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FAMÍLIA, RELAÇÕES DE RECIPROCIDADE E HIERARQUIA SOCIAL NA FRONTEIRA MERIDIONAL DO BRASIL ( ) Luís Augusto Ebling Farinatti

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FAMÍLIA, RELAÇÕES DE RECIPROCIDADE E HIERARQUIA SOCIAL NA FRONTEIRA MERIDIONAL DO BRASIL (1816-1845)

Luís Augusto Ebling Farinatti Professor Adjunto do Departamento de História da UFSM lafarinatti@gmail.com

Resumo: Nas primeiras décadas do século XIX, os luso-brasileiros conquistaram vastos

territórios que antes pertenciam aos Sete Povos Orientais do Rio Uruguai, das missões guaranítcas. Ali, as relações que compunham a hierarquização social foram muito mais complexas do que a clássica dicotomia estancieiro x peão. Além disso, as formas de solidariedade horizontal entre subalternos envolviam laços familiares relevantes, ao contrário da visão tradicional que os descreve como um bando de homens errantes. Essas constatações vem do estudo preliminar com os registros de batismo da paróquia de Alegrete, entre 1816 e 1845. Neste trabalho, apresentamos esse estudo e debatemos as principais questões abertas por ele, envolvendo a interface entre relações de compadrio e formas de estruturação da hierarquia social.

Palavras-chave: Fronteira. Compadrio. Hierarquia Social.

Os trabalhos que estudam o compadrio tem destacado sua importância como prática social no mundo ibero-americano e, por isso mesmo, sua riqueza para a análise histórica.1 Eles apontam para o fato de que, em tempos coloniais e no século XIX, o compadrio assumia uma relevância muito maior do que na atualidade. Entre compadres, e também entre padrinho e afilhado, instalava-se uma relação de deveres recíprocos de proteção e lealdade.

Nesse contexto, a reconstrução das redes de compadrio são vistas como uma fonte valiosa para acessar as relações de reciprocidade vertical e horizontal, que formavam os caminhos por onde circulavam recursos e se estruturavam hierarquias naquelas sociedades pré-industriais. Em termos gerais, estou de acordo com essa ideia.

1 Entre vários outros títulos: GUDEMAN, 1971; BRUGGER, 2007 ; HAMEISTER, 2006; SIRTORI, 2008; FRAGOSO, 2009.

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Porém, é necessário estar atento para não naturalizar a relação entre o compadrio e a formação de vínculos efetivos de reciprocidade ou a posição de determinado sujeito na hierarquia social. Esta é uma excelente hipótese de trabalho e, como tal, tem a função de orientar a pesquisa, mas deve ser posta à prova sempre que possível.

Nesse sentido, o que se propõe aqui é uma investigação preliminar acerca das vinculação entre a hierarquia social construída a partir do compadrio e aquelas estruturadas a partir de dois outros critérios: a fortuna e a hierarquia de prestígio e poder a partir dos títulos de Oficiais de Milícias e da Guarda Nacional, bem como dos apelativos de Donas, no caso das mulheres. O foco de análise recai sobre a capela, depois paróquia de Alegrete, na área recém conquistada pelos luso-brasileiros pertencente à zona de fronteira com os domínios espanhóis, no sudoeste do que é hoje o estado do Rio Grande do Sul. O período estudado se estende desde o primeiro registro de batismo efetuado no local (1816), até 1844, nos anos finais da Revolução Farroupilha. Portanto, uma época onde as guerras foram recorrentes, sendo marcado pelos conflitos dos luso-brasileiros na antiga Banda Oriental (década de 1820), pela Revolução Farroupilha (1835-1845) e por conflitos contínuos entre os próprios orientais. Foi também uma época marcada pela diáspora e reposicionamento dos guaranis missioneiros em meio à conquista e ocupação estável das terras abrangidas pela capela, depois paróquia de Alegrete, pelos luso-brasileiros. Ao mesmo tempo, os conquistadores foram fixando povoamento e constituindo estâncias de criação de gado na região.

Uma elite do compadrio

Foram consultados os batismos realizados em Alegrete, de 1816 até 1844. Excetuando-se os poucos casos em que os assentos se encontravam incompletos, o universo de análise se compõe de 4.558 registros.2 Dentro desse universo, é possível circunscrever grupos de padrinhos e madrinhas que estiveram presentes em um grande

2 Tratam dos batismos existentes no Arquivo Diocesano de Uruguaiana (RS) (doravante ADU), livros números 1 e 2, transcritos pelo Centro de Pesquisas e Estudos de Alegrete (CEPAL). A pesquisa foi realizada nos exemplares existentes no A.D.U. e cotejados com os originais.

