0.54 0.1982 0.63 0.191 0.70 0.164 11 0.46 0.2351 0.54 0.201 0.63 0.179 12 0.37 0.2365 0.48 0.221 0.57 0.195

Para os decêndios de 7 a 12 na CAD 30, a semeadura pode ser considera apta, restrita ou inapta, em função da região e épocas de semeadura em questão (Figura 3).

Para o decêndio 7 e 8 a semeadura do Crambe é classificada com apta em praticamente toda a Bacia do Alto Paraguai – MT, com exceção de uma fração do município de Tangará da Serra que é classificada como restrita correspondente a uma área inferior a 3% da Bacia para semea-dura no decêndio 7, e uma área inferior a 7% para o decêndio 8 correspondendo a frações dos municípios de Tangará da Serra e Reserva do Cabaçal.

Para as demais épocas de semeadura do Crambe na Bacia do Alto Paraguai – MT encontra-se áreas correspondentes às três clasencontra-ses de aptidão, encontra-sendo que para encontra-semeadura no decêndio 9 apenas uma pequena fração do município de Poxoréo é classificada como inapta, representando menos de 1% da área da Bacia, que ainda apresenta pouco mais de 47% da área apta e 60% restrita a semeadura do Crambe.

(6)

A semeadura realizada no decêndio 10 é classificada como apta para 25%, restrita para 36% e inapta para 39% da Bacia do Alto Paraguai – MT, onde se destacam os municípios de Curvelândia, Figueirópolis D’oeste, Glória D’oeste, Indiavaí, Mirassol D’oeste, Porto Espe-ridião, Rio Branco e São José dos Quatro Marcos, que se encontram na totalidade em zonas aptas a semeadura do Crambe.

Figura 3. Classes de risco para diferentes época de semeadura do Crambe na Bacia do Alto Paraguai – MT, E-7 (decêndio 7), E8 (decêndio 8), E-9 (decêndio 9), E-10 (decêndio 10), E-11 (decêndio 11) e E-12 (decêndio 12) considerando a CAD 30 mm, 2014.

(7)

Já para os decêndios 11 e 12 a semeadura em pelo menos 50% da área correspondente a Bacia do Alto Paraguai – MT é classificada como inapta, sendo que para o decêndio 11, 22% da área é classificada como apta, 28% restrita e 50% inapta, enquanto para o decêndio 12, 58% da área apresenta classe de aptidão inapta, 21% restrita e 21% apta.

Para a CAD 50, os decêndios de 8 a 12, apresentam as três classes de aptidão, apta, restrita ou inapta, em função da região e épocas de semeadura em questão (Figura 4).

Figura 4. Classes de risco para diferentes época de semeadura do Crambe na Bacia do Alto Paraguai – MT, E8 (decêndio 8), E-9 (decêndio 9), E-10 (decêndio 10), E-11 (decêndio 11) e E-12 (decêndio 12) considerando a CAD 50 mm, 2014.

(8)

Para a semeadura no decêndio 8, toda a Bacia do Alto Paraguai – MT se mostra apta ao cultivo do Crambe, apresentando apenas uma classe de aptidão, sendo isso possível devido a CAD considera ser de 50mm.

Para o decêndio 9, a semeadura do Crambe é classificada com apta em praticamente toda a Bacia do Alto Paraguai – MT, com exceção de algumas frações dos municípios de Nova Brasilândia, Poxoréo e Rosário Oeste, totalizando menos de 4% da área da Bacia, que são clas-sificadas como restrita. Apresentando assim duas classes de aptidão, apta e restrita.

Para as demais épocas de semeadura do Crambe na Bacia do Alto Paraguai – MT encontra-se áreas correspondentes às três clasencontra-ses de aptidão, encontra-sendo que para encontra-semeadura no decêndio 10 apenas algumas frações dos municípios de Dom Aquino, Nova Brasilândia, Poxoréo e Rosário Oeste são classificadas como inapta, representando menos de 10% da área da Bacia, que ainda apresenta pouco mais de 55% da área apta e 34% restrita a semeadura do Crambe.

