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Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT)

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Academic year: 2021

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A I Conferência Livre de Mobilidade do Recife, que aconteceu nos dias 9 e 10        de julho nas dependências da      Universidade Federal Rural de Pernambuco          (UFRPE), encerrou sua primeira edição com a participação de 180 participantes,        representando 79 grupos, coletivos, movimentos e organizações sociais locais e        nacionais.  

A Conferência teve como objetivo expor a fragilidade dos espaços        democráticos de participação sobre mobilidade na Região Metropolitana do Recife,        criar elementos para subsidiar a elaboração do Plano de Mobilidade, propondo        soluções e pautando assim os programas de governo das(os) candidatas(os) às        eleições municipais de 2016 da cidade do Recife.  

A relevância da Conferência deu­se principalmente por duas razões:        primeiramente devido ao modelo destrutivo de planejamento urbano que está        atualmente em curso na cidade do Recife, que prioriza o automóvel, favorecendo        uma minoria que utiliza o veículo individual motorizado em detrimento da maioria        que utiliza formas de deslocamento ativas e públicas, elevando os gastos públicos        com saúde e e realizando obras viárias que já nascem ineficientes.  

Em segundo lugar por conta da falta de diálogo com a sociedade civil, visível        no esvaziamento dos espaços de consulta pública e no caráter apenas consultivo        das conferências e conselhos e sua parca divulgação. Um exemplo disso é que, há,        no Recife, um espaço construído para possibilitar a participação popular no        planejamento das políticas de mobilidade do município: o       ​Conselho Municipal de      Trânsito e Transporte (CMTT)      ​. Criado em 2002 pela Lei Municipal nº. 16.748/2002,        tem entre suas atribuições, a deliberação sobre a política de trânsito e transporte,        além de acompanhar, avaliar e exigir a adoção de medidas que visem a criação de        políticas públicas sobre mobilidade. Porém, o desconhecimento da população        acerca da existência do CMTT e a falta de acesso a informações sobre o        funcionamento dos espaços de participação tornam o conselho inoperante em sua        função. 

Além disso, desde 2007 o Recife não realiza sua Conferência Municipal de        Trânsito e Transporte, que deveria acontecer no máximo a cada dois anos, para        eleger os dois representantes dos usuários que têm assento no Conselho. Neste        contexto, a população, espontaneamente ou organizada em movimentos sociais,        tem buscado participar, agir e cobrar soluções para uma mobilidade de fato        sustentável na cidade, refletindo sobre a temática e organizando ações em rede,        assim como    discutindo sobre o tema        participação popular nas políticas de          mobilidade do Recife.  

O Plano Municipal de Mobilidade do Recife, que ainda está em construção,        representa o cumprimento do Política Nacional de Mobilidade Urbana (12.587/2012),        que dispõe como obrigatoriedade para sua elaboração a participação efetiva dos        principais interessados, a sociedade civil. Apesar de algumas reuniões públicas        setorizadas, não houve nenhum processo amplo de escuta às demandas e anseios       

COLMOB ­ I Conferência Livre de Mobilidade do Recife  Plano de Mobilidade, Participação e Cidadania 

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escuta ativa, buscando assim exercer a participação social que lhe é de direito.        Divididos em seis grupos temáticos (meios de transporte de massa; transparência,        participação e controle social; meios de transporte ativo; mobilidade no contexto de        gênero e diversidade; acessibilidade e gestão e tecnologia da mobilidade), os        integrantes concluíram 59 propostas como sugestão para a mobilidade da cidade,        com a seleção de 30 propostas prioritárias, que compõem o presente documento. 

São destaques das propostas o desejo por mais participação ativa da        sociedade civil e transparência na gestão municipal, além da necessidade de        garantir a acessibilidade universal no planejamento e na execução de projetos pelo        município. A necessidade de segurança é outro tema trabalhado em vários grupos        de trabalho, tendo sido proposto uma meta: a redução da taxa de violência no        trânsito para 6 mortos por 100 mil habitantes até 2020. 

Considerando a importância da Conferência como local de debate e escuta        ativa de segmentos da população que atuam com mobilidade sobre o Plano        Municipal de Mobilidade, utilizaremos o período eleitoral para estimular as        discussões sobre a cidade que precisamos e queremos.  

Esta carta também será apresentada para todos os candidatos a prefeito do        Recife. Na ocasião, será recolhida a assinatura dos prefeituráveis, que se        comprometem, desta maneira, a executar as 30 propostas da I Conferência Livre de        Mobilidade do Recife, demandas da sociedade civil recifense para a mobilidade da        cidade.    Atenciosamente,    Participantes da I Conferência Livre de Mobilidade do Recife 

 

 

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Propostas Prioritárias da  

I Conferência Livre de Mobilidade do Recife

   

TEMA: Transparência, Participação e Controle Social 

 

PROPOSTAS  Publicizar por meio de Transparência Ativa e Acessibilidade Universal todos os  pedidos de informação protocolados e seus respectivos conteúdos incluindo  ferramenta de geração, em tempo real, de relatórios quantitativos e qualitativos dos  órgãos e secretarias municipais e assuntos referidos em cada pedido.  Publicizar por meio de Transparência Ativa e Acessibilidade Universal todos os  documentos e dados relativos a planos, projetos, obras, serviços e sistemas de  mobilidade urbana sob responsabilidade direta ou compartilhada com a Prefeitura do  Recife, ou aprovados por ela, discriminando suas planilhas de orçamento, despesas e  receitas.  Garantir a participação popular, com poder deliberativo e não apenas consultivo, na  elaboração e aprovação do Plano de Mobilidade do Recife.  Garantir a ampla participação popular, com poder deliberativo e não apenas  consultivo, na elaboração e aprovação de projetos e intervenções de mobilidade  urbana que não estejam expressamente aprovados em Plano específico em vigor  elaborado com ampla divulgação e através de participação popular.  Convocar a Conferência Municipal de Mobilidade do Recife para realização em 2017,  e posteriormente realizando­se a cada 3 anos coincidente à Conferência Municipal  das Cidades, precedendo­a. 

 

 

 

 

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TEMA: Acessibilidade 

 

PROPOSTAS  Obrigatoriedade dos projetos para espaços públicos de acessibilidade serem  aprovados e acompanhados pela CPA (Comissão Permanente de Acessibilidade) e  pelo COMUDE (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência no Recife);  Garantir o cumprimento, pelos poderes executivo e legislativo municipais, da Lei  Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência (N. 13.146, de julho de 2015).  Cobrar maior fiscalização ao Grande Recife para que não seja permitida a circulação  de ônibus com elevadores quebrados ou sem elevadores, garantindo, sob pena de  multa, a sua substituição por ônibus com acessibilidade universal (como os de piso  baixo) ou com equipamentos aptos ao uso, além da capacitação dos (as) motoristas,  cobradores (as) e fiscais de terminais na operação das plataformas veiculares  elevadas.  Garantir a instalação e a manutenção de sinais com acessibilidade universal e  travessias elevadas prioritariamente em frente a escolas, locais de atendimento à  saúde e grandes cruzamentos de pedestres;  Criação da Comissão de Acessibilidade na Câmara Municipal do Recife.   

 

 

 

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Propostas Prioritárias da  

I Conferência Livre de Mobilidade do Recife

   

TEMA: Meios de Transportes Ativos 

 

PROPOSTAS  Criar comitê tripartite na proporção e composição do Conselho da Cidade, incluindo  obrigatoriamente a Comissão Permanente de Acessibilidade da PCR, com poder  deliberativo para discussão e elaboração de projetos municipais e metropolitanos  que envolvam mobilidade ativa, com aprovação no Conselho da Cidade.  Inclusão no Plano de Mobilidade do Recife de metas, com definição de orçamento  específico para transportes ativos, com foco na redução de mortes no trânsito, de  maneira a reduzir em 20% ao ano chegando a no máximo 6 mortes por 100 mil no  trânsito até 2020, e aumento da participação de modos ativos na divisão modal.  Implementar o Plano Diretor Cicloviário (PDC­RMR) priorizando a rede que conecta  periferia e região central.  Elaborar uma política de redução de velocidade em toda a cidade estabelecendo  como limite máximo 50 km/h, ampliando zonas de acalmamento de tráfego (zonas  30), com medidas de redesenho urbano.  Garantir a atualização e regulamentação da legislação municipal, desenvolvendo  programa de padronização e unificando a gestão operacional de calçadas,  arborização, iluminação (priorizando o embutimento de fiação conforme a lei  municipal 17.984) e acessibilidade universal, com indicadores de qualidade,  programas de fiscalização (com multas e inscrição na dívida ativa), fontes de  financiamento e incentivos fiscais (pagamentos de serviços ambientais, redução de  IPTU, ISS, entre outros). 

 

 

 

 

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TEMA: Meios de Transporte de Massa 

 

PROPOSTAS  Criação de um fundo, com orçamento próprio, para a execução das políticas públicas  de mobilidade urbana e transporte público e coletivo na RMR gerido pelo CSTM.  Adoção de uma política de transparência ativa com dados abertos para as  informações do sistema de transporte público coletivo e individual, incluindo a abertura  das licitações, concessões e permissões, especialmente para dados de utilização,  arrecadação e ganhos do sistema e Relatórios de Análise de Qualidade e  Desempenho atualizados em tempo real.  Adoção na revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) instrumentos de  Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT) com adensamento populacional ao  longo de corredores de transporte público e coletivo e próximo a estações de metrô,  com prioridade para habitação social e uso misto.  Implementação da integração intermodal temporal para todas as linhas do STPP e  STCP e consolidação do tarifa única para o transporte rodoviário.  Em 2  anos, implantar faixas exclusivas para o transporte público e coletivo nos  corredores de transporte e nas vias que passem pelo menos 30 ônibus em um  intervalo de uma hora. 

 

 

 

 

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Propostas Prioritárias da  

I Conferência Livre de Mobilidade do Recife

   

TEMA: Mobilidade no contexto de Gênero e Diversidade 

 

PROPOSTAS  Exigir que as políticas públicas de mobilidade sejam transversalizadas pelo debate de  gênero e diversidade, sendo um diálogo intersetorial (educação, planejamento urbano,  segurança pública, assistência, cultura, etc), desconstruindo estruturalmente o  machismo, discriminação e intolerância na sociedade para o fim dos assédios,  estupros e outras violências vividas por mulheres cis e trans e outros grupos sociais.  Garantir orçamento transparente para ações voltadas para as questões de​ ​gênero e  diversidade nas políticas públicas de mobilidade.  Criar ou adotar ferramentas (como aplicativos) para garantir uma maior segurança  para as mulheres no transporte público, incorporando­as como políticas públicas.  Promover, mediante liderança da Secretaria Estadual da Mulher, ciclos de formação  com trabalhadores (as) do transporte público e privado para o enfrentamento a  violência de gênero e diversidade e garantir a efetividade da Parada Segura entre  outras legislações que garantam a mobilidade de gênero e diversidade nas cidades.  Inserção da discussão de gênero e diversidade no debate e nas ações de mobilidade  e transporte nas escolas.   

 

 

 

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TEMA: Gestão e Tecnologia da Mobilidade 

 

PROPOSTAS  Criar mecanismos para articular e integrar as políticas setoriais (mobilidade,  habitação, saúde, meio ambiente, segurança pública, etc.) e instrumentos de  planejamento (plano diretor, plano de mobilidade, etc.) em escala municipal e  metropolitana.  O Plano de Mobilidade deve conter indicadores para acompanhamento de sua  gestão, implementação e execução orçamentária, com a participação da sociedade  civil em seu monitoramento no Conselho da Cidade.  Regulamentar instrumentos do Plano Diretor (Operações Urbanas, Outorga Onerosa,  entre outros) e da Política Nacional de Mobilidade Urbana (estacionamento rotativo,  multas, etc.) para que sejam destinados as políticas locais mobilidade urbana, dando  preferência a transporte coletivo e transportes ativos.  Dados sobre operação do transporte público coletivo e individual, de emissões de  GEE e outros indicadores ambientais devem ser amplamente publicizados, com  acessibilidade universal e fácil leitura, ​p​or meio de monitoramento periódico e  transparência ativa.  Revisar e auditar o modelo de remuneração das empresas de transporte coletivo  urbano de modo a desonerar os usuários e garantir a inclusão social.   

 

 

     

Referências

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