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número de batismos, possuindo uma vasta rede de compadrio. Se tomarmos, por exemplo, aqueles que apadrinharam, no mínimo, 10 afilhados, encontram-se 20 padrinhos e 17 madrinhas, gerando um total de 403 registros, cerca de 9% do total. Para os efeitos deste artigo, pode-se restringir ainda mais em direção ao topo, chegando ao um seleto grupo de 11 casais que apadrinharam, no mínimo, 15 batizandos (tendo em conta a soma das vezes em que o casal apadrinhou junto e que cada um dos membros o fez tendo como companheiro outra pessoa que não seu cônjuge). Esse grupo, a que se pode chamar de “campeões de batismo” (BRUGGER, 2007), era formado por 11 casais, descritos na tabela 1 (está no final do texto, p. 15)

A primeira percepção parte de uma hierarquia interna à fonte trabalhada e explicitada pelos vigários responsáveis pelo registro. Estudos sobre compadrio para o período colonial e a primeira metade do século XIX, tanto na América Portuguesa quanto espanhola tem destacado que o apelativo “Dona” para as mulheres e as patentes de Oficiais de Ordenanças, terços de auxiliares ou outras forças militares não-profissionais., indicariam o reconhecimento de uma posição privilegiada na sociedade onde viviam (BRUGGER, 2007; FRAGOSO, 2009). No caso da fronteira meridional, nas primeiras décadas do século XIX, tratava-se do oficialato das Milícias até o início da década de 1830 e, depois, da Guarda Nacional. Em casos mais raros, na documentação estudada, tratam-se mesmo de oficiais das tropas de 1ª. linha do exército. No universo total de registros analisado, os Oficiais estão presentes 363 casos, formando cerca de 8% do total de registros. Eles figuraram também em 6 dos 11 casais dos campeões de batismo. Porém, sua importância na hierarquia de batismos pode ser melhor demonstrada ao percebermos que eles compunham 5 dos 6 casais que mais apadrinharam em Alegrete, no período estudado. O único “intruso” nesse grupo é justamente o casal campeão de batismo, mas ele estava inserido em uma família de Oficiais, uma vez que era formado pela filha do General Bento Manoel Ribeiro, Ana

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Dorotéia Ribeiro e seu marido Belchior Monteiro Mancio. Sobre este casal, tratarei com um pouco mais de detalhe adiante.3

Tais apelativos significavam o reconhecimento da monarquia em relação à capacidade daqueles homens e suas famílias de prestar serviços à Coroa e exercer o mando a nível local e regional (FRAGOSO, 2009). Se é verdade que, em qualquer área da América Portuguesa e do Império do Brasil, essas patentes de oficiais conferiam distinção e prestígio a seus titulares, isso tinha um significado ainda mais importante na realidade de endemia bélica vivida na fronteira meridional.

Contudo, há que se notar também o fato de que importantes famílias de Oficiais, que tiveram mais de um de seus membros ocupando os principais cargos militares da Fronteira (Comandante de Distrito, Comandante de Fronteira e, até mesmo, Comandante Geral das Armas da Província), não aparecem nem mesmo em um “segundo círculo” entre os campeões de batismo, aqueles 20 padrinhos e 17 madrinhas que teriam 10 ou mais afilhados. Ali não estavam, por exemplo, o Barão de Cerro Largo (General José de Abreu), nem qualquer de seus quatro filhos, todos Oficiais com cargos de comando na Fronteira. Assim, tomando apenas esses dados agregados e sem ainda partir para uma análise mais qualitativa, podemos apontar uma congruência importante, mas ainda relativa, entre a hierarquia desenhada pelo compadrio e aquela dos postos das milícias ou da Guarda Nacional. Ser um destacado Oficial ou sua esposa era um dos fatores que podiam compor a imagem de um padrinho/madrinha desejável naquela Fronteira, mas não era o único. Voltarei a esse ponto adiante.

Por outro lado, em trabalho anterior, estudei a elite agrária de Alegrete, no meado do século XIX, com base, principalmente, em fontes patrimoniais como inventários post mortem e escrituras públicas (FARINATTI, 2010). Ao cruzar os dados dos registros de batismo com resultados obtidos naquela pesquisa, é possível ensaiar uma análise da congruência da hierarquia do compadrio com a estratificação econômica.

