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INTERRELAÇÕES ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO MOURÃO

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Academic year: 2021

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INTERRELAÇÕES ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA NA CÂMARA

MUNICIPAL DE CAMPO MOURÃO

PINHEIRO, Amanda Costa

Estudante de mestrado do Programa Interdisciplinar Sociedade e Desenvolvimento, Unespar amanda.pinheiro@ifpr.edu.br

MEZZOMO, Frank Antonio

Professor do Programa Interdisciplinar Sociedade e Desenvolvimento frank.mezzomo@gmail.com

PÁTARO, Cristina Satiê de Oliveira

Professor do Programa Interdisciplinar Sociedade e Desenvolvimento crispataro@gmail.com

RESUMO

Este trabalho discute as interrelações entre religião e política por meio da análise da atuação de agentes religiosos no legislativo municipal de Campo Mourão. Fundamenta-se em uma perspectiva da interdisciplinaridade, sobretudo a partir da história, antropologia e sociologia, pois compreende a relevância da articulação entre as diversas áreas de conhecimento para abordar o tema proposto. São analisados os materiais produzidos por três vereadores também denominados agentes ou atores religiosos durante o exercício dos primeiros anos de seus mandatos (2013 e 2014), tais como: projetos de leis, indicações, moções, relatórios, buscando verificar em que medida as demandas ou motivações religiosas se fazem presentes nas ações de tais representantes. O campo teórico em que se inscreve esta pesquisa é constituído pelas discussões acerca das permeabilização e imbricação entre os campos políticos e religiosos na modernidade, diante de uma sociedade autoproclamada laica e democrática.

Palavras-chave: Política. Religião. Interdisciplinaridade ABSTRACT

This work discusses the interrelation between religion and politics by analyzing the interaction of religious agents in the municipal legislature of Campo Mourão. It is based on a perspective of interdisciplinary, mainly from the history, anthropology and sociology, as it understands the importance of articulation between several areas of expertise to approach the topic proposed. Are analyzed the material produced by three councilors also called agents or religious actors during the beginning of their term (2013 and 2014), like: laws projects, indications, motions, reports, seeking to verify the dimension of demands or religious motivations are present in the actions of such representatives. The theoretical field which this research is inserted consists of discussions about the connection between political and religious fields in the modernity, before a self-proclaimed secular and democratic society.

Key-words: Politic. Religion. Interdisciplinary

INTRODUÇÃO

Este trabalho discute as interrelações entre religião e política a partir da atuação de três vereadores também denominados agentes religiosos, eleitos para o legislativo municipal de

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Campo Mourão. São analisados materiais produzidos por estes vereadores durante o exercício dos primeiros anos de seus mandatos (2013 e 2014), tais como: projetos de leis, indicações, moções, relatórios, buscando identificar quais demandas são priorizadas por estes políticos religiosos e se consta em suas atuações possíveis trânsitos, imbricações entre os campos da religião e da política. Para este trabalho focaremos no Projeto de Lei 168/2013 de autoria do vereador Edilson Martins para instituir o Dia do Evangélico em Campo Mourão.

A pesquisa se fundamenta numa perspectiva interdisciplinar ao dialogar com conceitos e abordagens oriundas da sociologia, antropologia, história, ciências política dentre outras. A interdisciplinaridade, neste sentido, permite ampliarmos a compreensão sobre a realidade pesquisada, pois extrapola os limites da abordagem disciplinar, que muitas vezes não é suficiente para responder a complexidade presente nos fenômenos contemporâneos. Não se trata de desconsiderar a importância do conhecimento disciplinar, mas de buscar novas formas de produzir ciência (ALVARENGA, et al., 2011).

O texto se estrutura em três seções, a primeira apresenta os conceitos de secularização e laicidade, surgidos com a modernidade e apoiados no contexto histórico da separação Igreja e Estado. Na segunda seção discutimos a presença da religião no espaço público e sua relação com a política partidária. Por fim, apresentamos o contexto da pesquisa, os agentes religiosos estudados, o quantitativo de proposições nos seus dois primeiros anos de mandato (2013 e 2014) e a proposição que institui o Dia do Evangélico no município.

As considerações finais apontam que assim como em outros contextos brasileiros, é possível perceber no município de Campo Mourão um diálogo entre os campos religioso e político, presente nas pautas legislativa destes vereadores religiosos, em algumas ações, inclusive, de maneira explícita como no caso da proposição para instituição do Dia do Evangélico.