Já para os decêndios 11 e 12 a semeadura em pelo menos 40% da área correspondente a Bacia do Alto Paraguai – MT ainda é classificada como apta, sendo que para o decêndio 11, 44% da área é classificada como apta, 29% restrita e 27% inapta, enquanto para o decêndio 12, 43% da área apresenta classe de aptidão apta, 13% restrita e 44% inapta.

Para os decêndios de 9 a 12 na CAD 75, a semeadura pode ser considera apta, restrita ou inapta, em função da região e épocas de semeadura em questão (Figura 5).

Figura 5. Classes de risco para diferentes época de semeadura do Crambe na Bacia do Alto Paraguai – MT, E-9 (decêndio 9), E-10 (decêndio 10), E-11 (decêndio 11) e E-12 (decêndio 12)

(9)

Para a semeadura no decêndio 9, toda a Bacia do Alto Paraguai – MT se mostra apta ao cultivo do Crambe, apresentando apenas uma classe de aptidão, sendo isso possível devido a CAD considera ser de 75mm.

Para os decêndios de semeadura 10 e 11, encontra-se áreas correspondentes às apenas duas classes de aptidão, para o decêndio 10, a semeadura do Crambe é classificada com apta em praticamente toda a Bacia do Alto Paraguai – MT, com exceção de algumas frações dos mu-nicípios de Chapada dos Guimarães, Dom Aquino, Nova Brasilândia, Poxoréo e Rosário Oeste, totalizando menos de 10% da área da Bacia, que são classificadas como restrita. Apresentando assim duas classes de aptidão, apta e restrita. Já para o decêndio 11, a área que possui a semea-dura considerada restrita totaliza pouco menos de 29%.

Para a CAD 75, o decêndio 12 foi o único estudado que apresentou a classe de aptidão inapta, sendo verificada em frações de 13 dos 44 municípios correspondentes Bacia do Alto Paraguai – MT, totalizando 22% da área inapta, 28% restrita e 50% apta.

A Bacia do Alto Paraguai – MT apresenta uma aptidão para o cultivo da Crambe desde que o mesmo seja implantado nas épocas corretas em praticamente todo o seu território não alagável, e servindo ainda como uma cultura que ajuda na diversificação da produção, proteg-endo o produtor das grades oscilações de preço dos grãos convencionais e também das varia-ções climáticas.

5. Conclusões e Sugestões

Para a CAD 30 os municípios de Curvelândia, Glória D’oeste, Mirassol D’oeste, Porto Espe-ridião e São José dos Quatro Marcos apresentaram apta a semeadura do Crambe em todos os decêndios estudados. Para semeadura no decêndio 7 a área da Bacia do Alto Paraguai – MT considerada apta foi de 98%, para o decêndio 8 94%, para o 9 47%, para o 10 25%, enquanto para o decêndio 11 e 12 foram, 22% e 21% consecutivamente.

Para a CAD 50 16 dos 44 municípios da Bacia do Alto Paraguai – MT foram considerados aptos à semeadura do Crambe em todos os decêndios estudados. Para semeadura no decêndio 8 toda a Bacia do Alto Paraguai – MT foi considerada apta ao cultivo do Crambe, enquanto para o decêndio 9, 10, 11 e 12, a área foi de 96, 55, 44 e 43% da Bacia.

Para a CAD 75 assim com a CAD 50, 16 dos 44 municípios da Bacia do Alto Paraguai – MT foram considerados aptos à semeadura do Crambe em todos os decêndios estudados. Sendo que para semeadura no decêndio 9 toda a Bacia do Alto Paraguai – MT foi considerada apta ao cultivo do Crambe, já para os decêndios 10, 11 e 12, a área foi de 90, 71 e 50% da Bacia. 6. Agradecimentos

Ao auxílio financeiro do projeto de pesquisa Aplicação e transferência de tecnologias na otim-ização de sistemas agrícolas sustentáveis, Processo CNPp 564112/2010-0, edital MCT/CNPq/ FNDCT/FAPs/MEC/CAPES/PRO-CENTRO-OESTE Nº 031/2010. Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudo a nível de Doutorado.

7. Referências

Dalchiavon, F. C.; Carvalho, M. P.; Andreotti, M.; Montanari, R. Variabilidade espacial de atributos da fertilidade de um Latossolo Vermelho Distroférrico sob sistema plantio direto. Revista Ciência Agronômica, v. 43, n. 3, p. 453-461, 2012.