3 Bento Manoel chegou a ser General do exército imperial. Porém, ao longo da maior parte do período estudado aqui, o posto que ocupou foi de Coronel de Milícias. Em apenas um registro, já em 1841 em meio à farroupilha, já aparece como General. Por isso, o termo Coronel é peferentemente empregado para designá-lo no texto.

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Naturalmente, há algumas fragilidade nessa comparação. Além da discrepância temporal, já que os dados econômicos estão baseados em inventários post mortem de um ou de ambos os membros dos casais, enquanto os batismos em que eles figuram apadrinhando podem ter se realizado até três décadas antes, quando sua situação econômica podia ser diferente. Dessa forma, os resultados encontrados aqui são parciais e sempre passíveis de revisão.

Trabalhando com uma amostra de 206 inventários post mortem abertos entre 1831 e 1865, apontei que havia um pequeno grupo de 16 inventariados, constituindo cerca de 8% dos titulares da amostra, que concentravam nada menos do que 60% do total da fortuna inventariada (FARINATTI, 2010). Mesmo tendo em conta as ressalvas mencionadas acima (que, se fossem sanadas, provavelmente fariam a congruência entre a escala econômica e a do compadrio crescer ainda mais), aparecem 4 daqueles 16 casais neste primeiro grupo de 11 campeões de batismo.4 Os dois com maiores rebanhos e fortunas, Manoel José de Carvalho e Joaquim Antonio de Oliveira, estão entre os campeões de batismo e não eram Oficiais. Mais dois estarão presentes se considerarmos os casos da faixa “com 10 registros ou mais”.5 Além disso, todos os casais campeões de batismo puderam ser identificados em meu banco de dados como importantes estancieiros, sendo que dois deles também exerciam o comércio. Assim, novamente alertando que ainda se tratam apenas de dados quantitativos, a congruência entre elite econômica e a “elite” do compadrio apresentava-se bastante forte.

Veja-se que a classe dominante local tinha sua riqueza assentada em uma base predominantemente agrária (FARINATTI, 2010), fato que possuía importantes implicações em um contexto pré-industrial, onde os recursos circulavam, eram acumulados e redistribuídos não apenas na esfera do mercado, mas também através de relações de reciprocidade e onde mesmo muitas das próprias relações mercantis, assim como as ligadas à política, apresentavam-se eivadas de pessoalidade (POLANYI, 1980;

4 Eram os casais de Manoel José de Carvalho, Joaquim Antonio de Oliveira, Coronel Bento Manoel Ribeiro e Capitão Severino Ribeirode Almeida.

5 Os casais de Agostinho Dornelles de Souza e Manoel Joaquim do Couto (grande estancieiro que passou para a memória local com o apelido de “Couto rico”).

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FRAGOSO, 2009; FARINATTI, 2010). Onde, além disso, havia um contexto local de guerra recorrente e instabilidade institucional.

Vejamos como essas características da sociedade estudada ajudam a explicar alguns dos fatores que tornavam Oficiais e estancieiros, bem como suas esposas, padrinhos desejáveis e, por outro lado, faziam com que esses padrinhos quisessem cultivar uma imagem que lhes possibilitasse ser convidados seguidamente para apadrinhar.

A terra, por exemplo, meio-de-produção de grande importância no mundo agrário, era adquirida por concessão de sesmaria e doações oficiais até os primeiros anos da década de 1820; mas também o era por compra e por posse simples. Os relatos de abusos e conflitos permeiam todas essas práticas, fazendo crer que a usurpação de terras alheias e a expulsão de antigos posseiros ou sua conversão em agregados tenham sido expedientes comuns. Nesse contexto, adquirir e manter a propriedade ou a posse da terra eram procedimentos que dependiam diretamente das relações sociais que se conseguisse estabelecer com vizinhos, com subalternos e com superiores (OSÓRIO, 1990, GARCIA, 2005). Já no caso do gado, a prática setecentista do saque a estâncias inimigas e de redistribuição do butim sob a direção dos comandantes militares (HAMEISTER e GIL, 2007), reiterou-se na grande expansão e conquista das Fronteiras de Rio Pardo e Rio Grande, nas duas primeiras décadas do século XIX. Essas ações estenderam-se durante os conflitos pela tentativa de domínio da Banda Oriental, na década de 1820 e talvez mais além.

Esses expedientes não elidiam a existência de transações mercantis desses bens. As estâncias que se instalaram na Fronteira visavam o atendimento de um impulso de mercado: a demanda de gado para as charqueadas do Rio Grande de São Pedro e, mas remotamente, de charque para os mercados das plantations do abastecidas pelos portos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Contudo, a construção dos impressionantes patrimônios fundiários pertencentes aos maiores senhores da fronteira obedeciam também a uma lógica social. Naqueles vastos campos, propiciava-se o início da criação de gado por parte dos filhos do titular da propriedade, visando a formação de um

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pecúlio para ensejar bons casamentos, e também se proviam os dotes das filhas (Farinatti, 2010).

Além disso, essa concentração da propriedade da terra e dos rebanhos significaram, também, o controle sobre esses recursos e sobre sua redistribuição. A década de 1830 é a primeira em que contamos com uma coleção de inventários post mortem abertos em Alegrete, que permite reconstruir parte da configuração agrária local. Ela estava marcada por enormes estâncias, que podiam ter mais de 10.000 reses de gado vacum. Porém, o acesso ao uso da terra não estava completamente fechado aos subalternos, haja vista importante presença de médios e pequenos produtores, em sua maioria criando rebanhos modestos em terras de outros. (GARCIA, 2005; FARINATTI, 2010). Os registros de batismos estudados aqui referem-se ao período de construção e reiteração dessa estrutura agrária. Naquela década, cerca de 40% dos inventariados que possuíam bens rurais, como o gado, não tinha a propriedade jurídica da terra. Se tomarmos apenas os criadores de rebanhos inferiores a 500 reses, esse percentual sobe para impressionantes 74%. Esse percentual ainda era de 61% na década seguinte (FARINATTI, 2010, p. 155). Tais números ficam ainda mais expressivos ao lembrarmos que os inventários tendem a sobre-representar as camadas mais afortunadas da sociedade.

Nesse contexto onde grande parte das terras estava nas mãos de um pequeno grupo, o acesso à produção autônoma para a maior parte dos subalternos passava por uma negociação desigual com esses proprietários. Para estes, conceder permissão para uma família de pequenos produtores plantar e criar em seus campos era também uma passo na direção da aquisição de poder através da construção de relações de dependência e da formação de clientelas. Ou seja, na fronteira meridional, durante as primeiras décadas do Oitocentos, estruturava-se uma sociedade cujos traços guardavam semelhanças com aquelas formadas em diversas outras regiões de América Portuguesa nos três séculos anteriores (FRAGOSO, 2009).

É possível, então, imaginar porque casais de grandes estancieiros ou Oficiais figuram majoritariamente entre os campeões de batismo. Porém, isso é apenas o começo

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do estudo sobre as conexões, as simetrias e os distanciamentos entre essas formas de estratificação social e as relações de compadrio. Nesse sentido, os padrões encontrados ao se estudar estas últimas foi constituído a partir de fatores generativos múltiplos e heterogêneos. A seguir, é feita uma análise um pouco mais detida de uma das famílias de campeões de batismo, onde procura-se indicar algum dos outros fatores que influenciavam as escolhas dos pais dos batizandos. Também se procura refinar um pouco mais o modo como se dava a influência vinda das hierarquias econômica e militar e a forma como as famílias de notáveis locais criavam estratégias para agir nesse contexto.

As prestigiosas famílias

Até aqui tomei por base os casais de padrinhos, mas é necessário, ainda que rapidamente, deslocar o olhar para outras configurações. Ao estudar a elite agrária da região, cruzando suas atuações profissionais com as alianças que estabeleciam via casamento, percebi que a tentativa de classificar seus integrantes por critérios sócio-profissionais podia dar uma falsa imagem daquele grupo social (FARINATTI, 2010). Penso ter demonstrado que, naquele contexto, a produção agrária, o exercício de altos postos militares e o comércio não eram fontes de uma identidade profissional restrita (ainda que ela pudesse existir), mas sim campos de atuação ocupados por diferentes membros de uma determinada organização familiar. Estas tinham grande plasticidade, podendo incluir os pais e alguns dos filhos e genros, irmãos e cunhados. Esses grupos, por sua vez, conectavam-se a outros, de diversos estratos sociais, através de alianças seladas por casamentos, créditos, lealdade nas armas e, como veremos, compadrio, formando uma rede de relações de reciprocidade que mediava processos essenciais naquela sociedade.

De fato, o estudo das relações de compadrio dessa “elite de padrinhos” mostra o mesmo fenômeno, visualizado agora por outro ângulo. O modo mais pertinente de abordar essa elite não é tomá-la como 11 casais isolados. Dentro deles, reencontrei três dos grupos familiares estudados anteriormente: o Capitão Felisberto Nunes Coelho era

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sogro de Luiz Ignácio Jacques; Manoel José de Carvalho era sogro de João de Araújo e Silva Júnior; o Coronel Bento Manoel Ribeiro era pai de Dona Ana Dorotéia e do Capitão Severino Ribeiro de Almeida. Vou me deter, a partir de agora, no estudo desta uma família, mas o caso analisado é semelhante aos dos outros grupos familiares que englobam os campeões de batismo.

Como é possível perceber voltando à tabela 1 (final do texto, p. 15) entre os cinco primeiros casais campeões de batismo, três são formados pela família chefiada pelo Coronel Bento Manoel Ribeiro, um renomado potentado provincial. Essa era uma família cuja ação permaneceu bastante integrada ao longo de todo o século XIX (FARINATTI, 2010; VARGAS, 2010). O fato de que o Belchior Monteiro Mâncio, genro e cunhado do Coronel não era um Oficial, não o coloca fora da atuação da família, nem o distancia do comportamento de grupo parental. Esses três casais somam, juntos, nada menos do que 70 batismos, o que conferia à família uma rede de compadres e afilhados realmente impressionante.6 É possível imaginar o que representava essa massa de aliados e clientes para uma família que dedicava-se a buscar a notabilidade regional e ir além, visando alcançar a partilha do poder provincial e ocupar o papel de mediadores entre a Corte, a província e a paróquia. Eles estiveram sempre presentes nos cargos militares e políticos, na guerra ou nas eleições.7

Mesmo sem sair do universo dos campeões de batismo, podemos perceber um segundo círculo de relações muito próximas estabelecidas pelos Ribeiro de Almeida, estando ligados a outros três núcleos familiares. A filha de Joaquim Antônio de Oliveira era casada com o Capitão Severino Ribeiro de Almeida. Já o Tenente-coronel João Machado de Bittencourt e o Capitão Felisberto Nunes Coelho (o homem que mais apadrinhou no período estudado) e suas respectivas esposas, eram compadres de Bento

6 Como o leitor pode notar, a soma dos batizados desses três casais resultaria em 80 registros, mas foi preciso descontar 3 casos em que o Coronel Bento Manoel batiza junto com sua filha Dona Ana Dorotéia, mais 6 casos em que esta e o Capitão Severino apadrinham juntos, bem como um caso em que este apadrinha junto com sua mãe.

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Note-se que estou me atendo, aqui, aos membros da família que aparecem como campeões de batismo. Esse número subiria se fossem incluídos os filhos mais jovens do Coronel Bento Manoel (Feliciano, Antônio Mancio e Raquel) que já começavam a apadrinhar no final do período estudado e, muito provavelmente, se tornaram campeões de batismo nos período subsequente.

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Manoel e Dona Maria Mância. Os núcleos familiares de compadres (casais ou mães solteiras) desses aliados, chegando a cerca de uma centena, certamente não consistiam em clientes naturais dos Ribeiro de Almeida, mas formavam um contingente onde aquele prestigioso grupo parental esperava poder contar com o possível estabelecimento de relações de reciprocidade, de apoios, lealdades e compromissos, ainda que isso se desse através da mediação de seus compadres, mais próximos à família.

Vamos a um olhar mais detido sobre os 70 batizados em que os membros da família participaram como padrinhos. Tratam-se de 68 afilhados livres e apenas dois escravos. Dentre os livres, 52 foram nomeados como brancos ou não tiveram sua cor declarada. Além disso, 8 batizandos foram designados como índios, 3 como pardos, 3 como mestiços e uma como china.8

Quanto à legitimidade, 53 dos 70 batizandos eram legítimos (49 brancos ou sem cor declarada, 1 índio e 3 mestiços). Oito deles eram filhos de mães solteiras com pais incógnitos, caso dos dois escravos, das três crianças livres nomeadas como “pardas”, de um índio, um mestiço e de uma criança cuja cor não foi declarada. Um índio e outra criança sem cor declarada eram filhos naturais (ambos os pais presentes no registro, mas não casados formalmente perante a Igreja). Por fim, 5 crianças índias apadrinhadas pelos Ribeiro de Almeida foram declaradas como tendo pai e mãe incógnitos.

