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Traço, letra e escrita na / da psicanálise

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Academic year: 2021

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Claudia de Moraes Rego

Traço, letra e escrita na / da psicanálise

Tese de Doutorado

Departamento de Psicologia

Programa de Pós-Graduação

em Psicologia Clínica

Rio de Janeiro, janeiro de 2005

(2)
(3)

Claudia de Moraes Rego

Traço, letra e escrita na / da psicanálise

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduaçâo em Psicologia da PUC-Rio como requisisto parcial para obtenção do título de Doutor em Psicologia Clínica.

Orientadora: Ana Maria Rudge

Rio de Janeiro Janeiro de 2005

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Claudia de Moraes Rego

Traço, letra e escrita na/da psicanálise

Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Departamento de Psicologia do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Profª. Ana Maria Rudge

Orientadora

Departamento de Psicologia - PUC-Rio

Prof. Marcus André Veira

Departamento de Psicologia – Puc-Rio

Prof. Octavio Souza

Departamento de Psicologia – PUC-Rio

Profª Claudia Thereza Guimarães de Lemos

Instituto de Estudos da Linguagem - UNICAMP

Prof. Waldir Beividas

Instituto de Psicologia - UFRJ

Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade

Coordenador Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro de Teologia

e Ciências Humanas – PUC-Rio Rio de Janeiro, / /200 .

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Ficha catalográfica

CDD: 150

Rego, Claudia de Moraes

Traço, letra e escrita na / da psicanálise / Claudia de Moraes Rego ; orientadora: Ana Maria Rudge. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, Departamento de Psicologia, 2005.

304 f. ; 30 cm

Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Psicologia .

1. Psicologia – Teses. 2. Psicanálise. 3. Traço. 4. Letra. 5. Escrita. 6. Metáfora. 7. Rébus. 8. Ideograma. I. Rudge, Ana Maria. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Psicologia . III. Título.

(6)

Agradecimentos

A minha orientadora professora Ana Maria Rudge

Aos colegas do seminário de Psicanálise e Texto da Escola Letra Freudiana, em especial Analucia Teixeira Ribeiro e Elisabeth Freitas, que comigo sustentaram, durante os últimos quinze anos, as questões sobre o traço, a letra e a escrita na psicanálise.

A Ângela Andrade, incansável interlocutora para todas as questões relativas às escritas chinesa e japonesa.

A Betty Bernardo Fuks, pela leitura atenta.

(7)

Resumo

Os significantes traço, letra e escrita foram importados de seus campos semânticos para a psicanálise num movimento incialmente metafórico. É nossa proposta demonstrar que, mais do que uma metáfora, estes significantes vieram a se constituir em modelos do psíquico de tal maneira que as letras e escritas “visíveis” passaram a poder ser entendidas a partir da referência à escrita psíquica. Como segunda hipótese, encetamos uma operação de extração de uma teoria psicanalítica da origem da letra e da escrita, e da função da escrita para os sujeitos, que estaria implícita em Freud e Lacan. Esta denominada operação de extração, assemelhada à desconstrução derridina, revelou que o inconsciente (é) uma escrita de traços, o que só pode se escrever sob rasura uma vez que a verdade está ausente do traço. Por consequência, a escrita “visível” será sempre encobrimento desta ausência radical de verdade do traço.

Escrever ou traçar é uma mímica da fundação do sujeito, busca de reencontrar sua metade sem par, num estreito litoral entre saber e gozo: lituraterra.

Aqueles sujeitos cuja língua é trabalhada pela escrita e que se sustentam em uma dupla referência à fala e à escrita, ou aqueles outros que, por determinação estrutural, sustentam melhor o non sense da letra, contituem um interessante caso para o exame da inanalisabilidade, devido à sua afinidade com a letra como traço (num caso, o ideograma, e no outro, lituraterra)

Também de forma não explicita, a psicanálise acompanhou este movimento. Houve uma psicanálise dominada por um desejo de leitura, de produção de sentido e há hoje uma psicanálise que se aventura a ficar do lado do non-sense do traço, onde o desejo do analista é um desejo de escrita.

Palavras-chave

Traço, letra, escrita, modelo, metáfora, rébus, ideograma, hieróglifo.

(8)

Résumé

Les signifiants trait, lettre et écriture ont été importés par la psychanalyse de leur champ sémantique d'origine, dans un mouvement au départ métaphorique. Nous nous proposons de démontrer que, plutôt qu'une métaphore, ces signifiants en sont venus à constituer des modèles du psychique, de telle façon que les lettres et les écritures "visibles" ont pu, dès lors, se faire comprendre à partir de la référence à l'écriture psychique. Comme seconde hypothèse, nous avons entrepris une opération d'extraction d'une théorie psychanalytique de l'origine de la lettre et de l'écriture, ainsi que de la fonction de l'écriture pour les sujets, théorie qui serait implicite chez Freud et Lacan. Cette opération nommée extraction, semblable à la déconstruction derridienne, a révélé que l'inconscient (est) une écriture de traits, qui ne peut s'écrire que sous rature, étant donné que la vérité est absente du trait. Par conséquent, l'écriture "visible" sera toujours ce qui recouvre cette absence radicale de la vérité du trait.

Écrire ou tracer c'est une mimique de la fondation du sujet, à la recherche de sa moitié sans pair, sur un littoral étroit entre savoir et jouissance: lituraterre.

Ces sujets dont la langue est travaillée par l'écriture et qui se soutiennent d'une double référence à la parole et à l'écriture, ou bien ceux qui, de par une détermination structurelle, soutiennent mieux le pas de sens de la lettre, constituent un cas intéressant pour l'examen de l'inanalysabilité, en raison de leur affinité avec la lettre en tant que trait (dans un cas, l'idéogramme, dans l'autre, lituraterre).

D'une façon également non-explicite, la psychanalyse a suivi ce mouvement. Il y a eu une psychanalyse dominée par un désir de lecture, de production de sens et il y a aujourd'hui une psychanalyse qui s'aventure du côté du pas de sens du trait, où le désir de l'analyste est un désir d'écriture.

Mots-clés

Trait, lettre, écriture, modèle, métaphore, rébus, idéogramme, hiéroglyphe.

(9)

Sumário

Introdução 13

1.1. Hipóteses principais 13

1.2. A operação de extração 14

1.3. Em que consiste a teoria freudiana do traço, da letra e da

escrita? 15

Capítulo 1. Letra e escrita na psicanálise: metáfora ou modelo? 19

1. Metáfora 19

1.1. Concepções acerca da metáfora 21

1.1.1. Aristóteles 21

1.1.2. Derrida 25

1.1.2.1. O próprio e o figurado 28

1.1.2.2. Bachelard: a metáfora construída 32

1.2.2.3. Auto-destruição da metáfora 35

1.1.3. Os filósofos da linguagem 36

1.1.4. Perelman 39

1.1.4.1. Superação da analogia ou metáforas mortas 41

1.1.4.2. Superação da metáfora 44

1.1.5. Jacques Lacan e a metáfora 45

1.1.5.1. Introdução 45 1.1.5.2. A metáfora paterna 46 1.1.5.3. Algumas observações 49 2. Modelos 50 2.1. Introdução 50 2.2. O que é um mdelo? 51 2.2.1. Salvando os modelos 52 2.2.2. Tipos de modelos 52

2.3. Discussão sobre o valor da utilização de modelos na

construção científica 54

2.3.1. Modelos e metáforas 56

2.3.2. Modelos em Freud e Lacan: o trabalho de Antonia Soulez 61

3. Conclusões 64

Capítulo 2 : Sobre a história da escrita 65

1. Introdução 65

2. Février e sua Histoire de l’écriture 66

2.1. A escrita chinesa 70

2.2. A escrita japonesa 74

3. A teoria da escrita de I.-L. Gelb 77

3.1. A escrita cuneiforme 83

3.2. A escrita egípcia 84

4. Gérard Pommier: uma teoria psicanalítica da origem da escrita 86

4.1. A origem do monoteísmo e da escrita 88

4.2. A sacralidade da escrita 89

4.3. O atraso na escrita das vogais 91

(10)

4.4. As matres lectiones 93

4.5. Questões de fronteiras 93

5. Discussões e conclusões 95

5.1. Definição de escrita, função da escrita e do escrever 95

5.2. História da escrita e evolução da escrita 97

5.3. O rébus 99

5.4. A estilização 101

6. Conclusão 103

Capítulo 3: Freud e a escrita psíquica 104

1. Introdução: Há uma teoria freudiana da escrita? 104

2. Os Modelos de Freud 105

2.1. “Para uma concepção das afasias” 105

2.2. O Projeto 107

2.2.1. A operação de extração 108

2.2.1.1. Barreiras ao contato 108

2.2.1.2. O traço 110

2.2.1.3. A Consciência 111

2.2.1.4. Experiências de satisfação e de dor 114

2.2.1.5. A inibição, o pensamento 116

2.2.1.6. As associações da fala 120

2.3. A carta 52 122

2.4. “A Interpretação dos Sonhos” 124

2.4.1. A operação de extração 125

2.4.1.1. O rébus 127

2.4.1.2. Encenabilidade 130

2.4.1.3. O hieróglifo 132

2.4.1.4. Alguns comentários acerca do capítulo VII 134

2.4.1.5. A regressão: a “matéria prima” é o traço 136

2.5. “O Inconsciente” 140

2.5.1. A operação de extração 141

2.5.1.1. A terceira via 142

2.5.1.2. Algums questões 146

2.6. O traço, a bindung e a bahnung em “Além do Princípio do

Prazer” 147 2.6.1. Introdução 147 2.6.2. O traço 149 2.6.3. A compulsão à repetição 151 2.7. O bloco mágico 153 2.7.1. O limite da analogia? 154 2.8. “Moisés e o Monoteísmo” 157 2.8.1. “Saxa loquuntur!” 158 2.8.2. A Concepção de História 160

2.8.3. A ausente verdade do traço 162

2.8.4. Monoteísmo, alfabeto e patriarcado 164

3. Conclusões 166

Capítulo 4: Lacan e a escrita 169

1. Introdução: Há uma teoria lacaniana da letra e da escrita? 169

2. A operação de extração 170

(11)

2.1. Tempo zero: O seminário da Carta Roubada 170

2.2. Tempo 1: uma teoria da letra no inconsciente 172

2.3. Tempo 2: uma teoria sobre a origem da letra: o seminário da

Identificação 176

2.3.1. Introdução 176

2.3.2. Amnésia de Lacan 177

2.3.3. A operação de extração 178

2.3.3.1. Letra e traço como essência do significante 180 2.3.3.2. A escrita é uma função latente na linguagem 182

2.3.3.3. Missão escritural do homem? 183

2.3.3.4. Contribuição original de Lacan para uma teoria da origem

da escrita 187

2.3.3.5. Função do signo lido como um objeto 189

2.3.3.6. Ligação da linguagem com o real 190

2.3.4. Algumas conclusões 193 3. Tempo 3: Lituraterra 195 3.1. Introdução 195 3.2. A operação de extração 197 3.2.1. Reviravolta espetacular 197 3.2.2. A lição 6 201 3.2.3. Lituraterra 203

3.2.4. A cena lacaniana da escrita 210

3.3. A coisa japonesa 218 3.3.1. As questões 218 3.3.2. Cheng 222 3.3.2.1. O ideograma 223 3.3.2.2. A caligrafia 225 3.3.3. Avanços teóricos 227 3.3.3.1. Novo algoritmo 230 3.3.3.2. Jacques-Allain Miller 233 3.4. Algumas conclusões 237

4. Tempo 4: a escrita como o Um todo só 238

4.1. Introdução 238

4.2. A escrita na fala 239

4.3. O matema: transmitir sem significar 240

4.4. Há do Um 246

Capítulo 5: Derrida e a escrita 249

1. Introdução: a desconstrução do logocentrismo 249

2. Sobre De la gramatologie 250

2.1. O desrecalcamento da escrita 251

2.2. A escrita é a metaforicidade 253

2.3. Lingüística e gramatologia 256

2.4. A gramatologia de Derrida: os principais conceitos 259

2.4.1. O traço derridiano 260

2.4.2. A diferencia 261

2.4.3. O sujeito e a escrita 265

2.5. A gramatologia pode ser uma ciência? Do traço à grafia 267

2.6. Gramatologia e psicanálise 274

2.6.1. Uma topografia de traços e bahnungen 278

(12)

2.6.2. A escrita dos sonhos: metafonética, não lingüística e a-lógica 281 2.6.3. O aparelho psíquico como máquina de escrever 285

3. Conclusões 289

Capítulo 6: Conclusões 292

1. Lacan e Derrida 292

1.1. Introdução 292

1.2. Pai e filho? 293

1.3. A virada da palavra para a escrita 295

2. Conclusões 297

Bibliografia 301

(13)

“Pode-se perguntar se, e até onde, eu próprio me acho convencido da verdade das hipóteses que foram formuladas nestas páginas. Minha resposta seria que eu próprio não me acho convencido e que não procuro persuadir outras pessoas a nelas acreditar ou, mais precisamente, que não sei até onde nelas acredito. Não há razão, segundo me parece, para que o fator emocional da convicção tenha de algum modo de entrar nessa questão. É certamente possível que nos lancemos por uma linha de pensamento e que a sigamos aonde quer que ela leve, por simples curiosidade científica, ou se o leitor preferir, como um advocatus diaboli, que não se acha, por esta razão, vendido ao demônio” (Freud, p. 80, vol. XVII, 1977).

Referências

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