A Nova Lei da Cooperativas
Desenvolvimento e negócios com princípios
A Nova Lei das Cooperativas
Autores: AMPCM – Associação Moçambicana para Promoção do
Cooperativismo Moderno Etiketa Services
Marketing Assistent
Maputo, Outubro de 2017
Tiragem: 100 exemplares
Direitos Reservados: A MPCM – A ssociação Moçambicana para Promoção
do Cooperativismo Moderno
Edição Patrocinada por: Bundesministerium fur
und Entwicklung
4. Apresentação
5. Negócios com princípios
6. Diferenças entre cooperativas, Associações e Socie
dades comerciais
7. A Nova Lei das Cooperativas
Apresentação
O Objectivo desta publicação é:
Ajudar a entender os conceitos e os princípios das cooperativas; Divulgar os aspectos mais inovadores da nova Lei Cooperativa.
Negócios com princípios
Quando umapes-soa ou grupo de pessoas enfrenta um problema de ordem económica, ou de natureza so-cial, ou de coloca-ção dos seus pro-dutos ou serviços no mercado, a al-ternativa é a união dessas pessoas. Após o estudo das condições e perspectivas, do objectivo que se pretende alcançar, é decidida a or-ganização de um empreendimen-to colectivo que aglutine as ver-tentes económico e social chamado sociedade coope-rativa. Para o eficiente desempenho em qualquer ramo em que está inseri-da a cooperativas, além de observar a legislação coo-perativista do país em que se situa, e as que se aplicam à actividade que vai desenvolver, deverá basear--se nos seguintes princípios básicos inerentes ao coo-perativismo:
• Adesão voluntária e livre;
• Gestão democrática
• Participação económica
• Autonomia e independência;
• Educação, formação e informação;
• Intercooperação;
• Interesse pela comunidade ou Responsabili
dade Social.
Diferenças entre Cooperativas, Associações
e Sociedades Comerciais
COOPERATIVA SOCIEDADES
COMERCIAIS ASSOCIAÇÕES
É uma união de pessoas que se organizam para exercer uma actividade económica
O objectivo principal é a presta-ção de serviços aos membros. O lucro é consequência da realiza-ção de uma actividade económica
Com os ganhos beneciam--se os membros e a presta-ção de serviços
Principal objectivo: oferecer
serviços em operações com margens justas e transparen-tes
O excedente disponível devol-ve-se aos membros nas pro-porções das suas actividades e serviços
O capital social subscrito e re-alizado não determina a ges-tão ou tomada de decisões
Assembleias: o quórum
é baseado no número de membros
É administrada por uma direc-ção com pelo menos 2/3 de membros
É uma união de pessoas que se organizam para fins não económicos
Tem fins altruísticos e não lucrativos
Não há ganhos financei-ros
Principal objectivo: realizar
actividades sociais, culturais, desportivas e de assistência, sem fins lucrativos
Pode gerar excedentes que não são lucros
Não é o capital social que determina a tomada de de-cisões
Assembleias: o quórum
é baseado no número de membros
É administrada por um nú-mero reduzido de pessoas
É geralmente uma socie-dade de capitais
O objectivo principal é o lucro
Com os ganhos (lucros) beneficia-se o sócio, o titular do capital
Principal objectivo:
obter margens de lu-cros os mais proveito-sos possíveis
O lucro alcançado distribui--se entre os sócios, propor-cionalmente ao capital subs-crito e realizado
O capital social subscrito e realizado é determinan-te para a gestão e a to-mada de decisões Assembleias: o quórum é baseado no capital É administrada por um número reduzido de pessoas
A Nova Lei das Cooperativas 6
A Nova Lei das Cooperativas
A Nova Lei Cooperativa é
destinada a todo o tipo
de cooperativas. É uma Lei
base quadro para a
consti-tuição e funcionamento das
mesmas.
A Nova Lei Cooperativa é
inovadora porque é mais
abrangente e tem um
ca-rácter mais económico, sem
contudo se desvirtuar do
seu sentido.
Esta definição, engloba não
só a essência das
coope-rativas do tipo tradicional,
assim como as das
chama-das cooperativas da nova
geração, sublinhando-se o
aspecto em presarial e
eco-nómico de que é
caracterís-tica a noção moderna das
cooperativas.
A Nova Lei das
Cooperativas em
Moçambique
Quadro legal
anterior
No ordenamento jurídico
moçambicano, a legislação
existente previa um
mode-lo de cooperativa do tipo
tradicional pouco
abran-gente, pois alguma
legisla-ção, para além de estar em
claro desuso, desenhava
um modelo de
cooperati-vas que se baseava numa
economia centralizada, não
consentânea com a
econo-mia de mercado adoptada
pela actual constituição da
República de Moçambique.
Artigo 5 (Operações com Terceiros)
Artigo 6 (Acto Cooperativo)
Há a possibilidade das cooperativas realizarem operações com ter-ceiros a título complementar, do mesmo modo que o faz com os cooperativistas Desde que não se disvirtue as suas finalidades e as posições adqui idas pelo seus membros, assim como em participar em sociedades comerciais.