Em primeiro lugar, é imperioso reconhecer que essa família tinha uma larga maioria de compadres livres e que, ou foram nomeados explicitamente como “brancos” ou não tiveram a cor da pele anotada pelos párocos, que eram zelosos em apontar pardos e pretos, e muitas vezes também “índios” e “mestiços”. Além disso, a maior parte desses casais convidaram os Ribeiro de Almeida para batizar crianças consideradas legítimas, segundo as normas da Igreja Católica. Nesses 52 registros, 19 tiveram pais nomeados como Oficiais e/ou mães nomeadas como Donas, aí estando sugerida uma diferenciação social dentro do estrato desses compadres livres.

Porém, não se pode desprezar o fato de que outros 19 daqueles 70 registros abarcavam classes subalternas ou casos desviantes da norma moral da sociedade. Ali

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estavam mulheres pardas que eram mães solteiras, e também índios e mestiços, além de duas crianças escravas. Para essa família que se encontrava na elite da Fronteira sob qualquer critério que se utilize (poder militar e político, riqueza, prestígio, número de compadres e afilhados), o padrão era de um número expressivo de compadres dentro dos círculos mais altos da sociedade, mas com espaço também para uma gama diversificada de setores médios ou decididamente desafortunados. Esse cabedal de relações de reciprocidade, consubstanciada pelo compadrio, que liga a sociedade de alto a baixo, não era exclusividade das famílias de elite da Fronteira meridional. Ela aparece desde há muito em outras regiões da América Portuguesa e parece indicar uma estrutura de relações através das quais ocorriam trocas desiguais de recursos e serviços, ao mesmo tempo que reiterava uma hierarquia fortemente desigual.

O notável Coronel e as Senhoras Donas

Olhando mais “de perto”, parecia haver uma clara hierarquia dentro da própria família. O patriarca Coronel Bento Manoel apadrinhou apenas crianças livres, todas elas legítimas. Além disso, a presença de Oficiais entre os pais que o convidaram para batizar seus filhos é marcante. Ela já é importante no total da família, sendo o caso de 20 entre daqueles 70 registros. Porém, no caso do Coronel, eles estavam presentes em 11 entre 15 registros.

Por outro lado, na quase totalidade dos casos, os afilhados e seus pais são descritos como “brancos” ou, prática comum, o vigário não fez referência à cor de sua pele. Significativamente, a única exceção era a filha do Capitão Athanázio Ababos, índio do Povo de Santo Tomé, e de sua esposa Dona Candelária Candi, do Povo de São Luiz. Este é o único caso em que uma patente de Oficial e o título de Dona aparecem vinculados a alguém explicitamente nomeado pelo pároco como índio.9 Ou seja, em um contexto onde a aliança com grupos de guaranis egressos dos povos missioneiros ou a incorporação de parcialidades deles aos efetivos militares era um recurso disputado por

9 Livro de Registro de Batismo da Paróquia de Alegrete, n. 2, f. 70v, data 25.06.1831 (Transcrição feita pelo CEPAL). Arquivo Diocesano de Uruguaiana.

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diversas forças em combate nas reiteradas guerras da Fronteira, esse batismo sugere uma aliança entre um dos potentados indígenas e o então Coronel Bento Manoel Ribeiro.

A abertura para os estratos sociais inferiores se fazia através dos batismos onde Dona Maria Mancia comparecia à pia batismal sem a companhia de seu esposo, e também naqueles onde estavam presentes o Capitão Severino e sua irmã Ana Dorotéia, especialmente esta última. A importância desta jovem senhora nas relações estabelecidas pela família abre uma porta para pensar o papel das mulheres de elite naquela sociedade e dentro de suas próprias famílias.

Martha Hameister realizou um estudo original e profundo sobre as relações de compadrio em uma sociedade de ocupação recente da América Portuguesa, com foco na vila de Rio Grande, em meados do século XVIII (HAMESITER, 2006). Ali, destacou o protagonismo de algumas mulheres de elite, que traziam alianças para suas famílias, aparecendo como madrinhas mais vezes que seus esposos apareciam como padrinhos. Acompanhando os casais campeões de batismo em Alegrete, é possível perceber que esse fenômeno também estava presente naquela nova Fronteira, mais de meio século depois da realidade estudada por Hameister. Em 4 dos 11 casais que ocupam o topo da hierarquia de batismos, as esposas batizaram mais que seus maridos, sendo que um deles é o da própria Dona Maria Mância, que teve 17 afilhados, dois a mais que o Coronel Bento Manoel.

