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Caderno de apoio Master MASTER /// JURIS

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Academic year: 2021

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Caderno de apoio Master MASTER

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JURIS

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Turma e Ano: Master A (2015)

Matéria/Aula: Direito Civil – Família e Sucessões – Aula 20 – Data: 25.06.2015 Professor: Andréa Amin

Conteúdo: Deserdação; Aceitação e Renúncia; Herança jacente e vacante; Sucessão legítima; Lei 1829/2011.

Monitora: Carmen Shimabukuro

EXCLUSAO DA SUCESSAO (continuação)

A exclusão comporta duas espécies: indignidade e deserdação.

A deserdação é estudada na sucessão testamentaria pois depende desse negocio jurídico unilateral causa mortis, que é o testamento, para poder de instrumentalizar.

É uma modalidade de exclusão que é bem especifica. é ditada pelo autor da herança, no sentido de excluir seus sucessores que a lei impunha a ele, ie, os herdeiros necessários e tb vai se limitar nas hipóteses de indignidade como as demais previstas no capitulo de deserdação.

A deserdação está normatizada dentro da sucessão testamentaria. Mas por ser espécie de exclusão, vamos estudar nesse tópico exclusão.

A deserdação está regulada nos art 1961 a 1965. Se dá sempre perante herdeiros necessários. O próprio art 1961 assim coloca:

Não posso deixar de ser pai ou filho de certa pessoa, por exemplo. Se for pai ou filho necessariamente essas pessoas vão receber parte do que a lei defere na sucessão que é a legitima. Se por acaso tiver caluniado em juízo, praticado crime contra a vida isso para o autor da herança pode ser coonsiderado fato gravoso e pode justificar a exclusão da sucessão. Para isso tem que fazer deserdação. [é uma clausula dentro do testamento dizendo porque está deserdando. Só se aplica a herdeiro necessário.

Para o herdeiro colateral não preciso deserdar. É só fazer testamento não o contemplando por serem herdeiros facultativos.

Não precisa fazer deserdação para excluir da sucessão o legatário. Este só existe pq deixa a ele um legado pela vontade do autor da herança. se não quiser, simplesmente não lhe deixa nenhum legado.

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Ainda que hj se tenha como herdeiros necessários: descendente, ascendente e conjugo com base no art 1845 do CC, qdo o legislador tratou de deserdação, tratou apenas da deserdação no art 1962 dos descendentes por seus ascendentes e no art 1963 pelos ascendentes pelos descendentes. Isso é via de mão dupla, pois tanto um pode qto o outro pode. E as hipóteses são análogas.

Só que não falou de cônjuge. O art 1962 fala em:

No art 1963 é quase a mesma coisa, mas diz que deserdação do ascendente para o descendente.

As relações ilícitas serão com a mulher e companheira do filho ou do neto.

Quem faltou ali é o cônjuge pois ele é herdeiro necessário. se é necessário teria que estar no rol dos possíveis para fins de deserdação. Ao ver da professora não. não tem como ter um ex filho, um ex pai pela minha vontade, mas ex cônjuge tem. Se o fato é gravoso para não querer que o cônjuge herde, então possivelmente é pq eu não quero que ele seja mais o meu cônjuge e então me divorcio. Se me separar de fato ele já não vai herdar.

Se o fato é grave para afastar o direito a legitima é pq claro que não há mais afeto, simplesmente se divorcia do que fazer testamento para fins de deserdação. Agora alguns autores dizem que não. dizem que o cônjuge pode ser deserdado. Mas ao ver da professora esse entendimento fere as regras de hermenêutica.

Como se aplica analogia para extinguir direito? Nunca cabe. Agora se for para ampliar direitos é possível. Isso é um direito garantido pelo art 5º da CF que é o direito a herança. por isso ao ver da professora isso viola as regras de hermenêutica.

Mas tem outra corrente que contemporiza. Diz que o cônjuge pode ser deserdado nos moldes do art 1961. O testador pode afastar a herança do cônjuge só nos casos de indignidade e são nos causos que estaria excluído da sucessão.

Por essa corrente, tecnicamente é plausível, mas particularmente ao ver da professora não tem importância nenhuma. Se o caso é grave e não quer que o cidadão herde é só divorciar. Mas em favor do cônjuge so pode excluir da sucessão em hipóteses restritas do art 1914, enqto o filho e ascendente que são pessoas que, em principio tem um vinculo mais forte com o autor da herança, tenho um rol mais extenso de hipóteses de deserdação, por isso não teria lógica. Logo posso deserdar o filho que me ofende fisicamente ou comete injuria grave. Agora não posso deserdar o meu marido que me ofende fisicamente ou me causa injuria grave. Essa é a critica levantada pela professora.

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Basta que haja uma das causas de deserdação para que o herdeiro legitimo, herdeiro necessário seja deserdado, isso não é verdade. Não basta que o pai deserde o filho mais velho motivando que o injuriou gravemente. Não quer dizer que esteja deserdado, pois é preciso que registrado e cumprido o testamento tem-se o pz de 4 anos para promover a ação de deserdação, onde tem que provar que de fato, quilo que o autor da herança disse é verdadeiro.

Promove-se a ação de deserdação, junta-se as provas existentes e cabe ao herdeiro deserdado fazer prova em sentido contrario. Ele pode dizer que realmente deu um tapão no pai, mas ele é bipolar e estava fora de si, não queria tomar os remédios, etc. Junta testemunha e comprova esse fato de que não tinha dolo de ofender a pessoa. Isso tudo é objeto de prova. Tem que ter um mínimo de prova, de plausibilidade do fato que gera a deserdação. Isso serve para evitar o favorecimento de um filho em detrimento de outro, pois caso contrario, bastaria que o autor da herança inventasse uma estórinha para deserdar aquele filho em favorecimento de outro.

Primeiro passo: tem uma cláusula testamentaria de deserdação, com a causa de deserdação. Segundo, não posso inventar essa causa para beneficiar um filho em detrimento de outro? Ainda assim precisa comprovar que o fato é verdadeiro, para justificar a exclusão daquele herdeiro necessário, através de ação de deserdação. O herdeiro terá oportunidade de apresentar justificativa.

O pz é de 4 anos a contar do registro e cumprimento do testamento. Preciso do testamento aberto para fins de cumprimento e só assim ter eficácia da clausula de deserdação.

A lei qdo trata da deserdação, não trata dos efeitos. mas na ausência de artigo expresso que fala dos efeitos da deserdação, aplica-se analogicamente os efeitos da indignidade. Por isso a gde maioria da doutrina entende que aplica-se aqui as mesmas regras e efeitos a indignidade. Esse herdeiro deserdado é considerado pré morto. A estirpe o substituirá naquela sucessão.

Já Washigton de Barros diz que aqui a sanção é como se ele nunca tivesse existido, logo nunca teve prole, por isso, para ele, negava-se o direito de representação, no entanto, a posição dele é isolada.

Voltando a sucessão: temos um principio do direito sucessório que diz que ninguém é obrigado a herdar. Temos a Saisine que é ficção jurídica, nos torna dono de patrimônio deixada por alguém. Para isso tem que dizer se quer ou não a herança.

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Tanto a aceitação como a renuncia são declarações de vontade do herdeiro no sentido de confirma ou repudiar Saisine. Existe tb aceitação e renuncia pra legatário já estudado na sucessão testamentaria.

Sobre os herdeiros: já tem eficácia ampla em decorrência de Saisine.

Sobre a aceitação: nada mais é do que uma declaração de vontade do herdeiro que diz que quer confirmar Saisine, quer manter a posição de herdeiro. É uma manifestação de vontade pura e simples, ie, não aceita modalidades. Não posso ter termo, encargo ou condição nessa aceitação.

Ou se aceita tudo do jeito que está ou não aceita.

As vezes se é herdeiro legitimo e herdeiro testamentário. O pai ainda deixa herança dentro da disponível dele para o filho, temos uma causa sucessória legitima e causa sucessória testamentaria. Esse filho pode aceitar uma e repudiar outra. e mais. Se é uma aceitação valida, a aceitação é ato jurídico em sentido estrito, não se pode retratar. Por isso antes de aceitar ou repudiar tem que pensar bem.

Retratação não se confunde com invalidade. Se pode anular uma aceitação pq estava em erro. Pode-se anular uma renuncia pq foi coagido. Mas aceitação ou renuncia validas, já manifestadas, não cabe dar um passo para trás, não cabe retratação.

A aceitação pode ser EXPRESSA, TÁCITA ou PRESUMIDA.

A aceitação expressa muito é raro. É ter um documento que por escrito diz que está aceitando a herança.

O mais comum é a aceitação tácita, ex contrata advogado, confere poderes para abrir inventário do pai, pede, inclusive para ser nomeado inventariante.isso é um comportamento que leva a crer que está aceitando. Isso é um comportamento que permte concluir que é a vontade de aceitação.

Mas temos certos comportamentos que poderiam parecer para alguns aceitação, mas o legislador diz que isso por si só não configura aceitação. O art 1805, §1º, diz:

Atos oficiosos como funeral do finado não considera aceitação. Isso demonstra que a pessoa tem bom coração. Os atos meramente conservatórios ou de administração ou guarda provisória tb não são considerados aceitação.

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Logo após a abertura da sucessão, qdo as coisas ainda estão confusas, não se deve considerar como aceitação. Por isso a cautela do legislador ao dispor isso no art 1805, §1º.

Pelo §2º tb traz o que não se considera aceitação. Imagine uma família padrão, casal tem 3 filhos. O pai falece. O f1 tem 1/3 da herança ideal e os demais idem. O f1 diz que não quer a herança. Qdo ele renuncia, sua cota é dada aos demais da mesma classe, logo no 1/3 de f1 vai para f2 e f3.

Agora se f1 diz que aceita a herança e a cede a f2 e a f3. Isso não é a mesma coisa que no caso de renuncia acima? Ceder em favor dos demais coherdeiros e renuncia sem indicar a quem cederá seria a mesma coisa. Não vai pagar doação, é como se ele nunca tivesse recebido. Na verdade a transmissão será paga ITCMD em relação a transmissão para os irmãos, mas não do ato de renuncia, pq nem recebeu.

Agora é a mesma coisa qdo se fala que cede a herança em favor dos irmãos. Tanto faria renuncia a titulo gratuito, pois o efeito da cessão é a mesma da renuncia, não tem fato gerador de imposto, nessa minha suposta cessão que em tese é renuncia, sob a forma de cessão gratuita, pois cedo para quem seria beneficiário.

Agora isso é diferente qdo digo que cedo para F3, pois ai aceitei e cedi.

Na cessão gratuita tem o mesmo efeito da renuncia legal e isso não induz aceitação pq é igual a renuncia. Isso é visto como renuncia de certa maneira.

Aceitação presumida ou tb chamada de ficta. Esta no art 1807:

Suponha que seja herdeiro e tenha um credor. Por força de direito de Saisine o patrimônio que estava zerado ganhou agora um up grade, uma cota de herança. O credor espera que vai receber o credito. No entanto, o herdeiro fica inerte, não aceita e nem renuncia a herança, finge de arvore, pois fazendo isso não confirmou Saisine. Ele tem 30 dias para dizer se aceita ou não. Se vencido esse pz considera-se aceita aquela herança. Se quiser renunciar pode fazê-lo e tem que fazer expressamente.

Na renuncia, se isso lesar o direito do credor, este pode aceitar no lugar daquele herdeiro. O art 1813 diz:

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.

§ 1oA habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias

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§ 2oPagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao

remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.

Pelo art 1813 não se precisa ajuizar ação pauliana ou revocatória. Se o herdeiros estava no vermelho, está entrando um valor através de herança pela morte do pai. Ao invés de aceitar essa herança esse herdeiro renuncia. Indiretamente ele esta lesando o direito dos credores. O credor tem que estar alerta, qdo o herdeiro prejudicar o credor, renunciando a herança, podem eles aceitar em nome do renunciante. O credor notifica a parte e diz que renuncia a herança. Dão o credor do herdeiro atravessa uma petição, diz que quer fazer uso do art 1813. O juiz determina que o credor aceita em nome o renunciante e tem que ir alem; tem que fazer pedido, habilitando o credito para poder aceitar a herança, no pz de 30 dias, a contar do conhecimento do fato.

Quem aceita é o credor do herdeiro e não do espolio.

§2º - a renuncia da herança é ineficaz em relação ao credor que se esta prejudicando. Habilitado o crédito, o juiz autoriza. Se a herança é de 100 mil e a divida é de 50 mil (credito liquido e certo), o credor vai receber esse vl e o restante da cota, ou seja os 50 mil restante vai ser entregue aos demais coherdeiros, no caso f2 e f3.

Se o credor perde o pz de 30 dias para habilitar seu credito, vai ter que se valer da ação Pauliana. Por isso é importante esse artigo, pois elimina a necessidade do ônus da prova numa ação revocatória pauliana.

RENÚNCIA

Tb é uma manifestação de vontade no sentido de repudiar a herança. Abre mão da herança. Não confirma Saisine. Produz efeitos ex tunc.

Aqui a renuncia tem que ser expressa e deve constar de instrumento publico ou termo judicial – art 1806.

Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial.

Existem em matéria de renuncia, que o herdeiro pode ser casado e sendo casado vai estar através da renuncia, abrindo mão de um imóvel por definição legal, através de seu ato de renuncia, pelo qual ele deixa de receber aquele imóvel por definição legal a sua cota hereditária, que passará automaticamente para os demais coherdeiros. Isso importa que se ele for casado e o regime não for se separação

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absoluta de bens, é qq outro regime que não esse, existe uma divergência doutrinaria sobre a necessidade de outorga do cônjuge, isso por conta do art 1647.

A maioria da doutrina entende que precisa de outorga do cônjuge.

Já outra posição contraria, defendida pela defensoria publica do RJ, professora Claudia Nogueira, ela foi uma das primeiras a fazer esse apontamento. No mesmo sentido Maria Helena Diniz e Luiz Paulo Oliveira de Carvalho. Para essa corrente, dispensa-se outorga por causa de renuncia, pois esta não é um ato de alienação espontânea, não é ato de transmissão voluntaria da propriedade pra terceiro. O que se faz é repudiar a herança e ponto. Aquele imóvel por definição legal que é a herança, por lei é que se torna alheia e não pela vontade. A lei é que dá o efeito alienatório. Esse efeito decorre da lei e não pela vontade do herdeiro por isso não se enquadra no art 1647.

Não que se discutir se há necessidade de outorga ou não pois sempre haverá necessidade de outorga se o herdeiro for casado pelo regime de separação não absoluta se a renuncia celebrada for a renúncia translativa ou translatícia. É aquela que se dá uma de João sem braço e diz que renunciou a herança em favor do meu irmão. Tenho dois irmãos e renunciou em favor do irmão Carlinhos. Isso não é renuncia e sim cessão. Eu aceitei tacitamente e cedi, são dois atos: de aceitação e de renuncia. Essa renuncia tecnicamente não é renuncia. Essa aceitação importará numa verdadeira cessão gratuita. Nesse caso se estou aceitando tacitamente fazendo uma cessão da herança, estou alienando voluntariamente a minha herança a meu irmão. Aqui vou precisar sempre de outorga do cônjuge.

Na renuncia abdicativa é a verdadeira renuncia, essa que acabamos de ver, não quero a herança, ponto fim e acabou. Aqui tem corrente que diz caber outorga e outra dizendo que não cabe.

Art 1811 – se o autor da herança só tem um filho e este renuncia, os netos é que recebem por direito próprio, pois não tem mais filhos nessa classe.

Mesmo no direito de representação só há um imposto. Não se confunde com direito de transmissão pois nesse há dois impostos.

Se a pessoa falece sem deixar parente conhecido e sem deixar testamento? Ou se deixou testamento, este caducou isso é a tal da herança jacente do art 1819.

Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.

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As vezes alguém falece e deixa testamento mas mesmo assim pode ser declarado jacência da herança.

O termo jacência dá ideia de que a herança está sem dono. mas não sabemos se esse sem dono é definitivo ou transitório. Então o juiz ao tomar conhecimento de que uma pessoa faleceu e ao se declarar no registro de que não existem herdeiros ou testamentos conhecidos, tem que determinar a arrecadação dos bens do falecido, nomeando um curador. Lavra-se termo de arrecadação dos bens e nomeia o administrador para conservar e administrar esses bens.

O CPC prevê um procedimento que o juiz vá até a residência do morto. Tem que procurar dentre os documentos, fotos, pista de supostos parentes do morto para que possa intima-lo para vir receber a herança que lhe cabe por força de lei.

Nenhum parente é encontrado, então faz-se intimação por edital. Findo um ano do pz de edital e sem que haja habilitação, a herança pode ser declarada como vaga.

Art 1820:

Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.

Se por acaso nesse meio tempo algum parente se habilitar, enqto não decidida a habilitação, mesmo que vencido o pz de 1 anos, a herança não será declarada vaga.

Agora vencido esse pz e não pendendo habilitação e não havendo herdeiros para a herança, então temos a declaração de vacância. Ela deixa de ser herança sem dono e passa a ser um cj de bens vagos e entregue ao município para administra-la.

Passados 5 anos da declaração da abertura da sucessão, os bens passam para o domínio do município. Art 1822:

Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.

Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.

Autores apontam a inconstitucionalidade desse p único do art 1822 pois os colaterais são herdeiros legítimos.

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Temos a chamada vacância automática que esta no art 1823. Existem herdeiros conhecidos mas eles renunciam desde logo a herança. tem herdeiros testamentário e legatário mas ninguém quer aceitar. Nesse caso automaticamente temos a vacância e tudo vai para o município.

Qual a natureza jurídica da sentença de vacância. Isso é relevante pq precisamos saber se com a vacância se reconhece se o município era destinatário dos bens ou se é dali para frente que ele se torna titular. Pelo CC anterior tínhamos no rol dos sucessores legítimos o poder publico. como ele estava como sucessor legitimo, havia em favor do município o direito de Saisine. A sentença de vacância confirmava e era uma sentença declarativa, com efeitos ex tunc.

E mais, a questão tomou relevância maior, principalmente pq em 1990 houve uma mudança do destinatários dos bens da herança vacante, deixa de ser o estado e passa a ser o município. Daí surgiu uma questão. A herança era destinada a UERJ, em São Paulo era para a USP. Dessa forma esses bens vão para o município ou para o estado? Se a sentença é constitutiva do domínio o destinatário seria o município e não o estado.

Essa questão foi parar no STJ. A sentença é constitutiva do direito de propriedade.

Isso ganha uma relevância: dentro do período da jacencia o falecido deixou bens imóveis, dentre estes havia um vem que estava com possuidor e dentro do período de jacencia esse individuo poderia adquirir pela usucapião. Se a sentença é constitutiva do município, vai haver um período em que a herança estará sem dono e então passível de usucapião. Se o efeito fosse retroativo não se admitiria usucapião do bem público.

SUCESSÃO LEGITIMA

É a mais utilizada, pois na maioria dos casos não se tem testamento.

Havendo herdeiro legitimo vai se seguir as regras da sucessão legítima.

A regra esta no art 1829 determinando para quem se devolve essa herança e como a partilha:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.641, parágrafo único); ou

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se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Suponha que o autor da herança seja viúvo e tenha herdeiros. A herança devolve-se aos descendentes. A regra que se aplica é que o grau mais próximo exclui o mais remoto, salvo direito de representação (art 1833).

Na hora de partilhar os descendentes da mesma classe partilha-se por cabeça. Se classe distinta partilha-se por cabeça ou estirpe.

Ex autor da herança tem dois filhos: f1 e f2. F1 tem 2 filhos: a1 e a2 e F2 tem 1 filho: b1.

Suponha que F1 seja pré morto ao autor da herança. Nesse caso a1 e a2 recebem a cota da herança, então se tem descendentes de segundo grau concorrendo com descendentes de primeiro grau, temos diversidade de grau. Isso é exceção. Aqui cabe direito de representação. a estirpe vai ocupar o lugar do herdeiro pré falecido. recebe a mesma cota que caberia ao herdeiro pré morto. Mas dentro da estirpe tem duas pessoas, a cota recebida será dividida pelo numero dos membros da estirpe. Já b1 não recebe nada, pois o pai dele receberá.

Suponha que F2 tenha renunciado a herança. Assim os netos são chamados e a partilha será por cabeça pois ausente a classe de herdeiros descendentes de primeiro grau.

Só se fala em partilha por estirpe qdo houver concorrência de graus.

Mas esse autor da herança tem um cônjuge e desse casamento eles tiveram dois filhos: f1 e f2. Aberta a sucessão do autor, ele deixou o cônjuge e os dois filhos. preciso saber se nessa sucessão haverá concorrência do cônjuge sobrevivente com os filhos. Esse cônjuge tem legitimidade sucessória? Para isso temos que recorrer ao art 1830 para saber se tem legitimidade sucessória:

Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.

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Min Salomão no REsp 555.771 coloca que se o casal estava separado de fato, independente da culpa, não tem legitimidade sucessória. Logo não está mais cônjuge. Por isso tem que estar cônjuge para legitimar a sucessão.

Na comunhão total o cônjuge leva a metade de tudo que tem. No CC passado a herança devolvia-se ao descendente, na falta ao ascendente e depois ao cônjuge.

O cônjuge, hj é herdeiro necessário e pode concorrer descendente ou ascendente ou herdar sozinho. Mas antes disso é preciso saber qual o regime de bens adotado pelo casal. Se for casado pelo regime da comunhão universal estará excluído da concorrência com os descendentes, pois já se tem direito a meação gorda. O cônjuge mesmo que não concorra com descendentes, tem direito real de habitação (art 1831).

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

Na hora de fazer a partilha, antes dessa o cônjuge tira sua meação.

Tb não concorre nessa sucessão, se o regime adotado for de separação legal de bens (é a separação obrigatória).

Não haverá concorrência se no regime da comunhão parcial se o autor da herança não deixar bens particulares.

Qdo a lei fala que haverá concorrência com descendente se o falecido deixar bens particulares, isso que dizer se a concorrência será somente pelos bens particulares ou será sobre todos os bens. Sobre o tema temos correntes:

1) Majoritária – concorrência se dá sobre os bens particulares. não tem concorrência nos bens comuns. Nesse sentido enunciado 270 do CJF.

2) Nancy Andrighy entende que o regime de bens se aplica tanto durante o casamento qto após o casamento. Qdo termina o casamento vai concorrer sobre os bens comuns. Assim essa vontade deve se manifestar ate após a morte.

Referências

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