1. MODERNIDADE, SECULARIZAÇÃO E LAICIDADE

A modernidade trouxe significativas mudanças na organização da sociedade e na visão de mundo das pessoas ao priorizar a ciência e a racionalidade humana em detrimento a tradição e ao pensamento dogmático predominantes em épocas antecedentes. Para Giddens, as transformações trazidas pela modernidade “são mais profundas que a maioria dos tipos de mudança característicos dos períodos precedentes” (GIDDENS, 1991, p. 10).

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Essas mudanças são consequências, sobretudo, da nova visão de mundo que rompe com a tradição e os costumes e passa a considerar a ciência e a reflexão como únicos meios de alcançar respostas aos problemas gerados pela sociedade, assim, a centralidade passa ser atribuída ao homem e não mais a Deus, e cabe a ele buscar respostas a estes males por meio da ciência e da razão.

Essa crença no poder do homem é resultante do iluminismo no século XVIII e em seguida do positivismo no século XIX, períodos em que os intelectuais afirmavam que o método científico traria a solução para todos os problemas da humanidade e que a verdade só poderia ser alcançada por meio da razão e da experiência, princípios básicos da ciência moderna (ALVARENGA, et al, 2011).

Neste contexto de modernidade surgem os conceitos de secularização e laicidade e com eles um projeto de civilização e cultura, uma concepção de mundo que busca estabelecer uma ordem social fundamentada em valores seculares. No entanto, embora frutos da modernidade, tais conceitos não são sinônimos, pois se referem a processos sociais distintos (RANQUETAT JR, 2008).

O conceito de secularização se relaciona diretamente com o avanço da modernidade e se refere à perda de influência religiosa na vida pública, ou seja, as sociedades modernas não seriam mais regidas com base em valores religiosos. Neste sentido a secularização foi compreendida como “declínio dos conteúdos religiosos nas artes, na filosofia, na literatura e, sobretudo, na ascensão da ciência, como uma perspectiva autônoma e inteiramente secular, do mundo” (BERGER, 1985, p. 119).

No entendimento de Mariano, o conceito de secularização refere-se a “distintos fenômenos culturais e instituições jurídicas e políticas, nos quais se verifica a redução da presença e da influência das organizações, crenças e práticas religiosas” (MARIANO, 2011, p. 244).

Já o conceito de laicidade refere-se ao modelo de regime político em que o Estado mantém neutralidade no que diz respeito a questões religiosas (RANQUETAT JR, 2008). Essa neutralidade é estabelecida por meio de regulação política, jurídica e institucional que norteia as relações entre religião e política, Igreja e Estado emergidos em contextos pluralistas (MARIANO, 2011). Sendo assim o conceito de laicidade,

Refere-se histórica e normativamente, à emancipação do Estado e do ensino público dos poderes eclesiásticos e de toda referência e legitimação religiosa,

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55 à neutralidade confessional das instituições políticas e estatais, à autonomia dos poderes político e religioso, à neutralidade do Estado em matéria religiosa (ou a concessão de tratamento estatal isonômico às diferentes agremiações religiosas), à tolerância religiosa e às liberdades de consciência, de religião (incluindo a de escolher não ter religião) e de culto (MARIANO, 2011, p. 244).

Ressalta-se que ambos os conceitos devem ser entendidos dentro do contexto histórico e social de cada país, pois não ocorrem de forma idêntica, uma vez que os contextos culturais, as circunstâncias sociais e o conjunto de características de cada país possibilitam formas diferenciadas de laicidade e secularização (RANQUETAT JR, 2008; ORO, 2011).

Para Oro “a laicidade brasileira que propõe a separação Igreja Estado precisa ser relativizada posto que ela não constitui um valor central da república” (ORO, 2011, p. 229). De acordo com o autor, isso acontece porque a Igreja Católica ocupou um lugar de destaque na arena pública e não se distanciou do poder político, mesmo com o advento da república, obtendo do Estado em várias ocasiões algum tipo de favorecimento em detrimento a discriminação dispensada a outras religiões, em especial as afro-brasileiras.

No entanto, é com a inserção dos evangélicos na sociedade brasileira, seu crescimento numérico e suas investidas principalmente no campo da política que as discussões sobre pluralismo religioso, secularização e laicidade vêm ganhando novos fôlegos no debate acadêmico.

Na esfera deste debate, o entendimento de que a secularização tenha significado um declínio da presença da religião no espaço público não encontra unanimidade entre os estudiosos da religião. De acordo com Burity (2008) afirmar o declínio da religião na vida pública se torna arriscado, basicamente por três razões: primeiro em virtude da secularização não consistir num processo uniforme e linear; em segundo lugar uma pequena parcela do mundo poderia ser compreendida exatamente a partir das estruturas e dos fenômenos da modernização; e pelo fato dos avanços da secularização coexistir com as práticas religiosas reforçando ou rivalizando-se entre si. Uma das razões que impulsionam este debate consiste na emergência do pluralismo religioso, alterando o cenário público.

Assim, os conceitos de secularização e laicidade, bem como sua plausibilidade diante do cenário contemporâneo reascenderam a discussão e se tornou um novo desafio. Para Paula Montero um dos desafios desta reflexão consiste no fato de que “o conceito de secular, entendido apenas como um regime que supõe a separação entre o aparato burocrático do Estado

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e o aparato eclesiástico, não é mais capaz de descrever as múltiplas relações entre pluralismos culturais e religiosos e as formas estatais” (MONTERO, 2013, p. 21).

Esse contexto sugere que mesmo diante da secularização, que destinava a religião ao espaço privado, esta continua exercendo influência no espaço público. Conforme afirma Novaes “a dimensão religiosa tem resistido a se circunscrever à vida privada, ao foro íntimo, e hoje ganha outros fôlegos não previstos na grande narrativa que separou religião e política, o público e o privado, magia e religião” (NOVAES, 2012, p. 184). Por este olhar traremos algumas compreensões acerca da discussão da religião no espaço público e na política.

2. RELIGIÃO, ESPAÇO PÚBLICO E POLÍTICA

A religião não só não se restringiu ao espaço privado como vêm marcando cada vez mais presença no espaço público seja pela via do entretenimento, dos canais de televisão, no mercado musical, no turismo e nas políticas públicas (MONTERO, 2009).

Uma das formas desta atuação trata-se da sua inserção nos programas de rádio e na televisão a partir do final da década de 1970. Este crescimento em razão também da chegada e expansão das igrejas pentecostais no Brasil, levaram para os canais da televisão as mensagens bíblicas, cultos, curas e testemunhos (NOVAES, 2001). No entanto, a presença da religião na mídia não se restringe aos pentecostais ou evangélicos de maneira geral, uma vez que a Igreja Católica também investiu nos meios de comunicação. Neste sentido, “as novas tecnologias de informação e comunicação também pesam na ampliação do espaço público no qual surgem inéditas maneiras de incidir” (NOVAES, 2012, p. 185).

Da mesma forma em que a religião foi conquistando seu espaço na mídia, também vem ganhando força nos espaços de entretenimento, no surgimento de grupos musicais de cunho gospel, evangélicos e católicos inseridos nas programações de eventos públicos. Para Cunha (2007), a expressão da cultura gospel assenta na junção de três elementos, música, consumo e entretenimento, e como produto de mercado sacraliza elementos profanos, legitima o uso de tecnologia, da diversidade de gêneros musicais, da possibilidade de consumo e do lazer.

Assim, a via do consumo, seguindo a lógica do mercado é uma das maneiras da presença da religião no espaço público. O investimento da indústria fonográfica em música evangélica a partir de 1990 contribuiu para este consumo em outros espaços além dos cultos, proporcionou ainda o surgimento de algumas celebridades neste meio impulsionando o crescimento do mercado da música gospel (PAULA, 2007).

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Para Giumbelli o estudo da religião no espaço público pode ser pensado por meio da categoria cultura no sentido de compreender como esta categoria, que é complexa, tem mediado as relações entre religião e espaços públicos. Assim, de acordo com o autor, diversas manifestações da religião no espaço público se relacionam diretamente a cultura como forma de institucionalizar suas práticas. No caso da Igreja Católica seus estudos demonstram uma ligação mais direta com o turismo religioso, enquanto a música gospel ainda é predominante no meio evangélico e as políticas culturais voltadas ao universo afro-religioso. O autor frisa ainda que as três modalidades têm conseguido, em alguns casos, captar recursos públicos para sua atuação, seja na política recente do turismo em que o elemento religioso se articula a outros possíveis, em leis que reconhecem a música gospel como manifestação cultural podendo desta forma pleitear recursos ou ainda em políticas integradas a ações de enfrentamento a “intolerância religiosa”. Ou seja, a partir da cultura as diferentes religiões têm adentrado ao espaço público e se articulado às políticas públicas.

Ainda em relação ao campo das políticas públicas, vale ressaltar que a religião tem contribuído para implementação de algumas políticas, principalmente relacionadas a programas sociais, da mesma forma na participação em conselhos temáticos, e nas organizações da sociedade civil, seja por meio de associações, sindicatos e demais grupos organizados (BURITY, 2008).

Para Burity (2008) as associações religiosas, compõem o leque das organizações da sociedade civil em conjunto com outras entidades que atuam em defesa de questões voltadas aos direitos humanos, ao meio ambiente, raça, gênero, entre outras, em parceria com atores seculares. Esse movimento, segundo o autor, está relacionado ao contexto vivenciado a partir da década de 1990 que intensificou a organização de movimentos sociais e ações coletivas em rede, principalmente no que se refere a políticas de identidade, ações afirmativas e temáticas culturais que “compõem o quadro de uma contemporaneidade da qual a religião é parte inseparável” (BURITY, 2008, p. 88).

De forma semelhante a religião também está presente no campo político por meio de representantes eleitos e traz para a esfera pública e da política partidária seu ethos religioso nas mais diversas direções (BURITY 2008; GIUMBELLI 2012; RANQUETAT JR, 2012).

Na sequência, enfatizaremos a discussão sobre as relações entre religião e política no Brasil a partir da década de 1980, quando se inicia o declínio numérico de católicos, o crescimento dos evangélicos e sua inserção no campo da política. Segundo Mariano (2009) foi

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nesta década que os evangélicos começaram a modificar sua postura em relação a política, uma vez que até então a visão que se tinha era de que a política seria demoníaca e que os evangélicos não deveriam se envolver.

Esta mudança foi marcada, com a Assembleia Constituinte e pelo medo gerado principalmente pela cúpula eclesiástica da Assembleia de Deus de que a Carta Magna viesse a restringir a liberdade religiosa e retomar a Igreja Católica como religião oficial do Estado. Dessa forma a garantia de liberdade religiosa, o impedimento do retorno da Igreja Católica ao posto de religião oficial do Estado, a defesa da moralidade cristã e a oposição aos adversários religiosos e laicos serviriam de justificativa para a inserção evangélica na política (FRESTON, 1993; MARIANO, 2009).

Assim, o apoliticismo foi substituído pela politização de algumas igrejas pentecostais, principalmente da Assembleia de Deus. O apoio dos governos militares por meio da valorização dos atores públicos, a mística gerada pela Constituinte de que seria o momento de reescrever o Brasil e a consciência do seu crescimento numérico favoreceu a releitura da Bíblia por parte dos evangélicos que passaram a considerar como missão a sua inserção na política em prol da defesa da liberdade religiosa e da família diante a ameaça trazida pelas comunicações de massa livre da censura após a ditadura militar (FRESTON, 1993).

Segundo Pierucci (1996), o ativismo político dos grupos evangélicos não aconteceu de repente, pois desde 1982 quando ocorreram as primeiras eleições pluripartidárias, este grupo já apresentava sinais de que a atitude anteriormente adotada de não envolvimento em política estava sendo trocada por uma mobilização em torno da candidatura para cargos eletivos, em especial para o legislativo, que num curto espaço de tempo foi se intensificando.

A partir de então, a inserção destes religiosos e o apoio das igrejas em suas candidaturas tem alterado o cenário político brasileiro, de modo que a atuação dos evangélicos, principalmente os de denominações pentecostais deve ser considerada mediante a força que tem exercido na política brasileira (MARIANO, 2009).

A literatura tem demonstrado por meio de estudos realizados na última década que algumas igrejas pentecostais têm se organizado para garantir seus representantes na política. A cada nova eleição é possível perceber a aproximação existente entre candidatos e denominações religiosas.

Neste sentido os estudos de Oro e Tavares (2013, 2015), sobre as eleições de 2012 em Porto Alegre e 2014 no Rio Grande do Sul confirmam o forte engajamento de igrejas

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pentecostais para lançarem candidatos oficiais ao legislativo municipal bem como ao executivo e legislativo estadual respectivamente, demonstrando o interesse por parte das igrejas em terem seus representantes na política. Estes estudos apontam ainda que, para o alcance deste objetivo, as denominações religiosas se utilizam de diferentes estratégias de campanha, inclusive, algumas delas, dentro dos próprios cultos religiosos.