No universo estudado, a presença de madrinhas chamadas de “Donas” ocorre em 522 (11%) dos 4.558 registros. Contudo, o caso mais evidente é, sem dúvida, o de Dona Ana Dorotéia, que era a pessoa que mais compareceu à pia batismal em Alegrete, no período estudado, somando 33 registros, contra apenas 9 de seu esposo, Belchior Monteiro Mâncio. Este era irmão de sua mãe e parece ter continuado muito vinculado suas origens no leste da província. Em Alegrete, sua imersão na família de seu sogro e cunhado era tal, que em um registro de batismo chega a figurar com o sobrenome Ribeiro. De qualquer modo, o importante a ressaltar aqui é que Dona Ana Dorotéia trazia para a família um enorme número de compadres que abarcavam desde o Capitão

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Cândido José de Abreu, filho do Barão do Cerro Largo, que fora Comandante Geral das Armas da Província, até Joaquina Rodrigues, parda e mãe solteira.10

Creio ser importante acrescentar que todo esse prestígio social alcançado por essas madrinhas aumentava sua importância e força dentro da própria família. Sob a sombra de seu cortejo de afilhados e compadres, elas melhoravam sua condição para relacionar-se com seus maridos, seus irmãos e seus filhos.

Mas, além de provavelmente deter qualidades pessoais valorizadas por aquela sociedade e além de ser filha de um dos maiores potentados locais, o que mais podia tornar Dona Ana desejável como madrinha? Ou seja, que outros aspectos generativos de relações compadrio influenciavam na formação dos padrões encontrados na análise dos registros de batismo? Uma das respostas a essa pergunta passa pela percepção de que Dona Ana não figurou jamais como mãe nos registros analisados. Ao que tudo indica, ela nunca teve filhos. Essa é a mesma condição de outro casal campeão de batismo, Dona Florinda Joaquina de Carvalho e João de Araújo e Silva Júnior. Situação análoga, ocorreu com outros em mais dois casos. O Major Antônio Guterres Alexandrino e sua esposa Ana Joaquina Flora não tiveram filhos biológicos, tendo adotado um menino que fora exposto em sua casa. Já Dona Rita Gomes de Oliveira e seu esposo o Tenente-Coronel João Machado de Bittencourt, tiveram apenas um filho que nasceu logo após o falecimento do pai. Ou seja, em todos os momentos em que apadrinharam junto, ainda não tinham filhos.

O fato de que, nos três primeiros casos, temos esposas que estiveram mais vezes presentes na pia batismal que seus maridos, e no último caso esse número é igual, aponta para o fato de que casais e, talvez especialmente, mulheres sem filhos eram vistas como potenciais boas madrinhas. Possivelmente elas costumavam dispensar mais favores, recursos e presentes, e possivelmente mantinham uma relação de proximidade com um maior número de seus afilhados. Poderia se esperar uma ajuda para o dote das afilhadas, como se pode ver em inventários post mortem de mulheres solteiras ou

10 Livro de Registro de Batismo da Paróquia de Alegrete, n. 1, f. 55v, data 30.12.1823; Livro n. 2, f. 47v, data 25.12.1830 (Transcrição feita pelo CEPAL). Arquivo Diocesano de Uruguaiana.

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casadas sem filhos em outras regiões da província (WITTER, 2001). Para os compadres mais pobres, talvez houvesse a esperança de ver seus filhos acolhidos como servidores da casa, com especial proteção de sua madrinha.

Enfim, além de ser membro de uma família de importantes Oficiais e estancieiros, a madrinha em potencial não ter filhos também era algo que reforçava a preferência por ela.

Considerações Finais

Tendo em vista o caráter inicial da pesquisa, o que se pode dizer ao final deste texto tem um caráter muito mais de proposição para continuidade do trabalho do que de conclusão.

1. O nível de congruência entre a hierarquia do compadrio e aquelas estruturadas a partir dos altos postos militares ou da fortuna não era absoluto, mas era forte. O mesmo se pode dizer das configurações heterogêneas das redes de compadres das famílias de notáveis, padrão comum à outras regiões da América Portuguesa e do Império do Brasil. Esses padrões, por sua vez, são compatíveis com uma sociedade pré-industrial, onde a distribuição desigual dos recursos passa, fortemente, pelas relações sociais. As relações de compadrio parecem ser mesmo um importante indicativo das configurações formadas por essas relações.

2. Essas relações eram importantes não apenas quando uma família subalterna buscava acessar recursos que lhe daria acesso à produção autônoma, como também para os próprios notáveis locais, quando buscavam ocupar o posto de mediadores entre as diversas instâncias de poder naquele mundo de grande instabilidade. Afinal, mesmo um comandante de fronteira tão prestigiado quanto o Coronel Bento Manoel Ribeiro admitia, em meio às contendas na Cisplatina que, muitas vezes, precisava conceder bens e favores aos moradores daquelas bandas “para assim os influenciar à defesa do território”, só desse modo e com diversas “maneiras políticas”, podia oferecer homens armados a seus superiores. Em um tempo e espaço onde o exército profissional constituía ainda uma pequena parte dos efetivos militares, eram as

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relações sociais aliadas ao que fosse possível de coação, e a promessas de recompensas, que garantiam as fronteiras do Império, os bens dos súditos e, também, o prestígio e o poder dos comandantes locais, no que chamei de “cabedais militares” (Farinatti, 2010).

3. A percepção de que não ter filhos era um dos fatores que contribuía para tornar alguém desejável como padrinho ou, sobretudo, madrinha, aponta para a existência de fatores generativos variados influenciando na construção dos padrões hierárquicos e nas configuração formadas pelas relações de compadrio. O poder, a riqueza e o prestígio eram fatores importantes, mas devem ser estudados ao lado de muitos outros aspectos. Em outros termos: o compadrio, como parte das relações de aliança social, está conectado com aqueles outros aspectos, mas guarda também uma especificidade que não pode ser desprezada. Os padrões de compadrio são gerados por processos heterogêneos e nem sempre perfeitamente funcionais entre si. Tenhamos em conta, por exemplo, a diversidade da sociedade estudada aqui. Ela era composta por luso-brasileiros de diversas rincões, guaranis missioneiros, escravos crioulos, africanos escravizados e migrantes hispano-platinos; por estancieiros, peões, comerciantes, artífices e pequenos produtores; por oficiais de milícia, senhoras donas, por autoridades, por mães solteiras e por desertores. Em uma sociedade assim, é difícil pensar que o compadrio tivesse o mesmo significado para todas as pessoas, ou que as diferenças existentes possam ser deixadas de lado na análise.

Essas últimas questões, porém, são vastas demais para serem exploradas aqui. Na verdade, elas fazem parte de todo um projeto de pesquisa, do qual estas considerações são apenas o início.

Referências Bibliográficas

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FARINATTI, Luís Augusto. Confins Meridionais: famílias de elite e sociedade agraria na fronteira sul do Brasil (1825-1865). Santa Maria: Editora da UFSM, 2010.

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WITTER, Nikelen Acosta. Dizem que foi feitiço. As práticas da cura no sul do Brasil

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Tabela 1 - Casais Campeões de Batismo (Alegrete, 1815 -1844)

PADRINHOS Total Junto

cônjuge

Separado MADRINHAS Total Junto

cônjuge

Separado Total casal

Belchior Monteiro Mâncio 9 6 3 Dona Ana Dorotéia R.de Almeida 33 6 27 36

Capitão Felisberto Nunes Coelho 30 25 5 Dona Ana Joaquina da Conceição 28 25 3 33

Coronel Bento Manoel Ribeiro 15 10 5 Dona Maria Mancio da Conceição 17 10 7 22

Capitão Severino Ribeiro de Almeida 17 5 12 Dona Eufrásia J. de Oliveira 10 5 5 22

Tenente-Coronel J.M. de Bittencourt 15 8 7 Dona Rita Gomes de Oliveira 15 8 7 22

Major Antonio Guterres 16 12 4 Dona Ana Joaquina Flora 17 12 5 21

Joaquim Antonio de Oliveira 20 10 10 Dona Maria J. da Conceição 10 10 0 20

Alferes Luiz Ignacio Jacques 18 8 10 Dona Felisberta M. da Conceição 10 8 2 20

José Antonio da Silva 15 9 6 Dona Ana Alexandrina da Silva 13 9 4 19

Manoel José de Carvalho 15 14 1 Dona Custódia Maria de Carvalho 14 14 0 15

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