Faria, R. T. Et Al. Clima – Programa computacional para organização e análise de dados meteorológicos. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 372-387, 2003.

(10)

MS, 2010. v.1. c.7, p.48-60.

Jasper, S.P. et al. Análise energética da cultura do crambe (Crambe abyssinica Hochst) 275 produzida em plantio direto. Engenharia Agrícola, v.30, n.3, p.395-403, 2010.

Longhi, A. L. B.; Baby, A. L. T.; Ávila, G. R. P. T.; Moura, P. S. C. Quantificação de Desmatamentos na Bacia do Alto Paraguai no Estado de Mato Grosso – MT, com base nos estudos de Dinâmica de Desmatamentos utilizando séries temporais de imagens de satélites LANDSAT TM/ETM+. In: Simpósio De Geotecnologias No Pantanal, I, 2006. Campo Grande, Anais... Campo Grande, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, 2006, p. 476 - 481. Marcuzzo, F. F. N.; Melo D. C. R.; Rocha, M. H. Distribuição espaço-temporal e sazonalidade das chuvas no Estado de Mato Grosso. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v.16, n. 4, p. 157-167, 2011.

Mello, C. R.; Lima, J. M.; Silva, A. M.; Mello, J. M.; Oliveira, M. S. Krigagem e inverso do quadrado da dis-tância para interpolação dos parâmetros da equação de chuvas intensas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 27, n. 5, p. 925-933, 2003.

Pitol, C.; Broch, D. L.; Roscoe, R. Tecnologia e Produção: Crambe 2010. Maracaju: Fundação MS, 2010. 60p. Pitol, C.; Cultura do Crambe. In: Tecnologia e Produção: Milho Safrinha e Culturas de Inverno – 2008. 1. ed. Maracajú: Fundação MS, 2008. v.1. c.11, p.85-88. Disponível em:<http://www.fundacaoms.org.br/page.php?21> Acesso em: 16 de maio 2011.

Pitol, C.; Roscoe, R. Introdução e melhoramento de crambe no Brasil. In: Tecnologia e produção crambe 2010. 1. ed. Maracajú: Fundação MS, 2010. v.1. c.1, p.4-6.

Rolim, G. S.; Sentelhas, P. C.; Barbieri, V. Planilhas no ambiente EXCELTM para os cálculos de balanços hídri-cos normal, sequencial, de cultura e de produtividade real e potencial. Revista Brasileira de Agrometeorologia. Santa Maria, v. 6, n. 1, p. 133-137, 1998.

Viola, M. R.; Mello, C. R.; Pinto, D. B. F.; Mello, J. M.; Ávila, L. F. Métodos de interpolação espacial para o mapeamento da precipitação pluvial. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 14, n. 9, p. 970-978, 2010.

Wang, Y.P. et al. A preliminary study on the introduction and cultivation of Crambe abyssinica in China, an oil plant for industrial uses. Industrial Crops and Products, Amsteram, 2000, v. 12, n.1, p.47-52.

Referências

Documentos relacionados

Nota-se na Figura 7 que o valor máximo da tensão de von Mises (339,4 MPa) ocorre na região engastada.. Figura 7: Tensão de von Mises (MPa) a 10 mm da face de aplicação

caracterização do desempenho de crianças utilizadoras de implante coclear a nível linguístico e de tarefas de processamento auditivo central; indicadores que apontam

A blindagem foi posicionada em frente a um bloco de plastilina (Figura 4b), com densidade de cerca de 1,7 g/cm³, para que a deformação na blindagem fosse medida

[r]

Os ensaios clínicos realizados com os IChE indi- cam que essas drogas são seguras e bem toleradas. No entanto, esses estudos, até o presente momento, foram realizados

Figura 33 – Ilustração da determinação dos parâmetros A e B a partir dos dados experimentais de energia absorvida em função da temperatura, para ajuste da curva pelo método

estudo perfusional; (2) o estudo V/Q foi diagnóstico em 27% dos casos, isto é, em 13% foi de alta probabilidade e em 14% foi normal; (3) em 73% dos casos, foi inconclusivo, isto é

Para caracterizar os sistemas são utilizadas ferramentas para a análise de séries temporais, como a autocorrelação, a análise espectral, a análise de ondeletas e a correlação