De forma semelhante em Campo Mourão, as instituições religiosas também apoiam os candidatos de suas denominações, inclusive, utilizando estratégias como eleições prévias dentro de sua denominação para escolher o candidato oficial da igreja, sendo este apoio da instituição religiosa importante para o êxito destes candidatos nas urnas (MEZZOMO; PÁTARO; ONOFRE, 2014).

3. INTERRELAÇÕES ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA EM CAMPO MOURÃO: A PAUTA DOS AGENTES RELIGOSOS E “O DIA DO EVANGÉLICO”

Nesta seção apresentaremos os três agentes religiosos eleitos no pleito de 2012 e o quantitativo de proposições de cada um deles durante os anos de 2013 e 2014. Na sequência abordaremos sobre o Projeto de Lei 168/2013 de autoria do vereador Edilson Martins que institui o “Dia do Evangélico” no município de Campo Mourão/PR.

O Projeto de Lei em questão é parte do material que está sendo analisado pela pesquisa de mestrado, conforme apresentaremos em seguida1. Para chegarmos aos dados catalogados

foram necessários levantamento de toda produção dos três agentes religiosos estudados, compostos por projetos de leis, projetos de resoluções, moções, indicações e requerimentos. Após este levantamento, os dados foram tabulados com vistas a conhecer o quantitativo geral de proposições de cada vereador e também o conteúdo de cada demanda.

Importante frisar que proposições são matérias sujeitas à apreciação da Câmara ou de suas comissões. Neste sentido, os projetos de lei visam regular matéria de competência do legislativo e necessita da sanção do poder executivo, já os projetos de resolução pretendem regular matérias privativas de competência da Casa Legislativa, podendo ter caráter político, processual, legislativo ou administrativo.

As moções são manifestações políticas da Câmara Municipal de aprovação ou reprovação, podem ser de aplausos, congratulações, pesar, repúdio, dentre outros. As

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indicações em geral, consistem na solicitação de medidas de interesse público, cuja ação é de competência do Poder Executivo ou ao envio de projetos, realização de atos administrativos ou de gestão. Os requerimentos são proposições dirigidas a mesa ou ao presidente sobre matéria de competência da Câmara Municipal, podem ser verbais ou escritos e em algumas ocasiões passam por votação2.

Importante ressaltar que os três vereadores expressaram abertamente suas vinculações religiosas durante a campanha eleitoral, são eles, Edilson Martins, membro da Igreja Assembleia de Deus, Olivino Custódio também membro da Assembleia de Deus e Toninho Machado pertencente a Igreja Presbiteriana Renovada.

Edilson Martins, filiado ao Partido Social Democrático, foi eleito em seu primeiro mandato para uma das 13 cadeiras da Câmara Municipal dos Vereadores, com 1.428 votos, terceira maior votação do município. Na ocasião das eleições, ocorridas em 2012, recebeu apoio dos pastores e membros da Igreja Assembleia de Deus, da qual também é membro desde os 13 anos, sendo eleito candidato oficial desta Igreja. Contou ainda com apoio dos pastores das Igrejas Presbiteriana Renovada e Brasil para Cristo (MEZZOMO; PÁTARO; ONOFRE, 2014). Olivino Custódio, filiado ao Partido da República, do qual era presidente em 2012, possui uma trajetória política no legislativo de Campo Mourão, tendo sido eleito em 1982, 1988 e alcançando a suplência em 1992. Membro da Assembleia de Deus há 8 anos, não recebeu apoio direto da igreja na campanha de 2012, uma vez que esta já tinha escolhido apoiar, como já mencionamos, Edilson Martins, fato que causou certo desapontamento ao mesmo. Com apoio de alguns membros da igreja e com auxílio do partido e de quatro cabos eleitorais contratados e vários voluntários, foi eleito com 654 votos (MEZZOMO, PÁTARO, ONOFRE, 2014).

Toninho Machado, também filiado ao Partido da República, foi eleito com 685 votos no pleito de 2012. Foi candidato pela segunda vez, pois em 2004 também concorreu a uma cadeira no legislativo, mas não foi eleito. Machado é membro da Igreja Presbiteriana Renovada junto a outros dois candidatos da mesma denominação religiosa3. Na ocasião da campanha, declarou

estar certo do apoio de membros e pastores da sua igreja (MEZZOMO; PÁTARO; BONINI, 2014).

1 Esta pesquisa de mestrado está articulada a investigação mais ampla, intitulada Religião e Política: Participação de agentes religiosos no legislativo municipal, coordenada pelo Prof. Dr. Frank Antonio Mezzomo e que conta com o apoio do CNPq.

2 Informações consultadas no regimento interno da Câmara Municipal de Campo Mourão. Disponível em: <file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/REGIMENTO_INTERNO.pdf >. Acesso em: 22. Nov. 2015.

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No quadro abaixo apresentamos a descrição das atividades exercidas pelos vereadores nos exercícios de 2013 e 2014. O montante catalogado aponta também outras inserções dos vereadores, principalmente no que se refere a infraestrutura da cidade, mas para este texto nos propomos a trabalhar especificamente com o Projeto de Lei que institui o Dia do Evangélico, pois esta proposta nos permite identificar o diálogo existente entre religião e política no município estudado.

Tabela 1: Quantitativo de proposições 2013 Vereador Indicações Projetos de

Resolução Requerimentos Projetos de Lei propostos Projetos de Lei aprovados Moções Toninho Machado 114 7 66 16 12 1 Edilson Martins 107 3 28 6 6 10 Olivino Custódio 34 0 27 1 1 4

Fonte: Câmara Municipal de Campo Mourão

Tabela 2: Quantitativo de proposições 2014 Vereador Indicações Projetos de

Resolução Requerimentos Projetos de Lei propostos Projetos de Lei aprovados Moções Toninho Machado 65 2 27 9 9 1 Edilson Martins 115 2 34 1 1 8 Olivino Custódio 14 1 9 0 0 4

Fonte: Câmara Municipal de Campo Mourão

O vereador Olivino Custódio apresentou ao todo 48 indicações, um projeto de resolução, 36 requerimentos, um projeto de Lei, que foi aprovado, e 8 moções. A maioria das atividades foi, igualmente, voltada para questões de desenvolvimento e urbanismo.

Toninho Machado apresentou no biênio 2013/2014, ao todo, 179 indicações, 9 projetos de resolução, 93 requerimentos, 25 projetos de Lei, dos quais 21 foram aprovados, e duas moções. A maioria de suas proposições refere-se a melhorias em questões de infraestrutura em bairros e jardins da cidade.

Do vereador Edilson Martins, a maior parte das proposições se refere a questões relacionadas ao desenvolvimento e urbanismo. O vereador apresentou, no período investigado, 222 indicações, 5 projetos de resolução, 62 requerimentos, 7 projetos de Lei, todos aprovados, e 18 moções.

3 Trata-se de Antonio Freire Vieira que obteve 89 votos e Machado com 456 votos alcançando a suplência (MEZZOMO, PÁTARO, BONINI, 2014).

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Dentre as proposições do vereador Edilson Martins, destacamos o Projeto de Lei 168/2013 que institui o “Dia do Evangélico” no município de Campo Mourão. O referido projeto foi votado nos dias 12 e 13 de novembro de 2013, momento em que o plenário da Câmara Municipal foi completamente ocupado pelo público que acompanhou principalmente o primeiro dia de votação4.

Importante ressaltar que a proposição de um projeto de lei para instituição desta data comemorativa no município de Campo Mourão não é inédita ao vereador Edilson Martins. Conforme consta anexo ao Projeto de Lei 168/2013, em 1996 foi protocolado pelos vereadores Levi Queiroz da Paixão e Joani Teixeira o Projeto de Lei 025/1996 para instituição do “Dia do Evangélico” no município, este projeto deu origem a Lei Municipal nº 976 de 28 de junho de 1996 que institui a referida data a ser comemorada no dia 01 de novembro.

Em 1998 outro projeto de lei com a mesma finalidade tramitou na Casa Legislativa de Campo Mourão, o Projeto de Lei 229/1998 de autoria dos vereadores Júlio Vieira e Joani Teixeira, este sofreu uma emenda modificativa alterando a data da comemoração de 01 de novembro para 10 de outubro. No entanto, conforme registrado na ata da reunião realizada no dia 20 de novembro de 1998 em conjunto com representantes da ordem dos pastores de Campo Mourão (OPECAM) e a pedido destes, que o referido projeto fosse retirado em razão de haver matéria tramitando na casa com a mesma proposição. A OPECAM também solicitou a revogação da Lei nº 976/1996 e que em seu lugar fosse instituído no segundo domingo de dezembro o Dia da Bíblia. Dessa forma, foi acatado por unanimidade pelos vereadores o presente requerimento, arquivado o projeto 229/1998 e revogada a Lei nº 976/1996.

A pauta retorna em 2013 por iniciativa do vereador Edilson Martins que propõe novamente a instituição da data comemorativa ao “Dia do Evangélico” no calendário oficial do município. No trecho do projeto de lei referente à justificativa de Edilson Martins sobre a importância da inclusão desta data no calendário, o vereador afirma que com a proposta pretende:

Incentivar a divulgação do evangelho objetivando a participação da comunidade em geral através de ações públicas de demonstração de que o caminho para um melhor viver é exatamente a nossa busca constante de Deus. Entendendo a importância que o segmento Evangélico tem junto à comunidade e por isso, nos preocupamos em reconhecer o trabalho desenvolvido por tão importante movimento da cristandade. O Instituto

4 Informação retirada do site da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Mourão, disponível em: <http://www.cmcm.pr.gov.br/v6/ler_noticia.php?cd_noticia=1563>. Acesso em: 20 out. 2015.

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63 Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou dados comparativos entre os censos realizados nos anos 2000 e 2010 sobre religião, e apontou o crescimento de 61,45% dos evangélicos nos últimos dez anos. De acordo com o comparativo, no ano 2000, cerca de 26,2 milhões de brasileiros se declaravam evangélicos, quantidade correspondente a 15,4% da população, e no ano de 2010, a quantidade de brasileiros que se identificaram como evangélicos saltou para 42,3 milhões, ou 22,2% da população do país. Esperamos a compreensão dos Nobres e que a presente proposta receba a análise e a aprovação de Vossas Senhorias, pois representará o nosso reconhecimento e apoio a todos os Evangélicos de Campo Mourão, que vêm prestando um inestimável trabalho no resgate da cidadania de milhares de pessoas através de recuperação da espiritualidade, abandono do uso de drogas, restauração das famílias e tantas outras ações sociais e comunitárias (CMCM: Projeto de Lei 168/13)5.

Diante deste texto de justificativa, é possível perceber que Edilson Martins pretende convencer os demais membros do legislativo utilizando-se basicamente de três pontos, a saber: os dados do último Censo, onde se constata o crescimento dos evangélicos no país; a importância do trabalho desenvolvido por este segmento na cidade, dando a entender que tal conduta é unânime entre os evangélicos; e, por fim, a evangelização das pessoas através da demonstração que o melhor caminho para se viver é a busca constante de Deus.

A justificativa da proposição foi aceita pelos membros do legislativo, porém com uma ressalva feita pelo vereador Sidnei Jardim, na ocasião presidente da Comissão Permanente de Legislação e Redação tendo em vista as experiências anteriores (1996 e 1998), qual seja, o envio de expediente ao presidente da OPECAM, Pastor Arnildo Klumb solicitando sua manifestação em relação a proposição (CMCM, Projeto de Lei 168/13). Ainda conforme aponta a documentação anexada ao Projeto de Lei, o Pastor Arnildo Klumb se mostrou desfavorável a tramitação do projeto, conforme afirmou em ofício:

(...) Esta Lei já existe a nível nacional (Lei 12.328, de 15 de setembro de 2010), que institui o Dia Nacional do Evangélico a ser comemorado no dia 30 de novembro de cada ano (algo que gerou pesadas críticas entre vários líderes evangélicos). Nós da OPECAM concordamos que é uma iniciativa simpática, mas, todavia, a República nasceu laica e o Estado precisa continuar laico. Defendemos a separação entre Igreja e Estado para que haja democracia. Poderíamos nós requerer feriados evangélicos, como há católicos, mas isso sem dúvidas, geraria muita polêmica desnecessária e abriria precedentes perigosos para o Estado Laico. (...) Portanto, nós da OPECAM incentivamos a fuga de qualquer oportunidade de demonstração do “poder evangélico”, ainda que graças a Deus estejamos crescendo numericamente em termos de adesão de gente, como bem mostram as pesquisas já mencionadas no ofício do

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64 requerente excelentíssimo vereador Edilson Martins, porém, ao contrário do vereador, não entendemos que a importância do segmento evangélico precisa disso para ser reconhecido (OPECAM, Oficio 009/13).

Ainda segundo o Oficio 009/13 de autoria do Pastor Arnildo Klumb a proposição do projeto deveria ser revista e em seu lugar talvez a instituição de uma semana da consciência cristã. No entanto, o posicionamento do referido Pastor não foi suficiente para que o vereador Edilson Martins retirasse o Projeto de tramitação, ao contrário, o agente religioso buscou apoio da comunidade evangélica para sua proposta de Lei, sob o argumento que a Lei demonstraria a “força do povo de Deus”. No documento produzido por Edilson Martins foram coletadas mais de 500 assinaturas entre fiéis e pastores evangélicos em favor do projeto.

Por meio dos argumentos utilizados pelo vereador, identificamos a busca por reconhecimento legal dos evangélicos na comunidade, podendo indicar que se trata também de um ideal almejado por este público, que na ocasião da votação se fez presente na Casa Legislativa e que mesmo diante do posicionamento do presidente da OPECAM contrário a referida Lei, assinaram o documento proposto por Edilson Martins atestando o interesse em ter esta data inserida no calendário municipal. Diferente do ocorrido no ano de 1998, a sugestão da OPECAM não foi acatada e diante dos argumentos utilizados pelo proponente, contando com apoio da comunidade o projeto foi aprovado por unanimidade e a data é comemorada no segundo sábado de novembro de cada ano.

É possível considerar ainda que no caso deste Projeto de Lei, assim como em casos semelhantes, o autor da lei se direciona em favor dos interesses de seus eleitores e, pelo reconhecimento social dos mesmos. A dinâmica de interesses políticos estabelecida entre o representante e o povo representado pode se configurar como um princípio característico do “estilo evangélico de fazer política”, como aponta Machado (2003).

A visão pontuada pelo Pastor Arnildo Klumb sobre a laicidade do Estado e o perigo que proposições como esta poderiam acarretar a esta laicidade conquistada na república não remete a opinião de todos os evangélicos, uma vez que mesmo diante do posicionamento do líder religioso, demonstraram interesse em ter a Lei sancionada no município com um número expressivo de assinaturas.

Este contexto resultou na concordância de todos os vereadores em manter o Projeto de Lei em tramitação que resultou na aprovação da Lei nº 3281 de 19 de novembro de 2013 que institui a criação do “Dia do Evangélico”, cujo parágrafo único dispõe que a promoção a ser

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realizada nesta data será incentivada pelo Poder Executivo em parceria com as Igrejas e Entidades evangélicas com atuação no município de Campo Mourão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A racionalidade e a ciência são dois pressupostos que contribuíram no mundo moderno para o surgimento dos conceitos secularização e laicidade e com eles o entendimento que a religião se afastaria do espaço público e que a sociedade não seria mais influenciada pelos preceitos religiosos.

Porém, mesmo diante do que se previam tais conceitos, é possível dizer que a religião continua presente no espaço público nas mais variadas maneiras, e conforme nos mostra a literatura apresentada neste texto, bem como o projeto de lei trazido para discussão, exercendo influência também na organização política do Estado, influenciando pautas e decisões políticas. O crescimento dos evangélicos, principalmente os pentecostais contribuíram para a mudança deste cenário ao proporcionar novas incursões no campo político. Em relação ao município estudado, a proposição para a instituição de uma Lei que já havia sido revogada anos anteriores, partiu de um agente religioso, cujo entendimento seria que a Lei provaria a força que esta parcela da população tem alcançado na sociedade.

A proposição de um agente religioso ocasionou uma movimentação considerável no município ao envolver a opinião pública sobre o tema. No entanto, esta opinião exprime apenas as considerações daqueles que seriam beneficiados pela referida Lei, cuja promoção contará com apoio do poder executivo e possivelmente com o uso de recursos públicos, demonstrando a permeabilização das fronteiras entre religião e política, público e privado.

Diante destas considerações, podemos afirmar que o campo religioso está presente nas pautas públicas evidenciando a importância de aprofundarmos estudos que contribuam para o entendimento da relação existente entre religião e política na contemporaneidade.

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Referências

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