Diferencia um acto de comércio puramente dito de um acto prati-cado pelo cooperativista com a cooperativa e vice-versa, pois este último, não possui as mesmas características de um acto de comér-cio.
O montante resultante dessas operações será escriturado em sepa-rado do realizado com os cooperativistas.
Diferenciando-se desta forma o acto cooperativo de um acto de comércio normal, justifica-se que os actos cooperativos não sejam sujeitos a impostos. Primeiro porque a relação que a cooperativa estabelece com um membro é de prestação de serviços, em que este último procede à entrega de bens. Essa entrega não se tra-duz em nenhuma compra e venda, mas pura e simplesmente uma entrega em que o cooperativista confere mandato á cooperativa para usar, vender ou transformar pela melhor rentabilidade. Sendo assim aquelas entregas não podem estar sujeitas a impostos, pois o produto entregue ainda continua pertença do cooperativista, con-trariamente aos actos de comércio.
A Nova Lei das Cooperativas 8
Prevê-se a possibilidade da cooperativa poder entrar em projectos com enti-dades que não sejam cooperativas, caso de consórcios, contratos de associa-ção em participaassocia-ção, joint venture, etc.
Esses empreendimentos podem ser geridos por um investidor ou parceiro que não seja a cooperativa ou o membro.
As cooperativas quer do primeiro, quer de grau superior, constituem-se através de um contrato de sociedade que pode ser celebrado por docu-mento escrito assinado por todos os membros fundadores, com assinatura reconhecida presencialmente pelo notário, devendo ser celebrado por es-critura pública, no caso em que entrem bens imóveis.
O número de membros mínimo para formar uma cooperativa é de 5.
Ainda dentro da tendência de não onerar a constituição das cooperativas, prevê-se a possibilidade do capital social poder ser realizado em dinheiro, bens e serviços, abrindo-se a faculdade de 50% do capital social pode ser realizado em bens, direitos e serviços.
Mesmo assim dá-se a possibilidade do capital subscrito ser realizado inte-gralmente no prazo de 3 anos.
Parceria das Cooperativas com outras entidades
Requisitos para a constituição
Valor do Capital Social
Não se estabelece o valor de um capital mínimo obrigatório. Transfere-se essa faculdade aos que pretendam constituir a cooperativa, estabelecendo-o nos estatutos.
Fundo Social
O fundo social das cooperativas é constituído: • Pelo capital social;
• Pelos juros obtidos dos empréstimos e aplicação de capitais re alizados fora do âmbito do acto cooperativo;
• Pelos excedentes retidos, inclusive os escriturados em contas de participação do membro para auto-financiamento operacio nal da cooperativa, quando previsto nos estatutos ou por deli beração da Assembleia-geral;
• Pelas operações realizadas com terceiros, previstas na presente Lei;
• Por quaisquer doações, legados ou subsídios que recebam a ti tulo gratuito;
• Outras por deliberação de Assembleia Geral, inclusive para cumprimento das exigências legais para reservas.
A Nova Lei das Cooperativas 10
Títulos de Capital
Mandato dos Órgãos Sociais
Títulos de capital é o documento que certifica a contribuição de um membro na cooperativa atestando a sua qualidade de cooperativista. Esse documento comporta dentro de si todos os direitos e obrigações que a cooperativa e os cooperativistas detêm na sua relação.
Prevê-se a possibilidade de a cooperativa poder, quando existirem exceden-tes do exercício, pagar juros ao valor do capital representado no título de capital. Há uma limitação da taxa de juros , estatuindo-se que nunca deve ser superior a taxa de referência estabelecida pela autoridade monetária Mo-çambicana.
Prevê-se a possibilidade de ree-leição dos membros dos órgãos sociais e, ao mesmo tempo esta-belece uma obrigatoriedade de renovação de uma parte deles. Os membros dos órgãos sociais são eleitos para um mandato de três anos, renováveis por um a três períodos idênticos sendo, contu-do, obrigatória, por cada renova-ção do mandato da Direcrenova-ção de, no mínimo, um terço dos seus membros e por cada renovação do mandato do Conselho Fiscal, só é permitida apenas a reeleição de um terço dos seus membros.
Assembleias Delegadas
A opção de representação por delegados às assembleias gerais, é uma forma de ultrapassar a impossibilidade que muitas vezes se tem em reunir a totalidade dos cooperativistas, nas reuniões, devido a sua dis-persão geográfica e custos relacionados com a realização da Assem-bleia Geral.
A lei prevê a possibilidade das cooperativas modernas e de nova ge-ração, em que o peso do volume de negócios, operações e produções que o (s) cooperativista (s) mantêm com a cooperativa, sejam valori-zadas e reconhecidas. Com este método, é-lhes permitido eleger um maior ou menor número de delegados dependendo do nº de mem-bros existentes numa determinada região, o volume de negócios e de operações realizadas com a cooperativa.
Incorpora aquilo que é o novo pensamento das cooperativas, respon-dendo e dando solução a um foco de conflitos e até de desmotivação em negócios cooperativos.
Esta previsão não abandonando o princípio da singularidade do voto (cada cooperativista vê o seu voto assegurado, porque o texto da Lei é no sentido de que “cada cooperativista dispõe de, pelo menos, um voto”) e atendendo o volume de operações realizadas entre os coo-perativistas para com a cooperativa, prevê-se a possibilidade de se adoptar o voto proporcional às operações realizadas em que um coo-perativista poderá ter direito a mais de um voto.
Votação
A Nova Lei das Cooperativas 12
A cooperativa é gerida e administrada por uma Direcção, composta totalmente ou com mais de dois terços, por membros da cooperativa, sendo:
Nas cooperativas com mais de trinta cooperativistas por três mem-bros, sendo um presidente e dois vogais, um dos quais substituirá o presidente nos seus impedimentos e faltas, quando não houver vice-presidente;
Nas cooperativas com e até trinta membros por apenas um presiden-te, que designará quem o substitui nas suas faltas e impedimentos. Estabelece-se a possibilidade da direcção delegar os seus poderes executivos a pessoas que não sejam cooperativistas, mas que sejam prossionais que tra-gam uma mais valia na gestão e rentabilização dos negócios da cooperativa sem, contudo abrir-se mão de todos os poderes, nomeadamente aqueles que implicam a salvaguarda da gestão democrática.
Prevê-se a forma como se custear as despesas e o princípio do rateio das despesas na proporção directa da fruição dos serviços.
Prevê-se a obrigatoriedade de constituição de uma reserva legal adiantando--se a percentagem nunca inferior a 5% dos excedentes anuais - até que deixe de ser obrigatório; Para além da reserva geral a lei estabelece a obrigatorie-dade de constituição de uma reserva destinada a educação cooperativa e a formação cultural e técnica dos cooperativistas, dos trabalhadores da coope-rativa e da comunidade.
Gestão
Competências
Despesas
Reservas
Revertem para esta reserva:
• A parte dos excedentes anuais líquidos provenientes das operações com os cooperativistas que for estabelecida pelos estatutos ou pela Assembleia Geral numa percentagem nunca inferior a 1,5%;
• Os donativos e os subsídios destinados ao fim da reserva;
• Os excedentes anuais líquidos, provenientes de operações realiza-das com terceiros, que não tenham sido destinarealiza-das a outras reservas indivisíveis.
Estabelece-se a possibilidade de constituição de outras reservas. Mais importante, estabelece-se o princípio da insusceptibilidade de divisão das receitas.
Os estatutos das cooperativas existentes a data da entrada em vigor da lei, devem ser adaptados no prazo máximo de 2 anos, e na data da adaptação será efectuado o encerramento de balanço e apuramento dos resultados.
As associações de produtores poderão transformar-se em cooperati-vas, desde que preencham os requisitos estabelecidos na Lei.
Na data de transformação será efectuado o encerramento de balanço e apuramento dos resultados da associação.
A transferência dos activos e do património da associação para a coo-perativaa constituir, será afectada, obrigatoriamente destinada a reser-va indivisível.
Adaptação das Cooperativas existentes à Nova Lei
Transformação de Associações em Cooperativas
A Nova Lei das Cooperativas 14
Transformação de Associações em Cooperativas
A AMPCM - Associação Moçambicana para Promoção do Cooperativis-mo Moderno é uma entidade jurídica dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, sem fins lucrativos e de utilidade pública, estabelecida em 2010, com estatutos próprios reconhecidos e publicados no BR nr 15, III Série, de 14 de Abril de 2010.
Um conjunto de organizações COOPs ou pré COOPs que ajuda a criar um ambiente favorável para a existência e funcionamento de COOPs moder-nas, baseado nos três princípios do cooperativismo moderno:
• A cooperativa funciona para o benefício e com risco dos membros; • Auto capitalização;
• Democracia.
Desenvolver e promover o modelo cooperativo moderno (canais de transacções sustentáveis e controlados pelos membros) como forma sustentável de promoção da riqueza.
Para a promoção em Moçambique, das Cooperativas Modernas, dos Negócios Cooperativos
e do Desenvolvimento Sustentável !
Promoção e prática de todos os actos que possam contribuir para o desenvolvimento do movimento cooperativo moderno como forma viável e sustentável de promoção da riqueza, incentivando o progres-so técnico, económico, profissional e progres-social dos asprogres-sociados e para a defesa dos seus interesses.
VISÃO
MiSSÃO
Av. Samora Machel n.º 442 Telefone 21 30 45 52 Cel: 84 58 96 670 e-mail: ampcmod@gmail.com e-mail: ampcm@ampcm.coop www. ampcm.coop Moçambique Sede Maputo:
Bairro dos Limoeiros Rua de Nachingweia n.º 9 Telefone +26 21 47 26 Cel: 87 15 44 891 / 84 61 85 674 e-mail: ampcmnorte@ampcm.coop www. ampcm.coop Moçambique Delegação Nampula: Bundesministerium fur Wirtschaftliche Zusammenarbeit Financiado por: